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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 1 UNESP Exasiu Prof. Marco Túlio Aula 01 – Civilizações da Antiguidade Clássica A civilização grega. O império macedônico. A civilização romana. estretegiavestibulares.com.br vestibulares.estrategia.com EXTENSIVO 2024 Exasi u t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 2 SUMÁRIO 1. O QUE É ANTIGUIDADE CLÁSSICA? 4 2. CIVILIZAÇÃO GREGA 5 2.1. OS PERÍODOS MICÊNICO (1650 A.C. A 1150 A.C.) E HOMÉRICO (1150 A 800 A.C.) 5 2.2. PERÍODO ARCAICO (800 A.C. A 500 A.C.) 7 2.3. O PERÍODO CLÁSSICO (500 A.C. A 338 A.C.) 12 As guerras do período clássico 14 A religião e o pensamento filosófico 14 2.4. O PERÍODO HELENÍSTICO (338 A.C. A 146 A.C.) 15 A Cultura Helenística 16 2.5. O LEGADO CULTURAL DOS GREGOS 16 3. CIVILIZAÇÃO ROMANA 20 3.1. MONARQUIA (753-509 A.C.) 21 3.2. A REPÚBLICA ROMANA (509-27 A.C.) 22 3.3. O IMPÉRIO ROMANO (27 A.C. A 395 D.C.) 28 4. LISTA DE QUESTÕES 35 4.1. UNESP 35 4.2. VESTIBULARES 48 4.3. INÉDITAS 70 5. GABARITO 80 5.1. UNESP 80 5.2. VESTIBULARES 80 5.3. INÉDITAS 80 6. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 81 6.1. UNESP 81 6.2. VESTIBULARES 108 6.3. INÉDITAS 146 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 162 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 3 8. REFERÊNCIAS 163 9. VERSÕES DAS AULAS 163 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 4 1. O QUE É ANTIGUIDADE CLÁSSICA? Nesta unidade iremos estudar Grécia e Roma, importantes sociedades da Antiguidade Clássica e que sempre caem no vestibular. No dia a dia é muito comum utilizarmos o termo clássico para falar de produções que consideramos de grande importância para a humanidade: quando o assunto é cinema, por exemplo, existem filmes tidos como fundamentais para os amantes das telonas, como E o Vento Levou (1939) e O Poderoso Chefão (1972); enquanto na literatura obras como Dom Quixote e A Divina Comédia são consideradas essenciais por leitores do mundo todo. Mesmo no rock n’roll existem aquelas bandas rotuladas como clássicas pelo seu caráter transgressor, como Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin. Repare que todos os filmes, livros e bandas citados aqui são tidos como marcos da cultura ocidental, da qual nós, brasileiros, também fazemos parte. Muito mais que ocupar uma posição geográfica no mundo, ser ocidental significa compartilhar valores, crenças, experiências e visões de mundo com outros países que também são categorizados dessa maneira. Na História, quando falamos de Antiguidade Clássica, tomamos Grécia e Roma como pilares dessa cultura ocidental, afinal tratam-se de duas sociedades que nos legaram vários elementos que julgamos fundamentais, como a democracia, a filosofia, a república, a cidadania e o Direito, além de promoverem importantes contribuições em campos como a geometria, teatro, astronomia, arquitetura, literatura e medicina. Além disso, você já pode ter se deparado com o nome de várias divindades da mitologia greco-romana que deram o nome aos corpos que orbitam em torno do Sol, como Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter (em grego, Hermes, Afrodite, Ares e Zeus). Figura 1 - O Partenon, o mais conhecido templo da civilização grega e construído no século V a. C. Deu para perceber a importância de se estudar este rico período da história humana, não é verdade? Então vamos começar pela Grécia Antiga, mais especificamente pelo seu território e os períodos que dividem sua história. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 5 2. CIVILIZAÇÃO GREGA O tamanho atual do país denominado Grécia é bastante distinto do que os gregos antigos concebiam como seu território. Para eles, gregos eram aqueles que falavam a língua grega, e onde houvesse gregos, ali estava a Grécia. Em outras palavras, o mundo grego não se media por fronteiras geográficas, mas pelo alcance de seu povo e sua cultura. O surgimento da civilização grega se deu na Península Balcânica, região banhada pelos mares Mediterrâneo, Jônico e Egeu, conhecida entre os gregos pelo nome de Hélade. O relevo acidentado e montanhoso dificultou a comunicação entre habitantes de regiões distintas, ao passo que o solo pouco fértil e o clima de longas secas fizeram com que muitos grupos humanos se lançassem ao mar em busca de terras produtivas. Mesmo antes da chegada dos gregos a região da Hélade já era ocupada há pelo menos desde 4500 a.C., sendo ali desenvolvidas monarquias de economia agrícola e pastoril e com grande influência cultural do Oriente Próximo1. Na ilha de Creta, uma poderosa talassocracia2 se formou ao longo deste período, que adotava a escrita hieroglífica devido aos contatos estabelecidos com o Egito. Os reis de Creta, chamados de minos, ergueram palácios esplendorosos durante o auge da civilização cretense, cujas ruínas impressionariam os gregos nos séculos seguintes. Em aproximadamente 1400 a.C., os cretenses foram dominados pelos aqueus, povo indo-europeu3 que se instala na região e dá início à formação da civilização micênica. Apesar da destruição de Creta, seu legado cultural não foi apagado pelos aqueus, que mantiveram seu sistema de escrita. Alguns historiadores consideram a existência de uma civilização creto-micênica, formada a partir da fusão de ambas e influenciadora da formação da civilização grega. 2.1. Os períodos micênico (1650 a.C. a 1150 a.C.) e homérico (1150 a 800 a.C.) A consolidação da civilização micênica, por volta do século XVII a.C., é considerada marco inicial da história da Grécia Antiga, conhecida na época como Hélade. Os gregos de origem aqueia formaram uma série de reinos independentes e fortemente militarizados, comandados por cidades cercadas por grandes muralhas ou palácios fortificados. Micenas foi a mais influente dessas cidades, e por isso é a que dá origem ao nome desta civilização. A necessidade de terras férteis levou os micênicos a expandirem seus domínios ao longo da península e para além-mar, promovendo diversos conflitos com outros povos que serviram de inspiração para outra lenda grega, a Guerra de Tróia. Essa expansão só foi possível graças a centralização do poder em torno dos palácios, que tinham funções religiosa, política, militar, administrativa e econômica. Os reis contavam com uma extensa estrutura de funcionários, os escribas, que permitiam o forte controle do Estado sob um extenso território. Contudo, por volta do século XI a.C., a civilização micênica entrou progressivamente em decadência, provavelmente motivada pela invasão dos dórios. Os luxuosos palácios foram abandonados, e os outros 1 Região asiática próxima ao Mar Mediterrrâneo, que atualmente abrange os atuais Síria, Líbano, Israel, Palestina e Iraque. 2 Estado ou outra forma de governo cujo domínio é exercido sobre os mares. Em nossa última aula, vimos uma civilização oriental que também se destacou como uma talassocracia. Você se lembra qual foi? 3 Povos originados na Ásia Central. Ao final do período Neolítico, migram para regiões da Europa, Pérsia e península indiana. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 6 povos gregos – eólios, jônios e aqueus – se espalham paraoutras ilhas e a Ásia Menor4. Era o início do que os historiadores chamam de período homérico. Os dórios implantaram o sistema gentílico, baseado na coletivização do trabalho e da produção entre os membros de uma mesma comunidade, chamada de génos. Todos eles obedeciam a um páter (patriarca), liderança de uma sociedade basicamente composta por camponeses e guerreiros, com poucas hierarquias sociais – bem diferente da sociedade palaciana do período anterior. Do ponto de vista cultural, boa parte do legado micênico foi abandonado pelos dórios. O bronze, principal metal utilizado até então, entrou em desuso com a introdução da metalurgia do ferro. O período também foi marcado pelo desaparecimento da escrita, o que faz com que seja conhecido como “época das trevas” entre os estudiosos, afinal muito pouco se sabe sobre ele. Entre os poucos relatos que sobreviveram ao tempo estão os poemas Odisseia e Ilíada, ambos atribuídos a Homero, figura que atualmente muitos historiadores duvidam de sua existência. Sabe-se que estes poemas foram cantados ao longo de gerações por poetas chamados de aedos, que narravam sagas fantásticas de heróis como Aquiles e Odisseu, repletas de monstros mitológicos e deuses temperamentais. Para o historiador Jean-Pierre Vernant, o declínio da realeza palaciana no período homérico deu início a um processo de grande transformação no pensamento político dos gregos, criando as bases para o pensamento racional e o surgimento da filosofia: Quando no século XII antes de nossa era o poder micênico desaba sob o ímpeto das tribos dórias que irrompem na Grécia continental, não é uma simples dinastia a sucumbir no incêndio que assola alternadamente Pilos e Micenas, é um tipo de realeza que se encontra para sempre destruída, toda uma forma de vida social, centralizada em torno do palácio, que é definitivamente abolida, um personagem, o Rei divino, que desaparece do horizonte grego. A derrocada do sistema micênico ultrapassa largamente, em suas consequências, o domínio da história política e social. Ele repercute no próprio homem grego; modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes psicológicas. O desaparecimento do Rei pôde desde então preparar, ao termo do longo, do sombrio período de isolamento e de reconsideração dos fatos que se chama a Idade Média grega, uma dupla e sólida inovação: a instituição da Cidade, o nascimento de um pensamento racional. VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p. 10. Grifos meus. 4 Região da Anatólia que atualmente corresponde a parte da Turquia. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 7 2.2. Período arcaico (800 a.C. a 500 a.C.) Entre os séculos VIII e VI a.C. formaram-se no mundo grego diversas cidades-Estado, cada uma delas com suas próprias leis, formas de governo, costumes e divindades cultuadas. Essas cidades eram chamadas individualmente de pólis, com sua economia baseada na agricultura e criação de animais, e a maioria não apresentava grandes dimensões se comparadas aos parâmetros de hoje: seu território variava entre 1000 e 3000 km², e sua população masculina geralmente não chegava a 5 mil. Para entender melhor a relação dos habitantes com a cidade, vamos explicar passo a passo: cada indivíduo é nascido em uma família, com pai, mãe e irmãos, certo? Na Grécia Antiga, o conjunto de famílias formava uma unidade maior, chamada de clã, que se uniam devido a existência de um ancestral comum. Os clãs, por também reconhecerem entre si certo parentesco devido a algum antepassado, formavam as frátrias, e estas, pela mesma razão, constituíam as tribos da pólis. Assim sendo, cada habitante estava ligado ao seu redor por fortes laços familiares e de solidariedade em vários níveis, e aqueles que não faziam parte deles, os estrangeiros, não dispunham dos mesmos direitos que os demais. Embora apresentassem grandes variações entre si, as póleis5 gregas geralmente eram governadas por uma restrita camada da sociedade, a aristocracia detentora da maioria das terras agrícolas. A esse regime político damos o nome de oligarquia, que em grego significa “governo de poucos”. Ao final do período arcaico, mais de uma centena de cidades-Estado havia sido fundada, muitas delas resultante da expansão territorial dos gregos pelos mares Negro e Atlântico. As migrações se davam por razões diversas: escassez de terras, invasões, derrota em alguma disputa política ou mesmo pela busca de uma vida melhor. Os grupos que se instalavam em novas áreas permaneciam ligados à sua pólis de origem, formando colônias gregas ou cidades-Estado. 5 Plural de pólis, ou seja, cidades-Estado. Polis Tribos Frátrias Clãs Famílias Indivíduo t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 8 Aos poucos, naquelas cidades ligadas ao comércio marítimo verificou-se uma tendência em se formar governos democráticos, enquanto em outros lugares prevaleceram governos oligárquicos. Veremos a seguir Atenas e Esparta, principais exemplos destes dois modelos políticos. Figura 2 - Expansão grega no período arcaico. Esparta: uma cidade-Estado oligárquica e militarizada Localizada na península do Peloponeso, na região da Lacônia, a cidade-Estado de Esparta foi fundada pelos dórios no século IX a.C., que dominaram os habitantes locais e da cidade vizinha, Messênia. O solo fértil e a ausência de rios favoráveis à navegação contribuíram para que ali se estabelecesse uma sociedade voltada para a atividade agrícola, com pouca expressividade comercial. Os habitantes conquistados pelos dórios e seus descendentes foram submetidos a um regime de servidão, e passam a serem conhecidos como hilotas, que em grego significa “aprisionados”. Os esparciatas, classe composta pelos invasores dórios e seus descendentes, tomaram para si a propriedade das terras cultiváveis, obrigando os hilotas a trabalharem nelas e entregarem metade de sua produção. Entre essas duas classes sociais se situavam os periecos, categoria que reunia artesãos e comerciantes obrigados a pagar impostos para a cidade-Estado. Vale ressaltar que os hilotas não eram escravos, mas servos dos esparciatas (ou espartanos), e em diversos momentos organizaram revoltas para se livrarem de seus dominadores. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 9 Por se encontrarem em número dez vezes menor que os seus subjugados, a partir do século VI a.C. os esparciatas buscaram isolar sua cidade-Estado de elementos externos que pudessem comprometer a hierarquia social. Para isso, abriram mão de territórios de difícil administração e proibiram tanto a entrada de estrangeiros quanto a saída de seus habitantes. Também investiram em uma rígida educação para a guerra, responsável por tornar Esparta na maior potência militar do período. Não por acaso, “espartano” é um adjetivo até hoje empregado para definir alguém ou algo muito rigoroso e disciplinado. Educação espartana A preparação dos esparciatas em guerreiros começava logo após o seu nascimento. Os bebês eram avaliados pelos anciãos, que autorizavam os pais a criá-los se constatassem boa saúde – do contrário eram atirados de um penhasco! Enquanto cresciam, os jovens deveriam obedecer aos mais velhos de maneira irrestrita, e só poderiam falar com a autorização destes. Este costume espartano fez com que se espalhasse pela Grécia um ditado que dizia que “era mais fácil ouvir uma estátua falar do que um lacônico”. O próprio termo lacônico – em referênciaa região da Lacônia – tornou-se adjetivo utilizado para definir alguém que se exprime concisamente. Aos sete anos, os garotos eram tirados de suas famílias para viverem em unidades militares, e aquele que se destacava tornava-se o comandante dos demais. Eram constantemente chicoteados para aprenderem a suportar a dor, além de serem incentivados a caçar hilotas a fim de que lhes fosse desenvolvida a crueldade. Quando adquiriam mais idade, eram obrigados a andarem nus e descalços, tomar banhos frios e dormir em camas feitas de junco6. Aos 20 anos, conquistavam alguns direitos políticos, e aos 30 anos eram obrigados a se casarem. Suas obrigações militares só se encerravam quando completavam 60 anos de idade. 6 Espécie de gramínea que costuma crescer em locais alagadiços. Esparciatas Periecos Hilotas Única classe detentora de direitos políticos, descendiam dos invasores dórios e eram os proprietários das terras cultivadas pelos hilotas. Dedicavam-se às atribuições militares e políticas da pólis. Homens livres dedicados ao artesanato e atividades comerciais. Não possuíam direitos políticos e eram obrigados a pagar tributos. Servos ligados aos esparciatas, eram obrigados a cultivar suas terras e a pagar tributos. Não possuíam direitos políticos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 10 A administração de Esparta era restrita aos eupátridas, a única classe a dispor de direitos políticos. A Gerúsia (em grego, “conjunto dos mais velhos”) era um conselho composto por dois reis (diarquia) descendentes das famílias mais poderosas e mais 28 homens maiores de 60 anos, os gerontes, que ocupavam o cargo de maneira vitalícia. O órgão possuía funções legislativas e judiciárias, e seus membros eram escolhidos pela Ápela, assembleia formada por homens maiores de 30 anos. Embora esta tivesse atribuições limitadas pelos interesses dos anciões, a Ápela também era responsável pela escolha dos éforos, que exerciam o poder Executivo com mandato de um ano. Por ter uma restrita camada da sociedade participante das decisões políticas da pólis, Esparta é classificada pelos historiadores e cientistas políticos como uma oligarquia. Atenas: a construção da democracia Situada na Ática, região sudeste da península grega, Atenas foi a mais importante cidade-Estado da Grécia Antiga, sendo atualmente a capital da Grécia contemporânea. Embora ali tenha se estabelecido como uma zona de cultivo de oliva e uva, o solo era pouco fértil, o que acabou por incentivar os atenienses a desenvolverem um intenso comércio marítimo. Até o século VIII a.C., Atenas se manteve como uma monarquia hereditária fundamentada em elementos religiosos, que progressivamente deu lugar a uma aristocracia composta pelos eupátridas, os grandes proprietários daquela sociedade. Eram eles os únicos cidadãos da pólis, cuja estrutura social formava uma pirâmide similar à que se encontra abaixo. Como manteve sua autonomia durante a invasão dos dórios no período homérico, Atenas conseguiu conquistar toda a Ática ao longo dos séculos. A região prosperou economicamente ao intensificar suas relações comerciais no Mediterrâneo, em especial os comerciantes da pólis, chamados de demiurgos. Havia também os georgóis, pequenos proprietários da cidade-Estado. Ao longo do tempo, muitos acumularam empréstimos junto aos eupátridas, dando suas terras como garantia de pagamento. A incapacidade de quitar suas dívidas levou muitos deles a perder suas terras e se tornar escravos dos grandes Ápela Gerúsia ♛♛ (diarquia) + 28 gerontes Conselho de Éforos * * * * * Eupátridas Georgóis Demiurgos Metecos Escravos t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 11 proprietários. Por fim, uma outra classe existente em Atenas era a dos metecos, estrangeiros sem direitos na cidade-Estado. Diante das crises sociais internas motivadas por este cenário, Drácon foi designado pelos aristocratas de Atenas para redigir um código de leis escritas, o que permitia com que todos os habitantes da pólis tivessem acesso ao ordenamento jurídico que regia a sociedade. Contudo, os privilégios dos aristocratas mantiveram-se intactos, assim como os problemas financeiros enfrentados pelos georgóis. Seu código previa penas consideradas excessivamente rigorosas, e por isso atualmente utilizamos o termo “draconiano” com este mesmo sentido. Em 594 a.C., o poeta Sólon foi convocado para promover novas reformas. A partir da sua atividade como arconte da cidade, a sociedade ateniense deu seus primeiros passos rumo à consolidação de uma democracia. Vejamos os pontos mais importantes: - Fim da escravidão por dívidas e cancelamento das pendências financeiras dos georgóis; - Abrandamento das penas do código draconiano – até então, um simples roubo era punido com morte; - Aboliu direitos políticos por nascimento, sendo a sociedade dividida em quatro classes, a partir de sua renda anual. Aos mais ricos eram reservados os cargos públicos de destaque, mas todos os cidadãos, incluindo os mais pobres, possuíam direito à participação política; - Criou a Bulé (Conselho dos Quatrocentos), a Eclésia e o Helieu, instituições das quais falaremos mais adiante; Após a saída de Sólon do poder, Atenas passou por um período chamado de tirania, ou seja, governado por figuras que tomaram o poder pela força e desfrutavam de grande apoio da população mais pobre, uma vez que se apresentavam como defensores de seus interesses contra os patrícios. Um dos mais famosos governantes deste período foi Psístrato, responsável pela distribuição de terras de aristocratas entre os camponeses. Clístenes, que assume o poder em 510 a.C., foi o último grande reformador do período arcaico. Considerado “pai da democracia ateniense”, distribuiu o poder entre os cidadãos ao dividir os cargos da Eclésia (Assembleia) em demos, ou seja, pequenas porções territoriais de Atenas. Todo cidadão deveria participar dos rumos da cidade, e por isso eram reconhecidos como iguais perante a lei (isonomia). Para evitar o surgimento de novos tiranos, a pólis grega também adotou o conceito de ostracismo, que consistia em exilar, por dez anos, os cidadãos que fossem considerados perigosos para Atenas. Figura 3 - Sólon, legislador de Atenas. Fonte: Shutterstock. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 12 Os jogos olímpicos A cada quatro anos os gregos organizavam jogos por cinco dias em homenagem a Zeus, o mais importante deus mitologia, na cidade de Olímpia. Acreditava-se que um de seus filhos, o semi-deus Héracles, foi o criador do evento para celebrar o pai. Participavam destes eventos somente os homens gregos livres, o que excluía mulheres e escravos. Várias cidades gregas enviavam seus representantes, que participavam de provas como a corrida com armas, a luta, as corridas de cavalo e biga e o pentatlo (corrida, luta e arremessos de dardo, disco e peso). Os vencedores eram premiados com uma coroa de louros. Até 494, quando foram interrompidos, no período dos jogos olímpicos não havia conflitos entre as cidades-Estado, uma vez que ali se celebrava a aproximação dos homens com os deuses. Eles são uma cerimônia religiosa, mas que ao mesmo tempo reafirma uma identidade helênica (ou seja, grega), amparada em crenças e valores compartilhados pelos seus participantes. Em 1896, a fim de reaproximar os povos, as olimpíadas foram restituídas pelo francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin. 2.3. O período clássico (500 a.C. a 338 a.C.) O período clássico costuma ser lembrado como o apogeuda democracia ateniense, momento no qual os cidadãos participavam diretamente do governo da pólis. Assim sendo, diferentemente da nossa democracia representativa, na qual elegemos um conjunto de indivíduos que nos representam por um determinado mandato, os atenienses fundaram uma democracia direta, na qual participavam de todas as decisões políticas. Para permitir a presença de homens livres empobrecidos, o governo pagava uma indenização aos cidadãos, chamada de mistoforia. A medida foi instituída por Péricles, cujo governo também podemos destacar a construção de grandes obras públicas, como o Parthenon, e pelo envolvimento de Atenas na Guerra do Peloponeso. Mas como os cidadãos teriam tempo para decidir sobre todos os assuntos da pólis? Bem, a verdade é que esta categoria correspondia a uma pequena parcela da população: apenas homens livres, filhos de pais atenienses e maiores de 18 anos eram considerados cidadãos. Ademais, nem todos votavam: no ano de 431 a.C., cerca de 42 mil indivíduos eram considerados cidadãos em Atenas, mas o número de votantes não ultrapassava 25 mil. Não eram considerados cidadãos: Os estrangeiros (metecos), que geralmente eram comerciantes ou artesãos de Atenas, atividades geralmente desprezadas pelos cidadãos. Além dos impostos comuns a todos os habitantes da pólis, eram obrigados a pagar taxas especiais e prestarem serviço militar. Embora boa parte da riqueza de Atenas se devesse a esses indivíduos, eram tratados como pessoas “de segunda classe”, não sendo permitido a eles o casamento com mulheres atenienses. Os escravos, geralmente prisioneiros de guerra ou seus descendentes. Não eram considerados seres humanos, mas “instrumentos vivos”, utilizados em tarefas diversas no campo e no centro urbano. Podemos dizer que a escravidão sustentava a democracia ateniense, afinal ela permitia que os donos de cativos se dedicassem exclusivamente às atividades políticas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 13 As mulheres, que não participavam dos debates públicos e políticos, apenas de eventos como festas religiosas e peças de teatro. As mulheres das camadas mais altas da sociedade costumavam passar a maior parte de suas vidas confinadas no gineceu, nome dado aos aposentos femininos. As leis da pólis eram votadas na ECLÉSIA, uma assembleia que se reunia em praça pública, chamada de ágora, pelo menos dez vezes por ano, com sessões que durava o dia inteiro. Suas atividades eram norteadas por um princípio que chamamos de isegoria, ou seja, o reconhecimento de que todos os cidadãos possuíam o direito de se manifestarem e de serem ouvidos. Contudo, isso não significa que todos realmente fizessem uso da fala, que geralmente era restrita àqueles que dominavam a arte da retórica. Alguns homens livres, conhecidos como sofistas, ganhavam a vida ensinando indivíduos a desenvolverem sua capacidade de argumentação, a fim de que fossem devidamente integrados nos debates da pólis. As leis votadas na Eclésia eram preparadas pela BULÉ, um conselho composto por mais ou menos 500 membros com mandato de um ano e escolhidos por sorteio. Esta instituição possuía mais reuniões que a Eclésia, e se dedicava a analisar projetos de lei, a administração pública, assuntos diplomáticos e de natureza militar. Também havia as MAGISTRATURAS, que aplicavam as decisões da Eclésia e Bulé; a HELIEU, tribunal popular com milhares de juízes que eram sorteados anualmente; e o AREÓPAGO, conselho de nobres com cargos vitalícios que julgava alguns crimes religiosos e civis. Um dos discursos mais emblemáticos de toda a história humana certamente foi o de Péricles, durante a participação de Atenas na Guerra do Peloponeso. Confira um trecho: Nossa forma de governo não se baseia nas instituições dos povos vizinhos. Não imitamos os outros. Servimos de modelo para eles. Somos uma democracia porque a administração pública depende da maioria, e não de poucos. Nessa democracia, todos os cidadãos são iguais perante as leis para resolver os conflitos particulares. Mas quando se trata de escolher um cidadão para a vida pública, o talento e o mérito reconhecidos em cada um dão acesso aos postos mais honrosos. [...] Usamos a riqueza como um instrumento para agir, e não como motivo de orgulho e ostentação. Entre nós, a pobreza não é causa de vergonha. Vergonhoso é não fazer o possível para evitá-la. Todo o cidadão tem o direito de cuidar de sua vida particular e de seus negócios privados. Mas aquele que não manifestar interesse pela política, pela vida pública, é considerado um inútil. Em resumo, digo que nossa cidade é uma escola para toda Hélade, e cada cidadão ateniense, por suas características, mostra-se capaz de realizar as mais variadas formas de atividade. TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986, cap. 37-41, Livro II. Se atente para duas coisas: → Quais são os elementos da democracia ateniense destacados por Péricles? → Como o autor descreve Atenas para as demais pólis da Hélade? t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 14 As guerras do período clássico A prosperidade comercial de Atenas permitiu com que fosse desenvolvida uma política expansionista pelos mares Egeu e Mediterrâneo, interferindo diretamente na dinâmica de outras cidades- Estado. Entre os anos de 500 e 479 a.C., o domínio desta região foi disputado entre gregos e persas nas chamadas Guerras Médicas, que tiveram as seguintes etapas: Primeira Guerra → Após os persas dominarem a cidade grega de Mileto, muitos foram deportados para a Mesopotâmica. Dario I, rei da Pérsia, também conquistou as regiões da Trácia e a Macedônia, mas foi vencido pelos atenienses após tentar surpreendê-los desembarcando na planície de Maratona. Segunda Guerra → Décadas depois, o rei persa Xerxes I organizou um novo ataque, mas foi vencido pela Liga de Delos, uma confederação que reunia diversas cidades-Estado gregas. A Liga de Delos permaneceu mesmo após a derrota dos persas, com o intuito de proteger as cidades da Hélade contra novos ataques. Não demorou muito para que a força política e militar de Atenas, líder desta confederação, passasse a incomodar outras poleis, sobretudo quando esta utilizou o dinheiro da Liga para financiar suas próprias fortificações. Assim sendo, algumas dessas cidades formaram a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta. Em 431 a.C., após avanços de Atenas sobre territórios da cidade de Corinto, uma das cidades pertencentes a Liga do Peloponeso, pressiona Esparta a reagir, o que dá início a Guerra do Peloponeso. Na primeira fase do conflito, Atenas apostou que suas fortificações aguentariam os ataques espartanos, transferindo toda a sua população para o centro urbano. A consequência dessa concentração de pessoas foi a disseminação de uma epidemia que dizimou uma infinidade pessoas. Após dez anos de conflito, Atenas e Esparta firmaram Paz das Nícias, rompido após a tentativa ateniense de invadir a Sicília. Apoiados pelo Império Persa, Esparta conseguiu derrotar Atenas, extinguindo a Liga de Delfos e derrubando os muros desta cidade. Apesar do fim da guerra, diversos outros conflitos entre as cidades-Estado gregas contribuíram para fragilizar esta região, o que permitiu sua conquista por Filipe II, rei da Macedônia. OBS: As Guerras Médicas foram narradas pelas Histórias de Heródoto de Helicarnasso, ao passo que o general Tucídides descreveu sua experiência na Guerra do Peloponeso. A religião e o pensamento filosófico Falamos agora a pouco de Platão, um dos filósofos mais conhecidos da Grécia Antiga. Também mencionamos a mitologia grega, e sua relação com as olimpíadas. Mas como um povo que cultuava deuses e se orientava porlendas fantásticas pode ter sido também o berço da filosofia ocidental e do pensamento racional? Antes de seguirmos adiante com a nossa indagação, vale a pena dedicarmos um momento para explicar a relação dos gregos com os seus mitos. Para começar, a palavra “mito” não indica uma mentira ou fantasia, mas uma tentativa de explicar o mundo, dando sentido a ele. Assim sendo, a razão para a queda dos raios seria a ira de Zeus, enquanto a calmaria ou fúria dos mares seria o reflexo dos humores t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 15 do deus Poseidon. Uma boa colheita era permitida por Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade; enquanto Ares, deus da guerra, era invocado pelos gregos antes de enfrentarem batalhas. Embora fossem eternos, esses deuses possuíam muitas características humanas: sentiam ódio, ciúmes, paixão e admiração, entre ele e também por mortais. Suas histórias, assim como de outros seres, eram repassadas oralmente, de geração em geração, o que as fizeram ter várias versões ao longo dos séculos. A maioria desses deuses eram considerados protetores das cidades, e cerimônias públicas eram realizadas em sua homenagem. Em Atenas, por exemplo, acreditava-se que Atena, a deusa da sabedoria, teria sido sua criadora, enquanto Ares era reverenciado pelos espartanos. Assim sendo, o mito também criava um sentimento de pertencimento entre os membros da polis. Mas onde entra o surgimento do pensamento racional? Como vimos agora a pouco, durante o período arcaico os gregos se espalharam por diversos territórios, o que deu origem a diversas cidades- Estado (poleis). Ao realizar negócios com o Oriente, se depararam não somente com novos produtos, mas também técnicas e saberes desconhecidos, o que estimulou que homens como Tales de Mileto e Pitágoras buscassem caminhos alternativos para explicar a realidade. Além disso, o desaparecimento do rei do cenário grego também foi importante neste processo, afinal se antes tudo poderia ser explicado pela sua vontade, figura que era considerada dotada de poderes divinos, a partir daí os homens tiveram que tecer suas próprias explicações acerca dos fenômenos naturais e dos rumos da cidade. Assim sendo, o surgimento do pensamento racional (e filosófico) está diretamente relacionado ao surgimento da polis. 2.4. O período helenístico (338 a.C. a 146 a.C.) Na Antiguidade, a Macedônia era uma região localizada a nordeste da Grécia, de solo pouco fértil e sem saída para o mar. Em 338 a.C., enquanto se encontrava sob domínio do rei Felipe II, esta cidade- Estado conquistou a península grega na Batalha de Queroneia, marco inicial do que chamamos de período helenístico. Com isso, as cidades gregas perderiam sua autonomia política. Helenístico e helênico não são a mesma coisa! Helenístico é o período da história da Grécia que vai de 323 a.C. até 146 a.C., quando esteve sob domínio dos macedônicos. Já helênico refere-se aquilo ou aquele natural da Hélade, nome dado pelos antigos a região que hoje conhecemos como Grécia. Após o assassinato de Felipe II em 336 a.C., seu filho, Alexandre II, assume o poder do Império Macedônico. Logo o jovem se revela um grande estrategista militar, cujo professor havia sido ninguém menos que o filósofo Aristóteles, transmissor de diversos elementos da cultura helênica. Em poucos anos, seus domínios se estenderam até a Ásia Menor, onde derrotou o Império Persa, e também no Egito, que o torna seu faraó e o homenageia com a fundação de uma cidade com seu nome, Alexandria. Embora tenha formado o maior império da Antiguidade visto até então, Alexandre faleceu em 323 a.C., com apenas 33 anos de idade. A partir daí seus domínios foram divididos entre seus generais, dando origem a três dinastias: os ptolomaicos, no Egito; os selêucidas, na Ásia, e os antigônidas, na Macedônia. Pouco tempo depois, estes territórios foram conquistados por Roma. