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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ENFERMAGEM 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
MESTRADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
MALLU GABRIELE DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E A 
ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABÁ-MT 
2019 
 
 
MALLU GABRIELE DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E A ENFERMAGEM: REVISÃO 
INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem da UFMT como 
requisito para obtenção do título de Mestre em 
Enfermagem. 
Linha de Pesquisa: Estudos do Cuidado em 
Enfermagem 
Área de Concentração: Enfermagem e o Cuidado 
à Saúde Regional 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Lúcia Rocha Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABÁ-MT 
2019 
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
 
 
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
 
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
G118t Santos, Mallu Gabriele dos.
A Terapia Comunitária Integrativa e a Enfermagem: Revisão Integrativa
De Literatura / Mallu Gabriele dos Santos. -- 2019
75 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientadora: Rosa Lúcia Rocha Ribeiro.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso,
Faculdade de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem,
Cuiabá, 2019.
Inclui bibliografia.
1. Terapia comunitária integrativa. 2. Enfermagem. 3. Revisão
integrativa de literatura.. I. Título.
 
 
MALLU GABRIELE DOS SANTOS 
 
 
 
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E A ENFERMAGEM: REVISÃO 
INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
 
Esta dissertação foi submetida ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para 
obtenção do título de 
Mestre em Enfermagem. 
 
Aprovada na sua versão final em 19 de agosto de 2019, atendendo às normas da legislação 
vigente da UFMT, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, área de concentração 
Enfermagem e o Cuidado à Saúde Regional. 
 
 
 
 
_________________________________________ 
Profª Drª Marília Duarte Valim 
Coordenadora do Programa 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
___________________________________ 
Drª Rosa Lúcia Rocha Ribeiro 
Presidente (Orientadora) – FAEN/UFMT 
 
___________________________________ 
Dr. Vagner Ferreira do Nascimento 
Membro Efetivo Externo – UNEMAT, campus Tangará da Serra/MT 
 
___________________________________ 
Drª Larissa de Almeida Rézio 
Membro Efetivo Interno – FAEN/UFMT 
 
___________________________________ 
Drª Solange Pires Salomé de Souza 
Membro Suplente Interno – FAEN/UFMT 
 
____________________________________ 
Drª Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho 
Membro Suplente Externo – UFCG, campus Cuité/PB 
 
 
 
CUIABÁ-MT 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este estudo, principalmente, a todos(as) os(as) enfermeiros(as) e 
terapeutas comunitários que não desistem de cuidar das pessoas mesmo nas 
condições mais extremas e degradantes de trabalho. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente a Deus, por me dar saúde e a bênção de ter colocado 
tantas pessoas boas na minha vida. 
 
Ao meu primeiro e único amor, Fernando Vieceli Maia, que me apoiou, 
que me ajudou a levantar todas as vezes em que eu caí e que nunca deixou de 
acreditar em meu potencial. 
Aos meus amigos e colaborares em todos os projetos da minha vida 
Bianca Priscilla Dorileo Fermino e Ederson Andrade. 
 
Aos meus pais, Raquel Cristina Rodrigues dos Santos e Sávio Antunes 
dos Santos, pelo incentivo aos estudos e à leitura desde sempre, pelo esforço 
em me manter sempre em boas escolas, por me mimarem com cadernos 
coloridos, lápis de cor e canetinhas, por estarem sempre me apoiando e 
prestando auxílio em todos os momentos. 
 
Agradeço aos meus irmãos Marquisandro Fabrício Rodrigues de 
Freitas e Bernardo Antunes Santos por me ensinarem, na prática, o poder do 
cuidado coletivo e, em especial, ao meu irmão mais velho Maquerlly Cezar 
Rodrigues de Freitas por todos livros que comprou com esforço do seu 
trabalho e com os quais me presenteou com o prazer de ler. 
 
Aos meus avós, por serem exemplos de seres humanos a quem me 
espelhar, por me incentivarem a ser sempre melhor, e também por 
compreenderem todos os momentos em que estive ausente. 
 
Aos meus cães Dana, Kira e Roy, e a minha gata Misha, por todo amor 
incondicional, carinho, ânimo e dedicação em me fazer sorrir mesmo nos dias 
mais difíceis desta trajetória no mestrado. 
 
 
 
À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Rosa Lúcia Rocha Ribeiro, pelo 
cuidado e dedicação prestados não só nos momentos de orientação, mas 
também nas dificuldades pessoais. 
Agradeço por sua paciência e sensibilidade para lidar comigo e por 
respeitar o meu ritmo. Espero que um dia eu possa ajudar alguém da mesma 
forma como ela tem me ajudado. 
 
À professora doutora e terapeuta comunitária Emiliane Santiago, 
coordenadora do Curso de formação em Terapia Comunitária Integrativa 
realizado pelo projeto de extensão “Miscelânea: saúde e cidadania” na UFMT, 
campus Sinop, por me acolher naquele curso e pelas suas contribuições na 
etapa de qualificação do projeto de dissertação. 
 
À professora doutora Solange Pires Salomé de Souza, por suas 
contribuições para a efetivação deste estudo, tanto na qualificação quanto na 
defesa, especialmente por me dizer que sou necessária para a enfermagem. 
 
À professora doutora e terapeuta comunitária Larissa Rézio, por suas 
importantes contribuições nas etapas de qualificação e defesa desta 
dissertação, especialmente no que se refere à discussão sobre a luta da Saúde 
mental no Brasil e por todo o apoio para a conclusão deste trabalho. 
 
 
Aos professores doutores e terapeutas comunitários Vagner Ferreira do 
Nascimento e Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho que, mesmo sem me 
conhecer, prontamente acolheram o nosso convite para contribuir conosco na 
avaliação desta dissertação. 
 
À professora doutora Fabiane Blanco, pela disponibilidade na 
coorientação do projeto em relação à metodologia da revisão integrativa, 
fundamental para a elaboração desta dissertação. 
 
 
 
A todo o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem da UFMT, por contribuir consubstancialmente para minha 
formação como mestra. A todos os membros do Grupo de Pesquisa 
Universidade, Saúde e Cidadania pelos conhecimentos e experiências 
compartilhados. 
 
Aos profissionais do setor administrativo da Faculdade de 
Enfermagem da UFMT, pela disponibilidade e atenção. 
 
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(CAPES) pela concessão da bolsa de estudos, fundamental para a 
concretização do curso de Mestrado. 
 
A todas as pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente, para a 
conclusão desta dissertação, o meu carinho e gratidão. 
Muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A gente sempre escreve para alguém ler. E 
devemos sempre ler o que a gente escreve.” 
Minha Professora de Redação da 8ª série 
Eliézer, 2006. 
 
 
 
SANTOS, Mallu Gabriele. A terapia comunitária integrativa e a enfermagem: revisão 
integrativa de literatura, 2019. Dissertação. (Mestrado em Enfermagem) – Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem. Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Enfermagem, 
Cuiabá, 75 p. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Lúcia Rocha Ribeiro. 
 
RESUMO 
 
Com os movimentos sociais, a Reforma Psiquiátrica e a criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS), houve a consolidação dos direitos dos usuários em sofrimento psíquico. Em 2008, o 
Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas em Saúde Mental, de 
modo a reconhecer a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), criada por Adalberto Barreto, 
como uma dessas práticas. O presente estudoobjetivou reunir e identificar as evidências 
disponíveis na literatura científica sobre a TCI como prática de cuidado de enfermagem. Dessa 
forma, foi produzida uma Revisão Integrativa de Literatura, que seguiu as recomendações 
PRISMA para busca e seleção dos artigos para análise. A abordagem metodológica escolhida 
foi de caráter exploratório e descritivo, de natureza qualitativa. Os dados foram categorizados 
por meio de análise temática, que resultou em cinco eixos temáticos: O que é a Terapia 
Comunitária Integrativa? Quem são os terapeutas comunitários? O método da TCI (passo a 
passo); A Enfermagem e a TCI; As contribuições da TCI para os envolvidos. Os resultados 
apontam que a TCI se constitui como um espaço de acolhida e escuta, que proporciona aos 
envolvidos melhorias como o aumento da autoestima, o autoconhecimento e a superação de 
problemas cotidianos. Na Atenção Básica, demonstrou ser uma importante ferramenta de 
aproximação dos profissionais de saúde com os usuários, possibilitando e fortalecendo as ações 
de promoção e prevenção da saúde mental (SM). Os enfermeiros mostraram significativa 
participação na formação de terapeutas comunitários e na implementação da TCI como cuidado 
em SM nos diversos níveis de atendimento, com variados públicos. Demonstrou-se também 
que a enfermagem detém a maior quantidade de publicações científicas na área. Conclui-se que 
a TCI é uma tecnologia de cuidado leve-dura, contrariando a maioria dos estudos que a 
classificam como tecnologia leve sem levar em consideração as definições de tecnologia em 
cuidado de Merhy; e que está em consonância com as diretrizes do SUS e das políticas de 
práticas integrativas. Caracteriza-se como uma ação de cuidado que promove mudanças na 
qualidade da assistência em saúde, no fortalecimento das comunidades, e na recuperação das 
pessoas em sofrimento psíquico. No entanto, atualmente há uma tendência de 
remanicomialização do cuidado em saúde mental no Brasil. A Nota Técnica nº 11/2019, que 
traz esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes 
da Política Nacional sobre Drogas, ameaça os direitos conquistados, uma vez que traze de volta 
os Hospitais Psiquiátricos e a internação compulsória, sendo, assim, contrária às tendências 
mundiais em cuidado na SM e aos princípios norteadores e organizacionais do SUS. A 
enfermagem, que foi evidenciada como uma categoria fortalecedora das práticas integrativas 
no cuidado, não deve omitir-se diante desse retrocesso e se organizar para a luta em defesa dos 
direitos conquistados pelo povo brasileiro. 
 
Palavras-chave: Terapia comunitária integrativa; Enfermagem; Revisão integrativa de 
literatura. 
 
 
 
 
SANTOS, Mallu Gabriele. Integrative Community Therapy and Nursing: integrative 
literature review, 2019. Dissertation. (Nursing Master Degree) – Post-Graduation Program in 
Nursin, Federal University of Mato Grosso, Nursing College, Cuiabá, 75 p. Advisor: Prof.ª Dr.ª 
Rosa Lúcia Rocha Ribeiro. 
 
ABSTRACT 
 
With social movements, the Psychiatric Reform, and the creation of the Unified Health System 
(UHS), there was the consolidation of the rights of users in psychological distress. In 2008 the 
Ministry of Health instituted the National Policy for Integrative Practices in Mental Health, 
recognizing Integrative Community Therapy (ICT), created by Adalberto Barreto, as one such 
practice. The present study aimed to gather and identify the evidence available in the scientific 
literature about ICT as a nursing care practice, thus producing an Integrative Literature Review, 
which followed the PRISMA recommendations for research and selection of articles for 
analysis. The methodological approach chosen was exploratory and descriptive, by qualitative 
research. The study were categorized through thematic analysis, resulting in five thematic axes: 
What is Integrative Community Therapy?; Who are the community therapists? The TCI method 
(step by step); Nursing and ICT; TCI's contributions to those involved. The results indicate that 
the ICT constitutes a space of welcome and listening, which provides the involved 
improvements such as increased self-esteem, self-knowledge, and overcoming daily problems. 
In Primary Care it has proved to be an important tool for bringing health professionals closer 
to users, enabling and strengthening actions for the promotion and prevention of mental health 
(MH). Nurses showed significant participation in the training of community therapists, and in 
the implementation of ICT as care in MH at different levels of care, with varied public. It has 
also been shown that nursing has the most number of scientific publications in the area. It is 
concluded that ICT is a light-weight care technology, contrary to most studies that classify it as 
a light technology without considering Merhy's definitions of care technology; and that is in 
line with SUS guidelines and integrative practices policies. It is characterized as a care action 
that promotes changes in the quality of health care, the strengthening of communities, and the 
recovery of people in psychological distress. However, currently there is a tendency to get back 
mental health care asylum in Brazil. The Technical Note 11/2019, which provides clarification 
on changes in the National Mental Health Policy and the National Drug Policy Guidelines, 
threatens the rights gained as they bring back Psychiatric Hospitals and compulsory 
hospitalization, thus contrary to the global trends in care in MH and the guiding and 
organizational principles of UHS. Nursing, which has been evidenced as a strengthening 
category of integrative care practices, should not omit from this setback and organize itself for 
the struggle in defense of the rights conquered by the Brazilian people. 
 
 
Keywords: Integrative Community Therapy; Nursing; integrative literature review. 
 
 
 
SANTOS, Mallu Gabriele. A Terapia Comunitaria Integrativa e la enfermería: revisión 
integrativa de literatura, 2019. Disertación. (Maestría em Enfermería) – Programa de Pos-
Graduación en Enfermería. Universidad Federal de Mato Grosso, Faculdad de Enfermería, 
Cuiabá, 75 p. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Lúcia Rocha Ribeiro. 
 
RESUMEN 
 
Con los movimientos sociales, la reforma psiquiátrica y la creación del Sistema Único de Salud 
(SUS), se consolidaron los derechos de los usuarios en apuros psicológicos. En 2008, el 
Ministerio de Salud instituyó la Política Nacional de Prácticas Integrativas en Salud Mental, 
reconociendo la Terapia Comunitaria Integrativa (TCI), creada por Adalberto Barreto, como 
una de esas prácticas. El objetivo del presente estudio fue reunir y identificar las evidencias 
disponibles en la literatura científica sobre la TCI como una práctica de atención de enfermería, 
y así producir una Revisión de Literatura Integrativa, que siguió las recomendaciones de 
PRISMA para la búsqueda y selección de artículos para su análisis. El enfoque metodologico 
elegido fue exploratorio y descriptivo, de naturaleza cualitativa. Los datos se categorizaron a 
través del análisis temático, lo que dio como resultado cinco ejes temáticos: ¿Qué es la Terapia 
Comunitaria Integrativa? ¿Quiénes son los terapeutas comunitarios? El método TCI (paso a 
paso); Enfermería y TCI; Contribuciones de TCI a los involucrados. Los resultados indican que 
la TCI constituy un espacio de bienvenida y escucha, que proporciona las mejoras involucradas, 
como un aumento de la autoestima, el autoconocimiento y la superación de los problemas 
diarios. En Atención Primaria, ha demostrado ser una herramienta importante para acercar los 
profesionales de la salud a los usuarios, permitiendo y fortaleciendo acciones para la promoción 
y prevención de la salud mental (SM). Las enfermeras mostraron una participación significativa 
en la capacitación de terapeutas comunitarios y en la implementaciónde la TCI como atención 
en la SM en diferentes niveles de atención, con variado público. También se ha demostrado que 
la enfermería tiene el mayor número de publicaciones científicas en el área. Se concluye que la 
TCI es una tecnología de atención levis-dura, contrariamente a la mayoría de los estudios que 
la clasifican como tecnología de levis sin tener en cuenta las definiciones de tecnología de 
atención de Merhy; y eso está en línea con las directrices del SUS y las políticas de prácticas 
integradoras. Se caracteriza por ser una acción de atención que promueve cambios en la calidad 
de la atención médica, el fortalecimiento de las comunidades y la recuperación de las personas 
con dificultades psicológicas. Sin embargo, actualmente existe una tendencia hacia la 
remanicomialización de la atención de salud mental en Brasil. La Nota Técnica No. 11/2019, 
que proporciona aclaraciones sobre los cambios en la Política Nacional de Salud Mental y las 
Pautas Nacionales de Políticas de Drogas, amenaza los derechos adquiridos a medida que 
recuperan los hospitales psiquiátricos y la hospitalización obligatoria, por lo tanto, 
contrariamente a las tendencias globales en la atención en EM y los principios de guía y 
organización del SUS. La enfermería, que se ha evidenciado como una categoría de 
fortalecimiento de las prácticas de atención integral, no debe omitir este contratiempo y 
organizarse para la lucha en defensa de los derechos conquistados por el pueblo brasileño. 
 
