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APOSTILA 003_Constituindo uma Empresa

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Teoria da Contabilidade 1 – 2022 1 
 
 
Disciplina: Teoria Geral da Contabilidade I 
Curso : Ciclo básico de Bacharelado 
(Administração e Ciências Contábeis) 
Professora: Denise Kassama 
 TC1 003/2022 
 
CONSTITUINDO UMA EMPRESA 
 
1. POR QUE CONSTITUIR UMA EMPRESA 
 
 
 
 
Esta situação é bastante comum: o empreendedor 
informal vê sua atividade limitada pelo fato de ser 
informal. Não consegue desenvolver novos clientes 
e, principalmente, não consegue obter recursos para 
expandir sua atividade. 
 
Algumas outras vantagens de se formalizar o empreendimento: 
 
 Cobertura previdenciária – o empreendedor estará protegido em casos de doença e 
acidentes. Terá direito a licença remunerada em caso de gravidez e após 15 anos a 
aposentadoria por idade. A família do empreendedor terá direito à pensão por morte e auxílio-
reclusão. 
 
 Contratação com menor custo – permite ao empreendedor admitir até um empregado a 
baixo custo, possibilitando desenvolver melhor o seu negócio e crescer. Este funcionário, pela 
formalização, também se sentirá mais motivado e seguro em seu posto. 
 
 Acesso a serviços bancários, inclusive crédito – condições de obter crédito junto aos 
bancos, principalmente os públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco 
do Nordeste, que dispõem de linhas de financiamento com redução de tarifas e taxas de juros 
adequadas. 
 
 Compras e vendas em conjunto – permitem aos empreendedores condições mais 
vantajosas em preços e condições de pagamento das mercadorias uma vez que o volume 
comprado será maior. 
 
 Redução da carga tributária – o valor pago ao INSS tem como objetivo oferecer cobertura 
previdenciária ao empreendedor e sua família a baixo custo 
 
 Mais fácil vender para o governo – grande comprador de mercadorias e serviços nas suas 
três esferas,exige a formalização de seus fornecedores. 
 
 
 
 
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2. PESSOA FÍSICA X PESSOA JURÍDICA 
 
Para entender o conceito de Pessoa Física e Pessoa Jurídica é preciso, primeiro, entender o 
que significa o termo “pessoa” de um ponto de vista legal. 
 
Perante a lei, pessoa é um indivíduo (específico ou coletivo) passível de direitos e deveres, 
o qual também pode ser identificado como “sujeito de direito”. A denominação “sujeito de 
direito”, por sua vez, indica um ser que tem deveres jurídicos a serem cumpridos. Assim, a 
expressão “pessoa” é utilizada para descrever pessoas naturais e físicas (seres humanos), 
dando origem à terminologia Pessoa Física, e também para especificar entidades abstratas 
criadas por esses (empresas e outros similares), levando à nomenclatura Pessoa Jurídica 
 
Com base nessa definição, fica claro entender que Pessoa Física 
são todos os seres humanos nascidos, registrados ou não sob 
o número de uma documentação (a exemplo do CPF), que tem 
direitos e deveres próprios atribuídos a si e reconhecidos pelos 
órgãos governamentais. 
 
Pessoa Jurídica, ou simplesmente PJ, é uma entidade originada 
por uma ou mais Pessoas Físicas, com finalidade e/ou propósito 
específicos. 
 
São exemplos de Pessoa Jurídica empresas, sociedades, fundações, 
igrejas, Organizações Não Governamentais (ONGs), partidos políticos 
etc, desde que devidamente registradas sob o número de um CNPJ. 
 
Ou seja, é a obtenção do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica que torna esses grupos 
existentes legalmente. 
 
A diferença entre o que é CNPJ e PJ, o primeiro consiste em um número gerado pela Receita 
Federal que oficializa a abertura de uma empresa, ou seja, a criação de uma Pessoa Jurídica. 
 
