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09 30 (Lista de Exercícios - Textos Modernistas)

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Questões resolvidas

a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre das avaliações contrastantes sobre quem é visto. Justifique essa afirmação com base em cada um dos textos.

b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de uma mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e justifique sua resposta.

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Questões resolvidas

a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre das avaliações contrastantes sobre quem é visto. Justifique essa afirmação com base em cada um dos textos.

b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de uma mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e justifique sua resposta.

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Profª. Natália 
Interpretação de Texto 
 
Página 1 de 3 
LISTA DE EXERCÍCIOS - INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
TEXTOS MODERNISTAS 
 
1. (FUVEST 2019) Leia os textos. 
 
– Eu acho que nós, bois, – Dançador diz, com baba – 
assim como os cachorros, as pedras, as árvores, somos 
pessoas soltas, com beiradas, começo e fim. O homem, 
não: o homem pode se ajuntar com as coisas, se encostar 
nelas, crescer, mudar de forma e de jeito… O homem tem 
partes mágicas… São as mãos… Eu sei… 
 
João Guimarães Rosa, “Conversa de bois”. Sagarana. 
 
Um boi vê os homens 
 
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm 
e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos 
de alguma coisa. Certamente falta-lhes 
não sei que atributo essencial, posto se apresentem 
nobres 
e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves, 
até sinistros. Coitados, dir-se-ia não escutam 
nem o canto do ar nem os segredos do feno, 
como também parecem não enxergar o que é visível 
e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes 
e no rasto da tristeza chegam à crueldade. 
(...) 
 
Carlos Drummond de Andrade, “Um boi vê os homens”. Claro enigma. 
 
a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre 
das avaliações contrastantes sobre quem é visto. 
Justifique essa afirmação com base em cada um dos 
textos. 
 
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de 
uma mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e 
justifique sua resposta. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para 
responder à(s) questão(ões) a seguir. 
 
Poema tirado de uma notícia de jornal 
 
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no 
morro da Babilônia num barracão sem número. 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu 
afogado. 
 
(Libertinagem & Estrela da manhã, 1993.) 
 
2. (UNESP 2019) 
 
 a) De que modo o fato de morar “num barracão sem 
número” contribui para a caracterização de João 
Gostoso? 
 
b) Cite dois elementos da linguagem jornalística presentes 
no poema. 
 
 
 
3. (UNESP 2019) 
 
 a) Cite uma característica distintiva da poesia lírica que 
não se encontra nesse poema. 
 
b) Cite três elementos que evidenciam o caráter narrativo 
desse poema. 
 
4. (UNICAMP 2017) Leia o seguinte trecho do conto 
“Amor”, de Clarice Lispector. 
 
Então ela viu: o cego mascava chicles... Um homem cego 
mascava chicles. 
Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que os 
irmãos viriam jantar – o coração batia-lhe violento, 
espaçado. Inclinada, olhava o cego profundamente, como 
se olha o que não nos vê. Ele mastigava goma na 
escuridão. Sem sofrimento, com os olhos abertos. O 
movimento de mastigação fazia-o parecer sorrir e de 
repente deixar de sorrir, sorrir e deixar de sorrir – como se 
ele a tivesse insultado, Ana olhava-o. E quem a visse teria 
a impressão de uma mulher com ódio. 
 
Clarice Lispector, Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 21-22. 
 
a) Em textos de Clarice Lispector, é comum que um 
acontecimento banal se transforme em um momento 
perturbador na vida das personagens. Considerando o 
contexto do conto “Amor”, indique que tipo de 
inquietações o acontecimento narrado acima acarreta 
na vida da personagem. 
 
b) A frase “olhava o cego profundamente, como se olha o 
que não nos vê” sugere uma maneira pouco comum de 
olhar para as coisas. Explique o sentido que tem esse 
olhar profundo, a partir dali, na caracterização da 
personagem Ana. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. 
 
Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava 
sentar-se na frente de sua casa para pensar no passado. 
E no pensamento como que ouvia o vento de outros 
tempos e sentia o tempo passar, escutava vozes, via 
caras e lembrava-se de coisas... O ano de 81 trouxera um 
acontecimento triste para o velho Maneco: Horácio deixara 
a fazenda, a contragosto do pai, e fora para o Rio Pardo, 
onde se casara com a filha dum tanoeiro e se 
estabelecera com uma pequena venda. Em compensação 
nesse mesmo ano Antônio casou-se com Eulália Moura, 
filha dum colono açoriano dos arredores do Rio Pardo, e 
trouxe a mulher para a estância, indo ambos viver num 
puxado que tinham feito no rancho. 
Em 85 uma nuvem de gafanhotos desceu sobre a 
lavoura deitando a perder toda a colheita. Em 86, quando 
Pedrinho se aproximava dos oito anos, uma peste atacou 
o gado e um raio matou um dos escravos. 
Foi em 86 mesmo ou no ano seguinte que nasceu 
Rosa, a primeira filha de Antônio e Eulália? Bom. A 
verdade era que a criança tinha nascido pouco mais de 
um ano após o casamento. Dona Henriqueta cortara-lhe o 
cordão umbilical com a mesma tesoura de podar com que 
 
Profª. Natália 
Interpretação de Texto 
 
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separara Pedrinho da mãe. 
E era assim que o tempo se arrastava, o sol 
nascia e se sumia, a lua passava por todas as fases, as 
estações iam e vinham, deixando sua marca nas árvores, 
na terra, nas coisas e nas pessoas. 
E havia períodos em que Ana perdia a conta dos 
dias. Mas entre as cenas que nunca mais lhe saíram da 
memória estavam as da tarde em que dona Henriqueta 
fora para a cama com uma dor aguda no lado direito, 
ficara se retorcendo durante horas, vomitando tudo o que 
engolia, gemendo e suando de frio. 
 
Érico Veríssimo. O tempo e o Vento, “O Continente”, 1956. 
 
5. (FGV 2017) No primeiro parágrafo do texto, o narrador 
afirma que Ana Terra “... sentia o tempo passar, escutava 
vozes, via caras e lembrava-se de coisas...” 
 
a) Como se organiza no texto a ideia de passagem do 
tempo? Como isso está relacionado à percepção que a 
personagem tem da sua vida? 
 
b) Há duas perspectivas temporais bastante marcadas no 
texto, com o emprego de verbos no pretérito imperfeito 
e no pretérito mais-que-perfeito. Explique a relação de 
sentido que há entre elas no texto. 
 
6. (PUCRJ 2016) São Paulo, 15 de novembro de 1923 – 
Viva a República! 
 
Tarsila, minha querida amiga: 
 
Cuidado! fortifiquem-se bem de teorias e 
desculpas e coisas vistas em Paris. Quando vocês aqui 
chegarem, temos briga, na certa. Desde já, desafio vocês 
todos juntos, Tarsila, Oswald, Sérgio para uma discussão 
formidável. Vocês foram a Paris como burgueses. Estão 
épatés*. E se fizeram futuristas! hi! hi! hi! Choro de inveja. 
Mas é verdade que considero vocês todos uns caipiras em 
Paris. Vocês se parisianizaram na epiderme. Isso é 
horrível! Tarsila, Tarsila, volta para dentro de si mesma. 
Abandona o Gris e o Lhote, empresários de criticismos 
decrépitos e de estesias decadentes! Abandona Paris! 
Tarsila! Tarsila! Vem para a mata-virgem, onde não há 
arte negra, onde não há também arroios gentis. Há MATA 
VIRGEM. Criei o matavirgismo. Sou matavirgista. Disso é 
que o mundo, a arte, o Brasil e minha queridíssima Tarsila 
precisam. 
Se vocês tiverem coragem venham para cá, 
aceitem meu desafio. 
E como será lindo ver na moldura verde da mata a 
figura linda, renascente de Tarsila Amaral. Chegarei 
silencioso, confiante e te beijarei as mãos divinas. 
 