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 16 A cultura helenística A curta duração do Império Macedônico não o impediu de transmitir suas próprias contribuições culturais sobre os territórios conquistados, que em boa medida eram originados da Grécia, mas também mantinham elementos vindos do Oriente. Esta mistura de influências fez com que a cultura helenística fosse marcada por uma arte mais realista, com cenas dramáticas e violentas exprimidas na escultura, muito distintas do equilíbrio característico da arte grega no período clássico. Já na arquitetura vemos o predomínio do luxo e da monumentalidade, elementos valorizados pelo Império para explicitar sua grandiosidade. Também há neste período inovações na Matemática com Euclides, matemático grego habitante de Alexandria, na Física com Arquimedes de Siracusa e na Astronomia com Ptolomeu, cuja teoria geocentrista (ou seja, que o Sol girava em torno da Terra) foi mantida em voga até a Idade Moderna. 2.5. O legado cultural dos gregos Os gregos legaram diversas contribuições culturais para a posteridade, sendo possível encontrar suas influências na nossa vida política, na filosofia, no pensamento científico, nas artes e até mesmo em expressões e palavras que utilizamos. Afinal de contas, você já deve ter se deparado com expressões da mitologia grega como “presente de grego”, “voto de minerva” e “bancar o cupido”, não é verdade? Além disso, muitas palavras que utilizamos também possuem radicais gregos, como biblio, cosmo, micro, grama, entre outros. Dessa maneira, não é exagero dizer que a Grécia Antiga lançou as bases da civilização ocidental. Para compreendermos algumas de suas influências, leia o esquema abaixo: Teatro e Literatura • Autores como Ésquilo, Sófocles, Aristófanes e Eurípedes foram responsáveis pela criação de diversos gêneros teatrais, especialmente comédias e tragégias. • Os gregos se apropriaram do alfabeto fenício, incluindo nele as vogais. Filosofia e História • A Filosofia se desenvolveu por volta do século VI a.C., impulsionando o pensamento racional. Sócrates, Platão e Aristóteles foram alguns dos principais filósofos da Grécia Antiga. • Autores como Heródoto e Tucídides estabeleceram as bases para o ofício do historiador. Pensamento científico • A partir do pensamento lógico, floresceram diversos campos do conhecimento. Na Astronomia, Ptolomeu defendeu a ideia do sistema geocêntrico, ao passo que Eratóstenes, na Geografia, calculou a medida da circunferência da Terra. • Na Matemática, Euclides foi fundamental na fundação das bases da geometria, enquanto Arquimedes legou contribuições à Física ao formular leis de flutuação dos corpos e os princípios de funcionamento da alavanca e da roldana. Figura 4 - Laocoonte e seus filhos, uma das mais famosas esculturas do período helenístico. Fonte: Shutterstock. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 17 Estilos arquitetônicos da Grécia Antiga Você sabia que os gregos produziram três tipos arquitetônicos diferentes? Eles podem ser identificados através das formas e detalhes de suas colunas. Vejamos a seguir: Ordem dórica → Possui este nome em referência a tribo dos dórios, que ocupou a Grécia durante o período homérico. Suas colunas são robustas, e os seus capiteis, ou seja, suas extremidades superiores, não possuem adornos. Figura 5 - O Pathernon, templo erigido em estilo dórico. Fonte: Shutterstock. Ordem jônica → Com colunas menos maciças e fortes que a ordem dórica, seu capitel é enfeitado com volutas, ou seja, rolos em formatos de espiral. Passa a impressão de graciosidade e leveza. Figura 6- O Erecteion, templo de Atenas em homenagem aos deuses Atena e Poseidon.Fonte: Shutterstock. Ordem coríntia → Possui este nome em referência a cidade de Corinto. Acrescentou folhagens e ramos às volutas espiraladas do estilo jônico, e costuma ter ricos ornamentos em todo o edifício. Figura 7- As cariátides do templo de Erecteion. Fonte: Shutterstock. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 18 Período Micênico ou Pré-Homérico (1650 a 1150 a.C.) • Iniciado pela degradação de Creta pelos aqueus; • Civilização de caráter palaciano e militarizado. Período Homérico (1150 a 800 a.C.) • Chegada dos dórios e destruição da civilização micênica → fim da realeza palaciana; • Período de criação dos poemas A Odisséia e A Ilíada. Período Arcaico (800 a 500 a.C.) • Formação da pólis grega; • Esparta se destaca como uma oligarquia militarizada, enquanto Atenas torna-se uma democracia. Período Clássico (500 a 338 a.C.) - Apogeu da democracia ateniense; - Período em que ocorrem as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso; - Surgimento da filosofia ocidental. Período Helenístico (338 a 146 a.C.) - Dominação da Grécia pela Macedônia; - Formada uma cultura helenística, que concilia valores gregos e orientais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 19 (2016/Fuvest) O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo, uma verdadeira invenção; por ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos. Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado. De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações provocadas pelo surgimento da pólis foi a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens. b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos. c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca. d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a construção de identidades culturais. e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros. Comentários - Atenas contava com a ágora, espaço público onde se reuniam os cidadãos da Eclésia para debater os rumos da pólis. Todas as discussões ali promovidas eram norteadas pelo princípio da isegoria, ou seja, o reconhecimento de que todos os cidadãos possuíam o direito de se manifestarem e de serem ouvidos. Diante disso, vê-se a importância dada à oralidade nesta cidade, o que torna incorreta a alternativa A, e correta a alternativa E. - O surgimento da polis está diretamente relacionado ao desaparecimento da figura do monarca (basileu) no período arcaico, tornando necessário aos homens assumir a condução do destino de sua comunidade a partir da tomada de decisões coletivas nos espaços públicos. Assim sendo, as alternativas B e C estão incorretas. - Embora a forte atividade comercial de Atenas contribuísse para a presença de estrangeiros (metecos) na pólis, eram considerados cidadãos somente os homens livres e maiores de 18 anos nascidos em Atenas, o que contribuía para que estes indivíduos compartilhassem da mesma identidade cultural, marcada pelo predomínio da língua grega e a identificação com os deuses do Olimpo. Com isso, a alternativa D está incorreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 20 Gabarito: E. (2015/Enem) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado). Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias. Comentários - Como vimos ao longo da unidade, o período arcaico foi marcado pelo desaparecimento dos basileus do cenário político grego, o que já torna incorreta a alternativa A. - Embora a publicização das leis promovida pelo legislador Drácon tenha sido um importante passo para a consolidação do regime democrático posteriormente, o fragmento de texto exposto pela questão não trata deste assunto, e por isso a alternativa B está incorreta. - Ágora era o nome dado ao local de reunião onde os cidadãos de Atenas se reuniam para deliberarem sobre os rumos da pólis, e por isso a alternativa C é a correta. - O exército não era a instituição que ocupava o centro das decisões políticas de Atenas, mas sim a Eclésia. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. - Os debates da ágora eram orientados pela ideia de isegoria, ou seja, que todos os cidadãos possuíam o direito de tomarem a palavra e de serem ouvidos neste espaço. Com isso, a alternativa E está incorreta. Gabarito: C. 3. CIVILIZAÇÃO ROMANA Situada na região central da Península Itálica, Roma foi fundada, segundo a lenda, no ano de 753 a.C. Ao longo dos séculos, esta cidade se tornaria sede do maior Império da Antiguidade, o Império Romano, que no seu auge se estendia da Grã-Bretanha até o Rio Eufrates, do Mar do Norte ao Egito. Dessa forma, o termo Roma significava, ao mesmo tempo, uma cidade e um Estado. Uma das mais famosas lendas sobre a fundação de Roma é narrada pelo poeta Virgílio em Eneida. Segundo a obra, Marte, o deus romano da Guerra, teve dois filhos gêmeos com a filha do rei Numítor, da cidade de Alba Longa. Este foi destronado pelo seu irmão, Amúlio, que força a sobrinha Réia a se tornar sacerdotisa. Desesperada, Réia abandona os filhos Rômulo e Remo no Rio Tibre, mas estes são encontrados e amamentados por uma loba. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 21 Quando atingem a idade adulta, os gêmeos retornam para Alba Longa, derrotam Numítor e recolocam o avô no trono, que os autoriza a fundar uma cidade às margens do Rio Tibre. Após consultarem os deuses quanto ao local mais apropriado, Rômulo foi agraciado com um sinal divino que indicou onde deveria ser erguida a parte sagrada da cidade, mas Remo, enciumado, zombou dele e dos deuses, o que levou o irmão a matá-lo. Dessa forma, Rômulo teria se tornado o primeiro rei de Roma. Este mito fundacional era de grande importância para os romanos se afirmarem perante os demais povos na Antiguidade, afinal os próprios deuses teriam influenciado formação de sua cidade. Entre os historiadores, a criação de Roma é justificada pela ocupação de diversos povos na PenínsulaItálica ao longo dos séculos. Por volta do ano 2000 a.C. os italiotas, denominação que inclui diversas tribos (latinos, volscos, sabinos etc), se instalaram na região do Lácio, no centro da Península Itálica, onde fundaram diversas aldeias, incluindo Roma. Em VIII a.C., os etruscos, provavelmente egressos da Ásia Ocidental, conquistam o Lácio e tornam Roma uma cidade. 3.1. Monarquia (753-509 a.C.) Após a conquista de Roma, os etruscos organizaram o poder em torno de uma monarquia, mas poucas informações sobre os reis deste período chegaram até nós. Sabemos da existência de duas instituições que correspondiam ao poder legislativo: o Senado, também responsável pela fiscalização do soberano, e a Assembleia Curiata. O primeiro era composto pelos anciões que chefiavam as famílias tradicionais romanas (génos), enquanto a segunda era formada por homens adultos, com a função de nomear funcionários do governo e ratificar ou não as decisões dos senadores. Vale destacar que o senado é uma instituição romana ainda adotada em países como os Estados Unidos e o Brasil, que mantêm a ideia de que é preciso atingir certa maturidade para ocupar o cargo. No topo da hierarquia social da sociedade romana do período se encontravam os patrícios, membros da aristocracia rural e únicos a serem reconhecidos como cidadãos. Grandes proprietários de terras e escravos, apresentavam uma linhagem nobre, daí o fato de serem identificados como patrícios, isto é, “aqueles com pais”. Os clientes, por sua vez, eram homens livres que não dispunham de terras, e por isso viviam prestando serviços aos patrícios em troca de proteção militar e recursos financeiros. A maioria da população era composta por plebeus, categoria de homens livres que incluía camponeses, comerciantes, artesãos e pastores. Assim como os clientes, também não dispunham de direitos políticos. O último nível da pirâmide social romana era preenchido pelos escravizados, que inicialmente não representavam um grande contingente de pessoas. Eram postos nesta condição por serem incapazes de quitar suas dívidas, mas com a expansão militar no período republicano, muitos prisioneiros de guerra também passaram a engrossar o número de escravizados de Roma. Figura 8 - Representação do mito de fundação de Roma. Escultura de Michelangelo Buonarroti, 500-480 a.C. Museu Capitolino, Roma. Fonte: Shutterstock. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 22 Em 509 a.C., Tarquínio, o Soberbo, rei de descendência estrusca, foi deposto do poder pelos senadores, que instalam a República em Roma. Brutus, líder da revolta responsável por expulsar os etruscos do território, tornou-se o primeiro magistrado do novo regime. 3.2. A República Romana (509-27 a.C.) A palavra República vem do latim res publica, que significa “coisa pública”, ou seja, governo voltado para o bem comum. Na prática, contudo, a república romana foi marcada pela prevalência dos interesses dos patrícios nas decisões governamentais, afinal essa nobreza agrária ocupava majoritariamente todas as instituições políticas. Assim sendo, podemos dizer que em Roma uma oligarquia estava a frente do poder. O SENADO, órgão mais importante da República, era composto por 300 patrícios que exerciam o cargo de maneira vitalícia. Eram os responsáveis pela administração das finanças do governo, pela política de guerra e pela elaboração das leis. Havia ainda três ASSEMBLEIAS: Assembleia Centurial → Composta pelos centúrias, grupo de cem soldados de maioria patrícia, elegiam os magistrados que ocupavam os cargos mais importantes e votavam em certas leis propostas pelo senado. Como Roma era uma zona desmilitarizada, suas reuniões ocorriam no Campo de Marte, esplanada7 situada a noroeste da cidade. Assembleia curial → voltada para assuntos religiosos, este órgão era um resquício dos tempos monárquicos, e por isso foi perdendo força com o passar do tempo. Assembleia tribal → elegia magistrados e votava em leis destinadas à Plebe. Já os MAGISTRADOS eleitos pelas assembleias eram responsáveis pela proposição de leis e administração da República. A seguir, alguns dos cargos mais importantes: 7 Campo largo e descoberto. PATRÍCIOS CLIENTES PLEBEUS ESCRAVOS t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 23 Cônsules → Eram eleitos dois cidadãos para o mandato de um ano, responsáveis por presidir o Senado e a Assembleia. Pretores → Eram os responsáveis pela aplicação da justiça, o comando do Exército e o governo das províncias. Censores → Encarregados da contagem da população romana e pela vigilância da conduta moral dos cidadãos. Possuíam mandatos de cinco anos. Questores → Administradores das finanças públicas. Edis → Responsáveis pelo policiamento, a conservação de ruas e edifícios públicos. Pontífice máximo → chefe dos sacerdotes. Ditador → Este magistrado só existia em tempos de guerra, e era escolhido pelo Senado. A luta da plebe por direitos A hegemonia dos patrícios no poder não foi silenciosamente aceita pelos demais membros da sociedade, que com o passar do tempo ficam conhecidos como “povo” (populus). Entre os plebeus, em especial os ricos comerciantes, havia o desejo de ocupar a magistratura, votar no senado e se casar com patrícios, o que era proibido. Já os plebeus camponeses viviam o temor constante de serem escravizados por dívidas acumuladas junto aos patrícios, além de reivindicarem o uso de terras conquistadas pelos romanos de outros povos. No ano de 494 a.C., a fim de pressionar os patrícios por direitos civis, os plebeus paralisaram suas atividades de trabalho na cidade e ameaçaram desertar do Exército, o que comprometeria as defesas de Roma. A grave crise econômica e social que se instalava levou os patrícios a reverem a participação dos plebeus no governo e criar uma nova magistratura, o Tribuno da Plebe. O novo cargo permitia a esta classe a eleger representantes com poder de vetar as decisões do Senado que dissessem respeito aos seus interesses, salvo em períodos de guerra ou de ameaça institucional. Ademais, eram estes tribunos quem presidiam as sessões da assembleia tribal. A luta por direitos permaneceu nos anos seguintes, o que levou a aprovação da Lei das Doze Tábuas, o primeiro código legal, em 450 a.C. Até então prevalecia o que o chamado direito consuetudinário, isto é, baseado na tradição, sem gerar necessariamente leis escritas. Com isso, os plebeus permaneciam marginalizados das decisões do senado e a mercê da palavra dos patrícios, afinal não dispunham de um local para consultar as leis que regulavam a vida na República romana. A Lei das Doze Tábuas reuniu toda a legislação existente até então em um texto escrito e acessível a consulta pelos plebeus, fazendo diminuir as injustiças cometidas pelo desconhecimento da lei. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 24 Outras importantes conquistas dos plebeus ocorrem neste período, incluindo a proibição da escravização por dívida (Leis Licínias), a possiblidade de casamentos entre patrícios e plebeus (Lei Canuléia) e o maior acesso às magistraturas. O fato dessas mudanças beneficiarem principalmente a plebe enriquecida pelo comércio mostra que a sociedade romana passava por mudanças significativas, pois se até então a desigualdade social existente entre patrícios e plebeus se fundava na origem familiar, a riqueza passa a ser um critério de distinção entre os romanos, o que permitiu a aproximação entre a nobreza de sangue e os plebeus ricos, e estes, porsua vez, se afastam do povo. Cidadania moderna e o legado romano Como podemos avaliar a importância da experiência romana para o conceito moderno de democracia? Para muitos estudiosos do século XX, a República romana foi encarada como uma oligarquia corrupta, uma aristocracia endinheirada, comparada negativamente com a Atenas democrática do século V a.C. Nas últimas décadas, entretanto, estudiosos têm mostrado que a vida política romana era menos controlada pela aristocracia do que se imaginava e, de certa maneira, Roma apresentava diversas características em comum com as modernas noções de cidadania e participação popular na vida social. Os patriarcas fundadores dos Estados Unidos da América tomaram como modelo a constituição romana republicana, com a combinação de Senado e Câmara (no lugar das antigas assembleias). A invenção do voto secreto, em Roma, tem sido considerada a pedra de toque da liberdade cidadã. O Fórum pode ser considerado o símbolo maior de um sistema político com forte participação da cidadania. Lá, os magistrados defendiam seus pontos de vista e tentavam conseguir o apoio dos cidadãos. O poder dependia desse apoio, a tal ponto que grupos rivais competiam pelo controle dos lugares em que os cidadãos se reuniam. Os romanos tinham um conceito de cidadania muito fluido, aberto, aproximando-se do conceito moderno de forma decisiva. FUNARI, Pedro Paulo. A cidadania entre os romanos. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. (orgs.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003, p. 76. A expansão territorial e suas consequências Se internamente o cenário de Roma pode ser caracterizado pelos embates entre patrícios e plebeus em relação a extensão da cidadania, sua política externa foi marcada pela conquista progressiva de novos territórios na Europa, África e Ásia. Entre os séculos V e III a.C., Roma conquistou toda a península itálica, o que garantiu o abastecimento de sua população com produtos importantes. Em seguida, a disputa pela hegemonia comercial no Mediterrâneo levou os romanos a travarem diversos conflitos com Cartago, que como vimos na unidade anterior, era uma cidade de origem fenícia fundada por volta de 800 a.C. As Guerras Púnicas ficaram conhecidas dessa maneira pelo fato dos romanos chamarem os fenícios de punos, e são divididas em três momentos: Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.) → a fim de eliminar a influência comercial dos cartagineses na Sicília, os romanos travaram diversas batalhas navais que forçaram os governantes locais a se submeterem aos seus domínios. Cartago, cujo exército era liderado por Amílcar Barca, foi derrotada por Roma e obrigada a pagar indenizações, além de entregar as ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília. Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.) → Expandindo para a região da Península Ibérica8, os cartagineses invadiram uma cidade aliada dos romanos, o que provocou reações por parte destes últimos. Liderados pelo general Aníbal Barca, filho de Amílcar, os cartagineses reuniram sessenta 8 Situado no sudoeste da Europa, este território corresponde aos atuais Portugal, Espanha, Andorra e Gibraltar. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 25 mil homens, quase dez mil cavalos e centenas de elefantes e partiram para Roma, passando pela região dos Alpes. Mesmo dispondo de um exército numericamente inferior, Aníbal causou milhares de baixas entre os legionários romanos, mas um ataque simultâneo na cidade de Cartago o obriga a retornar para defendê-la. Derrotados pelas tropas romanas do general Cipião, o Africano, os cartagineses foram obrigados a assinar um acordo de paz. Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) → O acordo assinado por Cartago obrigava a cidade a pedir a autorização de Roma antes de firmar novas rotas comerciais e iniciar guerras, mas nada disso impediu que seus produtos continuassem a rivalizar com o de seus dominadores. Incomodado com esta prosperidade econômica, os senadores romanos decidiram forçar uma nova guerra invadindo a cidade. Os cartagineses reagiram, o que foi utilizado pelos romanos como pretexto para destruir a cidade e escravizar sua população, afinal eles haviam violado o acordo. Dizimado seu principal rival, Roma deu continuidade ao processo de expansão territorial nos séculos seguintes, tomando regiões como Macedônia, Síria, Grécia, Gália Transalpina, Egito e a península ibérica. Dessa forma, tornou-se o principal centro comercial do Mediterrâneo, dominando as rotas comerciais de produtos como madeira, cobre, estanho, queijos, peles e especiarias produzidos pelos territórios conquistados, divididos em províncias. A forma de dominação exercida pelos romanos não era única. Os povos aliados recebiam direitos totais ou parciais, enquanto aqueles que resistiam, como foi o caso de Cartago, eram vendidos como escravos ou pagavam tributos mais onerosos, recolhidos pelas autoridades provinciais. Ao variar o tratamento dado aos territórios conquistados, Roma diminuía significativamente as chances daqueles que se beneficiavam com sua dominação se juntarem a movimentos de contestação ao seu poder. Para facilitar o controle sobre seus domínios, estradas foram construídas para ligar a sede do governo às mais longínquas regiões, o que deu origem ao ditado “todos os caminhos levam à Roma”, ainda utilizado atualmente. Figura 9 - Via Ápia, uma das mais importantes estradas do Império, chegou a ter mais de 600 km de extensão. Fonte: Shutterstock t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 26 As vias pavimentadas permitiam o deslocamento rápido de tropas para conter levantes, muitas delas compostas por soldados camponeses que vigiavam os povos conquistados habitando colônias vizinhas. Diferentemente da dominação exercida por Atenas diante de outros povos, basicamente pautada na cobrança de tributos, os romanos exigiam principalmente que lhes fossem fornecidas tropas para seus exércitos. Em contrapartida, aceitava que os conquistados que não resistiam ao seu domínio mantivessem suas próprias leis e representantes locais. O convívio com diferentes povos contribuiu para que os romanos assimilassem aspectos de outras culturas, em especial da grega, da qual são extraídos elementos da mitologia, escultura e arquitetura. Como bem observou o poeta romano Horácio, a “Grécia vencida conquistou seu rude vencedor”. Roma conquistou territórios ao longo de toda a costa do mar Mediterrâneo, o que o tornou conhecido entre os romanos como Mare Nostrum (“nosso mar”, em latim). Para a maior parte dos historiadores, seu expansionismo contínuo teve como principal consequência a introdução do latifúndio9 escravo em larga escala, algo até então inédito na história da humanidade. Como vimos neste e no capítulo anterior, o trabalho escravo não foi predominante nas relações de produção da maioria das civilizações da Antiguidade, sendo empregado basicamente em âmbito doméstico. Ao adotar uma política expansionista desenfreada durante o período da República, Roma necessitou de um grande contingente de homens livres para compor as fileiras do Exército, o que só foi possível diante da substituição destes nas áreas agrícolas por escravos adquiridos de territórios conquistados. Conforme aumentava ainda mais o seu território, obtinha novas terras férteis para os patrícios, escravos e tributos, que eram utilizados para amparar financeiramente as forças militares para novas conquistas. O número de escravizados tornou-se tão elevado, que por volta do ano 43 a.C. é provável que existissem 4.500.000 deles na península itálica, enquanto a população livre era de 3.000.000. Este processo, contudo, não ocorreu sem resistências,já que muitas revoltas de escravos ocorreram nos domínios romanos. A mais famosa delas foi liderada por Spartacus, que juntamente com um exército de quase 80 mil escravizados, resistiu às tropas romanas por quase dois anos. Quando derrotado por Licínio Crasso, em 71 a.C., ele e outros 6 mil seguidores foram crucificados ao longo das estradas da República. Outro grupo extremamente afetado por este processo foi o dos plebeus mais pobres. Após cumprirem o serviço militar obrigatório imposto pelo governo romano, muitos contraíam dívidas que os obrigava a vender suas terras para os patrícios e se mudarem para as cidades, onde vivam em habitações precárias, famintos e expostos a diversas doenças. A fim de solucionar estes problemas, os irmãos Tibério e Caio Graco, ambos tribunos da plebe em momentos diferentes, buscaram implantar uma reforma agrária, ou seja, promover o acesso à terra pelos mais pobres. O primeiro deles, Tibério Graco, tentou limitar o tamanho dos latifúndios e distribuir terras para os camponeses, mas foi assassinado a mando dos grandes proprietários. Dez anos depois, Caio Graco tentou dar continuidade às iniciativas de seu irmão, conseguindo aprovar leis que promoveram a 9 Grandes propriedades rurais pertencentes aos patrícios. NOVOS TERRITÓRIOS ESCRAVOS, TERRAS E TRIBUTOS RECURSOS GUERRA t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 27 distribuição de terras de algumas regiões conquistadas. Além disso, também implementou a Lei Frumentária, que limitava o preço do trigo vendido para os cidadãos mais pobres. Suas ideias, contudo, enfrentaram forte resistência da nobreza romana, e não obtiveram total apoio entre os plebeus. Para não ser assassinado pelas tropas enviadas pelo Senado, Caio pediu a um escravo que o matasse. OBSERVAÇÃO: Na Roma Antiga não ocorreu nenhuma reforma agrária significativa, uma vez que ali a aristocracia soube frear as pressões exercidas pelos plebeus e manter a estrutura fundiária concentrada em suas mãos. Ademais, diferentemente da Grécia, não se buscou a instituição de um regime democrático. A crise da República As conquistas romanas fizeram com que militares de alta patente desfrutassem de grande prestígio político no período republicano, utilizado para que galgassem posições políticas no governo. Os generais Mário e Sila foram dois nomes que ganharam força entre as camadas populares, o primeiro ligado aos interesses plebeus, e o segundo, dos patrícios. Da disputa entre ambos Sila sai vencedor, proclamando-se ditador em 89 a.C. Em tese, o cargo só existiria nos momentos em que a República se encontrasse ameaçada por alguma grave crise, e para evitar que seu ocupante se demonstrasse um autoritário, seu cargo duraria por apenas seis meses. Contudo, Sila permanece no poder no poder até uma idade avançada. Após a renúncia do ditador em 79 a.C., uma juntar militar composta pelos generais Júlio César, Pompeu e Crasso assumiram o poder, dando início a um governo conhecido como Primeiro Triunvirato. Embora inicialmente dividissem a administração do território, a morte de Crasso deu início a uma disputa entre outros dois generais, da qual César saiu vencedor. Em 46 a.C., este general se proclama Ditador Perpétuo, e promoveu a construção de estradas e obras públicas, distribuiu terras conquistadas entre soldados e estimulou a ocupação dos domínios romanos. Os amplos poderes de César incomodaram o Senado, que trama seu assassinato em 15 de março de 44 a.C. Conta a lenda que tempos antes de sua morte, um adivinho o havia advertido para tomar cuidado com os “idos de março”, forma como era conhecido esta data naquele tempo, mas foi ignorado pelo ditador. Pois foi justamente neste dia, enquanto se retirava de uma reunião com senadores, que César foi assassinado com 23 facadas. Ao tomar consciência de que um dos conspiradores era seu filho adotivo, Marcus Julius Brutus, teria dito a famosa frase “Até tu, Brutus?” antes de morrer, traduzida de diversas formas nos séculos seguintes. Os militares, no entanto, permanecem no poder por meio da implantação de um Segundo Triunvirato formado por Marco Antônio, fiel partidário de César, Otávio, sobrinho do ditador morto, e Lépido, chefe da cavalaria. Mas assim como na tríade anterior, o governo foi duramente disputado entre dois generais: Otávio, comandante dos territórios romanos do ocidente, e Marco Antônio, comandante da porção oriental. Cada vez mais afastado de Roma, Marco Antônio se aliou politicamente a rainha egípcia Cleópatra, de quem também se tornou amante. O caso amoroso só acirrou os ânimos entre os dois generais romanos, afinal Marco Antônio era casado com a irmã de Otávio. Além disso, Cleópatra havia tido um filho com César, Cesário, reconhecido pelo seu amante como herdeiro legítimo do poder de Roma, o que foi considerado uma ofensa por Otávio. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 28 Em 31 a.C., muitos seguidores de Marco Antônio o abandonaram para apoiar o seu rival ao considerarem excessiva a influência de Cleópatra sobre seus atos. Isso favoreceu a conquista do Egito por Otávio, que o torna uma província de Roma. Diante da derrota, Antônio e Cleópatra cometeram suicídio, enquanto Otávio assumiu sozinho o domínio do vasto território romano, dando início ao período imperial. 3.3. O Império Romano (27 a.C. a 395 d.C.) Vencidos os opositores, Otávio foi chamado de o “principal” pelo Senado, o que fez com que seu governo se tornasse conhecido como Principado, ou Império, em decorrência do costume de generais romanos vitoriosos serem agraciados como “imperatores”. Também recebeu o título de Augusto, ou seja, divino entre os seres humanos. Seu reinado deu início a um longo período de poucos conflitos internos e grande prosperidade econômica, chamado pelos historiadores de Paz Romana (Pax Romana). Isso foi possível graças a melhorias nos portos e estradas, a cunhagem de moedas e a implantação do latim como língua oficial de todo o Império, o que permitiu uma maior integração entre suas regiões. O governo de Otávio foi marcado pela centralização do poder político e o início da adoração do imperador como um deus romano, mas vale ressaltar que a monarquia não se torna hereditária. Ele também foi marcado pelo desenvolvimento das artes, sobretudo as letras, que eram patrocinadas por um político chamado Mecenas. Entre os grandes nomes de destaque, podemos citar os poetas Virgílio, Ovídio e Horácio e o historiador Tito Lívio. É durante o reinado de Otávio Augusto que ocorre o nascimento de Jesus, marco inicial do calendário cristão. O período que vai da ascensão de Otávio Augusto, no século I a.C., até o século III d.C., é conhecido entre os historiadores como o Alto Império Romano, marcado por constantes conquistas territoriais e a construção de diversas obras públicas, incluindo aquedutos, arenas, esgotos, estradas, templos e casas de banho. A engenharia civil é o grande meio de expressão da arte romana, especialmente durante o período imperial. O desejo de retratar os grandes feitos, em especial suas exitosas campanhas militares, levaram os romanos a produzirem uma série de monumentos comemorativos em vários pontos dos seus domínios. Muitos destes assumiam a forma de arcos triunfais, revestidos de detalhes que contavam os eventos que se buscava Figura 11 - Arco de Constantino, localizado em Roma. Fonte: Shutterstock. Figura 10 - AUGUSTO PRIMA PORTA, 19 a.C. In: PROENÇA, Graça. História da Arte. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 29 homenagear eexaltava os imperadores e generais envolvidos. Vale destacar que construções em formato de arco são uma das grandes façanhas da arquitetura romana, estando presentes em diversas edificações – incluindo a mais famosa delas, o Coliseu. As diversões públicas O período imperial não abrandou a dura situação dos plebeus habitantes do Império. Para evitar que isso levasse a agitações populares, os governantes romanos promoveram a construção de grandes locais para sediarem divertimentos públicos, incluindo jogos, corridas de bigas e lutas de gladiadores, que geralmente contavam com escravos como participantes. No intervalo dos eventos era comum a distribuição de alimentos para os plebeus, prática que ficou conhecida como “política do pão e circo”. O Coliseu, o mais conhecido desses espaços, foi erguido a mando do imperador Vespasiano a partir do ano 70 d.C., e tinha capacidade para abrigar até 45 mil pessoas. A posição das pessoas da plateia levava em conta sua posição na pirâmide social romana: a parte mais alta do anfiteatro era preenchida pelos estratos inferiores, que incluíam mulheres, escravos e estrangeiros, enquanto o Imperador se sentava bem próximo a arena central. Apesar da segregação em relação aos seus assentos, os jogos foram um importante mecanismo de participação da população romana na vida pública. Afinal de contas, diferentemente do que costumamos ver em muitos filmes que se passam neste período, não eram os imperadores que decidiam se a vida dos gladiadores derrotados nos combates seria poupada, mas sim os espectadores, incluindo mulheres, escravos e estrangeiros. O surgimento do cristianismo A doutrina conhecida como cristianismo possui grande importância na fase imperial da Roma Antiga. Os evangelhos de Marcos e Lucas informam que o nascimento de Jesus teria ocorrido durante o reinado de Otávio Augusto, em uma família pobre da Judeia, província romana situada no Oriente Médio. Ali habitavam judeus que aguardavam a vinda de um Messias (ou seja, de um salvador), responsável por trazer a paz mundial e unificar todos os povos. Para muitos de seus contemporâneos, Jesus de Nazaré – cidade de seu nascimento – seria aquele quem cumpriria as profecias da Torá. Aos 30 anos de idade, Jesus fez diversas pregações em vários pontos da região, acompanhado de 12 apóstolos escolhidos por ele e outros fiéis. Não demorou muito para que ele incomodasse autoridades locais que representavam o Império Romano, afinal defendia a existência de um Deus único, uma cultura de paz e o acolhimento de oprimidos. Os romanos, por sua vez, eram politeístas, fundadores de uma sociedade marcada pela desigualdade e pelo uso recorrente da violência. Por fim, as pregações de Jesus também desagradaram muitas autoridades do judaísmo, desacreditadas de que ele era de fato o seu salvador. Jesus falava de um “reino dos céus”, ideia perigosa demais para ser difundida no interior do Império Romano. Pôncio Pilatos, prefeito da Judéia, foi encarregado de conduzir as investigações sobre sua conduta, e permitiu que uma multidão decidisse se ele deveria ou não ser inocentado. De acordo com o evangelho, aqueles espectadores preferiram salvar Barrabás, um notório ladrão da região, e condenar Jesus a morte por crucificação, uma das penas mais cruéis e vergonhosas da época. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 30 Após a condenação de Jesus, com 33 anos de idade, seus apóstolos passaram a difundir os seus ensinamentos por todo o Império Romano. Para que não sofressem a repressão das autoridades do Império, as primeiras comunidades cristãs praticavam seus cultos secretamente, sobretudo em câmaras subterrâneas utilizadas pelos romanos para depositarem seus mortos, chamadas de catacumbas. Sabemos hoje da existência dessas cerimônias religiosas graças a diversos símbolos e imagens deixados nas paredes desses locais, que muitos historiadores denominaram de arte paleocristã. Ao longo dos séculos, os cristãos se opuseram a corroborar com as práticas romanas de cultuar os seus imperadores, o que incluía a queima de incensos perante os bustos de seus governantes e reconhecê- los como seus senhores. Isso permitiu que eles fossem facilmente identificados e duramente reprimidos: alguns eram lançados aos leões durante espetáculos nas arenas, outros queimados, decapitados ou apedrejados. Posteriormente, muitos destes indivíduos foram canonizados como mártires pela Igreja – um reconhecimento do sacrifício que fizeram em nome de sua fé. Em 313, o imperador Constantino aprovou o Édito de Milão, documento que findava a perseguição aos cristãos, concedendo-lhes liberdade de culto. Embora se difundido a versão de que a medida foi impulsionada a partir da conversão do próprio imperador ao cristianismo, vale ressaltar que já naquele período esta religião havia conquistado um vasto número de fiéis, o que contribui para que Roma reconhecesse o seu peso na sociedade. Leia um trecho da decisão: Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os nossos súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais favores. FREITAS NETO, José Alves de; FREITAS NETO, Célio Ricardo Tasinafo. História geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006. p. 83. Em 391, o imperador Teodósio reconheceu o cristianismo como religião oficial do Império Romano, a partir da aprovação do chamado Édito de Tessalônica. Esta medida foi tomada tendo em vista evitar a desagregação do Império Romano, da qual falaremos a seguir. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 31 A crise do Império A partir do século III d.C., o Império Romano passa a viver uma grave crise no interior de suas fronteiras. Até então, sua economia havia sido baseada pelo sistema escravista, cuja mão de obra era obtida a partir de conquistas militares. Contudo, a partir do século II a política expansionista de Roma chega ao fim, o que afetou a arrecadação obtida pelo Império, importante para a sustentação de uma extensa rede de funcionários, estradas e militares nas fronteiras. Diante desta crise administrativa, o imperador Teodósio dividiu o Império em duas partes: a Ocidental, cuja sede continuaria a ser Roma, e o Oriente, com capital em Bizâncio (atual Istambul). Cria-se uma forma de administração chamada de tetrarquia (ou seja, quatro governantes), afinal ambas as porções contavam com um imperador, chamado de augusto, e uma liderança chamada de césar. No século IV d.C., o imperador Constantino reunificou as duas partes do Império e manteve a capital em Bizâncio, cidade mais rica e sujeita a menores riscos de invasões. Objetivando criar uma “Nova Roma” neste local, revestiu a cidade de grandes muralhas e promoveu a construção de luxuosos palácios, praças, templos e estátuas. Com isso, a cidade ficou conhecida como “Constantinopla”. O centro do Império Romano se deslocava para o Oriente, afinal outra grande consequência do fim da política de expansão foi a escassez de mão de obra escrava, que como vimos, era obtida por meio das guerras de conquista. Na porção oriental do Império, o uso de escravizados nunca havia sido intensivo, o que a fez não ser afetada pela crise. Diante deste cenário, a saída para os grandes proprietários de terra foi adotar o uso do trabalho livre,que gradualmente foi substituindo o escravismo pelo sistema de colonato. Esta forma de trabalho funcionava da seguinte forma: os donos de terra permitiam que homens livres empobrecidos se estabelecessem em suas propriedades para cultivá-las desfrutando de sua proteção, tendo em troca que prestar serviços ou pagar taxas a ele. O crescimento do colonato foi motivado pelas migrações dos povos germânicos, chamadas por muitos naquele período de “invasões bárbaras”. O termo bárbaro era utilizado pelos romanos para definir todo aquele que não fosse romano, em geral considerado atrasado e sem cultura, mas aqui vamos chamá- los de povos germânicos, afinal eram tribos seminômades de guerreiros que por muitos séculos habitaram a região da Germânia, nos limites do Império Romano. O termo “invasão” também não é o mais indicado para definir a entrada dos povos germânicos no Império, afinal muitos o fizeram de maneira pacífica, inclusive sendo contratados como mercenários para lutar no exército romano. Com o passar dos séculos, muitos foram incorporando costumes e tradições romanas e deixando as suas no Império, tanto pela prática do casamento, como pela presença significativa dentro dos exércitos romanos e por sua influência sobre a língua latina. A aproximação com os germânicos foi estimulada pelo Império, que viam neles aliados que auxiliariam na defesa de suas fronteiras. Os visigodos, povo germânico instalado na Macedônia, foi encarregado por Roma para barrar ataques dos hunos, originados da Ásia Central e temidos tanto por germânicos quanto por romanos. Contudo, os visigodos sofriam maus tratos por parte dos oficiais romanos, o que os levou a se revoltarem contra a autoridade do Império e saquear Roma, em 410. Em seguida, ocuparam parte significativa da península ibérica e do sul da França, região conhecida como Gália. Outros grupos também atravessaram a fronteira do Império e fundaram reinos no interior do Império Romano. Os vândalos ocuparam a área da atual Espanha e o norte da África, enquanto burgúndios se estabeleceram no vale do Rio Ródano, na atual Suíça, onde fundaram o Reino dos Burgúndios. Por sua t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 32 vez, os anglo-saxões criaram vários reinos na região da Bretanha, na atual Inglaterra, enquanto os francos se estabeleceram na Gália. Evidentemente, os romanos não assistiram a esse processo de forma passiva, sendo enviadas tropas de legionários para conter a perda de territórios. Contudo, com o grande movimento dos povos germânicos e a impossibilidade de deslocar os exércitos para tantos conflitos, não foi possível contê-los. Àquela altura, muitas tropas romanas eram comandadas pelos próprios germânicos, inicialmente contratados como mercenários. O interior do Império se tornava cada vez mais inseguro diante dos diversos saques e disputas territoriais promovidos por esses povos, o que levou boa parte da população a abandonar as cidades e se refugiar nos campos, onde se estabelecerem como colonos dos patrícios. A cada novo reino fundado no interior do Império, a autoridade romana era comprometida naquela região, o que dificultava a manutenção de sua moeda, a cobrança de impostos e até o seu sistema de estradas. Os povos germânicos traziam consigo uma cultura ruralizada, sendo pouco afeitos ao modo de vida urbano, até então a base do comércio de longa distância. Dessa forma, progressivamente se verifica o declínio – mas não desaparecimento – das grandes cidades e do grande comércio, substituídos por uma economia cada vez mais local e ruralizada. Assim sendo, podemos dizer que o Império Romano vivenciou um longo processo de desagregação até o ano 476 d.C., quando Rômulo Augusto, último imperador, foi deposto por Odoacro, rei de um povo germânico denominado hérulos. As invasões germânicas são fundamentais, pois reconfiguraram o mundo europeu ocidental: - a unidade política vigente no Império Romano foi quebrada, pois surgiram diversos reinos bárbaros no território do Antigo Império; - a adoção do direito consuetudinário, ou seja, concepção do costume como fonte das leis, se manteve por boa parte da Idade Média, superando o direito romano. Embora este ainda fosse usado em algumas regiões, já não havia mais um estudo específico sobre os princípios da legislação e ordenamento jurídico como havia no período romano; - a concepção da personalidade das leis sobrepor-se à da territorialidade, isto é, cada homem era julgado, em qualquer local, segundo as leis de seu povo e não do lugar em que se encontrava. Essa concepção enfraquecia a perspectiva de um modelo único que levava à particularização do Direito e á adoção de costumes tribais como referência jurídica; - O surgimento da ideia de obrigações recíprocas entre reis e guerreiros (comitatus), difundindo um princípio que teria papel importante em um sistema econômico que surgiria séculos, o feudalismo; - o nascimento, tempos depois, das línguas neolatinas como resultado da influência germânica sobre o latim. FREITAS NETO, José Alves de; FREITAS NETO, Célio Ricardo Tasinafo. História geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006. p. 83. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 33 (1991/Fuvest) Várias razões explicam as perseguições sofridas pelos cristãos no Império Romano, entre elas: a) a oposição à religião do Estado Romano e a negação da origem divina do Imperador, pelos cristãos. b) a publicação do Edito de Milão que impediu a legalização do Cristianismo e alimentou a repressão. c) a formação de heresias como a do Arianismo, de autoria do bispo Ário, que negava a natureza divina de Cristo. d) a organização dos Concilios Ecumênicos, que visavam promover a definição da doutrina cristã. e) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador Teodósio, que mandou martirizar milhares de cristãos. Comentários: - Os cristãos se recusavam a participar das cerimônias públicas de culto aos imperadores, que incluíam, por exemplo, a queima de incensos perante bustos dos governantes. A alternativa A, portanto, está correta. - O Édito de Milão, promulgado pelo imperador Constantino, deu fim às perseguições sofridas pelos cristãos, concedendo-lhes a liberdade de culto. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. Monarquia (753-509 a.C.) •Período de dominação etrusca • Sociedade dividida em patrícios, clientes, plebeus e escravos. República (509-27 a.C.) •Período de embates entre patrícios e plebeus sobre o alargamento da cidadania. •Expansionismo territorial → Guerras Púnicas. Império (27 a.C. - 395 d.C.) • Principado de Otávio Augusto → "Pax romana" •Surgimento do cristianismo, que se torna religião oficial do Império. • Desinteração do mundo romano, a partir das migrações germânicas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 34 - O arianismo e a organização de concílios ecumênicos são elementos que envolvem o interior da comunidade cristã, e não estão diretamente relacionados às perseguições promovidas pelo Império Romano. Assim sendo, as alternativas C e D estão incorretas. - O imperador romano Teodósio foi o responsável por tornar o cristianismo a religião oficial do Império Romano, e por isso a alternativa E está incorreta. Gabarito: A (2019/G1 – cps - Adaptada) “Todos os caminhos levam a Roma” <https://abrilguiadoestudante.files.wordpress.com/2016/12/tabula_peutingeriana__emona.jpg?quality=100&strip=al l&strip=info>. Acesso em: 06 mar. 2019. A frase e o mapa fazem referência a uma característica marcante do Império Romano (30 a.C. a 476 d.C.). Assinale a alternativa que apresenta essa característica. a) A grande extensão territorialdo Império impediu a construção de qualquer sistema de ligação entre a capital e a periferia, fazendo com que somente a cidade de Roma dispusesse de estradas pavimentadas para a circulação de pessoas e bigas. b) Em seu processo de expansão, o Império Romano fundou colônias nos cinco continentes e estabeleceu órgãos administrativos que, em escala reduzida, reproduziam a administração central e davam aos habitantes de todas as partes a sensação de viver na própria capital, a cidade de Roma. c) Diferentes pontos do Império Romano estavam ligados à capital, a cidade de Roma, e entre si por milhares de quilômetros de estradas pavimentadas por onde circulavam, principalmente, os mensageiros do Império. d) O processo de desintegração do Império Romano levou à construção de estradas que tinham o objetivo de facilitar a fuga dos habitantes da cidade de Roma, aterrorizados pela violência praticada pelos povos germânicos, que saquearam a cidade. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 35 e) Devido à grande influência do catolicismo na formação do Império Romano, os habitantes da capital, a cidade Roma, financiaram a pavimentação de milhares de quilômetros de estradas que eram utilizadas para a peregrinação à Terra Santa. Comentários - Como se vê no próprio mapa disponibilizado pela questão, o objetivo de ligar Roma às suas províncias foi bem-sucedido, o que torna a alternativa A incorreta. - Roma não estabeleceu colônias na Oceania, o que já torna incorreta a alternativa B. Ademais, ao contrário do que é sugerido pela afirmativa, o Império contava com uma vasta rede de funcionários distribuídos em suas províncias. - Para facilitar o controle exercido sobre seus vastos domínios, estradas foram construídas pela República romana para ligar a sede do governo às mais longínquas regiões, que permitiam o rápido deslocamento de efetivos militares com o objetivo de conter levantes, e também os mensageiros dos administradores romanos. Essa é a origem do ditado “todos os caminhos levam à Roma”, utilizado mesmo nos dias atuais. Assim sendo, a alternativa C é a correta. - Os deslocamentos e saques germânicos no período do Baixo Império levaram a destruição das redes de estradas Romanas, contribuindo para o agravamento da crise administrativa do Império. Com isso, a alternativa D está incorreta. - A construção das estradas romanas não visava atender razões religiosas, o que torna a alternativa E incorreta. Ademais, elas são anteriores ao próprio cristianismo. Gabarito: C. 4. LISTA DE QUESTÕES 4.1. Unesp 1. (Unesp/2022 – 1º Dia) Roma não era apenas o parente mais violento da Grécia Clássica, não estava apenas comprometida com engenharia, eficiência militar e absolutismo, enquanto os gregos haviam preferido a especulação intelectual, o teatro e a democracia. (Mary Beard. SPQR: uma história da Roma antiga. São Paulo, 2017. Adaptado.) O excerto critica os estereótipos de Roma e Grécia antigas. Essa crítica justifica-se, pois (A) a experiência democrática ateniense foi uma exceção, uma vez que a maioria das cidades-Estado gregas desconhecia a democracia. (B) a filosofia grega derivou principalmente da tradição do pensamento metafísico desenvolvido no Império Romano. (C) o teatro dramático desenvolveu-se sobretudo no Império Romano, uma vez que na Grécia estimulava- se prioritariamente a comédia. (D) os direitos de cidadania no Império Romano eram exercidos pelo conjunto da população, por meio de ações políticas diretas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 36 (E) o expansionismo imperialista romano foi diretamente determinado pelo exemplo da militarização do cotidiano imposta nas cidades gregas. 2. (Unesp/2022 – 2º Dia) A conquista da Gália por Júlio César foi comparada, com razão, a um genocídio, e criticada pelos próprios romanos da época, nesses mesmos termos. Mas Roma se expandiu por um mundo de violência endêmica, de focos rivais de poder apoiados por forças militares [...] e de mini-impérios. (Mary Beard. SPQR: uma história da Roma Antiga, 2017.) Segundo o excerto, A) a brutalidade das ações militares era incentivada pelos senadores romanos. B) o conceito de imperialismo foi criado a partir do expansionismo romano. C) os romanos celebraram acriticamente a conquista de outros territórios. D) a violência cotidiana era estimulada nos territórios ocupados pelos romanos. E) os povos dos territórios ocupados pelos romanos eram militarizados. 3. (Unesp/2021 – 2º Dia) Atualmente, muitos estudiosos acreditam que é possível identificar processos de globalização em sociedades pré-modernas, em vista de fenômenos como o encurtamento relativo das distâncias (através de meios de transporte e comunicação mais eficazes), maior conectividade entre regiões previamente isoladas [...]. (Rafael Scopacasa. Revista de História, no 177, 2018.) A expansão romana pelo mar Mediterrâneo pode ser considerada um exemplo de “globalização em sociedades pré-modernas”, pois envolveu a) eliminação da influência helenista e homogeneização dos hábitos alimentares na zona mediterrânica. b) imposição do monoteísmo romano e unidade monetária em todas as províncias controladas. c) descaracterização cultural dos povos dominados e interrupção da circulação marítima na região. d) uniformização linguística no entorno do mar e intercâmbios culturais entre os povos da região. e) mobilidade intensa de bens e interdependência entre regiões e povos distantes. 4. (Unesp/2020) A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado. (François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, 2015. Adaptado.) O texto afirma que a obra de Homero a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção filosófica de physis. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 37 b) valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que estão no fundamento das concepções modernas de tempo e história. c) é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado como um tempo que prossegue no presente e ensina os homens a aprenderem com seus erros. d) identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão de passado estranha à ideia de diálogo entre temporalidades, que caracteriza a história. e) desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à da filosofia pré-socrática. 5. (2019/Unesp) – São uma formosura os governantes que tu modelaste, como se fosses um estatuário, ó Sócrates! [...] – Ora pois! Concordais que não são inteiramente utopias o que estivemos a dizer sobre a cidade e a constituição; que, embora difíceis, eram de algum modo possíveis, mas não de outra maneira que não seja a que dissemos, quando os governantes, um ou vários, forem filósofos verdadeiros, que desprezem as honrarias atuais, por as considerarem impróprias de um homem livre e destituídas de valor, mas, por outro lado, que atribuem a máxima importância à retidão e às honrarias que dela derivam, e consideram o mais alto e o mais necessário dos bens a justiça, à qual servirão e farão prosperar, organizando assim a sua cidade? (Platão. A República, 1987.) O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C., caracteriza a)a predominância das atividades econômicas rurais sobre as urbanas e enfatiza o primado da racionalidade. b) a organização da polis e sustenta a existência de um governo baseado na justiça e na sabedoria. c) o caráter aristocrático da polis durante o período das tiranias em Atenas e defende o princípio da igualdade social. d) a estruturação social da polis e destaca a importância da democracia, consolidada durante o período de Clístenes. e) a importância da ação de legisladores, como Drácon e Sólon em Atenas, e apoia a consolidação da militarização espartana. 6. (2018/Unesp) O aparecimento da filosofia na Grécia não foi um fato isolado. Estava ligado ao nascimento da polis. (Marcelo Rede. A Grécia Antiga, 2012.) A relação entre os surgimentos da filosofia e da polis na Grécia Antiga é explicada, entre outros fatores, a) pelo interesse dos mercadores em estruturar o mercado financeiro das grandes cidades. b) pelo esforço dos legisladores em justificar e legitimar o poder divino dos reis. c) pela rejeição da população urbana à persistência do pensamento mítico de origem rural. d) pela preocupação dos pensadores em refletir sobre a organização da vida na cidade. e) pela resistência dos grupos nacionalistas às invasões e ao expansionismo estrangeiro. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 38 7. (2018/Unesp) (http://recursostic.educacion.es.) O mapa do Império Romano na época de Augusto (27 a.C.–14 d.C.) demonstra a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre territórios da África e a concentração dos domínios imperiais no continente europeu. b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram impedir o avanço romano sobre seus territórios. c) a conformação do maior império da Antiguidade e a imposição do poder romano sobre os chineses e indianos. d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão provocada pela conquista de Jerusalém pelos cristãos. e) a importância do Mar Mediterrâneo para a expansão imperial e para a circulação entre as áreas de hegemonia romana. 8. (2017/Unesp) Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os Gregos tinham uma profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela. (Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.) O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade: a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes. b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas. c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos. d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação. e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras. 9. (2016/Unesp) A cidade tira de seu império uma parte da honra, da qual todos vós vos gloriais, e que deveis legitimamente apoiar; não vos esquiveis às provas, se não renunciais também a buscar as honras; e não t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 39 penseis que se trata apenas, nesta questão, de ser escravos em vez de livres: trata-se da perda de um império, e do risco ligado ao ódio que aí contraístes. (Péricles apud Pierre Cabanes. Introdução à história da Antiguidade, 2009.) O discurso de Péricles, no século V a.C., convoca os atenienses para lutar na Guerra do Peloponeso e enfatiza a) a rejeição à escravidão em Atenas e a defesa do trabalho livre como base de toda sociedade democrática. b) a defesa da democracia, por Atenas, diante das ameaças aristocráticas de Roma. c) a rejeição à tirania como forma de governo e a celebração da república ateniense. d) a defesa do território ateniense, frente à investida militar das tropas cartaginesas. e) a defesa do poder de Atenas e a sua disposição de manter-se à frente de uma confederação de cidades. Leia o texto para responder às questões de números 10 e 11. A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas, na Grécia continental, nas costas da Turquia e na Itália construíram grandes templos destinados a deuses específicos: os deuses de cada cidade. As construções de templos foram verdadeiramente monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da comunidade como um todo. A religião surgiu, assim, como um fator aglutinador das forças cooperativas da pólis. [...] A construção monumental foi influenciada por modelos egípcios e orientais. Sem as proezas de cálculo matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os grandes monumentos gregos teriam sido impossíveis. (Norberto Luiz Guarinello. História antiga, 2013.) 10. (2015/Unesp) Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na Grécia antiga, foi o de a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a igualdade social. b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e unificar as crenças. c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os valores cristãos. d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as cidades-estados. e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas de culto populares. 11. (2015/Unesp) A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e a arquitetura egípcia e oriental pode ser justificada pela a) circulação e comunicação entre povos da região mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a expansão das construções em pedra. b) dominação política e militar que as cidades-estados gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao Oriente Próximo. c) presença hegemônica de povos de origem árabe na região mediterrânica, que contribuiu para a expansão do Islamismo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 40 d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que assegurou a incorporação de elementos culturais dos povos dominados. e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a integração e as recíprocas influências culturais entre a Europa e o norte da África. Leia o texto para responder às questões de números 12 e 13. Apesar de não ter sido tão complexo quanto os governos modernos, o Império [Romano] também precisava pagar custos muito altos. Além de seus funcionários, da manutenção das estradas e da realização de obras, precisava manter um grande exército distribuído por toda a sua extensão. A cobrança de impostos é que permitia ao governo continuar funcionando e pagando seus gastos. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.) 12. (2014/Unesp) Sobre o recolhimento de impostos e os gastos públicos no Império Romano, é correto afirmar que a) os patrícios e os proprietários de terras não pagavam tributos, uma vez que estes eram de responsabilidade exclusiva de arrendatários e escravos. b) o desenvolvimento da engenharia civil foi essencial para integrar o Império e facilitar o deslocamento dos exércitos. c) as obras financiadas com recursos públicos foram apenas as de função religiosa, como altares ou templos. d) a desvalorização da moeda foi uma das formas utilizadas pelos governantes para aliviar o peso dos impostos sobre a população despossuída. e) os tributos eram cobrados porcoletores enviados diretamente de Roma, não havendo qualquer intermediação ou intervenção de autoridades locais. 13. (2014/Unesp) Os gastos militares intensificaram-se a partir dos séculos III e IV d.C., devido a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro da África. b) às perseguições contra os cristãos, que, bem sucedidas, permitiram o pleno retorno ao politeísmo. c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de bárbaros em várias partes da fronteira. d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a buscar o controle armado e comercial do mar Mediterrâneo. e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da África e na Península Ibérica. Leia o texto para responder às questões de números 14 e 15. Roma provou ser capaz de ampliar o seu peninsular. Desde o começo ela havia – diferentemente de próprio sistema político para incluir as cidades italianas durante seu expansionismo Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse sempre muito maior. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 41 (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.) 14. (2014/Unesp) O texto caracteriza uma das principais estratégias romanas de domínio sobre outros povos e outras cidades: a) o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos militares b) a escravização e a exploração dos recursos naturais c) A libertação de todos os escravos e a democratização política d) O recrutamento e a composição de alianças bélicas. e) a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais 15. (2014/Unesp) A comparação que o texto estabelece entre Roma e Esparta é pertinente, uma vez que foi comum às duas cidades a) valorizar a formação e a disciplina da soldadesca e constituir amplo aparato militar. b) instalar e manter importantes áreas coloniais no Norte da África e Oriente Próximo. c) estabelecer amplo domínio militar e comercial sobre o Mar mediterrâneo e o Leste Europeu. d) erradicar a influência política e militar de Atenas e combater os exércitos cartaginenses e persas. e) viver sob regimes democráticos, após terem atravessado período de oligarquia e tirania. 16. (2013/Unesp) Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná- lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso. (Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.) Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia. b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da democracia. c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na condução política da cidade. d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e às suas decisões. e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses políticos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 42 17. (2012/Unesp) A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […]. (Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.) Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que: a) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e pela raça. b) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo. c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central. d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos. e) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres. 18. (2012/Unesp) Para os gregos antigos, a ideia de confronto entre oponentes, até que um dos contendores superasse os demais, atingindo um grau de excelência reconhecido e admirado por todos os circunstantes, era um ritual central em sua cultura. Os gregos faziam com que ele integrasse várias de suas cerimônias, as mais importantes e as mais sagradas. (Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI. No loop da montanha-russa, 2004. Adaptado.) O texto afirma que as Olimpíadas na Grécia Antiga a) tinham a função de adequar os corpos dos praticantes às necessidades do mundo do trabalho, tornando-os capazes de produzir mais. b) permitiam que a população se divertisse, dissolvendo as tensões sociais e facilitando a dominação política por parte dos governantes. c) estavam integradas a outros aspectos da vida social e religiosa, associando-se a momentos de festa e celebração. d) estimulavam a competitividade e o individualismo, preparando os homens para as disputas profissionais na vida adulta. e) visavam exercitar e fortalecer os guerreiros, melhorando sua atuação política e militar nos períodos de guerra. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 43 19. (2012/Unesp) (Templo da Concórdia, Agrigento, Itália.) O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século V a.C., e é um marco da a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela inspiração religiosa politeísta. b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no processo de helenização empreendido por Alexandre, o Grande. c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de hegemonia romana. d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia. e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus. 20. (2012/Unesp) Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é. (Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.) O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos, a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória. b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra. c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica. d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica. e) o esforço de diferenciar as cidades-estadose reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 44 21. (2010/Unesp) A cidade-Estado clássica parece ter sido criada paralelamente pelos gregos e pelos etruscos e/ou romanos. No caso desses últimos, a influência grega foi inegável, embora difícil de avaliar e medir. (CARDOSO, Ciro Flamarion. A cidade-Estado antiga. 1985.) Aponte quais eram as características comuns às cidades-Estados clássicas. I. Possuíam governo tripartido em assembleia, conselho e certo número de magistrados escolhidos entre os homens elegíveis; II. Os cidadãos podiam participar de forma direta no processo político; III. Havia separação entre os órgãos de governo e de justiça; a) As afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas a afirmativa III está correta. c) As afirmativas I e III estão corretas. d) Apenas a afirmativa II está correta. e) As afirmativas I, II e III estão corretas. 22. (2009/Unesp) De cidade em cidade, de civilização em civilização, a ciência viaja com as caravanas de mercadores, os exércitos invasores e os viajantes solitários. A matemática dos gregos, entre eles Pitágoras, chegou até nós por meio de Alexandria, cidade egípcia às margens do Nilo. Ali um grego chamado Euclides, que chegou à cidade no ano 300 a.C., escreveu um dos livros mais copiados e traduzidos de toda a História: Elementos de Geometria. A história dessa cidade e da “viagem” do conhecimento grego se confunde com a trajetória dos macedônios. (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da História) A respeito dos macedônios, pode-se afirmar que foram a) um povo guerreiro, que acabou dominado pelos exércitos romanos de César e Marco Antônio, após décadas de resistência. b) grandes matemáticos, que souberam aplicar seus conhecimentos na construção de algumas das maravilhas da Antiguidade. c) conquistadores da Grécia, que expandiram seu império para o Oriente e promoveram o que passou a ser conhecido como Helenismo. d) precursores da cultura grega; atribui-se aos seus filósofos e pensadores a criação do pensamento mítico. e) grandes mercadores, responsáveis por disseminar junto aos gregos os avanços técnicos da arquitetura egípcia. Comentários t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 45 23. (2008/Unesp) "É preciso dizer que, com a superioridade excessiva que proporcionam a força, a riqueza, [...] [os muito ricos] não sabem e nem mesmo querem obedecer aos magistrados [...] Ao contrário, aqueles que vivem em extrema penúria desses benefícios tornam-se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma obediência servil e que outros, incapazes de se submeter a qualquer poder legítimo, só sabem exercer uma autoridade despótica." (Aristóteles, "A Política".) Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), que viveu em Atenas e em outras cidades gregas, o bom exercício do poder político pressupõe a) o confronto social entre ricos e pobres. b) a coragem e a bondade dos cidadãos. c) uma eficiente organização militar do Estado. d) a atenuação das desigualdades entre cidadãos. e) um pequeno número de habitantes na cidade. 24. (2003/Unesp) A palavra democracia originou-se na Grécia Antiga e ganhou conteúdo diferente a partir do século XIX. Ao contrário do seu significado contemporâneo, a democracia na polis grega: a) funcionava num quadro de restrições específicas de direitos políticos, convivendo com a escravidão, excluindo do direito de participação os estrangeiros e as mulheres; b) abrangia o conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito de participação de camponeses e artesãos em assembleias plebeias livremente eleitas; c) pregava a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito de tomar a palavra na Assembleia dos cidadãos reunida na praça da cidade; d) evitava a participação dos militares e guerreiros, considerando-os incapazes para o exército da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais. e) era exercida pelos cidadãos de maneira indireta, considerando que estes escolhiam seus representantes políticos por intermédio de eleições periódicas e regulares. 25. (2003/Unesp) Dentre os legados dos gregos da Antiguidade Clássica que se mantêm na vida contemporânea, podemos citar: a) a concepção de democracia com a participação do voto universal. b) a promoção do espírito de confraternização por intermédio do esporte e de jogos. c) a idealização e a valorização do trabalho manual em todas as suas dimensões. d) os valores artísticos como expressão do mundo religioso e cristão. e) os planejamentos urbanísticos segundo padrões das cidades acrópoles. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 46 26. (2000/Unesp) Sobre o Império Romano, até o século III d.C. é correto afirmar que: a) O direito à cidadania era exclusivo dos patrícios. b) As normas jurídicas baseavam-se na ética do cristianismo. c) À organização política possibilitou a criação da democracia nas cidades estados. d) O sistema econômico baseava-se na escravidão. e) A cultura romana exclui a herança do helenismo. 27. (1999/Unesp) "Péricles, governante de Atenas no século V a.C., enaltecendo as glórias da democracia ateniense, declarou: "O poder está nas mãos não da minoria, mas de todo o povo, e todos são iguais perante a lei". (Tucídides, Guerra do Peloponeso.) Na prática da vida política ateniense, a ideia de democracia na época de Péricles, diferentemente da atual, significava que a) os habitantes da cidade, ricos e pobres, homens e mulheres, podiam participar da vida política. b) os escravos possuíam direitos políticos porque a escravidão constituída por dívida era temporária. c) os direitos políticos eram privilégios dos cidadãos e vetados aos metecos, escravos e mulheres. d) os metecos tinham privilégios políticos por sustentarem o comércio e a economia da cidade. e) os pobres e os estrangeiros podiam ser eleitos para os cargos do Estado porque recebiam remuneração. 28. (1998/Unesp) A inovação decisiva desse processo foi em última análise econômica: foi a introdução, nos domínios romanos, do 'latifundium' [latifúndio] cultivado por escravos, em larga escala, pela primeira vez na Antiguidade". (Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Texto adaptado.) O processo responsável pela introdução do latifúndio escravista a que se refere o texto foi a legislação reformista de Sólon. b) fundação do Império por Otávio. c) deposição da dinastia etrusca pelos patrícios. d) expansão romana no Mediterrâneo. e) invasão da Itália pelos germânicos. 29. (1997/Unesp) "A consequência mais aparente das invasões foi a destruição quase integral da civilização micênica. No espaço de um século, as criações orgulhosas dos arquitetos aqueus, palácios e cidadelas, não são mais do que ruínas. Ao mesmo tempo vemos desaparecer a realeza burocrática, a escrita, que não passava de uma técnica de administração, e todas as criações artísticas..." (Pierre Lévêque, A aventura grega.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 47 O texto refere-se às invasões a) Persas b) Germânicas c) Macedônicas. d) Dórias. e) cretenses. 30. (1996/Unesp) “Depois da colonização grega do século VIII a.C., a riqueza fundiária não mais representou a única riqueza possível. Ninguém mais podia subestimar a riqueza mobiliária. Ora, com maior frequência, esta não chegou às mãos dos nobres,afastados pelos velhos preconceitos das atividades comerciais e industriais. A classe dirigente teve de contar com as reivindicações dos novos-ricos encorajados pelos seus êxitos e que também desejavam participar dos negócios da cidade.” (AYMARD, André e AUBOYER, Jennine. O Oriente e a Grécia Antiga, texto adaptado). O texto faz referência a um dos fatores da: a) guerra contra os persas. b) decadência ateniense no período arcaico. c) crise do regime aristocrático nas cidades gregas. d) queda da monarquia e implantações da república. e) criação do tribuno da plebe. 31. (1996/Unesp) O vínculo entre os legionários e o comandante começou progressivamente a assimilar-se ao existente entre patrão e cliente na vida civil: a partir da época de Mário e Sila, os soldados procuravam os seus generais para a reabilitação econômica e os generais usavam os soldados para incursões políticas." (Perry Anderson, Passagem da Antiguidade ao feudalismo.) O texto oferece subsídios para a compreensão: a) da crise da República romana. b) da implantação da monarquia etrusca. c) do declínio do Império Romano. d) da ascensão do Império Bizantino. e) do fortalecimento do Senado. 32. (1994/Unesp) Dos Séculos III a I a.C., através de guerras de conquista, os patrícios romanos estenderam a sua dominação sobre quase todos os povos do Mediterrâneo. Mas essa vitória externa de Roma contribuiu para t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 48 transformar a sua própria ordem social interna. Como uma das mais importantes transformações, podemos citar: a) a queda da monarquia e o estabelecimento da república. b) a Lei das XII Tábuas, que equiparou patrícios e plebeus. c) a escravização generalizada dos plebeus e estrangeiros residentes em Roma. d) a introdução do latifúndio cultivado por escravos, em larga escala. e) a generalização do trabalho assalariado, estimulada pela expansão mercantil. 33. (1993/Unesp) A civilização grega atingiu extraordinário desenvolvimento. Os ideais gregos de liberdade e crença na capacidade criadora do homem têm permanente significado. Acerca do imenso e diversificado legado cultural grego, é correto afirmar que: a) A importância dos jogos olímpicos limitava-se aos esportes. b) A democracia espartana era representativa. c) A escultura helênica, embora desligada da religião, valorizava o corpo humano. d) Os atenienses valorizavam o ócio e desprezavam os negócios. e) Poemas com narrações sobre aventuras épicas são importantes para a compreensão do período homérico. 34. (1990/Unesp – Adaptada) Roma, de simples Cidade-Estado, transformou-se na capital do maior e o mais duradouro dos impérios conhecidos. Assinale a alternativa diretamente relacionada com o declínio e a queda do Império Romano: a) Triunfo do cristianismo e urbanização do campo. b) Redução considerável dos tributos e a abolição do poder despótico de tipo oriental. c) Barbarização do exército e crise no modo de produção escravista. d) Ensino democrático dos estoicos e o aumento dos privilégios das classes superiores. e) Estabilização das fronteiras e a crescente oferta de mão de obra. 4.2. Vestibulares 1. (2020/Famerp) Observe as três ordens da arquitetura grega clássica. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 49 As três colunas correspondem, respectivamente, aos estilos: a) dórico, jônico e coríntio. b) jônico, gótico e românico. c) românico, coríntio e dórico. d) gótico, dórico e barroco. e) coríntio, barroco e gótico. Comentários 2. (2019/Famerp) Enquanto nas cidades o poder ficou nas mãos dos bispos, nos campos, concentrou-se na dos grandes proprietários. O governo romano perdeu força: já não era capaz de cobrar os impostos de maneira eficiente, nem mesmo de pagar os exércitos. Em 476, o último imperador romano foi deposto. Era o fim do Império Romano e do mundo antigo e o início de uma nova era, a Idade Média. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado.) A queda do Império Romano do Ocidente foi provocada, entre outros fatores, a) pela fragilização do poder central, que gradualmente perdeu o controle das províncias que compunham o Império. b) pelo declínio econômico das colônias asiáticas, que deixaram de fornecer matérias-primas à capital do Império. c) pela hegemonia econômico-financeira da Igreja, que passou a combater militarmente os imperadores pagãos. d) pelo desenvolvimento militar dos impérios macedônio e persa, que se tornaram rivais de Roma e a derrotaram. e) pelas invasões dos bárbaros, que saquearam o Império Romano e, assim, facilitaram sua conquista pelos hunos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 50 3. (2018/Famerp) “O Ocidente havia conhecido somente três modos de acesso ao poder: o nascimento, o mais importante, a riqueza, muito secundário até o século XIII salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance limitado entre os cidadãos das cidades gregas da Antiguidade.” (Jacques Le Goff. Os intelectuais na Idade Média, 1985. Adaptado.) Na democracia ateniense da Antiguidade, havia um modo de exercício do poder político, que consistia no sorteio a) de cidadãos para o exercício de funções administrativas por um curto período de tempo. b) de indivíduos da população da cidade para participarem da assembleia dos cidadãos na ágora. c) de habitantes mais hábeis militarmente e mais cultos para comporem o conselho político da polis. d) de homens e mulheres descendentes de gregos para governarem a cidade nos tempos de paz. e) de estrangeiros aliados da cidade para auxiliarem os cidadãos nas decisões concernentes às relações entre as polis. 4. (2017/Famerp) Durante o século IV, a velocidade da expansão do cristianismo aumentou muito, especialmente nas cidades [romanas]. As antigas crenças continuaram existindo, mas o número de fiéis diminuiu muito. Os cristãos passaram a chamar os adeptos das outras religiões de pagãos e, em algumas ocasiões, se dedicaram a destruir seus templos e as estátuas dos deuses antigos. Isso não significa que as religiões tenham vivido em conflito. O cristianismo tomou diversas ideias e características do paganismo para si. Os livros escritos no início do Império e na época da República eram considerados obras-primas da literatura, e mesmo os que falavam de outros deuses eram lidos e apreciados pelos cristãos. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado.) Segundo o texto, a ascensão do cristianismo na Roma Antiga a) não impediu o avanço de outras formas de religiosidade, e o paganismo, apesar de reprimido, continuou a crescer e manteve-se hegemônico. b) deu-se a partir das conquistas romanas na Palestina e revelou a correção e a supremacia religiosa da fé cristã frente às antigas religiões. c) não impediu a manifestação de outras formas de religiosidade e, apesar de terem ocorrido tensões, algumas antigas práticas religiosas persistiram. d) deu-se a partir das cruzadas, que levaram a fé cristã aos pagãos, judeus e muçulmanos que controlavam as terras do Oriente Próximo. e) deu-se a partir do extermínio dos grupos que professavam crenças antigas e da eliminação dos materiais que contivessem referências ao paganismo. 5. (2016/Famerp) A cidade grega é o modelo por excelência, origem e paradigma da democracia. É dela que retiramos as exigências constituídas de toda a política moderna. Mas a cidade grega não é uma democracia modelo. Ela funciona à custa de exclusões. (Barbara Cassin et al. Gregos, bárbaros, estrangeiros, 1993. Adaptado.) t.me/CursosDesignTelegramhubESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 51 A afirmação do excerto é, aparentemente, contraditória, ao reafirmar a democracia grega como modelo e sustentar que o seu funcionamento era excludente. A aparente contradição ocorre porque a) o governo era dirigido pela classe senatorial, embora os senadores fossem eleitos pelo conjunto dos cidadãos. b) o poder político era exercido diretamente no interior das propriedades rurais, embora dele permanecessem afastados os que aravam a terra. c) a pólis era internamente dividida em corporações de ofício, embora o governo geral fosse composto por um representante de cada uma delas. d) a assembleia de cidadãos era formada por camponeses e artesãos, embora eles estivessem afastados dos assuntos militares. e) a participação dos cidadãos nas decisões públicas era plena e direta, embora mulheres, estrangeiros e escravos permanecessem fora da política. 6. (2015/Famerp) Na Antiguidade ocidental clássica, os escravizados eram, na maioria dos casos, a) estrangeiros, camponeses e hereges. b) indígenas, nobres decadentes e cristãos. c) cristãos, hereges e endividados. d) prisioneiros de guerra, endividados e estrangeiros. e) nobres decadentes, indígenas e prisioneiros de guerra. 7. (2009/Fameca) Os Jogos Olímpicos, na Grécia Antiga, realizados a partir de 776 a. C., representavam a) uma forma de homenagear Zeus, durante os quais vigorava uma trégua sagrada. b) um momento democrático, com a participação de atletas estrangeiros, das mulheres e dos escravos. c) disputas violentas entre atletas de cada cidade-estado e, por isso, foram proibidos pelos romanos no século IV. d) a preocupação dos espartanos e atenienses com a formação de uma raça pura. e) uma atividade econômica essencial para os gregos, que geravam guerras entre as cidades-estado. 8. (2008/Fameca) A partir do século VIII a. C., os gregos começaram uma grande expansão colonizadora, que continuou durante quase dois séculos (...) A princípio, a fundação das colônias teve por causa a procura por terras férteis; assim o comércio não foi o primeiro objetivo. (Rubim Santos Leão de Aquino et alii, História das sociedades – das sociedades primitivas às sociedades medievais) No contexto apresentado, a colonização grega concentrou-se a) no mar Cáspio e na Gália. b) no mar do Norte e em Cartago. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 52 c) no golfo Pérsico e no mar Arábico. d) na península Ibérica e no centro da Europa. e) no sul da Itália e Sicília e nas margens do mar Negro 9. (2021/Fac. Albert Einstein) O Império Romano, após a profunda crise do século III, tentou a sobrevivência através do estabelecimento de novas estruturas, que não impediram (e algumas até mesmo aceleraram) sua decadência, mas que permaneceriam vigentes por séculos. Foi o caso, por exemplo, do caráter sagrado da monarquia, da aceitação de germanos no exército imperial, da petrificação da hierarquia social, do crescente fiscalismo sobre o campo, do desenvolvimento de uma nova espiritualidade. (Hilário Franco Junior. A Idade Média: nascimento do Ocidente, 1988.) O texto apresenta alguns elementos que se aprofundaram nos dois séculos seguintes e caracterizaram a transição entre a) a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela penetração de povos estrangeiros nos domínios do Império Romano e pela militarização do cotidiano. b) a Idade Média e a Idade Moderna, marcada, entre outros elementos, pela centralização do poder político nas mãos dos reis e as severas limitações na mobilidade social. c) a Antiguidade e a Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela negação do caráter divino do imperador e pela transformação do cristianismo em religião do Estado. d) o Império Romano do Ocidente e o Islã, marcada, entre outros elementos, pela feudalização e pelo aumento da tributação sobre a produção agrícola. e) o Mundo Antigo e o Mundo Moderno, marcada, entre outros elementos, pelo desaparecimento dos grandes impérios e a consolidação dos Estados nacionais europeus. 10. (2017/Fac. Albert Einstein) “Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local. Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a 'chegada dos gregos significou a introdução de um elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam'.” Funari, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Adaptado. Segundo o texto, a formação da Grécia antiga ocorreu a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais tribos nativas da península balcânica. b) de forma gradual, a partir da integração de povos provenientes de outras regiões com habitantes da parte sul da península balcânica. c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos nativos da península balcânica sobre territórios controlados por grupos bárbaros. d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da península balcânica a conquistadores recém-chegados do norte. 11. (2016/Fac. Albert Einstein) Observe a imagem. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 53 Maquete da acrópole de Atenas no período clássico. Marcelo Rede. A Grécia antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 25. Entre as características da pólis grega, podemos citar a: a) dimensão híbrida da acrópole, que conjugava espaços religiosos com grandes áreas de plantio e produção de alimentos. b) incorporação de elementos arquitetônicos de origem etrusca na construção das habitações populares. c) conurbação, que provocava a junção de diversas aldeias e cidades numa mesma unidade administrativa. d) construção de templos e edifícios públicos em locais altos e o caráter fortificado da acrópole. 12. (2019/Fameca) A expansão da Macedônia significou que as cidades gregas perderam, para sempre, sua independência política. A despeito das repetidas tentativas para reconquistar essa condição, as cidades-Estado foram forçadas a submeter-se a uma monarquia. Apesar da crise grega, há triunfos intelectuais que precisam ser considerados. (Flávia M. S. Eyler. História antiga: Grécia e Roma, 2014. Adaptado.) Constitui exemplo desses “triunfos intelectuais”: a) o sincretismo do realismo da arte grega com a religiosidade dos macedônios. b) a difusão da língua e do pensamento filosófico na região mediterrânea. c) o predomínio da educação cívica e da militarização na sociedade helenística. d) o fim da concepção teocêntrica e do poder divino no império conquistado. e) a valorização do racionalismo e da democracia no governo macedônico. 13. (2021/Fac. Santa Casa) A vitória total do cristianismo deu-se na época do imperador Teodósio, no final do século IV, que concedeu aos cristãos numerosos privilégios [...]. Enfim, o cristianismo passou de religião do imperador para religião oficial, primeiro convivendo com o culto aos deuses e, depois, proibindo de vez o paganismo. (Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma, 2019.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 54 Para alguns historiadores, a oficialização do cristianismo no Império Romano simbolizou o fim do Mundo Antigo, pois a) caracterizou o prevalecimento da lógica medieval de que Deus deve ser representadoà imagem e à semelhança dos reis e imperadores. b) provocou conflitos internos à sociedade romana, que acabaram por fragmentar social e politicamente o Império. c) demonstrou, com o desencadeamento da perseguição aos pagãos, o início da intolerância religiosa da Idade Moderna. d) impediu a constituição de alianças e negociações com os povos germânicos, que eram politeístas. e) revelou, com o triunfo do monoteísmo, o surgimento de uma nova mentalidade e a fusão entre Igreja e Estado. 14. (2018/Fac. Santa Casa) O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o desenvolvimento da sua grandeza? [...] É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da semente deste protetor, e não de outra, que ela germina. [...] Porventura não é também assim que aquele que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da sua tribo [...]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que pereça às mãos dos seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo? (Platão. A República, 1987.) Platão (428 a.C. - 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia Antiga. No texto, caracteriza-se a tirania como a) uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes. b) uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder. c) um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população. d) uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos governantes. e) uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade. 15. (2021/Fac. Santa Casa) Os gregos descobriram não somente a democracia, mas também a política, a arte de chegar a decisões por meio da discussão pública e, em seguida, de obedecer às decisões como condição necessária para uma existência social civilizada. (Moses I. Finley. Démocratie antique et démocratie moderne, 1976. Adaptado.) O historiador afirma que os gregos da Antiguidade a) concediam ao conjunto dos habitantes da cidade o direito de participação nas assembleias. b) eram contrários a resoluções de divergências entre cidades-estados pelo confronto militar. c) reconheciam como legítimas as deliberações públicas instituídas por mecanismos coletivos de participação. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 55 d) conceberam como incompatíveis o funcionamento da assembleia de cidadãos com a exploração da escravidão. e) postulavam a igualdade econômica dos cidadãos como condição necessária à igualdade de direitos. 16. (2019/Fac. Santa Casa) A afirmação de que os gregos se haviam “alfabetizado” no final do século VIII a.C., embora seja rigorosamente verdadeira, precisa ser modificada de forma considerável, porque, do contrário, nos levará a interpretações errôneas. A verdade é que algumas pessoas, em algumas cidades, sabiam ler e escrever; e sem dúvida a porcentagem dessas pessoas era maior nas democracias do que em outros regimes. (J. T. Hooker. “Introdução”. In: Lendo o passado: a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.) A ligação entre a escrita e a organização política pode ser explicada pela a) dependência das decisões coletivas às explicações filosóficas sobre a existência da humanidade. b) participação nas guerras entre cidades gregas de indivíduos com ampla formação militar. c) necessidade de conferir plena publicidade às manifestações da vida social para o conjunto dos cidadãos. d) concessão aos comerciantes estrangeiros alfabetizados do direito de participação na assembleia dos cidadãos. e) fundamentação das leis da cidade nos textos religiosos de ampla circulação no mundo grego. 17. (2020/Famema) Leia o excerto sobre a preparação dos rapazes na Grécia Antiga para exercer seu papel de cidadão e pai de família. Dois tipos de iniciação persistiam nas épocas clássica e helenística em Atenas. A primeira, de origem mais arcaica, era a apresentação do adolescente à fratria¹ paterna, inicialmente em um sacrifício oferecido pelo pai aos deuses Zeus e Atena. A segunda, provavelmente estabelecida na época clássica, era o serviço militar, chamado efebia. Ambas tinham igual importância para os gregos do período, e era indispensável que o jovem passasse pelas duas. (Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga, 1996. Adaptado.) ¹fratria: grupo de pessoas que acreditavam ter o mesmo ancestral. De acordo com o excerto, tornar-se cidadão em Atenas dependia a) da formação intelectual e do pertencimento às tropas da cidade. b) da aceitação pelo grupo familiar e da preparação para a guerra. c) do casamento dentro da linhagem e do auxílio militar ao Estado. d) de pagamentos feitos aos sacerdotes e do combate aos inimigos. e) do reconhecimento pelas autoridades civis e da capacidade bélica. 18. (2017/Fameca) A guerra era uma atividade importante para os homens e as mulheres da Antiguidade. Os guerreiros vitoriosos levavam para suas cidades armas, escravos e objetos de valor saqueados dos povos vencidos. O sucesso militar, por sua vez, honrava os soldados e seus comandantes. […] Essas guerras levaram Roma a se aliar a outras cidades da mesma região, formando uma liga militar com objetivos defensivos. No t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 56 entanto, com o crescimento de sua cidade, os romanos aproveitaram para impor o domínio às aliadas e para conquistar algumas regiões próximas. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.) A partir do texto, pode-se afirmar que a) os romanos consideravam a ação militar necessária, mas não respeitavam suas tropas e conquistas externas. b) a ação militar permitia a obtenção de riquezas, porém impedia o abastecimento agrícola de Roma. c) os romanos dedicavam-se prioritariamente à guerra, pois consideravam a atividade política pouco importante. d) a ação militar era valorizada em Roma, que passou gradualmente da defesa ao ataque, até tornar-se um Império. e) os romanos atacaram seus vizinhos desde a fundação da cidade, pois desejavam construir um Império. 19. (2015/Fameca) Leia os textos que tratam da iniciação de rapazes, respectivamente, em Atenas e em Esparta na Antiguidade. No ano seguinte, em uma assembleia realizada no teatro, fazem uma demonstração de manobras militares perante o povo, recebendo então do Estado um escudo e uma lança; a seguir patrulham os campos e ficam estacionados nos postos de guarda. [...] Transcorridos os dois anos, reúnem-se aos demais cidadãos. (Aristóteles apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.) [...] os chefes dos jovens levavam aqueles que lhes pareciam à primeira vista inteligentes durante certo tempo ao campo [...], com punhais e apenas a comida indispensável, e sem mais nada. Eles, durante o dia, espalhados por lugares encobertos, se escondiam e descansavam; de noite, descendo aos caminhos, matavam a quantos hilotas surpreendiam. (Plutarco apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.) Os excertos permitem afirmar que a) o ritual de iniciação variava nessas cidades, pois em Atenas cultivava-se a mente por meio da filosofia e, em Esparta, o corpo físico. b) o exercício da cidadania era alcançado apenas em Atenas, onde os jovens podiam participar da assembleia e tomar decisões. c) o serviço militar estava atrelado ao papel de cidadão apenas em Esparta, onde o isolamento gerou uma sociedade guerreira. d) a inserção navida pública envolvia, tanto em Atenas quanto em Esparta, a preparação militar, ainda que de formas diferentes. e) a incorporação ao grupo social dependia, na sociedade ateniense e na espartana, dos laços consanguíneos e da riqueza da família. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 57 20. (2014/Fameca) É impossível apontar a “causa” da crise do Império Romano. Simplificar o problema é um equívoco. A chamada crise do século III atingiu o setor interno, mas sua manifestação mais evidente foi a ameaça exterior contra as províncias romanas. (Maria Luiza Corassin. Sociedade e política na Roma antiga, 2001. Adaptado.) Dois exemplos dessa “ameaça exterior” foram a) o expansionismo macedônio na parte ocidental do Império e os ataques dos vikings. b) a unificação dos árabes sob o Islã e a desestruturação do exército romano na África. c) a política expansionista do Império Persa e as investidas dos germanos nas fronteiras. d) o avanço do catolicismo no Oriente e os confrontos com as cidades-Estado gregas. e) a hegemonia de Cartago na bacia do Mediterrâneo e as sucessivas invasões bárbaras. 21. (2013/Fameca) Os romanos assimilaram o modelo de conhecimento grego e, mais do que isso, ajudaram a universalizá- lo por meio de suas conquistas. Mas Roma foi muito além da pólis grega ao criar um Estado que unificou diferentes povos do mundo mediterrâneo. Os gregos excluíram quase totalmente os estrangeiros da cidadania, enquanto os romanos desenvolveram um sistema de leis e participação social válido em todo o Império, ultrapassando o provincianismo típico da cidade-Estado grega. Os gregos distinguiram-se pelos seus filósofos; o gênio de Roma encontrou expressão no direito e no governo universal. (Flávio de Campos e Renan Miranda. A escrita da História, 2005.) Os autores destacam a a) importância da expansão territorial grega para a difusão do racionalismo romano. b) contribuição grega na política e na sistematização das leis e do conhecimento. c) rivalidade entre a civilização grega e a romana, devido às divergências culturais. d) exclusão dos estrangeiros do direito de cidadania nos limites do Império Romano. e) herança cultural de gregos e romanos, apesar de suas diferenças políticas. 22. (2012/Fameca) Leia o trecho. Em 594 a.C., os aristocratas nomearam Sólon, um poeta, como chefe executivo para solucionar a crise e evitar o conflito. Ele sustentava que os ricos proprietários de terra com sede de poder haviam destruído a vida da comunidade, levando Atenas às portas da guerra civil. (Renan Garcia Miranda e Flavio Campos. Oficina de História) No contexto apresentado, podem ser apontadas como reformas instituídas por Sólon a) a limitação do tamanho das propriedades e libertação dos atenienses escravizados por dívidas. b) a ampliação dos poderes oligárquicos em Atenas e a restrição do direito de voto apenas aos cidadãos ricos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 58 c) a distribuição de terras exclusivamente nas colônias gregas na Ásia Menor e a introdução da prática do ostracismo. d) a criação do Conselho dos Quinhentos e o reconhecimento de Atenas como um espaço essencialmente religioso. e) o surgimento do primeiro código de leis escritas de Atenas e a extensão do direito de votos às mulheres. 