Uma característica bem importante que precisa ser destacada sobre uma Pessoa Jurídica é que 
essa formação tem direitos e deveres específicos e pontuais que precisam ser cumpridos, os 
quais independem das obrigações e compromissos atribuídos aos seus fundadores PF. 
 
Além disso, a PJ tem personalidade jurídica autônoma a dos seus formadores. Na prática, 
isso quer dizer que uma empresa pode ser condenada individualmente por algum delito, a 
exemplo da perda do seu registro e do encerramento das suas atividades. 
 
De outro lado, os seus criadores também podem ser condenados separadamente, de acordo 
com o ocorrido e com o entendimento da justiça — assim como acontece quando há a 
determinação de pena de reclusão para os membros 
de uma companhia. 
 
Ou ainda, ambos podem ser condenados por alguma 
infração cometida, ou seja, tanto Pessoa Jurídica 
quanto Pessoa Física. 
 
 
 
 
 
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3. DEFINIÇÃO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
 
 
O primeiro passo para se definir qual será a atividade da 
empresa, ou seja o que a empresa irá fazer. Deve ser 
definida a atividade principal e as secundárias. As 
atividades devem estar listadas no CNAE – Código 
Nacional de Atividade Econômica. 
(receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/cnaef.htm) 
estabelecido pela Receita Federal. No caso de MEI (micro 
empreendedor individual), a profissão deve constar no rol de 
atividades permitidas (portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-
individual/atividades-permitidas). 
 
 
 
 
4. PORTE DA EMPRESA 
 
O tamanho da empresa é definido pelo seu faturamento anual. As empresas podem ser micro, 
pequenas, médias e de grande porte. Tal classificação é determinante na obtenção de alguns 
auxílios, além de acesso a financiamentos. 
 
Segundo a Lei 123/06: 
 
TIPO FATURAMENTO ANUAL – R$ 1,00 
Empreendedor Individual Até R$ 81.000,00/ano 
Microempresa Até R$ 360.000,00/ano 
Empresa de Pequeno Porte – EPP Até R$ 4.800.000,00/ano 
Média Empresa Até R$ 300.000.000,00/ano 
Grande Empresa Acima de R$ 300.000.000,00/ano 
 
 
 
 
5. NOME X NOME FANTASIA 
 
A razão social deve ser definida conforme exigido quanto ao tipo de empresa (vide abaixo). 
Entretanto, o empreendedor pode optar por utilizar um nome fantasia, que comercialmente possa 
ser mais atrativo 
 
Razão Social ou denominação social ou firma empresarial, são sinônimos de uma mesma coisa 
– o nome legal da empresa. É ela que aparece nos contratos, 
cartão de CNPJ, no alvará da empresa, no talão de cheque do 
banco, enfim, em todos os locais onde se é obrigado a utilizar 
o nome formal da empresa. Ele é obrigatório, inclusive é o 
primeiro item que aparece no contrato social da empresa. 
 
O nome fantasia seria o apelido comercial ou marca 
empresarial e não precisa ter relação com a razão social. O 
nome fantasia é utilizado nas peças de divulgação da empresa 
e deve constar no cartão de CNPJ e no contrato social. 
 
 
http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/cnaef.htm
http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual/atividades-permitidas
http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual/atividades-permitidas
 
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6. CAPITAL SOCIAL 
 
 
 
 
Capital social é o investimento bruto inicial que uma 
empresa precisa para começar a funcionar e se manter até 
gerar lucro. São os valores ou bens disponibilizados pelos 
sócios e investidores para as primeiras despesas, como 
compra de mobiliário, locação de espaço, contratação de 
serviços terceirizados, equipamentos e registro de CNPJ. 
 
Quem abre um negócio tem, entre vários objetivos, um que 
se destaca: lucrar. Mas antes que a sua empresa comece 
render algum valor é preciso investir recursos próprios. 
 
Esse primeiro valor disponibilizado pelos sócios é o chamado Capital Social. Ele serve, 
basicamente,para abrir a empresa e mantê-la funcionando até que gere rendimento 
suficiente para fazer isso ‘por conta própria’. 
 