Palabras clave: Terapia Comunitaria Integrativa; Enfermería; Revisión integrativa de 
literatura. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 Fluxograma 01............................................................................ 40 
Figura 02 Fluxograma 02............................................................................ 41 
Gráfico 01 Artigos sobre a TCI como cuidado de enfermagem por ano...... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS E TABELAS 
 
Quadro 01 Estratégias de busca dos artigos nas bases de dados selecionadas................... 38 
Tabela 01 Caracterização dos artigos segundo local do estudo, área de conhecimento, 
abordagem metodológica e período publicado ................................................. 42 
Quadro 02 Palavras-chave mais utilizadas pelos autores dos estudos conforme idioma .... 44 
Tabela 02 Síntese dos artigos selecionados...................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
AB – Atenção Básica 
ACS – Agente Comunitário de Saúde 
BDENF - Banco de Dados da Enfermagem 
CAFe – Comunidade Acadêmica Federada 
CAPS - Centros de Atenção Psicossocial 
CNS – Conferência Nacional de Saúde 
CNSM – Conferência Nacional de Saúde Mental 
DeCS - Descritores em Ciências da Saúde 
ESF – Estratégia Saúde da Família 
FAEN – Faculdade de Enfermagem 
FAMED/UFC - Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do 
Ceará 
GPESC – Grupo de Pesquisa Enfermagem, Saúde e Cidadania 
HG- Hospital Geral 
HFTG - Horto Florestal Tote Garcia 
HUJM - Hospital Universitário Júlio Muller 
LATINDEX - Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América 
Latina, el Caribe, España y Portugal 
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
MA – Meta-análises 
MISC - Movimento Integrado de Saúde Comunitária 
MISMEC-CE - Movimento Integrado de Saúde Mental Comunitária – Ceará 
MS – Ministério da Saúde 
MeSH - Medical Subject Headings 
MT – Mato Grosso 
MTSM - Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental 
NAPS - Núcleos de Atenção Psicossocial 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
PBE – Práticas Baseadas em Evidências 
PBPD – Plataforma Brasileira de Política de Drogas 
 
 
PNPIC - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares 
PNSM - Política Nacional de Saúde Mental 
PPGENF – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem 
PRAE - Programa de Assistência Estudantil 
PRISMA - Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises 
PSF – Programa de Saúde da Família 
PUBMED - ScienceDirect e US National Library of Medicine 
QUORUM - Qualidade dos Relatos de Meta-análises 
RAPS - Rede de Ação Política Psicossocial 
RI – Revisão Integrativa 
RP – Reforma Psiquiátrica 
RS – Revisão Sistemática 
SES-MT - Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) 
SUS – Sistema Único de Saúde 
TCI – Terapia Comunitária Integrativa 
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande 
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso 
UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso 
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo 
URPICS - Unidade de Referência de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 17 
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................................... 19 
1.1. A reforma psiquiátrica brasileira: histórico ........................................................ 20 
1.2. O cenário atual da Política Nacional de Saúde Mental ...................................... 25 
1.3. A Terapia comunitária integrativa ...................................................................... 26 
1.4. A aproximação do GPESC com a TCI ............................................................... 27 
1.5. Enfermagem e cuidado em saúde baseado em evidência ................................... 29 
1.6. A revisão integrativa como uma estratégia de pesquisa útil à prática de 
enfermagem ..................................................................................................................... 32 
2. OBJETIVO .................................................................................................................... 35 
2.1. Objetivos específicos .......................................................................................... 35 
3. PERCURSO METODOLOGICO ............................................................................... 36 
4. RESULTADOS .............................................................................................................. 42 
5. DISCUSSÃO .................................................................................................................. 50 
5.1. O que é a Terapia Comunitária Integrativa ........................................................ 51 
5.2. Quem são os terapeutas comunitários ................................................................ 54 
5.3. O método da TCI (passo a passo) ....................................................................... 54 
5.4. A enfermagem e a TCI ....................................................................................... 56 
5.5. As contribuições da TCI para os envolvidos ...................................................... 58 
6. CONSIDERAÇÕE FINAIS ......................................................................................... 60 
REFERÊNCIAS QUE COMPÕEM A REVISÃO INTEGRATIVA ................................ 62 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 65 
ANEXOS ................................................................................................................................. 73 
ANEXO A ....................................................................................................................... 73 
ANEXO B ....................................................................................................................... 75 
 
17 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Há 13 anos, no dia 18 de julho de 2006, nascia o meu irmão mais novo: Bernardo; a 
quem eu carinhosamente chamo de Bê. A primeira vez que o vi, foiem uma enfermaria do 
Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital e Maternidade da Santa Casa de Misericórdia em 
Rondonópolis-MT. Nessa enfermaria, meu pai não pôde acompanhar minha mãe, devido às 
normas do estabelecimento, por se tratar de uma enfermaria feminina. Naquele dia, tive o meu 
primeiro contato com meu pequeno Bê e com as usuárias dos SUS, que estavam sem 
acompanhante e aproveitaram minha presença para pedir auxílio com os cuidados de higiene 
pessoal e com os respectivos recém-nascidos. Foi nesse momento que eu entendi a importância 
de ser ter alguém para cuidar de você, mesmo estando dentro de um hospital. 
Naquela época da minha vida, eu ainda não refletia sobre os profissionais que atuavam 
em uma unidade de saúde, provavelmente eu nem sabia elencar as profissões atuantes no 
processo de saúde e doença. Mas a partir daquele 18 de julho, apaixonei-me pelo cuidado às 
pessoas. Eu sempre gostei de cuidar, cuidava das bonecas, cuidava dos inúmeros cães que tive 
na minha infância (graças a bondade infinita da minha mãe com os animais), cuidava da 
organização do meu quarto e, por fim, tive a oportunidade de cuidar de um bebê de verdade. 
Não foi uma tarefa fácil, mas vê-lo crescer e se desenvolver bem ali, tão pertinho dos meus 
olhos, tão saudável e feliz me fez perceber que até mesmo as pessoas saudáveis precisam de 
cuidado, e essa era a contribuição que eu estava disposta a oferecer para o mundo. 
Por isso, logo que terminei o Ensino Médio, ingressei na Universidade Federal de Mato 
Grosso (UFMT), no campus da cidade onde moro (Rondonópolis), no curso de Enfermagem. 
Porém, nos primeiros anos de faculdade, não me sentia feliz, eu queria ter a experiência de 
estudar fora de casa. Assim, consegui, por meio de um processo seletivo específico, migrar para 
o campus da capital (Cuiabá) da mesma universidade, no mesmo curso, no qual me formei 
como enfermeira no ano de 2015. 
Durante a graduação, demorei a encontrar o meu lugar dentro da enfermagem, mas 
encontrei nas minhas professoras e enfermeiras um modelo, um exemplo de profissional em 
quem me inspirar. Descobri que, além de cuidar, eu queria ensinar a cuidar. Então, logo no ano 
seguinte à minha formatura, ingressei no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem 
(PPGENF) - Mestrado, da UFMT, e conheci de perto a rosa mais doce, delicada, e resistente 
que eu já vi: minha orientadora Rosa Lúcia Rocha Ribeiro. 
18 
 
Infelizmente minha trajetória dentro do mestrado não foi o tempo inteiro um jardim 
florido. Devido aos meus problemas pessoais, adoeci e, muitas vezes, deixei de regar as minhas 
amizades e os meus deveres com a Rosa mais importante desse jardim. Mas como um bom 
jardineiro que não se abala com as folhas secas que caem, minha orientadora nunca desistiu de 
mim e, nesse processo de adoecimento e autoconhecimento, ela me apresentou a Terapia 
Comunitária Integrativa (TCI) como uma estratégia de resiliência para meu sofrimento e como 
um método científico de múltiplas possibilidades. 
Em 2016, participei do curso de Formação de Terapeutas para a TCI, na UFMT, no 
campus de Sinop, por meio do projeto de extensão Miscelânea: saúde e cidadania, do curso de 
Enfermagem de Sinop, com o apoio do Programa de Assistência Estudantil (PRAE) da mesma 
universidade. 
Assim, me tornei, além de enfermeira, aspirante a docente, mestranda, uma terapeuta 
em formação, alguém que acredita novamente na capacidade de fazer o bem das pessoas, que 
acredita no poder da escuta ativa, no empoderamento dos sujeitos; alguém que ainda tem muito 
a contribuir com a TCI e com a população em geral. 
Considerando as limitações que tive em decorrência de meu adoecimento, decidi, junto 
com minha orientadora, investir no estudo da TCI, especificamente na busca das evidências 
científicas disponíveis na literatura, que a indiquem como uma prática de cuidado de 
enfermagem. O investimento nesse estudo, além de demonstrar a relevância da TCI enquanto 
uma possibilidade de cuidado para a prática de enfermagem, também me tem feito refletir sobre 
a sua potência para o enfrentamento das diversas situações de crise a que todos nós estamos 
sujeitos. Minha gratidão a todos que participaram comigo na definição desse projeto e que me 
possibilitaram retomar a minha confiança de que sou necessária para a Enfermagem. 
 
“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena 
Acreditar no sonho que se tem 
Ou que seus planos nunca vão dar certo 
Ou que você nunca vai ser alguém (...) 
Mas eu sei que um dia a gente aprende 
Se você quiser alguém em quem confiar 
Confie em si mesmo (...) 
Quem acredita sempre alcança (RUSSO, 1987)” 
 
19 
 
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA 
 
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é definida pelo seu criador, o psiquiatra 
Adalberto Barreto, como “um espaço comunitário onde se procura partilhar experiências de 
vida e sabedorias de forma horizontal e circular” (BARRETO, 2010, p. 38). Realizada em forma 
de roda de conversa, a TCI é conduzida por terapeutas comunitários formados e capacitados em 
sua metodologia que é bem definida e estruturada, de modo a se constituir num espaço de 
cuidado coletivo, de promoção da saúde mental, fomentador de cidadania e de construção de 
redes solidárias, onde “cada um torna-se terapeuta de si mesmo, a partir da escuta das histórias 
de vida que são ali relatadas. Todos os participantes “tornam-se corresponsáveis na busca de 
soluções e superação dos desafios do cotidiano, em um ambiente acolhedor e caloroso” 
(BARRETO, 2010, p.38). 
A TCI foi criada a partir de 1997, no Ceará, e atualmente está presente em todo o Brasil 
e também no exterior. Hoje a TCI é reconhecida pelo Ministério da Saúde como uma das 
Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e, ao longo desse tempo, muitas 
enfermeiras e enfermeiros foram formados como terapeutas comunitários, repercutindo na área 
da Enfermagem, tanto na assistência quanto no ensino e na pesquisa. 
Temos a percepção de que a TCI tem uma importante presença na Enfermagem no Brasil 
e, também, em nosso meio mais próximo, uma vez que o grupo de pesquisa ao qual nos 
vinculamos – Grupo de Pesquisa Enfermagem, Saúde e Cidadania / GPESC – é pioneiro no 
estado de Mato Grosso na formação em TCI e, especificamente, na sua aplicação como um 
cuidado de enfermagem, bem como na produção de conhecimento sobre essa prática no estado 
com dissertações de mestrado produzidas no âmbito do Programa de Pós-graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (BUZELI, 2012; MELO, 2013; 
LUCIETTO, 2014; FIGUEIRÓ, 2016). Em nossa vivência no GPESC, também tivemos a 
oportunidade de estar em contato com pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba e identificarmos o seu forte investimento em 
produções sobre a TCI naquele estado. 
Essa percepção inicial nos instigou a conhecer mais sobre a TCI e a Enfermagem, sobre 
o que a Enfermagem tem produzido sobre a TCI e sobre a sua utilização para o cuidado de 
enfermagem. Especificamente, chegamos à seguinte pergunta: Quais são as evidências 
disponíveis na literatura sobre a terapia comunitária integrativa como prática de cuidado da 
enfermagem? 
20 
 
Prado et al (2011) afirmam que um dos principais desafios colocados para a produção 
do conhecimento em Enfermagem, especificamente para a Pós-graduação stricto sensu, é que 
tais produções, sejam elas produtos ou processos, coloquem-se para além de desenvolvimento 
pessoal e institucional. O ideal é que sejam colocadas em benefício da sociedade e que tenham 
repercussões diretas na qualidade do cuidado e do ensino em Enfermagem. 
A revisão integrativa é um método que tem cumprido esse papel de auxiliar na 
disponibilização das melhores evidências científicas de determinado tema, na medida em que 
busca proporcionar a síntese de conhecimento produzido, de forma a facilitar a incorporação da 
aplicabilidade deresultados de estudos significativos na prática (MENDES; SILVEIRA; 
GALVÃO, 2008). 
Como já mencionado na apresentação, nesta dissertação buscamos investir no estudo da 
Terapia Comunitária Integrativa (TCI), especificamente na busca das evidências científicas 
disponíveis na literatura que a indiquem como uma prática de cuidado de enfermagem. Para 
tanto, consideramos importante introduzir esta investigação abordando os principais elementos 
conceituais que ajudam a compreender a TCI como um importante cuidado à saúde mental e 
sua potência para a Enfermagem. Assim, discorremos inicialmente sobre a trajetória histórica 
da saúde mental no Brasil, sobre a Enfermagem e o cuidado em saúde baseado em evidências 
e, por fim, sobre a revisão integrativa como uma estratégia de pesquisa útil à prática de 
enfermagem. 
 
1.1. A reforma psiquiátrica brasileira: histórico 
 
Na Europa da Idade Média, o hospital (que, em latim, significa hospedagem, 
hospedaria) possuía a finalidade de oferecer abrigo, orientação religiosa e alimentação àqueles 
que necessitavam e, ao longo de um extenso processo, tornaram-se instituições médicas. No 
Século 17, surgia o modelo de Hospital Geral (HG), que passava a ter função social e política 
(já que as internações, em geral, eram dadas pela autoridade real ou judiciária). Pouco mais 
tarde, a partir da Revolução Francesa, esse cenário se modificou (AMARANTE, 2007). 
No âmbito onde o Iluminismo guiava as correntes ideológicas (culto à razão) e o 
fortalecimento do mercantilismo, aqueles que não seguiam as tarefas e deveres cidadãs eram 
considerados irresponsáveis ou incapazes de trabalhar. Assim, deveriam ser encaminhados à 
tutela da psiquiatria, que justificava o isolamento social como uma proposta de cura 
(TORRENTÉ; NUNES, 2017). 
21 
 
