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Aula_00_-_Conceitos_Básicos_-_Extensivo_2024

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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições 
importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica); Função 
social da arte. 
vestibulares.estrategia.com 
Prof. Celina Gil 
Aula 00 – Conceitos Básicos. 
VESTIBULAR 
Exasiu 
2024 
Exasi
u 
EXTENSIVO 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 2 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO 3 
Quem sou eu 3 
1 – COMO INTERPRETAR IMAGENS 3 
2- O QUE É ARTE? 4 
3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 7 
Elementos formais 7 
Conceitos 11 
Técnicas 17 
Gêneros 21 
4 - ARTE E SOCIEDADE 26 
Intercâmbio entre culturas 28 
Arte e mercado 33 
Relação entre artistas e poder constituído 35 
5- ARTE E REALIDADE 37 
Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 39 
Indústria cultural 41 
6 - EXERCÍCIOS 42 
4.1 – Lista de exercícios 42 
6.2 – Gabarito 80 
6.3 – Questões comentadas 80 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 131 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 3 
Apresentação 
Olá! 
 Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela sua 
aprovação! 
Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não é um 
assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar conhecimentos, 
não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui para ajudar, tanto em artes 
plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e demais expressões artísticas. 
Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas informações: 
• Quem sou eu. 
• Qual a nossa metodologia no Estratégia Vestibulares. 
• Como encontrar nosso cronograma de aulas. 
 
Vamos lá? 
Quem sou eu 
Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo. Ingressei na USP 
em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em dia, faço doutorado em 
História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto para gramática e redação quanto 
para literatura. 
Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus materiais 
você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o estudo mais divertido. 
Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com jovens e adolescentes, 
principalmente em cursos preparatórios para provas e vestibulares. 
Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a teoria e sua aplicação prática. A 
maioria dos exercícios que você encontra aqui veio das provas do vestibular a que esse curso se dedica e 
de outros grandes vestibulares semelhantes. 
Espero que ajude você a passar por esse momento tão importante. 
 Vamos lá? 
1 – Como interpretar imagens 
Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não saber como 
interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte de ensinar a 
interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 4 
alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você 
tenha a mente aberta para as imagens! 
O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste 
em: 
 
 
 
 
 A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais simples. 
Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão importante quanto! 
Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando! 
Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte! 
2- O que é arte? 
 Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la. Vamos 
buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema. 
 
“O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não 
é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres 
humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma 
decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las 
repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo 
das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram 
feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do 
artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich) 
1- Identificar:
- Qual é o tipo de 
imagem que estamos 
vendo? (publicidade, 
quadro, charge etc.?) 
- Quais as técnicas 
empregadas nessa 
imagem?(fotografia, 
pintura, escultura etc?)
- Observar cores, traços, 
formas etc. 
2 - Analisar:
- O que compõe essa 
imagem? 
- Há textos que 
complementam a 
imagem? 
- Observar quais são os 
elementos mais 
destacados e se há 
detalhes menos óbvios. 
3 - Contextualizar:
- Qual foi o momento 
histórico da procução 
dessa imagem?
- Com que objetivo essa 
imagem foi criada e 
onde ela foi veiculada ou 
exposta?
- Buscar informações nas 
legendas!
Signos presentes na imagem em si. Signos externos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 5 
Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos são capazes 
de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-se alguma matéria de 
modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele. 
 As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No 
contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais. 
Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não havia 
nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por isso? 
Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um objeto 
artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção? 
 
A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir do que 
pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns parâmetros não 
sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser: 
• A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento; 
• Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação 
de um objeto; 
• Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam 
e sentiam sobre seu tempo; 
• Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como 
outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da 
praticidade e do utilitarismo; 
• Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um 
objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também; 
• Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que regras 
sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto. 
Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro 
A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se 
deixar tocar por uma obra de arte. 
Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você 
chegue com a mente aberta: 
“Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente 
artistas.” 
 
“Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papãoe de um fetiche.” 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 6 
“Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade. 
Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos 
gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.” 
 
“Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num 
obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.” 
 
“De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na 
beleza de seu tema.” 
 
“Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo 
para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem 
alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.” 
 
 “Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na 
exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência 
daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar uma obra por estar 
incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda convicção de estarmos 
certos e o pintor errado.” 
 
“Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância 
em descartar hábitos e preconceitos.” 
 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
A arte não é, como vemos, algo isolado das demais atividades humanas. Ela está presente nos 
inúmeros artefatos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Muitas coisas que hoje observamos nos 
museus, ontem faziam parte do cotidiano do homem. Da mesma forma, muitas construções que 
atualmente são monumentos tombados como patrimônio histórico de um povo, antigamente eram 
locais de moradia e, neles, famílias viveram momentos de tranquilidade, de apreensão, de medo e 
de alegria. Assim, as construções em que moramos hoje, bem como os utensílios que agora fazem 
parte da nossa vida diária, futuramente poderão estar nos museus, atestando os nossos hábitos, os 
nossos valores e o nosso modo de vida. 
(Adaptado de História da Arte, Graça Proença. 2004) 
 
Sobre o texto, é correto afirmar que a as obras artísticas 
a) se encontram desvinculadas da noção de utilidade. 
b) são artefatos que atendem a uma determinada coletividade 
c) são essencialmente objetos cotidianos e históricos. 
d) são criações de caráter individual e subjetivo. 
e) podem refletir as práticas e concepções de um povo. 
Comentários: 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 7 
As alternativas A e B estão incorretas, pois nem todas as obras artísticas são utensílios, moradias e 
outros objetos difundidos na coletividade. 
A alternativa C está incorreta, pois nem toda obra artística é um artefato histórico. 
A alternativa D está incorreta, pois a construção de moradias e a fabricação de utensílios que se 
tornam artefatos históricos nem sempre envolve a externalização da individualidade do autor. 
A alternativa E é a resposta. A produção artística se encontra profundamente integrada à cultura e 
aos sentimentos de um povo, por vezes externalizando elementos cotidianos do passado, as crenças 
e as práticas de seus membros. 
Gabarito: E 
3 – Definições importantes 
 Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas definições 
importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre que for preciso. 
Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas definições. 
Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e gêneros. 
Elementos formais 
Cor 
É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é definida a partir da frequência de onda que 
ele reflete, ou seja, os comprimentos de onda que ele não consegue absorver. 
As cores podem ser primárias – amarelo, azul e vermelho; 
secundárias – verde (união de azul e amarelo), laranja 
(união de amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (união de 
vermelho e azul); ou terciárias – vermelho-arroxeado (união 
de vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (união de 
vermelho e laranja); amarelo-esverdeado (união de 
amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (união de amarelo e 
laranja); azul-arroxeado (união de azul e roxo) e azul-
esverdeado (união de azul e verde). 
 