Capital Social é todo valor bruto disponibilizado para abrir uma empresa e mantê-la 
funcionando até que gere lucros. Esses valores podem ser tanto quantias em dinheiro quanto 
bens, por exemplo, computadores, impressoras, mobiliários, valores necessários para 
contratação de serviços terceiros, entre outros. 
 
A função do Capital Social é garantir o funcionamento de uma empresa durante o período em 
que ela ainda não dá retorno financeiro. 
 
 
 
 
 
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7. TIPOS DE EMPRESA 
 
Considerando o tipo de CNPJ e o porte da empresa, existem diversos tipos de empresas no 
Brasil. Essas empresas irão variar no perfil, no modelo jurídico e no modelo societário: 
 
 
a. Sociedade Limitada 
 
 A abertura de uma empresa como sociedade limitada é a mais utilizada pela maioria dos 
empresários. Sua popularidade é causada não apenas pela simplicidade de constituição, mas 
também pelos mecanismos que ela permite. 
 
Isso se deve a dois motivos: o fato de poder incluir outros sócios através de um Contrato 
Social e ter toda a responsabilidade limitada ao capital social 
da empresa (daí a origem do nome “Limitada”, ou “Ltda.”), ou 
seja, bens pessoais dos sócios não são tomados em 
casos de dívidas empresariais. 
 
O outro motivo da popularidade da Sociedade Limitada é que, 
com o Contrato Social, os sócios têm poder de tomar todo e 
qualquer tipo de decisão que forma uma empresa, como a 
responsabilidade de cada um deles dentro dela, as cotas que 
cada um possui e ainda podem “entrar e sair à vontade”, 
contanto que o Contrato Social seja alterado. 
 
 Além disso, as sociedades limitadas não possuem um prazo 
de duração e os sócios podem sair ou entrar na sociedade 
por meio de alterações de contrato. No contrato social é 
determinado como isso será feito e como os sócios serão remunerados pelas suas quotas. 
 
 Numa sociedade limitada é possível determinar quais sócios serão administradores da 
empresa e com qual freqüência deverá fazer a prestação de contas para os outros sócios. 
Essa é uma grande vantagem, pois as responsabilidades do negócio terão amparo legal no 
contrato social. Ou seja, caso algum sócio tenha alguma atitude dolosa, este arcará com as 
responsabilidades sem punir injustamente os demais sócios. 
 
 
b. Sociedade Simples 
 
A sociedade simples é o tipo de empresa é recomendado para exercer atividades 
intelectuais, como médicos, dentistas, advogados, arquitetos, contadores etc., pois além de 
ser uma empresa de prestação de serviços, é geralmente composta por dois ou mais sócios 
do mesmo ramo cuja finalidade é a mesma para seu negócio. 
 
Dentro da Sociedade Simples, existem ainda duas modalidades: a Sociedade Simples 
Limitada e a Sociedade Simples Pura: 
 
 Simples Pura não conta com separação dos bens pessoais dos sócios com o patrimônio 
da empresa (assim como o Empresário Individual); 
 
 Simples Limitada conta com essa separação e não permite que o patrimônio pessoal dos 
sócios seja tomado (como uma Sociedade Empresária Ltda.). 
 
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c. MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL 
 
 Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como 
pequeno empresário. 
 
 Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 81.000,00 por ano 
e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter apenas um 
empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. 
 
 A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador 
conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado. 
 
 Como qualquer empresa, sendo MEI é possível que a empresa tenha seu número de registro de CNPJ 
e emita nota fiscal pelo serviço prestado/produto vendido. 
 
 O único ponto é que nem todos os tipos de empresas podem optar pelo MEI, pois existem atividades 
que são restritas a esse tipo societário (Vide Portal do Empreendedor) 
 
 O MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, 
PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 40,40 (comércio ou indústria), 
R$ 44,40 (prestação de serviços) ou R$ 45,40 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência 
Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão 
atualizadas anualmente, de acordo com o salário 
mínimo. 
 
