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AULA 2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E COMPETITIVIDADE TEMA 1 – IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS A formulação de estratégias por si só não garante um bom desenvolvimento da empresa. Também devemos compreender e desenvolver a implementação de tais estratégias, uma vez que, se apresentarem inconsistências, elas podem causar uma redução de eficiência na estratégia global. O sucesso é possivelmente o fruto que iremos colher se plantarmos uma estratégia claramente definida, implementando-a com eficácia. Certo et al. (2010) mencionam uma matriz segundo a qual podemos entender melhor o que esperar quando: • Tanto a formulação das estratégias quanto a sua implementação são boas, de modo que temos um sucesso absoluto em nosso planejamento; • A formulação das estratégias é boa e a implementação é ruim, de forma que temos um problema para resolver; • A formulação das estratégias é ruim e a implementação é boa, assim, temos o que alguns autores chamam de roleta-russa, pois será algo perigoso; • Tanto a formulação das estratégias quanto a sua implementação são ruins, de modo que temos um fracasso e o conselho é recomeçar o planejamento do zero. Certo et al. (2010) chamam de roleta-russa aquilo que envolve situações em que uma estratégia formulada com deficiência é bem implementada. Isso é um grande problema em potencial por si só. Imagine que temos uma concepção de estratégia ruim sendo bem implantada. O resultado quase sempre é o fracasso do planejamento, apesar de ser possível, em casos raros, que a boa implantação corrija possíveis problemas de concepção da estratégia. Quando estamos implementando uma estratégia, é importante que saibamos o quanto a empresa necessitará passar por adaptações para que tenhamos um sucesso nesse processo. Sabemos que para serem postas em prática, algumas estratégias exigem somente alterações mínimas na condução da organização, por outro lado, há outras que exigirão mudanças mais radicais. Se vamos implementar uma nova estratégia de preços, por exemplo, isso afeta relativamente pouco no dia a dia da empresa, porém, o desenvolvimento de um novo produto, sua criação e comercialização podem exigir até mesmo alterações no layout do setor fabril da organização. 2 Certo et al. (2010), defendem que a mudança estratégica pode ser vista como uma corrida contínua, que dependendo das alterações do mercado, pode levar a organização a estratégias diferenciadas em diversos níveis. O autor propõe uma divisão de mudança estratégica em cinco níveis: • Estratégia de continuação; • Estratégia de mudança de rotina; • Estratégia de mudança limitada; • Estratégia de mudança radical; • Redirecionamento organizacional. A estratégia de continuação ocorre quando repetimos a mesma estratégia que vinha sendo usada no período anterior. Por conta disso, é a mais simples de ser implementada, porém, segundo Certo et al. (2010), determinar se ela é de fato a abordagem apropriada vai depender da análise do ambiente. A estratégia de mudança de rotina implica mudanças nos apelos normalmente usados para atrair consumidores. Certo et al. (2010) comentam que nesse tipo de estratégia, as empresas alteram seus apelos publicitários, atualizam as embalagens e praticam diferentes táticas de preços, podendo inclusive substituir um canal de distribuição que não estejam atendendo a contento a empresa. Um exemplo que podemos ver no mercado é o case das Sandálias Havaianas, que passou da abordagem clássica feita na década de 1980, que objetiva atingir ao público das classes C e D, para a abordagem atual, objetivando atingir ao público das classes A e B. A estratégia de mudança limitada implica a oferta de novos produtos em novos mercados dentro da mesma classe geral de produtos. Certo et al. (2010) afirmam que existem muitas variações nesse nível de mudança estratégica, porque os produtos podem ser novos de muitas maneiras. A Coca-Cola, por exemplo, lançou no Brasil a Cherry Coke, no início da década de 1990, porém, o produto só era novidade aqui, uma vez que nos Estados Unidos e na Europa ele já era comercializado há algum tempo. Quem não lembra desse refrigerante pode procurar e encontrar facilmente sua propaganda publicitária no Youtube. No Brasil, a venda desse produto não deu certo, embora ele seja vendido até hoje em diversas partes do mundo. A estratégia de mudança radical engloba uma reorganização maior dentro da empresa. Certo et