No século 18, Philippe Pinel, conhecido como pai da psiquiatria, propôs o “tratamento 
moral”, que consistia em uma relação humanitária entre paciente e cuidadores, por meio de um 
bom tratamento mútuo, porém firme (CHAVES, 2019). Pinel inicia, então, o modelo de 
Hospital Psiquiátrico Manicomial, que também tinha como passo importante do tratamento o 
isolamento. Esse modelo, violava o direito à liberdade e à vida digna e, frequentemente, era 
composto por ambientes superlotados. Seguindo tais princípios e estratégias, vários hospitais 
psiquiátricos foram criados em diferentes países (SILVA; COHN, 2018). 
No cenário nacional brasileiro, em 1830, uma nova expressão de ordem ecoava pela 
recém-criada Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro: “aos loucos o hospício”. 
Esse movimento culminou, mais tarde, na ordem dada pelo imperador D. Pedro II, pela criação 
do Hospício de Alienados Pedro II, inaugurado em 1852, tornando-se marco institucional do 
nascimento da psiquiatria brasileira. Dava-se início, assim, à política oficial de tutela e de 
segregação das pessoas consideradas doentes mentais (YASUI, 2008). 
Depois de duas Guerras Mundiais, a sociedade europeia passa a ter pensamentos mais 
humanistas, principalmente devido às descobertas das condições de vida daqueles que se 
encontravam internados em hospitais psiquiátricos que se aproximavam aos de campos de 
concentração. Essa sociedade passou a sentir a necessidade da redefinição de novas formas de 
assistência em saúde mental (SILVA; COHN, 2018). 
Consequentemente, surgiram movimentos inovadores na psiquiatria em países 
diretamente afetados pelas Guerras Mundiais: França (Psiquiatria de Setor); Inglaterra 
(Comunidades Terapêuticas); e Estados Unidos da América (Psiquiatria Preventiva). Esses 
movimentos propunham reestruturar conceitos técnico-científicos e administrativos no cuidar, 
porém, sem a total desinstitucionalização (como propunha o modelo italiano); (OLIVEIRA; 
GUIMARÃES; ALESSI, 2005). 
No final da década de 1960, na Itália, Franco Basaglia criou o movimento psiquiatria 
democrática, movimento antimanicomial e pró revisão jurídico-normativa, com o intuito de 
devolver as condições de cidadão ao doente mental (YASUI, 2011). 
Esses movimentos, no âmbito mundial, ocorreram em diferentes momentos na história 
de cada nação, porém, sempre vindo ao encontro de um ponto comum: movimentos políticos e 
sociais associados a uma corroboração legal (ANDRADE; MALUF, 2017). 
No Brasil, em 1963, ocorre a 3º Conferência Nacional de Saúde (CNS), ocasião na qual 
fica evidenciado o problema político, administrativo e geográfico na saúde, que deixa grande 
parcela da população desassistida. Como solução, é vista a necessária expansão (geográfica e 
administrativa) da cobertura assistencial e de uma rede básica (de atenção mínima e baixo 
22 
 
custo), por meio de uma organização que melhor dispunha sobre o espaço territorial. Porém, no 
ano seguinte, dá-se o início da ditadura militar brasileira, cuja política de saúde era a compra 
de leitos em hospitais privados (ZAMBENEDETTI; SILVA, 2008). 
A psiquiatria brasileira vivenciava, naquele momento, uma prática de um modelo 
privatizante que entrava em falência, associada à aguda crise econômica; aos maus tratos aos 
internados; e à governança por meio de uma ditadura militar, o que levou a sociedade a buscar, 
nas vias democráticas, espaços para reinvindicações, inspirados nos movimentos 
internacionais, (OLIVEIRA; GUIMARÃES; ALESSI, 2005). 
Desde o início da década de 1970, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconizou 
o aumento da participação das comunidades e descentralização dos serviços de saúde mental 
(MIRANDA; OLIVEIRA; SANTOS, 2014). Nesse período, as classes populares no Brasil 
reivindicavam mudanças na assistência psiquiátrica por meio de movimentos sociais, com 
críticas aos hospitais psiquiátricos, ao mesmo tempo em que se iniciava o processo de 
democratização do país (ANDRADE; MALUF, 2017). 
Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), nessa mesma década (1970), a luta 
e os consequentes movimentos em defesa dos pacientes psiquiátricos ganhavam força no país. 
As crueldades e as mortes em manicômios e instituições que tratavam as pessoas em sofrimento 
psíquico ganhavam visibilidade pelo Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) 
em 1978, formado não somente por trabalhadores da área, mas também por familiares, membros 
de sindicatos e até por pessoas que passaram por longos anos de internação (BRASIL, 2013). 
Diversas discussões sobre o tema foram levantadas em eventos naquele período, que 
resultaram em documentos como a Declaração de Alma Ata, de 1978, e a Carta de Ottawa, de 
1986, que propunham novas diretrizes para saúde (FRATESCHI; CARDOSO, 2014). 
É nesse contexto histórico que surge a Reforma Sanitária, formada por reformas parciais 
nos âmbitos: político, social, de saúde, administrativo e financeiro. Ela pode ser entendida como 
um movimento pela democratização da saúde. Com a saída do regime civil-militar (no ano de 
1985), a sociedade civil organizada passa a clamar pela transformação das práticas e diretrizes 
dos serviços de saúde nacionais (AZEVEDO; FERREIRA-FILHA, 2012). 
Durante a VIII CNS (1986), realizou-se a I Conferência Nacional de Saúde Mental 
(CNSM) dando início ao que mais tarde seria a Reforma Psiquiátrica (RP) no Brasil 
(AZEVEDO; FERREIRA-FILHA, 2012). 
Um marco importante foi o projeto de lei, no ano de 1988, do deputado Paulo Delgado 
(do Partido dos Trabalhadores - Minas Gerais), que propôs a regulamentação dos direitos das 
23 
 
pessoas com transtornos mentais e o começo da extinção dos manicômios no país, de modo a 
sinalizar, assim, o início da RP no legislativo e normativo (BRASIL, 2005). 
No decorrer das discussões na década de 1990, por força do Movimento Antimanicomial 
e da Declaração de Caracas, governantes passaram discutir as políticas ligadas à saúde mental 
com maior intensidade (AZEVEDO; FERREIRA-FILHA, 2012). 
A partir da criação da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei 
nº 8.080/90), ocorre a criação do SUSno Brasil, que garante a todos os brasileiros e estrangeiros 
que se encontrem no país o atendimento à saúde de forma universal, integral e com equidade 
(BRASIL, 1990). 
Esses três princípios doutrinários do SUS norteiam até os dias de hoje o atendimento e 
as políticas públicas de saúde no Brasil. A universalidade diz respeito a atender todas as 
necessidades de saúde/doença/recuperação de todas as pessoas no território brasileiro 
independente de idade, cor, classe social ou religião, etc. de forma gratuita, direta ou 
indiretamente (BRASIL, 1990; WINTERS; PRADO; HEIDEMANN, 2016). 
A integralidade trata de nortear as políticas públicas e o atendimento em saúde de forma 
holística, indo em direção contrária ao modelo biomédico, hospitalocêntrico e mecanicista de 
atendimento, uma vez que agora se passa a entender o sujeito como um todo, em seus aspectos 
biopsicossocioespirituais (HADDAD et al., 2010; BRASIL, 1990; WINTERS; PRADO; 
HEIDEMANN, 2016). 
Ao buscar o significado de equidade, destaca-se o conceito de senso de justiça; aquele 
que manifesta um julgamento justo (AURÉLIO, 2013). E como princípio doutrinário do SUS, 
ela se manifesta à medida que busca atender a cada um dos seus usuários de acordo com a 
necessidade ocorrente. Trata os diferentes sujeitos de forma justa ao que é necessitado num 
dado momento, seja de adoecimento, recuperação, manutenção ou prevenção da saúde 
(BRASIL, 1990). 
Com a criação do SUS e seus princípios doutrinários, a força dos movimentos sociais 
inspirados pelo Projeto de Lei de Paulo Delgado, a assinatura do Brasil na Declaração de 
Caracas e a II CNSM, passam a vigorar as primeiras normas federais de regulamentação e 
implementação de serviços de atenção diária à pessoa em sofrimento mental. Dessa forma, 
passa-se a investir, em nível federal, estadual e municipal, em ações, redes e estruturas que 
permitam a desinstitucionalização das pessoas, acompanhamento do sofrimento psíquico de 
forma contínua, no nível primário de atenção à saúde (não só hospitalar como antes), as de 
acolhimento e cuidado do sofrimento coletivo nas comunidades a fim de prevenir os 
agravamentos de saúde (depressão, ansiedade, estresse, etc); (BRASIL, 2013). 
24 
 
Criado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS), o Programa de Saúde da Família (PSF) 
foi a principal modalidade de atuação da Atenção Primária de Saúde. Depois passou a ser 
denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), tendo em vista a reorganização do modelo 
assistencial por considerar o atendimento psicossocial continuo às famílias (FRATESCHI; 
CARDOSO, 2014). 
O conceito de desinstitucionalização defendido pela RP exigia um deslocamento das 
práticas de cuidado em saúde mental para a comunidade, com a construção e implementação 
de novas formas de cuidado (LANCETTI; AMARANTE, 2006). 
A RP no Brasil, que acompanhada da RS, foi reforçada pelas portarias 189/1991 e 
224/1992 (MOURA; SILVA, 2015) e, após 12 anos tramitando no Congresso Nacional, o 
projeto de lei de Paulo Delgado foi aprovado, por meio da lei 10.2016/2001, resultante de 
embates entre setores diversos e divergentes (ANDRADE; MALUF, 2017). 
Em consequência, criou-se a Política Nacional de Saúde Mental (PNSM), modelo 
inovador por buscar o estabelecimento do vínculo e acolhimento, envolvendo profissionais da 
saúde, usuário e familiares (AZEVEDO; FERREIRA-FILHA, 2012). Nela, voltava-se a 
atenção à saúde mental um modelo aberto comunitário, com ações em redes de cuidados de 
atuação transversal (SZESNIOSKI et al., 2015), implantando os: Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS); Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS); e hospitais-dia. Extinguindo 
progressivamente os manicômios (AZEVEDO; FERREIRA-FILHA, 2012), para alcançar o 
objetivo dos movimentos sociais protagonizado por trabalhadores/as, familiares, usuários/as, 
políticos/as, artistas que, desde 1970, buscavam redirecionar a assistência psiquiátrica no país 
(ANDRADE; MALUF, 2017). 
O sujeito em sofrimento psíquico passa a ser visto em sua totalidade (PAES et al., 2013). 
Ele conquista as liberdades contra todas as formas de violências e passa a garantir a cidadania 
e os direitos daqueles que agora eram denominados “portadores/as de transtornos mentais” 
(AMARANTE; TORRE, 2017). 
De caráter inclusivo e reabilitador, as políticas em saúde mental buscam formar uma 
rede de apoio social para os indivíduos em suas relações familiares e na comunidade 
(MARTINS et al., 2015). A literatura aponta que a resolução do cuidado não está na 
estabilização de sintomas ou no enfrentamento das crises, mas na resolução de demanda pessoal 
ou comunitária dos usuários (BEZERRA et al., 2014). Portanto, para BEZERRA et al. (2014, 
p 66) “[...] um serviço resolutivo deverá estar apto a enfrentar, conviver, ou resolver o problema, 
até o limite de sua atuação [...]”. 
25 
 
Dessa forma, uma das principais recomendações do relatório da OMS, sobre a 
integração da saúde mental na Atenção Primária, é a formação de trabalhadores desse nível de 
atenção, com o intuito de melhorar a capacidade das equipes na identificação e no 
acompanhamento diário de pessoas com transtornos mentais (BEZERRA et al., 2014). 
 
1.2. O cenário atual da Política Nacional de Saúde Mental 
 
A despeito de todos os avanços alcançados pelo SUS desde a sua criação, vivemos 
atualmente um cenário preocupante em decorrência do subfinanciamento público imposto nos 
últimos anos, como vários autores têm refletido, dentre os quais Magno e Paim (2015) e Castro 
et al. (2019). 
Analisando a conjuntura e as políticas de saúde no Brasil no período de junho/2013 a 
março/2015, Magno e Paim (2015) já alertavam que a Reforma Sanitária e o SUS não haviam 
prevalecido no debate eleitoral das campanhas à presidência, uma vez que predominava a 
influência do setor privado. Também analisavam que as aprovações de leis recentes no 
Congresso Nacional e as mudanças na política econômica e prioridades governamentais 
sugeriam desmonte das conquistas sociais; e apontavam a necessidade de rearticulação da 
sociedade civil em defesa do direito universal à saúde (MAGNO; PAIM, 2015). 
No ano de 2016, ocorreu o impedimento da presidente da República, Dilma Roussef 
(num processo questionável e que tem sido mencionado como um golpe de Estado), com a 
intensificação da agenda neoliberal e de redução do tamanho do Estado brasileiro. A principal 
medida, e que feriu de morte as possibilidades de avanço nas políticas sociais do Brasil, foi a 
aprovação da Emenda Constitucional 95, no final do ano de 2016, a chamada emenda do “Teto 
dos gastos”, que congelou por 20 anos os investimentos em políticas sociais, dentre as quais a 
saúde. 
Uma pesquisa recente amplamente divulgada na reconhecida revista científica 
internacional The Lancet e também nas mídias eletrônicas, produzida por pesquisadores 
vinculadas a vários centros de pesquisa do Brasil e exterior, afirma que: 
 
Apesar dos sucessos, o SUS está agora em uma encruzilhada. As medidas de 
austeridade introduzidas em 2016 (Emenda Constitucional 95) impuseram um limite 
estrito ao crescimento do gasto público até 2036, em um valor baseado no valor de 
seu exercício anterior ajustado pela inflação, ameaçando uma maior expansão e 
sustentabilidade do SUS com consequências adversas para a equidade e os resultados 
de saúde (CASTRO et al., 2019, p.345). 
 
26 
 
De lá para cá, em meio a um aumento da correlação de forças em favor da classe 
dominante, em 2018, ocorreu a eleição do presidente Bolsonaro, que se autodefine como de 
extrema-direita, contra os direitos humanos, muito vinculado e apoiado pelos segmentos mais 
conservadores, dentre os quais considerável parte das igrejas evangélicas pentecostais. 
Novamente, em 2019, o “fantasma” do hospital psiquiátrico voltou a emergir com a Nota 
Técnica 11/2019 (BRASIL, 2019). 
Considerando que as mudanças são muito recentes, as análises ainda estão em 
construção. Assim,para essa reflexão, buscamos um texto recente da Plataforma Brasileira de 
Políticas de Drogas (PBPD, 2019), que analisa: 
 
Dentre os retrocessos na área da saúde mental a Coordenação-Geral de Saúde Mental, 
Álcool e Outras Drogas, ligada ao Ministério da Saúde, divulgou uma nota técnica 
que esclarece as mudanças implementadas entre 2017 e 2018 na Política Nacional de 
Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas. O texto destrincha 
dez documentos, entre resoluções e portarias publicadas no período, que alteram as 
medidas direcionadas à saúde mental e às drogas. A nota técnica não traz nada de 
novo – não só por retroceder nos avanços conquistados na reforma psiquiátrica e 
amparados por evidências científicas, mas também por apenas compilar e explicar as 
alterações implementadas no último governo. É um resumo do desmonte, 
basicamente. (PBPD, 2019, p.26) 
 
A referida Nota técnica 11/2019 diz, na íntegra, que “a partir da nova normativa, o 
Hospital Psiquiátrico passa a ser incluído na RAPS (Rede de Ação Política Pscicossocial) e não 
mais se incentiva o seu fechamento” (BRASIL, 2019; PBPD, 2019). 
Guimarães e Rosa (2019) analisaram leis e documentos ministeriais e identificaram 
tendência de remanicomialização do cuidado em saúde mental no Brasil no período que vai de 
2010-2019. Para elas, os princípios da Reforma psiquiátrica brasileira foram ameaçados pelo 
Decreto 7.179 de 2010, que instituiu o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras 
Drogas, foram negados em 2017 pela Portaria 3.588 e, novamente reafirmados, em 2019, pela 
Nota Técnica 11/2019. Segundo as autoras, esse último documento gerou significativas 
mudanças na PNSM e fortaleceu a lógica de mercado, bem como a reversão dos direitos 
constitucionais, de modo a desconsiderar o processo construído ao longo de décadas. 
 
1.3. A Terapia comunitária integrativa 
 
A TCI foi criada no ano de 1987 pelo psiquiatra, antropólogo e professor Dr. Adalberto 
de Paula Barreto, docente do departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina 
da Universidade Federal do Ceará (Famed/UFC). A TCI vem se estabelecendo, desde então, 
27 
 
como uma importante ferramenta para o cuidado, que se mostra eficiente para a prevenção, 
atenção, promoção à saúde e até como instrumento de pesquisa e de transformação da realidade 
(CAMAROTTI et al., 2011). 
Trabalhando nas comunidades mais carentes, Barreto percebeu que muitos problemas 
trazidos por uma pessoa poderiam ser os problemas de outros membros dessa mesma 
comunidade e que algumas dessas pessoas que já superaram ou vivenciaram situações 
semelhantes poderiam compartilhar suas experiências. Assim, nem todo sofrimento precisava, 
de fato, ser medicalizado ou referenciado. Cada população carrega consigo o seu poder de 
recuperação (cura) por meio da experimentação vivenciada e compartilhada (BARRETO, 
2008). 
Na prática, a TCI caracteriza-se por ser um momento de acolhimento (todas as pessoas 
são bem-vindas e se sentam de maneira circular, sem hierarquização dos papéis sociais), 
partilha (evidenciação dos problemas das pessoas), escuta (cada um tem o seu momento de 
falar, se quiser), reflexão (momento em que cada participante busca dentro de si mesmo as 
respostas para seu problema) e superação (pelo empoderamento e valorização da subjetividade 
dos participantes). Tudo isso é sempre conduzido por um terapeuta comunitário, que pode ser 
formado nas mais diversas áreas profissionais ou até por líderes comunitários, desde que tenha 
também a formação oferecida pela Associação Brasileira de Terapia Comunitária (RANGEL; 
MIRANDA; OLIVEIRA, 2016). 
 
