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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 1 O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica); Função social da arte. vestibulares.estrategia.com Prof. Celina Gil Aula 00 – Conceitos Básicos. VESTIBULAR Exasiu 2024 Exasi u EXTENSIVO ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 3 Quem sou eu 3 1 – COMO INTERPRETAR IMAGENS 3 2- O QUE É ARTE? 4 3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 7 Elementos formais 7 Conceitos 11 Técnicas 17 Gêneros 21 4 - ARTE E SOCIEDADE 26 Intercâmbio entre culturas 28 Arte e mercado 33 Relação entre artistas e poder constituído 35 5- ARTE E REALIDADE 37 Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 39 Indústria cultural 41 6 - EXERCÍCIOS 42 4.1 – Lista de exercícios 42 6.2 – Gabarito 80 6.3 – Questões comentadas 80 CONSIDERAÇÕES FINAIS 131 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 3 Apresentação Olá! Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela sua aprovação! Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não é um assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar conhecimentos, não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui para ajudar, tanto em artes plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e demais expressões artísticas. Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas informações: • Quem sou eu. • Qual a nossa metodologia no Estratégia Vestibulares. • Como encontrar nosso cronograma de aulas. Vamos lá? Quem sou eu Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo. Ingressei na USP em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em dia, faço doutorado em História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto para gramática e redação quanto para literatura. Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus materiais você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o estudo mais divertido. Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com jovens e adolescentes, principalmente em cursos preparatórios para provas e vestibulares. Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a teoria e sua aplicação prática. A maioria dos exercícios que você encontra aqui veio das provas do vestibular a que esse curso se dedica e de outros grandes vestibulares semelhantes. Espero que ajude você a passar por esse momento tão importante. Vamos lá? 1 – Como interpretar imagens Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 4 alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens! O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste em: A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais simples. Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão importante quanto! Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando! Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte! 2- O que é arte? Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la. Vamos buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema. “O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich) 1- Identificar: - Qual é o tipo de imagem que estamos vendo? (publicidade, quadro, charge etc.?) - Quais as técnicas empregadas nessa imagem?(fotografia, pintura, escultura etc?) - Observar cores, traços, formas etc. 2 - Analisar: - O que compõe essa imagem? - Há textos que complementam a imagem? - Observar quais são os elementos mais destacados e se há detalhes menos óbvios. 3 - Contextualizar: - Qual foi o momento histórico da procução dessa imagem? - Com que objetivo essa imagem foi criada e onde ela foi veiculada ou exposta? - Buscar informações nas legendas! Signos presentes na imagem em si. Signos externos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 5 Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos são capazes de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-se alguma matéria de modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele. As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais. Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não havia nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por isso? Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um objeto artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção? A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir do que pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns parâmetros não sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser: • A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento; • Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação de um objeto; • Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam e sentiam sobre seu tempo; • Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da praticidade e do utilitarismo; • Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também; • Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que regras sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto. Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se deixar tocar por uma obra de arte. Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você chegue com a mente aberta: “Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas.” “Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papãoe de um fetiche.” ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 6 “Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade. Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.” “Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.” “De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na beleza de seu tema.” “Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.” “Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda convicção de estarmos certos e o pintor errado.” “Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância em descartar hábitos e preconceitos.” (Estratégia Vestibulares – 2020) A arte não é, como vemos, algo isolado das demais atividades humanas. Ela está presente nos inúmeros artefatos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Muitas coisas que hoje observamos nos museus, ontem faziam parte do cotidiano do homem. Da mesma forma, muitas construções que atualmente são monumentos tombados como patrimônio histórico de um povo, antigamente eram locais de moradia e, neles, famílias viveram momentos de tranquilidade, de apreensão, de medo e de alegria. Assim, as construções em que moramos hoje, bem como os utensílios que agora fazem parte da nossa vida diária, futuramente poderão estar nos museus, atestando os nossos hábitos, os nossos valores e o nosso modo de vida. (Adaptado de História da Arte, Graça Proença. 2004) Sobre o texto, é correto afirmar que a as obras artísticas a) se encontram desvinculadas da noção de utilidade. b) são artefatos que atendem a uma determinada coletividade c) são essencialmente objetos cotidianos e históricos. d) são criações de caráter individual e subjetivo. e) podem refletir as práticas e concepções de um povo. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 7 As alternativas A e B estão incorretas, pois nem todas as obras artísticas são utensílios, moradias e outros objetos difundidos na coletividade. A alternativa C está incorreta, pois nem toda obra artística é um artefato histórico. A alternativa D está incorreta, pois a construção de moradias e a fabricação de utensílios que se tornam artefatos históricos nem sempre envolve a externalização da individualidade do autor. A alternativa E é a resposta. A produção artística se encontra profundamente integrada à cultura e aos sentimentos de um povo, por vezes externalizando elementos cotidianos do passado, as crenças e as práticas de seus membros. Gabarito: E 3 – Definições importantes Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas definições importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre que for preciso. Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas definições. Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e gêneros. Elementos formais Cor É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é definida a partir da frequência de onda que ele reflete, ou seja, os comprimentos de onda que ele não consegue absorver. As cores podem ser primárias – amarelo, azul e vermelho; secundárias – verde (união de azul e amarelo), laranja (união de amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (união de vermelho e azul); ou terciárias – vermelho-arroxeado (união de vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (união de vermelho e laranja); amarelo-esverdeado (união de amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (união de amarelo e laranja); azul-arroxeado (união de azul e roxo) e azul- esverdeado (união de azul e verde). Forma O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa um elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como manchas; geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com determinada propriedade (ex.: um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma um círculo), plana ou espacial. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 8 Linha Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma série de pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o instrumento sobe a superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo como é organizada na superfície, pode denotar diferentes expressividades, como fluidez, dinamismo, direção, movimento, tensão, ilusões de ótica, texturas etc. Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente, divergente, paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera uma expressividade diferente. Luz A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele tridimensional ou bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes expressividades cada uma delas. A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte, a luz será essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros elementos a serem explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como lápis e grafite. Matiz Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. O brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca (dessaturada). Ponto Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um desenho ou traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes. Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear uma imagem e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e escuro); ou mesmo criar desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa última ideia será a base para o Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação de retícula tipográfica. Superfície Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma obra de arte. Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc. Textura ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 9 A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa, ondulada, áspera, rugosa etc. Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre superfícies: diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel, por exemplo. Tom Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas em que houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que houve acréscimo de branco ao matiz. Volume É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. (Estratégia Vestibulares– 2020) O volume é aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. Tendo em vista a definição acima, a obra que busca criar ilusão de tridimensionalidade a partir de um jogo de luz e sombra é a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 10 c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 11 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois essa obra não busca dar ilusão de tridimensionalidade. As figuras são chapadas. A profundidade vem principalmente dos tamanhos das pessoas, não da luz e sombra. A alternativa B está correta, pois aqui as sombras projetadas contra a parede e o modo como a luz da vela incide sobre os rostos das personagens é responsável pelo volume das formas. A alternativa C está incorreta, pois aqui a única sombra que vemos é a do cavalo no chão. Não se pode dizer que o contraste entre luz e sombra seja responsável pelo volume. A alternativa D está incorreta, pois aqui não há tentativa de variação de luz no quadro. A variação se dá por um leve sombreado, sem uso de luz e sombra. A alternativa E está incorreta, pois esse quadro não se preocupa com a construção de volume pela luz e sombra, mas pela variação de tamanhos. Gabarito: B Conceitos Abstrato Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas, respingos de tinta etc., em maior ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na subjetividade dos artistas. Bidimensional Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o desenho, a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais. O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num suporte bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra para criar essa ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão de tridimensionalidade. Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas. Contraste e semelhança O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que compõe uma composição. Assim, elementos opostos com, consequentemente, significados opostos, formarão entre si uma relação de contraste. Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode ocorrer a partir de muitos elementos. Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma série de significados. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 12 Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc. encontram-se harmônicos, não gerando tensões entre si. La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Distorção (deformação) Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir alguma ideia. Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a se dedicar menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas de subjetividade. Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Estilização Ocorre quando se retira de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo de informação possível para que ela possa ser compreendida. Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São convenções compreendidas por todos. Equilíbrio Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar muitas formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na composição. Alguns atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão determinantes para definir o equilíbrio de uma obra. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 13 Figura e fundo A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade. Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII principalmente começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que diferenciam o objeto do espaço atrás dele. Figurativo Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e seres em suas formas reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo real. Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu espaço com o surgimento da arte abstrata no século XX. Harmonia Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos padrões de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os elementos colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do observador, respeitando proporções. Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van Dyck, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Movimento Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar de um ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um ponto da obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que direciona a atenção do observador para onde deseja. Perspectiva Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte bidimensional. Está especialmente ligada à profundidade espacial. Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que se encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-matemáticos, principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e ótica, também influenciam na construção da perspectiva. Proporção ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 14 Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando seus tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia. Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza. A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica nas definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da proporção do corpo humano. Ressignificação Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico. Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse procedimento. Ritmo O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem constantemente em uma obra. Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras categorias. Simetria A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais. Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um quadro, por exemplo, temos uma imagem simétrica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 15 Tridimensional O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de altura, largura e profundidade. Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de arte tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra. Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century),Fang peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Unidade Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem sentido no todo. (Estratégia Vestibulares – 2020) Abstrato Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à realidade. Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau de abstração é a pintura: a) (Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille Pissarro) b) (View of the Seacoast near Wargemont in Normandy, 1880, Auguste Renoir) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 16 (View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul Cézanne) d) (The Ballet from “Robert le Diable”, 1971, Edgard Degas) e) (Untitled, 1945, Jackson Pollock) Comentários: Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela escolha de cores, seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que apresenta desenho com maior abstração, sendo praticamente impossível encontrar grandes referenciais na realidade. Exceto por algumas imagens, poucos elementos são identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens abstratas. Gabarito: E ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 17 Técnicas Arquitetura Toda construção ou modificação do ambiente físico, num processo que inclui tanto o projeto quanto a execução em si. Também pode aparecer aliado a uma época ou região específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura gótica). Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes, ciências sociais, política, entre outros. Colagem Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova imagem a partir da junção de outras. Passa a ser vista como possibilidade artística principalmente a partir do século XX, com a influência do cubismo, que utilizava muito dessa técnica. Pode ser tanto manual quanto digital. Desenho Nome genérico para traço linear, de forma pictórica, realizado em diversos suportes e a partir de diversas ferramentas, para expressar alguma ideia, podendo ser técnica ou estética. Deve levar em consideração a escolha das cores e texturas da superfície e a forma do desenho em si, que pode ser por contorno/linear, com volumes ou não, fazendo uso de luz e sombra. Escultura ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 18 Criação artística que consiste na manipulação de matérias de diversas naturezas para a criação de uma obra tridimensional. Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação, como esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de matéria de um bloco uno, como na cinzelação –, modelar – que envolve a adição de materiais para criar uma forma – ou fundir – quando se esculpe em metais. Fotografia Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de uma superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais para fins de registro e científicos do que artísticos, a fotografia logo se torna uma nova possibilidade nas artes. Pode ser tanto analógica quanto digital, colorida ou preto e branca. Depende de um equipamento fotográfico para ocorrer. Gravura Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou tecido. Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em papel que será gerada pelo processo de gravação. Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em superfície de madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor camadas de cor – e serigrafia – tela criada em tecido fino. História em Quadrinhos Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem textos verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos das narrativas. Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para indicar diferentes intenções. Foi inspiração para produções da Pop Art. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 19 Instalação Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras que utilizam o espaço como potência, ativando o espaço como parte da obra de arte. Possibilita a participação do espectador, que pode entrar ou interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela. Pode combinar diversas linguagens e técnicas na sua construção. Modelagem Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os de maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que permanece sendo muito artesanal. É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem, acessada principalmente na construção de elementos de uso cotidiano. Mosaico Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito suntuoso, podendo representar padrões ou formas figurativas. Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em relação com a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo de fragmento, tamanho etc. Ourivesaria e Prataria Produções que usam metais como suporte, tanto na fabricação de objetos cotidianos como na criação de obras de arte. Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de dialogar com a arquitetura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 20 Performance Nome genérico para designar apresentações de canto, dança, mímica, teatro, entre outros. Na segunda metade do século XX, surge um novo gênero artístico chamado simplesmente “performance”, ligado aos movimentos de vanguarda, que consiste em ações pensadas de intervenção e atuação no espaço. Também envolve as práticas de body art. Pintura Nome genérico para técnica de aplicar pigmento – principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma técnica bidimensional em que se atribuem cores, tons, textura etc., criando uma imagem. Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela, pintura a óleo, acrílica ou guache. Vitral Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada. Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa Idade Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial místico intenso. Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art Nouveau, movimento que revisita o vitral com uma nova estética. (Estratégia Vestibulares – 2021) Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977) foi construída postumamente, a partir das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas, maquetes e amostras. O uso do termo square, que traduzido para português pode significar tanto “praça” quanto “quadrado”, revela elementos fundamentais para o pensamento do artista: o interesse pelo espaço público como lugar de encontro e a herança da tradição geométrica em sua formação. Aqui, a cor –outro elemento fundamental na produção de Oiticica –atinge a escala ambiental, na articulação de nove paredes em alvenaria, tinta acrílica, tela de arame e vidro. A presença da luz natural com as mudanças que sofre ao longo dos dias completa a obra, modificada a cada instante. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 21 Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, [detalhe]. Foto: Brendon Campos (Disponível em <https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/invencao-da-cor-penetravel-magic-square-5-de-luxe/> Aceso em 08jul. 2021) As formas usadas na composição da instalação denotam preocupações do artista quanto ao/à a) reprodução de formas abstratas para a criação de obras de paisagismo e urbanismo. b) escolha de cores, ligada diretamente ao movimento concretista brasileiro.c) percepção da natureza como espaço mais criativo que o urbano, lembrando a land art. d) uso do espaço público, aproveitando-se da ambiguidade gerada pelo termo em inglês. e) preferência pelo uso de materiais do cotidiano, que podem ser facilmente encontrados. Comentários: A alternativa A é INCORRETA, pois o que se cria aqui é uma instalação artística, não uma obra de paisagismo e urbanismo. A alternativa B é INCORRETA, pois as cores não impactam na escolha da forma nesse caso. A alternativa C é INCORRETA, pois não se pode afirmar que o projeto fosse necessariamente para o meio da natureza. Isso ocorre devido à configuração do museu. A alternativa D é CORRETA, pois o texto aponta que o projeto elaborado pelo artista levava em consideração seu interesse sobre o espaço público. Nessa obra, cria-se uma praça com formas geométricas quadradas, incentivando o aproveitamento do espaço público. A alternativa E é INCORRETA, pois os materiais não impactam na escolha da forma aqui. Gabarito: D Gêneros Cenas do cotidiano ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 22 Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da vida cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da religiosidade a arte se tornava – ou seja, conforme se secularizava – mais crescia o interesse em retratar cenas do dia a dia. Além de espaços públicos e domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na cidade, também serão retratadas aqui. Costumam ser imagens com grande riqueza de detalhes e que apresentam personagens “anônimos”. Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Cenas históricas Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. Alguns teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa tambpem seriam históricas, mas estritamente falando, são obras que registram eventos políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e personagens notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo. The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Cenas mitológicas Representações de personagens ou cenas mitológicas greco- romanas. As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição na história da arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo um conjunto de narrativas sobre deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para muito da cultura ocidental. Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 23 Cenas religiosas Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Assim, as representações de cenas da mitologia cristã se tornaram muito frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do Velho Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia e a Crucifixão de Cristo. The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Natureza morta Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham sido frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século XVI que deixam a posição de cenário ou detalhe para se tornarem temas centrais de quadros. Costumam ser representados alimentos, flores, livros, instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa representar as coisas tal como são vistas por nossos olhos. Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York. Paisagem Obras, principalmente pinturas, que retratam espaços naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma maior presença da natureza do que de construções humanas. Se populariza sobremaneira a partir do século XVIII e terá seu apogeu no século XIX, também por conta de inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de tinta, que permitia a pintura ao ar livre, fazendo com que artistas pudessem ir para a natureza pintar, não ficando restritos aos estúdios. Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan Museum of Art, Nova York. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 24 Retrato Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas na maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais recentemente, utilizaram-se também fotografias como base para a criação de retratos. Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era importante ser capaz de reproduzir perfeitamente o modelo num momento em que não existiam fotografias – o que tornou o gênero popular nas academias e escolas de artes. Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a ascensão da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também serão muito populares. Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um dos temas mais comuns à pintura ocidental são as cenas religiosas. Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Tendo em vista a definição, a obra que apresenta temática de uma cena religiosa é a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 25 d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que o nome remeta à mitologia cristã, não se pode dizer que a cena representada seja religiosa ou que represente passagens da religiosidade cristã. A alternativa B está incorreta, pois essa pintura mostra o interior de uma igreja, mas não uma cena religiosa. A alternativa C está correta, pois nessa cena vemos uma passagem da mitologia cristã representada: o momento em que a Virgem Maria sabe que irá ascender aos céus. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 26 A alternativa D está incorreta, pois não se observa elementos que remetam à religiosidade da época na tela. A alternativa E está incorreta, pois essa cena é da mitologia grega, ou seja, não se enquadra como religiosa, mas como mitológica. Gabarito: C 4 - Arte e Sociedade A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que temos sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais à frente discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns modos de fazer arte. A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar movimentos da sociedade contemporânea a ela ou produzir críticas contra uma pessoa ou governo em especial. A imagem ao lado, por exemplo, mostra um homem cercado de tecnologia. Ele está com as mãos amarradas e o corpo atado por fios, segurando um celular. No rosto, ele tem um aparelho de assistir à realidade virtual. Isso pode ser lido como uma crítica à sociedade que vivemos, que deposita expectativas demais na tecnologia e acaba ficando presa a ela, sem ser capaz de olhar para o real. Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo com que, muitas vezes, nos questionemos acerca do mundo como ele é. Por isso, diversos governos autoritários ao longo da história promoveram censura às artes. Ao longo da história, obras de arte foram censuradas por diversas razões,mas principalmente dois conteúdos provocavam maior número de proibições: questões morais ou críticas diretas ao governo/governante da época. Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram oposição em sua época. A Capela Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos por apresentar pessoas peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo chegou a pintar panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX, Gustave Courbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de conteúdo “potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo. A discussão sobre a censura às artes no contemporâneo é fundamental para os vestibulares e você pode acabar encontrando-a, por exemplo, em uma proposta de redação. Fonte: Unsplash. Disponível em <https://unsplash.com/photos/uydt8hNz3hE> Acesso em 04/05/20. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 27 Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na América Latina, África e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que alguns artistas populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem obrigados a deixar o país. A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários para os padrões de sua época. Pussy Riot Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou lideranças políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O grupo formado apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas discriminatórias do governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora – coloridas. A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de legitimação de governos ao longo da história. A sustentação de um governo depende não só de suas ações como também de apoio popular. Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura, usando das bens culturais como propaganda do governo. Essa mistura entre arte e política foi muito profícua na primeira metade do século XX, principalmente durante o período das Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Veja dois exemplos abaixo: Arte Nazista Baseada em suas interpretações de mundo centradas na eugenia e na superioridade da raça ariana, a arte nazista vendia um mundo idílico e clássico. Representava a Alemanha como uma nação forte. Diferente da arte de vanguarda do período, a arte nazista fugia das abstrações e representavam o mundo de maneira mais naturalista. Arte Soviética Após a Revolução Russa, em 1917, havia uma necessidade de garantir que a população apoiasse uma mudança tão brusca de governo. A cultura e as artes serviram pra por um lado reforçar os ideias da revolução e por outro criar um novo movo de fazer arte, com referenciais diferentes dos anteriores. Havia o incentivo à formação de grupos como o Proletkult (em português Cultura Proletária), ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 28 A escola de arte Bauhaus foi perseguida pelo regime por se opor ao ideal de arte do regime. Era parte do que eles chamavam de arte degenerada. com o objetivo de incentivar uma literatura de cunho social acessível ao povo. O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos. Veja aqui alguns filmes fundamentais: O encouraçado Potemkin (1925) Dir.: Sergei M. Eisenstein Filme do principal cineasta soviético que retrata a história de uma rebelião ocorrida em um navio de guerra, em 1905. Os oficiais se rebelaram por conta das más condições de trabalho. O objetivo do filme é mostrar, pela comparação, que o governo soviético garantia melhores condições para os trabalhadores. O triunfo da vontade (1935) Dir.: Leni Riefenstahl Filme dirigido pela principal cineasta alemã. Documentário, o filme influenciou a linguagem da publicidade no futuro. Intercala cenas cotidianas dos membros do partido e soldados com discursos do próprio Hitler. O objetivo do filme é mostrar a lealdade do povo alemão para com o partido nazista. O Grande Ditador (1940) Dir.: Charles Chaplin Na mesma época, o cinema americano produz filmes que se opõe ao regime nazista, garantindo o apoio popular à guerra travada na época – prática usada até hoje em momentos de embate político. Em “O Grande Ditador”, Chaplin faz uma sátira à figura de Hitler, como um líder atrapalhado. Intercâmbio entre culturas Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas, principalmente a ideia de Apropriação cultural. Apropriação Cultural acontece quando uma pessoa de uma cultura hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua, usando esses elementos sem a devida referência. Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que eram originalmente fonte de opressão de um grupo por um outro dominante. Isso pode ocorrer principalmente em contextos de colonização. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 29 Muitas vezes, os grupos colonizadores se apropriam de elementos sem compreender seu verdadeiro significado cultural. Dentre os elementos mais comuns a terem seus usos questionado, encontramos acessórios e trajes, símbolos, culinária e expressões artísticas. 1 PANTERA NEGRA O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos de museus para seus países de origem. Fonte: Instagram Um filme me disse Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O espólio das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e países como França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para seus países de origem. O desafio desses países hoje é garantir condições de manutenção, exposição e restauro das obras que retornarem, já que um dos argumentos usados pelas instituições que resistem às devoluções é justamente o risco de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do passado: na Síria, desde o início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de antiguidades. Mas qual a problemática envolvida? 1 A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e- apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 30 O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um elemento de um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo. Quando isso acontece, esse novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava originalmente pode ter sido marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era considerado música de negros e visto de maneira negativa. Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz acabou se tornando uma música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de reforçar o desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários. Fonte: Pixabay (Estratégia Vestibulares– 2021) Na última semana, a grife Alexander McQueen se envolveu em uma polêmica com internautas brasileiros que acusaram a marca de apropriação cultural. Tudo aconteceu após o lançamento da coleção Pre-Fall 2021, que traz uma peça com estampa que lembra a xilogravura de cordel, técnica artística tradicional de alguns estados da região Nordeste. (...) Muitos compararam a estampa com o trabalho do famoso gravador pernambucano J.Borges. Contudo, em comunicado enviado ao jornal Diário do Nordeste, o filho do artista e membro do Memorial J.Borges, Pablo, disse que o caso não se trata de um plágio do trabalho de seu pai. “Eu dei uma olhada bem detalhada e vi que não tem nada dele. Ainda arrisco em dizer que é a mesma técnica da xilogravura, porém não é da gente”, esclareceu. A grife descreve a técnica usada para criar os desenhos como "parpercut", que utiliza de recortes em papel para produzir as impressões no tecido. Os ícones presentes na estampa, como o pássaro e o coração, são símbolosque já foram explorados anteriormente pela marca em outras coleções, assim como o método de estamparia. Até o momento, a Alexander McQueen e sua diretora criativa, Sarah Burton, não comentaram o caso. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 31 (Disponível em <https://revistaglamour.globo.com/Moda/noticia/2021/05/internautas-brasileiros-acusam-grife- alexander-mcqueen-de-apropriacao-cultural.html>. Acesso em:09 jun. 2021) Sobre apropriação cultural e as técnicas mencionadas no texto, há a) um equívoco teórico, pois, visualmente falando, não há dúvidas de que a técnica empregada na feitura do vestido seja algo que não “parpercut”. b) uma imitação da obra do artista brasileiro J. Borges, que se tornou muito famoso no exterior devido ao Movimento Armorial nos anos 1970. c) um erro de atribuição, já que as obras dos trajes são oriundas do acervo de J. Borges, mas a marca não realizou a atribuição correta das referências. d) uma dubiedade, pois não fica claro se houve apropriação de um elemento artístico brasileiro ou se a técnica do “parpercut” produziu um efeito semelhante. e) uma coincidência, já que a família afirma que não conhece a marca e a marca aponta que o uso da mesma técnica que o artista não caracteriza plágio. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois as técnicas são semelhantes em resultado, o que torna dúbia a interpretação do que seria a inspiração para a criação da estampa. A alternativa B está INCORRETA, pois, ainda que possamos enquadrar a valorização da xilogravura no Movimento Armorial, não se pode dizer que seja um movimento de projeção internacional, mas nacional. A alternativa C está INCORRETA, pois, segundo o texto, não podemos afirmar com certeza que seja uma referência a J. Borges, ainda que a semelhança visual seja muito grande. A alternativa D está CORRETA, pois, ainda que haja muita semelhança visual, não se pode afirmar com certeza se foi uma apropriação das obras de J. Borges —o que parece mais provável —ou se o efeito produzido pela técnica escolhida é muito semelhante à xilogravura do artista brasileiro. A alternativa E está INCORRETA, pois não se usa a mesma técnica: J. Borges faz xilogravuras e a marca trabalhou com uma técnica chamada "parpercut". Gabarito: D ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 32 Essencialmente, você deve aprender a diferença entre apropriação, intercâmbio e assimilação cultural: (Estratégia Vestibulares – 2021) O blackface é uma prática que tem pelo menos 200 anos. Acredita-se que ela tenha se iniciado por volta de 1830 em Nova York. Mas não se trata apenas de pintar a pele de cor diferente. Era uma prática na qual pessoas negras eram ridicularizadas para o entretenimento de brancos. Estereótipos negativos vinham associados às piadas, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No século 19, atores brancos usavam tinta para pintar os rostos de preto em espetáculos humorísticos, se comportando de forma exagerada para ilustrar comportamentos que os brancos associavam aos negros. Também ridicularizavam os sotaques dos personagens que incorporavam nas peças. Isso surgiu numa época em que os negros nem eram autorizados a subir nos palcos e atuar, por causa da cor da pele. Mesmo no século 20, era muito raro atores negros receberem posição de destaque. Papéis que exigiam uma aparência africana ou asiática eram frequentemente desempenhados por atores brancos usando blackface, ou seja, com a pele tingida. (...) Conforme movimentos antirracistas foram crescendo, o blackface foi sendo eliminado do entretenimento e, atualmente, é algo visto como vergonhoso e lamentável. (Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-49769321> Aceso em 08jul. 2021) De acordo com o texto, pode-se dizer que a prática do blackface é considerada hoje ofensiva, pois a) remete a um período em que os atores se comportavam de maneira exagerada em cena. b) produz uma caracterização de atores negros que não condiz com seu tom real de pele. c) ridiculariza pessoas negras, frequentemente reproduzindo estereótipos de personagens. d) reproduz uma prática específica do século XIX de não contratar atores negros para os papéis. e) exclui personagens de diferentes tons de pele nas criações teatrais ou audiovisuais. Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois há uma falta de detalhamento na alternativa. Não era qualquer ator que se comportava de maneira exagerada, mas os brancos interpretando negros em papéis estereotipados. A alternativa B está INCORRETA, pois esse termo se refere a atores brancos interpretando negros, não a atores negros em cena. A alternativa C está CORRETA, pois, segundo o texto, a prática do blackface reproduz estereótipos no teatro e no audiovisual, colocando pessoas brancas como intérpretes de pessoas negras em papéis ofensivos. Além disso, remete a uma época em que pessoas negras sequer podiam participar dessas produções. Apropriação Cultural é necessariamente uma relação de dominação, opressão. Intercâmbio Cultural ocorre quando diferentes culturas promovem trocas mútuas. Assimilação Cultural ocorre quando há uma obrigatoriedade por parte de povos oprimidos de performar a cultura de seu opressor. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 33 A alternativa D está INCORRETA, pois o texto aponta que essa prática persistiu até o século XX. A alternativa E está INCORRETA, pois há personagens de diferentes tons de pele. O que não há são atores com tom de pele correspondente. Gabarito: C Arte e mercado Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço de uma obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora não está em questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a partir de diferentes critérios, tanto objetivos quanto subjetivos. Critérios Objetivos • Materiais e ferramentas (tinta, tela, papel etc); • Ateliê ou estúdio; • Despesas de marketing e divulgação; e • Comissões das galerias de arte ou merchands. Critérios Subjetivos • Valor da mão de obra, ou seja, valor da hora do artista; • A importância do artista no cenário cultural; • A notoriedade do tema ou técnica; • Estado de conservação da obra; • Assinatura e comprovação de veracidade; e • Exclusividade ou ineditismo. Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra tem histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos anteriores e até mesmo a realidade econômica do país na época da venda. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 34 Outra diferenciação que pode impactar na valoraçãode uma obra é se ela é uma obra de vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento, uma ou outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial: Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de arte. Essas definições são importantes também para compreender os limites entre arte e artesanato, que pensaremos ao longo de nosso curso. Arte acadêmica Produções ditadas por uma escola ou academia mais focada em reprodução da técnica do que na criação de algo novo ou de estilo pessoal. Arte de vanguarda Arte que busca ruptura com os sistemas estabelecidos. Pode ser uma produção individual ou de um grupo. São artistas eu costumam estar “à frente de seu tempo”. “Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa” Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os significados de cada uma dessas expressões. Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a apreciação da crítica. Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos místicos ou sagrados e cenas cotidianas. O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é “melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões. Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 35 (Estratégia Vestibulares – 2021) O artesanato é uma parte da técnica da arte, a mais desprezada infelizmente, mas a técnica da arte não se resume no artesanato. O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar mas há uma parte da técnica de arte que é por assim dizer, a objetivação, a concretização de uma verdade interior do artista. Esta parte da técnica obedece segredos, caprichos imperativos do ser subjetivo, em tudo o que ele é, como indivíduo e como ser social. Isto não se ensina e reproduzir é imitação. Isto é o que chamamos a técnica de Rembrant, e Fra Angelico ou de Renoir, que divergem os três profundamente não apenas na concepção do quadro, mas consequentemente na técnica do fazer. (Disponível em <https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/filos-03-artesao.html> Acesso em 21 abr. 2021) Sobre a distinção entre arte e artesanato, segundo o texto, é correto afirmar que: a) arte e artesanato diferenciam-se principalmente por serem campos de produção estética que fazem uso de técnicas diferentes. b) há um componente criativo individual característico da arte que transcende a execução exímia da técnica de que o artesanato se vale. c) o artesanato transforma materialmente realidades subjetivas dos artistas, criando a partir de suas experiências técnicas específicas. d) há uma noção hierárquica que diferencia as duas expressões artísticas, levando-se em consideração a beleza da execução técnica. e) a arte concretiza uma verdade interior do artista, enquanto o artesanato apenas é capaz de reproduzir e imitar expressões subjetivas. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que frequentemente as técnicas são as mesmas. A alternativa B está correta, pois, segundo o texto, a arte tem um traço da subjetividade do autor para além da execução da técnica, característica frequentemente associada ao artesanato. A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que quem faz isso é a arte. A alternativa D está incorreta, pois a diferença não é exatamente pela beleza da execução técnica, mas pela expressão subjetiva envolvida. A alternativa E está incorreta, pois ainda que se afirme que a arte materializa uma verdade interior do artista, o texto não aponta que o artesanato produza cópias. Apenas que o artesanato está no campo da técnica. Gabarito: B Relação entre artistas e poder constituído Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou questionamento de sistemas é através da cooperação. Uma das principais relações entre artistas e Estado está nas políticas de apoio às artes. Veja um breve histórico dos aportes financeiros do Estado para artes no Brasil. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 36 Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como acontecia na Europa. Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda. Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar. Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet. O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens. O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a política de incentivo fiscal. (Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>) A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos aqui algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua redação. O que é crítica de arte? Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais. Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto. O Estado deveria financiar a cultura e a arte? A formação de público no Brasil é de responsabilidade de quem? Quais as consequências da dependência de editais? Quem consome arte no Brasil? Como preservamos a Cultura e a Arte no Brasil? Arte e cultura são equivalentes? ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 37 A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente caracterizado pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de um público e o desenvolvimento da imprensa. Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente crítica de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador voltado para a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção do seu tempo. A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer limites claros entre os dois campos se mantêmaté hoje. Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As meditações sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica e da história da arte. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de-arte> 5- Arte e Realidade Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa ideia pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho, capaz de refletir e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia de mimesis: Mímesis A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas pelo Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem. A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação. A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente; compreender que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo que imita. Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a realidade. A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos aqui algumas das principais funções sociais da arte: Fruição estética, ou seja, ser bela. Utilitária, ou seja, não como um fim em si mesmo, mas um meio para alcançar alguma finalidade. Remeter à realidade, tanto a partir da cópia quanto da ressignificação, buscando reavaliar criticamente o mundo. Ritual, como forma de ligação com o metafísico, por exemplo. Educar, ensinando algo para aqueles que a apreciam. Memória, nos permitindo resguardar do esquecimento acerca de algo que gostamos. Conserva e documenta. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 38 (Estratégia Vestibulares – 2021) Enciclopédia Negra: personalidades invisibilizadas na história do Brasil Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano. A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, reitera o compromisso com a visibilidade e a pluralidade de histórias e movimentos que se propõe a contar por meio da arte e inaugura Enciclopédia negra. Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras. A mostra é um desdobramento da publicação e também se conecta com a nova apresentação da coleção do museu que se apoia em questionamentos contemporâneos e reverbera narrativas mais inclusivas e diversas. No livro, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a produzir retratos dos biografados. Zumbi (PE-AL) pelo artista Arjan Martins. Crédito da imagem: reprodução de Filipe Bernd (Disponível em < https://arteref.com/galerias-e-eventos/exposicao-enciclopedianegra-pinacoteca/> Aceso em 25 jun. 2021) A função social da exposição é, através da obra de arte, a) ressignificar imagens famosas de pessoas cujas histórias foram menos relevantes. b) divulgar uma obra de autores contemporâneos, como parte do lançamento. c) fazer o público conhecer a verdadeira história de personalidades populares. d) mostrar a relevância da arte contemporânea na construção da história. e) resgatar uma memória de pessoas que não tiveram suas histórias registradas. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 39 A alternativa A está incorreta, pois não há aqui nem a ideia de ressignificar imagens nem a de que essas pessoas sejam menos relevantes. A alternativa B está incorreta, pois a exposição parte das informações levantadas em um livro, mas não tem o foco de divulgá-la. A alternativa C está incorreta, pois não há nada que indique que essas pessoas seriam tão populares. São pessoas cujas vidas não foram registradas adequadamente. A alternativa D está incorreta, pois há a informação de que a exposição faz parte de uma apresentação da coleção contemporânea do museu, mas isso não é a função social da exposição, cujo foco é a ressignificação de memórias. A alternativa E está correta, pois aqui a reportagem afirma que são criadas obras que reverberam narrativas de pessoas negras que tiveram suas vidas apagadas ou que não foram registradas Gabarito: E Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter Benjamin. Esse texto é fundamental para compreender muitas das questões em torno da produção de arte do século XX, principalmente após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955. É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra. Segundo Benjamin: Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres, para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. Em contraste, a reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na história intermitentemente, através de saltos separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente. O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de reproduzir uma obra de maneira idêntica, principalmente a partir do advento da fotografia e, posteriormente do cinema, há um impacto na própria concepção do que seria arte. Primeiro porque a arte deixa de depender da mão do artista e pode depender apenas de seu olho: criar um enquadramento para uma fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, por exemplo. O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de qualidade que ela não somente podia transformar em seus objetos a totalidade das obras de arte tradicionais, submetendo- as a transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio entre os procedimentos artísticos”. Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode se tornar arte – se fotografado de determinada maneira. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 40 Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da “magia”, ou seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto. Quando passamos a ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele chama de aura. Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa obra única, que não pudesse ser produzida de maneira industrial. É o que a liga ao seu aspecto ritual, mágico. Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte passa a ter valor de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e apreciada. Assim, obras que possam ser mais reproduzidas atendem a essa necessidade de disponibilidade. A arte, portanto, para Walter Benjamin, ganha uma nova função. (EstratégiaVestibulares – 2021) No lugar do cavalete, das tintas e dos pincéis, o computador. A tecnologia se incorpora cada vez mais à arte, embora as tradicionais técnicas artísticas continuem tendo espaço. Esse processo, contudo, não é novo —começou há décadas. Primeiro foi a fotografia, depois o cinema, o vídeo. Esses recursos analógicos foram a tônica da primeira metade do século 20. Porém, quando os computadores adquiriram a capacidade de manipular imagens, os artistas começaram a explorar um novo recurso: a linguagem digital. A arte tecnológica ainda não foi assimilada totalmente pelo grande público. Surgem polêmicas sobre o valor desse tipo de manifestação artística e questionamentos sobre se as pessoas que desenvolvem trabalhos nesse sentido merecem a denominação de artistas. Até aspectos como autoria são colocados em questão com o surgimento de experiências artísticas na internet que permitem a intervenção dos internautas. Apesar das controvérsias, um número cada vez maior de herdeiros dos movimentos de vanguarda, artistas de bagagem tradicional e da nova geração investem na exploração de recursos tecnológicos. No Brasil, nomes de destaque das artes plásticas já se aventuraram por esse campo como Antônio Dias, Cildo Meireles, Décio Pignatari, Raimundo Collares e Eduardo Kac. Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia-e-Redes-Sociais/Tecnologia-e-arte/12/5460> Acesso em 10ago. 2021 Acerca da relação entre arte e tecnologia, a partir do texto, é correto afirmar que: a) é um processo recente na história das artes. b) surge com o aumento da capacidade dos computadores. c) ainda não é tão popular entre o público comum. d) sempre permite intervenção dos internautas na feitura. e) não se realiza, pois a tecnologia mina os aspectos artísticos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 41 Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois o texto aponta que, desde o surgimento da tecnologia – portanto, no fim do século XIX – temos ligação com a tecnologia. A alternativa B está INCORRETA, pois, segundo o texto, essa relação começa a realizar-se já com o surgimento da fotografia. O que surge com a melhoria das tecnologias de computação são as expressões de arte digital. A alternativa C está CORRETA, pois o texto indica que o grande público ainda questiona o valor artístico das obras, por vezes pondo em xeque a ideia de que seriam obras de arte verdadeiramente. A alternativa D está INCORRETA, pois, ainda que isso possa ocorrer por vezes, não se pode afirmar que seja um processo que ocorre sempre. A alternativa E está INCORRETA, pois em nenhum momento do texto defende-se que essa é uma relação impossível de ocorrer. Gabarito: C Indústria cultural O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt, principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973). A Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das sociedades mediadas pelo consumo e pela massificação. A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão ou o questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, com o objetivo de domesticar as pessoas. Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz com que propostas mais inovadoras causem estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito público. Por gerarem menos lucro, essas produções são vistas como inúteis, ou seja, colocamos na possibilidade de monetarização o valor da arte. Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Uma de suas principais características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso! As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão. Hoje em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto, intimamente ligadas à ideia de consumo. Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema capitalista. Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da arte através ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 42 dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a cultura alcança um número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o acesso às ferramentas de produção cultural. No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão entre alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos pensar desde as novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e disseminação de notícias falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade brasileira). Mas e a arte nesse contexto todo? Não se pode, obviamente, pensar na arte de maneira descolada do contexto social em que se insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as produções artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema. Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a sensibilidade do artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a consolidação da Indústria Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma mercadoria de um modo novo: não se compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como um objeto como qualquer outro, obedecendo leis de oferta e procura como nunca. A sociedade de consume, que transforma tudo em mercadoria, estaria apagando da arte o seu traço crítico? Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash 6 - Exercícios 4.1 – Lista de exercícios 1. (UEL- 2016) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 43 Leia o texto a seguir. O desenho rompe com todas as hierarquias, situa-se além de qualquer cronologia, revela seu próprio tempo e o tempo do artista. Além de “armar o braço” é, ao mesmo tempo, o mais confessional dos meios plásticos, diário íntimo, eletrocardiograma, rebeldia travada no meio da noite, solitariamente. Uma qualidade a mais, dizia, porque o desenho parece escapar à polêmica estéril entre vanguarda e retaguarda, entre o velho e o novo, navega imperturbável entre ismos e épocas. E permite todas as virtualidades e virtuosidades, porque um desenho você larga aqui e recomeça ali, hoje, amanhã, ontem. O desenho é para ser lido, como um poema. (Adaptado de: MORAIS, F.Arte é o que eu e você chamamos arte. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.120.) Com base na imagem (Fig. 2), no texto e nos conhecimentos sobre artes, considere as afirmativas a seguir. I. A imagem é de caráter orgânico, e o olhar sobre ela é reiterado pelos feixes de linhas organizados em ciclos e pelos demais aspectos formais e simbólicos. II. O desenho pode derivar de procedimentos com temporalidades diversas, do mais rápido e sutil até o mais demorado, com camadas subsequentes de elaboração. III. O desenho rompe com as hierarquias porque se institui, sobretudo nas vanguardas, como meio completo de expressão. IV. Tanto o texto quanto a imagem evidenciam o caráter singular do desenho que, através dos tempos, passou a ser compreendido como determinante do que viria a ser a pintura. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas IIIe IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 44 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 2. (UEL – 2014) Até o século XIX, na arte ocidental, a matéria era usada na escultura como meio de representar temas. No século XX, os escultores modernos buscaram a autonomia da linguagem, atingindo a compreensão sobre a importância da materialidade. As criações com volume no espaço já não enfatizaram somente a representação de temas. Os escultores, a partir de Rodin, tiveram a consciência de que a escultura como uma linguagem, mais do que fazer coisas, é “matérica”, porém pode produzir objetos que “dizem” coisas. Além do modelado e do entalhe, os escultores modernos experimentaram um novo procedimento: a “construção”, a escultura como desenho no espaço, a incorporação de massas de ar, do vazio, na composição escultórica; fazendo do Espaço e da Matéria categorias fundamentais dessa linguagem. (Adaptado de: GAZITÚA, F. El lenguage de la esculura. Santiago: Bauhaus editorial, 1995.) A partir do texto e com base nos conhecimentos sobre a arte tridimensional, relacione as figuras com os respectivos elementos (categorias) enfatizados na linguagem escultórica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 45 A) Movimento e desenho no espaço. B) Luz e abstração. C) Linha e contraste. D) Volume e superfície/textura. E) Espaço e equilíbrio. Assinale a alternativa que contém a associação correta. A) I-A, II-B, III-C, IV-D, V-E. B) I-B, II-C, III-E, IV-A, V-D. C) I-B, II-D, III-A, IV-C, V-E. D) I-E, II-C, III-A, IV-B, V-D. E) I-E, II-D, III-C, IV-A, V-B. 3. (UEL – 2011) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 46 As figuras mostram imagens escultóricas concebidas em períodos artísticos distintos. Assinale a alternativa que indica o que há em comum nas referidas esculturas. a) Textura. b) Simetria. c) Bidimensionalidade. d) Movimento. e) Lateralidade. 4. (UEM – 2019) “Apesar de sua atração estética para o observador de hoje, as gravuras [...] do século XV foram trabalhos de arte popular, de um nível que não atraía mestres de grande talento até cerca de 1500. Uma só prancha fornecia milhares de cópias, vendidas por alguns centavos cada, o que, pela primeira vez na nossa história, punha ao alcance de todos a posse de imagens.” (JANSON. H. W. História geral da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 567 e 568). Considerando os processos de reprodução por técnicas de gravura, assinale a(s) alternativa(s) em que todos os termos designam de forma correta tais processos. 01) Decupagem e frottage. 02) Baixo-relevo e dripping. 04) Água-forte e xilografia. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 47 08) Assemblage e pátina. 16) Litografia e ponta-seca. 5. (UEM – 2019) Assinale a(s) alternativa(s) em que as cores pigmentos ocupam posições diametralmente opostas no círculo cromático. 01) Azul e amarelo. 02) Amarelo e violeta. 04) Vermelho e laranja. 08) Verde e amarelo. 16) Azul e laranja. 6. (UEM – 2019) Sobre desenho, assinale o que for correto. 01) O termo “garatuja” é utilizado para definir rabiscos, traços, desenhos realizados por crianças em seus primeiros anos de vida. 02) Um dos primeiros materiais utilizados pelos povos primitivos para fazer desenhos foi o carvão, encontrado em diversos desenhos rupestres em cavernas na Espanha. 04) O giz-pastel, material muito utilizado entre o fim do século XIX e o início do século XX, tem uma textura que possibilita ao artista criar efeitos de veladuras ou grafismos. 08) Na realização da pintura da Capela Sistina, Michelangelo confeccionou centenas de desenhos utilizando carvão e papel para fazer o contorno do rosto e a anatomia de diversos personagens bíblicos que retratou. 16) Xilogravura é uma técnica de construção de imagens, de símbolos, de significados, de contextos culturais e religiosos por meio da reprodução de gravuras em papel (xilo). 7. (UEM – 2018) “Se o conhecimento das relações que a arte mantém com a ação política – tanto conservadora como revolucionária – abriu espaço para o reconhecimento de sua importância, também alertou os poderosos para o controle da produção artística, através de regulamentações e dispositivos que cercearam a liberdade dos artistas.” (COSTA, C. Questões de Arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. São Paulo: Moderna, 2004, p. 95). Sobre a relação entre arte e política, assinale o que for correto. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 48 01) Os regimes totalitários, ao perseguirem a liberdade de expressão, impulsionam os artistas a criarem recursos para driblar as proibições. 02) O artista brasileiro Cildo Meireles compôs obras que utilizaram e modificaram objetos já existentes. Em uma delas carimbou a frase “Quem matou Herzog?” em notas de dinheiro. 04) Durante o regime ditatorial civil-militar no Brasil (1964- 1985), uma forma de burlar a censura foi o uso de metáforas nas composições musicais. Algumas delas, por seu conteúdo implícito, foram censuradas depois de lançadas. 08) As charges e as tirinhas são também utilizadas na crítica e na reflexão sobre situações políticas e, geralmente, têm conteúdo humorístico. 16) A dimensão política da arte restringe-se às manifestações das artes visuais e musicais e é de difícil utilização por outros tipos de arte. 8. (UEM – 2017) Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto. 01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia. 02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor. 04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade. 08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são compostas apenas por duas dimensões. 16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas são as esculturas feitas em barro ou em argila. 9. (UEM – 2017) Sobre as cores, assinale o que for correto. 01) As cores primárias pigmento são classificadas em vermelho, azul e amarelo ou em magenta, amarelo e ciano. 02) As cores branca e preta são consideradas neutras, e uma das características da cor preta é a soma de todas as cores da cor-pigmento. 04) As cores são classificadas em quentes e em frias, por exemplo, a cor azul é considerada fria, e a vermelha, cor quente. 08) As cores escuras, utilizadas nos tetos dos ambientes, contribuem para a reflexão da luz, proporcionando amplitude espacial. 16) As cores secundárias pigmento são obtidas a partir da soma ou da mistura de duas cores primárias pigmento. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 49 10. (UNESPAR – 2017) “Natureza-morta” é: a) Uma forma de dança de salão que visa representar o mundo etéreo e espiritual; b) Um tipo de pintura que tem foco na representação de objetos inanimados, como frutos, louças, instrumentos musicais, etc; c) Uma peça teatral em verso que termina com um acontecimento funesto; d) Uma forma de pintura que representa cenas amplas de natureza com montanhas, rios, árvores, etc; e) Uma forma de dança folclórica explorada por dançarinos modernos norte-americanos, como Vaslav Nijinsky. 11. (UNESPAR – 2015) As artes possuem elementos formais característicos das linguagens específicas. Observe alguns desses elementos dispostos em sequência, procurando identificar a que linguagem artística correspondem. Em seguida, assinale a alternativa que relaciona corretamente os elementos formaisàs linguagens artísticas, conforme a disposição apresentada. I. Ponto; linha; plano. II. Densidade; intensidade; altura. III. Movimento; espaço; tempo. A) I. Música; II. Dança; III. Teatro; B) I. Cinema; II. Música; III. Teatro; C) I. Artes Visuais; II. Cinema; III. Música; D) I. Artes Visuais; II. Música; III. Cinema; E) I. Artes Visuais; II. Música; III. Dança. 12. (UNCISAL – 2019) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 50 Ao se restringir à representação do fantástico, a xilogravura (nas gráficas do interior do Nordeste) sensibilizou a elite cultural, passando a ser tema de reportagens em revistas e em jornais e a ter projeção no mercado urbano. Retratando a fantasia sertaneja, a gravura popular ganhou personalidade própria, agigantou-se e desvinculou-se do folheto (literatura de cordel). Tornou-se o mais importante meio de expressão plástica da cultura rural nordestina. FRANKLIN, J. A rica expressão da fantasia sertaneja. FERREIRA, C. (Org.). J. Borges por J. Borges: gravura e cordel no Brasil. Brasília: Ed. da UnB, 2006, p. 104-5 (adaptado). À luz da gravura do pernambucano José Francisco Borges e do trecho do texto de Jeová Franklin, concernente às transformações sofridas pela gravura realizada com matriz de madeira no Nordeste brasileiro, entre as décadas de 60 e 70 do século passado, compreende-se que o processo de autonomização da xilogravura nordestina como obra de arte promoveu a) o valor artístico dessa “expressão plástica”, desvinculando-o da cultura popular. b) o valor artístico dessa “expressão plástica”, restringindo-o à “elite cultural”. c) o reconhecimento do valor artístico dessa “expressão plástica” por diferentes grupos sociais. d) a modificação do valor artístico dessa “expressão plástica” pela “projeção no mercado urbano”. e) o reconhecimento do valor artístico dessa “expressão plástica” restrito ao seu grupo social de origem. 13. (UNICENTRO – 2021) Observe a imagem a seguir. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 51 (Derlon Almeida. Intervenção urbana. Fonte: http://derlon.com.br/wp-content/uploads/2018/01/ monte-alegre.jpg. Acesso em: 15 nov. 2020.) Sobre a produção do artista pernambucano Derlon Almeida (1985-), que hoje vive e trabalha em São Paulo, considere as afirmativas a seguir. I. Possui influência do grafite e da arte popular brasileira. II. Intervém no espaço urbano por meio de composições abstratas, de teor mecanicista e racionalista. III. Suas manifestações artísticas abdicam da cultura popular a fim de obter a valoração do mercado artístico erudito que se estabelece nas grandes capitais. IV. As imagens que inspiram sua produção foram criadas por xilogravadores, como J. Borges (1935-), que produz imagens e textos em cordel para contar histórias do Nordeste brasileiro. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 14. (UNICENTRO – 2020) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 52 O tipo de pintura e fotografia apresentado em que se veem objetos inanimados, como frutas, louças, instrumentos musicais, flores, livros, taças de vidro, garrafas, jarras de metal, porcelanas, dentre outros objetos, se refere à arte de pintar, desenhar e fotografar composições desse gênero. A esse gênero surgido na Grécia, podendo ser visto em afrescos encontrados nas ruínas de Pompeia, dá-se o nome de a) natureza morta. b) fotografia. c) happening. d) obras primas. e) autorretrato. 15. (UNICENTRO – 2020) A expressão pode ser feita de diversas maneiras: falando, rindo ou cantando. O ser humano também se expressa através da arte e de diversas formas. Identifique as linguagens artísticas que correspondem às várias formas de expressão artística: a) Artes visuais, música e cinema. b) Artes cênicas, música e cinema. c) Artes visuais, artes cênicas e música. d) Artes visuais, artes cênicas e cinema. e) Artes visuais, música e dança. 16. (UFMS – 2008) As cores primárias, em tinta, são a) vermelho, amarelo e azul. b) laranja, verde e azul. c) verde, amarelo e laranja. d) vermelho, roxo e amarelo. e) amarelo, verde e azul. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 53 17. (UFMS – 2008) O que é uma figura tridimensional? a) Uma figura que tem ou parece ter altura e largura. b) Uma figura que tem ou parece ter altura, largura e profundidade. c) Uma figura que tem ou parece ter largura e profundidade. d) Uma figura que tem ou parece ter altura. d) Uma figura que tem ou parece ter largura. 18. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa INCORRETA. a) O Mosaico é uma arte milenar que nos remete à época greco-romana, na qual teve seu apogeu. Era utilizado na criação de pavimentos e em paredes. b) Cerâmica é a atividade de produção de objetos a partir de argilas, que se tornam muito plásticas e fáceis de modelar quando contêm água. c) Gravura é a arte de converter uma superfície plana em uma matriz, um ponto inicial para a reprodução de uma imagem, através de diversas técnicas e materiais. d) A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento, em forma líquida ou pastosa, a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas. e) Escultura é a arte de produzir imagens sacras com relevo total ou parcial. 19. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa INCORRETA. a) Encáustica (do grego enkausticos, gravar a fogo) é uma técnica de pintura que se caracteriza pelo uso da cera como aglutinante dos pigmentos e pela mistura densa e cremosa. A pintura é aplicada com pincel ou com uma espátula quente. É um procedimento técnico muito resistente. b) A têmpera é um método de pintura no qual os pigmentos de terra são misturados a um “colante”, uma emulsão de água e gemas de ovo ou ovos inteiros (às vezes cola, ou leite). c) A pintura mural é executada sobre uma tela de lona crua. d) A colagem já era conhecida antes do Século XX, mas era considerada uma brincadeira de crianças. O cubismo foi o primeiro movimento artístico a utilizar colagem. Os cubistas colavam pedaços de jornal ou impressos em suas pinturas. e) A pintura corporal mais antiga, que se conhece no Brasil, tem origem na pintura indígena em que os corpos são pintados com tinturas extraídas de plantas como o jenipapo, urucum, babaçu, etc. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 54 20. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa INCORRETA. a) A pintura a óleo é uma técnica que utiliza tintas de base oleosa, aplicadas com pincéis, espátulas, ou outros meios, sobre telas de tecido, superfícies de madeira ou outros materiais. b) Há estudiosos que consideram que a aerografia surgiu na Pré História, quando homens da caverna atiravam pigmentos (tinta) através de tubos derivados de osso de animais. c) O acrílico é uma tinta sintética solúvel em água que pode ser usada em camadas espessas ou finas, permitindo a combinação com outros materiais para pintura. d) Afresco ou fresco é o nome dado a uma obra pictórica feita sobre parede, com base de gesso ou argamassa e assume frequentemente a forma de mural. e) O guache é uma tinta oleosa e opaca, de difícil secagem que deve ser utilizada com solventes muitos fortes à base de benzina. 21. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa CORRETA. a) O papel, como suporte para o desenho, tem a característica de ser exclusivamente tridimensional. b) A representação gráfica pode ser tanto bidimensional como tridimensional. c) O maior registro históricode representação do desenho, é o Homem Vitruviano, representado por Miguel Ângelo. d) Para a representação da forma bidimensional, é necessário utilizar o recurso da perspectiva. e) O desenho plano, ou melhor, no shape, indica a representação do elemento apenas na profundidade. 22. (UFMS – 2007) Assinale a alternativa CORRETA. a) A técnica da pintura, obrigatoriamente, precisa ser policromática. b) A técnica compõe-se de combinações de matizes, tons e texturas. c) A técnica da pintura limita-se apenas à representação bidimensional. d) A técnica da pintura é exclusivamente adotada nas Artes Plásticas para o suporte feito em tela. e) Podemos afirmar que a técnica da pintura se limita apenas à representação através da tela, e não a qualquer tipo de representação visual trabalhada em baixo-relevo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 55 23. (UFMS – 2007) Assinale a alternativa CORRETA. a) Escultura é o termo utilizado para as representações gráficas de um sólido. b) Escultura é o termo utilizado para as representações plásticas apenas em baixo-relevo. c) Cinzelação, fundição e moldagem fazem parte das técnicas utilizadas na Escultura. d) A escultura tem como sua principal característica receber tingimento ou melhor, utilização da cor para evidenciar o principal detalhe na poética do artista. e) Podemos afirmar que a escultura deve ser essencialmente tridimensional. 24. (UFMS – 2007) Como é chamada a pintura com temática de arranjos de frutas, legumes e utensílios domésticos? a) Religiosa. b) Natureza morta. c) Histórica. d) Paisagem. e) Mitológica. 25. (UFMS – 2007) As cores estão tão presentes em nossas vidas que, às vezes, não nos damos conta de sua presença e importância. O estudo da cor produziu a chamada Teoria das Cores, na qual foram levantados os princípios considerados as bases das artes visuais do século XX. Tais estudos identificaram características cromáticas que são: matiz, valor e croma. Assinale a alternativa que apresenta os parâmetros básicos do matiz. a) A luminosidade da cor. b) A saturação da cor. c) A cor em sua máxima intensidade; a própria cor. d) Organização cromática com cores quentes e frias. e) Organização cromática com cores análogas e complementares. 26. (UNESP – 2020) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 56 Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional, baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte obra: 27. (UNESP – 2018) Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 57 sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra: a) b) c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 58 28. (UNESP – 2018) Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas. Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em: a) b) c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 59 29. (UNESP – 2017) O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser. As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes, produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra, vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973): a) b) c) d) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 60 e) 30. (UNESP – 2017) A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em: a) b) c) d) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 61 e) 31. (UNESP – 2016) Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. (David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.) O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em: a) (Andy Warhol. Elvis I, 1962.) b) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.) c) (Jackson Pollock. Convergência, 1952.) d) (Henri Matisse. Interior, jarra com peixes vermelhos, 1914.) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 62 e) (Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.) 32. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO) A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um procedimento artístico representativo da década de 1960 por A) visar a conservação das representações e dos registros visuais. B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade. C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura. D) fazer conviver campos de expressão diferentes eintegrar novos significados. E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas. 33. (Uel - 2019) Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 63 (A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de formas simples. (B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas, estabelecendo a relação entre arte e cidade. (C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das cenas. (D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar das personagens na composição. Assinale a alternativa que contém a associação correta. a) I-B, II-D, III-A, IV-C. b) I-C, II-A, III-D, IV-B. c) I-C, II-B, III-A, IV-D. d) I-D, II-A, III-C, IV-B. e) I-D, II-C, III-A, IV-B. 34. (Uem - 2018) Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto. 01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia. 02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor. 04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 64 08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são compostas apenas por duas dimensões. 16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas são as esculturas feitas em barro ou em argila. 35. (Uepg - 2018) Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for correto. 01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza aspectos bidimensionais como altura e largura. 02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva. 04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias. 08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica. 36. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –, assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto em película cinematográfica. VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 Segundo o texto, a videodança a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX, em diálogo com o cinema. b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e edição para compor a obra. c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de câmera dinâmicos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 65 d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema digital e em vídeo. e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao mundo da dança. 37. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna. O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim, entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento, transformando e reinventando. (Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso em 20 nov. 2020) A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço público de maneira sincrética. b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa recepção por parte do público. c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público nos locais de apresentação. d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e do realismo fantástico. e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de passagem para que sejam cenários. 38. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 66 Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis. O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é. Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida. Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um protagonista negro. (Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema> Acesso em 20 nov. 2020) A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em quadrinhos no tempo, é de a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela maioria dos leitores do universo. b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no protagonismo das HQs.c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade social entre brancos e negros. d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos quadrinhos da companhia. e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que convivem de maneira pacífica. 39. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil) Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha, inova ao abordar tatuagens como obras de arte. “Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick, antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo. “Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta. Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 67 a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora. (Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml> Acesso em 16 jun. 2020) Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a partir de a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da colonização ou exotização. b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o corpo como suporte. c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo de feitura da obra, não só o resultado final. d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura corporal como passíveis de exposição. e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural no campo da arte corporal. 40. (Estratégia Vestibulares – 2021) Texto I: (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) Texto II: Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça. Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim? ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 68 A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas, as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen). A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que o motivou a realizar o trabalho: "O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares, vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade. b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo. c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem sobreviver no atual sistema político-econômico. d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas. e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade. 41. (Estratégia Vestibulares – 2021) No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados, radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo. Nas indústrias de consumo, o design, a moda, a publicidade, a decoração, o cinema, o show business criam em massa produtos carregados de sedução, veiculam afetos e sensibilidade, moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos, de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições. LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 69 Os autores abordam no texto uma característica do mercado envolvendo a arte e a cultura na sociedade contemporânea. Essa característica pode ser entendida como uma: a) elevação da propaganda e dos bens de consumo cotidianos aos status de arte, podendo ser expostos. b) contaminação das formas artísticas com a estética e linguagem da propaganda e dos bens de consumo. c) hierarquização entre arte e artesanato que persiste nos museus e galerias, influenciando o consumo. d) mudança na forma como comerciais são feitos, hoje contando, por exemplo, com equipes cinematográficas. e) penetração da estética nos bens de consumo, tensionando a separação entre arte, cultura e mercado. 42. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo instalação é incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus. As dificuldades de definir os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e talvez permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a arte ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As ambiguidades que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco devem afastar o esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de produção artística que lança a obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. (Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3648/instalacao> Acesso em 14 dez. 2020) Segundo o texto, a instalação pressupõe a existência de: a) repertório erudito em artes. b) espaços públicos de exposição. c) equipe semelhante às teatrais. d) interação do públicocom a obra. e) uma pequena gama de materiais. 43. (Estratégia Vestibulares – 2021) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 70 O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte, como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem. CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 24 de Jul. 2020. Pode-se dizer que a imagem que se enquadra nesse tipo de procedimento é a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 71 d) e) 44. (Estratégia Vestibulares – 2021) A expressão indica um gênero pictórico -caracterizado pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas -que tem um longo trajeto na história da arte. Nasce na Grécia e em Roma, como pintura religiosa, e se desenvolve no Ocidente, sobretudo no Renascimento e no neoclassicismo, ora como exaltação da antiguidade, ora com sentido alegórico (por exemplo, Vênus como representação da beleza; Minerva, da sabedoria; Marte como personificação da guerra e assim por diante). (Verbete de “Pintura Mitológica”, Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3822/pintura-mitologica> Acesso em 15 mai. 2020) Verifica-se uma pintura que se enquadra na categoria de pintura mitológica na seguinte obra: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 72 a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 73 d) e) 45. (Estratégia Vestibulares – 2021) A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica. Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval, possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 74 individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV. Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré- moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros. Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente. (SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013) A partir do texto, julgue os itens: - Objetos de uso pessoal, como pentes, joias e adereços de modo geral são considerados, após a passagem do tempo, como peças de museu de valor expográfico, ainda que não tenham sido criados originalmente com a intenção de serem obras de arte. C) Certo. E) Errado. - A apreciação do estilo de um povo por outro não é necessariamente um processo de apropriação -cultural, porque esse intercâmbio não se passa de maneira obrigatória por questões de opressão ou dominação, mas pela possibilidade de troca mútua entre culturas. - Certo. - Errado. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 75 46. (Estratégia Vestibulares – 2021) Leia o texto de Graça Proença para responder à questão Muitos dos objetos expostos em museus ou que fazem parte da nossa vida diária têm uma utilidade evidente: basta vê-los para logo sabermos para que servem; outros, por serem mais complexos, exigem que alguém mais informado nos explique seu funcionamento e sua finalidade. Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma utilidade imediata, sempre estiveram presentes em sua vida. É a respeito delas que nos perguntamos por que para que foram feitas. A resposta a essa pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive. Essas criações constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel - a história dos homens ao longo dos séculos. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, "as grandes nações escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte". E acrescenta: "nenhum desses três livros pode ser compreendido sem que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o último". (História da arte, 2007) Segundo o conceito de arte exposto no texto, a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que informam sobre seu funcionamento da época. b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural do período em que foi encontrada. c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar sentimentos e visões de mundo. d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e palavras, bem como obras. e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem ser permeadas por subjetividades. 47. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideiasde nação e constituição de um povo. Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 76 a) b) c) d) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 77 e) 48. (Estratégia Vestibulsres – 2020) A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura historicamente marginalizada e explorada. A linha entre apropriação cultural e intercâmbio cultural é tênue. Intercâmbio cultural é um fenômeno natural e bem frequente. Mas a apropriação cultural é um processo bem problemático que precisa ser mais bem compreendido, pois dá uma margem enorme para que elementos de uma cultura sejam banalizados, trivializados e estereotipados. Um grande problema de sequestrar elementos de culturas não dominantes e adotá-los de maneira descontextualizada, é que as pessoas que fazem a apropriação se beneficiam dos aspectos que julgam “interessantes” de uma cultura, ignorando os significados reais desses elementos, enquanto os membros dessa cultura tem que lidar com opressão diariamente. (Disponível em <https://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/14591/apropriacao-cultural> Acesso em 15 jul. 2020) Sobre o texto, é correto afirmar que a apropriação cultural a) reforça relações de dominação no âmbito cultural. b) é intrínseca às situações de intercâmbio cultural. c) decorre do espólio material das culturas não dominantes. d) ressignifica elementos marginalizados pela cultura de origem. e) resulta do interesse genuíno sobre a cultura do Outro. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 78 49. (Uel - 2019) Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural. Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais, cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação. Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos. ( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais. ( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada pelo espectador/observador. ( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os seus elementos estruturais. ( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da linguagem articulada. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, V, V, F. b) V, V, V, F. F. c) F, V, F, V, F. d) F, V, V, F, V. e) F, F, F, V, V. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 79 50. (UNIOESTE – 2016) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. A) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. B) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. C) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. D) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da sociedade. E) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 80 6.2 – Gabarito 1. A 2. E 3. D 4. 20 5. 16 6. 08 7. 11 8. 08 9. 22 10. B 11. E 12. C 13. B 14. A 15. C 16. A 17. B 18. E 19. C 20. E 21. B 22. B 23. C 24. B 25. C 26. B 27. E 28. D 29. A 30. C 31. A 32. D 33. B 34. 11 35. 14 36. B 37. A 38. B 39. B 40. C 41. E 42. D 43. C 44. C 45. C – C 46. C 47. D 48. A 49. A 50. D 6.3 – Questões comentadas 1. (UEL- 2016) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 81 Leia o texto a seguir. O desenho rompe com todas as hierarquias, situa-se além de qualquer cronologia, revela seu próprio tempo e o tempo do artista. Além de “armar o braço” é, ao mesmo tempo, o mais confessional dos meios plásticos, diário íntimo, eletrocardiograma, rebeldia travada no meio da noite, solitariamente. Uma qualidade a mais, dizia, porque o desenho parece escapar à polêmica estéril entre vanguarda e retaguarda, entre o velho e o novo, navega imperturbável entre ismos e épocas. E permite todas as virtualidades e virtuosidades, porque um desenho você larga aqui e recomeça ali, hoje, amanhã, ontem. O desenho é para ser lido, como um poema. (Adaptado de: MORAIS, F.Arte é o que eu e você chamamos arte. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.120.) Com base na imagem (Fig. 2), no texto e nos conhecimentos sobre artes, considere as afirmativas a seguir. I. A imagem é de caráter orgânico, e o olhar sobre ela é reiterado pelos feixes de linhas organizados em ciclos e pelos demais aspectos formais e simbólicos. II. O desenho pode derivar de procedimentos com temporalidades diversas, do mais rápido e sutil até o mais demorado, com camadas subsequentes de elaboração. III. O desenho rompe com as hierarquias porque se institui, sobretudo nas vanguardas, como meio completo de expressão. IV. Tanto o texto quanto a imagem evidenciam o caráter singular do desenho que, através dos tempos, passou a ser compreendido como determinante do que viria a ser a pintura. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 82 c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Comentários: A afirmativa I está correta, pois percebe-se na obra usos de linhas que se organizam em ciclos formando um casulo, organizando os elementos de maneira simbólica. A afirmativa II está correta, pois desenhos podem ser feitos a partir de diferentes procedimentos, que podem contar com aelaboração em diferentes momentos, podendo ser elaboradas em momentos subsequentes. A afirmativa III está incorreta, pois o desenho não pode ser lido como algo de vanguarda ou que rompe com hierarquias da arte. É uma técnica antiga e que, segundo o texto, escapa à discussão do que é vanguarda ou do que é retaguarda. A afirmativa IV está incorreta, pois o texto indica que o desenho escapa a essas temporalidades ou sequências lógicas. Gabarito: A 2. (UEL – 2014) Até o século XIX, na arte ocidental, a matéria era usada na escultura como meio de representar temas. No século XX, os escultores modernos buscaram a autonomia da linguagem, atingindo a compreensão sobre a importância da materialidade. As criações com volume no espaço já não enfatizaram somente a representação de temas. Os escultores, a partir de Rodin, tiveram a consciência de que a escultura como uma linguagem, mais do que fazer coisas, é “matérica”, porém pode produzir objetos que “dizem” coisas. Além do modelado e do entalhe, os escultores modernos experimentaram um novo procedimento: a “construção”, a escultura como desenho no espaço, a incorporação de massas de ar, do vazio, na composição escultórica; fazendo do Espaço e da Matéria categorias fundamentais dessa linguagem. (Adaptado de: GAZITÚA, F. El lenguage de la esculura. Santiago: Bauhaus editorial, 1995.) A partir do texto e com base nos conhecimentos sobre a arte tridimensional, relacione as figuras com os respectivos elementos (categorias) enfatizados na linguagem escultórica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 83 A) Movimento e desenho no espaço. B) Luz e abstração. C) Linha e contraste. D) Volume e superfície/textura. E) Espaço e equilíbrio. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 84 Assinale a alternativa que contém a associação correta. A) I-A, II-B, III-C, IV-D, V-E. B) I-B, II-C, III-E, IV-A, V-D. C) I-B, II-D, III-A, IV-C, V-E. D) I-E, II-C, III-A, IV-B, V-D. E) I-E, II-D, III-C, IV-A, V-B. Comentários: A afirmativa I indica (E) Espaço e equilíbrio, pois as obras fazem uso da ocupação da espacialidade ao seu redor, além de promoverem uma noção de equilíbrio pelo modo como os materiais se organizam. A afirmativa II indica (D) Volume e superfície/textura, pois vemos obras com grande ocupação do espaço, além de texturas chamativas nas superfícies. A afirmativa III indica (C) Linha e contraste, pois vemos o uso de linhas retas organizadas em cores contrastantes. A afirmativa IV indica (A) Movimento e desenho no espaço as obras aqui são leves, mostrando uma possibilidade de desenho no espaço. A afirmativa V indica (B) Luz e abstração, pois são obras que fazem uso de iluminação e formas não- figurativas. Gabarito: E 3. (UEL – 2011) As figuras mostram imagens escultóricas concebidas em períodos artísticos distintos. Assinale a alternativa que indica o que há em comum nas referidas esculturas. a) Textura. b) Simetria. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 85 c) Bidimensionalidade. d) Movimento. e) Lateralidade. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não há texturas chamativas nas obras. A alternativa B está incorreta, pois as obras não apresentam simetria, elas têm movimento que leva a diferentes direções. A alternativa C está incorreta, pois são esculturas tridimensionais. A alternativa D está correta, pois ambas as obras mostram uma noção de movimento no modo como o material foi trabalhado, seja de maneira figurativa ou de maneira abstrata. A alternativa E está incorreta, pois ainda que não haja simetria na obra, não se pode dizer que ela trabalhe apenas um dos lados da escultura, como seria característico da lateralidade. Gabarito: D 4. (UEM – 2019) “Apesar de sua atração estética para o observador de hoje, as gravuras [...] do século XV foram trabalhos de arte popular, de um nível que não atraía mestres de grande talento até cerca de 1500. Uma só prancha fornecia milhares de cópias, vendidas por alguns centavos cada, o que, pela primeira vez na nossa história, punha ao alcance de todos a posse de imagens.” (JANSON. H. W. História geral da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 567 e 568). Considerando os processos de reprodução por técnicas de gravura, assinale a(s) alternativa(s) em que todos os termos designam de forma correta tais processos. 01) Decupagem e frottage. 02) Baixo-relevo e dripping. 04) Água-forte e xilografia. 08) Assemblage e pátina. 16) Litografia e ponta-seca. Comentários: A afirmativa 01 está incorreta, pois a decupagem é uma espécie de colagem e a frottage é um método de desenho automático inventado pelos surrealistas, que consiste me passar o giz sobre um papel que eseja em uma superfície texturizada. A afirmativa 02 está incorreta, pois baixo-relevo é uma técnica de escultura em que as obras apresentam menor relevo, sendo muito próximas da bidimensionalidade; e o dripping é a técnica de pingar tinta sobre a superfície para criar a imagem. A afirmativa 04 está correta, pois água forte é um tipo de gravura que usa matriz de metal e xilogravura um tipo de gravura que usa madeira como matriz. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 86 A afirmativa 08 está incorreta, pois Assemblage é uma composição feita com materiais têxteis principalmente, quase uma colagem escultórica; e pátina é uma técnica de transformação da cor e textura de madeiras e metais. A afirmativa 16 está incorreta, pois litogravura é um tipo de gravura que usa matriz de pedra; e ponta seca um tipo de gravura que desse nha diretamente sobre metal com uma ponta de aço. Gabarito: 20 = 04-16 5. (UEM – 2019) Assinale a(s) alternativa(s) em que as cores pigmentos ocupam posições diametralmente opostas no círculo cromático. 01) Azul e amarelo. 02) Amarelo e violeta. 04) Vermelho e laranja. 08) Verde e amarelo. 16) Azul e laranja. Comentários: Vejamos o círculo cromático: A afirmativa 01 está incorreta, pois no círculo cromático o azul é oposto ao laranja e o amarelo ao violeta. A afirmativa 02 está correta, pois no círculo cromático amarelo e violeta de fato são opostos. A afirmativa 04 está incorreta, pois vermelho e laranja são próximos ao círculo, não opostos. A afirmativa 08 está incorreta, pois verde e amarelo são próximos ao círculo, não opostos. A afirmativa 16 está correta, pois no círculo cromático azul e laranja de fato são opostos. Gabarito: 18 = 02-16 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 87 6. (UEM – 2019) Sobre desenho, assinale o que for correto. 01) O termo “garatuja” é utilizado para definir rabiscos, traços, desenhos realizados por crianças em seus primeiros anos de vida. 02) Um dos primeiros materiais utilizados pelos povos primitivos para fazer desenhos foi o carvão, encontrado em diversos desenhos rupestres em cavernas na Espanha. 04) O giz-pastel, material muito utilizado entre o fim do século XIX e o início do século XX, tem uma textura que possibilita ao artista criar efeitos de veladuras ou grafismos. 08) Na realização da pintura da Capela Sistina, Michelangelo confeccionou centenas de desenhos utilizando carvão e papel para fazer o contorno do rosto e a anatomia de diversos personagens bíblicos que retratou. 16) Xilogravura é uma técnica de construção de imagens, de símbolos, de significados, de contextos culturais e religiosos por meio da reprodução de gravuras em papel (xilo). Comentários: A afirmativa 01 está correta, pois “garatuja” é uma expressão equivalente a garrancho, desenho tosco. A afirmativa 02 está correta, pois de fato o carvão, dentre outros materiais naturais, foram os primeiros materiais para fazer desenhos.A afirmativa 04 está correta, pois o giz pastel era muito usado pelos impressionistas e seu principal uso está em poder gerar texturas. A afirmativa 08 está correta, pois de fato Michelangelo fazia esboços de suas obras em desenho para estudar a anatomia. A afirmativa 16 está incorreta, pois a xilogravura não se resume a contextos culturais ou artísticos. Gabarito: 15 = 01-02-04-08 7. (UEM – 2018) “Se o conhecimento das relações que a arte mantém com a ação política – tanto conservadora como revolucionária – abriu espaço para o reconhecimento de sua importância, também alertou os poderosos para o controle da produção artística, através de regulamentações e dispositivos que cercearam a liberdade dos artistas.” (COSTA, C. Questões de Arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. São Paulo: Moderna, 2004, p. 95). Sobre a relação entre arte e política, assinale o que for correto. 