Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 1 O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica); Função social da arte. vestibulares.estrategia.com Prof. Celina Gil Aula 00 – Conceitos Básicos. VESTIBULAR Exasiu 2024 Exasi u EXTENSIVO ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 3 Quem sou eu 3 1 – COMO INTERPRETAR IMAGENS 3 2- O QUE É ARTE? 4 3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 7 Elementos formais 7 Conceitos 11 Técnicas 17 Gêneros 21 4 - ARTE E SOCIEDADE 26 Intercâmbio entre culturas 28 Arte e mercado 33 Relação entre artistas e poder constituído 35 5- ARTE E REALIDADE 37 Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 39 Indústria cultural 41 6 - EXERCÍCIOS 42 4.1 – Lista de exercícios 42 6.2 – Gabarito 80 6.3 – Questões comentadas 80 CONSIDERAÇÕES FINAIS 131 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 3 Apresentação Olá! Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela sua aprovação! Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não é um assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar conhecimentos, não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui para ajudar, tanto em artes plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e demais expressões artísticas. Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas informações: • Quem sou eu. • Qual a nossa metodologia no Estratégia Vestibulares. • Como encontrar nosso cronograma de aulas. Vamos lá? Quem sou eu Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo. Ingressei na USP em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em dia, faço doutorado em História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto para gramática e redação quanto para literatura. Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus materiais você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o estudo mais divertido. Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com jovens e adolescentes, principalmente em cursos preparatórios para provas e vestibulares. Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a teoria e sua aplicação prática. A maioria dos exercícios que você encontra aqui veio das provas do vestibular a que esse curso se dedica e de outros grandes vestibulares semelhantes. Espero que ajude você a passar por esse momento tão importante. Vamos lá? 1 – Como interpretar imagens Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 4 alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens! O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste em: A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais simples. Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão importante quanto! Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando! Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte! 2- O que é arte? Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la. Vamos buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema. “O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich) 1- Identificar: - Qual é o tipo de imagem que estamos vendo? (publicidade, quadro, charge etc.?) - Quais as técnicas empregadas nessa imagem?(fotografia, pintura, escultura etc?) - Observar cores, traços, formas etc. 2 - Analisar: - O que compõe essa imagem? - Há textos que complementam a imagem? - Observar quais são os elementos mais destacados e se há detalhes menos óbvios. 3 - Contextualizar: - Qual foi o momento histórico da procução dessa imagem? - Com que objetivo essa imagem foi criada e onde ela foi veiculada ou exposta? - Buscar informações nas legendas! Signos presentes na imagem em si. Signos externos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 5 Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos são capazes de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-se alguma matéria de modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele. As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais. Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não havia nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por isso? Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um objeto artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção? A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir do que pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns parâmetros não sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser: • A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento; • Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação de um objeto; • Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam e sentiam sobre seu tempo; • Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da praticidade e do utilitarismo; • Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também; • Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que regras sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto. Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se deixar tocar por uma obra de arte. Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você chegue com a mente aberta: “Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas.” “Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papãoe de um fetiche.” ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 6 “Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade. Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.” “Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.” “De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na beleza de seu tema.” “Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.” “Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda convicção de estarmos certos e o pintor errado.” “Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância em descartar hábitos e preconceitos.” (Estratégia Vestibulares – 2020) A arte não é, como vemos, algo isolado das demais atividades humanas. Ela está presente nos inúmeros artefatos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Muitas coisas que hoje observamos nos museus, ontem faziam parte do cotidiano do homem. Da mesma forma, muitas construções que atualmente são monumentos tombados como patrimônio histórico de um povo, antigamente eram locais de moradia e, neles, famílias viveram momentos de tranquilidade, de apreensão, de medo e de alegria. Assim, as construções em que moramos hoje, bem como os utensílios que agora fazem parte da nossa vida diária, futuramente poderão estar nos museus, atestando os nossos hábitos, os nossos valores e o nosso modo de vida. (Adaptado de História da Arte, Graça Proença. 2004) Sobre o texto, é correto afirmar que a as obras artísticas a) se encontram desvinculadas da noção de utilidade. b) são artefatos que atendem a uma determinada coletividade c) são essencialmente objetos cotidianos e históricos. d) são criações de caráter individual e subjetivo. e) podem refletir as práticas e concepções de um povo. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 7 As alternativas A e B estão incorretas, pois nem todas as obras artísticas são utensílios, moradias e outros objetos difundidos na coletividade. A alternativa C está incorreta, pois nem toda obra artística é um artefato histórico. A alternativa D está incorreta, pois a construção de moradias e a fabricação de utensílios que se tornam artefatos históricos nem sempre envolve a externalização da individualidade do autor. A alternativa E é a resposta. A produção artística se encontra profundamente integrada à cultura e aos sentimentos de um povo, por vezes externalizando elementos cotidianos do passado, as crenças e as práticas de seus membros. Gabarito: E 3 – Definições importantes Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas definições importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre que for preciso. Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas definições. Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e gêneros. Elementos formais Cor É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é definida a partir da frequência de onda que ele reflete, ou seja, os comprimentos de onda que ele não consegue absorver. As cores podem ser primárias – amarelo, azul e vermelho; secundárias – verde (união de azul e amarelo), laranja (união de amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (união de vermelho e azul); ou terciárias – vermelho-arroxeado (união de vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (união de vermelho e laranja); amarelo-esverdeado (união de amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (união de amarelo e laranja); azul-arroxeado (união de azul e roxo) e azul- esverdeado (união de azul e verde). Forma O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa um elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como manchas; geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com determinada propriedade (ex.: um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma um círculo), plana ou espacial. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 8 Linha Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma série de pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o instrumento sobe a superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo como é organizada na superfície, pode denotar diferentes expressividades, como fluidez, dinamismo, direção, movimento, tensão, ilusões de ótica, texturas etc. Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente, divergente, paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera uma expressividade diferente. Luz A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele tridimensional ou bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes expressividades cada uma delas. A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte, a luz será essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros elementos a serem explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como lápis e grafite. Matiz Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. O brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca (dessaturada). Ponto Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um desenho ou traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes. Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear uma imagem e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e escuro); ou mesmo criar desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa última ideia será a base para o Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação de retícula tipográfica. Superfície Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma obra de arte. Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc. Textura ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 9 A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa, ondulada, áspera, rugosa etc. Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre superfícies: diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel, por exemplo. Tom Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas em que houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que houve acréscimo de branco ao matiz. Volume É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. (Estratégia Vestibulares– 2020) O volume é aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. Tendo em vista a definição acima, a obra que busca criar ilusão de tridimensionalidade a partir de um jogo de luz e sombra é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 10 c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 11 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois essa obra não busca dar ilusão de tridimensionalidade. As figuras são chapadas. A profundidade vem principalmente dos tamanhos das pessoas, não da luz e sombra. A alternativa B está correta, pois aqui as sombras projetadas contra a parede e o modo como a luz da vela incide sobre os rostos das personagens é responsável pelo volume das formas. A alternativa C está incorreta, pois aqui a única sombra que vemos é a do cavalo no chão. Não se pode dizer que o contraste entre luz e sombra seja responsável pelo volume. A alternativa D está incorreta, pois aqui não há tentativa de variação de luz no quadro. A variação se dá por um leve sombreado, sem uso de luz e sombra. A alternativa E está incorreta, pois esse quadro não se preocupa com a construção de volume pela luz e sombra, mas pela variação de tamanhos. Gabarito: B Conceitos Abstrato Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas, respingos de tinta etc., em maior ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na subjetividade dos artistas. Bidimensional Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o desenho, a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais. O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num suporte bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra para criar essa ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão de tridimensionalidade. Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas. Contraste e semelhança O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que compõe uma composição. Assim, elementos opostos com, consequentemente, significados opostos, formarão entre si uma relação de contraste. Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode ocorrer a partir de muitos elementos. Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma série de significados. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 12 Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc. encontram-se harmônicos, não gerando tensões entre si. La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Distorção (deformação) Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir alguma ideia. Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a se dedicar menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas de subjetividade. Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Estilização Ocorre quando se retira de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo de informação possível para que ela possa ser compreendida. Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São convenções compreendidas por todos. Equilíbrio Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar muitas formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na composição. Alguns atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão determinantes para definir o equilíbrio de uma obra. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 13 Figura e fundo A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade. Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII principalmente começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que diferenciam o objeto do espaço atrás dele. Figurativo Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e seres em suas formas reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo real. Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu espaço com o surgimento da arte abstrata no século XX. Harmonia Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos padrões de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os elementos colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do observador, respeitando proporções. Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van Dyck, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Movimento Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar de um ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um ponto da obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que direciona a atenção do observador para onde deseja. Perspectiva Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte bidimensional. Está especialmente ligada à profundidade espacial. Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que se encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-matemáticos, principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e ótica, também influenciam na construção da perspectiva. Proporção ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 14 Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando seus tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia. Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza. A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica nas definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da proporção do corpo humano. Ressignificação Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico. Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse procedimento. Ritmo O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem constantemente em uma obra. Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras categorias. Simetria A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais. Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um quadro, por exemplo, temos uma imagem simétrica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 15 Tridimensional O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de altura, largura e profundidade. Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de arte tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra. Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century),Fang peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Unidade Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem sentido no todo. (Estratégia Vestibulares – 2020) Abstrato Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à realidade. Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau de abstração é a pintura: a) (Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille Pissarro) b) (View of the Seacoast near Wargemont in Normandy, 1880, Auguste Renoir) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 16 (View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul Cézanne) d) (The Ballet from “Robert le Diable”, 1971, Edgard Degas) e) (Untitled, 1945, Jackson Pollock) Comentários: Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela escolha de cores, seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que apresenta desenho com maior abstração, sendo praticamente impossível encontrar grandes referenciais na realidade. Exceto por algumas imagens, poucos elementos são identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens abstratas. Gabarito: E ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 17 Técnicas Arquitetura Toda construção ou modificação do ambiente físico, num processo que inclui tanto o projeto quanto a execução em si. Também pode aparecer aliado a uma época ou região específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura gótica). Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes, ciências sociais, política, entre outros. Colagem Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova imagem a partir da junção de outras. Passa a ser vista como possibilidade artística principalmente a partir do século XX, com a influência do cubismo, que utilizava muito dessa técnica. Pode ser tanto manual quanto digital. Desenho Nome genérico para traço linear, de forma pictórica, realizado em diversos suportes e a partir de diversas ferramentas, para expressar alguma ideia, podendo ser técnica ou estética. Deve levar em consideração a escolha das cores e texturas da superfície e a forma do desenho em si, que pode ser por contorno/linear, com volumes ou não, fazendo uso de luz e sombra. Escultura ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 18 Criação artística que consiste na manipulação de matérias de diversas naturezas para a criação de uma obra tridimensional. Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação, como esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de matéria de um bloco uno, como na cinzelação –, modelar – que envolve a adição de materiais para criar uma forma – ou fundir – quando se esculpe em metais. Fotografia Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de uma superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais para fins de registro e científicos do que artísticos, a fotografia logo se torna uma nova possibilidade nas artes. Pode ser tanto analógica quanto digital, colorida ou preto e branca. Depende de um equipamento fotográfico para ocorrer. Gravura Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou tecido. Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em papel que será gerada pelo processo de gravação. Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em superfície de madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor camadas de cor – e serigrafia – tela criada em tecido fino. História em Quadrinhos Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem textos verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos das narrativas. Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para indicar diferentes intenções. Foi inspiração para produções da Pop Art. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 19 Instalação Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras que utilizam o espaço como potência, ativando o espaço como parte da obra de arte. Possibilita a participação do espectador, que pode entrar ou interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela. Pode combinar diversas linguagens e técnicas na sua construção. Modelagem Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os de maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que permanece sendo muito artesanal. É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem, acessada principalmente na construção de elementos de uso cotidiano. Mosaico Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito suntuoso, podendo representar padrões ou formas figurativas. Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em relação com a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo de fragmento, tamanho etc. Ourivesaria e Prataria Produções que usam metais como suporte, tanto na fabricação de objetos cotidianos como na criação de obras de arte. Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de dialogar com a arquitetura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 20 Performance Nome genérico para designar apresentações de canto, dança, mímica, teatro, entre outros. Na segunda metade do século XX, surge um novo gênero artístico chamado simplesmente “performance”, ligado aos movimentos de vanguarda, que consiste em ações pensadas de intervenção e atuação no espaço. Também envolve as práticas de body art. Pintura Nome genérico para técnica de aplicar pigmento – principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma técnica bidimensional em que se atribuem cores, tons, textura etc., criando uma imagem. Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela, pintura a óleo, acrílica ou guache. Vitral Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada. Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa Idade Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial místico intenso. Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art Nouveau, movimento que revisita o vitral com uma nova estética. (Estratégia Vestibulares – 2021) Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977) foi construída postumamente, a partir das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas, maquetes e amostras. O uso do termo square, que traduzido para português pode significar tanto “praça” quanto “quadrado”, revela elementos fundamentais para o pensamento do artista: o interesse pelo espaço público como lugar de encontro e a herança da tradição geométrica em sua formação. Aqui, a cor –outro elemento fundamental na produção de Oiticica –atinge a escala ambiental, na articulação de nove paredes em alvenaria, tinta acrílica, tela de arame e vidro. A presença da luz natural com as mudanças que sofre ao longo dos dias completa a obra, modificada a cada instante. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 21 Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, [detalhe]. Foto: Brendon Campos (Disponível em <https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/invencao-da-cor-penetravel-magic-square-5-de-luxe/> Aceso em 08jul. 2021) As formas usadas na composição da instalação denotam preocupações do artista quanto ao/à a) reprodução de formas abstratas para a criação de obras de paisagismo e urbanismo. b) escolha de cores, ligada diretamente ao movimento concretista brasileiro.c) percepção da natureza como espaço mais criativo que o urbano, lembrando a land art. d) uso do espaço público, aproveitando-se da ambiguidade gerada pelo termo em inglês. e) preferência pelo uso de materiais do cotidiano, que podem ser facilmente encontrados. Comentários: A alternativa A é INCORRETA, pois o que se cria aqui é uma instalação artística, não uma obra de paisagismo e urbanismo. A alternativa B é INCORRETA, pois as cores não impactam na escolha da forma nesse caso. A alternativa C é INCORRETA, pois não se pode afirmar que o projeto fosse necessariamente para o meio da natureza. Isso ocorre devido à configuração do museu. A alternativa D é CORRETA, pois o texto aponta que o projeto elaborado pelo artista levava em consideração seu interesse sobre o espaço público. Nessa obra, cria-se uma praça com formas geométricas quadradas, incentivando o aproveitamento do espaço público. A alternativa E é INCORRETA, pois os materiais não impactam na escolha da forma aqui. Gabarito: D Gêneros Cenas do cotidiano ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 22 Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da vida cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da religiosidade a arte se tornava – ou seja, conforme se secularizava – mais crescia o interesse em retratar cenas do dia a dia. Além de espaços públicos e domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na cidade, também serão retratadas aqui. Costumam ser imagens com grande riqueza de detalhes e que apresentam personagens “anônimos”. Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Cenas históricas Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. Alguns teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa tambpem seriam históricas, mas estritamente falando, são obras que registram eventos políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e personagens notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo. The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Cenas mitológicas Representações de personagens ou cenas mitológicas greco- romanas. As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição na história da arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo um conjunto de narrativas sobre deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para muito da cultura ocidental. Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 23 Cenas religiosas Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Assim, as representações de cenas da mitologia cristã se tornaram muito frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do Velho Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia e a Crucifixão de Cristo. The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Natureza morta Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham sido frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século XVI que deixam a posição de cenário ou detalhe para se tornarem temas centrais de quadros. Costumam ser representados alimentos, flores, livros, instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa representar as coisas tal como são vistas por nossos olhos. Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Paisagem Obras, principalmente pinturas, que retratam espaços naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma maior presença da natureza do que de construções humanas. Se populariza sobremaneira a partir do século XVIII e terá seu apogeu no século XIX, também por conta de inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de tinta, que permitia a pintura ao ar livre, fazendo com que artistas pudessem ir para a natureza pintar, não ficando restritos aos estúdios. Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan Museum of Art, Nova York. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 24 Retrato Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas na maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais recentemente, utilizaram-se também fotografias como base para a criação de retratos. Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era importante ser capaz de reproduzir perfeitamente o modelo num momento em que não existiam fotografias – o que tornou o gênero popular nas academias e escolas de artes. Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a ascensão da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também serão muito populares. Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um dos temas mais comuns à pintura ocidental são as cenas religiosas. Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Tendo em vista a definição, a obra que apresenta temática de uma cena religiosa é a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 25 d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que o nome remeta à mitologia cristã, não se pode dizer que a cena representada seja religiosa ou que represente passagens da religiosidade cristã. A alternativa B está incorreta, pois essa pintura mostra o interior de uma igreja, mas não uma cena religiosa. A alternativa C está correta, pois nessa cena vemos uma passagem da mitologia cristã representada: o momento em que a Virgem Maria sabe que irá ascender aos céus. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 26 A alternativa D está incorreta, pois não se observa elementos que remetam à religiosidade da época na tela. A alternativa E está incorreta, pois essa cena é da mitologia grega, ou seja, não se enquadra como religiosa, mas como mitológica. Gabarito: C 4 - Arte e Sociedade A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que temos sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais à frente discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns modos de fazer arte. A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar movimentos da sociedade contemporânea a ela ou produzir críticas contra uma pessoa ou governo em especial. A imagem ao lado, por exemplo, mostra um homem cercado de tecnologia. Ele está com as mãos amarradas e o corpo atado por fios, segurando um celular. No rosto, ele tem um aparelho de assistir à realidade virtual. Isso pode ser lido como uma crítica à sociedade que vivemos, que deposita expectativas demais na tecnologia e acaba ficando presa a ela, sem ser capaz de olhar para o real. Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo com que, muitas vezes, nos questionemos acerca do mundo como ele é. Por isso, diversos governos autoritários ao longo da história promoveram censura às artes. Ao longo da história, obras de arte foram censuradas por diversas razões,mas principalmente dois conteúdos provocavam maior número de proibições: questões morais ou críticas diretas ao governo/governante da época. Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram oposição em sua época. A Capela Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos por apresentar pessoas peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo chegou a pintar panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX, Gustave Courbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de conteúdo “potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo. A discussão sobre a censura às artes no contemporâneo é fundamental para os vestibulares e você pode acabar encontrando-a, por exemplo, em uma proposta de redação. Fonte: Unsplash. Disponível em <https://unsplash.com/photos/uydt8hNz3hE> Acesso em 04/05/20. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 27 Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na América Latina, África e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que alguns artistas populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem obrigados a deixar o país. A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários para os padrões de sua época. Pussy Riot Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou lideranças políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O grupo formado apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas discriminatórias do governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora – coloridas. A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de legitimação de governos ao longo da história. A sustentação de um governo depende não só de suas ações como também de apoio popular. Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura, usando das bens culturais como propaganda do governo. Essa mistura entre arte e política foi muito profícua na primeira metade do século XX, principalmente durante o período das Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Veja dois exemplos abaixo: Arte Nazista Baseada em suas interpretações de mundo centradas na eugenia e na superioridade da raça ariana, a arte nazista vendia um mundo idílico e clássico. Representava a Alemanha como uma nação forte. Diferente da arte de vanguarda do período, a arte nazista fugia das abstrações e representavam o mundo de maneira mais naturalista. Arte Soviética Após a Revolução Russa, em 1917, havia uma necessidade de garantir que a população apoiasse uma mudança tão brusca de governo. A cultura e as artes serviram pra por um lado reforçar os ideias da revolução e por outro criar um novo movo de fazer arte, com referenciais diferentes dos anteriores. Havia o incentivo à formação de grupos como o Proletkult (em português Cultura Proletária), ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 28 A escola de arte Bauhaus foi perseguida pelo regime por se opor ao ideal de arte do regime. Era parte do que eles chamavam de arte degenerada. com o objetivo de incentivar uma literatura de cunho social acessível ao povo. O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos. Veja aqui alguns filmes fundamentais: O encouraçado Potemkin (1925) Dir.: Sergei M. Eisenstein Filme do principal cineasta soviético que retrata a história de uma rebelião ocorrida em um navio de guerra, em 1905. Os oficiais se rebelaram por conta das más condições de trabalho. O objetivo do filme é mostrar, pela comparação, que o governo soviético garantia melhores condições para os trabalhadores. O triunfo da vontade (1935) Dir.: Leni Riefenstahl Filme dirigido pela principal cineasta alemã. Documentário, o filme influenciou a linguagem da publicidade no futuro. Intercala cenas cotidianas dos membros do partido e soldados com discursos do próprio Hitler. O objetivo do filme é mostrar a lealdade do povo alemão para com o partido nazista. O Grande Ditador (1940) Dir.: Charles Chaplin Na mesma época, o cinema americano produz filmes que se opõe ao regime nazista, garantindo o apoio popular à guerra travada na época – prática usada até hoje em momentos de embate político. Em “O Grande Ditador”, Chaplin faz uma sátira à figura de Hitler, como um líder atrapalhado. Intercâmbio entre culturas Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas, principalmente a ideia de Apropriação cultural. Apropriação Cultural acontece quando uma pessoa de uma cultura hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua, usando esses elementos sem a devida referência. Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que eram originalmente fonte de opressão de um grupo por um outro dominante. Isso pode ocorrer principalmente em contextos de colonização. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 29 Muitas vezes, os grupos colonizadores se apropriam de elementos sem compreender seu verdadeiro significado cultural. Dentre os elementos mais comuns a terem seus usos questionado, encontramos acessórios e trajes, símbolos, culinária e expressões artísticas. 1 PANTERA NEGRA O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos de museus para seus países de origem. Fonte: Instagram Um filme me disse Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O espólio das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e países como França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para seus países de origem. O desafio desses países hoje é garantir condições de manutenção, exposição e restauro das obras que retornarem, já que um dos argumentos usados pelas instituições que resistem às devoluções é justamente o risco de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do passado: na Síria, desde o início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de antiguidades. Mas qual a problemática envolvida? 1 A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e- apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 30 O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um elemento de um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo. Quando isso acontece, esse novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava originalmente pode ter sido marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era considerado música de negros e visto de maneira negativa. Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz acabou se tornando uma música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de reforçar o desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários. Fonte: Pixabay (Estratégia Vestibulares– 2021) Na última semana, a grife Alexander McQueen se envolveu em uma polêmica com internautas brasileiros que acusaram a marca de apropriação cultural. Tudo aconteceu após o lançamento da coleção Pre-Fall 2021, que traz uma peça com estampa que lembra a xilogravura de cordel, técnica artística tradicional de alguns estados da região Nordeste. (...) Muitos compararam a estampa com o trabalho do famoso gravador pernambucano J.Borges. Contudo, em comunicado enviado ao jornal Diário do Nordeste, o filho do artista e membro do Memorial J.Borges, Pablo, disse que o caso não se trata de um plágio do trabalho de seu pai. “Eu dei uma olhada bem detalhada e vi que não tem nada dele. Ainda arrisco em dizer que é a mesma técnica da xilogravura, porém não é da gente”, esclareceu. A grife descreve a técnica usada para criar os desenhos como "parpercut", que utiliza de recortes em papel para produzir as impressões no tecido. Os ícones presentes na estampa, como o pássaro e o coração, são símbolosque já foram explorados anteriormente pela marca em outras coleções, assim como o método de estamparia. Até o momento, a Alexander McQueen e sua diretora criativa, Sarah Burton, não comentaram o caso. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 31 (Disponível em <https://revistaglamour.globo.com/Moda/noticia/2021/05/internautas-brasileiros-acusam-grife- alexander-mcqueen-de-apropriacao-cultural.html>. Acesso em:09 jun. 2021) Sobre apropriação cultural e as técnicas mencionadas no texto, há a) um equívoco teórico, pois, visualmente falando, não há dúvidas de que a técnica empregada na feitura do vestido seja algo que não “parpercut”. b) uma imitação da obra do artista brasileiro J. Borges, que se tornou muito famoso no exterior devido ao Movimento Armorial nos anos 1970. c) um erro de atribuição, já que as obras dos trajes são oriundas do acervo de J. Borges, mas a marca não realizou a atribuição correta das referências. d) uma dubiedade, pois não fica claro se houve apropriação de um elemento artístico brasileiro ou se a técnica do “parpercut” produziu um efeito semelhante. e) uma coincidência, já que a família afirma que não conhece a marca e a marca aponta que o uso da mesma técnica que o artista não caracteriza plágio. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois as técnicas são semelhantes em resultado, o que torna dúbia a interpretação do que seria a inspiração para a criação da estampa. A alternativa B está INCORRETA, pois, ainda que possamos enquadrar a valorização da xilogravura no Movimento Armorial, não se pode dizer que seja um movimento de projeção internacional, mas nacional. A alternativa C está INCORRETA, pois, segundo o texto, não podemos afirmar com certeza que seja uma referência a J. Borges, ainda que a semelhança visual seja muito grande. A alternativa D está CORRETA, pois, ainda que haja muita semelhança visual, não se pode afirmar com certeza se foi uma apropriação das obras de J. Borges —o que parece mais provável —ou se o efeito produzido pela técnica escolhida é muito semelhante à xilogravura do artista brasileiro. A alternativa E está INCORRETA, pois não se usa a mesma técnica: J. Borges faz xilogravuras e a marca trabalhou com uma técnica chamada "parpercut". Gabarito: D ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 32 Essencialmente, você deve aprender a diferença entre apropriação, intercâmbio e assimilação cultural: (Estratégia Vestibulares – 2021) O blackface é uma prática que tem pelo menos 200 anos. Acredita-se que ela tenha se iniciado por volta de 1830 em Nova York. Mas não se trata apenas de pintar a pele de cor diferente. Era uma prática na qual pessoas negras eram ridicularizadas para o entretenimento de brancos. Estereótipos negativos vinham associados às piadas, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No século 19, atores brancos usavam tinta para pintar os rostos de preto em espetáculos humorísticos, se comportando de forma exagerada para ilustrar comportamentos que os brancos associavam aos negros. Também ridicularizavam os sotaques dos personagens que incorporavam nas peças. Isso surgiu numa época em que os negros nem eram autorizados a subir nos palcos e atuar, por causa da cor da pele. Mesmo no século 20, era muito raro atores negros receberem posição de destaque. Papéis que exigiam uma aparência africana ou asiática eram frequentemente desempenhados por atores brancos usando blackface, ou seja, com a pele tingida. (...) Conforme movimentos antirracistas foram crescendo, o blackface foi sendo eliminado do entretenimento e, atualmente, é algo visto como vergonhoso e lamentável. (Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-49769321> Aceso em 08jul. 2021) De acordo com o texto, pode-se dizer que a prática do blackface é considerada hoje ofensiva, pois a) remete a um período em que os atores se comportavam de maneira exagerada em cena. b) produz uma caracterização de atores negros que não condiz com seu tom real de pele. c) ridiculariza pessoas negras, frequentemente reproduzindo estereótipos de personagens. d) reproduz uma prática específica do século XIX de não contratar atores negros para os papéis. e) exclui personagens de diferentes tons de pele nas criações teatrais ou audiovisuais. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois há uma falta de detalhamento na alternativa. Não era qualquer ator que se comportava de maneira exagerada, mas os brancos interpretando negros em papéis estereotipados. A alternativa B está INCORRETA, pois esse termo se refere a atores brancos interpretando negros, não a atores negros em cena. A alternativa C está CORRETA, pois, segundo o texto, a prática do blackface reproduz estereótipos no teatro e no audiovisual, colocando pessoas brancas como intérpretes de pessoas negras em papéis ofensivos. Além disso, remete a uma época em que pessoas negras sequer podiam participar dessas produções. Apropriação Cultural é necessariamente uma relação de dominação, opressão. Intercâmbio Cultural ocorre quando diferentes culturas promovem trocas mútuas. Assimilação Cultural ocorre quando há uma obrigatoriedade por parte de povos oprimidos de performar a cultura de seu opressor. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 33 A alternativa D está INCORRETA, pois o texto aponta que essa prática persistiu até o século XX. A alternativa E está INCORRETA, pois há personagens de diferentes tons de pele. O que não há são atores com tom de pele correspondente. Gabarito: C Arte e mercado Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço de uma obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora não está em questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a partir de diferentes critérios, tanto objetivos quanto subjetivos. Critérios Objetivos • Materiais e ferramentas (tinta, tela, papel etc); • Ateliê ou estúdio; • Despesas de marketing e divulgação; e • Comissões das galerias de arte ou merchands. Critérios Subjetivos • Valor da mão de obra, ou seja, valor da hora do artista; • A importância do artista no cenário cultural; • A notoriedade do tema ou técnica; • Estado de conservação da obra; • Assinatura e comprovação de veracidade; e • Exclusividade ou ineditismo. Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra tem histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos anteriores e até mesmo a realidade econômica do país na época da venda. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 34 Outra diferenciação que pode impactar na valoraçãode uma obra é se ela é uma obra de vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento, uma ou outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial: Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de arte. Essas definições são importantes também para compreender os limites entre arte e artesanato, que pensaremos ao longo de nosso curso. Arte acadêmica Produções ditadas por uma escola ou academia mais focada em reprodução da técnica do que na criação de algo novo ou de estilo pessoal. Arte de vanguarda Arte que busca ruptura com os sistemas estabelecidos. Pode ser uma produção individual ou de um grupo. São artistas eu costumam estar “à frente de seu tempo”. “Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa” Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os significados de cada uma dessas expressões. Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a apreciação da crítica. Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos místicos ou sagrados e cenas cotidianas. O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é “melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões. Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 35 (Estratégia Vestibulares – 2021) O artesanato é uma parte da técnica da arte, a mais desprezada infelizmente, mas a técnica da arte não se resume no artesanato. O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar mas há uma parte da técnica de arte que é por assim dizer, a objetivação, a concretização de uma verdade interior do artista. Esta parte da técnica obedece segredos, caprichos imperativos do ser subjetivo, em tudo o que ele é, como indivíduo e como ser social. Isto não se ensina e reproduzir é imitação. Isto é o que chamamos a técnica de Rembrant, e Fra Angelico ou de Renoir, que divergem os três profundamente não apenas na concepção do quadro, mas consequentemente na técnica do fazer. (Disponível em <https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/filos-03-artesao.html> Acesso em 21 abr. 2021) Sobre a distinção entre arte e artesanato, segundo o texto, é correto afirmar que: a) arte e artesanato diferenciam-se principalmente por serem campos de produção estética que fazem uso de técnicas diferentes. b) há um componente criativo individual característico da arte que transcende a execução exímia da técnica de que o artesanato se vale. c) o artesanato transforma materialmente realidades subjetivas dos artistas, criando a partir de suas experiências técnicas específicas. d) há uma noção hierárquica que diferencia as duas expressões artísticas, levando-se em consideração a beleza da execução técnica. e) a arte concretiza uma verdade interior do artista, enquanto o artesanato apenas é capaz de reproduzir e imitar expressões subjetivas. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que frequentemente as técnicas são as mesmas. A alternativa B está correta, pois, segundo o texto, a arte tem um traço da subjetividade do autor para além da execução da técnica, característica frequentemente associada ao artesanato. A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que quem faz isso é a arte. A alternativa D está incorreta, pois a diferença não é exatamente pela beleza da execução técnica, mas pela expressão subjetiva envolvida. A alternativa E está incorreta, pois ainda que se afirme que a arte materializa uma verdade interior do artista, o texto não aponta que o artesanato produza cópias. Apenas que o artesanato está no campo da técnica. Gabarito: B Relação entre artistas e poder constituído Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou questionamento de sistemas é através da cooperação. Uma das principais relações entre artistas e Estado está nas políticas de apoio às artes. Veja um breve histórico dos aportes financeiros do Estado para artes no Brasil. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 36 Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como acontecia na Europa. Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda. Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar. Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet. O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens. O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a política de incentivo fiscal. (Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>) A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos aqui algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua redação. O que é crítica de arte? Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais. Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto. O Estado deveria financiar a cultura e a arte? A formação de público no Brasil é de responsabilidade de quem? Quais as consequências da dependência de editais? Quem consome arte no Brasil? Como preservamos a Cultura e a Arte no Brasil? Arte e cultura são equivalentes? ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 37 A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente caracterizado pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de um público e o desenvolvimento da imprensa. Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente crítica de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador voltado para a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção do seu tempo. A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer limites claros entre os dois campos se mantêmaté hoje. Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As meditações sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica e da história da arte. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de-arte> 5- Arte e Realidade Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa ideia pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho, capaz de refletir e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia de mimesis: Mímesis A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas pelo Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem. A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação. A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente; compreender que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo que imita. Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a realidade. A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos aqui algumas das principais funções sociais da arte: Fruição estética, ou seja, ser bela. Utilitária, ou seja, não como um fim em si mesmo, mas um meio para alcançar alguma finalidade. Remeter à realidade, tanto a partir da cópia quanto da ressignificação, buscando reavaliar criticamente o mundo. Ritual, como forma de ligação com o metafísico, por exemplo. Educar, ensinando algo para aqueles que a apreciam. Memória, nos permitindo resguardar do esquecimento acerca de algo que gostamos. Conserva e documenta. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 38 (Estratégia Vestibulares – 2021) Enciclopédia Negra: personalidades invisibilizadas na história do Brasil Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano. A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, reitera o compromisso com a visibilidade e a pluralidade de histórias e movimentos que se propõe a contar por meio da arte e inaugura Enciclopédia negra. Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras. A mostra é um desdobramento da publicação e também se conecta com a nova apresentação da coleção do museu que se apoia em questionamentos contemporâneos e reverbera narrativas mais inclusivas e diversas. No livro, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a produzir retratos dos biografados. Zumbi (PE-AL) pelo artista Arjan Martins. Crédito da imagem: reprodução de Filipe Bernd (Disponível em < https://arteref.com/galerias-e-eventos/exposicao-enciclopedianegra-pinacoteca/> Aceso em 25 jun. 2021) A função social da exposição é, através da obra de arte, a) ressignificar imagens famosas de pessoas cujas histórias foram menos relevantes. b) divulgar uma obra de autores contemporâneos, como parte do lançamento. c) fazer o público conhecer a verdadeira história de personalidades populares. d) mostrar a relevância da arte contemporânea na construção da história. e) resgatar uma memória de pessoas que não tiveram suas histórias registradas. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 39 A alternativa A está incorreta, pois não há aqui nem a ideia de ressignificar imagens nem a de que essas pessoas sejam menos relevantes. A alternativa B está incorreta, pois a exposição parte das informações levantadas em um livro, mas não tem o foco de divulgá-la. A alternativa C está incorreta, pois não há nada que indique que essas pessoas seriam tão populares. São pessoas cujas vidas não foram registradas adequadamente. A alternativa D está incorreta, pois há a informação de que a exposição faz parte de uma apresentação da coleção contemporânea do museu, mas isso não é a função social da exposição, cujo foco é a ressignificação de memórias. A alternativa E está correta, pois aqui a reportagem afirma que são criadas obras que reverberam narrativas de pessoas negras que tiveram suas vidas apagadas ou que não foram registradas Gabarito: E Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter Benjamin. Esse texto é fundamental para compreender muitas das questões em torno da produção de arte do século XX, principalmente após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955. É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra. Segundo Benjamin: Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres, para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. Em contraste, a reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na história intermitentemente, através de saltos separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente. O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de reproduzir uma obra de maneira idêntica, principalmente a partir do advento da fotografia e, posteriormente do cinema, há um impacto na própria concepção do que seria arte. Primeiro porque a arte deixa de depender da mão do artista e pode depender apenas de seu olho: criar um enquadramento para uma fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, por exemplo. O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de qualidade que ela não somente podia transformar em seus objetos a totalidade das obras de arte tradicionais, submetendo- as a transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio entre os procedimentos artísticos”. Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode se tornar arte – se fotografado de determinada maneira. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 40 Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da “magia”, ou seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto. Quando passamos a ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele chama de aura. Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa obra única, que não pudesse ser produzida de maneira industrial. É o que a liga ao seu aspecto ritual, mágico. Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte passa a ter valor de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e apreciada. Assim, obras que possam ser mais reproduzidas atendem a essa necessidade de disponibilidade. A arte, portanto, para Walter Benjamin, ganha uma nova função. (EstratégiaVestibulares – 2021) No lugar do cavalete, das tintas e dos pincéis, o computador. A tecnologia se incorpora cada vez mais à arte, embora as tradicionais técnicas artísticas continuem tendo espaço. Esse processo, contudo, não é novo —começou há décadas. Primeiro foi a fotografia, depois o cinema, o vídeo. Esses recursos analógicos foram a tônica da primeira metade do século 20. Porém, quando os computadores adquiriram a capacidade de manipular imagens, os artistas começaram a explorar um novo recurso: a linguagem digital. A arte tecnológica ainda não foi assimilada totalmente pelo grande público. Surgem polêmicas sobre o valor desse tipo de manifestação artística e questionamentos sobre se as pessoas que desenvolvem trabalhos nesse sentido merecem a denominação de artistas. Até aspectos como autoria são colocados em questão com o surgimento de experiências artísticas na internet que permitem a intervenção dos internautas. Apesar das controvérsias, um número cada vez maior de herdeiros dos movimentos de vanguarda, artistas de bagagem tradicional e da nova geração investem na exploração de recursos tecnológicos. No Brasil, nomes de destaque das artes plásticas já se aventuraram por esse campo como Antônio Dias, Cildo Meireles, Décio Pignatari, Raimundo Collares e Eduardo Kac. Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia-e-Redes-Sociais/Tecnologia-e-arte/12/5460> Acesso em 10ago. 2021 Acerca da relação entre arte e tecnologia, a partir do texto, é correto afirmar que: a) é um processo recente na história das artes. b) surge com o aumento da capacidade dos computadores. c) ainda não é tão popular entre o público comum. d) sempre permite intervenção dos internautas na feitura. e) não se realiza, pois a tecnologia mina os aspectos artísticos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 41 Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois o texto aponta que, desde o surgimento da tecnologia – portanto, no fim do século XIX – temos ligação com a tecnologia. A alternativa B está INCORRETA, pois, segundo o texto, essa relação começa a realizar-se já com o surgimento da fotografia. O que surge com a melhoria das tecnologias de computação são as expressões de arte digital. A alternativa C está CORRETA, pois o texto indica que o grande público ainda questiona o valor artístico das obras, por vezes pondo em xeque a ideia de que seriam obras de arte verdadeiramente. A alternativa D está INCORRETA, pois, ainda que isso possa ocorrer por vezes, não se pode afirmar que seja um processo que ocorre sempre. A alternativa E está INCORRETA, pois em nenhum momento do texto defende-se que essa é uma relação impossível de ocorrer. Gabarito: C Indústria cultural O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt, principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973). A Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das sociedades mediadas pelo consumo e pela massificação. A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão ou o questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, com o objetivo de domesticar as pessoas. Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz com que propostas mais inovadoras causem estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito público. Por gerarem menos lucro, essas produções são vistas como inúteis, ou seja, colocamos na possibilidade de monetarização o valor da arte. Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Uma de suas principais características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso! As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão. Hoje em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto, intimamente ligadas à ideia de consumo. Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema capitalista. Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da arte através ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 42 dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a cultura alcança um número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o acesso às ferramentas de produção cultural. No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão entre alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos pensar desde as novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e disseminação de notícias falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade brasileira). Mas e a arte nesse contexto todo? Não se pode, obviamente, pensar na arte de maneira descolada do contexto social em que se insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as produções artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema. Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a sensibilidade do artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a consolidação da Indústria Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma mercadoria de um modo novo: não se compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como um objeto como qualquer outro, obedecendo leis de oferta e procura como nunca. A sociedade de consume, que transforma tudo em mercadoria, estaria apagando da arte o seu traço crítico? Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash 6 - Exercícios 4.1 – Lista de exercícios 1. (UEL- 2016) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 43 Leia o texto a seguir. O desenho rompe com todas as hierarquias, situa-se além de qualquer cronologia, revela seu próprio tempo e o tempo do artista. Além de “armar o braço” é, ao mesmo tempo, o mais confessional dos meios plásticos, diário íntimo, eletrocardiograma, rebeldia travada no meio da noite, solitariamente. Uma qualidade a mais, dizia, porque o desenho parece escapar à polêmica estéril entre vanguarda e retaguarda, entre o velho e o novo, navega imperturbável entre ismos e épocas. E permite todas as virtualidades e virtuosidades, porque um desenho você larga aqui e recomeça ali, hoje, amanhã, ontem. O desenho é para ser lido, como um poema. (Adaptado de: MORAIS, F.Arte é o que eu e você chamamos arte. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.120.) Com base na imagem (Fig. 2), no texto e nos conhecimentos sobre artes, considere as afirmativas a seguir. I. A imagem é de caráter orgânico, e o olhar sobre ela é reiterado pelos feixes de linhas organizados em ciclos e pelos demais aspectos formais e simbólicos. II. O desenho pode derivar de procedimentos com temporalidades diversas, do mais rápido e sutil até o mais demorado, com camadas subsequentes de elaboração. III. O desenho rompe com as hierarquias porque se institui, sobretudo nas vanguardas, como meio completo de expressão. IV. Tanto o texto quanto a imagem evidenciam o caráter singular do desenho que, através dos tempos, passou a ser compreendido como determinante do que viria a ser a pintura. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III
Compartilhar