1.4. A aproximação do GPESC com a TCI 
 
Para compreender a aproximação do nosso grupo de pesquisa com a temática da TCI, 
consideramos importante relatar um pouco do histórico da TCI em Mato Grosso (MT), a partir 
dos registros de minha orientadora no site do projeto “Pet Conexões de Saberes” (RIBEIRO, 
2019). 
No estado de MT, a TCI foi inserida a partir do primeiro curso realizado entre os anos 
2008 e 2009 no município de Sorriso, que formou cerca de 40 terapeutas comunitários. O curso 
foi promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) a partir de um 
convênio do MS com os polos formadores em TCI de todo o Brasil, para formar as equipes de 
saúde da atenção básica e da saúde mental. Na ocasião, duas vagas desse curso foram requeridas 
à SES-MT pela professora Rosa Lúcia Rocha Ribeiro, minha orientadora, que conhecera a TCI 
em 2008, quando visitou grupos que desenvolviam a técnica na cidade de São Paulo, por 
indicação da professora Mírian Sewo, do curso de Psicologia da UFMT. Ambas as professoras 
28 
 
realizaram o curso de TCI na cidade de Sorriso e passaram a aplicá-lo em diversos locais de 
Cuiabá, com destaque para o Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), campus da UFMT e 
comunidades. Entre 2009 e 2010, foi realizado o segundo curso na cidade de Lucas do Rio 
Verde, também pela SES-MT e MS. Nessa oportunidade, outra docente da Faculdade de 
Enfermagem (FAEN), a professora Larissa Rézio, também realizou a formação em TCI, o que 
ampliou a aplicação da TCI para outros espaços como em serviços de saúde mental de Cuiabá 
(RIBEIRO, 2019). 
A partir de 2009, a TCI foi inserida como uma atividade de extensão do Grupo de 
Pesquisa Enfermagem, Saúde e Cidadania (GPESC), passando a ser objeto de pesquisas de 
mestrado do grupo. Também passou a compor um subprojeto dentro do grupo PET Conexões 
de Saberes da UFMT, de modo a envolver estudantes dos cursos de enfermagem, psicologia 
e música (RIBEIRO, 2019). 
No ano de 2012, outras duas docentes do GPESC, as professoras Sônia Ayako e Aldenan 
Ribeiro, além do enfermeiro Rogério Figueiredo, da UFMT, e da auxiliar de enfermagem 
Tereza Mamoré, do HUJM, realizaram a formação em TCI no Movimento Integrado de Saúde 
Mental Comunitária – Ceará (MISMEC-CE), em Fortaleza, o que ampliou ainda mais a TCI 
em Cuiabá (RIBEIRO, 2019). 
Em novembro de 2014, o projeto ganhou um reforço com a inclusão de 27 terapeutas 
comunitários que participaram do Curso de Formação em Terapia Comunitária Integrativa 
ministrado por docentes da Universidade Federal da Paraíba / Movimento Integrado de Saúde 
Comunitária – MISC e da UFMT. O curso foi realizado pela UFMT, por meio do grupo PET 
Conexões de Saberes "Universidade, Saúde e Cidadania UFMT" e PRAE, coordenado pela 
professora Rosa Lúcia. Nesse grupo de terapeutas, foram formados estudantes dos cursos de 
Psicologia, Enfermagem, Música, docentes e servidores da UFMT, trabalhadores da área de 
saúde mental, os quais passaram a desenvolver rodas de TCI em diversos locais de Cuiabá e 
Barra do Garças. Dentre os terapeutas formados nessa turma, estão outros dois docentes do 
curso de Enfermagem da UFMT, campus Araguaia, os professores Elias Marcelino da Rocha e 
Alisseia Guimarães Lemes, e um docente do curso de enfermagem da UNEMAT de Tangará 
da Serra, enfermeiro Vagner Ferreira do Nascimento, o que ampliou a TCI para o estado de 
Mato Grosso (RIBEIRO, 2019). 
Entre 2016 e 2019, foi realizado outro curso de formação em TCI na UFMT do campus 
da cidade de Sinop-MT. O curso foi uma realização da UFMT por meio da PRAE e do Programa 
de extensão "Miscelânea: saúde e cidadania", coordenado pela professora Dra. Emiliane 
29 
 
Santiago, do curso de Enfermagem da UFMT campus Sinop, com a contribuição do GPESC 
(RIBEIRO, 2019). 
Em Cuiabá, a TCI começou a ganhar maior visibilidade a partir de 2013, quando o 
GPESC passou a desenvolver o projeto de Extensão da TCI no Horto Florestal, a convite da 
equipe que estava iniciando a implantação da Unidade de Referência de Práticas Integrativas e 
Complementares em Saúde (URPICS). Vários dos terapeutas comunitários de Cuiabá, 
formados ou em formação, passaram a contribuir aplicando a TCI naquele local, semanalmente, 
ajudando a demonstrar a importância daspráticas integrativas para a saúde pública (RIBEIRO, 
2019). 
Em 2014, ocorreu a aprovação do projeto de Implementação da URPICS de Cuiabá 
(pela Resolução nº. 15/2014/CMS, em 1º de abril de 2014), o que efetivou a prática da TCI de 
forma oficial e permanente no Horto Florestal Tote Garcia (HFTG). Atualmente, as rodas de 
TCI ocorrem todas as sextas-feiras, às 09h00min, conduzida por terapeutas formados nos cursos 
pioneiros em MT e também por terapeutas em formação dos cursos mais recentes, que 
majoritariamente exercem a prática por voluntariado. 
Informações institucionais da UFMT dão conta de que, tanto nos campus de Cuiabá 
como de Sinop e do Araguaia, a TCI faz parte das ações para a promoção da saúde mental dos 
estudantes, com o apoio institucional da PRAE (PRAE, 2019). 
O GPESC produziu pesquisas com a TCI (BUZELI, 2012; MELO, 2013; LUCIETTO, 
2014; FIGUEIRÓ, 2016), no entanto ainda não se dedicou a um estudo de revisão, tal como o 
que estamos propondo, no sentido de buscar as possíveis evidências sobre essa prática para o 
cuidado de enfermagem. 
 
1.5. Enfermagem e cuidado em saúde baseado em evidência 
 
Os objetivos que norteiam o SUS são alcançados por meio da atuação da equipe 
multiprofissional, na qual cada elemento exerce um papel fundamental na assistência. O 
enfermeiro, agente intimamente ligado ao cuidado em saúde fundamentado em bases científicas 
e metódicas, exerce funções cada vez mais decisivas e proativas no contexto da saúde. Sua 
participação nas organizações da saúde é de grande valia, uma vez que esse profissional pode 
garantir assistência com maior eficácia e efetividade, haja vista que gerencia a assistência como 
um todo, o que reflete na quantidade e qualidade dos serviços prestados à população 
(ALBANO; FREITAS, 2013). Para Nascimento (1976, p.1): 
 
30 
 
O Enfermeiro é um dos elementos que compõe a equipe multiprofissional no sistema 
de saúde: colabora no planejamento e execução dos programas a serem desenvolvidos 
e pela intimidade com os problemas, é o elemento credenciado para identificar as 
necessidades do paciente, sendo o contingente humano de maior sensibilidade na 
promoção de saúde do indivíduo e da coletividade. 
 
Os enfermeiros representam o maior componente da força de trabalho em saúde em todo 
o mundo e são, de fato, a personificação do cuidado. Cuidar implica colocar-se no lugar do 
outro, nas mais diversas situações que permeiam a vida. Prestar cuidado integra o processo de 
sobrevivência da vida humana, permeando os ciclos de nascimento, promoção e recuperação 
da saúde e a morte. O cuidado de enfermagem reestabelece o bem-estar físico, o psíquico e o 
social e amplia as possibilidades de viver e prosperar (SOUZA et al., 2005). 
Antes de ser reconhecida como profissão, a enfermagem era exercida por leigos e o 
atendimento à saúde era baseado na experiência profissional e na opinião de especialistas. 
Mesmo com a solidificação do paradigma científico na enfermagem, era grande a lacuna entre 
pesquisa e prática. A partir de 1970, instaura-se um maior rigor no uso das evidências científicas 
disponíveis a fim de aprimorar as decisões clínicas de forma individualizada, levando em 
consideração, além das evidências, as habilidades clínicas do profissional e as preferências do 
paciente (DANSKI et al., 2017). 
A inovação científica e o avanço tecnológico exigem constante capacitação e 
atualização do profissional enfermeiro no seu processo de trabalho. No cuidar em enfermagem, 
é essencial acompanhar esse processo, agregando à assistência novos saberes e comportamentos 
que subsidiem a tomada de decisão, o que, por sua vez, reduz as incertezas clínicas (DANSKI 
et al., 2017; PEIXOTO et al., 2017). 
Nesse sentido, a Prática Baseada em Evidências (PBE) tem sido enfatizada no cenário 
acadêmico, clínico e na formulação de políticas públicas com o intuito de gerar prestação de 
assistência em saúde de excelência (DANSKI et al., 2017). 
As evidências científicas são definidas como um conjunto de informações que surgem 
após a realização de estudos e que servem pra solidificar ou contradizer uma hipótese ou teoria 
científica. De forma geral, representam uma prova de que determinado conhecimento é 
verdadeiro ou falso. Assim, podem ser respostas às questões norteadoras dos estudos, ou 
achados durante o desenvolvimento da pesquisa; são informações que passaram por vários 
processos e métodos científicos com intuito de, fidedignamente, aproximarem-se o máximo 
possível da realidade (CRUZ; PIMENTA, 2005). 
Dessa forma, a PBE pode ser genericamente definida como a combinação do que o 
profissional conhece (os conhecimentos que caracterizam determinada profissão); os valores 
31 
 
do sujeito atendido (o que a pessoa em atendimento busca e deseja resolver com esse encontro); 
e a melhor evidência científica, ou seja o que diz a literatura sobre determinado assunto 
(problema) (SCHNEIDER; PEREIRA; FERRAZ, 2018). 
A PBE é uma forma segura e organizada de estabelecer condutas profissionais, pois 
possui seu enfoque na solução de problemas tendo como referência as melhores evidências 
científicas. Assim, para realizá-la, é preciso identificar o problema, buscar e avaliar de forma 
crítica as evidências disponíveis para tomar a melhor decisão sobre quais ações empregar em 
cada situação e, por fim, avaliar os resultados obtidos. Ressalta-se que a PBE é um processo 
contínuo que engloba a competência clínica do profissional, as evidências na literatura e as 
preferências do paciente (PEDREIRA, 2009). 
O relato de experiência “O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde” 
(2004), do autor e também médico sanitarista José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres, traz o 
caso de uma paciente personificada como “Dona Violeta”, que se caracteriza por ser uma 
usuária hipertensa descompensada que, apesar dos esforços do seu médico em prescrever as 
melhores drogas, dietas ou exercícios, indicados pela literatura, sempre retornava 
periodicamente ao serviço com as mesmas queixas. 
No decorrer da consulta relatada, o médico decide então não seguir o protocolo habitual 
de sua práxis característica de sua profissão e surpreende Dona Violeta com um pedido de que 
a mesma fale sobre si. Dessa forma, o médico finalmente consegue entender o que sua usuária 
deseja, o que buscava com aquele atendimento e faz uma sugestão que é a acatada por Dona 
Violeta e, posteriormente, de forma direta e indireta, proporciona que as prescrições anteriores 
sejam aderidas, o que resulta na melhora dos índices cardíacos da paciente. 
O relato de experiência descrito, é uma forma de exemplificar e visualizar a aplicação 
da PBE. O profissional de saúde, munido de seus conhecimentos advindos de sua formação, era 
buscado pela paciente para o cuidado em saúde, a partir do momento em que ele conseguiu 
entender a singularidade da paciente pode então fazê-la aderir ao tratamento que a literatura 
trazia como melhor evidência e restabelecer a saúde de Dona Violeta. Sem o uso da combinação 
dos três elementos (ou o uso restrito de um ou outro elemento) da PBE, haveria a continuação 
da descompensação da saúde da usuária; o descontentamento do médico; e, consequentemente, 
a falta de resolutividade do serviço de saúde. 
O movimento da PBE surgiu na década de 1970, mas foi consolidado na década de 1980, 
principalmente nas McMaster University (Ontario, Canadá), na University of York (Reino 
Unido) e, posteriormente, nas universidades dos Estados Unidos da América (CLARIDGE; 
FABIAN, 2005). Apesar de no Brasil esse movimento ter sido iniciado na área da medicina, 
32 
 
primeiramente nas Universidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do 
Sul, a enfermagem brasileira tem se inserido notavelmente e se destacado na produção de 
revisões de literatura (OKUNO; BELASCO; BARBOSA, 2014). 
 
1.6. A revisão integrativa como uma estratégia de pesquisaútil à prática de enfermagem 
 
A PBE tem como propósito o encorajamento dos profissionais de saúde para a utilização 
dos resultados das pesquisas científicas na assistência prestadas diretamente ou indiretamente 
ao usuário, em todos os níveis de atenção à saúde, de modo a fortalecer a prática clínica, o 
atendimento de qualidade e a resolutividade nas demandas (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 
2008). 
A PBE é uma importante ferramenta na assistência à saúde de qualidade e 
resolutividade, porém, o desenvolvimento rápido da produção científica torna difícil tanto o seu 
total acesso quanto o reconhecimento de sua qualidade. A utilização de métodos sistematizados 
que possibilitam reunir, classificar e analisar resultados, é importante para a visibilidade das 
evidências; a tomada de decisões; e para apontar (ou não) a necessidade de desenvolvimento de 
novos estudos primários (OKUNO; BELASCO; BARBOSA, 2014). 
Devido à crescente quantidade e à complexidade de informações na área da saúde, 
tornou-se necessária a sistematização das ferramentas capazes de delimitar etapas 
metodológicas concisas que propiciem aos profissionais melhor utilização das evidências 
científicas encontradas em estudos primários (PEDROSA et al., 2015). 
As revisões de literatura são artifícios para proporcionar aos profissionais melhor 
elucidação das evidências aclaradas nos inúmeros estudos. Também podem ser denominadas 
de revisões narrativas e são essenciais para o levantamento da produção científica e para 
reconstruir redes de pensamentos e conceitos. Assim, as revisões de literatura são classificadas 
em: sistemáticas; meta-analises; ou integrativas (GOMES; CAMINHA, 2014; SOUZA; 
SILVA; CARVALHO, 2010). 
A Revisão Sistemática (RS) trata-se de uma síntese de todas as pesquisas relacionadas 
a uma questão específica, colocando em foco principalmente estudos experimentais (ensaios 
clínicos randomizados). Caracteriza-se pelo rigor metodológico na busca e na seleção de 
pesquisas, avaliação de relevância e validade dos estudos encontrados, almejando sempre a 
superação de vieses em cada uma de suas etapas (GALVÃO; SAWADA; TREVIZAN; 2004). 
As meta-análises (MA), por sua vez, referem-se ao uso de técnicas estatísticas para 
analisar e resumir os resultados incluídos dentro da RS. É um método de revisão que emprega 
33 
 
instrumentos estatísticos com a finalidade de aumentar a objetividade e a validade dos achados. 
Em geral, os resultados são transformados em medidas comuns para se ter a dimensão geral do 
efeito ou intervenção mensurada nos estudos (WHITTEMORE; KNAFL, 2005; MOHER et al., 
2009). 
Nas revisões integrativas (RI), é utilizada uma abordagem metodológica mais ampla, 
permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais, podendo também incluir 
a literatura cinzenta para uma compreensão melhor de um fenômeno analisado. No entanto, isso 
não significa que ela não siga um rigor metodológico. Geralmente está relacionada a estudos 
de natureza qualitativa e descritiva (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2015). 
Esse tipo de revisão é um método amplamente utilizado na enfermagem, pois permite a 
reunião e síntese de resultados e discussões sobre determinado assunto ou prática investigada, 
de modo a proporcionar aos profissionais a visualização dos dados da prática e das pesquisas 
desenvolvidas, dos avanços em tecnologias de maneira geral e a possibilidade de 
implementação desses resultados no cotidiano do cuidado (SOARES et al., 2014). 
Dessa forma, a RI é confiável como método científico porque exige do pesquisador 
procedimentos previamente definidos pela literatura que conduzem o estudo. Os principais 
procedimentos são: a identificação do problema (questão a ser respondida por meio da revisão); 
definição de estratégias de busca do conhecimento produzido e publicado dentro das bases de 
dados; critérios de inclusão e exclusão para selecionar os documentos que vão compor a revisão; 
exposição dos resultados de maneira clara e concisa; análise e discussão dos resultados; síntese 
do conhecimento encontrado, que poderá ou não servir para apontar limitações ou lacunas 
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). 
Com ascensão da PBE na enfermagem, tem-se a necessidade de produzir todos os tipos 
de revisões de literatura, apesar das revisões sistemáticas e meta-análises serem as mais 
utilizadas, a revisão integrativa contempla de forma mais abrangente as questões de 
enfermagem relacionadas ao cuidado (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). 
A elaboração de uma RI é importante não só para a enfermagem, mas também para a 
TCI, para que os profissionais de saúde colaborem com as discussões de suas práticas, 
evidenciando seu progresso e suas lacunas, de modo a colocar em reflexão as suas formas de 
atuações, para assim elaborar novas possibilidades, tanto para o trabalho do cotidiano quanto 
para a pesquisa (RANGEL; MIRANDA; OLIVEIRA, 2016). 
Portanto, este estudo propõe analisar a produção científica sobre a TCI como uma 
prática de cuidado da enfermagem e justifica-se pela necessidade de reunir o conhecimento 
científico produzido sobre esse tema, expor os dados dos estudos já realizados, analisar de 
34 
 
forma crítica e sintetizar os resultados e práticas da TCI. Tudo isso com o intuito de facilitar o 
acesso do conhecimento produzido pelos estudos aos profissionais, de apontar lacunas e 
limitações para subsídio de futuros estudos ou discussões e de refletir sobre a TCI como uma 
prática de cuidado dentro da enfermagem. 
35 
 
2. OBJETIVO 
 
Identificar as evidências disponíveis na literatura científica sobre a Terapia Comunitária 
Integrativa (TCI) como prática de cuidado da enfermagem. 
 
