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Perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas, de forma parcial ou completa, permanente ou momentânea e esporádica, suficientemente importante a ponto de provocar uma perda de autonomia do indivíduo. Síndrome clínica que envolve um grupo de patologias que determinam a deterioração lenta e progressiva das funções cognitivas ou intelectuais do indivíduo, com prejuízo em suas atividades da vida cotidiana. Refere-se as formas complexas de atividade mental humana, onde primeiramente as informações do mundo externo são recebidas, analisadas e armazenadas através de três funções básicas: atenção, linguagem e memória. Essas capacidades básicas serão integradas e usadas na realização de metas e execução de planos, constituindo desta forma a habilidade intelectual humana. → Atenção; → Memória recente (fixação) e remota (evocação); → Linguagem; → Cálculo; → Percepção; → Funções executivas de desencadeamento/ praxia. → Delirium: quadro agudo e abrupto. O paciente apresenta alteração da função intelectual e grave perturbação da atenção; pode ser acompanhado de alterações visuais e auditivas. → Demência: quadro crônico/ gradual que apresenta repercussão na vida do acometido; → Déficit cognitivo leve: esquecimento relatado e comprovado, porém, sem causar alteração da função instrumental da vida diária, ou seja, o paciente esquece coisas, mas não apresenta prejuízo no cotidiano; → Depressão: testes de triagem alterados juntamente com teste emocional alterado. OBS: em casos de demências associadas à depressão não deve-se utilizar antidepressivos tricíclicos. – Nessa etapa são utilizados os testes de triagem cognitiva: → Mini-mental: constituído de duas partes, uma que abrange orientação, memória e atenção, com pontuação máxima de 21 pontos e, outra que aborda habilidades específicas como nomear e compreender, com pontuação máxima de 9 pontos, totalizando um escore de 30 pontos. Aborda questões referentes à memória recente e registro da memória imediata, orientação temporal e espacial, atenção, cálculo e linguagem. A nota de corte proposta é de 20 pontos para analfabetos; 25 pontos para pessoas com escolaridade de 1-4 anos; 26,5 para indivíduos com escolaridade de 5-8 anos e 28 para aqueles com 9-11 anos de escolaridade. Esse teste da o “diagnóstico” de perda cognitiva, porém, não da o diagnóstico específico. → Teste das 10 figuras; → Lista das 10 palavras do CERAD; → Fluência verbal; → Teste do relógio; → AGA; → Avaliação do humor; → Avaliação da incapacidade comunicativa (auditiva/ visual). – – Cerca de 95% das vezes as demências são causadas por doenças neurodegenerativas, e apenas 5% são demências reversíveis. Demências reversíveis → IRC/ encefalopatia urêmica; → Hipotireoidismo; → Neurossífilis; → Déficit de vitamina B12; → Hidrocefalia de pressão normal; → Hematoma subdural crônico; → Tumores cerebrais; → Infecções do SNC (encefalites – toxoplasmose, neuricriptococose, CMV, herpes, HIV). Demências neurodegenerativas → Doença de Alzheimer; → Demência vascular; → Demência por corpúsculos de Lewy. – Doença de Alzheimer Doença degenerativa primária do SNC que constitui a principal causa de demência humana com grave comprometimento nas atividades diárias. Ocorre de forma progressiva e irreversível. Fatores associados: sexo, alimentação, composição vitamínica, hábitos e vícios, estimulação mental, hormonal, exercícios físicos. Fisiopatogenia Acúmulo de proteína beta-amiloide anômala em forma de placas senis associada à fosforilação da proteína tau (fosfo-tau) com formação de emaranhados neurofibrilares. Com isso, ocorrem alterações nas transmissões sinápticas e degeneração celular neuronal com redução da atividade colinérgica e, na evolução da doença, presença de ação glutamatérgica associada. Diagnóstico → REM: normal ou apresentando alterações involutivas senis acentuadas; → SPECT cerebral: hipocaptação temporal; → Marcadores genéticos; → Marcadores liquóricos. Demência vascular Apresenta alterações na tomografia. Demência mista → Mistura entre doença de Alzheimer e demência vascular; → Geralmente ocorre em indivíduos que tem tendência genética tanto para Alzheimer quanto para demência vascular. Demência por corpúsculos de Lewy O paciente apresenta manifestações extrapiramidais, alterações cognitivas, delírios/ alucinações (parece ter uma mistura de doença de Alzheimer e Parkinson). A diferença da demência de Lewy e a demência de Parkinson é que, no Parkinson, o