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Projetos e Detalhes 
Construtivos de Alvenaria 
Estrutural
Concepção estrutural e distribuição de ações
Prof. Me. José Augusto Alves Pimenta
Contextualização
• Quais ações e cargas fazem parte de uma estrutura?
• Como distribuir as paredes com função estrutural?
• Uso dos contraventamentos em estruturas.
Conceitos
Ações nas estruturas e 
segurança
Ações nas estruturas
• Ações horizontais:
• Empuxo;
• Desaprumo;
• Vento.
• Ações acidentais.
Ações horizontais - empuxo
• Empuxo de terra: ação produzida pelo maciço de 
solo na estrutura;
• Ação permanente – valores com baixa variação ao 
longo da vida útil da estrutura;
• Cálculo depende de peso específico (g) e ângulo de 
atrito dos materiais (f);
Ações horizontais - desaprumo
• Leva em conta algumas possíveis imperfeições 
geométricas que possam ocorrer nos elementos 
estruturais;
• A falta de linearidade da edificação faz com que o 
peso próprio da estrutura ocasione um momento na 
base;
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Ações horizontais – ações do vento
• Ação variável;
• Pode ocorrer em várias direções e sentidos;
• Depende do coeficiente de arrasto (Ca), área frontal 
efetiva (Ae) e pressão dinâmica (q);
• Vk é velocidade característica do vento.
Ações acidentais
• Possuem duração extremamente curta e 
probabilidade de ocorrência muito baixa;
• Essas ações incluem abalos sísmicos, explosões, 
incêndios e enchentes;
• O dano não deve se espalhar para pontos distantes 
de onde a carga acidental foi aplicada.
Segurança nas estruturas
• Se dá pela adoção de coeficientes de segurança que têm por objetivo 
cobrir as incertezas que ainda não podem ser tratadas estatisticamente;
• Solicitação de cálculo (Sd):
• Coeficiente de minoração da resistência dos materiais (gm):
AçoGrauteAlvenariaCombinações
1,152,02,0Normais
1,151,51,5Especiais
1,01,51,5Excepcionais
Estados limites
• Estado limite último: pela sua simples ocorrência, 
determinam a paralisação, no todo ou em parte, do 
uso da construção;
• Estado limite de serviço: por sua ocorrência, 
repetição ou duração, causam efeitos estruturais que 
não respeitam as condições especificadas para o uso 
normal da construção, ou que são indícios de 
comprometimento da durabilidade da estrutura.
• A segurança é garantida quando as solicitações 
atuantes (Sd) com valores já majorados pelos 
coeficientes (gf) forem menores que os esforços 
resistentes (Rd), considerando a resistência 
correspondente aos valores minorados pelo 
coeficiente (gm);
Rd ≥ Sd;
• O carregamento atuante em um sistema estrutural 
pode ser definido pela combinação de ações que 
possuem probabilidade de ocorrência simultânea 
sobre a estrutura durante um período pré
estabelecido;
• Combinações no ELU: normal, especial ou 
excepcional.
• Combinações no ELS: quase permanente, frequente 
de serviço ou rara de serviço.
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Exercício
• Viabilidade econômica de um prédio residencial de 6 andares com 
envelope externo de seção retangular 10 x 20 metros;
• NBR 6123/2013 → velocidade básica do vento é de 40 m/s;
• Terreno fracamente acidentado, com cota média do topo dos 
obstáculos igual a 3 metros;
• Altura entre lajes é de 3 metros, e o peso estimado para 
cada pavimento de 4.000 kN. 
• Calcule os esforços de desaprumo e vento em cada andar, 
na direção de maior comprimento.
Resolução SP1
• Desaprumo:
Fonte: Kerst (2018).
• Cálculo dos esforços devido ao vento:
O carregamento provocado
pela ação do vento nesse caso
é superior ao de desaprumo,
então considera-se somente a
ação do vento.
Conceitos
Principais sistemas 
estruturais
Principais sistemas estruturais
• Concepção estrutural: definir quais paredes possuirão 
função estrutural e quais não serão consideradas 
como elementos resistentes;
• Normalmente utiliza-se o projeto arquitetônico;
• As paredes estruturais são arranjadas a fim de 
garantir uma estabilidade lateral adequada.
Fonte: Kerst (2018).
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Paredes transversais
• Parede externa na direção de maior comprimento 
com função de vedação e as demais paredes com 
função estrutural;
• São utilizadas em conjunto de lojas, hotéis, escolas e 
outros;
• Nesse caso, as lajes usadas são armadas apenas em 
uma direção apoiando-se nas paredes estruturais.