01) Os regimes totalitários, ao perseguirem a liberdade de expressão, impulsionam os artistas a criarem recursos para driblar as proibições. 02) O artista brasileiro Cildo Meireles compôs obras que utilizaram e modificaram objetos já existentes. Em uma delas carimbou a frase “Quem matou Herzog?” em notas de dinheiro. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 88 04) Durante o regime ditatorial civil-militar no Brasil (1964- 1985), uma forma de burlar a censura foi o uso de metáforas nas composições musicais. Algumas delas, por seu conteúdo implícito, foram censuradas depois de lançadas. 08) As charges e as tirinhas são também utilizadas na crítica e na reflexão sobre situações políticas e, geralmente, têm conteúdo humorístico. 16) A dimensão política da arte restringe-se às manifestações das artes visuais e musicais e é de difícil utilização por outros tipos de arte. Comentários: A afirmativa 01 está correta, pois é muito comum que artistas, durante períodos autoritários, criem estratégias estéticas para driblar a censura. A afirmativa 02 está correta, pois essa é uma das obras de Cildo Meireles que contestava o regime político militar vigente. A obra em questão (imagem abaixo) questionava o assassinato do jornalista Vladmir Werzog. A afirmativa 04 está correta, pois algumas obras podem não ter sido censuradas antes do lançamento, mas muitas foram tiradas de circulação após o lançamento, o que também se configura censura. A afirmativa 08 está correta, pois tirinhas e charges têm frequentemente compromisso com a crítica ainda que sejam humorísticos. A afirmativa 16 está incorreta, pois há outros tipos de artes, como as artes cênicas, não podem ser ecluídas. Gabarito: 11 = 01-02-04-08 8. (UEM – 2017) Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto. 01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia. 02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor. 04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 89 08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são compostas apenas por duas dimensões. 16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas são as esculturas feitas em barro ou em argila. Comentários: A afirmativa 01 está correta, pois de fato essas são consideradas algumas das artes visuais, pois demandam o sentido da visão para a apreciação. A afirmativa 02 está correta, pois esses são de fato alguns dos elementos básicos para o estudo e a realização das artes. A afirmativa 04 está incorreta, pois as dimensões são altura, largura e profundidade. A afirmativa 08 está correta, pois essas técnicas são realizadas em plataformas bidimensionais, como papel e tela. A afirmativa 16 está incorreta, pois as mais antigas são feitas em pedra, não em barro. Gabarito: 11 = 01-02-08 9. (UEM – 2017) Sobre as cores, assinale o que for correto. 01) As cores primárias pigmento são classificadas em vermelho, azul e amarelo ou em magenta, amarelo e ciano. 02) As cores branca e preta são consideradas neutras, e uma das características da cor preta é a soma de todas as cores da cor-pigmento. 04) As cores são classificadas em quentes e em frias, por exemplo, a cor azul é considerada fria, e a vermelha, cor quente. 08) As cores escuras, utilizadas nos tetos dos ambientes, contribuem para a reflexão da luz, proporcionando amplitude espacial. 16) As cores secundárias pigmento são obtidas a partir da soma ou da mistura de duas cores primárias pigmento. Comentários: A afirmativa 01 está correta, pois esses são dois modos de classificar as cores primárias em pigmentos: ou em vermelho, azul e amarelo ou em magenta, amarelo e ciano. A afirmativa 02 está correta, pois costumamos considerar que o preto vem da somo de todas as cores. A afirmativa 04 está correta, pois essa é uma das possibilidades de classificação das cores, entre quentes e frias. A afirmativa 08 está incorreta, pois cores escuras refletem menos luz. São as cores claras que refletem. A afirmativa 16 está correta, pois de fato é assim que as cores secundárias são adquiridas. Gabarito: 23 = 01-02-04-16 10. (UNESPAR – 2017) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 90 “Natureza-morta” é: a) Uma forma de dança de salão que visa representar o mundo etéreo e espiritual; b) Um tipo de pintura que tem foco na representação de objetos inanimados, como frutos, louças, instrumentos musicais, etc; c) Uma peça teatral em verso que termina com um acontecimento funesto; d) Uma forma de pintura que representa cenas amplas de natureza com montanhas, rios, árvores, etc; e) Uma forma de dança folclórica explorada por dançarinos modernos norte-americanos, como Vaslav Nijinsky. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois natureza morta é um gênero de pintura, não de artes da cena. A alternativa B está correta, pois natureza morta é um tipo de pintura que se dedica a retratar alimentos, flores, objetos cotidianos ou demais elementos, sem a presença de humanos. A alternativa C está incorreta, pois natureza morta é um gênero de pintura, não de artes da cena. A alternativa D está incorreta, pois essa seria a definição de paisagem, não de natureza morta. A alternativa E está incorreta, pois natureza morta é um gênero de pintura, não de artes da cena. Gabarito: B 11. (UNESPAR – 2015) As artes possuem elementos formais característicos das linguagens específicas. Observe alguns desses elementos dispostos em sequência, procurando identificar a que linguagem artística correspondem. Em seguida, assinale a alternativa que relaciona corretamente os elementos formais às linguagens artísticas, conforme a disposição apresentada. I. Ponto; linha; plano. II. Densidade; intensidade; altura. III. Movimento; espaço; tempo. A) I. Música; II. Dança; III. Teatro; B) I. Cinema; II. Música; III. Teatro; C) I. Artes Visuais; II. Cinema; III. Música; D) I. Artes Visuais; II. Música; III. Cinema; E) I. Artes Visuais; II. Música; III. Dança. Comentários: O item I corresponde a Artes Visuais, pois esses são alguns termos básicos do estudo das artes, indicando elementos presentes na realização dessas obras. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 91 O item II corresponde à Música, pois essas são categorias utilizadas para classificar a realização dos sons. O item III corresponde à Dança, pois esses são elementos que o bailarino leva em consideração na hora de realizar a proposta de uma coreografia. Gabarito: E 12. (UNCISAL – 2019) Ao se restringir à representação do fantástico, a xilogravura (nas gráficas do interior do Nordeste) sensibilizoua elite cultural, passando a ser tema de reportagens em revistas e em jornais e a ter projeção no mercado urbano. Retratando a fantasia sertaneja, a gravura popular ganhou personalidade própria, agigantou-se e desvinculou-se do folheto (literatura de cordel). Tornou-se o mais importante meio de expressão plástica da cultura rural nordestina. FRANKLIN, J. A rica expressão da fantasia sertaneja. FERREIRA, C. (Org.). J. Borges por J. Borges: gravura e cordel no Brasil. Brasília: Ed. da UnB, 2006, p. 104-5 (adaptado). À luz da gravura do pernambucano José Francisco Borges e do trecho do texto de Jeová Franklin, concernente às transformações sofridas pela gravura realizada com matriz de madeira no Nordeste brasileiro, entre as décadas de 60 e 70 do século passado, compreende-se que o processo de autonomização da xilogravura nordestina como obra de arte promoveu a) o valor artístico dessa “expressão plástica”, desvinculando-o da cultura popular. b) o valor artístico dessa “expressão plástica”, restringindo-o à “elite cultural”. c) o reconhecimento do valor artístico dessa “expressão plástica” por diferentes grupos sociais. d) a modificação do valor artístico dessa “expressão plástica” pela “projeção no mercado urbano”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 92 e) o reconhecimento do valor artístico dessa “expressão plástica” restrito ao seu grupo social de origem. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não houve desvinculação das classes populares, ainda que ela tenha sido reconhecida como arte. Houve apenas um novo reconhecimento do valor das obras, mas elas não se tornaram eruditas. A alternativa B está incorreta, pois ela não ficou restrita a uma elite, ainda que tenha passado a ser apreciada por ela. A alternativa C está correta, pois essas obras passaram a ser reconhecida como obras de arte por parte de diferentes grupos, deixando de ficar restrita à apreciação local e passando a ser difundida em outros locais. A alternativa D está incorreta, pois a obra não foi essencialmente modificada, nem na técnica e nem na temática. A alternativa E está incorreta, pois atualmente há um reconhecimento mais amplo, que extrapola os grupos sociais de origem. Gabarito: C 13. (UNICENTRO – 2021) Observe a imagem a seguir. (Derlon Almeida. Intervenção urbana. Fonte: http://derlon.com.br/wp-content/uploads/2018/01/ monte-alegre.jpg. Acesso em: 15 nov. 2020.) Sobre a produção do artista pernambucano Derlon Almeida (1985-), que hoje vive e trabalha em São Paulo, considere as afirmativas a seguir. I. Possui influência do grafite e da arte popular brasileira. II. Intervém no espaço urbano por meio de composições abstratas, de teor mecanicista e racionalista. III. Suas manifestações artísticas abdicam da cultura popular a fim de obter a valoração do mercado artístico erudito que se estabelece nas grandes capitais. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 93 IV. As imagens que inspiram sua produção foram criadas por xilogravadores, como J. Borges (1935-), que produz imagens e textos em cordel para contar histórias do Nordeste brasileiro. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Comentários: A afirmativa I está correta, pois percebe-se na obra a influência de imagens comuns da xilogravura, principalmente nordestina. A afirmativa II está incorreta, pois as figuras não são abstratas. São representações figurativas, ainda que não totalmente comprometidas com a cópia do real. A afirmativa III está incorreta, pois percebe-se uma clara referência à cultura popular, não uma abdicação de sua visualidade. Há valorização do popular, não do mercado erudito de artes. A afirmativa IV está correta, pois de fato J. Borges é um artista que produz imagens e textos em cordel, ligadas à cultura nordestina. Gabarito: B 14. (UNICENTRO – 2020) O tipo de pintura e fotografia apresentado em que se veem objetos inanimados, como frutas, louças, instrumentos musicais, flores, livros, taças de vidro, garrafas, jarras de metal, porcelanas, dentre outros objetos, se refere à arte de pintar, desenhar e fotografar composições desse gênero. A esse gênero surgido na Grécia, podendo ser visto em afrescos encontrados nas ruínas de Pompeia, dá-se o nome de ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 94 a) natureza morta. b) fotografia. c) happening. d) obras primas. e) autorretrato. Comentários: A alternativa A está correta, pois natureza morta é um tipo de obra que se dedica a retratar alimentos, flores, objetos cotidianos ou demais elementos, sem a presença de humanos. A alternativa B está incorreta, pois aqui temos uma pintura a óleo, não uma fotografia, que é um processo mecânico. A alternativa C está incorreta, pois é uma intervenção, propondo uma ação performática com a participação do público. A alternativa D está incorreta, pois uma obra prima é o nome que se dá para obras consideradas como as mais importantes da carreira de alguém. A alternativa E está incorreta, pois um autorretrato é uma obra em que o artista pinta a si mesmo. Gabarito: A 15. (UNICENTRO – 2020) A expressão pode ser feita de diversas maneiras: falando, rindo ou cantando. O ser humano também se expressa através da arte e de diversas formas. Identifique as linguagens artísticas que correspondem às várias formas de expressão artística: a) Artes visuais, música e cinema. b) Artes cênicas, música e cinema. c) Artes visuais, artes cênicas e música. d) Artes visuais, artes cênicas e cinema. e) Artes visuais, música e dança. Comentários: SE LIGA NESSA TEORIA: A UNICENTRO está partindo de um entendimento sobre artes de que há, essencialmente, 4 grandes linguagens artísticas: artes visuais, música, teatro e dança. Em teoria, isso faria com que tivéssemos dois gabaritos: C e E. Porém, atualmente, tendemos a considerar que teatro e dança formam, junto com outras artes, as artes cênicas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 95 Assim, poderíamos dizer que há, portanto, 3 grandes linguagens: artes visuais, artes cênicas e música. O cinema não tende a ser lido como arte, mas como comunicação. A alternativa A está incorreta, pois o cinema não é considerado uma linguagem artística. A alternativa B está incorreta, pois, assim como em B, o cinema não é considerado uma linguagem artística. A alternativa C está correta, pois aqui temos as três linguagens que tradicionalmente consideramos como as artísticas: Artes visuais, artes cênicas e música. A alternativa D está incorreta, pois o cinema não é considerado uma linguagem artística. A alternativa E está incorreta, pois apenas a dança não pode ser considerada a linguagem. São as artes cênicas que são vistas como linguagem artística. Gabarito: C 16. (UFMS – 2008) As cores primárias, em tinta, são a) vermelho, amarelo e azul. b) laranja, verde e azul. c) verde, amarelo e laranja. d) vermelho, roxo e amarelo. e) amarelo, verde e azul. Comentários: A alternativa A está correta, pois convencionalmente dizemos que as cores primárias são vermelho, amarelo e azul. A alternativa B está incorreta, pois laranja e verde são cores secundárias. A alternativa C está incorreta, pois, assim como em B, laranja e verde são cores secundárias. A alternativa D está incorreta, pois roxo é uma cor secundária. A alternativa E está incorreta, pois verde é uma cor secundária. Gabarito: A 17. (UFMS – 2008) O que é uma figura tridimensional? a) Uma figuraque tem ou parece ter altura e largura. b) Uma figura que tem ou parece ter altura, largura e profundidade. c) Uma figura que tem ou parece ter largura e profundidade. d) Uma figura que tem ou parece ter altura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 96 d) Uma figura que tem ou parece ter largura. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não foi listada aqui a profundidade. A alternativa B está correta, pois, como o próprio nome sugere, a figura tridimensional tem três dimensões: altura, largura e profundidade. A alternativa C está incorreta, pois não foi listada aqui a altura. A alternativa D está incorreta, pois não foram listadas aqui a profundidade e a largura. A alternativa E está incorreta, pois não foram listadas aqui a profundidade e a altura. Gabarito: B 18. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa INCORRETA. a) O Mosaico é uma arte milenar que nos remete à época greco-romana, na qual teve seu apogeu. Era utilizado na criação de pavimentos e em paredes. b) Cerâmica é a atividade de produção de objetos a partir de argilas, que se tornam muito plásticas e fáceis de modelar quando contêm água. c) Gravura é a arte de converter uma superfície plana em uma matriz, um ponto inicial para a reprodução de uma imagem, através de diversas técnicas e materiais. d) A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento, em forma líquida ou pastosa, a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas. e) Escultura é a arte de produzir imagens sacras com relevo total ou parcial. Comentários: A alternativa A está correta, pois de fato o mosaico surge na era greco-romana, principalmente para servir de decoração para arquitetura. A alternativa B está correta, pois de fato essa é a descrição de como se realiza o trabalho da cerâmica. A alternativa C está correta, pois há muitos tipos de gravura, mas o que une a técnica é a existência de uma matriz que serve de base para a reprodução de imagens, com diferentes técnicas. A alternativa D está correta, pois a pintura é definida justamente pela aplicação de pigmento a uma superfície, o que pode ser feito a partir de muitas técnicas. A alternativa E está incorreta, pois a escultura não se limita a imagens sacras. Pode-se representar diferentes temas. Gabarito: E 19. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa INCORRETA. a) Encáustica (do grego enkausticos, gravar a fogo) é uma técnica de pintura que se caracteriza pelo uso da cera como aglutinante dos pigmentos e pela mistura densa e ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 97 cremosa. A pintura é aplicada com pincel ou com uma espátula quente. É um procedimento técnico muito resistente. b) A têmpera é um método de pintura no qual os pigmentos de terra são misturados a um “colante”, uma emulsão de água e gemas de ovo ou ovos inteiros (às vezes cola, ou leite). c) A pintura mural é executada sobre uma tela de lona crua. d) A colagem já era conhecida antes do Século XX, mas era considerada uma brincadeira de crianças. O cubismo foi o primeiro movimento artístico a utilizar colagem. Os cubistas colavam pedaços de jornal ou impressos em suas pinturas. e) A pintura corporal mais antiga, que se conhece no Brasil, tem origem na pintura indígena em que os corpos são pintados com tinturas extraídas de plantas como o jenipapo, urucum, babaçu, etc. Comentários: A alternativa A está correta, pois essa é a descrição correta da técnica da encáustica, que leva esse nome justamente por necessitar de uma espátula quente. A alternativa B está correta, pois a têmpera se caracteriza pela mistura de pigmentos a emulsificantes naturais. A alternativa C está incorreta, pois o mural tende a ser realizado em paredes, internas ou externas, e muros. Não são feitas sobre lona crua. A alternativa D está correta, pois de fato a colagem mudou seu status e passou a ser considerada uma técnica de arte a partir do cubismo. A alternativa E está correta, pois os pigmentos naturais eram a base original da pintura corporal indígena no Brasil. Gabarito: C 20. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa INCORRETA. a) A pintura a óleo é uma técnica que utiliza tintas de base oleosa, aplicadas com pincéis, espátulas, ou outros meios, sobre telas de tecido, superfícies de madeira ou outros materiais. b) Há estudiosos que consideram que a aerografia surgiu na Pré História, quando homens da caverna atiravam pigmentos (tinta) através de tubos derivados de osso de animais. c) O acrílico é uma tinta sintética solúvel em água que pode ser usada em camadas espessas ou finas, permitindo a combinação com outros materiais para pintura. d) Afresco ou fresco é o nome dado a uma obra pictórica feita sobre parede, com base de gesso ou argamassa e assume frequentemente a forma de mural. e) O guache é uma tinta oleosa e opaca, de difícil secagem que deve ser utilizada com solventes muitos fortes à base de benzina. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 98 A alternativa A está correta, pois essa é a descrição da pintura a óleo e sua realização. A alternativa B está correta, pois de fato há teorias que afirmam que um dos primeiros instrumentos de pintura pode ter sido uma espécie de “aerógrafo” feito de ossos de animais. A alternativa C está correta, pois a tinta acrílica de fato é versátil e pode ser usada sobre diferentes superfícies, usando-se diferentes instrumentos na aplicação. A alternativa D está correta, pois o afresco é feito sobre uma base ainda úmida e depois impermeabilizado. É muito usado em tetos e paredes, para fins de decoração na arquitetura. A alternativa E está incorreta, pois guache é uma tinta de fácil solubilidade, podendo ser solúvel inclusive em água. Por isso, é tão usada mesmo em contextos escolares. Gabarito: E 21. (UFMS – 2008) Assinale a alternativa CORRETA. a) O papel, como suporte para o desenho, tem a característica de ser exclusivamente tridimensional. b) A representação gráfica pode ser tanto bidimensional como tridimensional. c) O maior registro histórico de representação do desenho, é o Homem Vitruviano, representado por Miguel Ângelo. d) Para a representação da forma bidimensional, é necessário utilizar o recurso da perspectiva. e) O desenho plano, ou melhor, no shape, indica a representação do elemento apenas na profundidade. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o papel é considerado um suporte bidimensional. A alternativa B está correta, pois a representação gráfica é definida pela tentativa de criação de uma imagem que remeta a um objeto, ideia, conceito etc. Isso pode ser feito tanto de maneira bidimensional quanto tridimensional. A alternativa C está incorreta, pois o Homem Vitruviano foi feito por Leonardo Da Vinci. A alternativa D está incorreta, pois é possível realizar pinturas, gravuras, desenhos etc. sem fazer uso do recurso da perspectiva. A alternativa E está incorreta, pois um desenho plano pode representar largura também, não apenas profundidade. Gabarito: B 22. (UFMS – 2007) Assinale a alternativa CORRETA. a) A técnica da pintura, obrigatoriamente, precisa ser policromática. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 99 b) A técnica compõe-se de combinações de matizes, tons e texturas. c) A técnica da pintura limita-se apenas à representação bidimensional. d) A técnica da pintura é exclusivamente adotada nas Artes Plásticas para o suporte feito em tela. e) Podemos afirmar que a técnica da pintura se limita apenas à representação através da tela, e não a qualquer tipo de representação visual trabalhada em baixo-relevo. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois é possível construir pinturas monocromáticas, ou seja, usando apenas umacor. A alternativa B está correta, pois a pintura se realiza a partir da composição de cores (matizes) tons (cores claras ou escuras) e texturas (sejam elas ilusórias ou materiais, pelo depósito de tinta). A alternativa C está incorreta, pois a pintura pode ser feita sobre objetos tridimensionais. A alternativa D está incorreta, pois a pintura pode aparecer, por exemplo, em murais ou esculturas. A alternativa E está incorreta, pois, assim como em D, a pintura pode aparecer, por exemplo, em murais ou esculturas. Gabarito: B 23. (UFMS – 2007) Assinale a alternativa CORRETA. a) Escultura é o termo utilizado para as representações gráficas de um sólido. b) Escultura é o termo utilizado para as representações plásticas apenas em baixo-relevo. c) Cinzelação, fundição e moldagem fazem parte das técnicas utilizadas na Escultura. d) A escultura tem como sua principal característica receber tingimento ou melhor, utilização da cor para evidenciar o principal detalhe na poética do artista. e) Podemos afirmar que a escultura deve ser essencialmente tridimensional. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a escultura é uma produção principalmente tridimensional, que pode ser feita de diferentes maneiras. Não representa apenas um sólido graficamente. A alternativa B está incorreta, pois ainda que possa haver obras escultóricas em baixo-relevo, há uma grande parte das esculturas que são tridimensionais. A alternativa C está correta, pois a cinzelação é a técnica de esculpir pedras usando um cinzal; a fundição a técnica de criar esculturas em metal fundido; e a moldagem a técnica de usar materiais maleáveis, como argila, para criar esculturas. A alternativa D está incorreta, pois a escultura não necessariamente envolve o uso de pigmentos. Pode ser feita do material de base apenas. A alternativa E está incorreta, pois o baixo-relevo também é considerado uma obra escultórica. Gabarito: C ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 100 24. (UFMS – 2007) Como é chamada a pintura com temática de arranjos de frutas, legumes e utensílios domésticos? a) Religiosa. b) Natureza morta. c) Histórica. d) Paisagem. e) Mitológica. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois esse tipo de pintura representa imagens da mítica católica. A alternativa B está correta, pois a natureza morta é definida pela representação de imagens de elementos da vida doméstica, além de arranjos de alimentos ou flores. A alternativa C está incorreta, pois esse tipo de pintura representa passagens importantes da história. A alternativa D está incorreta, pois esse tipo de pintura representa cenas da natureza, normalmente com pouca ou nenhuma presença humana. A alternativa E está incorreta, pois esse tipo de pintura representa imagens da mitologia greco-latina. Gabarito: B 25. (UFMS – 2007) As cores estão tão presentes em nossas vidas que, às vezes, não nos damos conta de sua presença e importância. O estudo da cor produziu a chamada Teoria das Cores, na qual foram levantados os princípios considerados as bases das artes visuais do século XX. Tais estudos identificaram características cromáticas que são: matiz, valor e croma. Assinale a alternativa que apresenta os parâmetros básicos do matiz. a) A luminosidade da cor. b) A saturação da cor. c) A cor em sua máxima intensidade; a própria cor. d) Organização cromática com cores quentes e frias. e) Organização cromática com cores análogas e complementares. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a luminosidade indica o tom da cor, não o matiz. A alternativa B está incorreta, pois a saturação também pode indicar o tom da cor, mas não o matiz. A alternativa C está correta, pois matiz representa a cor em si, naquilo que a diferencia das demais. Então as cores “puras”(azul, vermelho, laranja etc.) são matizes. A alternativa D está incorreta, pois essa divisão considera as características dos matizes, mas não os define. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 101 A alternativa E está incorreta, pois, assim como em D, essa divisão considera as características dos matizes, mas não os define. Gabarito: C 26. (UNESP – 2020) Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional, baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte obra: Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 102 A alternativa A está incorreta, pois a obra “A clarividência” não faz nenhuma subversão da perspectiva; pelo contrário, ela é marcada por figurativismo. A alternativa B está correta, pois percebe-se que não há mudança no tamanho dos elementos a depender da distância em que se encontram. As pessoas do quadro também são do mesmo tamanho, independentemente de onde estão. Outro modo de responder à questão seria identificar que o pintor é Escher, artista que tem como uma de suas principais características a subversão da perspectiva. A alternativa C está incorreta, pois há um uso da perspectiva como descrito no verbete que compõe o enunciado, principalmente na diminuição dos tamanhos. A alternativa D está incorreta, pois vê-se diferença de tamanho nas personagens, indicando que há uso da perspectiva. A alternativa E está incorreta, pois há um aprofundamento da paisagem, que por estar mais distante se encontra menor. Gabarito: B 27. (UNESP – 2018) Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.) De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra: a) b) c) d) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 103 e) Comentários: O expressionismo é descrito como “ toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista” e o autor afirma que o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior”. Assim, a obra de arte expressionista aqui é aquela que não busca a representação real/fiel do mundo, mas sim representa-o de acordo com as emoções do artista. A única obra que representa o mundo dessa maneira aqui é A igreja de Auvers-Sur-Oise, de Van Gogh – artista notadamente expressionista. Isso se comprova pela distorção das formas do prédio e pelos traços bem marcados dos caminhos e grama. Todas as outras obras buscam representar fielmente a realidade, ainda que possuam estilos diferentes. Gabarito: E 28. (UNESP – 2018) Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas. Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo. (ChristianDemilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em: a) b) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 104 c) d) e) Comentários: A obra descrita no enunciado possui características como “abstração não geométrica”, “pintura que não representa nenhuma realidade”, “não reproduz formas precisas”, “cor, forma e luz exploradas”, “traços vivos e dinâmicos”. Analisando-se uma a uma as alternativas percebe-se, que: A alternativa A está incorreta, pois busca representar uma realidade. A alternativa B está incorreta, pois também busca representar uma realidade. A alternativa C está incorreta, pois apresenta uma abstração geométrica. A alternativa E está incorreta, pois reproduz formas precisas. Assim, a única alternativa que possui todas as características elencadas no enunciado é alternativa D, Azul II, de João Miró. Gabarito: D 29. (UNESP – 2017) O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser. As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes, produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra, ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 105 vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973): a) b) c) d) e) Comentários: O quadro a que o enunciado se refere possui as seguintes características: ➢ formas brutas, essenciais, remetendo ao estado natural, primitivo; ➢ plantas de contornos inchados; ➢ pés agigantados e seio caído (apelo da gravidade); ➢ cabecinhas sem faces; ➢ seres não construídos, mas sim naturais; e ➢ palheta de cores em verde, amarelo, azul e branco, além de um ocre avermelhado na pele. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 106 O único quadro que se adequa a essa descrição é o Antropofagia. A pintura mostra duas figuras de cabeças pequenas e pés gigantes, além de uma figura com o seio grande e caído. Além disso, há grandes plantas atrás das personagens, obedecendo os tons de cores descritos do enunciado como brasileiros, nacionais (o verde, o amarelo, o azul e o branco). O tom da pele das personagens obedece ao ocre do enunciado. Assim a alternativa correta é alternativa A. Gabarito: A 30. (UNESP – 2017) A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado. (Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.) Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em: a) b) c) d) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 107 e) Comentários: O enunciado apresenta as seguintes características como específicas da obra citada: ➢ Feita no século XX, na França ➢ Não representar o que era visto, mas o que não podia ser visto. ➢ Os rostos de perfil têm dois olhos. ➢ A natureza se decompõe em formas geométricas. Além da frase “a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado”. A única obra que se encaixa nessas características é Mulher sentada, de Pablo Picasso. O próprio nome do artista já poderia ser um indício para responder, pois Picasso é um dos maiores artistas cubistas. Analisando-se a imagem, porém, é perceptível a composição envolvendo o nariz e boca de perfil juntamente com os dois olhos aparecendo. Isso é exatamente o modo como essa pintura é descrita no enunciado. A mulher também é construída com formas geométricas. Portanto, a alternativa correta é alternativa C. Gabarito: C 31. (UNESP – 2016) Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. (David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.) O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em: a) (Andy Warhol. Elvis I, 1962.) b) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 108 c) (Jackson Pollock. Convergência, 1952.) d) (Henri Matisse. Interior, jarra com peixes vermelhos, 1914.) e) (Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.) Comentários: A obra descrita no enunciado conta com as seguintes características: ➢ Atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. ➢ Cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. ➢ Tema derivado de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. A chave para responder a essa questão estaria na expressão consumo de massa. Essa expressão se liga à ideia de indústria cultural e cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Por vezes, algumas figuras podem simbolizar bastante esses ideias. Pessoas como Marilyn Monroe e Elvis Presley se tornam ao longo do tempo muito conhecidas, fazendo com que suas imagens sejam recriadas frequentemente em diferentes obras de arte. A Pop Art é o movimento artístico que mais se apropria desses referenciais. Assim, a obra que melhor representa essas características é Elvis I, de Andy Warhol, um dos principais representantes da cultura pop. Gabarito: A 32. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 109 A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um procedimento artístico representativo da década de 1960 por A) visar a conservação das representações e dos registros visuais. B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade. C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura. D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados. E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a colagem não promove conservação, mas ressignificação, recriação de elementos na criação de uma nova obra. A alternativa B está incorreta, pois a colagem não se envolve necessariamente com a sustentabilidade, aindaque reaproveite elementos. A alternativa C está incorreta, pois a colagem não é um movimento artístico que se proponha a apagar o passado, mas criar uma ressignificação das imagens envolvidas. A alternativa D está correta, pois a base da técnica da colagem é a mistura de elementos de diferentes naturezas, criando novos significados quando integrados. A alternativa E está incorreta, pois independentemente se é uma técnica criada de maneira digital ou manual, não há a abolição do trabalho artesanal. Gabarito: D 33. (Uel - 2019) Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 110 (A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de formas simples. (B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas, estabelecendo a relação entre arte e cidade. (C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das cenas. (D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar das personagens na composição. Assinale a alternativa que contém a associação correta. a) I-B, II-D, III-A, IV-C. b) I-C, II-A, III-D, IV-B. c) I-C, II-B, III-A, IV-D. d) I-D, II-A, III-C, IV-B. e) I-D, II-C, III-A, IV-B. Comentários: A imagem I se refere à manifestação em C. Os afrescos romanos na parede são criados de tal modo que possam criar ilusão de perspectiva e volume. A imagem II se refere à manifestação em A. As pinturas pré-históricas em paredes imitam elementos cotidianos e da natureza. A imagem III se refere à manifestação em D. As imagens vistas aqui são mosaicos bizantinos, que respeitam regras de frontalidade, sem se apegar a noções de perspectiva. A imagem IV se refere à manifestação em B. o grafite está numa superfície pública, um muro, estabelecendo relação com a cidade. Gabarito: B 34. (Uem - 2018) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 111 Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto. 01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia. 02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor. 04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade. 08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são compostas apenas por duas dimensões. 16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas são as esculturas feitas em barro ou em argila. Comentários: O item 01 está correto, pois de fato as artes visuais, como o nome já aponta, são aquelas que podem ser compreendidas e apreciadas a partir do sentido da visão. O item 02 está correto, pois todos os elementos citados são considerados conceitos básicos para a composição de obras visuais. O item 04 está incorreto, pois as dimensões do espaço são altura, largura e profundidade. O item 08 está correto, pois todas as linguagens citadas são realizadas em suportes bidimensionais. O item 16 está incorreto, pois durante a pré-história se produziam objetos a partir de lascas de pedra e ossos. Apenas posteriormente, com o advento do fogo, se criam os artefatos em argila. Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11. 35. (Uepg - 2018) Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for correto. 01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza aspectos bidimensionais como altura e largura. 02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva. 04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias. 08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica. Comentários: O item 01 está incorreto, pois obras bidimensionais não podem ser percebidas pelo tato. O item 02 está correto, pois a definição de melodia é a sequência de notas e sons, harmonizados formando uma linha melódica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 112 O item 04 está correto, pois a partir do círculo cromático é possível compreender as relações entre cores primárias e secundárias, compreendendo sua formação. O item 08 está correto, poisas imagens são impressas a partir de uma sucessão de pontos sobrepostos em diferentes cores, à semelhança do que se fazia no pontilhismo. Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14. 36. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –, assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto em película cinematográfica. VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 Segundo o texto, a videodança a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX, em diálogo com o cinema. b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e edição para compor a obra. c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de câmera dinâmicos. d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema digital e em vídeo. e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao mundo da dança. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que a videodança não é um simples registro. Os movimentos de câmera são pensados para dialogar narrativamente com a coreografia. A alternativa B está correta, pois o texto aponta que “É diferente do mero registro documental de um espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela”. A alternativa C está incorreta, pois videodança são obras que contam com uma coreografia executada fisicamente e uma filmagem cujos movimentos de câmera acompanham a movimentação do performer. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 113 A alternativa D está incorreta, pois o texto deixa claro que o registro cinematográfico em película também é possível, não sendo exclusivamente ligada ao vídeo e ao digital. A alternativa E está incorreta, pois não há nada no texto que indique que isso seria um gênero cinematográfico, mas uma expressão artística. Gabarito: B 37. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessadoou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna. O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim, entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento, transformando e reinventando. (Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso em 20 nov. 2020) A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço público de maneira sincrética. b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa recepção por parte do público. c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público nos locais de apresentação. d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e do realismo fantástico. e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de passagem para que sejam cenários. Comentários: A alternativa A está correta, pois o texto afirma que ninguém fica imune ao teatro de rua, já que ele ocupa todos os espaços, se abrindo para o olhar do público de maneira indiscriminada. . Se pensamos em política como algo que diz respeito à relação do cidadão com o espaço público, o entendimento de que a rua pode ser um espaço de ocupação artística, não só de passagem, é um ato modificador. A alternativa B está incorreta, pois não há nada no texto que indique que o público não recebe bem, mas que ele não fica nunca imune ao que ocorre. A alternativa C está incorreta, pois a rua não exige o pagamento de ingressos. Além disso, o texto aponta para uma democratização da arte, não maior preservação. A alternativa D está incorreta, pois a ideia de fantasia aqui não é necessariamente de gênero literário, mas de criação de outro mundo, como proporcionado pelas artes cênicas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 114 A alternativa E está incorreta, pois o espetáculo é perene, não permanente. Assim, não há uma modificação para sempre. Gabarito: A 38. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil) Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo. Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis. O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é. Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida. Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um protagonista negro. (Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema> Acesso em 20 nov. 2020) A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em quadrinhos no tempo, é de a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela maioria dos leitores do universo. b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no protagonismo das HQs. c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade social entre brancos e negros. d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos quadrinhos da companhia. e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que convivem de maneira pacífica. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois a importância está em abordar a vivência do racismo e do bullying contra negros, não no pouco destaque da personagem. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 115 A alternativa B está correta, pois há poucos exemplos ao longo da história das HQs de protagonistas negros. No próprio contexto expresso, fica claro o ineditismo da personagem principal ser negra. A alternativa C está incorreta, pois esse não é um problema tipicamente brasileiro. A desigualdade racial e o racismo não podem ser considerados apenas problemas do Brasil. A alternativa D está incorreta, pois o mais importante é retratar o racismo e colocar uma personagem negra como protagonista, não necessariamente a evolução interna da personagem. A alternativa E está incorreta, pois o HQ é descrito como uma história sobre preconceito, indicando que não há uma convivência pacífica. Gabarito: B 39. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil) Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha, inova ao abordar tatuagens como obras de arte. “Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick, antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo. “Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta. Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora. (Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml> Acesso em 16 jun. 2020) Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a partir de a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da colonização ou exotização. b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o corpo como suporte. c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo de feitura da obra, não só o resultado final. d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura corporal como passíveis de exposição. e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural no campo da arte corporal. Comentários: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 116 A alternativa A está incorreta, pois não se pode apontar a partir do texto que haja uma ideia de tratar o outro de maneira exótica,mas sim de valorizar diferentes expressões artísticas. A alternativa B está correta, pois o texto aponta para os usos da tatuagem por diversas civilizações e em diferentes contextos, ainda que tenham sido pouco exploradas. Os “corpos pintados” citados, por exemplo, remetem não só a tatuagens como a pinturas corporais, por exemplo. No contemporâneo, pode-se observar diálogos com a performance, como no caso da performance dos anos 1970. A alternativa C está incorreta, pois não há nada no texto que aponte apenas para uma valorização do processo de feitura das artes corporais, ainda que se mencione uma performance que o processo de fazer a tatuagem fosse a própria ação artística. A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta o contrário: que há espaço para a exposição de diferentes tipos de obras de arte, inclusive a própria tatuagem e as artes corporais. A alternativa E está incorreta, pois a artista que discute questões de gênero é apenas um exemplo de uso da tatuagem como arte. Não quer dizer que as artes corporais sejam necessariamente ligadas a gênero. Gabarito: B 40. (Estratégia Vestibulares – 2021) Texto I: (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) Texto II: Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça. Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim? A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas, as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen). ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 117 A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que o motivou a realizar o trabalho: "O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares, vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado (Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021) Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade. b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo. c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem sobreviver no atual sistema políticoeconômico. d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas. e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade. Comentários: A letra A está incorreta pois os textos exploram a crítica ao trabalho como algo que pode desumanizar os indivíduos. A letra B está incorreta pois a visão é negativa em relação às empreitadas humanas. A letra C está correta pois a série busca a reflexão sobre o comportamento humano de gana, o que traz grande risco para a vida dos indivíduos. A letra D está incorreta pois não há menção à harmonia, mas sim à exploração do problema em diversos locais, demonstrando sua relevância. A letra E está incorreta pois trata-se de textos com críticas específicas à realidade objetiva dos indivíduos. Gabarito: C 41. (Estratégia Vestibulares – 2021) No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados, radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo. Nas indústrias de consumo, o design, a moda, a publicidade, a decoração, o cinema, o show business criam em massa produtos carregados de sedução, veiculam afetos e sensibilidade, moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 118 nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos, de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições. LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. Os autores abordam no texto uma característica do mercado envolvendo a arte e a cultura na sociedade contemporânea. Essa característica pode ser entendida como uma: a) elevação da propaganda e dos bens de consumo cotidianos aos status de arte, podendo ser expostos. b) contaminação das formas artísticas com a estética e linguagem da propaganda e dos bens de consumo. c) hierarquização entre arte e artesanato que persiste nos museus e galerias, influenciando o consumo. d) mudança na forma como comerciais são feitos, hoje contando, por exemplo, com equipes cinematográficas. e) penetração da estética nos bens de consumo, tensionando a separação entre arte, cultura e mercado. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois isso não está no texto. O texto apenas aponta uma contaminação estética, não necessariamente uma elevação da propaganda. A alternativa B está incorreta, pois o texto fala o contrário: sobre a arte influenciando esteticamente bens de consumo. A alternativa C está incorreta, pois o texto não aborda a questão da arte e do artesanato. A alternativa D está incorreta, pois em nenhum momento do texto é falado sobre as equipes, apenas sobre a nova estética estabelecida. A alternativa E está incorreta, pois o que o texto aponta é que hoje os bens de consumo se aproveitam da estética e de conceitos antes reservados ao campo da arte da cultura. Gabarito: E 42. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo instalação é incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus. As dificuldades de definir os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e talvez permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a arte ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As ambiguidades que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco devem afastar o esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de produção artística que lança a obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 119 passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. (Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3648/instalacao> Acesso em 14 dez. 2020) Segundo o texto, a instalação pressupõe a existência de:a) repertório erudito em artes. b) espaços públicos de exposição. c) equipe semelhante às teatrais. d) interação do público com a obra. e) uma pequena gama de materiais. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois em nenhum momento se afirma que seria preciso um repertório elevado. A alternativa B está incorreta, pois o texto também fala em galerias e museus como possíveis espaços para instalações. A alternativa C está incorreta, pois não se fala da divisão de equipes do teatro no texto. A alternativa D está correta, pois o texto afirma que “Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos”. A alternativa E está incorreta, pois o texto fala que é possível usar uma grande diversidade de materiais. Gabarito: D 43. (Estratégia Vestibulares – 2021) O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte, como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem. CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 24 de Jul. 2020. Pode-se dizer que a imagem que se enquadra nesse tipo de procedimento é ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 120 a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 121 d) e) Comentários: A alternativa A está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um bem de consumo e o ressignificou em arte, não reelaborou uma obra de arte existente. A alternativa B está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um objeto cotidiano e o ressignificou em arte, não reelaborou uma obra de arte existente. A alternativa C está correta, pois aqui há uma obra conhecida reelaborada a partir da adição de um bigode. A alternativa D está incorreta, pois aqui há um objeto do cotidiano que se torna uma peça de museu cm valor de arte a partir de nosso olhar contemporâneo, não há a ressignificação de uma obra de arte. A alternativa E está incorreta, pois aqui há uma tapeçaria que, independentemente de ser uma técnica têxtil, não deixa de ser uma obra de arte. Gabarito: C 44. (Estratégia Vestibulares – 2021) A expressão indica um gênero pictórico -caracterizado pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas -que tem um longo trajeto na história da arte. Nasce na Grécia e em Roma, como pintura religiosa, e se desenvolve no Ocidente, sobretudo no ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 122 Renascimento e no neoclassicismo, ora como exaltação da antiguidade, ora com sentido alegórico (por exemplo, Vênus como representação da beleza; Minerva, da sabedoria; Marte como personificação da guerra e assim por diante). (Verbete de “Pintura Mitológica”, Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3822/pintura-mitologica> Acesso em 15 mai. 2020) Verifica-se uma pintura que se enquadra na categoria de pintura mitológica na seguinte obra: a) b) c) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 123 d) e) Comentários: A alternativa A está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega. A alternativa B está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões, representando uma mulher comum na água. A alternativa C está CORRETA, pois ainda que haja a presença de um imaginário cristão na figura de cupido próxima à iconografia de um anjo, essa é uma imagem clássica da mitologia greco-romana: Vênus e Cupido, os nomes latinos de Afrodite e Eros. A alternativa D está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega. A alternativa E está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões, representando uma mulher comum na água. Gabarito: C 45. (Estratégia Vestibulares – 2021) A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 124 Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval, possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV. Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré- moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros. Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente. (SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013) A partir do texto, julgue os itens: - Objetos de uso pessoal, como pentes, joias e adereços de modo geral são considerados, após a passagem do tempo, como peças de museu de valor expográfico, ainda que não tenham sido criados originalmente com a intenção de serem obras de arte. C) Certo. E) Errado. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 125 - A apreciação do estilo de um povo por outro não é necessariamente um processo de apropriação-cultural, porque esse intercâmbio não se passa de maneira obrigatória por questões de opressão ou dominação, mas pela possibilidade de troca mútua entre culturas. - Certo. - Errado. Comentários: - CERTO Muitos objetos expostos no museu, desde adereços pessoais até objetos de uso cotidiano, não foram pensados como obras de arte. Ainda assim, por serem registros de civilizações anteriores, possuem valor de exposição para museus. - CERTO Há uma diferença entre apropriação e intercâmbio cultural. A apropriação é fruto de um processo de dominação e opressão, em que o opressor assume para si elementos de culturas hierarquicamente menos valorizadas. O intercâmbio cultural é a troca mútua entre referenciais. Nem todo encontro cultural, portanto, é intercâmbio nem apropriação. As circunstâncias variam. Gabarito: C - C 46. (Estratégia Vestibulares – 2021) Leia o texto de Graça Proença para responder à questão Muitos dos objetos expostos em museus ou que fazem parte da nossa vida diária têm uma utilidade evidente: basta vê-los para logo sabermos para que servem; outros, por serem mais complexos, exigem que alguém mais informado nos explique seu funcionamento e sua finalidade. Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma utilidade imediata, sempre estiveram presentes em sua vida. É a respeito delas que nos perguntamos por que para que foram feitas. A resposta a essa pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive. Essas criações constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel - a história dos homens ao longo dos séculos. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, "as grandes nações escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte". E acrescenta: "nenhum desses três livros pode ser compreendido sem que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o último". (História da arte, 2007) Segundo o conceito de arte exposto no texto, a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que informam sobre seu funcionamento da época. b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural do período em que foi encontrada. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 126 c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar sentimentos e visões de mundo. d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e palavras, bem como obras. e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem ser permeadas por subjetividades. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que os instrumentos feitos para o dia a dia não são objetos artísticos, mesmo que nos informem sobre o período em que foram criados. A alternativa B está incorreta, pois, segundo o texto, obras de arte são criações, não elementos naturais ou coletados na natureza. A alternativa C está correta, pois o texto aponta que “o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive”. Não são objetos criados para ter utilidade prática, mas sim para serem fruídos de maneira estética. A alternativa D está incorreta, pois os livros aqui são apenas uma metáfora para a construção social e cultural das sociedades. A alternativa E está incorreta, pois, segundo o texto, a arte é mais confiável que os relatos, porque expressa verdadeiramente o espírito de seu tempo. Gabarito: C 47. (Estratégia Vestibulares – 2020) Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo. Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é a) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 127 b) c) d) e) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 128 Comentários: A alternativa A está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica. A alternativa B está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica. A alternativa C está incorreta, pois essa imagem é uma cena mitológica, não representa uma cena histórica. A alternativa D está correta, pois essa imagem mostra uma cena histórica, demonstrando uma das maiores vitórias de Napoleão Bonaparte. A alternativa E está incorreta, pois essa imagem é uma cena religiosa, não representa uma cena histórica. Gabarito: D 48. (Estratégia Vestibulsres – 2020) A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura historicamente marginalizada e explorada. A linha entre apropriação cultural e intercâmbio cultural é tênue. Intercâmbio cultural é um fenômeno natural e bem frequente. Mas a apropriação cultural é um processo bem problemático que precisa ser mais bem compreendido, pois dá uma margem enorme para que elementos de uma cultura sejam banalizados, trivializados e estereotipados. Um grande problema de sequestrar elementos de culturas não dominantes e adotá-los de maneira descontextualizada, é que as pessoas que fazem a apropriação se beneficiam dos aspectos que julgam “interessantes” de uma cultura, ignorando os significados reais desses elementos, enquanto os membros dessa cultura tem que lidar com opressão diariamente. (Disponível em <https://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/14591/apropriacao-cultural> Acesso em 15 jul. 2020) Sobre o texto, é correto afirmar que a apropriação cultural a) reforça relações de dominação no âmbito cultural. b) é intrínseca às situações de intercâmbio cultural. c) decorre do espólio material das culturas não dominantes. d) ressignifica elementos marginalizados pela cultura de origem. e) resulta do interesse genuíno sobre a cultura do Outro. Comentários: A alternativa A é a resposta. Conforme destaca o texto, a apropriação cultural ocorre quando elementos de uma cultura não dominante são apropriados por agentes que não pertencem àquela comunidade cultural, com o intuito de conferir-lhes alguma vantagem. Na prática, isso reforça a marginalização dos elementos identitários de grupos historicamente estigmatizados, afinal eles só dispõem de algum valor quando associados aos grupos dominantes. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 129 A alternativa B está incorreta. De acordo com o próprio texto, nem todas as situações de intercâmbio cultural implicam em apropriação. A alternativa C está incorreta, pois essa apropriação não se dá por meio do roubo em sentido literal de bens culturais, mas da incorporação não consentida de elementos culturais imateriais. A alternativa D está incorreta, pois não há nada no texto que corrobore para ideia de que são incorporados somente elementos desconsiderados pela sua comunidade cultural de origem. A alternativa E está incorreta, pois essa incorporação é feita de maneira descontextualizada, sem considerar seus significados reais. Gabarito: A 49.(Uel - 2019) Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural. Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais, cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação. Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos. ( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais. ( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada pelo espectador/observador. ( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os seus elementos estruturais. ( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da linguagem articulada. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 130 Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, V, V, F. b) V, V, V, F. F. c) F, V, F, V, F. d) F, V, V, F, V. e) F, F, F, V, V. Comentários: A afirmativa I é verdadeira, pois a imagem é interpretada tanto a partir daquilo que o objeto traz como das referências do próprio espectador, que significa a obra a partir de suas vivências. A afirmativa II é verdadeira, pois a imagem é compreendida a partir de contextos culturais específicos, tanto da existência da imagem quanto das pessoas que leem a obra. A afirmativa III é verdadeira, pois que dá significado à obra é o receptor, a partir de suas vivências de mundo e bagagem cultural. A afirmativa IV é verdadeira, pois as imagens possuem muitos níveis de compreensão. Para além dos elementos visuais, há também o modo como os espectadores compreendem cada um desses elementos. A leitura de imagens não é feita do mesmo modo que de um texto verbal. A afirmativa V é falsa, pois a linguagem articulada, ou seja, próximas às expressões verbais, não se aplica a imagens. Uma imagem é entendida de diferentes maneiras, considerando conhecimentos e vivências, além de contextos culturais. Gabarito: A 50. (UNIOESTE – 2016) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. A) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. B) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 131 C) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. D) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da socied ade. E) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois segundo a teoria da Indústria Cultural ocorre uma fusão entre arte e mercadoria, fazendo com que a primeira seja encarada apenas como a segunda. Há também a presença de campanhas publicitárias para sua divulgação, fazendo com que alcance o público. A alternativa B está incorreta, pois a grande característica dá cultura de massa é justamente a uniformização artística. A alternativa C está incorreta, pois não há autonomia entre os bens culturais e a possibilidade de reprodução deles na sociedade. A alternativa D está correta, pois a reprodutibilidade das obras de arte para de massa, pois as obras se tornam bens de consumo que precisam se adequar a uma lógica industrial e, portanto, de reprodução e lucro. A alternativa E está incorreta, pois o que ocorre com a cultura de massa é o contrário, a arte se transforma em artigo de consumo esvaziado. Gabarito: D Considerações finais A partir da próxima aula, iremos começar a nos dedicar a movimentos artísticos em si! Até lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima aula! Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais! Prof.ª Celina Gil /professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil Versão Data Modificações 1 28/12/2021 Primeira versão do texto.