2.1. Objetivos específicos 
 
• Reunir o conhecimento científico produzido e publicado na literatura científica sobre 
a TCI e a Enfermagem; 
• Sistematizar os dados dos estudos publicados na literatura científica sobre a TCI e a 
Enfermagem; 
• Analisar, de forma crítica, os resultados e práticas da TCI e Enfermagem presentes na 
literatura. 
 
36 
 
 
3. PERCURSO METODOLOGICO 
 
 Foi realizada uma pesquisa retrospectiva (artigos publicados até o tempo presente), de 
caráter exploratório e descritivo e de natureza qualitativa. A pesquisa qualitativa pode ser 
exploratória e descritiva ao mesmo tempo, tendo em vista que se propõe conhecer, investigar, 
sistematizar, caracterizar o objeto de estudo e seus fenômenos dentro do contexto em que estes 
se apresentam (MINAYO, 2012). 
A revisão integrativa da literatura é o método de síntese de conhecimento adotado para 
este estudo. Para a condução desta investigação, foram percorridas cinco etapas: elaboração da 
questão de pesquisa (identificação do problema), busca na literatura dos estudos primários, 
avaliação dos estudos primários, análise dos dados e apresentação da revisão (ANDRADE et 
al., 2017). 
No contexto das revisões de literatura, destaca-se a estratégia conhecida pelo acrônimo 
“PICO”, que é utilizada para a construção da pergunta de pesquisa em revisões sistemática 
quantitativas e meta-análises, como parte integrante de seu rigor e método. Assim, nesses tipos 
de revisões, o “PICO” corresponde ao acrônimo para Paciente (população ou problema), 
Intervenção (ou interesse), Comparação (ou contexto para pesquisas qualitativas) e “Outcomes” 
(desfecho ou resultado); (CRUZ; PIMENTA, 2005; GALVÃO; PANSINI; HARRAD, 2015). 
Para as RS de pesquisa qualitativa, a formulação da pergunta segue pelo acrônimo 
“PICo”, em que o P corresponde aos participantes, I ao fenômeno de interesse e Co ao contexto 
do estudo (KARINO; FELLI, 2012). Como a revisão integrativa é mais ampla, por se tratar de 
uma junção de métodos, não necessita obrigatoriamente construir sua pergunta de pesquisa a 
partir dessa estratégia (GOMES; CAMINHA, 2014). 
Entretanto, por ser tratar de uma orientação para a construção da pergunta de pesquisa, 
que permite uma melhor clareza e objetividadepara a busca da melhor informação científica 
disponível (SANTOS; PIMENTA; NOBRE, 2007), neste estudo de RI optou-se por utilizar a 
estratégia “PICo” (P: enfermagem; I: terapia comunitária; Co: prática de cuidado). Assim, foi 
estabelecida a seguinte questão norteadora: “Quais são as evidências disponíveis na literatura 
sobre a terapia comunitária integrativa como prática de cuidado da enfermagem?” 
A busca dos estudos foi realizada nos meses de maio e junho de 2019, no Portal de 
Periódicos da Capes com acesso por meio da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) à qual 
as pesquisadoras estão vinculadas. Os estudos foram selecionados a partir das bases de dados 
eletrônicas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco 
37 
 
de Dados da Enfermagem (BDENF), Sistema Regional de Información en Línea para Revistas 
Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal (LATINDEX), ScienceDirect e US 
National Library of Medicine (PubMed) e, como busca complementar, o Google Scholar - 
Google Acadêmico. 
Para proceder à busca, os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) foram utilizados 
para as bases de dados em língua portuguesa e espanhola e os Medical Subject Headings 
(MeSH) correspondentes para a busca nas bases eletrônicas em língua inglesa. Também se fez 
uso das palavras-chave. Os operadores boleanos AND e OR foram utilizados para cruzar os 
descritores da seguinte forma: “terapia comunitária” OR “terapia comunitária integrativa” OR 
terapêutica AND enfermagem OR “cuidado de enfermagem”. 
Os critérios de inclusão foram constituídos por: artigos de estudos primários; 
disponíveis para acesso gratuito ou disponíveis no portal CAFe; na íntegra; em idiomas inglês, 
espanhol e português; que respondiam à temática proposta (para uma análise mais alargada 
foram incluídos estudos: em que o/os pesquisador (res) fosse/fossem profissional (ais) de 
enfermagem; ou em que os profissionais de enfermagem participaram de forma direta ou 
indireta do estudo); sem delimitação do tempo. Foram excluídos os editoriais, cartas ao editor, 
estudos de revisão, dissertações e teses. Também foram excluídos artigos repetidos, sendo 
mantida apenas a primeira versão identificada. 
A busca e a seleção dos estudos foram realizadas por dois pesquisadores independentes, 
simultaneamente. Sendo assim, a busca foi realizada por mim e pela segunda revisora: a 
enfermeira Bianca Priscilla Dorileo Fermino, formada pela Universidade Federal de Mato 
Grosso, especialista em Informática em Saúde pela Universidade Federal de São Paulo 
(UNIFESP), aluna do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar da 
UNIFESP, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioprodutos e Bioprocessos da 
UNIFESP. 
As bases de dados eletrônicas LILACS, BDENF, LATINDEX, e PubMed foram 
acessadas em um único momento, com o uso das palavras-chaves “Terapia Comunitária”, 
“terapia comunitária integrativa”, os DeCS/MeSH e ‘cuidados de enfermagem’, ‘enfermagem’; 
e com os operadores booleanos ‘AND’ e ‘OUR’. 
A primeira estratégia de busca nas bases de dados “Terapia comunitária” OUR “terapia 
comunitária integrativa” AND “cuidados de enfermagem” OUR “Enfermagem” (conforme 
estratégia “PICo”) não foi eficiente para a obtenção dos resultados esperados, em nenhuma 
base. Por esse motivo, optou-se por uma segunda estratégia de busca mais ampla, conforme o 
quadro a seguir. 
38 
 
 
Quadro 1. Estratégias de busca dos artigos nas bases de dados selecionadas, Cuiabá, 2019. 
Base de dados Idioma Estratégia Títulos 
Encontrados 
LILACS 
Português 
“terapia comunitária” 
OUR “terapia comunitária 
integrativa” 
20 
Espanhol 
"terapia comunitaria” OUR 
"terapia comunitaria 
integrativa" 
4 
Inglês 
"Community therapy" 
OUR "integrative 
community therapy" 
1 
BDENF 
Português 
“terapia comunitária” 
OUR “terapia comunitária 
integrativa” 
20 
Espanhol 
"terapia comunitaria” 
OUR "terapia comunitaria 
integrativa" 
5 
Inglês 
"Community therapy" 
OUR "integrative 
community therapy" 
1 
PubMed Inglês 
"Community therapy" 
OUR "integrative 
community therapy" 
5 
LATINDEX Espanhol 
"terapia comunitaria” 
OUR "terapia comunitaria 
integrativa" 
15.898 
Google Scholar Português 
“terapia comunitária” 
OUR “terapia comunitária 
integrativa” 
72 
Fonte: adaptado de SILVA; SOUZA; SILVA, 2019, no prelo. 
 
A segunda estratégia, na LILACS, resultou em 25 títulos, sendo que desses títulos, 4 
estavam em espanhol e 1 em inglês, mas todos eles ofereciam também a versão em português. 
Após leitura do título e resumo, foram selecionados 14 para leitura na íntegra e análise. 
A busca na BDENF obteve resultados semelhantes, sendo que 20 títulos já haviam sido 
encontrados na busca da LILACS, 5 caracterizavam-se como dissertações, teses e editorial, e 
apenas 1 título foi selecionado para leitura completa e descartado, por tratar-se de uma revisão 
de literatura. 
Na busca realizada na PubMed foram encontrados 5 títulos, com versão em português e 
inglês simultaneamente, que já estavam registrados e selecionados para leitura, nas buscas 
39 
 
anteriores. A base de dados LATINDEX foi a que apresentou maior volume de publicações 
(textos em português e espanhol), porém, após leitura sucinta dos títulos e resumos, apenas 12 
se enquadravam nos critérios de inclusão, mas já haviam sido encontrados na busca na base 
LILACS. 
No Google Scholar foram encontradas 72 referências, das quais 24 abordavam o tema 
proposto (16 eram artigos originais e já encontrados; e um capítulo de livro), apenas 1 não era 
duplicado de outras bases e foi incluído no estudo. 
Com o objetivo de aumentar o aproveitamento dos relatos de meta-análise, em 1996, 
um grupo de pesquisadores internacionais desenvolveu um guia denominado recomendação 
QUORUM (Qualidade dos Relatos de Meta-análises). Esse guia, publicado em 1999, consistia 
em uma orientação de relato para os autores que relatam uma meta-análise de estudos 
randomizados (MOHER et al., 2009). 
No decorrer dos anos, o conhecimento sobre a conduta e o relato de revisões sistemáticas 
expandiu-se consideravelmente, houve muitos avanços conceituais e os autores têm usado cada 
vez mais revisões sistemáticas para resumir outras evidências além das fornecidas por estudos 
randomizados. Todos esses fatores culminaram no reconhecimento da necessidade da 
atualização do QUORUM (GUYATT et al., 2008; HIGGINS; ALTMAN, 2008). 
Em junho de 2005, em Ottawa, Canadá, um grupo de 29 participantes, sendo eles autores 
de revisões, metodologistas, profissionais clínicos, editores e um consumidor, reuniram-se por 
três dias, com o objetivo de revisar e expandir o QUORUM para que ele pudesse ser usado 
tanto em revisão sistemáticas e meta-análises. Dessa forma, o QUORUM passou então a ser 
chamado de PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises) 
(MOHER et al., 2009). 
O PRISMA consiste em uma recomendação para construção de RS e MA, com o 
objetivo de auxiliar os autores a melhorarem os relatos nesse tipo de revisão. É composto por 
uma checklist com 27 itens e um fluxograma de 4 etapas, que são disponibilizados ao público 
em geral no site do PRISMA (http://prisma-statement.org/), e estão em anexo no final deste 
documento (MOHER et al., 2009). 
Essa recomendação concentra-se no relato de revisões que avaliam estudos 
randomizados, mas também pode ser usado como base para relatar revisões sistemáticas de 
outros tipos de pesquisa (avaliações de intervenções) e revisões integrativas (sendo que o autor 
pode adaptar os instrumentos de acordo com as necessidades da pesquisa). Entretanto, é 
importante ressaltar que ele não é um instrumento de avaliação da qualidade de revisões 
(MOHER et al., 2009; Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, 2006). 
40 
 
Dessa forma, o processo de busca e seleção dos estudos para esta RI seguiu as 
recomendaçõesPRISMA, utilizando os quadros e fluxogramas disponíveis no site da 
recomendação, adaptados conforme a necessidade do estudo e de maneira a deixar as 
informações mais claras para os leitores. Assim, o corpus de análise foi composto ao total por 
15 artigos científicos, conforme apresentado pelos fluxogramas (figura 1 e figura 2): 
 
 
 
 
Figura 1 - Fluxograma 01 
41 
 
 
 
Figura 2 - Fluxograma 02 
 
A partir da síntese dos artigos incluídos para a análise, foi possível caracterização dos 
estudos, elaborada por meio de estatística descritiva utilizando frequência simples e relativa 
com o auxílio do programa Excel 2016, da Microsoft Corporation. Para melhor visualização 
dos dados, optou-se pela organização dos dados em tabelas. 
 A análise, a interpretação dos resultados e a discussão foi realizada conforme a análise 
de conteúdo do tipo temática, que consiste em descobrir os núcleos de sentido, cuja presença 
ou frequência possuam algum significado e, assim, chegar aos eixos temáticos para 
categorização das principais ideias dos textos primários incluídos (BARDIN, 2011; MINAYO, 
2012). 
Por fim, foi apresentada a síntese do conhecimento dividida em categorias de análise 
(eixos temáticos): 1. O que é Terapia Comunitária Integrativa; 2. Quem são os terapeutas 
comunitários; 3. O método da TCI (passo a passo); 4. A enfermagem e a TCI; 5. As 
contribuições da TCI para os envolvidos. 
 
 
42 
 
4. RESULTADOS 
 
Os estudos foram distribuídos de acordo com o local de realização da pesquisa, área de 
conhecimento do primeiro autor; abordagem metodológica; e periódico publicado, conforme 
apresentado na Tabela 1. 
 
Tabela 1. Caracterização dos artigos segundo local do estudo, área de conhecimento, 
abordagem metodológica e periódico publicado. Cuiabá-MT, 2019. 
 
Variáveis (n) (%) 
Local do estudo 
Norte 0 0,00% 
Nordeste 11 73,33% 
Centro-Oeste 3 20,00% 
Sudeste 1 6,67% 
Sul 0 0,00% 
Áreas de Conhecimento 
Enfermagem 14 93,33% 
Medicina 1 6,67% 
 
Variáveis (n) (%) 
 
Abordagem metodológica 
Quanti-Qualitativo 3 20,00% 
Qualitativo 12 80,00% 
Quantitativo 0 0,00% 
Periódico Publicado 
SMAD - Revista Eletrônica Saúde Mental Alcool 
Drogas 1 6,67% 
Revista Gaúcha de Enfermagem 3 20,00% 
Revista Brasileira de Enfermagem 2 13,33% 
Caderno de Saúde Pública 1 6,67% 
Revista Eletrônica de Enfermagem - UFG 2 13,33% 
Revista da Universidade Vale do Rio Verde 1 6,67% 
Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental online 2 13,33% 
Revista de Atenção Primária de Saúde - UFJF 1 6,67% 
Revista de Escola de Enfermagem - USP 1 6,67% 
Revista de Enfermagem da UFSM 1 6,67% 
 
TOTAL 15 100,00% 
 
Legenda: 
- Como todos os estudos encontrados ofereciam a versão em português e foram elaborados no território nacional, 
julgou-se desnecessária a inclusão do dado “idioma” na tabela; 
- “(n)” corresponde ao número absoluto dos artigos correspondentes às variáveis da tabela. 
43 
 
As informações da Tabela 1 demonstram que o Nordeste brasileiro foi a região com 
maior percentual (73,33%) de estudos elaborados em seu território. Já a região Centro-oeste foi 
sede de 20% dos estudos publicados. A porcentagem dos estudos que tiveram como primeiro 
autor o profissional enfermeiro (a) foi de 93,33%. Os estudos são majoritariamente de caráter 
qualitativo (80%) e quanti-quali (20%), o que pode servir como apontamento de uma lacuna de 
estudos quantitativos sobre essa temática. O periódico com maior número de publicações foi a 
Revista Gaúcha de Enfermagem, representando 20% das publicações selecionadas. 
Os estudos encontrados, selecionados e inclusos para esta revisão foram publicados 
entre os anos de 2011 e 2017.O ano de 2012 apresentou o maior número absoluto de 
publicações, como demonstra o Gráfico 1, a seguir, que corresponde aos artigos sobre a TCI 
como cuidado de enfermagem, por ano. Porém, é importante ressaltar que esse dado não 
corresponde ao total de publicações sobre a TCI e sim sobre a TCI como cuidado de 
enfermagem. 
 