Paredes celulares
• Possui paredes estruturais em ambas as direções, 
proporcionando maior robustez e estabilidade;
• Limita a arquitetura da edificação, uma vez que todas 
as paredes possuem função estrutural;
• Geralmente utilizado na construção de residências e 
edificações de pequeno porte;
• As lajes normalmente são armadas em ambas as 
direções. 
Sistema complexo
• Representa os vários arranjos de paredes estruturais 
possíveis usando a combinação de paredes 
transversais e celulares;
• Aplicado quando a arquitetura exige algumas paredes 
externas sem função estrutural, e regiões mais 
rígidas, onde todas as paredes são consideradas 
estruturais;
• As lajes podem ser armadas tanto em uma direção 
quanto em duas, dependendo do caso em que estão 
sendo aplicadas.
Softwares para cálculo estrutural
• TQS – Softwares para engenharia de estruturas;
• TQS: Projetos de estruturas de concreto;
• Alvest: Projetos de edifícios de alvenaria estrutural;
• PREO: Projetos de estruturas pré-moldadas.
• SAP2000 – Software para análise estrutural e 
dinâmica, linear e não-linear por elementos finitos;
• Eberick – Software para projeto estrutural.
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Conceitos
Cargas das lajes e 
peso próprio; 
procedimentos de 
distribuição
Cargas provenientes das lajes
• Constituem a parcela de carga vertical responsável pelo uso da estrutura, 
considerando os carregamentos variáveis, como os provocados pelo peso 
dos móveis, pessoas, utensílios e outros.
Carga (kN/m²)Local
3,0Com acesso ao públicoCorredores
1,5Dormitórios, sala, copa, cozinha e 
banheiro
Edifícios 
residenciais
3,0Com acesso ao públicoEscadas
2,0Salas de uso geral e banheiroEscritórios
0,5Sem acesso a pessoasForros
2,0Sem acesso ao públicoTerraços
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Cargas provenientes do peso próprio
• Consistem na parcela de carga vertical referente ao peso 
de todos os elementos construtivos fixos e demais 
instalações permanentes.
Peso específico (kN/m³)Materiais
28,0Granito, mármore e calcárioRochas
13,0Tijolo furadoBlocos artificiais
19,0Argamassa de cal, cimento e areiaRevestimentos 
e concretos 25,0Concreto armado
5,0Pinho e cedroMadeiras
Procedimentos de distribuição
• A distribuição das cargas poderá ocorrer apenas após a avaliação da 
interação entre paredes;
• Caso constatado que não há capacidade de resistência que garanta a 
interação, cada elemento funcionará isoladamente, não havendo, 
portanto, a distribuição;
• Método de paredes isoladas;
• Método dos grupos isolados de paredes;
• Método dos grupos de paredes com interação.
Método de paredes isoladas
• Cada parede é considerada de forma isolada, sem interagir com os outros 
elementos estruturais;
• A carga em cada parede é obtida pela soma das cargas atuantes na 
parede nos pavimentos superiores;
• A carga atuante nas paredes se torna muito variável;
• Possui grande desvantagem econômica.
Método dos grupos isolados de paredes
• Os grupos são definidos pelo conjunto de paredes que 
possuem capacidade para transmitir as forças entre si;
• As ações atuantes nas paredes são distribuídas 
uniformemente dentro dos grupos, e estes são 
considerados isolados dos demais grupos;
• Resulta em uma tensão menor que o método das 
paredes isoladas, além de representar uma situação 
mais real.
Método dos grupos de paredes com interação
• A distribuição dos esforços é feita de maneira muito 
semelhante ao dos grupos isolados;
• A única diferença é que nesse processo é considerada 
uma interação entre os grupos pelas aberturas;
• É preciso determinar uma taxa de interação que 
funcionará a fim de regular a quantidade de carga que 
seria distribuída nas regiões de abertura.
Exercício
• Agora você precisa estabelecer o carregamentofinal 
em cada uma das paredes;
• O empreendimento em questão é um edifício 
residencial em alvenaria estrutural de 6 andares (5 
pavimentos tipos + térreo). 
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Fonte: Kerst (2018). Fonte: Kerst (2018).
Exercício
• Cargas permanentes: para uma estimativa inicial das cargas, adotamos 
laje maciça de 12 cm de espessura, contrapiso de 2 cm, piso em 
cerâmica em todos os ambientes e revestimento de gesso no teto;
• Cargas acidentais: cargas variáveis para cada ambiente;
• Quarto, sala, cozinha, banheiro: 1,5 kN/m²;
• Corredor: 2,0 kN/m².