al. (2010) afirmam que esse tipo de mudança é comum 3 quando ocorrem fusões e aquisições entre empresas do mesmo setor. O redirecionamento organizacional envolve fusões e aquisições de empresas de indústrias distintas. Para os autores, o grau de mudança estratégica depende de quão diferentes são os segmentos e o quanto a administração será central. Quando ocorre alguma alteração no negócio no que tange a mudanças de estratégias, é muito comum que empresas com gestores com pouca experiência implementem alterações mantendo o planejamento anterior, embora essa medida possa não ser a mais recomendada. Um ponto que pode influenciar bastante a implantação de estratégias e de várias outras medidas na empresa é a cultura organizacional, pois ela tanto influencia o comportamento dos funcionários quanto os motiva. O gestor responsável pela implantação deve levá-la em conta e considerá-la como uma das variáveis críticas de sucesso. TEMA 2 – CONTROLE DE ESTRATÉGIAS Para que possamos entender as questões que envolvem o controle de estratégias, precisamos ter a compreensão e a visão do que abrange o controle organizacional que, em uma empresa, significa: • Monitorar; • Avaliar; • Melhorar atividades. Certo et al. (2010) afirmam que exercer o controle é nada mais do que fazer com que algo saia conforme o planejado, até porque muitos podem ser os fatores que levam as atividades saírem do planejamento. Por isso, é necessário ter controle. Quando o tema é controle organizacional, os gestores agirão de acordo três etapas gerais: • Medição do desempenho; • Comparação do desempenho; • Determinação de ação corretiva. Essas etapas obviamente são uma exemplificação mais ampla, assim, pode haver necessidade de questões mais específicas. Porém, é importante compreender como se dá o controle organizacional, ainda que superficialmente, para que possamos compreender o assunto principal desse tema. 4 Segundo Certo et al. (2010), o controle estratégico é um tipo especial de controle organizacional que se concentra em monitorar e avaliar o processo da administração estratégica para que esta se desenvolva de acordo com a maneira como foi concebida. Além disso, esse tipo de controle tem como foco principal a garantia de que todos os resultados planejados durante o processo de administração estratégica tornem-se realidade. Com base no que se pode observar nesse controle, os gestores da empresa podem, inclusive, fazer modificações nas estratégias traçadas para que os resultados sejam obtidos de forma satisfatória. Podemos concluir com isso que o objetivo primeiro de um controle estratégico seja auxiliar os gestores no sentido de atingir as metas organizacionais, por meio do monitoramento da administração estratégica para que, com isso, seja possível a avaliação do processo e a aplicação das medidas cabíveis para tal. É interessante entender que um processo de controle estratégico tem muito a contribuir com o desenvolvimento de metas por parte da empresa. Para que possamos chegar a essa conclusão, devemos entender que, com o desenvolvimento desse controle, temos melhores condições de avaliar uma estratégia de negócio no que diz respeito à sua validade e realidade, assegurando que os tomadores de decisão tenham conhecimento satisfatório do negócio (Certo et al., 2010). Também podemos elencar a negociação e a integração das questões estratégicas entre divisões independentes como contribuições do processo. É importante ressaltarque o objetivo desse controle é o conhecimento e possibilidade de mudanças de condição, se necessário, e não exatamente uma fiscalização de como o trabalho está sendo conduzido. De acordo com Certo et al. (2010), para que possamos ter um processo de controle estratégico bem elaborado, precisamos passar por três etapas distintas que estão relacionadas entre si. Essas etapas são: • Medir o desempenho organizacional; • Comparar o desempenho organizacional com os objetivos e os padrões estabelecidos; • Determinar a ação corretiva necessária. Para que seja possível iniciar o processo de controle estratégico, o primeiro passo dos gestores é compreender como está o desempenho atual da 5 organização. Certo et al. (2010) defendem que para essa compreensão, é necessário que sejam considerados dois importantes recursos: • Auditoria estratégica; • Métodos para medir a auditoria estratégica. Em que consiste esses dois pontos? Certo et al. (2010) explicam que a auditoria estratégica consiste em avaliar as áreas afetadas pelo processo de administração