Gráfico 1: Artigos sobre a TCI como cuidado de enfermagem, por ano. Cuiabá-MT, 2019. 
 
 
 
Um fator que chamou a atenção das pesquisadoras durante a busca dos estudos foi a 
dificuldade de encontrá-los nas bases de dados por meio dos Desc. Constatou-se que, apesar da 
quantidade relevante de estudos sobre a terapia comunitária, não há um DeCS ou MeSH que a 
defina e relacione corretamente. 
Para visualizar quais são as palavras-chaves mais utilizadas nessa área do conhecimento, 
foi construído o Quadro 02, que agrupou todas as palavras-chaves dos artigos encontrados e os 
ordenou por idioma correspondente e pelo número de vezes em que foi utilizada. 
0
1
2
3
4
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
2
4
3
1 1 1
3
Número de artigos por ano
44 
 
Quadro 02. Palavras-chaves mais utilizadas pelos autores dos estudos conforme idioma, 
Cuiabá, 2019. 
 
DESCRITORES 
Palavra-chave 
(português) 
(n) 
Palabras clave 
(espanhol) 
(n) 
Key words 
(inglês) 
(n) 
Enfermagem em saúde 
comunitária 
1 Enfernería psiquiátrica 1 Ethics, Research 1 
Enfermagem 
psiquiátrica 
1 
Estrategia de salud 
familiar 
1 Family 1 
Estratégia Saúde da 
Família 
1 Ética em investigación 1 
Family Health 
Program 
1 
Ética em pesquisa 1 Familia 1 Family relations 1 
Família 1 Fibromialgia 1 Fibromyalgia 1 
Fibromialgia 1 
Formación de recursos 
humanos 
1 Group Therapy 1 
Formação de Recursos 
Humanos 
1 
Grupo con los 
ancestros del 
continente africano 
1 
Group with ancestors 
of the African 
continent 
1 
Grupo com ancestrais 
do continente africano 
1 
Investigación 
cualitativa 
1 
Health Program 
Strategy 
1 
Hemodiálise 1 La comunidad 1 Health-illness process 1 
Pesquisa Qualitativa 1 
Proceso de salud-
enfermedad 
1 
Human resources 
formation 
1 
Processo saúde-doença 1 Resiliencia 1 Mental health services 1 
Programa Saúde da 
Família 
1 Salud de la familia 1 Primary health care 1 
Relações familiares 1 
Servicios comunitarios 
de salud mental 
1 Psychiatric nursing 1 
Resiliência 1 Terapêutica 1 Qualitative Analysis 1 
Serviços comunitários 
de saúde mental 
1 Terapia de Grupo 1 Qualitative Research 1 
Serviços de saúde 
mental 
1 
Terapia de la 
comunidad 
1 Resilience 1 
Terapêutica 1 
Therapeutic 
Community 
1 
Terapia Comunitária 1 Therapeutics 1 
Terapia de Grupo 1 Therapy Community 1 
 
Legenda: 
(n): corresponde ao número absoluto das vezes em que a palavra foi utilizada. 
45 
 
Apesar das várias possibilidades em que a TCI pode ser aplicada, tanto com intervenção 
de cuidado, ou estratégia de coleta de informações em pesquisas, em distintos grupos (ex: 
idosos; crianças; mulheres; homens; profissionais de saúde; etc.), considera-se importante que 
os artigos utilizem pelo menos uma palavra-chave padrão (como por exemplo “terapia 
comunitária”), para facilitar o acesso do público em geral (não só acadêmicos ou revisores de 
literatura, mas também de profissionais de saúde, usuários da TCI e todos que se interessam 
por esse assunto) às evidências encontradas nos estudos. 
Como etapa final da parte de sistematização dos resultados dessa revisão, após leitura 
completa dos artigos, foi produzido um quadro síntese. O quadro síntese contém as principais 
informações extraídas dos estudos primários, com foco no objetivo de interesse dessa revisão. 
Assim está apresentado na Tabela 2: o autor e o ano do estudo; os participantes; os objetivos; o 
papel do profissional de enfermagem no desenvolvimento da pesquisa; e as 
recomendações/conclusões. 
 
Tabela 2. Síntese dos artigos selecionados. Cuiabá-MT, 2019. 
Autor/ano Participantes Objetivo 
Como a 
enfermagem se 
fez presente no 
estudo? 
Conclusões Recomendações 
LEMES et 
al., 2017. 
55 fichas de 
TCI e 15 
homens (18 e 
68 anos) 
Analisar os 
registros de 
fichas de rodas 
de TCI, quanto 
aos problemas 
elencadose às 
estratégias 
enunciadas para 
enfrentamento. 
Como autores do 
artigo e 
terapeutas 
comunitários. 
Os problemas mais 
evidenciados foram as 
perdas familiares, 
frustrações, problemas 
de saúde, angústia e 
medo. A TCI é efetiva 
para o cuidado coletivo, 
para promoção do bem-
estar, e como cuidado 
complementar de 
pessoas dependentes de 
álcool e drogas. 
Propõe que os 
estudos 
documentais 
também contatem 
os participantes das 
Rodas de TCI para 
identificação das 
expressões e 
vivências do grupo. 
MOURA et 
al., 2017. 
273 idosos 
Conhecer as 
representações 
sociais dos 
idosos em 
relação à TCI. 
Como autoras do 
artigo (sendo dos 
autores, 2 
enfermeiras). 
As atividades de 
promoção à saúde 
mental são relevantes 
para os idosos. 
Propõe-se: a 
formação de 
profissionais em 
TCI, aptos para 
atender o público 
idoso no local de 
estudo; e a 
exploração de 
estudos nessa 
mesma temática, 
porém com sujeitos 
de faixa etária 
diferente. 
46 
 
Autor/ano Participantes Objetivo 
Como a 
enfermagem se 
fez presente no 
estudo? 
Conclusões Recomendações 
MIRAND
A et al., 
2016. 
11 pessoas com 
diagnóstico de 
fibromialgia. 
Analisar o 
modelo da TCI 
para o 
empoderamento 
de pessoas que 
vivem com 
fibromialgia; 
discutir à 
repercussão 
dessa 
intervenção no 
processo saúde-
doença, e no 
autocuidado. 
Como autoras 
deste estudo; e 
como 
trabalhadoras no 
local de pesquisa. 
Além dos benefícios 
associados à melhora da 
qualidade de vida 
grupal, ressalta-se a 
utilização dessa 
estratégia como opção 
de custos reduzidos para 
a saúde pública. Os 
participantes 
desenvolveram 
capacidades e atributos 
compatíveis com o 
empoderamento. 
 ------------------- 
MELO et 
al., 2015. 
9 usuários 
doentes renais 
crônicos 
Compreender as 
repercussões da 
TCI nas pessoas 
doentes renais. 
Como autoras do 
artigo, e através 
da enfermeira de 
nefrologia que 
solicitou a TCI 
como cuidado 
complementar 
para os doentes 
renais crônicos. 
A roda de TCI no 
contexto da hemodiálise 
foi oportuna, e 
funcionou como uma 
estratégia de cuidado 
complementar, 
potencializando ações, e 
possibilitando a 
construção de redes 
sociais solidárias. 
-------------------- 
NUNES et 
al., 2015. 
10 acadêmicos de 
Enfermagem 
Conhecer as 
repercussões da 
TCI entre os 
estudantes de 
enfermagem. 
Como autoras do 
estudo; e como 
sujeitos de 
pesquisa. 
Observou-se que os 
universitários 
apresentam problemas 
diversos, comuns nessa 
fase da vida; e que a 
forma como a TCI é 
desenvolvida, favorece 
o acolhimento, atenção 
humanizada e 
empoderamento dos 
participantes. 
Maior incentivo 
para criação de 
espaços de partilha, 
e de produção do 
cuidado integral e 
humanizado. 
SANTOS 
et al., 2014. 
Resolução 
466/12 do 
CNS e Passos 
da TCI. 
Compreender a 
relação ética em 
pesquisa e a 
TCI, tendo por 
base a 
Resolução 
466/12 do CNS. 
Como autoras do 
artigo. 
A TCI pode ser 
empregada como 
estratégia de recolha de 
informações na 
pesquisa social, sendo 
que suas regras e 
dinâmica própria 
integram as 
determinações da 
Resolução n°466/12 em 
relação aos aspectos 
éticos; é inovadora por 
possibilitar a articulação 
da diversidade cultural. 
Novas discussões 
sobre os aspectos 
éticos que regem as 
pesquisas sociais. 
47 
 
Autor/ano Participantes Objetivo 
Como a 
enfermagem se 
fez presente no 
estudo? 
Conclusões Recomendações 
BRAGA et 
al., 2013. 
15 mulheres 
Conhecer 
histórias 
resilientes de 
mulheres 
frequentadoras 
das rodas de TCI 
Como autoras do 
estudo; e como 
terapeutas nas 
rodas de TCI 
A TCI é uma importante 
estratégia para o alcance 
de resiliência; o estudo 
foi capaz de identificar 
características 
resilientes, que facilitam 
na superação dos 
sofrimentos cotidianos. 
Novas 
investigações, que 
possam contribuir 
para se 
compreender as 
distintas 
possibilidades de 
superação das 
adversidades da 
vida. 
CARVAL
HO et al., 
2013. 
6 usuários do 
CAPS 
Analisar as 
contribuições da 
TCI 
considerando as 
mudanças de 
comportamento 
de usuários de 
um CAPS. 
Como autoras do 
estudo (sendo 
dentre os autores, 
duas 
enfermeiras). 
Quase todos os usuários 
do estudo apresentavam 
histórico de 
transformações 
qualitativas em suas 
vidas após o 
envolvimento com a 
TCI, o que evidenciou a 
expressividade da TCI 
como proposta 
terapêutica na atenção à 
saúde mental. 
Oferecer 
seguimento à TCI e 
fortalecê-la, não 
apenas no CAPS, 
mas também em 
outras instituições. 
ROCHA et 
al., 2013. 
776 fichas de 
TCI 
Identificar os 
principais 
problemas 
apresentados 
pelos usuários 
da TCI, e as 
estratégias que 
utilizam no 
enfrentamento 
de situações de 
sofrimento 
mental 
Como autoras do 
estudo. 
A TCI vem 
contribuindo cada vez 
mais para ampliar o 
cuidado comunitário à 
saúde mental, como 
instrumento que auxilia 
na prevenção do 
adoecimento mental e 
na promoção da saúde 
mental. 
Propõe que os 
resultados 
alcançados pelo 
desenvolvimento 
da TCI nas 
comunidades 
devem ser 
divulgados para 
fortalecimento 
dessa estratégia de 
cuidado; o 
desenvolvimento 
de estudos que 
apontem benefícios 
da TCI para grupos 
diferentes do 
estudado. 
JATAÍ, J. 
M.; 
SILVA, L. 
M. S. da.; 
2012. 
2 Enfermeiros 
Relatar a 
experiência de 
implantação 
TCI pelo 
enfermeiro na 
ESF. 
Como autores e 
sujeitos da 
pesquisa. 
A TCI é uma tecnologia 
de cuidado, de baixo 
custo, que promove a 
saúde mental e previne 
o sofrimento psíquico; 
também pode ser 
utilizada como 
estratégia de 
reabilitação e de 
inclusão social; a TCI 
demonstrou atender aos 
princípios norteadores 
do SUS. 
Propõe que os 
gestores e as 
equipes de saúde da 
família incorporem 
TCI ao cotidiano 
do processo de 
trabalho em saúde. 
48 
 
Autor/ano Participantes Objetivo 
Como a 
enfermagem se 
fez presente no 
estudo? 
Conclusões Recomendações 
ARARUN
A et al.., 
2012. 
277 terapeutas 
comunitários 
Caracterizar o 
perfil 
profissiográfico 
dos terapeutas; e 
identificar as 
contribuições da 
TCI para vida 
pessoal e 
profissional dos 
terapeutas. 
Como autoras do 
estudo; e pelo 
desenvolvimento 
do projeto de 
formação de 
terapeutas. 
A TCI possibilitou 
repensar o modo de agir 
diante dos problemas e 
conflitos; é um 
instrumento de cuidado 
acessível para a maioria 
dos profissionais; é uma 
estratégia para assistir 
ao coletivo; houve 
transformação no 
processo de vida dos 
envolvido. 
Novos trabalhos na 
área que visem a 
continuidade das 
rodas de TCI de 
modo a evidenciar 
mecanismos para 
manutenção das 
mesmas. 
CISNEIRO
S et al., 
2012. 
26 
participantes 
(10 
profissionais 
da USF; 5 
agentes 
comunitários 
de saúde; e 11 
usuários) 
Analisar as 
opiniões dos 
profissionais de 
saúde e dos 
usuários em 
relação à TCI na 
ESF. 
Como um dos 
autores do artigo; 
e como sujeitos 
da pesquisa. 
A implantação da roda 
de TCI na USF trouxe 
benefícios para todos os 
envolvidos; 
promovendo melhorias 
nas relações; na 
assistência, e na 
implantação de ações 
coletivas dentro da 
comunidade. 
A TCI pode 
preencher uma 
lacuna na 
qualidade da 
assistência, por 
promover nas 
pessoas o resgate 
da essência 
humana. 
SÁ et al., 
2012. 
775 fichas de 
TCI 
(produzidas 
por 60 
terapeutas 
comunitários). 
Realizar um 
levantamento 
sobre conflitos 
familiares, 
identificando os 
principais 
motivos 
relacionados e 
as estratégias de 
enfrentamento. 
Como autoras do 
estudo. 
Os conflitos familiares 
estão significativamente 
presentes nas rodas de 
TCI, e geram 
sofrimento emocional e 
risco de adoecimento 
mental; a TCI constitui-
se como ferramentapara 
a consolidação dos 
vínculos familiares e de 
solidariedade. 
Recomenda que os 
profissionais 
forneçam uma 
maior atenção para 
o papel familiar nas 
relações sociais. 
OLIVEIRA
, D. S. T. 
de.; 
FERREIR
A-FILHA, 
M. de O.; 
2011. 
10 terapeutas 
comunitários. 
Investigar a 
contribuição dos 
recursos 
culturais na TCI, 
e identificar as 
estratégias 
culturais mais 
utilizadas nas 
sessões de TCI. 
Como autoras do 
estudo. 
Os recursos culturais 
são importantes 
dispositivos para o 
trabalho do terapeuta, 
pois, fortalecem 
vínculos, e ajudam a 
pessoa a ressignificar 
seu sofrimento. 
Propõe o resgate da 
relevância cultural 
sobre o 
comportamento 
humano, e que o 
cuidado deve 
sempre estar 
ancorado na 
compreensão dos 
significados 
culturais dos 
indivíduos. 
49 
 
Autor/ano Participantes Objetivo 
Como a 
enfermagem se 
fez presente no 
estudo? 
Conclusões Recomendações 
CORDEIR
O et al., 
2011. 
25 fichas de TCI 
Analisar os 
depoimentos 
finais dos 
participantes de 
um grupo de 
TCI realizado na 
ESF. 
Como autoras do 
estudo. 
Houve a constatação do 
impacto positivo 
efetividade da TCI na 
Atenção Básica; os 
participantes 
mostraram-se mais 
fortes para superar seus 
sofrimentos 
emocionais, 
melhorando a 
autoestima, e 
aprendendo a superar 
conflitos familiares e 
sociais. 
A efetivação e a 
expansão da TCI na 
rede de atenção à 
saúde. 
 
Em seguida, em cada artigo, destacamos os principais elementos presentes indicativos 
de evidências da TCI enquanto prática de cuidado de enfermagem e os principais achados dos 
estudos, que foram distribuídos dentro dos eixos temáticos já estabelecidos na metodologia. 
 