 
 
d. EIRELI 
 
 A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
(EIRELI) poderá se enquadrar como Microempresa (ME) 
ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), desde que atenda aos requisitos da Lei Complementar 123, de 
14 de dezembro de 2006. O enquadramento será efetuado mediante declaração para essa finalidade, 
cujo arquivamento deve ser requerido em processo próprio. 
 
 O Departamento Nacional de Registro do Comércio, por meio da Instrução Normativa n° 103, de 30 de 
abril de 2007, disciplinou, para as juntas comerciais, os procedimentos e atos necessários para a 
formalização do enquadramento. 
 
 Para abrir uma EIRELI é necessário investir um capital social relativamente alto, equivalente 
a, pelo menos, 100 salários mínimos vigentes. Pode até parecer um ponto negativo, mas, 
graças a isso, o patrimônio do empreendedor pessoa física é separado da pessoa jurídica. 
 
 Basicamente a EIRELI é uma empresa de um único sócio, ou seja, é uma empresa sob a forma de uma 
sociedade, porém, uma única pessoa detém 100% da empresa. 
 
 Por se tratar de uma sociedade limitada, a EIRELI faz com que a responsabilidade do sócio esteja 
limitada à participação do seu capital social, o que atrai muitos empresários pela segurança aparente 
que ela traz. 
 
 
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e. Empresário Individual 
 
 Assim como a EIRELI, uma Empresa Individual não necessita de sócios. Inclusive, quem 
abre esse tipo de empresa não é sócio dela e, sim, único proprietário, e, por isso, o nome do 
negócio precisa ser o mesmo do seu dono (exceto pelo nome fantasia). 
 
 Por causa disso, o empreendedor de uma EI não pode separar seus bens pessoais da 
empresa, o que significa que seus patrimônios podem ser tomados em caso de dívidas 
empresariais. 
 
 
 
f. Sociedade Anônima 
 
 Uma sociedade anônima é uma das formas mais flexíveis de 
constituição de uma empresa, pois possibilita vários tipos 
operações societárias e de planejamento tributário. 
 
 O principal diferencial da sociedade anônima é que os sócios, 
no caso, chamados de acionistas, não possuem “cadeira fixa” 
na empresa e sim, ações delas, que podem ser transacionadas 
livremente. 
 
 Existem dois tipos de sociedade anônima, as abertas, que 
possuem suas ações negociadas em bolsas de valores, que por 
sua vez, são reguladas por um órgão governamental (aqui no 
Brasil é a CVM), e as fechadas, que obtém seus recursos pelos acionistas e é controlada por eles ou 
terceiros. 
 
 Dessa forma, é possível a entrada de novos sócios numa sociedade anônima, pela venda ou compra 
de ações de outras pessoas que detenham tais direitos, e não é necessário alterar o documento de 
constituição da sociedade, que no caso é o Estatuto. 
 
 Na sociedade anônima os sócios possuem sua responsabilidade limitada ao valor ou porcentagem das 
suas ações. 
 
 Ainda, outra situação muito favorável para uma sociedade anônima é a possibilidade de um 
administrador externo ao quadro de acionistas. Ele deverá ser escolhido em uma reunião de Conselho 
de Administração e eleito pelosvotos dos sócios acionistas. 
 
 A sociedade anônima possui mecanismos bem interessantes para captação de recursos externos, tanto 
pela venda de ações da sua empresa para possíveis investidores ou opções de compra de ações, 
quanto pela venda de títulos de divida ou Debêntures, por exemplo. 
 
 Em contrapartida, qualquer empresa constituída sob a forma de sociedade anônima deve ser tributada 
pelo regime do lucro real, o que faz com que a empresa tenha procedimentos e controles internos 
bastante rígidos e em conformidade com padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores. 
 
 Isso deve ser levado muito em conta no processo de constituição da empresa, pois aumentará bastante 
os custos operacionais. É importante avaliar se as vantagens compensam esses custos. 
 