estratégica. Esse tipo de procedimento pode ser formal ou informal, permitindo que os responsáveis por esse controle tenham uma liberdade para decidir que medidas a empresa deverá tomar e quando deverá tomar. Para uma auditoria estratégica, a condução deve basicamente seguir a revisão de alguns documentos-chave, como o próprio planejamento estratégico e os planos de negócios e operacionais, por exemplo. Também é preciso seguir uma comparação do desempenho financeiro de mercado e operacional com os padrões e normas do setor econômico para identificar variações relevantes e tendências emergentes, além de compreender os principais papéis e responsabilidades dos envolvidos. A identificação das implicações estratégicas para a estrutura da empresa é outro ponto a ser verificado em um processo de auditoria estratégica, sendo importante também determinar perspectivas internas e externas. Para medir o desempenho organizacional, dispomos de diversos métodos. Segundo Certo et al. (2010), em geral, tais métodos são divididos em dois tipos: • Métodos qualitativos; • Métodos quantitativos. Segundo Certo et al. (2010), as medições organizacionais qualitativas são avaliações organizacionais que têm como principal fruto dados resumidos de modo subjetivo e estruturados antes que conclusões sejam tomadas. As medições organizacionais quantitativas são avaliações que resultam, segundo Certo et al. (2010), em dados tratados de forma quantitativa, ou seja, por meio de uma análise de dados na qual será baseada a ação de controle estratégico. Neste tema, fechamos nossa compreensão da administração estratégica. A seguir, estudaremos mais especificamente os elementos que compõem o planejamento estratégico. A escolha de começar por esses pontos foi feita para que o estudante leigo no assunto possa ter um contato com as áreas de abrangência do planejamento estratégico, facilitando, assim, a compreensão. 6 TEMA 3 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Depois de estudarmos as questões que envolvem a administração estratégica e sermos capazes de identificar todos os seus objetos de análise, chegou o momento de tratarmos o planejamento estratégico propriamente dito. Planejamento estratégico, segundo Chiavenato (2020), é um processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para que a empresa seja bem-sucedida no desafio que a espera no mercado. Alguns autores afirmam que o planejamento estratégico é um processo que envolve o maior conhecimento possível do futuro. Se pudéssemos descrever para um leigo o que seria um planejamento estratégico, poderíamos dizer que é um documento que mostra onde a empresa estará, ou pelo menos onde gostaria de estar depois de um determinado intervalo de tempo. Com isso, quando estamos elaborando esse processo, na verdade, estamos planejando a direção que a empresa pretende seguir para atingir um determinado objetivo. No caso de uma empresa que deseja ser líder de mercado depois de cinco anos, por exemplo, o planejamento que mostrará o caminho que deve ser seguido por ela para que essa meta seja atingida é o planejamento estratégico. Chiavenato (2020) afirma que o planejamento estratégico é essencialmente um esforço para desenvolver tomadas de decisões e ações que possuem o intuito de moldar e orientar a organização no sentido de suas metas. Para que se tenha um coeficiente de sucesso no planejamento, vale observar que esse não deve ser simplesmente formal e burocrático. Ele precisa ser dinâmico e acompanhar os acontecimentos e posturas do ambiente externo e interno, como vimos nos temas anteriores. O primeiro passo que deve ser dado é entender onde sua empresa está hoje. É de fundamental importância que você entenda o momento da empresa, pois, assim, terá a noção de onde realmente ela pode chegar. Dessa forma, é preciso compreender como está o real desempenho de sua organização perante o mercado, ou seja, em relação aos clientes e à concorrência. Além disso, devemos avaliar os riscos do caminho e das metas que a empresa tem a seguir. Se há o desejo de se tornar líder de mercado, é preciso entender que a concorrência a terá como um alvo a ser batido. Diante disso, é preciso saber até 7 que ponto a empresa pode suportar uma movimentação dos concorrentes tentando sua fatia de mercado? Vale ressaltar que empresas que planejam estrategicamente, em geral, alcançam um desempenho mais satisfatório que suas concorrentes. Chiavenato (2020) afirma que uma pesquisa envolvendo algumas organizações