Forma 
O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa um 
elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como manchas; 
geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com determinada propriedade (ex.: 
um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma um círculo), plana ou espacial. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 8 
Linha 
Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma série de 
pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o instrumento sobe a 
superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo como é organizada na 
superfície, pode denotar diferentes expressividades, como fluidez, dinamismo, 
direção, movimento, tensão, ilusões de ótica, texturas etc. 
Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente, 
divergente, paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera uma 
expressividade diferente. 
 
Luz 
A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele tridimensional ou 
bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes expressividades cada uma delas. 
A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte, a luz será 
essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros elementos a serem 
explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como lápis e grafite. 
 
Matiz 
Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. O 
brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca (dessaturada). 
 
Ponto 
Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um desenho ou 
traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes. 
Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear uma imagem 
e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e escuro); ou mesmo criar 
desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa última ideia será a base para o 
Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação de retícula tipográfica. 
 
Superfície 
Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma obra de 
arte. 
Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc. 
Textura 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 9 
A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa, ondulada, áspera, 
rugosa etc. 
Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser táctil, mas 
sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a partir da intervenção 
de instrumentos manipulados sobre superfícies: diversos riscos, de 
diferentes cores, sobre um papel, por exemplo. 
 
Tom 
Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas em que 
houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que houve acréscimo de 
branco ao matiz. 
Volume 
É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja 
essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a 
partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de 
tridimensionalidade numa produção bidimensional. 
Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao 
modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos. 
 
(Estratégia Vestibulares– 2020) 
O volume é aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa 
tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz e sombra, 
para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se refere tanto ao modo 
como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe 
contornos. 
Tendo em vista a definição acima, a obra que busca criar ilusão de tridimensionalidade a partir de 
um jogo de luz e sombra é 
a) 
 
b) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 10 
 
 
c) 
 
d) 
 
e) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 11 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois essa obra não busca dar ilusão de tridimensionalidade. As figuras 
são chapadas. A profundidade vem principalmente dos tamanhos das pessoas, não da luz e sombra. 
A alternativa B está correta, pois aqui as sombras projetadas contra a parede e o modo como a luz 
da vela incide sobre os rostos das personagens é responsável pelo volume das formas. 
A alternativa C está incorreta, pois aqui a única sombra que vemos é a do cavalo no chão. Não se 
pode dizer que o contraste entre luz e sombra seja responsável pelo volume. 
A alternativa D está incorreta, pois aqui não há tentativa de variação de luz no quadro. A variação 
se dá por um leve sombreado, sem uso de luz e sombra. 
A alternativa E está incorreta, pois esse quadro não se preocupa com a construção de volume pela 
luz e sombra, mas pela variação de tamanhos. 
Gabarito: B 
Conceitos 
Abstrato 
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no 
mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à 
realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas, respingos de tinta etc., em maior 
ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na subjetividade dos artistas. 
Bidimensional 
Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o desenho, a 
pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais. 
O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num suporte 
bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra para criar essa 
ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão de 
tridimensionalidade. 
Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se preocupar 
com artifícios para criar volume em superfícies planas. 
Contraste e semelhança 
O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que compõe uma composição. Assim, 
elementos opostos com, consequentemente, significados opostos, formarão entre si uma relação de 
contraste. 
Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode ocorrer a partir de muitos elementos. 
Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma série de significados. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 12 
Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc. encontram-se harmônicos, não 
gerando tensões entre si. 
 
La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh, Metropolitan 
Museum of Art, Nova York. 
Distorção (deformação) 
Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir alguma ideia. 
Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a se 
dedicar menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas de 
subjetividade. 
Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
Estilização 
Ocorre quando se retira de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo de 
informação possível para que ela possa ser compreendida. 
Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São convenções 
compreendidas por todos. 
Equilíbrio 
Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar muitas 
formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na composição. Alguns 
atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão determinantes para definir o equilíbrio de 
uma obra. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 13 
Figura e fundo 
A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade. 
Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII principalmente 
começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que diferenciam 
o objeto do espaço atrás dele. 
Figurativo 
Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e seres em suas formas 
reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo real. 
Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu espaço com o surgimento da arte 
abstrata no século XX. 
 
Harmonia 
Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos padrões 
de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os elementos 
colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do observador, 
respeitando proporções. 
Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van Dyck, 
Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
Movimento 
Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar de um 
ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um ponto da obra. 
Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que direciona a atenção do 
observador para onde deseja. 
Perspectiva 
Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte bidimensional. Está 
especialmente ligada à profundidade espacial. 
Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que se 
encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-matemáticos, 
principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e ótica, também influenciam 
na construção da perspectiva. 
Proporção 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 14 
Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando seus 
tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia. 
Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza. 
A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica nas 
definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o Homem 
Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da proporção do 
corpo humano. 
 
Ressignificação 
Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico. 
Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte 
partem desse procedimento. 
Ritmo 
O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem 
constantemente em uma obra. 
Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras categorias. 
Simetria 
A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais. 
Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um quadro, por 
exemplo, temos uma imagem simétrica. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 15 
Tridimensional 
O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de altura, 
largura e profundidade. 
Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de arte 
tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a 
tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra. 
Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century),Fang peoples, 
Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
Unidade 
Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem sentido 
no todo. 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
Abstrato 
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no 
mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente 
à realidade. Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau de abstração é a pintura: 
a) 
 
(Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille Pissarro) 
b) 
 
(View of the Seacoast near Wargemont in Normandy, 1880, Auguste Renoir) 
c) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 16 
 
(View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul Cézanne) 
d) 
 
(The Ballet from “Robert le Diable”, 1971, Edgard Degas) 
e) 
 
(Untitled, 1945, Jackson Pollock) 
 
Comentários: 
Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela escolha 
de cores, seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que apresenta desenho 
com maior abstração, sendo praticamente impossível encontrar grandes referenciais na realidade. 
Exceto por algumas imagens, poucos elementos são identificáveis. A obra é mais fortemente 
fundada nas imagens abstratas. 
Gabarito: E 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 17 
Técnicas 
Arquitetura 
Toda construção ou modificação do ambiente físico, num 
processo que inclui tanto o projeto quanto a execução em si. 
Também pode aparecer aliado a uma época ou região 
específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura gótica). 
Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes, 
ciências sociais, política, entre outros. 
 