50 
 
5. DISCUSSÃO 
 
O Ministério da Saúde (MS), na tentativa de consolidar o SUS e seus princípios 
norteadores, tem desenvolvido Políticas Públicas direcionadas à promoção, à prevenção e à 
recuperação da saúde. Dessa forma, a Estratégia de Saúde da Família (ESF), desenvolvida na 
Atenção Básica (AB), tem favorecido a relação de proximidade entre profissionais e 
comunidade, de modo a garantir a universalidade e equidade da assistência em saúde 
(CISNEIROS, et al.,2012; ARAUNA, et al., 2012). 
Para Carvalho et al. (2013, p.2029), uma das iniciativas mais relevantes que já existiu 
dentro da saúde mental é a criação dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que são uma 
estratégia inteligente de lidar não apenas com as pessoas em adoecimento mental, uma vez que 
inclui em suas ações a participação e a colaboração dos familiares, dos amigos e dos cuidadores 
dos usuários que frequentam como atores integrantes do processo. Afirma o autor: 
 
A criação desses dispositivos transpõe os limites estabelecidos para o manejo clinico 
dos transtornos psíquicos, pois incorpora em sua práxis ferramentas de construção e 
participação coletiva voltadas para reinserir o usuário na sociedade ao passo que 
garante acesso resolutivo e menos excludente, facilitando a superação dos desafios 
que passam a torna-se corriqueiros na vida das pessoas com transtornos mentais. 
 
 A adoção dos princípios norteadores do SUS na AB possibilitou a implementação de 
práticas que rompem com as formas tradicionais do atendimento em saúde. Assim como o 
CAPS, a ESF passou a ter responsabilidade de também promover a saúde mental e de prevenir 
o adoecimento psíquico; isso de modo a garantir às pessoas em sofrimento mental uma política 
de atendimento que visa à inclusão social e à recuperação por meio de serviços de saúde mental 
não hospitalares (ARARUNA et al., 2012). 
Desde 2008, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do MS 
consolidou a TCI como uma prática de cuidado a ser desenvolvida nas unidades de atenção 
básica à saúde. Com isso, a TCI tem se revelado para os gestores de saúde e para a comunidade 
como um instrumento de grande valor estratégico e, ao mesmo tempo, de baixo custo, rumo à 
efetivação do SUS (ARARUNA et al., 2012; BRAGA et al., 2013; CISNEIROS et al., 2012; 
JATAI; SILVA, 2012). 
Assim, a implementação da TCI na AB visa ao preenchimento de lacunas na qualidade 
da assistência, para atender à demanda de usuários com sofrimento psíquico, sendo utilizada 
para atender as necessidades de saúde mental das comunidades, por meio de apoio às atividades 
51 
 
associativas, combate ao isolamento, promoção da reinserção social e estimulo à capacidade 
dos indivíduos para enfrentar os problemas do cotidiano (ARARUNA et al., 2012). 
A inserção da TCI na AB é considerada uma prática compatível, viável e coerente com 
os objetivos da estratégia (CISNEIROS et al., 2012), pois acompanha a mudança da política e 
da prática assistencialista para uma de participação solidária, de maneira que ações da TCI 
encontram-se acordadas com as propostas do Pacto pela Saúde, Ministério da Saúde (2006), 
para que o usuário seja atendido em princípios de equidade, universalidade e integralidade 
(ARARUNA et al., 2012). 
 
5.1. O que é a Terapia Comunitária Integrativa 
 
A TCI é uma tecnologia de cuidado em saúde mental e um instrumento valioso de 
intervenção psicossocial. É importante ressaltar que ela não pretende substituir os outros 
serviços de saúde, mas complementá-los, para a ampliar as ações promocionais e preventivas. 
Ela pode funcionar como primeira instância da atenção básica porque acolhe, escuta e cuida 
dos sujeitos e de seus sofrimentos, o que possibilita direcionar melhor as demandas. Essa prática 
baseia-se na proposta de um ambiente de escuta e acolhimento, a fim de estimular a mediação 
para prevenção e inserção social, de modo a proporcionar a formação de vínculo entre as 
pessoas e a partilha de experiências (JATAI; SILVA, 2012). 
Na prática da TCI, há a busca pelo fortalecimento do indivíduo frente às adversidades; 
considera que, para o enfrentamento das dificuldades vivenciadas no dia-a-dia, o ser humano 
necessita de uma rede de apoio. Ele precisa contar com a família, amigos e recursos estratégicos, 
oriundos de Políticas Públicas, que fortaleçam suas ações nos campos individual e coletivo na 
busca pela inclusão social e no resgate da autonomia necessária para o exercício da cidadania e 
para o fortalecimento pessoal (BRAGA et al., 2013). 
A TCI foi criada pelo Prof. Dr. Adalberto de Paula Barreto, psiquiatra, antropólogo e 
teólogo, professor da Universidade Federal do Ceará e vem sendo desenvolvida há mais de 20 
anos no Brasil. Ao trabalhar em comunidades carentes no Nordeste, Barreto percebeu que a 
lógica da consulta médica não respondia às necessidades daquelas pessoas. A maioria estava 
em busca de entendimento e acolhimento para seu sofrimento psíquico, o que não poderia ser 
feito por meio somente da consulta individual e da medicalização. Por isso, o médico decidiu 
criar o Movimento integrado de Saúde Mental Comunitária e, consequentemente, a TCI 
(CISNEIROS et al., 2012; JATAI; SILVA, 2012; BRAGA et al., 2013). 
52 
 
A TCI constitui-se como um espaço de escuta, reflexão e troca de experiências. Ela pode 
ser implantada nos diversos serviços em saúde, pois utiliza-se de uma metodologia horizontal 
e circular para o acolhimento, partilha de sofrimento e troca de experiencias (JATAI; SILVA, 
2012; BRAGA et al., 2013; SANTOS et al. 2014). 
A terapia comunitária é construída por cinco pilares teóricos, que entrelaçam o método 
e são indissociáveis para sua compreensão. São eles: Pensamento Sistêmico; Teoria da 
comunicação; Antropologia cultural; Pedagogia Freiriana e Resiliência (JATAI; SILVA, 2012; 
MOURA et al., 2017; CISNEIROS et al., 2012). 
O pensamento sistêmico destaca a questão de que as crises e os problemas individuais 
só serão solucionados se compreendermos como eles estão inseridos em um contexto maior, 
que comtemple o ser como um todo, seja como membro de uma família, ou participante de uma 
comunidade. Essa abordagem na TCI propõe uma visão dapessoa humana na sua relação com 
a família, com a sociedade, com seus valores e crenças; e contribui para a compreensão e 
transformação do indivíduo (JATAI; SILVA, 2012; MOURA et al., 2017; CISNEIROS et al., 
2012). 
A Teoria da Comunicação se compõe na TCI como sendo um elemento que une os 
indivíduos socialmente, assim todo comportamento é determinado por uma comunicação, 
podendo se dar de forma verbal e não verbal. A comunicação e a conduta que a pessoa assume 
são elementos sinônimos dentro desse contexto. Temos como exemplo os sinais e sintomas 
causados pelo estresse (suor frio, inquietação motora, ritmo cardíaco acelerado); ou pela 
depressão (sono excessivo, tristeza persistente, aumento ou diminuição do peso) e até mesmo 
as somatizações, que demonstram/comunicam um desequilíbrio de cunho pessoal, familiar ou 
social (JATAI; SILVA, 2012; MOURA et al., 2017; CISNEIROS et al., 2012). 
A Antropologia Cultural traz a importância das diferentes culturas existentes, sendo um 
elemento fundamental na identidade individual e coletiva. Dessa maneira, na TCI busca-se 
resgatar e respeitar os elementos culturais de cada participante, desenvolvendo o reencontro da 
identidade individual dentro do coletivo, o que dá valor e o sentimento de pertença para o 
participante (JATAI; SILVA, 2012; MOURA et al., 2017; CISNEIROS et al., 2012). 
A Pedagogia de Paulo Freire, outro pilar da TCI, propõe que ensinar não é só transmitir 
conhecimento de forma unilateral, mas estabelecer um diálogo, tal teoria estabelece que os 
sujeitos não podem ser classificados apenas como emissores ou receptores do conhecimento 
unicamente. Cada sujeito aprende e ensina ao mesmo tempo, há uma troca de conhecimentos 
entre as partes envolvidas constantemente. A TCI considera que cada um possui um “saber”, 
53 
 
seja acadêmico ou não, que é importante e determinante na construção do saber coletivo 
(JATAI; SILVA, 2012; MOURA et al., 2017; CISNEIROS et al., 2012). 
Já a Resiliência é a capacidade de aprender com a adversidade, de forma a se fortalecer. 
É um processo ativo de resistência, reestruturação e crescimento, pessoal ou coletivo, em 
resposta à crise e ao desafio. Na TCI, esse termo é utilizado para significar a capacidade do 
indivíduo, das famílias e das comunidades de superarem as dificuldades contextuais. O 
enfrentamento das dificuldades produz um saber que tem permitido aos seus envolvidos lidarem 
com os problemas cotidianos (JATAI; SILVA, 2012; MOURA et al., 2017; CISNEIROS et al., 
2012; CORDEIRO, et al., 2011). 
Durante o processo de leitura dos artigos, notou-se que muitos autores (LEMES et al., 
2017; MELO et al., 2015; SÁ et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2017) consideram a TCI uma 
tecnologia válida para cuidado; de amplo alcance e baixo custo operacional no dia a dia, seja 
nas unidades de saúde e/ou na comunidade com o objetivo de construir redes sociais solidárias, 
minimizando o sofrimento emocional das pessoas relacionado com o abandono, insegurança e 
baixa estima. Outros artigos disseram também que a TCI é uma “tecnologia leve” de cuidado 
(OLIVEIRA; FERREIRA-FILHA, 2011; CORDEIRO et al., 2011; ARARUNA et al., 2012; 
JATAI; SILVA, 2012; ROCHA et al., 2013). 
Para Merhy (2002), o conceito de tecnologia leve está diretamente ligado à capacidade 
de relacionar-se, ao conhecimento e sensibilidade que cada sujeito carrega dentro de si para 
desenvolver seu trabalho, ela é inerente às experiências de cada um. Já a tecnologia leve-dura 
é um conhecimento de bases bem estruturadas e pré-definidas, que é adquirido com formação 
específica para aquela prática que poderá ser trabalhada tanto com pessoas ou com um 
instrumento tecnológico (objeto qualquer). Um exemplo dessa tecnologia em saúde seria o 
Processo de Enfermagem (ROCHA et al., 2008). 
Dessa forma, apesar de ter baixo custo de operacionalização, caracterizamos a técnica 
criada por Barreto como uma tecnologia leve-dura, devido à TCI ter sido testada; por tratar-se 
de um método; por ter sido colocada em prática por vários anos; ter passado por avaliações de 
resultados em pesquisa científica por praticamente todo o território nacional; por ter esses 
resultados expostos à comunidade; e principalmente por ser uma técnica que necessita de 
formação específica para colocar-se em prática. É um trabalho vivo em ato que não envolve 
equipamentos, mas envolve o conhecimento estruturado da formação de cada terapeuta para 
relacionar-se com as pessoas adoecidas ou não, em um momento coletivo, que resulta não só 
na superação e subjetivação de cada participante e/ou comunidade, mas também em registros 
documentados a cada roda. 
54 
 
5.2. Quem são os terapeutas comunitários 
 
Para fazer a roda de terapia comunitária, não é necessário ter formação acadêmica. 
Assim, existem profissionais de saúde e até mesmo líderes comunitários que são terapeutas 
comunitários. Porém, o terapeuta deve ser formado por um dos polos formadores em terapia 
comunitária, com o polo de formação MISC da Paraíba, que tem oferecido cursos de formação 
de terapeutas em quase todo o território nacional (ARARUNA et al., 2012). 
No processo de formação do terapeuta, faz-se presente a necessidade de compreender o 
mecanismo do trabalhador, em desenvolver a capacidade do autoconhecimento, para que ele 
possa atuar no mundo do trabalho sem escravizar-se nem se alienar, tornando-se um mero 
insumo, no processo de trabalho. Para tanto, ao se deparar com outro, usuário do serviço, o 
trabalhador necessita estabelecer uma relação comunicacional, efetiva e afetiva, para dar 
sentido à sua prática (ARARUNA et al., 2012). 
Portanto, ser terapeuta comunitário é entender que quem faz a terapia é o coletivo que 
se dispõe a estar na roda, que o terapeuta é um facilitador que dispõe de metodologias para 
despertar nas pessoas o reconhecimento de seus problemas, a percepção de que as soluções na 
maioria das vezes está dentro de si ou da comunidade, de que todo conhecimento tem valor, e 
de que cada pessoa é importante dentro de seu contexto, por resgatar a identidade, promover a 
autoestima e, consequentemente, levar a mudanças no modo de ser e agir nas pessoas e 
coletividades (ARARUNA et al., 2012). 
 
5.3. O método da TCI (passo a passo) 
 
A terapia comunitária é realizada geralmente por dois terapeutas (recomendação de 
Barreto, 2008), em uma hora combinada anteriormente com os participantes, ocasião em que 
todos se sentam em roda para garantir a horizontalidade da fala. As dinâmicas e o local da TCI 
devem ser previamente preparados pelos terapeutas (BARRETO, 2008). 
O Acolhimento caracteriza-se por ser o início da roda, para conhecer as expectativas 
dos participantes e para orientações sobre as regras da roda, que são: não julgar, não fazer 
discurso; respeitar o momento de fala de cada um; não contar segredos; falar de suas 
experiências sempre em primeira pessoa (eu); não dar conselho. Também orientar os 
participantes de que esse é um espaço aberto para manifestação cultural (por meio de piadas, 
poesias, ditados populares e música) e para manifestação de sofrimentos e inquietações. É 
55 
 
comum o desenvolvimento de dinâmicas de grupo que visam a mobilizar a interação entre os 
participantes (BARRETO, 2008; JATAI; SILVA, 2012). 
O segundo momento é a Escolha do Tema, que está relacionado ao relato pessoal do 
contexto de vida e de sofrimento por cada participante da roda (que estiver disposto a 
compartilhar com a roda, visto que, durante a TCI, os participantes não são obrigados e sim 
convidados a falar, razão pela qual muitos participantes apenas escutam os outros (BARRETO, 
2008; JATAI; SILVA, 2012; SANTOS et al., 2014). 
Nessa etapa, ocorre a identificação dos temas (assuntos, sentimentos ou sofrimentos) 
que foram partilhados na roda, e cada participante deve dizer com qual tema mais se identificou 
e se quiser explicar brevemente o porquê. A seguir, é eleita pelo grupo,por meio de votação, a 
situação problema que será tema da roda (BARRETO, 2008; JATAI; SILVA, 2012; SANTOS 
et al., 2014). 
A pessoa que teve o tema escolhido é convidada a falar mais especificamente sobre a 
situação, e os outros participantes e os terapeutas podem fazer perguntas que busquem 
compreender melhor os sentimentos. As perguntas vão ajudando na reordenação das ideias, nas 
quebras das certezas e preconceitos, elas ajudam na elaboração de novas possibilidades para 
mudanças. Então, o terapeuta condutor deve estar atento para extrair dos depoimentos da pessoa 
escolhida o “MOTE”, que é uma pergunta-chave que vai permitir a reflexão do grupo durante 
a terapia. Representa o ponto de encontro entre os participantes da terapia, aquilo que se liga, 
solidariza, exprime a mesma humanidade dentro de cada um (BARRETO, 2008; JATAI; 
SILVA, 2012; SANTOS et al., 2014). 
Quando o terapeuta não conseguir identificar ou formular o MOTE, ele pode fazer uso 
do MOTE genérico chamado “MOTE Coringa”, que consiste em buscar a empatia dos 
participantes com a situação exposta: “alguém aqui já passou, ou está passando, por uma 
situação assim? E o que fez para superar?” (BARRETO, 2008). 
Após esse momento, há a Problematização, que serve para problematizar a situação do 
expoente e partilhar enfrentamentos; é parte em que o grupo fala de como superou as suas 
próprias situações. Assim, as pessoas são convidadas a partilhar suas vivências pessoais em 
situações semelhantes, de modo a enfatizar as formas de enfrentamento e superação que 
encontrou. Nessa etapa, é solicitado ao expoente ficar em silêncio e escutar a partilha dos 
demais participantes. O problema, que antes era de uma única pessoa, passa a ser do grupo, e o 
grupo passa a relatar e refletir sobre seus problemas que resultaram em superação. É a 
transformação do individual no coletivo (BARRETO, 2008; JATAI; SILVA, 2012; SANTOS 
et al., 2014). 
56 
 
Por fim, há o Encerramento Reflexivo, momento em que se fazem os rituais de 
agregação e se estimulam as conotações positivas ao expoente por parte dos participantes. O 
terapeuta deve agradecer e enaltecer os que se dispuseram a compartilhar suas experiências. 
Nessa etapa, os participantes da roda também são incentivados a se olharem, unirem-se, e 
falarem sobre aquilo que foi oportunizado pela sua participação. É o momento em que as 
pessoas têm a oportunidade de aproximar-se uma das outras e que os terapeutas podem agendar 
as próximas rodas (BARRETO, 2008; JATAI; SILVA, 2012; SANTOS et al., 2014). 
Ao final de cada roda de TCI, os terapeutas realizam a apreciação sobre a forma como 
a roda foi conduzida em cada etapa, os motivos que não contribuíram ao bom desempenho e a 
forma como poderiam modificar os aspectos negativos, por meio de um instrumento de 
avaliação que é oferecido durante a formação como terapeuta. Esse é um momento que 
possibilita ao terapeuta refletir sobre a ação, o contexto em que a roda foi realizada e a relação 
com os participantes e entre eles (BARRETO, 2008; JATAI; SILVA, 2012; SANTOS et al., 
2014). O instrumento utilizado pelos terapeutas está disponível no ANEXO C. 
 