23. (2020/CUSC) Sob o ponto de vista militar, houve duas atividades: a abertura do exército aos “bárbaros” e a instalação de povos germanos no território romano. Uma outra política mostrou-se mais perigosa para a integridade do Império: a instalação de povos inteiros, organizados e não assimilados em território romano. Por meio de um contrato com Roma, os povos “bárbaros” ocupavam as terras romanas e, em troca, forneciam ao governo imperial um certo número de soldados. (Maria Sonsoles Guerras. Os povos bárbaros, 1987. Adaptado.) Apesar de “perigosa”, essa política do Império Romano apresentou, como vantagem, a) a defesa das fronteiras contra outros povos, fossem germanos ou não. b) o fornecimento de escravos para a produção agrícola nos latifúndios. c) o processo de absorção dos costumes bárbaros pelos romanos. d) a estabilidade política, com a participação de bárbaros no governo. e) a substituição dos voluntários romanos por guerreiros profissionais. 24. (2017/CUSC) Durante o período republicano, houve um grande aumento da população de plebeus em Roma. Com o passar do tempo, muitos desses plebeus enriqueceram por meio de atividades como comércio e artesanato, e outros foram incorporados ao exército. Diante dessa nova realidade, ocorreram mudanças em Roma, tais como: a) a desapropriação dos latifúndios dos patrícios e a redistribuição dessas terras entre os plebeus. b) a proibição do casamento entre patrícios e plebeus, assim como do acesso dos plebeus ao cargo de senador. c) a criação da magistratura de tribuno da plebe e de um código de leis escritas, válidas tanto para plebeus quanto para patrícios. d) o início de um longo período sem conflitos entre plebeus e patrícios, denominado Pax Romana, e sem problemas econômicos. e) o fim das formas compulsórias de trabalho, tanto no campo quanto na cidade, e a introdução da mão de obra estrangeira. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 59 25. (2018/Unicamp) A imagem acima retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem conservados que se encontram até o momento no norte da Europa. A composição conta com mais de 160 m² e apresenta como tema cenas próprias de um anfiteatro romano. (https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_stabs_secutor_(color).jpg. Acessado em 12/08/2016.) A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se afirmar corretamente que a imagem representa a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do século III d. C, que foi criticada pelos cristãos. b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso que envolvia os prisioneiros de guerra. c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da elite romana que usava cidadãos romanos na arena, para lutarem entre si e, assim, divertir o povo. d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade, como a diversão, a tentativa de controle social e a valorização da guerra. 26. (2018/Unicamp) Os gregos sentiram paixão pelo humano, por suas capacidades, por sua energia construtiva. Por isso, inventaram a polis: a comunidade cidadã em cujo espaço artificial, antropocêntrico, não governa a necessidade da natureza, nem a vontade dos deuses, mas a liberdade dos homens, isto é, sua capacidade de raciocinar, de discutir, de escolher e de destituir dirigentes, de criar problemas e propor soluções. O nome pelo qual hoje conhecemos essa invenção grega, a mais revolucionária, politicamente falando, que já se produziu na história humana, é democracia. (Adaptado de Fernando Savater, Política para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 77.) Assinale a alternativa correta, considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga. a) Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da liberdade dos homens e da tirania dos deuses. b) Os gregos inventaram a democracia, que tinha então o mesmo funcionamento do sistema político vigente atualmente no Brasil. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 60 c) Para os gregos, a liberdadedos homens era exercida na polis e estava relacionada à capacidade de invenção da política. d) A democracia foi uma invenção grega que criou problemas em função do excesso de liberdade dos homens. 27. (2018/Fuvest) Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância [...]. De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente. P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982. Na região das formações sociais gregas, a) a autonomia das cidades estado manteve se intocável, apesar da centralização política implementada pelos imperadores helenísticos. b) essas formações e os impérios helenísticos constituíram se com o avanço das conquistas espartanas no período posterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C. c) a conquista romana caracterizou se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a língua latina e cerceando as escolas filosóficas gregas. d) o Oriente tornou se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do escravismo, que afetou mais fortemente sua parte ocidental. e) os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades estado. 28. (2016/Unioeste) Nos atuais estudos sobre a Antiguidade Clássica, há tendências que analisam e problematizam aspectos relacionados àquilo que se conhece como as permanências e os usos do passado em outras épocas do mundo ocidental. No que tange ao chamado “legado histórico”, Grécia e Roma Antigas tornam-se um “lugar de retorno” bastante recorrente. Tomando como base a reflexão acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) Fortemente pautadas na ideia de legado, no século XIX, as leituras sobre a Antiguidade Greco-romana inspiraram valores de identidade na formação dos Estados-Nações. b) A manutenção do Latim, língua do Império Romano, permaneceu como a língua oficial do Sacro Império Romano-Germânico até 1898. c) O Renascimento, processo desencadeado na Itália entre os séculos XIV e XVI, demonstra novos posicionamentos do homem diante de si mesmo e do mundo, e marca a retomada das ideias clássicas greco-romanas, que atingem as transformações nas criações artísticas, literárias e científicas. d) O Império Romano foi inspiração para o Imperialismo dos séculos XIX e XX, no qual a França e a Itália se colocavam como genuínos representantes da chamada Latinidade. A colonização francesa, por exemplo, se apresentava como uma missão civilizadora, muito semelhante àquela dos antigos romanos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 61 e) Valores da Antiguidade Clássica foram apropriados pelos regimes do Fascismo e do Nazismo para justificarem suas propostas políticas na Europa dos anos 30 e 40 do século XX. 29. (2014/Unicamp) O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito, podemos afirmar que: a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações. b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam grego e depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo. c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista, como os vândalos, por exemplo. d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os persas, em oposição aos povos urbanos civilizados. 30. (Mackenzie/2019) A Confederação de Delos, organizada no século V a. C., que chegou a registrar cerca de 400 políeis gregas, está vinculada a) à derrota grega nas Guerras Púnicas e à necessidade de unir forças para enfrentarem um inimigo em comum. b) à extinção do sistema de produção escravista grego e ao caos econômico que tal fato determinou. c) à unificação política das cidades-estados gregas a fim de fazerem frente à invasão macedônica. d) à defesa por parte grega do controle comercial do Mediterrâneo ocidental diante da ascensão persa. e) à supremacia de Atenas diante das demais cidades gregas após a vitória sobre os macedônios. 31. (Mackenzie/2019) No processo histórico da Roma Antiga, a República, como regime político foi substituída pelo Império. Sobre a ordem imperial, é correto afirmar que a a) concentração dos poderes na figura do imperador tranquilizava a classe dos patrícios e senadores que concordavam com esse tipo de regime que, de acordo com eles, seria o único capaz de sufocar a anarquia e as rebeliões de escravos. b) criação do império, obra elaborada pelo Primeiro e Segundo Triunvirato, expressou o triunfo da vontade dos generais, para os quais o regime imperial seria o tipo de governo ideal, para controlar a crise social do final da República. c) base do império foi sustentada pelo poder dos camponeses romanos, nos campos, e pela plebe nos centros urbanos, principais interessados na existência de uma ordem que lhes assegurasse o domínio da terra e a permanência da prática do pão e circo. d) vitória da participação popular no cerne da vida política marcou, profundamente, o novo regime político, diferente do que ocorreu tanto no período monárquico, quanto no período republicano. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 62 e) crise econômica pelo qual Roma passava nos últimos anos da República, decorrente das inúmeras derrotas militares enfrentadas pelos romanos e os gastos despendidos para consolidar a conquista do Mediterrâneo, levaram o povo a apoiar o novo regime. 32. (Mackenzie/2017) Leia o texto a seguir. “Esta refundação efetua-se sob o signo do cristianismo. Trata-se menos de uma conversão de Constantino do que da vontade de reunificação do Império sob um dogma, cujo monoteísmo é bastante conveniente à concepção de poder absoluto que o imperador encarna. Constantinopla é, portanto, ao mesmo tempo a cidade epônima de Constantino, o berço da dinastia que ele fundou e a sede de sua nova religião” Stéphane Yérasimos. La nouvelle Rome. Disponível em www.histoire.presse.fr Acesso em 15 ago. 2015 Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, ao excerto e ao contexto. a) A partir de Constantino, a política romana liga-se à religião cristã, atendendo a interesses de fortalecimento da figura do imperador e a contenção da crise até então vivida pelo Império. b) A fundação de Constantinopla, com a consequente transferência da capital, atendeu a interesses religiosos de fortalecimento do Cristianismo na parte oriental do Império. c) A transferência da capital do Império para Constantinopla e a perseguição aos cristãos, promovida pelo imperador Constantino, conseguiram conter as crises vividas em Roma. d) O crescimento do monoteísmo, as contestações ao poder do imperador e a conversão de Constantino ao Cristianismo forçaram à perseguição a outras religiões e à transferência da capital. e) A oficialização do Cristianismo e a transferência da capital para Constantinopla, ambas realizadas por Constantino, atenderam a interesses políticos e religiosos do governo romano. 33. (Mackenzie/2017) Ao longo de toda a História, a formação de colônias permitiu que a espécie humana pudesse se distribuir pelo mundo. Contudo, o crescimento populacional e econômico, verificado em algumas civilizações, determinou um novo tipo de colonização, que passou a ter o caráter de dominação e conquistaterritorial. Ao compararmos o processo de colonização romana com o português, fazem-se as seguintes afirmações: I. O sucesso em superar suas lutas sociais internas possibilitou aos romanos implantar o regime de império, implicando uma ação conquistadora, que, graças à ação do exército, levou à incorporação de novas regiões. Da mesma forma, após sucessivas guerras religiosas internas, para conquistar sua unificação, Portugal também adotou uma ação expansionista. II. Roma, além de conquistar territórios para o seu desenvolvimento econômico, também procurava criar um grande Império, aumentando sua supremacia em todo Oriente e Ocidente. Da mesma forma, Portugal, com o início do processo de expansão marítima, no século XIV, almejava criar uma grande nação ultramarina, restaurando o antigo Império Romano. III. O processo português de colonização correspondia ao modelo mercantilista europeu, no qual a exploração das colônias objetivava enriquecer a metrópole, sem a preocupação de desenvolvê-las. No caso romano, além da necessidade econômica, visando manter o escravismo, almejavam criar um grande Império, possibilitando que seus habitantes pudessem se tornar cidadãos de Roma. Assinale a alternativa correta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 63 a) Somente a I está correta. b) Somente a II está correta. c) Somente a III está correta. d) Somente a I e a II estão corretas. e) Somente a II e a III estão corretas. 34. (Mackenzie/2017) As duas grandes civilizações da Antiguidade, Grécia e Roma, construíram anfiteatros grandiosos, com enorme capacidade para abrigar seus frequentadores. Na Grécia, o Anfiteatro de Epidauro, construído em IV a.C e o Coliseu, construído em Roma, entre 72 e 80 d.C., são dois belos exemplos. Entretanto, mais do que apenas diferenças arquitetônicas, tais construções exemplificam as diferenças entre essas duas civilizações. Considere as afirmativas abaixo. I. O Coliseu era, sobretudo, um enorme instrumento de propaganda e difusão da filosofia de toda civilização romana que, por meio de espetáculos de gladiadores, execuções e jogos, voltados para o entretenimento da população, desviava a atenção do povo dos problemas sociais e políticos. II. O Teatro grego desempenhava um papel importante na cultura e no orgulho cívico, onde por meio de dois gêneros principais, a tragédia e a comédia, discutiam-se temas políticos e sociais, por vezes de forma satírica, levando o cidadão a uma reflexão sobre o mundo em que vivia. III. Para a cultura greco-romana, a importância dos anfiteatros não residia somente na possibilidade de realizar as festas rurais, festivais artísticos ou espetáculos dirigidos ao povo. Nesses amplos espaços as decisões políticas eram tomadas pelos governantes com o apoio da população votante. Assinale a assertiva correta. a) Somente a I está correta. b) Somente a I e II estão corretas. c) Somente a I e III estão corretas. d) Somente a II e III estão corretas. e) Todas estão corretas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 64 35. (Mackenzie/2015) A partir do século VII a.C., a cidade de Atenas passou por consideráveis transformações, culminando com o desenvolvimento do regime democrático. Nesse sentido, governantes atenienses foram de fundamental importância para o desenvolvimento político daquela cidade. A esse respeito, julgue os itens a seguir. I. Drácon iniciou as reformas, estabelecendo uma legislação escrita para a cidade. Apesar de extremamente severas, essas leis retiraram o poder político das mãos dos eupátridas, concedendo maior participação às camadas populares. II. Sólon propôs reformas em três sentidos. Na economia, estimulou o comércio e a indústria. Em termos sociais, aboliu a escravidão por dívidas. Na política, estabeleceu o regime censitário, eliminando, portanto, critério de nascimento para a participação política. III. Clístenes deu início a um processo de reformas que implantavam a democracia. Dentre suas medidas políticas, estabeleceu o princípio da isonomia – igualdade – dos cidadãos e a participação direta deles por meio da Assembleia (Eclesia). Assinale a) se apenas o item III está correto. b) se apenas os itens II e III estão corretos. c) se apenas os itens I e III estão corretos. d) se os itens I, II e III estão corretos. e) se apenas os itens I e II estão corretos. 36. (Mackenzie/2015) “Os generais os enganam quando os exortam a combater pelos templos de seus deuses, pelas sepulturas de seus pais. Isto porque de um grande número de romanos não há um só que tenha o seu altar doméstico, o seu jazigo familiar. Eles combatem e morrem para alimentar a opulência e o luxo de outros. Dizem que são senhores do universo, mas eles não são donos sequer de um pedaço de terra”. (Apud Plutarco. Vidas paralelas. Barcelona: Ibéria, 1951. v4, p.150) Segundo Plutarco, essas foram palavras proferidas por Tibério Graco, político romano, em um discurso público. A respeito da iniciativa promovida tanto por ele, como por seu irmão Caio, durante o período da Republica romana (VI a.C. – I a.C.) podemos afirmar que a) reafirmou o poder da aristocracia romana, confirmando o direito a terras e indenização em caso de expropriação nos períodos de guerra. b) os irmãos Graco reconheciam que a distribuição de terras seria a solução para atender às necessidades de uma plebe marginalizada. c) defendiam uma maior participação política da classe de comerciantes para promover o desenvolvimento e expansão da economia romana. d) incitavam o povo a apoiar as ditaduras militares, sendo os generais do exército, os únicos capazes de assumir o governo em época de crise. e) os irmãos Graco, com o apoio do Senado e da aristocracia romana, puderam promover uma reforma social que aplacou o clima de tensão vivido na época. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 65 37. (Mackenzie/2014) O Mar Mediterrâneo foi a maior de todas as vias de circulação romanas e dele resultou a formação do Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.). A respeito dessa importante conquista para a civilização romana, assinale a alternativa correta. a) A eliminação da hegemonia cartaginesa sobre a região além de permitir que Roma passasse a dominar o comércio mediterrâneo, possibilitou aumentar o dinamismo próprio da estrutura escravista, que necessitava de mão de obra decorrentes das conquistas. b) Após a derrota romana nas Guerras Púnicas, quando fenícios e cartagineses ocuparam o estreito de Gibraltar, a única saída para dar continuidade ao processo de expansão foi a conquista do mar Mediterrâneo. c) A explosão demográfica e os conflitos internos com a plebe urbana exigiram medidas expansionistas por parte do governo, para que se estabelecessem colônias romanas fora da península itálica a fim de minimizar as tensões sociais. d) A necessidade de expansão do cristianismo, que a partir do século IV, tornou-se a religião oficial do império romano, implicou na divulgação dos princípios dessa nova doutrina para os povos bárbaros. e) A crescente produção de cereais, durante o império romano, especialmente, o trigo, levou à expansão de suas fronteiras, uma vez que era necessário ser escoado e vendido para as demais províncias romanas. 38. (Mackenzie/2013) “(...) Consta que a concubina de Péricles, Aspásia, ajudou-o a escrever seus discursos. E a todos surpreendia ver o grande estadista a cada manhã, ao sair de casa, despedir-se de Aspásia com beijos.” A elevação do espírito: 600 a.C.- 400 a.C. Rio de Janeiro, 1998. O texto acima, referindo-se ao grande líder da cidade-estadode Atenas, Péricles, retrata as contradições sociais existentes, não apenas em Atenas, mas em toda a Grécia. Sobre a sociedade grega da época, podemos afirmar que a) As condições sociais eram idênticas tanto nas cidades-estados que evoluíram para regimes democráticos, como Atenas, por exemplo, quanto nas póleis oligárquicas, como Esparta. b) Em toda a Grécia, a sociedade era predominantemente masculina, mas em disputas sucessórias familiares, em alguns casos, o poder era exercido pelas mulheres. c) A democracia, instituída pelas reformas de Clístenes, era um sistema político que atendia aos interesses de apenas uma minoria da população, estando excluídos os estrangeiros, os escravos e as mulheres. d) Em Atenas, as mulheres provenientes de ricas famílias possuíam maior autonomia, pois eram consultadas e participavam efetivamente das decisões políticas e assuntos relacionados ao destino da pólis. e) A estabilidade social, advinda das reformas introduzidas por Clístenes, não foi acompanhada por estabilidade econômica, já que foi a partir da conquista da democracia que os gregos iniciaram seus conflitos com os persas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 66 39. (Mackenzie/2012) “Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei.” Sócrates, 469-399 a. C. O filósofo grego Sócrates, nascido em Atenas, por ensinar seus discípulos a se libertar do orgulho e da pretensão de que sabiam algo e que, somente ao se libertarem dessa postura prepotente poderiam iniciar a construção de suas próprias ideias, foi considerado subversivo pelo governo ateniense. Para o filósofo, não importava a condição socioeconômica de seus discípulos e, sim, suas qualidades interiores. Acusado de corromper a juventude, foi condenado a tomar cicuta (veneno). Suas ideias contrariavam os valores dominantes da sociedade ateniense da época, porque a) permitiriam que todo grego pudesse ser considerado “heleno”, pois participaria do processo de educação e cultura grega e, não mais, apenas os atenienses. b) Atenas, considerada a “educadora da Hélade”, não seria mais a única cidade-estado grega a monopolizar o direito à educação, podendo tal direito ser exercido por qualquer outra pólis. c) para a democracia ateniense, a maioria da população (composta de escravos, mulheres e estrangeiros) não tinha direito de cidadania e, portanto, não deveria participar das decisões políticas. d) não respeitavam os valores religiosos atenienses, influenciando seus jovens discípulos a não se submeterem a nenhuma imposição ou princípio religioso, pois seria prejudicial à sua formação acadêmica. e) o regime democrático ateniense nunca incentivou o desenvolvimento intelectual de seus cidadãos, por considerar que os valores tradicionais deveriam ser respeitados e preservados. 40. (Mackenzie/2012) Temos um regime que nada tem a invejar das leis estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imitadores. (...). (...) no que se refere à vida pública, as origens sociais contam menos que o mérito, sem que a pobreza dificulte a alguém servir à cidade por causa da humildade de sua posição. Vivemos em liberdade, não somente em termos de vida política, mas também na vida cotidiana. (...) por mais tolerantes que sejamos nas relações particulares, recusamos absolutamente, nas questões públicas, fazer algo de ilegal – teríamos medo! Damos ouvidos àqueles que se sucedem nas magistraturas, às leis e especialmente àquelas criadas para proteger as vítimas (...). Tucídides. História da Guerra do Peloponeso. O regime de governo, referido por Tucídides, denominava-se, na Grécia antiga, a) Oligarquia. b) Monarquia. c) Tirania. d) República. e) Democracia. 41. (Mackenzie/2011) Essa cidade fundada pelos fenícios, desde a decadência grega controlava praticamente todo o comércio na bacia do Mediterrâneo. Sua situação geográfica privilegiada, uma vez que estava situada no norte da t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 67 África e dominava a ilha da Sicília, contribuiu para o monopólio da ligação do Mediterrâneo com o oriente pelos cartagineses. Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo O fragmento de texto acima está relacionado com: a) as Invasões Bárbaras. b) as Guerras Médicas. c) as Guerras Púnicas. d) a Conquista da Macedônia. e) a Confederação de Delfos. 42. (Mackenzie/2011) Quando se percorre a história das repúblicas, vê-se que todas elas foram ingratas com seus concidadãos: mas há menos exemplos disto em Roma do que em Atenas, ou em qualquer outra cidade de governo popular. Se se quiser conhecer a razão, creio que ela está em que os romanos tinham menos motivos do que os atenienses para temer a ambição dos concidadãos. Nicolau Maquiavel, comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio. Podemos considerar as conclusões de Maquiavel verdadeiras se levarmos em conta que, a) em Roma, passou-se por um grande período de estabilidade, sem lutas pelo poder entre os cidadãos, que foi do fim da Monarquia à ascensão de Mário e Sila, na República; já em Atenas, a desconfiança em relação aos cidadãos remontava à época da tirania, e, ao eliminarem-na, os atenienses criaram a instituição do ostracismo, para punir os cidadãos que ameaçassem a nascente democracia. b) em Roma, o período de instabilidade remontava à época da Monarquia, quando os reis usurparam as liberdades individuais em prol da coletividade, em uma clara divisão entre patrícios e plebeus; já em Atenas, a luta pelo poder entre cidadãos remontava à época da República, uma vez que os tiranos exerciam o poder em nome dos aristocratas, mas atraíam o apoio das massas com medidas populares. c) em Roma, não houve disputas pelo poder, uma vez que a República permitia livre acesso à política, por meio das magistraturas e das Assembleias, permitindo a participação política no conjunto da sociedade; já em Atenas, a democracia era restrita a quem fosse considerado cidadão e, por isso, gerava constantes conflitos entre a ampla camada de não-cidadãos e a elite aristocrática. d) em Roma, apesar de ampliar a prática da cidadania, esta era controlada pela elite patrícia e alijava do poder a camada de plebeus, a maioria na cidade; já em Atenas, apesar de excluir mulheres, crianças, escravos e estrangeiros, a democracia era exercida por todos aqueles considerados cidadãos, sem distinção censitária e com amplos poderes de decisão perante as instituições políticas da cidade. e) em Roma, não havia motivo algum para temer as lutas pelo poder, pois as instituições republicanas só foram consolidadas no final da República, época em que a cidade já era invadida pelos povos denominados bárbaros; em Atenas, as lutas entre os cidadãos remontavam à época da tirania, exercida por Clístenes que, ao cercear as liberdades individuais, sofreu forte oposição dos eupátridas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 68 43. (Mackenzie/2010) Frank Miller inspirou-se na verdadeira Batalha de Termópilas, ocorrida em 438 a.C, na Grécia, para escrever “Os 300 de Esparta”. A adaptação da história em quadrinhos de Miller foi levada ao cinema, em 2006, pelo diretor Zack Snyder, com o título “300”. A respeito do contexto das Guerras Médicas (500-479 a.C), tema abordado no filme, assinale a alternativa correta. a) O domínio e a expansão naval fenícia ameaçavam a hegemonia da Grécia sobre o mar Egeu, o que ocasionou a formação de uma aliança defensiva grega. b) Desenvolvendo uma política imperialista,Atenas entrou em conflito com Esparta que, agrária e oligárquica, permaneceu fechada à expansão territorial. c) O expansionismo persa, que já havia dominado cidades gregas da Ásia Menor e estabelecido o controle persa sobre rotas comerciais do Oriente, ameaçava a soberania da Grécia, tornando inevitável o conflito grego-pérsico. d) Esparta, por priorizar a formação física e militar, cultivando no indivíduo o patriotismo incondicional ao Estado, liderou a ofensiva grega contra os assírios, que ameaçavam as instituições democráticas gregas. e) O forte espírito militarista presente na cultura helenística e difundido em todas as pólis gregas permitiu que, no conflito contra os medos, a Grécia obtivesse a supremacia militar e se sagrasse vencedora. 44. (Mackenzie/2010) A crise do Império Romano ganhou visibilidade a partir do século III. Assinale a alternativa correta a respeito dos aspectos característicos dessa crise. a) O excedente de mão-de-obra escrava, que pesava sobre os custos de produção, não era acompanhado pelo aumento da produtividade. b) O elevado custo de manutenção da máquina burocrática e do exército, que asfixiava as finanças do Império. c) O enfraquecimento do Cristianismo, diante da incompatibilidade entre as suas ideias e as necessidades do povo romano. d) O choque entre patrícios e plebeus, estes últimos exigindo cidadania e representação política. e) A ocorrência das Guerras Púnicas, que fragilizaram as fronteiras e permitiram invasões bárbaras e exauriram os cofres públicos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 69 45. (Mackenzie/2007) I. A religião mergulha suas raízes nas profundezas de um passado longínquo e conhece múltiplos deuses, sob a forma ao mesmo tempo animal e antropomórfica, o que autorizou aproximações (controvertidas) com o totemismo primitivo. A preocupação com o além domina a vida dos simples e explica o êxito crescente da lenda de Osíris, antigo rei do Delta, vítima da ambição de seu irmão Séti, e cujo corpo cortado em pedaços foi reunido e ressuscitado pelos cuidados de sua irmã-esposa Ísis. II. A religião está no centro de toda a vida. Remonta ela à época neolítica e os grandes deuses são de origem cósmica, Anu, rei do Céu, Enlil, rei da Terra, Ea, rei do Oceano. Esses deuses primordiais criaram os deuses astrais, que se ocupam diretamente dos homens, Chamach, deus-sol, Sin, deus-lua, Ichtar, o planeta Vênus, e Damuzi, o deus agrário dos mortos e das ressurreições anuais. A cidade santa é Nipur, e sua preeminência dura até o advento de Marduc, o babilônio. III. Dois ordenadores de gênio impuseram sua marca [à religião]: Homero, criador de uma sociedade divina à imagem da humana (deuses olímpicos), e Hesíodo, que concebe toda uma teogonia e lança o problema das forças misteriosas que decidem do destino do homem. Paralelamente, a religião popular [está] fundada no respeito às forças naturais antropomorfizadas, Zeus, Pã, Hermes, Ártemis, nos ciclos imutáveis da vegetação, das sementeiras e das colheitas, Deméter e Dioniso [...]. Os trechos acima, extraídos da obra do historiador Paul Petit a respeito dos povos antigos, referem-se a traços culturais, respectivamente, das civilizações a) egípcia, suméria e grega. b) babilônica, egípcia e romana. c) persa, assíria e grega. d) egípcia, romana e cretense. e) hebraica, persa e grega. 46. (2015/UFPR) Considere o texto abaixo: “O surgimento das moedas liga-se (...) a três transformações culturais notáveis da Grécia nos idos do século VII a.C. (...): o desenvolvimento da pólis (...) e da vida política (...), a complexificação crescente das trocas comerciais (...) [e] a alfabetização.” FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a História e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50. A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a Grécia antiga, assinale a alternativa que relaciona corretamente a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas. a) A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada, caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta. A expansão grega ocorre devido à insuficiência de escravos nas cidades-Estado. Nas guerras realizadas no Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos escravos e vendidos nas colônias gregas, o que intensificou a circulação de moedas. b) A pólis era um tipo específico de organização social encontrada em Atenas e Esparta. No período em questão, essas duas cidades-Estado rivalizaram-se na expansão territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a circulação de moedas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 70 c) A pólis foi a principal forma de organização social na Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com governos e leis próprias. No século VII a.C., com o aumento demográfico e a concentração latifundiária, houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o comércio marítimo e terrestre. d) A pólis surgiu como solução para os conflitos entre Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia, constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a expansão comercial marítima de Atenas pelo Mediterrâneo, levando à formação de colônias e ao aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais. e) A pólis era um tipo de cidade-Estado que se desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega, ocasionando a fundação de colônias na Magna Grécia. Por conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-Estado uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no Mediterrâneo, gerando aumento na atividade comercial grega e o uso de moedas. 