Colagem 
Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto 
sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova imagem a 
partir da junção de outras. Passa a ser vista como possibilidade artística 
principalmente a partir do século XX, com a influência do cubismo, que 
utilizava muito dessa técnica. 
Pode ser tanto manual quanto digital. 
 
Desenho 
Nome genérico para traço linear, de forma pictórica, realizado 
em diversos suportes e a partir de diversas ferramentas, para 
expressar alguma ideia, podendo ser técnica ou estética. 
Deve levar em consideração a escolha das cores e texturas da 
superfície e a forma do desenho em si, que pode ser por 
contorno/linear, com volumes ou não, fazendo uso de luz e 
sombra. 
 
Escultura 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 18 
Criação artística que consiste na manipulação de matérias de diversas naturezas para a criação de uma 
obra tridimensional. 
Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação, como 
esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de matéria de 
um bloco uno, como na cinzelação –, modelar – que envolve a 
adição de materiais para criar uma forma – ou fundir – quando 
se esculpe em metais. 
Fotografia 
Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de uma 
superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais para fins de 
registro e científicos do que artísticos, a fotografia logo se torna 
uma nova possibilidade nas artes. Pode ser tanto analógica 
quanto digital, colorida ou preto e branca. Depende de um 
equipamento fotográfico para ocorrer. 
Gravura 
Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma 
superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou tecido. 
Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em papel que será 
gerada pelo processo de gravação. 
Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em superfície de 
madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor camadas de cor – e 
serigrafia – tela criada em tecido fino. 
História em Quadrinhos 
Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem textos 
verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos das 
narrativas. 
Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para indicar 
diferentes intenções. 
Foi inspiração para produções da Pop Art. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 19 
Instalação 
Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras que 
utilizam o espaço como potência, ativando o espaço como parte 
da obra de arte. 
Possibilita a participação do espectador, que pode entrar ou 
interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela. Pode 
combinar diversas linguagens e técnicas na sua construção. 
Modelagem 
Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os de 
maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que permanece 
sendo muito artesanal. 
É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem, acessada 
principalmente na construção de elementos de uso cotidiano. 
Mosaico 
Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos 
revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito suntuoso, 
podendo representar padrões ou formas figurativas. 
Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em relação com 
a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo de fragmento, 
tamanho etc. 
 
Ourivesaria e Prataria 
Produções que usam metais como suporte, tanto na fabricação 
de objetos cotidianos como na criação de obras de arte. 
Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de dialogar 
com a arquitetura. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 20 
Performance 
Nome genérico para designar apresentações de canto, 
dança, mímica, teatro, entre outros. 
Na segunda metade do século XX, surge um novo gênero 
artístico chamado simplesmente “performance”, ligado aos 
movimentos de vanguarda, que consiste em ações pensadas 
de intervenção e atuação no espaço. 
Também envolve as práticas de body art. 
Pintura 
Nome genérico para técnica de aplicar pigmento – 
principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma técnica 
bidimensional em que se atribuem cores, tons, textura etc., 
criando uma imagem. 
Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela, pintura a 
óleo, acrílica ou guache. 
Vitral 
Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada. 
Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa Idade 
Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial místico 
intenso. 
Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art Nouveau, 
movimento que revisita o vitral com uma nova estética. 
 
(Estratégia Vestibulares – 2021) 
Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977) foi construída postumamente, a partir 
das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas, maquetes e amostras. O uso do termo 
square, que traduzido para português pode significar tanto “praça” quanto “quadrado”, revela 
elementos fundamentais para o pensamento do artista: o interesse pelo espaço público como lugar 
de encontro e a herança da tradição geométrica em sua formação. 
Aqui, a cor –outro elemento fundamental na produção de Oiticica –atinge a escala ambiental, na 
articulação de nove paredes em alvenaria, tinta acrílica, tela de arame e vidro. A presença da luz 
natural com as mudanças que sofre ao longo dos dias completa a obra, modificada a cada instante. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 21 
 
Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, [detalhe]. Foto: Brendon Campos 
 
(Disponível em <https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/invencao-da-cor-penetravel-magic-square-5-de-luxe/> Aceso em 
08jul. 2021) 
 
As formas usadas na composição da instalação denotam preocupações do artista quanto ao/à 
a) reprodução de formas abstratas para a criação de obras de paisagismo e urbanismo. 
b) escolha de cores, ligada diretamente ao movimento concretista brasileiro.c) percepção da natureza como espaço mais criativo que o urbano, lembrando a land art. 
d) uso do espaço público, aproveitando-se da ambiguidade gerada pelo termo em inglês. 
e) preferência pelo uso de materiais do cotidiano, que podem ser facilmente encontrados. 
Comentários: 
A alternativa A é INCORRETA, pois o que se cria aqui é uma instalação artística, não uma obra de 
paisagismo e urbanismo. 
A alternativa B é INCORRETA, pois as cores não impactam na escolha da forma nesse caso. 
A alternativa C é INCORRETA, pois não se pode afirmar que o projeto fosse necessariamente para o 
meio da natureza. Isso ocorre devido à configuração do museu. 
A alternativa D é CORRETA, pois o texto aponta que o projeto elaborado pelo artista levava em 
consideração seu interesse sobre o espaço público. Nessa obra, cria-se uma praça com formas 
geométricas quadradas, incentivando o aproveitamento do espaço público. 
A alternativa E é INCORRETA, pois os materiais não impactam na escolha da forma aqui. 
Gabarito: D 
Gêneros 
Cenas do cotidiano 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 22 
Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da 
vida cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da 
religiosidade a arte se tornava – ou seja, conforme se 
secularizava – mais crescia o interesse em retratar cenas do 
dia a dia. Além de espaços públicos e domésticos, o mundo do 
trabalho será um objeto de interesse da arte. Festas 
comunitárias, no campo e na cidade, também serão retratadas 
aqui. Costumam ser imagens com grande riqueza de detalhes 
e que apresentam personagens “anônimos”. 
Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, 
Nova York. 
 
Cenas históricas 
Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. 
Alguns teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa tambpem 
seriam históricas, mas estritamente falando, são obras que registram 
eventos políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e 
personagens notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e 
eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas 
também em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e 
constituição de um povo. 
 The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of 
Art, Nova York. 
 