As S.A são divididas em duas modalidades, capital aberto e capital fechado: 
 Capital aberto vende suas ações na bolsa de valores; 
 Capital fechado não vende ações para o público geral e, sim, para outros sócios já 
envolvidos ou então para “convidados”. 
 
 
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7. Sociedade Limitada Unipessoal 
 
 A Sociedade Limitada Unipessoal é parecida, em alguns pontos, com uma Ltda. “normal”, pois 
também protege o patrimônio pessoal do empreendedor/sócio, porém não há necessidade de 
outros sócios ou de um investimento alto para o capital social (como uma EIRELI). 
 
 Ou seja, a SLU une o melhor de ambos tipos de empresa e, por isso, pode ser uma opção 
excelente e muito prática para quem pretende empreender sozinho. 
 
 
 OUTROS TIPOS DE EMPRESA: 
 Cooperativas 
 Consórios 
 
 
 
8. REGIMES TRIBUTÁRIOS 
 
 
O regime tributário é um dos grandes fatores que definem o valor dos tributos a serem pagos por 
uma empresa. Um eventual equivoco, poderá onerar a cadeia tributária da empresa, e, 
consequentemente, comprometer suas finanças. 
 
Entre todos os tipos de empresa, existem três opções de regimes de tributação: 
 
 
a. Simples Nacional: 
 
 Esse é o regime tributário mais usado pelas pequenas empresas. O motivo disso é 
implesmente porque o Simples Nacional permite que o empreendedor tenha mais facilidade 
na hora de pagar os impostos e evita ter que lidar com toda burocracia, pois é tudo feito de 
forma unificada com uma única guia mensal, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples 
Nacional). 
 
 As empresas que podem se enquadrar no Simples Nacional são os MEIs, as MEs e as EPPs, 
sendo que o limite de faturamento bruto anual é de R$4,8 milhões (o mesmo que das EPPs). 
Se o valor ultrapassar esse limite, a empresa passa a se enquadrar no Lucro Presumido. 
 
 Dependendo do tipo societário, do porte e do faturamento bruto anual da empresa, os 
impostos devidos no Simples Nacional podem incluir: 
 PIS (Programa de Integração Social); 
 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social); 
 IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); 
 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); 
 CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); 
 ISS (Imposto sobre Serviços); 
 IR (Imposto de Renda); 
 INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) patronal (opcional). 
 
 
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2. Lucro Presumido 
 
 Assim como o próprio nome sugere, o Lucro Presumido é a tributação onde, para calcular o 
valor de todos os tributos que deverão ser pagos, a Receita Federal presume o lucro que uma 
empresa teve dentro de seu faturamento bruto anual total. No entanto, o valor inteiro desse 
faturamento não pode ultrapassar R$78 milhões. 
 
 Ou seja, as empresas enquadradas no Lucro Presumido terão seus impostos – que incluem 
o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e o CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro 
Líquido) – calculados pela Receita Federal e o valor que você terá que pagar será baseado 
no lucro de sua empresa. 
 
 
 
3. Lucro Real 
 
 Para as empresas que faturam anualmente mais que R$78 milhões (e, por isso, não se 
enquadram no Lucro Presumido), o regime de tributação do Lucro Real é a opção. Com ele, 
no entanto, o valor dos tributos que devem ser pagos será calculado com base não no lucro, 
mas no faturamento total da empresa, ou seja, baseado no lucro líquido. 
 
 Existem também certas empresas que, dependendo da atividade, deverão obrigatoriamente 
ser enquadradas no Lucro Real, como: 
 empresas que tenham algum tipo de isenção fiscal; 
 empresas que recebem seu capital de fora do Brasil; 
 e todos os tipos de empresas dos setores financeiro e de agronegócio. 
 
 Baseado em informações como tipo societário, porte, regime tributário e faturamento, ficou 
claro ao empreendedor o quão importante é saber quais são os tipos de empresa para abrir 
e qual deles se aplica a cada negócio.

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