5.4. A enfermagem e a TCI 
 
A formação de enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) como terapeutas 
comunitários tem sido significativa. Destaca-se também a existência de maioria feminina, com 
idades entre 20 e 39 anos. A participação majoritária de mulheres confirma a tendência que elas 
têm de exercer o papel do cuidado não só dentro de suas famílias, mas também nas 
comunidades. A própria profissão de enfermagem, que é diretamente ligada ao cuidar, é 
composta em sua maioria por mulheres, e igualmente obtém uma grande representação entre os 
terapeutas (ARARUNA et al., 2012). 
Os enfermeiros que trabalham na ESF, CAPs ou em outras instituições de AB são 
grandes potencializadores para a realização das práticas de educação e promoção da saúde, pois 
estão em contato direto e constante com a comunidade por meio dos grupos e das visitas, além 
dos atendimentos direcionados, conhecendo então as diversas situações estressantes que 
causam o adoecimento mental da população. Juntamente com seus usuários, os enfermeiros, 
constroem e reforçam um vínculo importante para qualquer ação em saúde (ARARUNA et al., 
2012; OLIVEIRA et al., 2017). 
Os enfermeiros são, em sua maioria, dotados de sensibilidade e empatia para a prática 
do cuidado. Para exemplificar essa afirmação, pode-se citar o estudo de Rocha et al. (2013) que 
se trata de um estudo documental de enfermeiras pesquisadoras de uma secretaria municipal de 
57 
 
saúde, que buscaram identificar os principais problemas apresentados pelos participantes de 
rodas de TCI e as estratégias que utilizam no enfrentamento das situações que provocam 
sofrimento emocional. 
Foi evidenciado que o problema mais frequente é o estresse provocado por cansaço, por 
conflitos familiares e por problemas relacionados ao trabalho (conflitos no trabalho ou 
desemprego) e a estratégia de enfrentamento mais utilizada foi a espiritualidade. Assim, 
concluíram que a TCI é um espaço onde as relações construídas transmitem apoio emocional, 
fortalecem vínculos e diminuem os casos de exclusão social (ROCHA et al., 2013). 
Cabe destacar a síntese que Rocha et al. (2013, p.161) fazem sobre a TCI, o que 
representa forte evidência sobre essa prática como um cuidado de enfermagem com diversos 
públicos: 
 
Não se pode negligenciar que a TCI é um espaço onde as relações construídas 
transmitem apoio emocional, fortalecem vínculos, diminuem os casos de exclusão 
social, e instiga a capacidade resiliente individual e grupal. É uma ferramenta de 
cuidado de baixo custo, cujos resultados positivos que vêm sendo alcançados pela 
comunidade devem ser divulgados para o fortalecimento da mesma enquanto 
estratégia de cuidado. 
 
Outro estudo que traz a TCI como cuidado de enfermagem foi a pesquisa-intervenção, 
de Melo et al. (2015), que buscou compreender as repercussões da Terapia Comunitária 
Integrativa (TCI) nas pessoas doentes renais durante sessão de hemodiálise. 
A TCI como intervenção de cuidado foi sugerida e buscada pela enfermeira da unidade 
de nefrologia. Nesse estudo, as autoras, que também são enfermeiras e acadêmicas de 
enfermagem, puderam observar que a TCI é uma possibilidade de cuidado a essas pessoas, 
considerando a facilidade para a troca de experiências entre aqueles que vivenciam uma mesma 
condição crônica (nesse caso, a insuficiência renal), o que permite a construção de redes de 
apoio social (MELO et al., 2015). 
As autoras afirmam que a TCI como uma prática de cuidado de enfermagem durante o 
procedimento de hemodiálise mostrou-se muito relevante, viável e oportuna. Isso porque ela 
fornece àqueles que convivem com a hemodiálise e a seus familiares a oportunidade de 
expressar seus sentimentos sobre a vida e promover uma reflexão sobre seus valores e crenças 
diante da condição e do tratamento (MELO et al., 2015). 
O estudo clínico de Miranda et al. (2016) analisou o modelo da TCI para o 
empoderamento de pessoas que vivem com fibromialgia e a repercussão dessa intervenção no 
processo saúde-doença e autocuidado. Utilizando a pesquisa qualitativa com observação 
58 
 
participante e entrevista, concluiu que o grupo de TCI é um dinamizador na construção e 
ampliação do conhecimento sobre a fibromialgia e no empoderamento para o autocuidado. 
Portanto, este estudo também traz elementos que evidenciam a relevância da TCI para o cuidado 
em saúde e em enfermagem, especialmente pela possibilidade de fala, escuta e reflexão. 
Para Miranda et al. (2016, p.1116): 
 
[...] o cuidado centrado em grupos de discussão, favorece um espaço interativo em 
que se permite refletir e debater com as pessoas os seus problemas de saúde, 
identificar os déficits e as falhas no autocuidado para reorientação na correção das 
mesmas. O enfermeiro pode agregaroutros profissionais para o grupo, ou se inserir 
em grupos que desenvolvem uma práxis de cuidado na perspectiva da 
interdisciplinaridade, onde se reúne pessoas com diferentes olhares e conhecimento. 
 
Portanto, a TCI é uma alternativa de cuidado e de promoção à saúde, que possibilita um 
espaço integrador, buscando o fortalecimento do autocuidado, a descoberta de potenciais como 
alternativa para discutir os problemas de saúde e reorientação de posicionamentos, numa busca 
de diminuição dos conflitos intra e interpessoais (MIRANDA et al., 2016). 
Dessa forma, os estudos apresentados demonstram que a enfermagem tem sido 
importante e atuante para: inserção da terapia comunitária na assistência não só à saúde mental, 
como também nas diversas formas de cuidar das pessoas adoecidas fisicamente; na divulgação 
e discussão da TCI como instrumento de cuidado por meio das publicações de estudo 
conduzidos e escritos por enfermeiros. 
 
5.5. As contribuições da TCI para os envolvidos 
 
Em todos os estudos selecionados para esta revisão de literatura, houve mudanças e 
transformações positivas do âmbito pessoal e/ou comunitário para os envolvidos na terapia 
comunitária, sejam como profissionais, terapeutas ou usuários. 
Em Cisneiros et al. (2012), os profissionais da AB, ao serem indagados sobre suas 
opiniões em relação à TCI, a maioria respondeu que essa intervenção os ajuda a conhecerem e 
compreenderem melhor as pessoas e a comunidade que trabalham, colabora para um melhor 
relacionamento entre a própria equipe e entre profissionais e usuários. 
Os profissionais consideraram que a TCI permite o conhecimento de si próprio pelo que 
é falado e vivenciado na roda; propicia reflexões que promovem elevação na autoestima e 
superação de suas dificuldades pessoais. Igualmente promove o desenvolvimento do diálogo e 
do respeito entre usuários e profissionais, por estabelecer uma boa relação de convivência; ajuda 
59 
 
a unir a comunidade para ver melhor os problemas e resolvê-los; constrói o espirito de 
solidariedade dentro do grupo (CISNEIROS et al., 2012). 
Observaram-se, no grupo de mulheres estudado em Braga et al. (2013), muitos atributos 
que fazem relação com a capacidade resiliente, como por exemplo: alta capacidade de 
resistência; habilidade de comunicação; facilidade de construção coletiva; grande capacidade 
de amar, de crescer profissionalmente e de estabelecer trocas com o mundo. Isso sugere, 
portanto, que as relações de troca, de experiências vividas entre as participantes estimularam os 
elementos resilientes, levando as participantes a ressignificar seu sofrimento. 
Em Carvalho et al. (2013, p.2036), quase todos os usuários apresentavam histórico de 
transformações qualitativas em suas vidas após o envolvimento com a TCI: 
 
O estudo evidenciou que a TCI é uma criação multidimensional complexa, que 
promove a interação entre seus participantes, através da fala, não como gemido ou 
artificio de lamentações, mas como um grito que ecoa positivamente em todas as 
esferas de vida do indivíduo. 
 
Pode-se afirmar, então, que diferentes grupos populacionais podem ser beneficiados 
com essa prática, uma vez que as rodas de TCI podem ser desenvolvidas em diversos ambientes, 
tais como escolas, hospitais, unidades básicas de saúde, igrejas, universidades e outros (NUNES 
et al., 2015). 
A TCI tem promovido transformações na vida de seus participantes, os quais adquirirem 
capacidades e atributos compatíveis com o empoderamento, como flexibilidade para rever suas 
posturas, aceitar mudanças, desenvolvimento do raciocínio reflexivo, senso crítico. Também 
desenvolve habilidades pessoais, autocuidado, o que amplia a visão de mundo e faz seus 
envolvidos sentirem-se mais autoconfiantes para gerenciarem suas vidas (MIRANDA et al., 
2016). 
 
 
60 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Evidenciamos, nesta revisão, que a Terapia Comunitária Integrativa está se 
estabelecendo como tendência para o cuidado individual e coletivo, principalmente na Atenção 
Básica. Porém, é possível implementá-la em diversos níveis de atenção e grupos populacionais, 
em pessoas com adoecimento (ou não) psíquico. A TCI tem se consolidado não só como 
estratégia de enfrentamento e fortalecimento dos indivíduos, mas como uma forma de mediação 
de conflitos dentro das equipes de saúde e de reconhecimento de usuários dentro das 
comunidades que necessitam de acompanhamento especializado para o sofrimento psíquico. 
A reunião dos estudos para a revisão evidenciou também que a terapia comunitária no 
campo da enfermagem tem se consolidado como um cuidado de enfermagem. Os enfermeiros 
estão altamente inseridos como agentes formadores de terapeutas, têm contribuído para a 
implantação da prática da TCI em todo território nacional e têm mostrado os resultados dessa 
prática por meio de estudos e artigos científicos. 
A partir das dificuldades encontradas durante a revisão de literatura no processo de 
busca e seleção dos estudos, sugerimos que os pesquisadores em terapia comunitária discutam 
a necessidade da criação e inclusão nos DeSC/MeSH, de um descritor próprio, destinado à TCI. 
Registramos como limite deste estudo o fato de que as recomendações PRISMA, bem 
como os instrumentos disponibilizados para a análise do nível de evidência nas revisões 
integrativas de literatura, são destinados a estudos randomizados e quantitativos. Por essa razão, 
quando adaptados para a análise de estudos qualitativos, são insuficientes para demonstrar o 
nível de evidência desses estudos, o que ameaça a credibilidade dos estudos e das evidências 
encontradas. 
Por esse motivo, sugerimos, também, que nós (pesquisadores em estudos qualitativos) 
busquemos a criação de um instrumento próprio das análises qualitativas, que expresse com 
maior segurança e credibilidade o nível de evidência desses estudos. 
Ressaltamos, ainda, que a conquista de direitos em saúde mental resultante do 
movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira ocorrido no contexto do processo de 
redemocratização do país a partir da década de 1980-1990 se materializa em novas abordagens 
terapêuticas para o enfrentamento do sofrimento mental, como as práticas integrativas e 
complementares (a exemplo da TCI), com a possibilidade da recuperação fora das instituições 
psiquiátricas e, enfim, com a reinserção social das pessoas que sofrem com transtornos 
psíquicos. Essas novas abordagens também tornaram possível a identificação de fatores de 
adoecimento mental nas comunidades e, assim, colaboraram para as ações de promoção e 
prevenção à saúde mental. 
61 
 
No entanto, vivemos atualmente, no Brasil, os reflexos da forte crise do capitalismo 
mundial, o qual, para continuar se reproduzindo, tem imposto o recrudescimento de políticas 
econômicas neoliberais com consequente redução do investimento do Estado em políticas 
públicas, dentre as quais a saúde pública. Já estamos vivendo intensos contingenciamentos de 
recursos na saúde, os quais também já estão repercutindo em mudanças na Política Nacional de 
Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas, que ameaçam os direitos 
conquistados, uma vez que trazem de volta os Hospitais Psiquiátricos e a internação 
compulsória. 
Essas ações vão contra as tendências mundiais em saúde mental e contra os princípios 
norteadores e organizacionais do SUS, pois, numa instituição dificilmente a integralidade, 
equidade, resolutividade ou até mesmo a universalidade, serão totalmente alcançados. Isso 
deixará as pessoas em sofrimento psiquiátrico ou por dependência de álcool e drogas em 
isolamento social, sem o apoio fortalecedor da família e da comunidade, o que as tornará 
vulneráveis à volta dos maus tratos. 
O momento é de resistência ativa, ou seja, de defender o SUS e todas as conquistas da 
Reforma Psiquiátrica, estando lado a lado trabalhadores da saúde, universidades e toda a 
comunidade. É fundamental, portanto,que a Enfermagem - que foi evidenciada neste estudo 
como uma categoria fortalecedora das práticas integrativas de cuidado - também resista aos 
retrocessos junto com toda a sociedade, ajudando a organizar a luta em defesa da saúde, de 
modo a auxiliar na construção de força social. Além disso, a Enfermagem pode e deve atuar 
por meio da “luta das ideias”, mostrando as evidências científicas, a exemplo de trabalhos como 
o presente, que mostra o sucesso de uma prática integrativa como a TCI no tratamento, na 
recuperação e na prevenção à saúde mental. A nós, enquanto Enfermagem, não cabe apenas o 
nosso descontentamento e desapoio às atrocidades, mas a defesa intransigente dos direitos 
conquistados pelo povo brasileiro com a Reforma Psiquiátrica brasileira e o SUS. 
 
 
 
 
62 
 
REFERÊNCIAS QUE COMPÕEM A REVISÃO INTEGRATIVA 
 
 
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MORAES, M.; ROCHA, I. A. Formação de terapeutas comunitários na Paraíba: impacto 
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2. BRAGA, L.A.V.; DIAS, M.D.; FERREIRA-FILHA, M.O.; MORAES, M.N.; 
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4. CISNEIROS, V.G.F.; OLIVEIRA, M.L.S.; AMARAL, G.M.C.; CUNHA, D.M.S.; 
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5. JATAI, J.M.; SILVA, L.M.S. Enfermagem e a implantação da Terapia Comunitária 
Integrativa na Estratégia Saúde da Família: relato de experiência. Rev. bras. enferm., 
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http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v13i2p101-108
file:///C:/Users/mallu/Documents/%3chttp:/www.redalyc.org/articulo.oa%3fid=505750946002%3e
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http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=505750947019
http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472011000300013
http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472011000300013
https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/20299
http://dx.doi.org/10.5902/2179769220299
http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472013000300020
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15. SANTOS, P.R.M.; CERENCOVICH, E.; ARAUJO, L.F.S.; BELLATO, R.; 
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http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072005000200015
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072005000200015
73 
 
ANEXOS 
 
ANEXO A 
 
Itens de checklist a serem incluídos no relato de revisão sistemática ou meta-análise 
(Recomendação PRISMA): 
74 
 
 
Fonte: Recomenda PRISMA 
Disponível em: http://prisma-statement.org/Translations/Translations . 
http://prisma-statement.org/Translations/Translations
75 
 
ANEXO B 
 
Diagrama PRISMA em Português: 
 
 
Fonte: Recomendação Prisma 
Disponível em: http://prisma-statement.org/Translations/Translations 
http://prisma-statement.org/Translations/Translations
	Mallu Versão para Impressão.pdf (p.1-76)
	FichaCatalografica.pdf (p.77)

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