Cenas mitológicas 
Representações de personagens ou cenas mitológicas greco-
romanas. As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição 
na história da arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo 
um conjunto de narrativas sobre deuses e heróis. São mitos 
fundadores do pensamento religioso – e até mesmo filosófico – 
grego, sendo base para muito da cultura ocidental. 
 
Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova 
York. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 23 
Cenas religiosas 
Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam 
assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que 
costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, 
quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Assim, as representações de 
cenas da mitologia cristã se tornaram muito frequentes. Entre alguns 
tópicos frequentes estão passagens do Velho Testamento, a Virgem Maria 
com menino Jesus, a Santa Ceia e a Crucifixão de Cristo. 
The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
 
Natureza morta 
Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham 
sido frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século 
XVI que deixam a posição de cenário ou detalhe para se 
tornarem temas centrais de quadros. Costumam ser 
representados alimentos, flores, livros, instrumentos 
musicais etc. A ideia é que se possa representar as coisas tal 
como são vistas por nossos olhos. 
 
Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
Paisagem 
Obras, principalmente pinturas, que retratam 
espaços naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma 
maior presença da natureza do que de 
construções humanas. Se populariza 
sobremaneira a partir do século XVIII e terá seu 
apogeu no século XIX, também por conta de 
inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de 
tinta, que permitia a pintura ao ar livre, fazendo 
com que artistas pudessem ir para a natureza 
pintar, não ficando restritos aos estúdios. 
 
Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, 
Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 24 
Retrato 
Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas na 
maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais recentemente, 
utilizaram-se também fotografias como base para a criação de retratos. 
Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era importante ser capaz 
de reproduzir perfeitamente o modelo num momento em que não 
existiam fotografias – o que tornou o gênero popular nas academias e 
escolas de artes. Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a 
ascensão da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os 
autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também 
serão muito populares. 
Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York. 
 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
Um dos temas mais comuns à pintura ocidental são as cenas religiosas. Também chamadas de cenas 
sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da 
arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a 
arte foi a Igreja Católica. 
Tendo em vista a definição, a obra que apresenta temática de uma cena religiosa é 
a) 
 
b) 
 
c) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 25 
 
d) 
 
e) 
 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois ainda que o nome remeta à mitologia cristã, não se pode dizer 
que a cena representada seja religiosa ou que represente passagens da religiosidade cristã. 
A alternativa B está incorreta, pois essa pintura mostra o interior de uma igreja, mas não uma cena 
religiosa. 
A alternativa C está correta, pois nessa cena vemos uma passagem da mitologia cristã representada: 
o momento em que a Virgem Maria sabe que irá ascender aos céus. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 26 
A alternativa D está incorreta, pois não se observa elementos que remetam à religiosidade da época 
na tela. 
A alternativa E está incorreta, pois essa cena é da mitologia grega, ou seja, não se enquadra como 
religiosa, mas como mitológica. 
Gabarito: C 
4 - Arte e Sociedade 
A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que temos 
sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais à frente 
discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns modos de fazer arte. 
A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar 
movimentos da sociedade contemporânea a ela ou produzir críticas 
contra uma pessoa ou governo em especial. A imagem ao lado, por 
exemplo, mostra um homem cercado de tecnologia. Ele está com as 
mãos amarradas e o corpo atado por fios, segurando um celular. No 
rosto, ele tem um aparelho de assistir à realidade virtual. Isso pode ser 
lido como uma crítica à sociedade que vivemos, que deposita 
expectativas demais na tecnologia e acaba ficando presa a ela, sem ser 
capaz de olhar para o real. 
Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como 
objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo com que, muitas 
vezes, nos questionemos acerca do mundo como ele é. Por isso, diversos 
governos autoritários ao longo da história promoveram censura às artes. 
Ao longo da história, obras de arte foram censuradas por diversas razões,mas principalmente dois conteúdos provocavam maior número de 
proibições: questões morais ou críticas diretas ao governo/governante 
da época. 
Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram oposição 
em sua época. A Capela Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos por 
apresentar pessoas peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo chegou 
a pintar panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX, Gustave 
Courbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino proibida de ser 
exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de conteúdo “potencialmente 
ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo. 
 
A discussão sobre a censura às artes no contemporâneo é fundamental para os 
vestibulares e você pode acabar encontrando-a, por exemplo, em uma proposta de 
redação. 
 
Fonte: Unsplash. Disponível em 
<https://unsplash.com/photos/uydt8hNz3hE> 
Acesso em 04/05/20. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 27 
Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias 
a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na América Latina, África 
e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos 
por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que 
alguns artistas populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem 
obrigados a deixar o país. A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida 
como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários 
para os padrões de sua época. 
 
Pussy Riot 
Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou lideranças 
políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O grupo formado 
apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas discriminatórias do 
governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das 
balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora – coloridas. 
 
 
 
A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de legitimação de governos ao 
longo da história. A sustentação de um governo depende não só de suas ações como também de apoio 
popular. Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura, usando das bens culturais como 
propaganda do governo. Essa mistura entre arte e política foi muito profícua na primeira metade do 
século XX, principalmente durante o período das Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Veja dois 
exemplos abaixo: 
Arte Nazista 
Baseada em suas 
interpretações de mundo 
centradas na eugenia e na 
superioridade da raça ariana, a 
arte nazista vendia um mundo 
idílico e clássico. Representava a 
Alemanha como uma nação 
forte. 
Diferente da arte de 
vanguarda do período, a arte nazista fugia das 
abstrações e representavam o mundo de maneira 
mais naturalista. 
Arte Soviética 
Após a Revolução 
Russa, em 1917, havia uma 
necessidade de garantir 
que a população apoiasse 
uma mudança tão brusca 
de governo. A cultura e as 
artes serviram pra por um 
lado reforçar os ideias da 
revolução e por outro criar 
um novo movo de fazer arte, com referenciais 
diferentes dos anteriores. 
Havia o incentivo à formação de grupos como 
o Proletkult (em português Cultura Proletária), 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 28 
A escola de arte Bauhaus foi perseguida pelo 
regime por se opor ao ideal de arte do regime. Era 
parte do que eles chamavam de arte degenerada. 
com o objetivo de incentivar uma literatura de 
cunho social acessível ao povo. 
 
