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Profª Fernanda Morais História Página 1 de 3 Lista de Exercícios Extra – 1º Reinado 1. (Uerj 2019) Quando chegar o feliz momento da abolição, não será devido nunca à inclinação sincera do povo ou do governo, a menos que venham a sofrer grande mudança. Pois quase me aventuraria a dizer que não há dez pessoas em todo o Império que considerem esse comércio um crime ou o encarem sob outro aspecto que não seja o de ganho e perda, de simples especulação mercantil, que deve continuar ou cessar conforme for vantajoso ou não. Acostumados a não fazer nada, os brasileiros em geral estão convencidos de que os escravos são necessários como animais de carga, sem os quais os brancos não poderiam viver. HENRY CHAMBERLAIN, agente diplomático britânico, em 31/12/1823. Adaptado de SOUSA, O. T. Fatos e personagens em torno de um regime. Rio de Janeiro: José Olympio, 1960. Após a emancipação política do Império do Brasil, o debate sobre o fim do tráfico intercontinental de escravos e da escravidão esteve em pauta, como abordado por Henry Chamberlain em 1823. Naquele contexto, de acordo com o diplomata britânico, as resistências à abolição do tráfico e da escravidão estavam associadas à conjuntura de: a) desqualificação do trabalho braçal b) vigência da sociedade burguesa c) instabilidade do regime jurídico d) decadência da estrutura agrária 2. (Ufu 2018) A história brasileira é repleta de eventos em que determinados grupos promoveram ações de ruptura das regras do jogo político, visando à conquista do poder, de forma que, tradicionalmente, tais ações, em muitos casos, acabaram por compor a história da nação classificadas como golpes. Em um desses eventos, o poder central determinou que o exército invadisse o plenário do congresso que estava em reunião para a elaboração da Constituição Brasileira, o que resultou na prisão de diversos deputados e na deportação de outros. Esse episódio refere-se à a) Ditadura Civil-militar. b) Declaração da Maioridade. c) Noite da Agonia. d) Proclamação da República. 3. (Mackenzie 2018) “(...). Conquistar a emancipação definitiva e real da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais foi tarefa delegada aos pósteres”. COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo; Livraria Editora Ciências Humanas, 1979. P.50. A análise acima, da historiadora Emília Viotti da Costa, refere-se à proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. A análise da autora, a respeito do fato histórico, aponta que: a) apesar dos integrantes da elite nacional terem alcançado seu objetivo: o de romper com os estatutos do plano colonial, no que diz respeito às restrições à liberdade de comércio, e à conquista da autonomia administrativa, a estrutura social do país, porém, não foi alterada. b) a independência do Brasil foi um fato isolado, no contexto americano de luta pela emancipação das metrópoles. Isso se deu porque era a única colônia de língua portuguesa, e porque adotava, como regime de trabalho, a escravidão africana. c) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o esforço no sentido de impor seus valores para Portugal, rompendo, definitivamente, os impasses econômicos impostos à Colônia pela metrópole portuguesa desde o início da colonização. d) apesar de alguns setores da elite nacional possuírem interesses semelhantes à burguesia mercantil lusitana e, portanto, afastando-se do processo emancipatório nacional, com a eminente vinda de tropas portuguesas para o país, passaram a apoiar a ideia de independência. e) assim como Portugal passava por um processo de reestruturação, após a Revolução Liberal do Porto; no Brasil, esse movimento emancipatório apenas havia começado e só fora concluído, com a subida antecipada ao trono, de D. Pedro II, em 1840. 4. (Uefs 2018) Por onde mais se distanciava a ficção parlamentar brasileira do modelo britânico era pelo fato da subida ou da queda de um ministério depender só idealmente, entre nós, de uma eventual maioria na câmara popular. (Sérgio Buarque de Holanda. “Do Império à República”. In: O Brasil monárquico, tomo II, vol 5, 1985.) Profª. Fernanda Morais História Página 2 de 3 O historiador refere-se ao regime monárquico brasileiro como “ficção parlamentar”, porque a) o ordenamento político brasileiro era sustentado pelas tradições orais. b) os ministros podiam governar sem contar com o apoio do Parlamento. c) o debate de ideias políticas no país estava interditado pelo governo imperial. d) a manutenção de grupos dirigentes submetia-se ao exercício do poder moderador. e) o poder absolutista do rei proibia a constituição de partidos políticos. 