mostrou que entre os principais benefícios do processo de planejamento estratégico estão: • Um sentindo claro de visão estratégica para a empresa; • Compreensão do ambiente passível de mudanças; • Foco no que realmente é importante, com objetivos a longo prazo; • Comportamento proativo diante de elementos do ambiente externo; • Comportamento sistêmico e holístico; • Interatividade com o ambiente externo. Ainda de acordo com Chiavenato (2020), o planejamento estratégico enfatiza o desempenho a longo prazo, o que não é difícil de se compreender, uma vez que se trata de um planejamento que mostra onde a empresa pretende chegar. As metas não são atingíveis da noite para o dia, caso contrário, não precisaríamos de tantos detalhes ou análises. Outro ponto que vale ressaltar nesse processo é a capacidade de a empresa se adaptar. Nesse ponto, vale lembrar do que vimos nos temas anteriores: todas as análises, controles e implementação da administração estratégica servem, também, para adaptarmos a empresa e as estratégias às realidades que vão se desdobrando ao longo de uma implementação do planejamento estratégico. Segundo Chiavenato (2020), o valor real do planejamento estratégico está muito mais na orientação futura do processo de planejamento do que em um belo plano estratégico escrito e detalhado no papel. As pequenas empresas, por exemplo, fazem de maneira informal e irregular, isso porque o formalismo que é exigido desse tipo de processo pode desencadear um pequeno impacto na lucratividade. Com isso, devemos intuir que, nas organizações grandes, é algo com uma certa complexidade, consumindo, assim, tempo, competências e recursos. O processo, segundo Chiavenato (2020), pode criar e agregar valor, pois força os gestores a pensar em um futuro de forma sistemática. Os responsáveis pela gestão desenvolvem uma compreensão sólida e atualizada da empresa e do seu futuro em um ambiente mutável, dinâmico e exponencial, o que os permite 8 uma reação rápida aos novos desafios e oportunidades, à medida que esses acontecem. No ponto em que estamos em nossa disciplina, conseguimos perceber que a visão organizacional é o conceito básico de todo esse processo. Chiavenato (2020) defende que a compreensão e o compartilhamento da visão são essenciais para o sucesso de todo o processo, pois, dessaforma, as pessoas envolvem-se no todo, concentrando-se, assim, na estratégia e no plano de modo criativo, inovador e comprometido. Devemos entender que o processo estratégico não pode ser tratado como um conglomerado de atividades a serem distribuídas entre colaboradores para que as tarefas sejam cumpridas. Para Chiavenato (2020), esse processo de elaboração das estratégias requer a liderança do principal gestor da organização, o qual deve atuar como um empreendedor interno, trabalhando com aspectos subjetivos, como intuição, julgamento, experiência e critérios pessoais. Novamente, ressaltamos que o ambiente externo deve ser analisado, dado que ele é dinâmico e mutável, e não um simples fator nesse jogo estratégico. Este é um processo emergente e incremental de aprendizado. Segundo Chiavenato (2020), as organizações precisam se transformar em sistemas de aprendizagem organizacional nos quais o trabalho de equipe seja incentivado e as pessoas possam conquistar autonomia, engajamento e autorrealização. TEMA 4 – QUESTÕES NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Algumas empresas e profissionais olham com ceticismo o processo de planejamento estratégico. Para Chiavenato (2020), a maioria das empresas revisa profundamente suas estratégias a cada três ou cinco anos, ao passo que outras simplesmente não o fazem. Porém, muitos acontecimentos que podemos vir a enfrentar poderão gerar uma necessidade de revisão mais rápida nos planos estratégicos, fato que se dá por diversos fatores. Apesar de ser um processo com uma importância muito grande em uma organização, o planejamento estratégico está longe de ser algo costumeiro, possivelmente um dos motivos primeiros que leva ao ceticismo de alguns gestores. Porém, devemos entender que um processo de planejamento estratégico não é concebido e pensado para resultados em curtíssimo prazo, uma vez que é um processo longo para o atingimento de objetivos. A respeito disso, vale uma 9 frase atribuída a Abraham Lincoln: “Dê-me seis horas para derrubar uma árvore e eu vou passar as quatro primeiras afiando o machado”. Segundo Chiavenato (2020), o planejamento estratégico definirá diretrizes para o desenvolvimento