paciente desenvolve primeiro as manifestações extrapiramidais e depois demora anos para desenvolver alterações cognitivas. O paciente com demência por corpúsculos de Lewy, por sua vez, terá manifestações extrapiramidais e alterações cognitivas ao mesmo tempo, ou com leve diferença de tempo. Demência de Pick (demência fronto-temporal) O paciente apresenta alterações cognitivas leves com grave perturbação comportamental. Pode ser confundido com Alzheimer, porém, nesses casos, o paciente apresenta um esquecimento leve, e as alterações de comportamento são muito mais evidentes. Na demência de Pick o paciente apresenta-se muito sexualizado e histrionizado. Demência de Late Ocorre depósito de proteína TDP43 no cérebro. Essa doença pode explicar o quadro de demência nos pacientes com idade avançada que antes receberam diagnóstico de Alzheimer de início tardio. Demência alcoólica Ocorre quando tem-se a ação lesiva do álcool ou a ação degenerativa crônica por deficiência de tiamina. → TSH; → T4; → Dosagem de vitamina B12; → Dosagem de ácido fólico; → Eletrólitos: sódio, potássio; → Glicemia; → Função renal: ureia e creatinina; → Função/ agressão hepática: albumina, TGO, TGP, bilirrubinas, gama-GT, fosfatase alcalina; → Sorologias: sífilis (VDRL) e HIV; → Tomografia de crânio; Avaliação de cromossomos 7, 14 e 21 (identificam se há a tendência de desenvolver Alzheimer), porém, geralmente não é realizada, uma vez que saber que tem- se a tendência para desenvolver a doença, só traria estresse para o indivíduo. Realiza-se a dosagem da proteína fosfo-tau e beta- amiloide. No Alzheimer tem-se redução da proteína beta- amiloide e aumento da proteína fosfo-tau (a beta-amilóide está diminuída porque ela se deposita no cérebro, e por isso não está no líquor). Capaz de identificar depósitos de proteína beta- amiloide no cérebro. A ressonância é capaz de mostrar a atrofia do hipocampo, sendo um achado sugestivo de Alzheimer. Enquanto a tomografia demonstra apenas a atrofia cerebral, algo que já é natural do envelhecimento. Pode-se diferenciá-las através da clínica e posteriormente elucidar através da tomografia de crânio. → Verificar se o paciente apresenta alguma comorbidade: Em casos de demência vascular, o paciente deve apresentar algum fator de risco cardiovascular (dislipidemia, HAS, DM); A ausência do FR cardiovascular fala contra demência vascular; Além disso, a presença do risco cardiovascular não dá a certeza do diagnóstico, uma vez que o paciente com Alzheimer também pode apresentar FR cardiovascular. → Verificar se o paciente apresenta déficit neurológico focal: É muito comum que pacientes com demência vascular apresentem alguma lesão neurológica; O paciente pode apresentar fraqueza nas pernas, alterações de marcha, AVC prévio. → Verificar a evolução do paciente: A demência vascular geralmente tem evolução abrupta e piora súbita, e possui oscilações mais suaves que no Alzheimer; A evolução do Alzheimer é progressiva e flutuante, ou seja, existem momentos de lucidez e momentos de piora. Além de apresentar a síndrome do crepúsculo (piora dos sintomas ao fim do dia). Consiste no tratamento e controle dos fatores de risco cardiovasculares. Início → Inibidores da enzima acetilcolinesterase: inibem a enzima acetilcolinesterase, que é responsável por degradara acetilcolina. Assim, esse neurotransmissor se acumulará na fenda sináptica e então ocorrerá melhora nos sintomas, uma vez que a acetilcolina é o neurotransmissor “positivo” da memória. Donezepila; Rivastigmina; Galantamina. Doença avançando (inibidor da enzima acetilcolinesterase em dose máxima) → Antagonista dos receptores NMDA: inibe os receptores do glutamato, que é um neurotransmissor inibitório da memória – no processo do Alzheimer, mesmo quando utiliza-se as drogas anticolinesterásicas, tem-se um momento em que a acetilcolina torna-se muito baixa, e então o glutamato torna-se predominante, o que prejudica ainda mais a memória; por isso, utilizam-se as duas classes de medicamentos em associação. Memantina. Outros → TRH; → Vitaminas antioxidantes; → Sem fundamentos clínicos: ginkgo biloba, vasodilatadores (nimodipina, papaverina), vimpocetina, fosfatidilserina; → Terapêutica comportamental. Erroneamente a demência de Late é denominada demência senil ou ainda doença de Alzheimer de início tardio. Trata-se de uma demência ocasionada por depósito de proteína TDP43 no cérebro. Ocorre em pacientes com idade mais avançada.
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