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Profª Fernanda Morais História Profª Fernanda Morais História Página 1 de 3 Lista extra – Crise de 1929. 1. (Usf 2017) Vários foram os fatores geradores da crise norte-americana de 1929 que, em pouco tempo, atingiu o mundo capitalista. O Brasil também não escapou dos efeitos desse desastre econômico. Dentre os fatores que contribuíram para a eclosão dessa crise nos Estados Unidos, destaca-se a) a superprodução agrícola aliada à diminuição das importações europeias após a Primeira Guerra Mundial. b) o aumento do consumo interno, devido à política governamental norte-americana de incremento dos salários, e pelo fato de as indústrias não conseguirem abastecer o mercado. c) a Primeira Guerra Mundial, que dificultou as exportações e importações de produtos industrializados e de matéria-prima, prejudicando o mercado norte-americano. d) a Revolução Russa, que despertou na classe operária o desejo pela busca de direitos, provocando greves na maioria das indústrias norte-americanas, comprometendo a produção. e) o incremento das importações pelos norte-americanos, desestabilizando a economia e desvalorizando os produtos nacionais, que deixaram de ser competitivos. 2. (Enem PPL 2017) Mas a Primeira Guerra Mundial foi seguida por um tipo de colapso verdadeiramente mundial, sentido pelo menos em todos os lugares em que homens e mulheres se envolviam ou faziam uso de transações impessoais de mercado. Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe de serem um porto seguro das convulsões de continentes menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que foi o maior terremoto global medido na escala Richter dos historiadores econômicos – a Grande Depressão do entreguerras. HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Cia. das Letras, 1995. A Grande Depressão econômica que se abateu nos EUA e se alastrou pelo mundo capitalista deveu-se ao(à) a) produção industrial norte-americana, ocasionada por uma falsa perspectiva de crescimento econômico pós- Primeira Guerra Mundial. b) vitória alemã na Primeira Grande Guerra e, consequentemente, sua capacidade de competição econômica com os empresários norte-americanos. c) desencadeamento da Revolução Russa de 1917 e a formação de um novo bloco econômico, capaz de competir com a economia capitalista. d) Guerra Fria, que caracterizou o período de entreguerras, provocando insegurança e crises econômicas no mundo. e) tomada de medidas econômicas pelo presidente norte- americano Roosevelt, conhecidas como New Deal, que levaram à crise econômica no mundo. 3. (Enem 2017) O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante – pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego. CROUZET, M. Os Estados perante a crise, In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1977 (adaptado). Tendo como referência os condicionantes históricos do entreguerras, as medidas governamentais descritas objetivavam a) flexibilizar as regras do mercado financeiro. b) fortalecer o sistema de tributação regressiva. c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia. d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical. e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Não há dúvida de que a Semana havia sido concebida pelos seus idealizadores para causar furor, marcar uma data, gerar atritos e instaurar-se como marco simbólico de uma transformação. Sem reações de desagrado, sem polêmica e sem vaias, o plano corria o risco de naufragar. A imprensa, aliás, já tocara na ferida, na cobertura da primeira noite, ao notar que a expectativa hostil do público se transformara em aplausos – o oposto do que se esperava de um acontecimento futurista (...). GONÇALVES, Marco Augusto. 1922. A semana que não terminou. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 299. 4. (Puccamp 2017) Na América Latina, a grande imprensa, bem como outros veículos de massas, participou de campanhas e programas que buscavam valorizar a imagem dos Estados Unidos no continente. Isso foi notório durante a a) Política da Boa Vizinhança, lançada com o objetivo de favorecer a recuperação dos EUA em relação aos efeitos da crise de 1929 por meio de acordos internacionais para obtenção de matéria-prima, e por meio de ações diversas de cooperação. b) Operação Condor, uma articulação dos movimentos de oposição aos regimes militares latino-americanos que contou com apoio dos Estados Unidos a fim de condenar os governos autoritários e defender a democracia. c) Aliança para o Progresso, logo após a II Guerra, quando o governo dos EUA instalou em vários países latino-americanos sucursais do Office of the Coordinator Inter-American Affairs, agência encarregada de promover programas de cooperação econômica e cultural. Profª Fernanda Morais História Profª Fernanda Morais História Página 2 de 3 d) Operação Brother Sam, ação das Forças Armadas norte-americanas no litoral brasileiro para garantir a posse de João Goulart, quando houve a renúncia do presidente Jânio Quadros. e) Operação Pan-Americana (OPA), implementada pelo presidente John Kennedy para deter o avanço do “perigo vermelho” e a luta armada na América Latina, após a revolução em Cuba ter optado pelo regime socialista, em 1959. 5. (Ifsul 2015) Tradução livre: Se o que aconteceu anteriormente tivesse sido condenado, nós poderíamos ter prevenido o que se seguiu. Esse não foi o único caso da História incapaz de servir de alerta para a sucessão de eventos que se seguiram. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/04/150423_armenia_le mbranca_massacre_pai?ocid=socialflow_facebook. Acesso em: 26/04/2015. Como exemplo dessa realidade, é correto afirmar que a) a crise econômica de 1929, foi antecedida de diversas crises ao longo das primeiras duas décadas do século XX que foram encaradas pelos economistas como acertos necessários para fortalecer a economia capitalista-liberal. b) Revolução Russa de 1917, responsável pela implantação do socialismo no país, já tinha sido antecedida por diversas manifestações populares de oposição ao czarismo autoritário do país, como a Guerra Civil de 1905, liderada por Rasputin, revolucionário ligado ao anarquismo e defensor das ideias de Lênin. c) a Revolução Francesa de 1789, longe de ser inédita, já tinha sido anunciada pela tomada do poder do país por Louis Blanc e seus revolucionários, e pela jornada dos três dias gloriosos, curtos em sua duração, mas evidentes em denunciar o desgaste do governo absolutista dos reis Bourbon. d) a independência dos Estados Unidos em 1776, longe de ser original, foi o ponto final de diversos movimentos emancipatórios ocorridos no continente americano, iniciados pelas lutas no Haiti e que tiveram, em Simon Bolívar, inspirador maior e conselheiro dos estadunidenses. 6. (Fgv 2015) Esses anos [pós-guerra] também foram notáveis sob outro aspecto, pois à medida que o tempo passava, tornava-se evidente que aquela prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição. (J. K. Galbraith, Dias de boom e de desastre In J. M. Roberts (org), História do século XX, 1974, p. 1331) Segundo Galbraith, a) a crise do capitalismo norte-americano em 1929 não abalou os seus fundamentos porque foi gerada por ele mesmo, isto é, o funcionamento da economia provocou a superproduçãoagrícola e industrial, a especulação na bolsa de valores, e a expansão do crédito, o que garantiu os lucros aos empresários, diminuindo a desigual distribuição de renda com o recuo do desemprego. b) a época referida no texto diz respeito à crise dos anos 1950, pós-Segunda Guerra, portanto externa ao capitalismo dos Estados Unidos, uma vez que os Estados europeus, endividados e destruídos, continuaram a contrair empréstimos e a comprar produtos norte-americanos, e os empresários, internamente, especularam na bolsa de valores, para minimizar os efeitos do desemprego. c) nos fins dos anos 1920, com a economia desorganizada pela Primeira Guerra Mundial, o capitalismo norte-americano cresceu rumo à superprodução, com investimentos na indústria, à restrição ao crédito e ao controle da especulação na bolsa de valores, pois a crise foi motivada apenas por motivos internos, o que facilitou a intervenção do Estado. d) a crise de 1929 foi gerada pelo próprio funcionamento do capitalismo nos Estados Unidos dos anos 1920, em um clima de euforia com o aumento da produção, a especulação na bolsa de valores, a concentração de renda e o crédito fácil, sem intervenção do Estado, apesar da diminuição das importações europeias e dos crescentes índices de desemprego. e) a crise dos anos pós-Segunda Guerra Mundial mostrou a importância da ação do Estado, na medida em que a intervenção reduziu os desequilíbrios causados pelo próprio funcionamento da economia norte-americana, isto é, preservou o lucro dos empresários, baixou os índices da produção agrícola e industrial, e controlou os altos níveis do desemprego. Dissertativas: 1. (Unesp 2019) No livro The Moral Consequences of Economic Growth, Benjamin Friedman, professor de economia política [da Universidade] de Harvard, parte de vasta evidência histórica para defender que o crescimento econômico não é um facilitador apenas de melhorias materiais, mas também da liberdade, da tolerância, da justiça e da democracia. [...] Nos anos 1930, os Estados Unidos conseguiram fortalecer os valores democráticos em meio à Grande Depressão. O autor atribui essa sorte ao New Deal do presidente Roosevelt, que qualifica como uma tentativa de “disseminar a oportunidade econômica o mais amplamente possível”. Considera que [...] o caminho escolhido foi “deliberadamente pluralista e inclusivo”, com o objetivo não somente de restaurar a prosperidade Profª Fernanda Morais História Profª Fernanda Morais História Página 3 de 3 econômica, mas de criar maior igualdade de oportunidades. (Laura Carvalho. Valsa brasileira: do boom ao caos econômico, 2018.) a) Indique duas características do New Deal. b) Identifique e explique a ideia central do primeiro parágrafo do texto. 2. (Unicamp 2015) Observe o gráfico e responda às questões. a) Qual a relação existente entre as duas linhas apresentadas no gráfico? b) Apresente dois motivos para a crise financeira de 1929. 3. (Pucrj 2013) “O que aconteceu, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial [...] o resultado foi superprodução e especulação. Isso por sua vez provocou o colapso [do sistema econômico mundial]” (HOBSBAWM, E. A era dos extremos) O trecho acima se refere à crise econômica ocorrida em 1929. Considerando a avaliação apresentada, faça o que se pede. a) Caracterize duas medidas tomadas pelo governo americano no combate à crise. b) Explique como a crise mundial afetou a economia brasileira. Gabarito: 1: [A] 2: [A] 3: [E] 4: [A] 5: [A] 6: [D]