da empresa em longo prazo, fornecendo a base para a implementação e execução das estratégias. Nesse momento, recordamos do controle estratégico visto em temas anteriores, pois esse será capaz de mostrar possíveis desvios na implementação e execução do plano, identificando se as premissas estabelecidas durante o planejamento necessitam de ajustes ou não. Como em quaisquer atividades que possamos desenvolver dentro de uma empresa, é importante ressaltar que nem tudo são flores dentro do desenvolvimento de um processo de planejamento estratégico, de modo que pode haver a ocorrência de possíveis armadilhas atribuídas ao planejamento. Existem gestores que terão uma percepção de que esse processo não agrega valor, sendo uma fonte de frustração. Um dos principais pontos que levam a isso é o fato de que os processos estabelecidos produzem somente uma qualidade baixa do pensamento estratégico, não tendo impacto e apresentando uma “torneira aberta” de recursos. Chiavenato (2020) explica que isso pode ser explicado por algumas típicas armadilhas nas quais as empresas podem cair quando estão elaborando seu processo de planejamento estratégico. As armadilhas, citadas em Chiavenato (2020), são: • Interna: quando o planejamento carece de uma perspectiva imparcial e é dominado por fortes posições internas; • Orçamentária: os que ficaram responsáveis pelo planejamento se concentram no que parece viável, o que provoca um pensamento de curto prazo que deixa o orçamento como ato principal e a questão estratégica como pano de fundo; • Extrapolação: quando o planejamento se prende no prolongamento dos desenvolvimentos e tendências passadas; • Armadilha do Power Point: quando o planejamento se prende em lindas apresentações e os slides lindos substituirão as análises de conteúdos; • Armadilha do final feliz: ocorre quando a reunião de planejamento vira a reunião do bom planejamento, não acontecendo nenhuma discussão crítica; • Rotina: quando o processo de planejamento estratégico entra em uma rotina, em que ano após ano as coisas parecem ser muito iguais. 10 Esses são exemplos de situações em que os responsáveis pelo planejamento devem evitar cair. Para Chiavenato (2020), o processo de planejamento estratégico é visto como algo que pode variar entre algo rígido, de caráter prescritivo ou normativo, e algo maleável, de caráter descritivo e explicativo, o que significa que, dependendo da visão da empresa, pode haver tendências diferentes na elaboração do processo. As estratégias que Chiavenato (2020) chama de escolas de caráter prescritivo envolvem três abordagens: • Escola do planejamento; • Escola do design; • Escola do posicionamento. No primeiro estilo, a formulação da estratégia funciona como um processo formalizado e documentado, no qual o planejamento pode ser desdobrado em planos táticos e cada um desses em planos operacionais. A escola de design tem um ponto fundamental, que é o desenvolvimento da estratégia como um processo deliberado de pensamento consciente. Para Chiavenato (2020), essa escola trata a estratégia como parte de um pressuposto segundo o qual o planejamento estratégico é um ajustamento e compatibilização entre aspectos internos e externos. Na escola de posicionamento, os analistas têm papel preponderante, alimentando resultados de seus cálculos aos gestores que controlam oficialmente as escolhas. As escolas que Chiavenato (2020) trata como de caráter descritivo e explicativo são: • Escola do empreendedorismo; • Escola de aprendizagem; • Escola do poder. A primeira, segundo Chiavenato (2020), foca o processo estratégico como processo visionário, por meio do qual a visão é uma representação mental da estratégia existente na cabeça do líder. Na escola de aprendizagem, a estratégia é tratada como um processo emergente e interativo de experimentação e aprendizagem, e na escola do poder, a estratégia é tratada como negociação. 