O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos. 
Veja aqui alguns filmes fundamentais: 
 
O encouraçado Potemkin (1925) 
Dir.: Sergei M. Eisenstein 
 
Filme do principal cineasta 
soviético que retrata a história de 
uma rebelião ocorrida em um 
navio de guerra, em 1905. Os 
oficiais se rebelaram por conta das 
más condições de trabalho. 
O objetivo do filme é mostrar, pela 
comparação, que o governo 
soviético garantia melhores 
condições para os trabalhadores. 
O triunfo da vontade (1935) 
Dir.: Leni Riefenstahl 
 
Filme dirigido pela principal 
cineasta alemã. Documentário, 
o filme influenciou a linguagem 
da publicidade no futuro. 
Intercala cenas cotidianas dos 
membros do partido e soldados 
com discursos do próprio 
Hitler. 
O objetivo do filme é mostrar a 
lealdade do povo alemão para 
com o partido nazista. 
O Grande Ditador (1940) 
Dir.: Charles Chaplin 
 
Na mesma época, o cinema 
americano produz filmes que 
se opõe ao regime nazista, 
garantindo o apoio popular à 
guerra travada na época – 
prática usada até hoje em 
momentos de embate político. 
Em “O Grande Ditador”, 
Chaplin faz uma sátira à figura 
de Hitler, como um líder 
atrapalhado. 
Intercâmbio entre culturas 
Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas, principalmente 
a ideia de Apropriação cultural. Apropriação Cultural acontece quando uma pessoa de uma cultura 
hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua, usando esses elementos sem a devida 
referência. Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que eram originalmente fonte de opressão 
de um grupo por um outro dominante. Isso pode ocorrer principalmente em contextos de colonização. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 29 
Muitas vezes, os grupos colonizadores se apropriam de elementos sem compreender seu verdadeiro 
significado cultural. Dentre os elementos mais comuns a terem seus usos questionado, encontramos 
acessórios e trajes, símbolos, culinária e expressões artísticas. 1 
PANTERA NEGRA 
 
 O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando 
principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos de 
museus para seus países de origem. 
 
 
Fonte: Instagram Um filme me disse 
 
 Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O espólio 
das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e países como 
França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para seus países de origem. O 
desafio desses países hoje é garantir condições de manutenção, exposição e restauro das 
obras que retornarem, já que um dos argumentos usados pelas instituições que resistem às 
devoluções é justamente o risco de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do 
passado: na Síria, desde o início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de 
antiguidades. 
Mas qual a problemática envolvida? 
 
1 A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e-
apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 30 
O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um elemento de 
um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo. Quando isso acontece, esse 
novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava originalmente pode ter sido 
marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era considerado música 
de negros e visto de maneira negativa. Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz 
acabou se tornando uma música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de 
reforçar o desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários. 
 
Fonte: Pixabay 
 
(Estratégia Vestibulares– 2021) 
Na última semana, a grife Alexander McQueen se envolveu em uma polêmica com internautas 
brasileiros que acusaram a marca de apropriação cultural. Tudo aconteceu após o lançamento da 
coleção Pre-Fall 2021, que traz uma peça com estampa que lembra a xilogravura de cordel, técnica 
artística tradicional de alguns estados da região Nordeste. (...) 
Muitos compararam a estampa com o trabalho do famoso gravador pernambucano J.Borges. 
Contudo, em comunicado enviado ao jornal Diário do Nordeste, o filho do artista e membro do 
Memorial J.Borges, Pablo, disse que o caso não se trata de um plágio do trabalho de seu pai. “Eu dei 
uma olhada bem detalhada e vi que não tem nada dele. Ainda arrisco em dizer que é a mesma 
técnica da xilogravura, porém não é da gente”, esclareceu. 
A grife descreve a técnica usada para criar os desenhos como "parpercut", que utiliza de recortes 
em papel para produzir as impressões no tecido. Os ícones presentes na estampa, como o pássaro 
e o coração, são símbolosque já foram explorados anteriormente pela marca em outras coleções, 
assim como o método de estamparia. Até o momento, a Alexander McQueen e sua diretora criativa, 
Sarah Burton, não comentaram o caso. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 31 
 
(Disponível em <https://revistaglamour.globo.com/Moda/noticia/2021/05/internautas-brasileiros-acusam-grife-
alexander-mcqueen-de-apropriacao-cultural.html>. Acesso em:09 jun. 2021) 
 
Sobre apropriação cultural e as técnicas mencionadas no texto, há 
a) um equívoco teórico, pois, visualmente falando, não há dúvidas de que a técnica empregada na 
feitura do vestido seja algo que não “parpercut”. 
b) uma imitação da obra do artista brasileiro J. Borges, que se tornou muito famoso no exterior 
devido ao Movimento Armorial nos anos 1970. 
c) um erro de atribuição, já que as obras dos trajes são oriundas do acervo de J. Borges, mas a marca 
não realizou a atribuição correta das referências. 
d) uma dubiedade, pois não fica claro se houve apropriação de um elemento artístico brasileiro ou 
se a técnica do “parpercut” produziu um efeito semelhante. 
e) uma coincidência, já que a família afirma que não conhece a marca e a marca aponta que o uso 
da mesma técnica que o artista não caracteriza plágio. 
Comentários: 
A alternativa A está INCORRETA, pois as técnicas são semelhantes em resultado, o que torna dúbia 
a interpretação do que seria a inspiração para a criação da estampa. 
A alternativa B está INCORRETA, pois, ainda que possamos enquadrar a valorização da xilogravura 
no Movimento Armorial, não se pode dizer que seja um movimento de projeção internacional, mas 
nacional. 
A alternativa C está INCORRETA, pois, segundo o texto, não podemos afirmar com certeza que seja 
uma referência a J. Borges, ainda que a semelhança visual seja muito grande. 
A alternativa D está CORRETA, pois, ainda que haja muita semelhança visual, não se pode afirmar 
com certeza se foi uma apropriação das obras de J. Borges —o que parece mais provável —ou se o 
efeito produzido pela técnica escolhida é muito semelhante à xilogravura do artista brasileiro. 
A alternativa E está INCORRETA, pois não se usa a mesma técnica: J. Borges faz xilogravuras e a 
marca trabalhou com uma técnica chamada "parpercut". 
Gabarito: D 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 32 
Essencialmente, você deve aprender a diferença entre apropriação, intercâmbio e assimilação 
cultural: 
 