Com abraço muito amigo do Mário. 
 
* Épatés – palavra do francês que significa deslumbrados. 
 
AMARAL, Aracy (org.). Correspondência Mário de Andrade & Tarsila do 
Amaral. São Paulo: Editora da USP/IEB, 2001, pp. 78-80. 
 
a) A carta escrita por Mário de Andrade a Tarsila do 
Amaral aborda importantes questões que fomentaram o 
debate político e estético entre os artistas da primeira 
geração modernista no Brasil. Indique dois aspectos 
presentes no texto que reiteram o que foi afirmado 
acima. 
b) Determine dois procedimentos linguísticos, 
comprovados com exemplos retirados da carta, que 
evidenciam o espírito iconoclasta do modernismo 
brasileiro. 
 
7. (UNICAMP 2015) Leia os excertos a seguir. 
 
Um dia... Sim, quando as secas desaparecessem e tudo 
andasse direito... Seria que as secas iriam desaparecer e 
tudo andar certo? Não sabia. 
 
RAMOS, Graciliano, Vidas secas.118ª ed., Rio de Janeiro: Record, 
2012, p. 25. 
 
Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia defender-
se, botar as coisas nos seus lugares. O demônio daquela 
história entrava-lhe na cabeça e saía. Era para um cristão 
endoidecer. Se lhe tivessem dado ensino, encontraria 
meio de entendê-la. Impossível, só sabia lidar com bichos. 
 
RAMOS, Graciliano, Vidas secas. 118ª ed., Rio de Janeiro: Record, 
2012, p. 35. 
 
a) Nos excertos citados, a seca e a falta de educação 
formal afetam a existência das personagens. Levando 
em conta o caráter crítico e político do romance, 
relacione o problema da seca com a questão da 
escolarização no que diz respeito à personagem 
Fabiano. 
 
b) “Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia 
defender-se, botar as coisas nos seus lugares.” 
Descreva uma passagem do romance em que, por não 
saber ler e escrever, Fabiano é prejudicado e não 
consegue se defender. 
 
8. (UFMG 2012) Leia estes trechos: 
 
TRECHO 1 
 
O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e 
restaurar na velhice a adolescência. 
Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que 
fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se 
só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se 
mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu 
mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal 
comparando, semelhante à pintura que se põe tia barba e 
nos cabelos, e que apenas conserva 
o hábito eterno, como se diz nas autopsias; o interno não 
aguenta tinta. 
 
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São Paulo: Globo, 1997. p. 3. 
 
TRECHO 2 
 
Desse antigo verão que me alterou a vida restam ligeiros 
traços apenas. E nem deles posso afirmar que 
efetivamente me recorde. O hábito me leva a criar um 
ambiente, imaginar fatos a que atribuo realidade. 
 
RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record. 1984. p. 26. 
 
A partir da leitura desses trechos, explique como, em cada 
uma das obras referidas, o narrador aborda as 
possibilidades de a escrita reconstituir o passado. 
 
 
Profª. Natália 
Interpretação de Texto 
 
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9. (UFU 2007) Leia os textos a seguir. 
 
 TEXTO A 
 
"Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia 
uma filha de um não-sei-o-quê com ar de se desculpar por 
ocupar espaço. No espelho distraidamente examinou de 
perto as manchas no rosto. Em Alagoas chamavam-se 
'panos', diziam que vinham do fígado. Disfarçava os panos 
com grossa camada de pó branco e se ficava meio caiada 
era melhor que o pardacento. Ela toda era um pouco 
encardida pois raramente se lavava. De dia usava saia e 
blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de 
quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era 
murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, 
pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente, 
embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve 
brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para 
ela na rua, ela era café frio. [...] Só eu a amo." 
 