11 Você pode estar se perguntando qual escola é mais assertiva. No fundo, não há uma mais assertiva que as demais. Há escolas que se adaptarão melhor a sua realidade. TEMA 5 – NÍVEIS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Vimos que temos basicamente três níveis de planejamento: o planejamento estratégico, o tático e o operacional. Vamos entendê- los melhor para que possamos compreender o modelo geral do processo estratégico. O planejamento estratégico é o responsável por mostrar onde a empresa pretende chegar. É um planejamento amplo que abrange toda a organização. Segundo Chiavenato (2020), suas principais características são: • Tem um horizonte temporal de longo prazo, no qual seus efeitos e consequências são estendidos por vários anos; • É abrangente, pois envolve toda a empresa, todos os recursos e áreas de atividade. Atingir os objetivos em nível organizacional é a grande meta; • É genérico, sintético e abrangente; • É definido pela cúpula da organização. O planejamento tático é, basicamente, aquele que nos mostrará o que temos para chegar ao objetivo da empresa. É um planejamento que abrange cada departamento ou unidade. Para Chiavenato (2020), suas características são: • Tem um horizonte de tempo de médio prazo; • Envolve cada departamento com seus recursos, buscando atingir os objetivos departamentais; • É menos genérico que o planejamento estratégico, porém, mais detalhado; • É definido em nível intermediário, em cada um dos departamentos da empresa. O planejamento operacional é aquele que nos dirá como trabalharemos com o que temos para atingir as metas estabelecidas. Abrange cada tarefa ou atividade e de acordo com Chiavenato (2020), suas principais característica são: • Tem um horizonte de tempo de curto prazo a imediato;• Envolve cada tarefa ou atividade isoladamente; • É detalhado, específico e analítico; • É definido no nível operacional e focado em cada tarefa ou atividade. 12 O planejamento estratégico deve ser elaborado de maneira integrada e articulada, até porque está diretamente ligado aos objetivos maiores da empresa, que afetam a viabilidade e a evolução do empreendimento. Se um profissional pegar um planejamento e aplicar isoladamente, sem essa sinergia citada, isso se mostrará insuficiente, pois não se conduz estratégias de forma imediatista. Como já sabemos, o planejamento estratégico é a formulação de estratégias e sua implementação é feita por meio de planejamentos táticos e operacionais. Chiavenato (2020) chama atenção para as premissas que devem ser consideradas na ocasião da formulação e aplicação das estratégias. A preparação é algo importante em um processo como esse, pois o futuro é algo muito incerto. Dessa forma, entendemos que estar preparado para todas as possibilidades é importante, uma vez que nem sempre é bom entender um cenário futuro como uma visão pessimista. É preciso ter uma visão otimista de algo que naturalmente deve acontecer, com o intuito de se estar preparado para o que vem pela frente sem grandes surpresas. Chiavenato (2020) defende que o processo deve ser sistemático, pois precisa envolver a empresa como um todo, sendo necessário ter uma visão integral da empresa para que se possa traçar metas condizentes com a realidade encontrada. Um outro ponto importante que deve ser considerado é o foco no futuro, pois é muito importante ter em mente que um planejamento estratégico não pode ser concebido para soluções imediatistas ou de curto prazo, caso contrário, ocorre desperdício de recursos. Para esse tipo de problemas, há outras soluções e planejamentos que devem ser considerados. A criação de valor é um dos propósitos do planejamento estratégico apresentados por Chiavenato (2020), estando diretamente ligada com o comportamento orientado para objetivos estratégicos. É importante ressaltar que essas estratégias não são para atender alguns stakeholders, mas para criar valor para todos eles. O processo também deve ser formulado e compreendido por toda a organização, pois é um conjunto alinhado de decisões que moldam o caminho escolhido para se chegar à meta traçada. O planejamento estratégico não é algo que deve ser feito apenas uma vez por ano, pois quanto maior for a mudança ambiental, maior será o planejamento estratégico feito e refeito a fim de adaptar a empresa à realidade que se apresenta. Para ser bem-sucedido nesse processo, o planejamento estratégico precisa estar posto em ação por todas as pessoas da empresa, todos os dias e 13 em todas as suas ações. Isso é algo que precisa ser implementado de modo integral para que haja sinergia de toda a organização na mesma direção. Para isso, é preciso avaliar seu desemprenho e resultados de tempo em tempo. 14 REFERÊNCIAS CERTO, S. C.; PETER, J. P.; MARCONDES, R. C.; CESAR, A. M. R. Administração Estratégica: Planejamento e implantação de estratégias. 3. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. CHIAVENATO, I. Planejamento Estratégico: da intenção aos resultados. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2020. 15
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