• Combinação de cargas: Qd = 1,25 Qpp + 1,5 Qsob.
Conceitos
Distribuição de ações 
para contraventamento 
e estabilidade
Forma do edifício x capacidade resistência
• Uma planta simétrica e com distribuição de paredes 
semelhantes nas duas direções principais tende a ter 
efeito de torção reduzida na planta do prédio;
• Plantas não simétricas possuem grandes efeitos de 
torção devido à ação lateral;
• A rigidez lateral está associada à área total de 
paredes naquela direção e aumentando a rigidez, 
reduz o deslocamento lateral.
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Contraventamento simétrico
• O deslocamento horizontal de todas as paredes do 
mesmo pavimento será uniformizado pela laje;
• Usando o método das paredes isoladas:
• Determinar a porção da carga recebida por cada 
parede de modo proporcional à rigidez;
• Definir a soma de todas as inércias;
• Calcular a rigidez relativa de cada painel.
Contraventamento simétrico
• Usando o método das paredes isoladas:
• Calcular a ação atuante em cada painel;
• Determinar os diagramas de esforços solicitantes e as 
tensões em virtude dessas ações.
Contraventamento assimétrico
• Deve levar em conta também os esforços de rotação 
que surgirão por causa da diferença de rigidez entre 
os contraventamentos;
• O esforço atuante em um contraventamento 
assimétrico é dado pela soma da parcela referente à 
translação com a parcela devido à rotação. 
Contraventamento assimétrico
• Em seguida calcular a força cortante em virtude da 
translação, sendo esta proporcional à rigidez de cada 
parede;
• E a força cortante devido à rotação de cada parede.
Consideração de trechos rígidos
• Feita quando existe a necessidade de simular o 
comportamento de elementos que possuem rigidez 
significativamente maior que os demais (lajes e vigas 
canaletas);
• Esse tipo de arranjo permite considerar um acréscimo 
no comprimento da viga, garantindo uma simulação 
mais realista do comportamento da edificação;
• Considerar os nós como elementos infinitamente 
rígidos.
Efeitos
• Locais: verifica-se a estabilidade de cada elemento 
de maneira isolada;
• Globais: considera-se toda a estrutura trabalhando 
em conjunto;
• De primeira ordem: quando o equilíbrio da estrutura 
é analisado a partir da configuração geométrica 
inicial;
• De segunda ordem: quando o equilíbrio é analisado a 
partir da condição deformada.
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Análise de segunda ordem
• Considera a não linearidade geométrica da estrutura;
• Obtida através da interação entre as forças e o 
deslocamento na estrutura, até convergirem para um 
valor final;
• Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), os efeitos de 
segunda ordem podem ser desprezados sempre que 
não representem acréscimo superior a 10% nas 
reações e nas solicitações relevantes da estrutura.
Análise de segunda ordem
• Método do parâmetro a
• a ≤ 0,7 para sistemas compostos apenas por pilares-
parede;
• a ≤ 0,6 para sistemas mistos;
• a ≤ 0,7 para sistemas compostos por apenas 
pórticos.
Análise de segunda ordem
• Método do parâmetro gz
• DM é o acréscimo de momento devido ao
deslocamento horizontal;
• M1 é o momento de primeira ordem;
• gz é o parâmetro de instabilidade, devendo ser
inferior a 1,10.
Exercício
• Aplicando a força horizontal indicada no quadro, verifique 
a distribuição dos esforços horizontais em cada uma das 
paredes representadas na figura, considerando a força 
horizontal referente ao 5º pavimento tipo. 
• Para uma ideia mais precisa dos elementos de 
fundação, calcule também o momento na base do 
edifício em função dos esforços horizontais.
Fonte: Kerst (2018).
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Exercício
• Podemos calcular segundo o método da distribuição de 
ações para contraventamentos simétricos:
• Para definir qual fundação será usada, uma das etapas é quantificar o 
momento na base da edificação gerada pelas forças horizontais;
• Como a distância entre os pavimentos é 3 metros, podemos calcular o 
momento total pela soma das parcelas de cada força horizontal.
Conceitos
Recapitulando
Recapitulando...
• Ações nas estruturas;
• Segurança nas estruturas;
• Principais sistemas estruturais;
• Distribuição de cargas verticais e horizontais em 
contraventamentos.
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