(Estratégia Vestibulares – 2021) 
O blackface é uma prática que tem pelo menos 200 anos. Acredita-se que ela tenha se iniciado por 
volta de 1830 em Nova York. Mas não se trata apenas de pintar a pele de cor diferente. Era uma 
prática na qual pessoas negras eram ridicularizadas para o entretenimento de brancos. Estereótipos 
negativos vinham associados às piadas, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No século 
19, atores brancos usavam tinta para pintar os rostos de preto em espetáculos humorísticos, se 
comportando de forma exagerada para ilustrar comportamentos que os brancos associavam aos 
negros. Também ridicularizavam os sotaques dos personagens que incorporavam nas peças. Isso 
surgiu numa época em que os negros nem eram autorizados a subir nos palcos e atuar, por causa 
da cor da pele. Mesmo no século 20, era muito raro atores negros receberem posição de destaque. 
Papéis que exigiam uma aparência africana ou asiática eram frequentemente desempenhados por 
atores brancos usando blackface, ou seja, com a pele tingida. (...) Conforme movimentos 
antirracistas foram crescendo, o blackface foi sendo eliminado do entretenimento e, atualmente, é 
algo visto como vergonhoso e lamentável. 
(Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-49769321> Aceso em 08jul. 2021) 
 
De acordo com o texto, pode-se dizer que a prática do blackface é considerada hoje ofensiva, pois 
a) remete a um período em que os atores se comportavam de maneira exagerada em cena. 
b) produz uma caracterização de atores negros que não condiz com seu tom real de pele. 
c) ridiculariza pessoas negras, frequentemente reproduzindo estereótipos de personagens. 
d) reproduz uma prática específica do século XIX de não contratar atores negros para os papéis. 
e) exclui personagens de diferentes tons de pele nas criações teatrais ou audiovisuais. 
Comentários: 
A alternativa A está INCORRETA, pois há uma falta de detalhamento na alternativa. Não era 
qualquer ator que se comportava de maneira exagerada, mas os brancos interpretando negros em 
papéis estereotipados. 
A alternativa B está INCORRETA, pois esse termo se refere a atores brancos interpretando negros, 
não a atores negros em cena. 
A alternativa C está CORRETA, pois, segundo o texto, a prática do blackface reproduz estereótipos 
no teatro e no audiovisual, colocando pessoas brancas como intérpretes de pessoas negras em 
papéis ofensivos. Além disso, remete a uma época em que pessoas negras sequer podiam participar 
dessas produções. 
Apropriação Cultural é 
necessariamente uma 
relação de dominação, 
opressão. 
Intercâmbio Cultural ocorre 
quando diferentes culturas 
promovem trocas mútuas. 
Assimilação Cultural ocorre 
quando há uma 
obrigatoriedade por parte 
de povos oprimidos de 
performar a cultura de seu 
opressor. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 33 
A alternativa D está INCORRETA, pois o texto aponta que essa prática persistiu até o século XX. 
A alternativa E está INCORRETA, pois há personagens de diferentes tons de pele. O que não há são 
atores com tom de pele correspondente. 
Gabarito: C 
Arte e mercado 
Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço de uma 
obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora não está em 
questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a partir de diferentes 
critérios, tanto objetivos quanto subjetivos. 
 
Critérios Objetivos 
• Materiais e ferramentas (tinta, tela, papel etc); 
• Ateliê ou estúdio; 
• Despesas de marketing e divulgação; e 
• Comissões das galerias de arte ou merchands. 
 
Critérios Subjetivos 
• Valor da mão de obra, ou seja, valor da hora do artista; 
• A importância do artista no cenário cultural; 
• A notoriedade do tema ou técnica; 
• Estado de conservação da obra; 
• Assinatura e comprovação de veracidade; e 
• Exclusividade ou ineditismo. 
 
 
Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais 
específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra tem 
histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos anteriores e 
até mesmo a realidade econômica do país na época da venda. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 34 
 
Outra diferenciação que pode impactar na valoraçãode uma obra é se ela é uma obra de 
vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento, uma ou 
outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial: 
 
 
 
Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de arte. Essas 
definições são importantes também para compreender os limites entre arte e artesanato, que 
pensaremos ao longo de nosso curso. 
 
Arte acadêmica
Produções ditadas por uma escola ou 
academia mais focada em reprodução 
da técnica do que na criação de algo 
novo ou de estilo pessoal. 
Arte de vanguarda
Arte que busca ruptura com os 
sistemas estabelecidos. Pode ser uma 
produção individual ou de um grupo.
São artistas eu costumam estar “à 
frente de seu tempo”. 
“Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa” 
 Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo 
de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os 
significados de cada uma dessas expressões. 
Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um 
tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser 
melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a 
apreciação da crítica. 
Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura 
popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo 
povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos 
místicos ou sagrados e cenas cotidianas. 
 
O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é 
“melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões. 
 
Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar 
como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu 
principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a 
reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com 
domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de 
alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 35 
 
(Estratégia Vestibulares – 2021) 
O artesanato é uma parte da técnica da arte, a mais desprezada infelizmente, mas a técnica da arte 
não se resume no artesanato. O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar mas há uma 
parte da técnica de arte que é por assim dizer, a objetivação, a concretização de uma verdade 
interior do artista. Esta parte da técnica obedece segredos, caprichos imperativos do ser subjetivo, 
em tudo o que ele é, como indivíduo e como ser social. Isto não se ensina e reproduzir é imitação. 
Isto é o que chamamos a técnica de Rembrant, e Fra Angelico ou de Renoir, que divergem os três 
profundamente não apenas na concepção do quadro, mas consequentemente na técnica do fazer. 
(Disponível em <https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/filos-03-artesao.html> Acesso em 21 abr. 2021) 
 