5. (Mackenzie 2018) “A cena de uma rua é, a um só tempo, a mesma de todo o quarteirão. Os pés de chumbo (portugueses) deixam que a cabralhada (brasileiros) se aproxime o mais possível. E inesperadamente, de todas as portas, chovem garrafas inteiras e aos pedaços sobre os invasores. O sangue espirra, testas, cabeças, canelas... Gritos, gemidos, uivos, guinchos. É inverossímil. E a raça toda, de cacete em punho, vai malhando... E os corpos a cair ensanguentados sobre os cacos navalhantes das garrafas.” (Correia, V.,1933, p. 42) O episódio, descrito acima, relata o enfrentamento entre portugueses e brasileiros, em 13/03/1831, no Rio de Janeiro, conhecido como Noite das Garrafadas. Essa manifestação assemelhava-se às lutas liberais travadas na Europa, após as decisões tomadas pelo Congresso de Viena. A respeito dessa insatisfação popular, presente tanto na Europa, após 1815, quanto nos conflitos nacionais, durante o I Reinado, é correto afirmar que a) D. Pedro II adota a mesma política praticada por monarcas europeus; quando, ao outorgar uma carta constitucional, contrariou os interesses, tanto da classe oligárquica, fiel ao trono, quanto das classes populares, as quais permaneceram sem direito ao voto. b) o governo brasileiro também se utilizou de empréstimos junto à Inglaterra, aumentando a dívida externa e fortalecendo a economia inglesa, a fim de sanar o deficit orçamentário e suprir os gastos militares em campanhas contra os levantes populares. c) D. Pedro I, buscando recuperar sua popularidade, iniciou uma série de visitas às províncias revoltosas do país, adotando a mesma estratégia diplomática que alguns regentes europeus, nessa época, praticaram, sem contudo, lograrem nenhum sucesso político. d) as guerras travadas contra o exército napoleônico, na Europa, e o envolvimento do Brasil, na Guerra da Cisplatina, provocaram, em ambos os casos, a enorme insatisfação popular e revolta, diante do elevado número de combatentes mortos. e) a retomada de políticas absolutistas, como o estabelecimento do Poder Moderador, no Brasil, dando plenos poderes a D. Pedro I e, na Europa, a dura repressão contra as ideias liberais, deflagradas pela Revolução Francesa, ocasionaram uma enorme insatisfação popular. Questões dissertativas 1. (Usf 2017) O Brasil independente nasceu em meio a uma profunda crise. Uma crise política marcada pela contestação da autoridade do imperador e por guerras de independência em várias províncias, pelos conflitos em torno da elaboração da primeira Constituição brasileira de 1824 e pelo autoritarismo de D. Pedro I. Finalmente, o imperador abdicou, em 1831. Piletti, Nelson. História do Brasil. Ática, 1996. São Paulo. p. 170 (Adaptado). A respeito do assunto proposto no texto, a) caracterize a Constituição de 1824 em relação ao voto. b) cite duas razões que concorreram para a abdicação de D. Pedro I. 2. (Unicamp 2015) Com a partida de D. João VI, permaneceu como regente do reino do Brasil o príncipe herdeiro. Contrário à ideia de submissãodo monarca a uma assembleia, que ele considerava despótica, mas incapaz de deter o rumo dos acontecimentos, D. Pedro habilmente se aproximou de uma facção da elite brasileira, a dos luso- brasileiros. Adaptado de Guilherme Pereira das Neves, “Del Imperio lusobrasileño al imperio del Brasil (1789-1822)”, em François-Xavier Guerra (org.), Inventando la nación. México: FCE, 2003, p. 249. Considerando os processos de independência no continente americano, a) apresente duas diferenças importantes entre o processo de independência no mundo colonial espanhol e o processo de independência do Brasil. b) explique a importância dos luso-brasileiros no governo de D. Pedro I e por que eles foram a causa de diversos conflitos no período. Profª. Fernanda Morais História Página 3 de 3 3. (Ufu 2015) Você sabe o quanto eu, sinceramente, detesto o tráfico de escravos, o quanto acredito ser ele prejudicial ao país, o quanto desejo sua total cessão, embora isso não possa ser feito imediatamente. As pessoas não estão preparadas para isso, e até que seja feito, colocaria em risco a existência do governo, se tentarmos fazê-lo repentinamente. Correspondência de José Bonifácio ao enviado britânico Henry Chamberlain, 1823. Citada em: MAXWELL, Kenneth. Por que o Brasil foi diferente? O contexto da independência. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias. São Paulo: Editora Senac, 2000, p.192 (adaptado) A emancipação política do Brasil não significou uma ruptura total com a ordem socioeconômica anterior, o que pode ser demonstrado pela permanência da escravidão. A respeito da questão escravista no I Reinado: a) Apresente duas razões pelas quais, de acordo com José Bonifácio, o fim do tráfico de escravos ameaçaria a própria existência do governo. b) Caracterize a política inglesa em relação ao tráfico de escravos no Brasil. 4. (Ufg 2014) Analise as imagens a seguir. As duas pinturas representam a Proclamação da Independência do Brasil (1822) e a figura de D. Pedro I. Com base na análise comparativa das imagens, a) explique as diferenças de sentido nas representações das imagens do príncipe D. Pedro I, da guarda real e do povo, em cada uma das pinturas. b) descreva um elemento comum a ambas as pinturas que corrobora uma mesma concepção de história e explique que concepção de história é essa. __________________________________________ Gabarito: 1. A) 2. C) 3. A) 4. D) 5. E)
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