 Clarice Lispector. "A hora da estrela". 
 TEXTO B 
 
"Uma nordestina 
Ela é uma pessoa 
no mundo nascida. 
Como toda pessoa 
é dona da vida. 
 
Não importa a roupa 
de que está vestida. 
Não importa a alma 
aberta em ferida. 
Ela é uma pessoa 
e nada a fará 
desistir da vida. 
Nem o sol de inferno 
a terra ressequida 
a falta de amor 
a falta de comida. 
É mulher é mãe: 
rainha da vida. 
 
De pés na poeira 
de trapos vestida 
é uma rainha 
e parece mendiga: 
a pedir esmolas 
a fome a obriga. 
 
Algo está errado 
nesta nossa vida: 
ela é uma rainha 
e não há quem diga." 
 
 Ferreira Gullar. "Melhores poemas". 
a) Cite dois elementos constitutivos do poema que 
contribuem para acentuar o seu caráter de apelo 
"popular". 
b) Compare os textos e discorra sobre a descrição da 
nordestina, considerando: 
- as perspectivas diferentes do narrador e sujeito lírico. 
- os aspectos convergentes das opiniões do narrador e 
sujeito lírico. 
 
10. (UNIFESP 2011) Leia o texto. 
 
 Quando chega o dia da casa cair – que, com ou 
sem terremotos, é um dia de chegada infalível, – o dono 
pode estar: de dentro, ou de fora. É melhor de fora. E é a 
só coisa que um qualquer-um está no poder de fazer. 
Mesmo estando de dentro, mais vale todo vestido e perto 
da porta da rua. Mas, Nhô Augusto, não: estava deitado 
na cama – o pior lugar que há para se receber uma 
surpresa má. 
 E o camarada Quim sabia disso, tanto que foi se 
encostando de medo que ele entrou. Tinha poeira até na 
boca. Tossiu. 
 – Levanta e veste a roupa, meu patrão Nhô 
Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, pr’a lhe 
contar. 
 E tremeu mais, porque Nhô Augusto se erguia de 
um pulo e num átimo se vestia. Só depois de meter na 
cintura o revólver, foi que interpelou, dente em dente: 
 – Fala tudo! 
 Quim Recadeiro gaguejou suas palavras poucas, 
e ainda pôde acrescentar: 
 – ... Eu podia ter arresistido, mas era negócio de 
honra, com sangue só p’ra o dono, e pensei que o senhor 
podia não gostar... 
 – Fez na regra, e feito! Chama os meus homens! 
 Dali a pouco, porém, tornava o Quim, com nova 
desolação: os bate-paus não vinham... Não queriam ficar 
mais com Nhô Augusto... 
 O Major Consilva tinha ajustado, um e mais um, os 
quatro, para seus capangas, pagando bem. Não vinham, 
mesmo. O mais merecido, o cabeça, até mandara dizer, 
faltando ao respeito: – Fala com Nhô Augusto que sol de 
cima é dinheiro!... P’ra ele pagar o que está nos devendo... 
E é mandar por portador calado, que nós não podemos 
escutar prosa de outro, que seu major disse que não quer. 
 – Cachorrada!... Só de pique... Onde é que eles 
estão? 
 – Indo de mudados, p’ra a chácara do Major... 
 – Major de borra! Só de pique, porque era inimigo 
do meu pai!... Vou lá! 
 
(João Guimarães Rosa. A hora e vez de Augusto Matraga.) 
 
a) No sertão de Guimarães Rosa, frequentemente faz-se 
referência a aspectos de um código de ética, de caráter 
tradicional, que rege a vida das personagens. 
Transcreva as duas falas do diálogo em que se 
menciona uma situação em que esse código não é 
quebrado. 
 
b) Indique duas palavras ou expressões presentes nos 
diálogos entre as personagens que não correspondem à 
norma-padrão da língua. Compare o modo como o autor 
emprega a língua nos diálogos e no discurso do 
narrador, explicando as diferenças entre os dois usos.

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