Sobre a distinção entre arte e artesanato, segundo o texto, é correto afirmar que: 
a) arte e artesanato diferenciam-se principalmente por serem campos de produção estética que 
fazem uso de técnicas diferentes. 
b) há um componente criativo individual característico da arte que transcende a execução exímia 
da técnica de que o artesanato se vale. 
c) o artesanato transforma materialmente realidades subjetivas dos artistas, criando a partir de suas 
experiências técnicas específicas. 
d) há uma noção hierárquica que diferencia as duas expressões artísticas, levando-se em 
consideração a beleza da execução técnica. 
e) a arte concretiza uma verdade interior do artista, enquanto o artesanato apenas é capaz de 
reproduzir e imitar expressões subjetivas. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que frequentemente as técnicas são as mesmas. 
A alternativa B está correta, pois, segundo o texto, a arte tem um traço da subjetividade do autor 
para além da execução da técnica, característica frequentemente associada ao artesanato. 
A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que quem faz isso é a arte. 
A alternativa D está incorreta, pois a diferença não é exatamente pela beleza da execução técnica, 
mas pela expressão subjetiva envolvida. 
A alternativa E está incorreta, pois ainda que se afirme que a arte materializa uma verdade interior 
do artista, o texto não aponta que o artesanato produza cópias. Apenas que o artesanato está no 
campo da técnica. 
Gabarito: B 
 
Relação entre artistas e poder constituído 
Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou questionamento de 
sistemas é através da cooperação. Uma das principais relações entre artistas e Estado está nas políticas 
de apoio às artes. Veja um breve histórico dos aportes financeiros do Estado para artes no Brasil. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 36 
Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos 
culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como 
acontecia na Europa. 
Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda. 
Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar. 
Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía 
mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída 
em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet. 
 
O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas 
oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que 
recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens. 
O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a 
política de incentivo fiscal. 
(Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>) 
 
A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos aqui 
algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua redação. 
 
 
 
 
O que é crítica de arte? 
Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos 
sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais. 
Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto. 
O Estado deveria 
financiar a cultura e 
a arte?
A formação de 
público no Brasil é 
de responsabilidade 
de quem?
Quais as 
consequências da 
dependência de 
editais?
Quem consome arte 
no Brasil?
Como preservamos a 
Cultura e a Arte no 
Brasil?
Arte e cultura são 
equivalentes?
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 37 
A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente caracterizado 
pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de 
um público e o desenvolvimento da imprensa. 
Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente crítica 
de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador voltado para 
a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção do seu tempo. 
A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer limites claros 
entre os dois campos se mantêmaté hoje. 
Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o 
juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição 
histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As meditações 
sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica e da história da 
arte. 
Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de-arte> 
5- Arte e Realidade 
Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa ideia 
pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho, capaz de refletir 
e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia de mimesis: 
Mímesis 
A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas pelo 
Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem. 
A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação. 
A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente; compreender 
que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo que imita. 
Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a realidade. 
A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos aqui algumas das 
principais funções sociais da arte: 
 
Fruição estética, ou seja, 
ser bela.
Utilitária, ou seja, não 
como um fim em si 
mesmo, mas um meio 
para alcançar alguma 
finalidade. 
Remeter à realidade, tanto 
a partir da cópia quanto 
da ressignificação, 
buscando reavaliar 
criticamente o mundo. 
Ritual, como forma de 
ligação com o metafísico, 
por exemplo. 
Educar, ensinando algo 
para aqueles que a 
apreciam. 
Memória, nos permitindo 
resguardar do 
esquecimento acerca de 
algo que gostamos. 
Conserva e documenta.
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 38 
(Estratégia Vestibulares – 2021) 
Enciclopédia Negra: personalidades invisibilizadas na história do Brasil 
Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos 
para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista 
Jaime Lauriano. 
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São 
Paulo, reitera o compromisso com a visibilidade e a pluralidade de histórias e movimentos que se 
propõe a contar por meio da arte e inaugura Enciclopédia negra. 
Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos 
para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista 
Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras. 
A mostra é um desdobramento da publicação e também se conecta com a nova apresentação da 
coleção do museu que se apoia em questionamentos contemporâneos e reverbera narrativas mais 
inclusivas e diversas. 
No livro, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes 
individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida 
apagadas ou nunca registradas. 
Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a produzir 
retratos dos biografados. 
 
Zumbi (PE-AL) pelo artista Arjan Martins. Crédito da imagem: reprodução de Filipe Bernd 
(Disponível em < https://arteref.com/galerias-e-eventos/exposicao-enciclopedianegra-pinacoteca/> Aceso em 25 jun. 2021) 
 
A função social da exposição é, através da obra de arte, 
a) ressignificar imagens famosas de pessoas cujas histórias foram menos relevantes. 
b) divulgar uma obra de autores contemporâneos, como parte do lançamento. 
c) fazer o público conhecer a verdadeira história de personalidades populares. 
d) mostrar a relevância da arte contemporânea na construção da história. 
e) resgatar uma memória de pessoas que não tiveram suas histórias registradas. 
Comentários: 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 39 
A alternativa A está incorreta, pois não há aqui nem a ideia de ressignificar imagens nem a de que 
essas pessoas sejam menos relevantes. 
A alternativa B está incorreta, pois a exposição parte das informações levantadas em um livro, mas 
não tem o foco de divulgá-la. 
A alternativa C está incorreta, pois não há nada que indique que essas pessoas seriam tão populares. 
São pessoas cujas vidas não foram registradas adequadamente. 
A alternativa D está incorreta, pois há a informação de que a exposição faz parte de uma 
apresentação da coleção contemporânea do museu, mas isso não é a função social da exposição, 
cujo foco é a ressignificação de memórias. 
A alternativa E está correta, pois aqui a reportagem afirma que são criadas obras que reverberam 
narrativas de pessoas negras que tiveram suas vidas apagadas ou que não foram registradas 
Gabarito: E 
Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 
Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter Benjamin. Esse texto é 
fundamental para compreender muitas das questões em torno da produção de arte do século XX, 
principalmente após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955. 
É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra. 
Segundo Benjamin: 
Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os 
homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa imitação 
era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres, para a difusão 
das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. Em 
contraste, a reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, 
que se vem desenvolvendo na história intermitentemente, através de saltos 
separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente. 
 O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de 
reproduzir uma obra de maneira idêntica, principalmente a partir do advento 
da fotografia e, posteriormente do cinema, há um impacto na própria concepção do que seria arte. 
Primeiro porque a arte deixa de depender da mão do artista e pode depender apenas de seu olho: criar 
um enquadramento para uma fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, 
por exemplo. 
O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de qualidade que ela não 
somente podia transformar em seus objetos a totalidade das obras de arte tradicionais, submetendo-
as a transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio entre os procedimentos 
artísticos”. Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode se tornar arte – se 
fotografado de determinada maneira. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 40 
 Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da “magia”, ou 
seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o 
renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto. Quando passamos a 
ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele 
chama de aura. 
Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, 
composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma 
coisa distante, por mais perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa 
obra única, que não pudesse ser produzida de maneira industrial. É o que a 
liga ao seu aspecto ritual, mágico. 
Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte passa a ter 
valor de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e apreciada. Assim, 
obras que possam ser mais reproduzidas atendem a essa necessidade de 
disponibilidade. A arte, portanto, para Walter Benjamin, ganha uma nova 
função. 
 
