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Aspectos Legais da Ergonomia

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Aspectos Legais da Ergonomia
Introdução
Uma das coisas que é fato para todos os profissionais que atuam em SST: a lei precisa ser cumprida!
Hoje, vamos passar pelos aspectos legais, mas sempre traçando um paralelo com a atividade prática do profissional.
 
Objetivos da aula
· Apresentar a NR 17 como norteadora da área de ergonomia.
· Entender os requisitos gerais e específicos da norma.
· Compreender os métodos para atender aos requisitos legais.
 
Resumo
Em janeiro de 2022, entrou em vigor o texto revisado da NR 17, que trouxe mudanças importantes na dinâmica de aplicação dos requisitos ergonômicos.
De modo geral, existem duas formas principais para aplicação da norma nas empresas:
1- Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP): com objetivo de integrar o levantamento preliminar de perigos e riscos ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), inclusive com a possibilidade de ser contemplada nos procedimentos da NR 01. Na NR 17 - item 17.3.1 e subitens descrevem os requisitos para elaboração da AEP.
2- Análise Ergonômica do Trabalho (AET): deve ser elaborada quando houver necessidade de uma avaliação mais profunda, na insuficiência das ações já propostas nos planos de ação ou quando sugerida em programas, como o PGR (NR 1) e/ou PCMSO (NR 7). No item 17.3.2 estão descritos os requisitos.
Independente da forma de aplicação (AEP ou AET), é necessário que o profissional contemple os itens específicos listados na Tabela 1:
 
Fonte: adaptado da NR 17 (2022)
Interessante destacar que a NR 17 não limita um método ou forma de aplicação única para a norma, apenas aponta diretrizes que irão conduzir as avaliações e permite que o profissional aplique avaliações qualitativas, quantitativas ou ambas.
Na AEP, o foco principal será mapear os perigos/riscos, de forma a integrar todas as situações existentes na empresa no documento do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Como sugestão, apresentamos aqui um modelo de avaliação de riscos com uma matriz de risco abordada previamente e que para integrar ao PGR deverá ter alguns requisitos do item 1.5.4.3.1 da NR 01:
- Descrição dos perigos
- Possíveis agravos à saúde
- Identificação das fontes
- Identificação dos grupos expostos
O profissional poderá (deverá) complementar sua análise estabelecendo um nível de risco, meios de controle disponíveis e propor ações para os problemas identificados.
Sempre que a situação precisar de um aprofundamento no diagnóstico ou nas recomendações de melhoria, devemos partir para a AET.
As etapas da AET são descritas no item 17.3.3 da NR 17 e compreendem:
- Análise da demanda: entendimento do porquê é necessária uma avaliação, os motivos geradores como notificações, afastamentos, doenças ocupacionais, entre outros;
- Análise do funcionamento da organização, processos, situações de trabalho e da atividade: é o coração do documento, com descrição das atividades realizadas pelas pessoas, normas de produção, registros e evidências, aplicação dos métodos qualitativos e quantitativos, entre outros;
- Justificativa dos métodos: necessário que os métodos empregados tenham relevância e estejam em consonância com as normas;
- Estabelecimento do diagnóstico: em toda AET é preciso que o profissional aponte se na atividade há ou não risco ergonômico. Uma AET sem diagnóstico é como você ir ao médico e sair sem saber se está doente ou não;
- Recomendações: documento geralmente complementar, comumente denominado plano de ação. Sempre que um problema for identificado e diagnosticado é preciso criar uma ação de melhoria, seja de forma a atacar a fonte ou reduzir a exposição/danos possíveis;
- Validação e revisão: sempre que uma intervenção for efetuada é necessário que haja uma revisão do documento e validação da eficácia das ações. Com a revisão da NR 17 é recomendável sempre atualizar o documento em consonância com a NR 1 (PGR).
Na aula, apresentamos um modelo para o fluxo de informações que permite incluir no relatório de AET as avaliações qualitativas, quantitativas e a aplicação de métodos específicos, como ISOs, Niosh, Rula, Reba e outras ferramentas.
 
Como aplicar na prática o que aprendeu
É hora de colocar a mão na massa!
Só conseguimos aperfeiçoar nossa atuação em ergonomia quando entramos no campo de batalha, elaboramos os primeiros relatórios, diagnósticos e propomos soluções para os problemas identificados.
Desta forma, procure elaborar os primeiros relatórios de AEP e AET com base nos conteúdos abordados e comece a entender de fato como aplicar a ergonomia nos ambientes de trabalho!
 
Conteúdo bônus
Tópicos avançados
Para auxiliar nesta jornada, deixo na sequência dois vídeos que podem auxiliar os iniciantes a entender a relação AEP e AET, e como iniciar a elaboração das análises em ergonomia.
Principal objetivo de uma AEP:
· https://www.youtube.com/watch?v=61Wd4eJv9iw 
Roteiro de ergonomia para AEP e AET:
· https://www.youtube.com/watch?v=STdjaANoFmU 
 
 
Referência Bibliográfica
BRASIL. Norma Regulamentadora Nº. 01 – Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, 2020. Disponível em: < https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf >. Acesso em 23/09/2022
BRASIL. Norma Regulamentadora Nº. 17 – Ergonomia. Brasília, 2021. Disponível em: < https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2021.pdf >. Acesso em 23/09/2022
GUÉRIN, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2001.

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