(EstratégiaVestibulares – 2021) 
No lugar do cavalete, das tintas e dos pincéis, o computador. A tecnologia se incorpora cada vez 
mais à arte, embora as tradicionais técnicas artísticas continuem tendo espaço. Esse processo, 
contudo, não é novo —começou há décadas. Primeiro foi a fotografia, depois o cinema, o vídeo. 
Esses recursos analógicos foram a tônica da primeira metade do século 20. Porém, quando os 
computadores adquiriram a capacidade de manipular imagens, os artistas começaram a explorar 
um novo recurso: a linguagem digital. 
A arte tecnológica ainda não foi assimilada totalmente pelo grande público. Surgem polêmicas 
sobre o valor desse tipo de manifestação artística e questionamentos sobre se as pessoas que 
desenvolvem trabalhos nesse sentido merecem a denominação de artistas. Até aspectos como 
autoria são colocados em questão com o surgimento de experiências artísticas na internet que 
permitem a intervenção dos internautas. 
Apesar das controvérsias, um número cada vez maior de herdeiros dos movimentos de 
vanguarda, artistas de bagagem tradicional e da nova geração investem na exploração de recursos 
tecnológicos. No Brasil, nomes de destaque das artes plásticas já se aventuraram por esse campo 
como Antônio Dias, Cildo Meireles, Décio Pignatari, Raimundo Collares e Eduardo Kac. 
Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia-e-Redes-Sociais/Tecnologia-e-arte/12/5460> Acesso em 
10ago. 2021 
 
Acerca da relação entre arte e tecnologia, a partir do texto, é correto afirmar que: 
a) é um processo recente na história das artes. 
b) surge com o aumento da capacidade dos computadores. 
c) ainda não é tão popular entre o público comum. 
d) sempre permite intervenção dos internautas na feitura. 
e) não se realiza, pois a tecnologia mina os aspectos artísticos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 41 
Comentários: 
A alternativa A está INCORRETA, pois o texto aponta que, desde o surgimento da tecnologia – 
portanto, no fim do século XIX – temos ligação com a tecnologia. 
A alternativa B está INCORRETA, pois, segundo o texto, essa relação começa a realizar-se já com o 
surgimento da fotografia. O que surge com a melhoria das tecnologias de computação são as 
expressões de arte digital. 
A alternativa C está CORRETA, pois o texto indica que o grande público ainda questiona o valor 
artístico das obras, por vezes pondo em xeque a ideia de que seriam obras de arte verdadeiramente. 
A alternativa D está INCORRETA, pois, ainda que isso possa ocorrer por vezes, não se pode afirmar 
que seja um processo que ocorre sempre. 
A alternativa E está INCORRETA, pois em nenhum momento do texto defende-se que essa é uma 
relação impossível de ocorrer. 
Gabarito: C 
 
Indústria cultural 
O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt, 
principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973). A 
Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das sociedades mediadas 
pelo consumo e pela massificação. 
 A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e 
homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão ou o 
questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, 
com o objetivo de domesticar as pessoas. 
 Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz 
com que propostas mais inovadoras causem estranhamento e, 
por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito 
público. Por gerarem menos lucro, essas produções são vistas 
como inúteis, ou seja, colocamos na possibilidade de 
monetarização o valor da arte. 
Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa. Chama-se de cultura 
de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de 
serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Uma de suas principais 
características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele programa que passa na 
televisão e fala mal de televisão? É isso! 
 As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão. Hoje 
em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto, intimamente ligadas à 
ideia de consumo. 
 Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema capitalista. 
Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da arte através 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 42 
dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a cultura alcança um 
número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o 
acesso às ferramentas de produção cultural. 
 No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão entre 
alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos pensar desde as 
novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e disseminação de notícias 
falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade brasileira). 
Mas e a arte nesse contexto todo? 
 Não se pode, obviamente, pensar na arte de maneira descolada do contexto social em que se 
insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as produções 
artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema. 
 Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a sensibilidade do 
artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a consolidação da Indústria 
Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma mercadoria de um modo novo: não se 
compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como um objeto como qualquer outro, obedecendo 
leis de oferta e procura como nunca. A sociedade de consume, que transforma tudo em mercadoria, 
estaria apagando da arte o seu traço crítico? 
 
Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash 
6 - Exercícios 
4.1 – Lista de exercícios 
1. (UEL- 2016) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Conceitos Básicos 
 
 AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 43 
 
Leia o texto a seguir. 
O desenho rompe com todas as hierarquias, situa-se além de qualquer cronologia, revela 
seu próprio tempo e o tempo do artista. Além de “armar o braço” é, ao mesmo tempo, o 
mais confessional dos meios plásticos, diário íntimo, eletrocardiograma, rebeldia travada no 
meio da noite, solitariamente. Uma qualidade a mais, dizia, porque o desenho parece 
escapar à polêmica estéril entre vanguarda e retaguarda, entre o velho e o novo, navega 
imperturbável entre ismos e épocas. E permite todas as virtualidades e virtuosidades, 
porque um desenho você larga aqui e recomeça ali, hoje, amanhã, ontem. O desenho é para 
ser lido, como um poema. 
(Adaptado de: MORAIS, F.Arte é o que eu e você chamamos arte. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.120.) 
 
Com base na imagem (Fig. 2), no texto e nos conhecimentos sobre artes, considere as 
afirmativas a seguir. 
I. A imagem é de caráter orgânico, e o olhar sobre ela é reiterado pelos feixes de linhas 
organizados em ciclos e pelos demais aspectos formais e simbólicos. 
II. O desenho pode derivar de procedimentos com temporalidades diversas, do mais rápido 
e sutil até o mais demorado, com camadas subsequentes de elaboração. 
III. O desenho rompe com as hierarquias porque se institui, sobretudo nas vanguardas, como 
meio completo de expressão. 
IV. Tanto o texto quanto a imagem evidenciam o caráter singular do desenho que, através 
dos tempos, passou a ser compreendido como determinante do que viria a ser a pintura. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III

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