47. (2012/UFPR) Sobre o período helenístico (séculos IV a II a.C.) é correto afirmar: a) Com a rápida conquista territorial feita pelos macedônios, liderados especialmente por Alexandre Magno, houve a difusão da cultura grega do Egito até a Índia, por meio da adoção da koiné, uma variante mais simples do grego. Ocorreu a fusão entre culturas orientais e a cultura grega, além da construção de polos culturais, como Alexandria. Esse período deixou uma influência duradoura, que se manteve também dentro dos limites do Império Romano. b) Foi um longo período de desenvolvimento econômico, em que a agricultura foi incentivada por todos os territórios conquistados por Alexandre Magno. O objetivo desse imperador era rivalizar com o Império Romano, estabelecendo em Alexandria um governo despótico e centralizador. Nesse período, a cultura grega se expandiu do Egito até a China. c) Foi marcado pelas conquistas de Alexandre Magno, que teve dificuldades em expandir o seu governo, por conta da resistência dos romanos e dos persas. Apesar de ter reinado por décadas, Alexandre Magno não conseguiu manter a independência grega, perdendo seus territórios para o nascente Império Romano. d) Foi um período de decadência cultural, em que manifestações culturais gregas misturaram-se a influências de outras culturas conquistadas pelos exércitos de Alexandre Magno. Devido ao seu rápido crescimento, o império helenístico permitiu que as culturas e costumes locais se preservassem em troca de lealdade política. Isso levou ao fim da língua, da filosofia, do teatro e da arquitetura gregas. e) Foi uma era de violência endêmica e de escravidão dos povos conquistados por Alexandre Magno, o que explica sua breve duração. Logo após a morte de Alexandre, o império se dividiu e foi conquistado pelos persas. Dessa forma, o projeto de difusão da cultura grega foi abandonado, deixando alguns poucosmonumentos e bibliotecas pelo Oriente. 4.3. Inéditas Leia o texto abaixo para responder às questões 1 e 2. Alguns estudos recentes indicam que os jogos de gladiadores e os anfiteatros eram essenciais para definir a própria identidade romana: os jogos de gladiadores representariam o lugar onde a civilização e o barbarismo se encontravam. A arena era o lugar onde a civilização confrontava a natureza, na forma de t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 71 feras que representavam um perigo para a humanidade; e onde a justiça social confrontava a má ação, na forma de criminosos, ali executados; e onde o império romano confrontava os seus inimigos, na pessoa dos cativos. Do espírito por trás das lutas de gladiadores, decorre a multiplicação de arenas nas cidades fronteiriças do Império Romano, sua localização próxima ao limite físico que separa o recinto urbano amuralhado do ager¹, e também sua presença no mundo de fala grega, como sinal de identidade romana. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. Adaptado. ¹ Construções de madeira e terra erguidas no interior das muralhas de uma cidade. 1. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) De acordo com o texto, a construção de anfiteatros nos espaços urbanos estava associada à (A) afirmação de valores e práticas atrelados à civilização romana em seus limites territoriais. (B) necessidade de contenção das convulsões sociais entre o patriciado romano e a plebe. (C) defesa do triunfo do discurso civilizacional sobre a natureza por meio do avanço científico. (D) subjugação dos povos dominados por meio da imposição de seus padrões arquitetônicos. (E) responsabilização das camadas subalternas pela condução de sessões de julgamento. 2. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) As urbes, centros das cidades romanas na Antiguidade, podem ser destacadas como: (A) espaços horizontais de deliberação de questões de natureza política. (B) locais de realização de espetáculos públicos e de atuação das magistraturas. (C) pontos de trocas comerciais e de reunião dos contingentes militares armados. (D) locais de sepultamento dos mortos e de realização de cerimônias fúnebres. (E) sedes de realização dos jogos olímpicos e de adoração dos deuses e imperadores. 3. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) É claro que os cidadãos não devem levar uma vida de artesãos, nem uma vida de comerciantes - tais vidas são ignóbeis e opostas à virtude - e que aqueles que são chamados à vida cívica não devem também ser agricultores. A aquisição da virtude e a atividade política necessitam, uma e outra, do ócio. (Aristóteles. “A Política”.) Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), o exercício dos direitos políticos na Grécia Antiga se ligava: a) ao aprendizado das práticas virtuosas no seio familiar e instituições de ensino. b) à existência de uma economia voltada às atividades manufatureira e mercantil. c) ao abandono de atividades agrícolas e comerciais pelos habitantes da pólis. d) à capacidade dos cidadãos de se dedicarem plenamente aos assuntos da cidade. e) à necessidade de se dispor de um período de descanso após as atividades laborais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 72 4. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) O final do período arcaico foi marcado pelo aparecimento da moeda na Grécia. Tudo indica, no entanto, que não se trata de um fenômeno estritamente econômico, mas também político: as cidades cunhavam moedas com os desenhos de seus símbolos, seus deuses protetores e seus principais produtos, em uma época em que buscavam se estabelecer perante seus vizinhos. (REDE, Marcelo. A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva, 2004. Adaptado.) A partir do texto, pode-se considerar que o aparecimento da moeda manifesta: a) um período de afirmação da autonomia das cidades-Estado gregas. b) o estabelecimento dos primeiros contatos com povos não-gregos. c) a padronização dos pesos e medidas aplicados em toda a Hélade. d) a vinculação das trocas comerciais aos interesses dos sacerdotes. e) o surgimento dos primeiros intercâmbios comerciais entre gregos. 5. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Na paz como na guerra vivia-se sob o arbítrio da elite; em suas mãos estavam os tesouros públicos, as províncias, as magistraturas, as glórias e os triunfos. O povo vivia oprimido pelo serviço militar e pela penúria; as presas de guerra eram divididas entre generais e alguns privilegiados. Durante esse tempo, os pais e os jovens filhos dos soldados, se fossem vizinhos de um mais poderoso, eram expulsos de seus sítios. SALÚSTIO. Guerra de Jugurta. In: MACHADO, Carlos Augusto Ribeiro. Roma e seu Império. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 15. Segundo o texto, transformações na sociedade romana durante a fase republicana (509 a.C. e 27 a.C.) se manifestavam no(a) a) formação de um Exército profissional e garantia de propriedades aos soldados. b) agravamento da desigualdade entre os cidadãos e da concentração fundiária. c) aumento dos escravizados obtidos por dívidas e pelas guerras de conquista. d) conquista de cadeiras no Senado romano pelos plebeus enriquecidos. e) no enfraquecimento do poder militar diante do poderio do patriciado romano. 6. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Nos estados aristocráticos, o excesso e as injustiças são mínimos, enquanto a disciplina é altamente prezada. A grosseria, a desordem e a malandragem, porém, atingem seu cume num governo popular [...]. O povo comum não deseja uma cidade com boas leis, na qual eles seriam escravos, mas desejam ser livres e governar. Pseudo-Xenofonte. A constituição de Atenas. REDE, Marcelo. A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva, 2004.In: p. 26. A discussão conduzida pelo filósofo sobre os regimes políticos da Grécia Antiga indica (A) a violência adotada pelos tiranos populares. (B) a inclinação das elites políticas à corrupção. (C) desconfiança em relação às democracias. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 73 (D) a ineficácia das leis aprovadas pela maioria. (E) a defesa da instrução dos cidadãos humildes. 7. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) A educação em Esparta era um aprendizado da obediência. Os anciãos vigiavam os jogos das crianças. Não perdiam uma ocasião para suscitar entre eles brigas e rivalidades. Tinham, assim, meios de estudar em cada um as disposições naturais para a audácia e a intrepidez para a luta. Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente necessário. Quando completavam doze anos, não usavam mais camisa. Só recebiam um agasalho por ano. Negligenciavam o asseio, não conheciam mais banhos nem fricções, a não ser em raros dias do ano. Dormiam juntos agrupados em patrulhas e tropas. (FUNARI, P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. Adaptado.) Em sua obra, o legislador Licurgo destaca, dentre as características da sociedade espartana da Antiguidade, a (A) defasagem do sistema de ensino. (B) educação voltada para a guerra. (C) negligência em relação à juventude. (D) valorização das virtudes democráticas. (E) inexistência de padrões de asseio. 8. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Rômulo manteve as mulheres em grande e sábia modéstia, graças ao estabelecimento de uma única lei (que a todas as outras superava como mostraram os fatos) a qual estipulava que a mulher casada, conforme a união sagrada do matrimônio, devia participar de todos os bens do marido e de todas as coisas santas.(FUNARI, P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. p. 105) O historiador Dionísio de Halicarnasso, ao retratar aspectos da sociedade romana na Antiguidade, evidencia (A) o protagonismo feminino na vida religiosa. (B) a restrição da presença feminina no comércio. (C) a conquista de direitos políticos pelas mulheres. (D) a presença física de mulheres no mundo público. (E) a participação das mulheres na vida administrativa. 9. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Os discursos dos atenienses, longos que são, eu não compreendo; fazendo a si próprios muitos elogios não contestaram em parte alguma que não ferem os direitos dos nossos aliados e do Peloponeso; ora, se, diante dos medos, foram bons naquela ocasião e, diante de nós, são maus agora, eles merecem uma punição dupla porque, de bons que eram, passaram a ser maus. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 74 Tucídides. História da Guerra do Peloponeso. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2013. Proferido pelo espartano Estenelaídas, durante o século V a.C., o discurso evidencia o contexto de: a) críticas ao governo da Grécia centralizado pelos atenienses. b) acirramento das tensões entre as cidades-Estado gregas. c) formação de uma aliança militar contra a dominação persa. d) fortalecimento da autonomia política entre os helenos. e) subjugação do território grego ao domínio macedônico. 10. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Os animais da Itália possuem cada um sua toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que combatem e morrem pela Itália estão à mercê do ar e da luz e nada mais: sem-lar, sem casa, erram com suas mulheres e crianças. É para o luxo e enriquecimento de outrem que combatem e morrem tais pretensos senhores do mundo, que não possuem sequer um torrão de terra. PINSKY, Jaime. 100 textos de História Antiga. São Paulo: Contexto, 2019. p. 20. No excerto acima, retirado do discurso de Tibério Graco, tribuno da plebe em Roma no século II a.C., verifica-se uma defesa em favor: a) do aumento de soldo dos militares em campanha. b) da criação de programas de amparo às famílias dos combatentes. c) do fim das campanhas expansionistas promovidas pela República. d) da remuneração similar para comandantes e subordinados. e) da modificação da estrutura agrária nos domínios romanos. 11. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) No início do século IV, o futuro imperador Constantino adotou a religião cristã. Com isso, as perseguições deixaram de ser realizadas, e o cristianismo passou a receber benefícios que antes eram reservados às religiões públicas. Para os habitantes da época, trava-se de uma grande mudança, pois a religião que até o século III havia sido perseguida estava agora associada ao Estado. MACHADO, Carlos Augusto. Roma e seu império. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 38. Adaptado. As transformações verificadas nos domínios romanos durante o período tratado pelo texto foram impulsionadas pela aprovação, pelo imperador Constantino, do: A) Édito de Milão, que estabeleceu liberdade de culto aos cristãos após séculos de perseguições empreendidas pelo Império Romano. B) Édito de Tessalônica, que instituiu o cristianismo como religião oficial do Império, que a essa altura contava com a adesão da maioria dos patrícios. C) Édito de Caracala, que conferiu garantias jurídicas e direitos políticos a todos os povos cristãos que viviam no interior das fronteiras do Império. D) Édito de Nantes, que concedia tolerância religiosa aos cristãos que habitavam o Império, o que deu fim à destruição de templos voltados à religião. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 75 E) Édito de Worms, que instituiu a repressão de cultos pagãos a partir da região da Germânia, o que favoreceu o crescimento do cristianismo no Império. 12. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Há o que comanda e o que é comandado. O homem livre comanda ao escravo, da mesma forma que o macho à fêmea e o adulto à criança. E, todavia, as partes da alma existem em todos, mas existem de maneira diferente: o escravo está totalmente privado da parte deliberativa; o sexo feminino a possui, mas sem a possibilidade de decisão; a criança a tem incompleta. Estabelecemos que o escravo é útil para as necessidades da vida. Fica, portanto, claro que ele não tem a necessidade senão de pequena parcela de virtude. O suficiente para apenas não ficar inferior à sua tarefa, por desregramento ou negligência. (Aristóteles. “A Política”.) Com base no texto é correto afirmar: a) a filosofia grega reconhecia que homens livres e escravizados eram detentores das virtudes necessárias à vida política, porém os últimos eram subjugados pelas leis da pólis. b) a desigualdade social era considerada um dado da natureza entre os homens, o que permitiu que os mais abastados subjugassem os menos favorecidos por meio do cativeiro. c) os gregos compreendiam a escravidão como um estágio que se aproximava daquele desfrutado pelas crianças, o que demandava que ambos fossem tutelados até atingirem o agir autônomo. d) a condição jurídica dos escravizados nas cidades-estado gregas se assemelhava às das mulheres, em razão de ambos serem considerados desprovidos de virtudes essenciais à vida pública. e) a prática da escravidão era algo naturalizado no mundo grego, assim como outras relações sociais que garantiram o predomínio dos homens livres nas atividades políticas da cidade. 13. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Os gregos chamavam-se de “helenos”, e os estudiosos modernos usaram o termo helenístico para referir- se à civilização que se utilizava do grego como língua oficial a partir das conquistas de Alexandre, o Grande (336 a.C.), até o domínio romano da Grécia, em 146 a.C. Alexandre conquistou um imenso território: as cidades gregas todas, mas também o Egito, a Palestina, a Mesopotâmia, a Pérsia (Irã), chegando até a Índia. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. p. 82. Considerando o contexto histórico abordado pelo fragmento, assinale a alternativa correta. a) o período helenístico foi marcado pela hegemonia militar macedônica e tributária sobre a Hélade, conservando, porém, a autonomia desfrutada pelas cidades-Estado. b) o apagamento cultural da Grécia se deu no período da dominação helenística, que estimulou a formação de centros culturais no Oriente Próximo, como é o caso de Alexandria. c) a expansão do Império Macedônico para regiões do Oriente Médio contribuiu para difusão do sistema democrático grego e o enfraquecimento de autoridades teocráticas. d) a civilização helenística foi marcada pela intensa troca cultural entre os povos, sendo mesclados elementos da cultura helênica com os das populações orientais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 76 e) a helenização de domínios macedônicos no norte da África e no Leste Asiático estimulou o apagamento das culturas orientais, sobretudo em âmbito religioso. 14. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) As guerras muito longas em locais distantes tornavam cada vez mais difícil a participação dos camponeses na infantaria, o que acabou levando o general romano Mário, em 111 a.C., a recrutar, pela primeira vez, soldados voluntários que recebiam salário, o que contribuiu para a profissionalização do exército. Após alguns séculos de adoção dessa prática, aconteceu o previsível: esses novos soldados assalariados passaram a ser mais leais aos generais que lhes pagavam do que ao Estado romano.FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. Adaptado. Considerando os conhecimentos sobre a história do Império Romano e as informações do trecho acima, assinale a alternativa que indica o contexto histórico em que ocorreu o fenômeno observado e suas consequências para o mundo romano. a) Trata-se do contexto de crise da monarquia etrusca, o que contribuiu para a implantação de uma experiência republicana em Roma. b) Trata-se do contexto de crise da República romana, decorrente do fortalecimento das autoridades militares e em detrimento do Senado. c) Trata-se do contexto de crise do Império Romano, quando a repressão aos invasores germânicos legou grande prestígio aos generais romanos. d) Trata-se do contexto de crise das oligarquias romanas, que ao serem sobrepostas pelas autoridades militares, abriram caminho para um experimento democrático. e) Trata-se do contexto de crise do Império Romano, cujo apreço às lideranças militares foi incorporado pelos povos ditos “bárbaros” e contribuiu para a formação do Império Carolíngio. 15. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) No início do século IV, o futuro imperador Constantino adotou a religião cristã. Com isso, as perseguições deixaram de ser realizadas, e o cristianismo passou a receber benefícios que antes eram reservados às religiões públicas. Para os habitantes da época, trava-se de uma grande mudança, pois a religião que até o século III havia sido perseguida estava agora associada ao Estado. MACHADO, Carlos Augusto. Roma e seu império. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 38. Adaptado. As transformações verificadas nos domínios romanos durante o período tratado pelo texto foram impulsionadas pela aprovação, pelo imperador Constantino, do: A) Édito de Milão, que estabeleceu liberdade de culto aos cristãos após séculos de perseguições empreendidas pelo Império Romano. B) Édito de Tessalônica, que instituiu o cristianismo como religião oficial do Império, que a essa altura contava com a adesão da maioria dos patrícios. C) Édito de Caracala, que conferiu garantias jurídicas e direitos políticos a todos os povos cristãos que viviam no interior das fronteiras do Império. D) Édito de Nantes, que concedia tolerância religiosa aos cristãos que habitavam o Império, o que deu fim à destruição de templos voltados à religião. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 77 E) Édito de Worms, que instituiu a repressão de cultos pagãos a partir da região da Germânia, o que favoreceu o crescimento do cristianismo no Império. 16. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Diante dos medos, os atenienses foram bons, mas diante de nós, passaram a ser maus. Nós somos o mesmo naquela ocasião e agora e, se formos, sábios, não veremos com indiferença nossos aliados serem privados de seus direitos e nada esperaremos para vingá-los. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. São Paulo: Martins Fontes, 2013. Proferido pelo espartano Estenelaídas, durante o século V a.C., o discurso se deu no contexto da chamada Guerra do Peloponeso, cujo desfecho contribuiu para: a) o enfraquecimento da administração exercida por Atenas sobre a Grécia. b) a aliança entre espartanos e persas no governo da península balcânica. c) formação de uma aliança militar entre os gregos contra a dominação persa. d) a fragilização da pólis grega e sua subjugação ao domínio macedônico. e) fortalecimento da autonomia político-administrativa das cidades helênicas. 17. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Roma, surgida de uma união de povos, sabia conviver com as diferenças e adotava, por vezes, uma engenhosa tática para evitar a oposição e cooptar possíveis inimigos: incluir membros das elites de povos aliados na órbita romana, com a concessão de direitos totais ou parciais de cidadania. Assim, havia povos que se aliavam aos romanos e seus governantes tornavam-se seus amigos, enquanto outros lutavam e, ao perderem, eram submetidos ao jugo romano. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002. p. 54. O excerto permite afirmar corretamente que a concepção de cidadania no Império Romano a) era condicionada à adoção dos elementos culturais romanos pelos povos conquistados. b) foi ampliada conforme foram reproduzidas práticas inspiradas na democracia ateniense. c) permaneceu restrita ao patriciado romano durante os períodos republicano e imperial. d) apresentou certa fluidez nos critérios de inclusão de novos agentes na esfera pública. e) concebeu a inclusão parcial de mulheres e cativos situados nos domínios romanos. 18. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Admirados com a imponência dos palácios cretenses, os gregos criaram a história do minotauro e do labirinto. Segundo a lenda, o rei Minos, de Creta, em vingança pela morte de seu filho Andrógeos na Ática, começou a exigir como tributo sete meninos e sete meninas atenienses, que eram oferecidos, de tempos em tempos, ao Minotauro, uma criatura assustadora, meio homem, meio touro, que os devorava. Esta famosa lenda demonstra o quanto a civilização cretense impressionou os antigos gregos. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2002. p. 11. Com base nas informações do texto, pode-se afirmar que t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 78 a) a produção mítica era decorrente da incompreensão do patrimônio arqueológico. b) as figuras lendárias eram utilizadas para explicar as origens do poder político. c) os gregos recorriam às narrativas míticas para significar vestígios do passado. d) o apelo ao fantástico revela uma intenção de falseamento da memória coletiva. e) a elaboração dos mitos impediu que os gregos compreendessem o tempo histórico. 19. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Costuma-se perguntar por que os romanos gastavam tantos fundos e trabalho para erigir essas imensas fileiras de arcos, quando sabiam muito bem transportar água em tubulações, e, faziam isso dentro das paredes de suas metrópoles em grau considerável. Uma resposta a essa questão pode ser encontrada quando a examinamos a partir do ponto de uma “visão política” da arte romana e da construção dos aquedutos. CALOSSE, J.P. Arte Romana. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2017. Adaptado. Considerando a “visão política” a que refere o texto, a monumentalidade da arquitetura romana expressava a) a afirmação da autoridade por meio de obras reivindicadas pelos cidadãos urbanos. b) a legitimação dos imperadores e o abastecimento do império em toda a sua extensão. c) o reforço do poder do Senado e a garantia de saneamento aos cidadãos das cidades. d) a influência das técnicas legadas pelos gregos a partir da adoção de grandes arcos. e) a ostentação do poder dos imperadores e a afirmação da grandiosidade do Império. 20. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Chegado a Canopo, e tendo circundado o Lago Mareótis ele desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria, a qual deveu seu nome a Alexandre. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar as mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários dos deuses (deuses gregos e da Ísis egípcia) e do muro externo. Ofereceu sacrifícios pelos projetos, sendo as vítimas favoráveis. (PINSKY, Jaime (org.). 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2019.) A fundação de Alexandria, narrada por Flávio Ariano no século I d.C., denota a) a imposição das instituições democráticas sobre povos considerados bárbaros. b) a valorização do pensamentomítico em detrimento dos saberes científicos. c) o abandono da construção de edificações monumentais no período helenístico. d) a resistência dos egípcios à dominação promovida pelo Império helenístico. e) o intercâmbio de saberes e crenças entre o mundo helênico e regiões do Oriente. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 79 21. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) O poderio dos Atenienses aumentava cada vez mais, o que vinha provar ser mais vantajoso o equilíbrio de forças entre os cidadãos e o governo. Basta este exemplo para demonstrá-lo: durante o tempo que os Atenienses estiveram sob o poder dos tiranos não se distinguiram na guerra mais do que seus vizinhos; logo, porém, que sacudiram o jugo, adquiriram sobre eles uma enorme superioridade. Isso prova que, no tempo da servidão, se portavam com covardia com propósito deliberado, porque trabalhavam para um senhor. Recuperando a liberdade, cada qual se dedicou intensamente a trabalhar com ardor para si mesmo. Heródoto. História, volume 2. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. p. 43. O relato do historiador grego Heródoto, escrito na primeira metade do século V a.C., a) explicita o valor dos governos tirânicos em momentos extraordinários para garantir a concentração de recursos militares utilizados na proteção da cidade. b) considera que a coragem foi uma virtude desenvolvida pelos atenienses somente após a criação da forma de governo que sucedeu o fim dos governos tirânicos. c) destaca o individualismo como um valor gerado pelo sistema democrático vigente em Atenas e que conferiu a superioridade dos gregos em relação aos bárbaros. d) associa a supremacia da pólis na Hélade ao desenvolvimento de um sistema de governo no qual os cidadãos participavam da tomada de decisões de maneira direta. e) identifica a transição do trabalho servil para o trabalho autônomo como um fator decisivo para a consolidação da democracia ateniense e do poderio da pólis na Grécia. 22. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Temos um regime que nada tem a invejar das leis estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imitadores. Nominalmente, como as coisas não dependem de uma minoria, mas, ao contrário, da maioria, o regime se denomina democracia. No entanto, se, em matéria de divergências particulares, a igualdade de todos diante da lei é assegurada [...]. (TUCÍDIDES. A democracia grega vista por Péricles. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2019. p. 94.) Sobre a democracia ateniense, na Antiguidade Clássica, é correto afirmar: a) foi um modelo que passou a exercer grande influência sobre as demais regiões da Hélade durante o período helenístico, quando foi difundido pelos macedônicos. b) foi pautada pelo reconhecimento de que todos os habitantes de Atenas deveriam ser julgados igualmente e dispunham do direito de deliberar sobre os rumos da cidade. c) foi incorporada por todas as poleis gregas durante o período clássico, em razão da derrota da Liga do Peloponeso e do modelo oligárquico na Guerra do Peloponeso. d) foi um sistema político pautado na preocupação de garantir aos cidadãos da pólis condições de acesso aos cargos políticos e de se manifestar na assembleia. e) foi forjado pela necessidade de alargamento do acesso à participação política e à propriedade, o que contribui para o declínio das elites econômicas atenienses. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 80 5. GABARITO 5.1. Unesp 1.A 8.D 15.A 22.C 29.D 2.E 9.E 16.C 23.D 30.C 3.E 10.B 17.B 24.A 31.A 4.D 11.A 18.C 25.B 32.D 5.B 12.B 19.D 26.D 33.E 6.D 13.C 20.A 27.C 34.C 7.E 14.D 21.E 28.C 5.2. Vestibulares 1.A 11.D 21.E 31.B 41.C 2.A 12.B 22.A 32.A 42.D 3.A 13.C 23.A 33.C 43.C 4.C 14.C 24.C 34.B 44.B 5.E 15.D 25.D 35.B 45.A 6.D 16.C 26.C 36.B 46.C 7.A 17.B 27.D 37.A 47.A 8.E 18.E 28.B 38.C 9.C 19.D 29.A 39.C 10.B 20.E 30.D 40.E 5.3. Inéditas 1.A 8.D 15.A 22.D 2.B 9.B 16.D 3.D 10.E 17.D 4.A 11.A 18.C 5.B 12.E 19.E 6.C 13.D 20.E 7.B 14.B 21.D t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 81 6. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 6.1. Unesp 1. (Unesp/2022 – 1º Dia) Roma não era apenas o parente mais violento da Grécia Clássica, não estava apenas comprometida com engenharia, eficiência militar e absolutismo, enquanto os gregos haviam preferido a especulação intelectual, o teatro e a democracia. (Mary Beard. SPQR: uma história da Roma antiga. São Paulo, 2017. Adaptado.) O excerto critica os estereótipos de Roma e Grécia antigas. Essa crítica justifica-se, pois (A) a experiência democrática ateniense foi uma exceção, uma vez que a maioria das cidades-Estado gregas desconhecia a democracia. (B) a filosofia grega derivou principalmente da tradição do pensamento metafísico desenvolvido no Império Romano. (C) o teatro dramático desenvolveu-se sobretudo no Império Romano, uma vez que na Grécia estimulava- se prioritariamente a comédia. (D) os direitos de cidadania no Império Romano eram exercidos pelo conjunto da população, por meio de ações políticas diretas. (E) o expansionismo imperialista romano foi diretamente determinado pelo exemplo da militarização do cotidiano imposta nas cidades gregas. Comentários - A alternativa A é a resposta. Apesar de Atenas ser o berço do sistema democrático, a maioria das cidades- estado gregas manteve a forma de governo oligárquica. - A alternativa B está incorreta, a filosofia grega antecedeu o surgimento da civilização romana e seus postulados filosóficos. - A alternativa C está incorreta, o teatro grego legou a tragédia e a comédia às artes cênicas. - A alternativa D está incorreta. A concepção de cidadania na Roma Antiga garantiu certas garantias jurídicas, mas não a participação direta da população. Cabe destacar que a Roma manteve sua estrutura oligárquica durante os períodos republicano e imperial. - A alternativa E está incorreta. Apesar do militarismo ser um traço da cultura romana, não se trata de herança direta dos gregos, mas algo necessário para o expansionismo incessante do Império Romano. Gabarito: A 2. (Unesp/2022 – 2º Dia) A conquista da Gália por Júlio César foi comparada, com razão, a um genocídio, e criticada pelos próprios romanos da época, nesses mesmos termos. Mas Roma se expandiu por um mundo de violência endêmica, de focos rivais de poder apoiados por forças militares [...] e de mini-impérios. (Mary Beard. SPQR: uma história da Roma Antiga, 2017.) Segundo o excerto, t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 82 A) a brutalidade das ações militares era incentivada pelos senadores romanos. B) o conceito de imperialismo foi criado a partir do expansionismo romano. C) os romanos celebraram acriticamente a conquista de outros territórios. D) a violência cotidiana era estimulada nos territórios ocupados pelos romanos. E) os povos dos territórios ocupados pelos romanos eram militarizados. Comentários - A alternativa A está incorreta. Conforme é destacado o próprio relato sobre a conquista da Gália, embora os romanos legitimem o expansionismo do Império, não são favoráveis ao uso de táticas brutais. - A alternativa B está incorreta, afinal o conceito mencionado pelo relato é o de genocídio. Ademais, impérios anteriores ao romano, como o Helenístico (macedônico) e o Aquemênida (persa). - A alternativaC está incorreta. Considerando a informação do próprio texto, observa-se que a conquista da Gália foi criticada pelos romanos devido ao seu teor excessivamente violento. - A alternativa D está incorreta. De acordo com o excerto, a violência extrema aplicada aos povos conquistados era repudiada pelos romanos. - A alternativa E é a resposta. O Império Romano manteve efetivos militares das regiões conquistadas, com o intuito de garantir o seu domínio sobre regiões pelas quais ele se expandiu. Gabarito: E 3. (Unesp/2021 – 2º Dia) Atualmente, muitos estudiosos acreditam que é possível identificar processos de globalização em sociedades pré-modernas, em vista de fenômenos como o encurtamento relativo das distâncias (através de meios de transporte e comunicação mais eficazes), maior conectividade entre regiões previamente isoladas [...]. (Rafael Scopacasa. Revista de História, no 177, 2018.) A expansão romana pelo mar Mediterrâneo pode ser considerada um exemplo de “globalização em sociedades pré-modernas”, pois envolveu a) eliminação da influência helenista e homogeneização dos hábitos alimentares na zona mediterrânica. b) imposição do monoteísmo romano e unidade monetária em todas as províncias controladas. c) descaracterização cultural dos povos dominados e interrupção da circulação marítima na região. d) uniformização linguística no entorno do mar e intercâmbios culturais entre os povos da região. e) mobilidade intensa de bens e interdependência entre regiões e povos distantes. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal o Império Romano foi amplamente influenciado por valores e técnicas gregas, sobretudo na religião, na arquitetura e na escultura. Nas palavras do poeta romano Horácio, “a Grécia vencida conquistou o seu rude vencedor”. - A alternativa B está incorreta, os romanos demonstraram tolerância religiosa em relação aos povos conquistados, afinal afirmavam não conhecer todas as divindades existentes. - A alternativa C está incorreta. A dominação de Roma sobre as regiões que circundavam o Mar Mediterrâneo não fez cessar a dinamicidade das suas rotas comerciais, pelas quais passavam transitavam t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 83 produtos como madeira, cobre, estanho, queijos, peles e especiarias produzidos pelos territórios conquistados, divididos em províncias. - A alternativa D está incorreta, os povos dominados por Roma mantiveram suas tradições linguísticas, salvo os membros das elites que buscaram se romanizar para obter maior legitimidade perante os conquistadores. - A alternativa E é a resposta. O Império Romano aglutinou territórios ao redor do Mar Mediterrâneo, expandindo suas fronteiras sobre boa parte do continente europeu, da África setentrional e da Ásia Ocidental. A vinculação deste vasto território à Roma estimulou o aumento das trocas culturais e econômicas entre regiões diversas, fenômeno entendido por alguns historiadores como a primeira globalização. Gabarito: E 4. (Unesp/2020) A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado. (François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, 2015. Adaptado.) O texto afirma que a obra de Homero a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção filosófica de physis. b) valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que estão no fundamento das concepções modernas de tempo e história. c) é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado como um tempo que prossegue no presente e ensina os homens a aprenderem com seus erros. d) identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão de passado estranha à ideia de diálogo entre temporalidades, que caracteriza a história. e) desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à da filosofia pré-socrática. Comentários Essa é uma questão INTERDISCIPLINAR, ou seja, em que se observam diálogos com a Filosofia! Contudo, aqui apresentaremos comentários considerando nossos estudos na História! – A alternativa A está incorreta. O rompimento da visão mitológica é algo realizado a partir dos filósofos “pré-socráticos”, ao passo que Homero recorre às narrativas mitológicas para dar sentido ao mundo. – A alternativa B está incorreta, afinal a concepção de História como ciência não existe entre os gregos do período homérico, que se embasam em narrativas míticas para dar significado ao mundo. - A alternativa C está incorreta, pois a ideia da História como “mestra da vida”, ou seja, como um acúmulo de experiências que podem guiar os homens no presente e no futuro, é algo que surge entre os romanos da Antiguidade. – A alternativa D é a resposta. De acordo com o próprio texto, o pensamento mítico busca perscrutar – ou seja, examinar – o futuro e o passado. Para tanto, recorre a narrativas que remetem a tempos imemoriais e que não se limitam ao passado, pois apresentam desdobramentos no presente e futuro. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 84 Para a História enquanto ciência, contudo, há uma preocupação em se estabelecer certos marcos temporais, algo inexistente entre os gregos do período homérico. – A alternativa E está incorreta, pois Homero não buscou criticar o passado, mas valorizar as experiências de heróis míticos por meio de suas narrativas. Gabarito: D 5. (2019/Unesp) – São uma formosura os governantes que tu modelaste, como se fosses um estatuário, ó Sócrates! [...] – Ora pois! Concordais que não são inteiramente utopias o que estivemos a dizer sobre a cidade e a constituição; que, embora difíceis, eram de algum modo possíveis, mas não de outra maneira que não seja a que dissemos, quando os governantes, um ou vários, forem filósofos verdadeiros, que desprezem as honrarias atuais, por as considerarem impróprias de um homem livre e destituídas de valor, mas, por outro lado, que atribuem a máxima importância à retidão e às honrarias que dela derivam, e consideram o mais alto e o mais necessário dos bens a justiça, à qual servirão e farão prosperar, organizando assim a sua cidade? (Platão. A República, 1987.) O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C., caracteriza a) a predominância das atividades econômicas rurais sobre as urbanas e enfatiza o primado da racionalidade. b) a organização da polis e sustenta a existência de um governo baseado na justiça e na sabedoria. c) o caráter aristocrático da polis durante o período das tiranias em Atenas e defende o princípio da igualdade social. d) a estruturação social da polis e destaca a importância da democracia, consolidada durante o período de Clístenes. e) a importância da ação de legisladores, como Drácon e Sólon em Atenas, e apoia a consolidação da militarização espartana. Comentários - O fragmento da obra de Platão não trata das atividades econômicas da polis ateniense, mas de sua atividade política. Assim sendo, a alternativa A está incorreta. - Como vimos em nossa matéria, Platão foi um grande crítico da democracia em Atenas, regime que considerava subverter a ordem social que poderia encaminhá-la a uma tirania ou oligarquia. Em “A República”, faz-se a defesa da aristocracia, forma de governo na qual os administradores não seriam aqueles mais ricos da polis, mas sim os sábios e justos – ou seja, os filósofos. Dito isso, a alternativa B está correta. - A alternativaC está incorreta, haja vista que Platão considera a tirania uma distorção da forma de governo monárquica, e não da aristocrática. Ademais, para o pensamento platônico a aristocracia é a forma de governo mais apropriada para a polis, e não há defesa da igualdade social. - Embora a consolidação da democracia tenha ocorrido durante o governo de Clístenes, Platão não foi um defensor da forma de governo democrática, o que torna a alternativa D incorreta. - A alternativa E está incorreta, afinal Platão não faz menção aos legisladores Drácon e Sólon neste fragmento de A República, nem sequer faz coro à militarização de Esparta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 85 Gabarito: B 6. (2018/Unesp) O aparecimento da filosofia na Grécia não foi um fato isolado. Estava ligado ao nascimento da polis. (Marcelo Rede. A Grécia Antiga, 2012.) A relação entre os surgimentos da filosofia e da polis na Grécia Antiga é explicada, entre outros fatores, a) pelo interesse dos mercadores em estruturar o mercado financeiro das grandes cidades. b) pelo esforço dos legisladores em justificar e legitimar o poder divino dos reis. c) pela rejeição da população urbana à persistência do pensamento mítico de origem rural. d) pela preocupação dos pensadores em refletir sobre a organização da vida na cidade. e) pela resistência dos grupos nacionalistas às invasões e ao expansionismo estrangeiro. Comentários - O papel dos mercadores foi fundamental para o surgimento da filosofia, afinal o contato com outros saberes e técnicas vindas do Oriente fez com que os gregos buscarem outras formas de compreensão do mundo, até então significado pelos mitos. Contudo, não há por parte dos comerciantes da Hélade o desejo de estruturar um mercado financeiro, expressão que nos remete ao universo que envolve compra de ações, por exemplo. Trata-se de algo referente a dinâmica do capitalismo financeiro, que surge somente na segunda metade do século XIX. A alternativa A, portanto, está incorreta. - Os legisladores de Atenas que contribuíram para a consolidação do regime democrático atuaram na passagem do período arcaico para o período clássico, quando o poder monárquico já não mais existia. Ademais, a ação de Sólon e Clístenes não buscou incentivar a concentração de poderes em torno de um governante, mas o alargamento da participação dos cidadãos nas instituições decisórias. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. - O pensamento mítico começou a ser suplantado nos espaços urbanos, em especial aqueles em contato permanente com as rotas comerciais do Oriente, nas quais eram transmitidos não somente mercadorias, mas conhecimentos. Assim sendo, a alternativa C está incorreta. - A extinção do poder real (basileu) na Grécia do período arcaico fez com que em Atenas os homens passassem a decidir os rumos da pólis coletivamente, despertando em alguns pensadores, incluindo Platão e Aristóteles, a necessidade de refletir sobre essa condição. Assim sendo, a alternativa D está correta. - A utilização do termo “nação” para se referir às poleis da Grécia Antiga é um anacronismo, ou seja, não corresponde à realidade daquele período. Isso porque este conceito está atrelado à ideia de um território delimitado, o que não existia entre os helênicos. Com isso, a alternativa E está incorreta. Gabarito: D 7. (2018/Unesp) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 86 (http://recursostic.educacion.es.) O mapa do Império Romano na época de Augusto (27 a.C.–14 d.C.) demonstra a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre territórios da África e a concentração dos domínios imperiais no continente europeu. b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram impedir o avanço romano sobre seus territórios. c) a conformação do maior império da Antiguidade e a imposição do poder romano sobre os chineses e indianos. d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão provocada pela conquista de Jerusalém pelos cristãos. e) a importância do Mar Mediterrâneo para a expansão imperial e para a circulação entre as áreas de hegemonia romana. Comentários - A partir da análise do mapa acima, conclui-se que a alternativa A está incorreta, uma vez que toda a costa norte do continente africano foi dominada pelos romanos, bem como regiões do Oriente Próximo. - A alternativa B está incorreta pelo fato de ressaltar a resistência de Cartago e Egito diante do expansionismo romano no período republicano, mas que já se encontravam sob seus domínios durante o principado de Augusto. - A afirmativa C está parcialmente correta, afinal o mapa exposto pela questão retrata o império romano, que como vimos nesta unidade, foi o maior da Antiguidade. Contudo, os domínios de Roma se concentraram no entorno do Mar Mediterrâneo, do qual os territórios chinês e indiano se encontram bem afastados. Mesmo que o candidato fique em dúvida quanto aos limites deste vasto império, algumas noções geográficas sobre o posicionamento da Índia e China no mapa-múndi o auxiliam a constatar que estes territórios não foram representados na imagem, e que com isso a alternativa C está incorreta. - A alternativa D é uma “pegadinha”, afinal induz o vestibulando a associar o mapa à expansão islâmica ocorrida durante a Idade Média, após a desagregação do Império Romano do Ocidente. Vale destacar, no entanto, que a conquista muçulmana parte da península arábica até a península ibérica, passando por toda a região costeira do norte da África; e diferentemente do expansionismo romano, não contemplou territórios da Europa banhados pelo Mediterrâneo, com exceção da porção territorial já mencionada. O cerco de Jerusalém promovido pelos cristãos e mencionado na alternativa só viria a ocorrer no ano 1099, muitos séculos após o término do principado de Otávio. Devido a isso, a alternativa D está incorreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 87 - Conforme destaca o mapa acima, ao longo do período republicano os romanos estenderam seus domínios por todo o litoral do Mar Mediterrâneo, que devido a isso torna-se conhecido por eles como “mare nostrum” – nosso mar, em latim. Seu expansionismo se inicia a partir das chamadas Guerras Púnicas, nos séculos III e II a.C., conflito resultante das disputas travadas com Cartago pela hegemonia comercial no Mediterrâneo. Após a derrota dos cartagineses, Roma se torna o principal centro econômico da Antiguidade, controlando rotas de produtos como trigo, madeira, cobre, peles, especiarias e metais preciosos. Assim sendo, a alternativa E está correta. Gabarito: E 8. (2017/Unesp) Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os Gregos tinham uma profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela. (Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.) O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade: a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes. b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas. c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos. d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação. e) a igualdade social sustentadapela exploração econômica de colônias estrangeiras. Comentários Embora a Hélade se assemelhasse a um mosaico de cidades-Estado durante o período clássico, os gregos compartilhavam de uma língua comum e diversos elementos religiosos, além de estimularem uma interação permanente por meio dos jogos olímpicos, até então concorridos somente por habitantes da Grécia. Estes padrões culturais comuns contribuíram para a formação de uma única civilização, conforme expressa a alternativa D. Por fim, cabe destacar que o excerto de Moses Finley não insinua haver igualdade social nas pólis ou que fossem militarmente débeis, tampouco faz reflexões sobre as belas-artes ou sobre o surgimento do pensamento filosófico, o que tornam incorretas as alternativas A, B, C e E. Gabarito: D. 9. (2016/Unesp) A cidade tira de seu império uma parte da honra, da qual todos vós vos gloriais, e que deveis legitimamente apoiar; não vos esquiveis às provas, se não renunciais também a buscar as honras; e não penseis que se trata apenas, nesta questão, de ser escravos em vez de livres: trata-se da perda de um império, e do risco ligado ao ódio que aí contraístes. (Péricles apud Pierre Cabanes. Introdução à história da Antiguidade, 2009.) O discurso de Péricles, no século V a.C., convoca os atenienses para lutar na Guerra do Peloponeso e enfatiza t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 88 a) a rejeição à escravidão em Atenas e a defesa do trabalho livre como base de toda sociedade democrática. b) a defesa da democracia, por Atenas, diante das ameaças aristocráticas de Roma. c) a rejeição à tirania como forma de governo e a celebração da república ateniense. d) a defesa do território ateniense, frente à investida militar das tropas cartaginesas. e) a defesa do poder de Atenas e a sua disposição de manter-se à frente de uma confederação de cidades. Comentários - A alternativa A está incorreta, uma vez que em nenhum momento Péricles questiona a conciliação do regime democrático com o sistema escravista em Atenas, mas alerta para a possibilidade de os habitantes serem submetidos ao domínio de seus inimigos da Liga do Peloponeso. - A ameaça a qual se refere Péricles não partiu de Roma, mas sim da Liga do Peloponeso, confederação de cidades contrárias ao expansionismo ateniense que eram lideradas por Esparta. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. - A alternativa C está incorreta, afinal o discurso de Péricles não reflete sobre a condição política da pólis ateniense, mas sim sobre a necessidade de defendê-la diante da ameaça exercida por Esparta. - A alternativa D está incorreta, uma vez que a Guerra do Peloponeso foi um conflito travado entre a Liga de Delfos, comandada por Atenas, e a Liga do Peloponeso, comandada por Esparta. Aqui há uma “pegadinha” para os vestibulandos desatentos, afinal quem enfrentou os cartagineses foram os romanos, durante as chamadas Guerras Púnicas. - Péricles alerta seus concidadãos de Atenas da necessidade de manterem sua hegemonia sob as cidades- Estado da confederação de Delos, do contrário, poderiam deixar de serem a potência imperialista que haviam se tornado. A alternativa E, portanto, é a correta. Gabarito: E. Leia o texto para responder às questões de números 10 e 11. A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas, na Grécia continental, nas costas da Turquia e na Itália construíram grandes templos destinados a deuses específicos: os deuses de cada cidade. As construções de templos foram verdadeiramente monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da comunidade como um todo. A religião surgiu, assim, como um fator aglutinador das forças cooperativas da pólis. [...] A construção monumental foi influenciada por modelos egípcios e orientais. Sem as proezas de cálculo matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os grandes monumentos gregos teriam sido impossíveis. (Norberto Luiz Guarinello. História antiga, 2013.) 10. (2015/Unesp) Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na Grécia antiga, foi o de a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a igualdade social. b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e unificar as crenças. c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os valores cristãos. d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as cidades-estados. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 89 e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas de culto populares. Comentários - Como vimos, a sociedade ateniense permanece dividida em cinco camadas durante toda a Antiguidade: eupátridas, aristocratas que possuíam grandes propriedades de terras; os georgóis pequenos proprietários de terras; os demiurgos, comerciantes nascidos em Atenas; metecos estrangeiros geralmente dedicados ao comércio, e os escravos. Assim sendo, a alternativa A está incorreta. - O termo paganismo empregado pela alternativa C geralmente é utilizado para definir religiões politeístas, o que inclui também as crenças da Grécia Antiga. Assim sendo, o processo descrito pelo autor do trecho acima não evidencia a formação de valores cristãos, afinal ele trata de um processo ocorrido séculos antes do nascimento de Cristo. Ou seja, a alternativa C está incorreta. - A alternativa D está incorreta, uma vez que Guarinello destaca o papel da religião enquanto “fator aglutinador das forças cooperativas da pólis”, portanto o contrário do que sugere esta afirmativa. - De acordo com Norberto Guarinello, o culto aos deuses progressivamente deixou de ser atrelado às famílias aristocráticas gregas para se tornarem celebrações públicas que contribuíam para constituição de uma identidade comum a todos os habitantes da polis. Com isso, a alternativa E está incorreta, enquanto a alternativa B é a correta. Gabarito: B 11. (2015/Unesp) A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e a arquitetura egípcia e oriental pode ser justificada pela a) circulação e comunicação entre povos da região mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a expansão das construções em pedra. b) dominação política e militar que as cidades-estados gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao Oriente Próximo. c) presença hegemônica de povos de origem árabe na região mediterrânica, que contribuiu para a expansão do Islamismo. d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que assegurou a incorporação de elementos culturais dos povos dominados. e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a integração e as recíprocas influências culturais entre a Europa e o norte da África. Comentários - A alternativa A é a correta, afinal as relações comerciais estabelecidas entre Grécia e o Oriente Próximo permitiram o intercâmbio de técnicas e saberes em áreas como a arquitetura e a matemática. - Os domínios de Esparta não ultrapassaram a península do Peloponeso, região na qual esta cidade-Estado se encontrava. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. Quanto a Atenas, o seu domínio era de caráter comercial, e não militar. - Alternativa incorreta. A “arabização” do Mediterrâneo só ocorreu durante a Idade Média, após a desintegração do Império Romano do Ocidente. Este será um tema que veremos em nossa próxima aula! t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 90 - Embora os gregos tenham se expandido pelo Mediterrâneo ao longo do período clássico, não ocorre uma dominação sobre os demais povos, mas sim o exercício de sua supremacia comercial. Com isso, a alternativaD está incorreta. - A formação do cristianismo ocorre muito tempo após o processo descrito pelo enunciado, e por isso a alternativa E está incorreta. Gabarito: A Leia o texto para responder às questões de números 12 e 13. Apesar de não ter sido tão complexo quanto os governos modernos, o Império [Romano] também precisava pagar custos muito altos. Além de seus funcionários, da manutenção das estradas e da realização de obras, precisava manter um grande exército distribuído por toda a sua extensão. A cobrança de impostos é que permitia ao governo continuar funcionando e pagando seus gastos. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.) 12. (2014/Unesp) Sobre o recolhimento de impostos e os gastos públicos no Império Romano, é correto afirmar que a) os patrícios e os proprietários de terras não pagavam tributos, uma vez que estes eram de responsabilidade exclusiva de arrendatários e escravos. b) o desenvolvimento da engenharia civil foi essencial para integrar o Império e facilitar o deslocamento dos exércitos. c) as obras financiadas com recursos públicos foram apenas as de função religiosa, como altares ou templos. d) a desvalorização da moeda foi uma das formas utilizadas pelos governantes para aliviar o peso dos impostos sobre a população despossuída. e) os tributos eram cobrados por coletores enviados diretamente de Roma, não havendo qualquer intermediação ou intervenção de autoridades locais. Comentários: - A alternativa A está incorreta, uma vez que escravizados eram considerados propriedades de seus senhores, e por isso não desfrutavam de direitos e deveres como os cidadãos, incluindo o de pagar impostos. - A construção de umas vastas redes de estradas ligou Roma a boa parte de seus territórios, o que permitiu o fluxo de mercadorias, impostos e tropas militares com grande rapidez. Os aquedutos também foram obras importantes para a integração de distintas regiões do Império, afinal permitiam o abastecimento hídrico de áreas longínquas. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. - O Império Romano financiava a construção de diversas obras públicas, incluindo aquedutos, arenas, esgotos, estradas e casas de banho. Assim sendo, a alternativa C está incorreta. - Durante o Império Romano, a principal medida adotada pelos imperadores voltada para as classes subalternas foi a política do pão e circo, que consistia na promoção de diversões públicas, tais como corridas de biga e lutas de gladiadores, nas quais eram distribuídos alimentos gratuitos. Por meio dessa medida assistencialista, os imperadores evitavam revoltas sociais, além de promoverem sua imagem perante os espectadores que compareciam nos eventos. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 91 - A alternativa E está incorreta, uma vez que os tributos eram cobrados pelas autoridades das províncias do Império, para então serem enviados a Roma. Vale lembrar que o termo província se refere às regiões romanas fora da Península Itálica, cujos administradores poderiam ou não ser escolhidos pela sede do Império. Gabarito: B. 13. (2014/Unesp) Os gastos militares intensificaram-se a partir dos séculos III e IV d.C., devido a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro da África. b) às perseguições contra os cristãos, que, bem sucedidas, permitiram o pleno retorno ao politeísmo. c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de bárbaros em várias partes da fronteira. d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a buscar o controle armado e comercial do mar Mediterrâneo. e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da África e na Península Ibérica. Comentários - Enquanto conduziu sua política expansionista, não houve interesse de Roma em promover campanhas militares na África Central, mas sim no litoral norte deste continente, região de grande produção cerealista e detentora de importantes centros comerciais. Dito isso, a alternativa A está incorreta. - Embora o Império Romano tenha se dedicado à perseguição de cristãos durante séculos, esta prática foi cessada por meio do Édito de Milão, pelo qual o imperador Constantino concedeu liberdade de culto a estes fiéis. Tempos depois, o imperador Teodósio I tornou o cristianismo religião oficial do Império, condição que seria mantida até a desintegração do mundo romano, no século V. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. - A partir do século III, a presença de diversos povos germânicos nos limites do Império Romano fez necessário o aumento de gastos com efetivos militares, embora não tenha sido o suficiente para evitar sua desfragmentação, dois séculos depois. Dito isso, podemos considerar correta a alternativa C. - O Mare Nostrum, forma como se referiam os romanos ao Mar Mediterrâneo, foi circuncidado por áreas dominadas por eles ao longo de séculos de políticas expansionistas. Contudo, a hegemonia exercida pelo Império não era comercial, mas militar. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. - As Guerras Púnicas, nas quais a alternativa E faz referência, foram travadas entre Roma e Cartago entre os anos 264 e 146 a.C. – séculos antes, portanto, daqueles mencionados pelo enunciado da questão. Assim sendo, o item E está incorreto. Gabarito: C. Leia o texto para responder às questões de números 14 e 15. Roma provou ser capaz de ampliar o seu peninsular. Desde o começo ela havia – diferentemente de próprio sistema político para incluir as cidades italianas durante seu expansionismo Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse sempre muito maior. (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 92 14. (2014/Unesp) O texto caracteriza uma das principais estratégias romanas de domínio sobre outros povos e outras cidades: a) o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos militares b) a escravização e a exploração dos recursos naturais c) A libertação de todos os escravos e a democratização política d) O recrutamento e a composição de alianças bélicas. e) a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais Comentários: Aqui é exigido do aluno uma boa interpretação do fragmento fornecido inicialmente, afinal boa parte das alternativas estão corretas de alguma maneira, mas somente a D trata do tema desenvolvido pelo texto. A organização de acampamentos militares, a criação de protetorados, o confisco de propriedades, a cobrança de altos tributos, a escravização de povos e a exploração de recursos naturais são elementos presentes na forma de dominação romana, mas nenhum deles está explícito no texto. Por outro lado, Roma não promoveu a libertação de escravos, ao contrário: a população de cativos ultrapassa a de homens livres durante a República. A alternativa C também está incorreta ao sugerir que Roma promovesse a democratização das regiões conquistadas, regime político que jamais foi implantado por esta civilização. Gabarito: D 15. (2014/Unesp) A comparação que o texto estabelece entre Roma e Esparta é pertinente, uma vez que foi comum às duas cidades a) valorizar a formação e a disciplina da soldadesca e constituir amplo aparato militar. b) instalar e manter importantes áreas coloniais no Norte da África e Oriente Próximo. c) estabelecer amplo domínio militar e comercial sobre o Mar mediterrâneo e o Leste Europeu. d) erradicar a influência políticae militar de Atenas e combater os exércitos cartaginenses e persas. e) viver sob regimes democráticos, após terem atravessado período de oligarquia e tirania. Comentários: - Roma e Esparta se destacaram como sociedades militarizadas e expansionistas, nas quais o serviço militar era obrigatório para algumas camadas sociais e a classe soldadesca dispunha de grande prestígio. Assim sendo, a alternativa A é a correta. - Enquanto Roma conquistou áreas ao redor de todo o Mediterrâneo, incluindo regiões do norte da África, do Leste Europeu e do Oriente Próximo, os domínios espartanos não extrapolaram os limites da península grega de Peloponeso. Assim sendo, as alternativas B e C estão incorretas. - A alternativa D está incorreta. Embora Atenas fosse parte dos domínios de Roma, sua anexação não foi resultado de enfrentamentos diretos entre as duas cidades, mas sim da derrota dos macedônios pelos romanos. Esparta, por sua vez, chegou a derrotar os atenienses em confronto direto durante a Guerra t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 93 do Peloponeso, mas combateu persas ou cartagineses. Estes últimos, por sua vez, foram combatidos por Roma durante as Guerras Púnicas. - Roma e Esparta podem ser caracterizadas como cidades marcadas por governos oligárquicos formados a partir de uma restrita classe de cidadãos – os patrícios, na primeira, e os esparciatas, na segunda –, que concentrava boa parte das terras cultiváveis e o poder político. Embora em Roma tenha ocorrido certa ampliação da ideia de cidadania, em ambas a participação popular nas decisões políticas foi restringida, não se estabelecendo um sistema democrático. Com isso, a alternativa E está incorreta. Gabarito: A 16. (2013/Unesp) Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná- lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso. (Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.) Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia. b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da democracia. c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na condução política da cidade. d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e às suas decisões. e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses políticos. Comentários: - As alternativas A e D estão incorretas, uma vez que o texto de Moses Finley mostra que a Eclésia (Assembleia) era soberana na pólis ateniense, não havendo sobreposição das demais instituições sobre ela. - A democracia ateniense era direta, ou seja, os cidadãos participavam diretamente das decisões políticas votando na ágora. As discordâncias não eram vista como improdutivas, o que fazia com que os debates na Eclésia levavam o dia inteiro, afinal todos os cidadãos tinham o direito de se pronunciarem e serem ouvidos (isegoria). Assim sendo, as alternativas B e E estão incorretas, enquanto a alternativa C está correta. Gabarito: C 17. (2012/Unesp) A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […]. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 94 (Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.) Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que: a) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e pela raça. b) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo. c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central. d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos. e) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres. Comentários: - Na Roma Antiga prevaleceram duas formas de obtenção de cativos: → A escravização por dívidas, ou seja, decorrente da incapacidade de um indivíduo de quitar sua dívida com outrem, o que o fazia perder sua liberdade e tornar-se um objeto deste. Esta modalidade prevaleceu até a aprovação das Leis Licínias, durante o período republicano. → A escravização pela guerra, preponderante durante os períodos republicano e imperial, consistia em tornar cativos alguns povos subjugados pelos romanos em seu processo de expansão pelo Mar Mediterrâneo. Com isso, a alternativa B é a correta. - A instituição escravista na Antiguidade possui mecanismos de funcionamento muito distintos daqueles verificados no Brasil colonial, no qual a cor era um importante elemento de distinção social. No entanto, em ambos há mecanismos que possibilitam aos cativos a obtenção de sua liberdade. Feitas essas considerações, as alternativas A e E estão incorretas. - Embora não tenha desaparecido de imediato, a escravidão foi uma forma de trabalho em declínio nos reinos germânicos instalados no interior do Império Romano, sendo progressivamente substituída pelo colonato. Com isso, a alternativa C está incorreta. - A conversão de imperadores romanos durante o Baixo Império não impediu a continuidade do sistema escravista até o final do mundo romano, no século V. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. Gabarito: B 18. (2012/Unesp) Para os gregos antigos, a ideia de confronto entre oponentes, até que um dos contendores superasse os demais, atingindo um grau de excelência reconhecido e admirado por todos os circunstantes, era um ritual central em sua cultura. Os gregos faziam com que ele integrasse várias de suas cerimônias, as mais importantes e as mais sagradas. (Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI. No loop da montanha-russa, 2004. Adaptado.) O texto afirma que as Olimpíadas na Grécia Antiga a) tinham a função de adequar os corpos dos praticantes às necessidades do mundo do trabalho, tornando-os capazes de produzir mais. b) permitiam que a população se divertisse, dissolvendo as tensões sociais e facilitando a dominação política por parte dos governantes. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 95 c) estavam integradas a outros aspectos da vida social e religiosa, associando-se a momentos de festa e celebração. d) estimulavam a competitividade e o individualismo, preparando os homens para as disputas profissionais na vida adulta. e) visavam exercitar e fortalecer os guerreiros, melhorando sua atuação política e militar nos períodos de guerra. Comentários: - A alternativa A está incorreta, afinal muitos dos participantes dos jogos olímpicos eram membros da aristocracia, portanto cultivadores do ócio, sem se dedicarem a atividades laborais. - Como vimos neste capítulo, os jogos olímpicos eram uma cerimônia religiosa em homenagem a Zeus, o maior de todos os deuses do Olimpo. Eram eventos que contavam com a participação de diversas poleis da península, o que contribuiu paraa uma identidade helênica entre elas. Dito isso, a alternativa C é a correta. - As conquistas obtidas pelos competidores não eram vistas como pessoais, mas de sua pólis de origem. Assim sendo, não há entre os gregos esta noção de individualidade sugerida pela alternativa D, que devido a isso está incorreta. - Os jogos olímpicos são cerimônias de confraternização entre as cidades-Estado da Hélade, e, portanto, não apresentam o caráter militarizado defendido pela alternativa E, ou a conotação política sugerida pela alternativa B. Assim sendo, ambas estão incorretas. Gabarito: C 19. (2012/Unesp) (Templo da Concórdia, Agrigento, Itália.) O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século V a.C., e é um marco da a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela inspiração religiosa politeísta. b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no processo de helenização empreendido por Alexandre, o Grande. c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de hegemonia romana. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 96 d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia. e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus. Comentários A alternativa D é a correta, e aproveitaremos a questão para relembrarmos as três ordens arquitetônicas criadas durante a Grécia Antiga: Ordem dórica → criada durante a dominação do povo de mesmo nome da península itálica, este estilo é marcado por colunas robustas, utilizadas principalmente em templos de deuses masculinos. Ordem jônica → Com aparência mais fluida que o estilo anterior, o jônico permitiu maior ornamentação de suas colunas com as volutas, que se assemelham a rolos. Ordem coríntia → Mais ornamentada que as demais, a ordem coríntia se utiliza de várias folhas e brotos em seu capitel. Fonte: FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2011. p. 71. Gabarito: D 20. (2012/Unesp) Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é. (Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.) O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos, a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória. b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra. c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 97 d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica. e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam. Comentários: - A questão aborda a importância dos aedos para a transmissão dos mitos e das memórias, em um período marcado pelo desaparecimento da escrita na península grega. É graças a eles que tivemos acesso às obras Odisseia e Ilíada, algumas das poucas narrativas da idade homérica que sobreviveram aos séculos por terem sido cantadas por gerações. Assim sendo, a alternativa A é a correta. - O trecho da obra de Jean-Pierre Vernant não aborda práticas de feitiçaria, mas explicita a sensibilidade dos poetas para tecer explicações sobre a realidade a partir dos mitos e lendas. Com isso, a alternativa B está incorreta. - A utilização de vários deuses pelos poetas para dar sentido ao mundo que os cerca evidencia o caráter politeísta da sociedade, e por isso a alternativa C está incorreta. - A alternativa D está incorreta, uma vez que não há qualquer menção à península balcânica no trecho extraído do livro de Vernant. - O enunciado da questão não explicita esforços das poleis em se isolarem durante o período homérico, e por isso a alternativa E está incorreta. Gabarito: A. 21. (2010/Unesp) A cidade-Estado clássica parece ter sido criada paralelamente pelos gregos e pelos etruscos e/ou romanos. No caso desses últimos, a influência grega foi inegável, embora difícil de avaliar e medir. (CARDOSO, Ciro Flamarion. A cidade-Estado antiga. 1985.) Aponte quais eram as características comuns às cidades-Estados clássicas. I. Possuíam governo tripartido em assembleia, conselho e certo número de magistrados escolhidos entre os homens elegíveis; II. Os cidadãos podiam participar de forma direta no processo político; III. Havia separação entre os órgãos de governo e de justiça; a) As afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas a afirmativa III está correta. c) As afirmativas I e III estão corretas. d) Apenas a afirmativa II está correta. e) As afirmativas I, II e III estão corretas. Comentários - A afirmativa I está correta, uma vez que Atenas dispunha de uma Assembleia, denominada Eclésia, um conselho chamado Bulé e diversos magistrados que exerciam funções administrativas. - A afirmativa II está correta, afinal vimos que todos os cidadãos participavam diretamente da tomada de decisões na Eclésia, órgão soberano na democracia ateniense. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 98 - A afirmativa III está correta, uma vez que a justiça era aplicada pelo Hilieu, tribunal de justiça que contava com milhares de magistrados sorteados anualmente, enquanto as demais instituições eram voltadas ao governo e produções de leis da pólis. Gabarito: E 22. (2009/Unesp) De cidade em cidade, de civilização em civilização, a ciência viaja com as caravanas de mercadores, os exércitos invasores e os viajantes solitários. A matemática dos gregos, entre eles Pitágoras, chegou até nós por meio de Alexandria, cidade egípcia às margens do Nilo. Ali um grego chamado Euclides, que chegou à cidade no ano 300 a.C., escreveu um dos livros mais copiados e traduzidos de toda a História: Elementos de Geometria. A história dessa cidade e da “viagem” do conhecimento grego se confunde com a trajetória dos macedônios. (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da História) A respeito dos macedônios, pode-se afirmar que foram a) um povo guerreiro, que acabou dominado pelos exércitos romanos de César e Marco Antônio, após décadas de resistência. b) grandes matemáticos, que souberam aplicar seus conhecimentos na construção de algumas das maravilhas da Antiguidade. c) conquistadores da Grécia, que expandiram seu império para o Oriente e promoveram o que passou a ser conhecido como Helenismo. d) precursores da cultura grega; atribui-se aos seus filósofos e pensadores a criação do pensamento mítico. e) grandes mercadores, responsáveis por disseminar junto aos gregos os avanços técnicos da arquitetura egípcia. Comentários - As guerras entre romanos e macedônios ocorrem durante os séculos III e II a.C, antes da ditadura de Júlio César e a ascensão de Marco Antônio. A alternativa A, portanto, está incorreta. - As chamadas “sete maravilhas do mundo antigo” não foram obras idealizadas pelo império macedônico. Contudo, o Farol de Alexandria por Ptolomeu, um dos generais macedônicos que iniciam dinastias políticas em antigos territórios do Império após a morte de Alexandre, o Grande. A alternativaB, portanto, está incorreta. - O helenismo foi a cultura difundida pelo Império Macedônico durante o seu curto esplendor, sendo bastante influenciada por elementos das culturas orientais com as quais se deparava. A alternativa C, portanto, é a correta. - O pensamento mítico não foi valorizado pelas correntes filosóficas helenísticas, mas sim a busca pela felicidade interior. Com isso, a alternativa D está incorreta. - Os principais difusores do helenismo eram os próprios agentes do Império Macedônico, e por isso a alternativa E está incorreta. Gabarito: C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 99 23. (2008/Unesp) "É preciso dizer que, com a superioridade excessiva que proporcionam a força, a riqueza, [...] [os muito ricos] não sabem e nem mesmo querem obedecer aos magistrados [...] Ao contrário, aqueles que vivem em extrema penúria desses benefícios tornam-se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma obediência servil e que outros, incapazes de se submeter a qualquer poder legítimo, só sabem exercer uma autoridade despótica." (Aristóteles, "A Política".) Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), que viveu em Atenas e em outras cidades gregas, o bom exercício do poder político pressupõe a) o confronto social entre ricos e pobres. b) a coragem e a bondade dos cidadãos. c) uma eficiente organização militar do Estado. d) a atenuação das desigualdades entre cidadãos. e) um pequeno número de habitantes na cidade. Comentários - Para Aristóteles, a riqueza excessiva poderia levar o cidadão a não cumprir a lei, enquanto a penúria poderia gerar a submissão a um tirano. Como a democracia ateniense tinha como princípio a igualdade de todos perante a lei e às instituições da pólis, o filósofo propõe a diminuição dessas igualdades verificadas por ele, e por isso a alternativa D é a correta. - A alternativa A está incorreta, uma vez que não há qualquer incentivo de confronto entre ricos e pobres, até porque isso poderia levar à tirania. - A alternativa C está incorreta, pois não há qualquer menção a militarização do Estado por Aristóteles. O filósofo tampouco elenca qualidades dos cidadãos ou estipula um número máximo que eles poderiam preencher, e por isso as alternativas B e E também estão incorretas. Gabarito: D 24. (2003/Unesp) A palavra democracia originou-se na Grécia Antiga e ganhou conteúdo diferente a partir do século XIX. Ao contrário do seu significado contemporâneo, a democracia na polis grega: a) funcionava num quadro de restrições específicas de direitos políticos, convivendo com a escravidão, excluindo do direito de participação os estrangeiros e as mulheres; b) abrangia o conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito de participação de camponeses e artesãos em assembleias plebeias livremente eleitas; c) pregava a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito de tomar a palavra na Assembleia dos cidadãos reunida na praça da cidade; d) evitava a participação dos militares e guerreiros, considerando-os incapazes para o exército da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais. e) era exercida pelos cidadãos de maneira indireta, considerando que estes escolhiam seus representantes políticos por intermédio de eleições periódicas e regulares. Comentários t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 100 - Apenas homens livres, filhos de pais atenienses e maiores de 18 anos eram considerados cidadãos de Atenas, sendo excluídos estrangeiros, mulheres e escravos. Assim sendo, a alternativa A está correta. - O conceito de plebeu era utilizado no mundo romano, e não na sociedade ateniense. A alternativa B, portanto, está incorreta. - Os escravos e estrangeiros, últimos estratos da sociedade ateniense, não tinham o direito de tomar a palavra na pólis, o que torna incorreta a alternativa C. Ademais, cabe relembrar que mulheres e crianças também eram excluídas das decisões políticas. - Não há restrição à participação dos militares na democracia ateniense, e por isso a alternativa D está incorreta. - A alternativa E está incorreta, pois ao contrário das democracias modernas, as decisões políticas eram tomadas de maneira direta na pólis ateniense. Gabarito: A 25. (2003/Unesp) Dentre os legados dos gregos da Antiguidade Clássica que se mantêm na vida contemporânea, podemos citar: a) a concepção de democracia com a participação do voto universal. b) a promoção do espírito de confraternização por intermédio do esporte e de jogos. c) a idealização e a valorização do trabalho manual em todas as suas dimensões. d) os valores artísticos como expressão do mundo religioso e cristão. e) os planejamentos urbanísticos segundo padrões das cidades acrópoles. Comentários - O voto na democracia ateniense não era universal, mas restrito aos homens livres maiores de 18 anos, filhos de pais atenienses. Assim sendo, a alternativa A está incorreta. - As olimpíadas são atualmente vistas como eventos de confraternização entre as nações participantes, mas na Antiguidade o sentido engendrado pelos gregos era bem semelhante, afinal durante sua realização todos os conflitos entre as poleis eram suspensos. Com isso, a alternativa B é a correta. - A aristocracia grega desprezava o trabalho manual e valorizava o ócio, por isso a alternativa C está incorreta. - A arte e arquitetura grega não ficaram marcados pelos seus temas religiosos, e por isso a alternativa D está incorreta. - Embora elementos helênicos continuem a existir, outros padrões urbanísticos surgiram com o passar dos séculos e também influenciam o planejamento de nossas urbes. Dessa maneira, a alternativa E está incorreta. Gabarito: B 26. (2000/Unesp) Sobre o Império Romano, até o século III d.C. é correto afirmar que: a) O direito à cidadania era exclusivo dos patrícios. b) As normas jurídicas baseavam-se na ética do cristianismo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 101 c) À organização política possibilitou a criação da democracia nas cidades estados. d) O sistema econômico baseava-se na escravidão. e) A cultura romana exclui a herança do helenismo. Comentários: - Embora em períodos anteriores a cidadania tenha se restringido aos patrícios, indivíduos que descendiam das antigas famílias fundadoras de Roma e eram detentores das terras cultiváveis, ao longo da história da civilização romana os plebeus gradativamente tiveram algumas conquistas, incluindo o Tribunato da Plebe, magistratura que possuía a prerrogativa de barrar decisões do Senado direcionadas a esta camada da sociedade. Ademais, o fim da proibição de casamentos entre patrícios e plebeus (Lei Canuléia) permitiu aos plebeus mais abastados buscar por mais espaços na sociedade e na política. A alternativa A, portanto, está incorreta. - O direito romano, pelo menos a partir do século V a.C., foi fundamentado no positivismo, isto é, na necessidade do registro escrito da lei. Até então, prevalecia o direito baseado nos costumes, sem necessariamente produzir uma lei escrita (direito consuetudinário), o que gerava uma grande insegurança jurídica aos plebeus, que não dispunham de meios para consultar as normas que regiam a sociedade. Este cenário foi alterado a partir da aprovação da Lei das Doze Tábuas, o primeiro código legal romano. Feitas essas considerações, podemos constatar que a alternativa B está incorreta. - A escravidão foi o sistema de produção preponderante na Roma Antiga, sustentada pela sua política expansionista sobre o Mediterrâneo a partir do período republicano.Assim sendo, a alternativa D é a correta. - Os romanos absorveram diversos elementos da cultura grega, resultado de sua política expansionista na região da Hélade. Muitos escultores e arquitetos atuantes em Roma eram gregos, e a demanda de colecionadores por originais e cópias de obras de conhecidos mestres era constante na capital do Império. Vale ressaltar, no entanto, que embora a produção dos gregos influenciasse significativamente os romanos – e por isso a alternativa E está incorreta –, isso não impediu que os últimos desenvolvessem suas próprias técnicas, em especial na engenharia civil. Gabarito: D 27. (1999/Unesp) "Péricles, governante de Atenas no século V a.C., enaltecendo as glórias da democracia ateniense, declarou: "O poder está nas mãos não da minoria, mas de todo o povo, e todos são iguais perante a lei". (Tucídides, Guerra do Peloponeso.) Na prática da vida política ateniense, a ideia de democracia na época de Péricles, diferentemente da atual, significava que a) os habitantes da cidade, ricos e pobres, homens e mulheres, podiam participar da vida política. b) os escravos possuíam direitos políticos porque a escravidão constituída por dívida era temporária. c) os direitos políticos eram privilégios dos cidadãos e vetados aos metecos, escravos e mulheres. d) os metecos tinham privilégios políticos por sustentarem o comércio e a economia da cidade. e) os pobres e os estrangeiros podiam ser eleitos para os cargos do Estado porque recebiam remuneração. Comentários - Mulheres não eram consideradas cidadãs em Atenas, e por isso a alternativa A está incorreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 102 - Os escravizados não eram considerados sequer seres humanos dignos, por isso não dispunham de cidadania. A alternativa B, portanto, está incorreta. - Como bem ressaltou a alternativa C, que está correta, eram destituídos de cidadania os metecos, escravos e mulheres. Assim sendo, portavam direitos políticos somente homens livres e maiores de 18 anos, filhos de pais atenienses. - Os metecos não dispunham de direitos políticos, eram obrigados a pagar impostos e cumprir obrigações militares. Assim sendo, as alternativas D e E estão incorretas. Gabarito: C 28. (1998/Unesp) A inovação decisiva desse processo foi em última análise econômica: foi a introdução, nos domínios romanos, do 'latifundium' [latifúndio] cultivado por escravos, em larga escala, pela primeira vez na Antiguidade". (Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Texto adaptado.) O processo responsável pela introdução do latifúndio escravista a que se refere o texto foi a legislação reformista de Sólon. b) fundação do Império por Otávio. c) deposição da dinastia etrusca pelos patrícios. d) expansão romana no Mediterrâneo. e) invasão da Itália pelos germânicos. Comentários: - Sólon foi um legislador de Atenas, e o processo descrito pelo fragmento nada tem a ver com sua atuação naquela pólis. Com isso, a alternativa A está incorreta. - Embora Otávio tenha dado continuidade à política expansionista iniciada pela república, a esta última se deve a instituição do latifúndio escravista, e por isso a alternativa B está incorreta. - A deposição dos etruscos deu início ao período à República romana, mas este processo não foi condicionante para a criação do latifúndio escravocrata. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. - A introdução do latifúndio escravocrata foi o resultado política expansionista promovida por Roma durante o período republicano, o que a possibilitou a conquista de vastas terras para os patrícios e escravizados obtidos pelas guerras de conquista. A alternativa D, portanto, é a correta. - As migrações germânicas do final do Baixo Império não contribuíram para o uso extensivo da mão de obra escrava, mas sim para sua diminuição. Como vimos, progressivamente o escravismo foi substituindo pelo colonato, forma de trabalho que se utilizava da mão de obra livre. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. Gabarito: C 29. (1997/Unesp) "A consequência mais aparente das invasões foi a destruição quase integral da civilização micênica. No espaço de um século, as criações orgulhosas dos arquitetos aqueus, palácios e cidadelas, não são mais do que ruínas. Ao mesmo tempo vemos desaparecer a realeza burocrática, a escrita, que não passava de uma técnica de administração, e todas as criações artísticas..." (Pierre Lévêque, A aventura grega.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 103 O texto refere-se às invasões a) Persas b) Germânicas c) Macedônicas. d) Dórias. e) cretenses. Comentários: - Os persas, povo formado na Ásia Ocidental, promoveram invasões na região da Hélade nas chamadas Guerras Médicas, durante o período clássico. A alternativa A, portanto, está incorreta, uma vez o fragmento do enunciado se refere às invasões dóricas, ocorridas por volta do século XI a.C. - As chamadas “invasões” germânicas foram preponderantes para a desfragmentação do Império Romano do Ocidente entre os séculos IV e V a.C. Este processo, no entanto, ocorre muitos séculos após o ocaso da civilização micênica descrita por Lévêque, e por isso a alternativa B se encontra incorreta. - As invasões macedônicas promovidas por Felipe II na Grécia ocorrem durante o período helenístico, séculos após o processo descrito por Lévêque. Assim sendo, a alternativa C está incorreta. - Para os historiadores, as invasões foram o principal motivo para o ocaso da civilização micênica, marcada por uma forma de governo palaciana e pelos seus centros urbanos. É o marco inicial do período homérico, no qual ocorre o desaparecimento da escrita e a instituição de um modo de vida rural, orientado pelo sistema gentílico de divisão do trabalho. Assim sendo, a alternativa D é a correta. - A civilização cretense desenvolveu-se na península grega há quase cinco mil anos, sendo também denominada de civilização minoica em função de seus reis, conhecidos como Minos. Cnossos, principal cidade da Ilha de Creta, tornou-se o centro de uma poderosa talassocracia em função de ser a porta de entrada para trocas comerciais entre Oriente e o mundo grego. Seu declínio se deu a partir da dominação dos aqueus, que em seu lugar constituíram a civilização micênica, por volta do século XVII a.C. A alternativa E se encontra incorreta pelo fato dos cretenses entrarem em declínio séculos antes da destruição da civilização micênica, sendo liquidados justamente pelo povo responsável pela consolidação desta. Gabarito: D 30. (1996/Unesp) “Depois da colonização grega do século VIII a.C., a riqueza fundiária não mais representou a única riqueza possível. Ninguém mais podia subestimar a riqueza mobiliária. Ora, com maior frequência, esta não chegou às mãos dos nobres, afastados pelos velhos preconceitos das atividades comerciais e industriais. A classe dirigente teve de contar com as reivindicações dos novos-ricos encorajados pelos seus êxitos e que também desejavam participar dos negócios da cidade.” (AYMARD, André e AUBOYER, Jennine. O Oriente e a Grécia Antiga, texto adaptado). O texto faz referência a um dos fatores da: a) guerra contra os persas. b) decadência ateniense no período arcaico. c) crise do regime aristocrático nas cidades gregas. d) queda da monarquia e implantações da república. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 104 e) criação do tribuno da plebe. Comentários - No fragmento acima não há qualquer menção a conflitos bélicos travados por Atenas, ou que a cidade tenha vivenciado um período de decadência, e por isso as alternativasA e B estão incorretas. - A alternativa C está correta. As relações comerciais estabelecidas por Atenas nos mares Mediterrâneo e Negro contribuíram para o enriquecimento dos demiurgos, que a partir do século VIII a.C. pressionam os eupátridas por direitos políticos. - Ao contrário do que se verificou em Roma, a forma de governo republicana não suplantou as monarquias que existiram nas poleis gregas até o período arcaico, e por isso a alternativa D está incorreta. - A alternativa E é uma pegadinha! Embora a criação da figura do tribuno da plebe tenha sido resultado da pressão de extratos subalternos da sociedade por mais direitos políticos, este foi um processo que ocorreu em Roma, e não na Grécia. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. Gabarito: C 31. (1996/Unesp) O vínculo entre os legionários e o comandante começou progressivamente a assimilar-se ao existente entre patrão e cliente na vida civil: a partir da época de Mário e Sila, os soldados procuravam os seus generais para a reabilitação econômica e os generais usavam os soldados para incursões políticas." (Perry Anderson, Passagem da Antiguidade ao feudalismo.) O texto oferece subsídios para a compreensão: a) da crise da República romana. b) da implantação da monarquia etrusca. c) do declínio do Império Romano. d) da ascensão do Império Bizantino. e) do fortalecimento do Senado. Comentários - As guerras de conquista legaram grande prestígio aos comandantes das campanhas militares, e consequentemente, maior influência na política romana. A disputa de diversos generais pelo poder leva a uma crise das instituições de Roma, começando pelos embates de Mário e Sila, em 123 a.C., até a ascensão do general Otávio, que derrota o rival Marco Antônio no Egito. Por relacionar as disputas entre generais à crise da República, a alternativa A está correta. - A monarquia etrusca se inicia no século VIII a.C., quando este povo conquista a região do Lácio e tornam Roma uma cidade. Este processo, no entanto, ocorre séculos antes daquele descrito no enunciado da questão, e por isso a alternativa B está incorreta. - A formação do Império Bizantino tem como ponto de partida a fundação da cidade de Constantinopla, a mando do imperador Constantino, em 330. Esta cidade se torna a capital do Império Romano, e posteriormente, coração da civilização bizantina. - A partir dos embates de Mário e Sila pelo poder de Roma, a autonomia do Senado foi constantemente enfraquecida devido a ação de uma sequência de ditadores que ascendem ao poder, incluindo os já mencionados Mário e Sila, bem como Júlio César, considerado “ditador perpétuo”. Dito isso, a alternativa E está incorreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 105 Gabarito: A 32. (1994/Unesp) Dos Séculos III a I a.C., através de guerras de conquista, os patrícios romanos estenderam a sua dominação sobre quase todos os povos do Mediterrâneo. Mas essa vitória externa de Roma contribuiu para transformar a sua própria ordem social interna. Como uma das mais importantes transformações, podemos citar: a) a queda da monarquia e o estabelecimento da república. b) a Lei das XII Tábuas, que equiparou patrícios e plebeus. c) a escravização generalizada dos plebeus e estrangeiros residentes em Roma. d) a introdução do latifúndio cultivado por escravos, em larga escala. e) a generalização do trabalho assalariado, estimulada pela expansão mercantil. Comentários - A fase monárquica de Roma se dá entre os anos 753 e 509 a.C. – muito antes, portanto das guerras de conquista descritas pelo enunciado, ocorridas durante a República romana. Devido a isso, a alternativa A está incorreta. - A Lei das Doze Tábuas foi codificada no século V a.C., portanto em um período anterior ao abordado pelo enunciado. Ademais, seu legado não foi nivelar as diferenças abissais entre patrícios e plebeus, mas sim registrar, por escrito, todas as leis existentes até então, que ficavam disponíveis para consulta por todos os cidadãos. Dessa forma, isso permitiu que menos injustiças fossem cometidas aos plebeus em função de seu desconhecimento da lei, mas sua condição social ainda permaneceu muito distinta da desfrutada pelo patriciado. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. - A partir das Leis Licínias, promulgadas no século IV a.C., a escravização por dívida foi banida entre os romanos, o que representou uma grande conquista para os plebeus empobrecidos. Já a escravização de estrangeiros ocorria a partir das guerras de conquista, subjugando povos derrotados, enquanto aqueles residentes de Roma, se não tinham status de cidadãos, pelo menos não eram cativos em potencial. A alternativa C, portanto, está incorreta. - Durante a fase da República romana verificou-se um processo de concentração de terras pela elite patrícia, resultante da política expansionista. Como esta demandava vastos contingentes de homens livres em suas campanhas militares, os pequenos proprietários plebeus foram convocados em quantidades cada vez maiores, sendo sua força de trabalho nas terras patrícias substituída pela dos escravizados obtidos nas guerras de conquista. Foram recorrentes os casos de endividamento destes plebeus em função do cumprimento dessas obrigações militares, afinal nem sempre dispunham de quem pudesse continuar sua produção enquanto se encontrava em uma campanha por Roma. Isso fez com que muitos fossem obrigados a vender suas terras para os patrícios e se mudarem para as cidades, onde viviam em condições precárias. Assim sendo, o processo de expansão territorial romano ocorrido entre os séculos III e I a.C. promove o acúmulo de grandes propriedades pelos patrícios, chamadas de latifúndios, cultivadas por populações escravizadas pelos legionários nas guerras de conquista. A alternativa D, portanto, é a correta. - A partir do século III, em decorrência do fim das políticas expansionistas, a disponibilidade de escravizados diminui significativamente no Império Romano. Com isso, ganha força nos latifúndios o colonato, sistema de exploração das terras patrícias por colonos, que em troca pagam o arrendamento aos proprietários em dinheiro, serviços ou produção. Com isso, a alternativa E está incorreta. Gabarito: D t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 106 33. (1993/Unesp) A civilização grega atingiu extraordinário desenvolvimento. Os ideais gregos de liberdade e crença na capacidade criadora do homem têm permanente significado. Acerca do imenso e diversificado legado cultural grego, é correto afirmar que: a) A importância dos jogos olímpicos limitava-se aos esportes. b) A democracia espartana era representativa. c) A escultura helênica, embora desligada da religião, valorizava o corpo humano. d) Os atenienses valorizavam o ócio e desprezavam os negócios. e) Poemas com narrações sobre aventuras épicas são importantes para a compreensão do período homérico. Comentários: - Os jogos olímpicos eram possuíam um caráter religioso, uma vez que se celebrava a memória de Zeus, senhor do Monte Olimpo. Ao mesmo tempo, ao permitir somente a participação de cidade-Estado gregas, estes eventos permitiam a afirmação de uma identidade helênica, a partir de valores e crenças comuns entre os presentes. Tendo em vista a importância dessas cerimônias, a alternativa A está incorreta. - Uma vez que apenas uma restrita camada da sociedade participante das decisões políticas da pólis, composta pelos esparciatas, Esparta não pode ser classificada como uma democracia, mas sim como uma oligarquia. Com isso, a alternativa B está incorreta. - Como você pode ter reparado a partir as imagens deste módulo, as esculturas gregas retratam uma série de entidades e narrativas mitológicas,e por isso a alternativa C está incorreta, embora de fato haja entre alguns de seus artistas a preocupação em retratar corpos belos e simétricos. - Embora o ócio fosse valorizado entre as classes mais abastadas, vimos que os atenienses se destacaram pelo seu comércio marítimo, estabelecendo relações comerciais em todo o litoral do Mediterrâneo e do Mar Negro. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. - O período homérico foi marcado pelo abandono da escrita pelos dórios, povo que se destacava pela manutenção de uma cultura oral. Assim sendo, pouco se sabe sobre este período, que devido a isso ficou conhecido entre os historiadores como “idade das trevas”. No entanto, alguns poemas sobreviveram aos séculos e puderam ser registrados, em especial as narrativas atribuídas a Homero, que devido a isso é quem nomeia este período. A alternativa E, portanto, é a correta. Gabarito: E 34. (1990/Unesp – Adaptada) Roma, de simples Cidade-Estado, transformou-se na capital do maior e o mais duradouro dos impérios conhecidos. Assinale a alternativa diretamente relacionada com o declínio e a queda do Império Romano: a) Triunfo do cristianismo e urbanização do campo. b) Redução considerável dos tributos e a abolição do poder despótico de tipo oriental. c) Barbarização do exército e crise no modo de produção escravista. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 107 d) Ensino democrático dos estoicos e o aumento dos privilégios das classes superiores. e) Estabilização das fronteiras e a crescente oferta de mão de obra. Comentários: - A partir do Baixo Império (sec. III-V d.C.), o grande comércio praticado pelos centros urbanos entra em declínio, resultado da instabilidade administrativa provocada pelas migrações dos povos germânicos no período. Parte significativa da população citadina se refugia nos campos, desencadeando um processo de ruralização verificado em boa parte da Europa Ocidental. Já o crescimento do cristianismo nos anos finais do Império Romano não se relaciona diretamente com a desintegração deste, o que não quer dizer que alguns de seus dogmas foram suficientes para a transformação da mentalidade dos europeus na passagem da Idade Antiga para a Idade Média. Vale lembrar, no entanto, que o próprio Império reconhece o cristianismo como sua religião oficial, o que evidencia que ele não representava uma ameaça direta a Roma naquele período. Assim sendo, a alternativa A está incorreta. - Os principados romanos do período imperial não podem ser considerados como despóticos de tipo oriental, uma vez que não possuíam caráter hereditário ou se assemelham a teocracias, ainda que os imperadores também se utilizassem de elementos religiosos para se legitimarem. Com isso, a alternativa B está incorreta. Vale destacar que esta categoria foi utilizada por historiadores para caracterizar sociedades com estruturas de poder muito distintas, incluindo egípcios, assírios, fenícios, hebreus, persas, incas, astecas e maias. Contudo, são poucos os pesquisadores que ainda fazem uso dela sem ressalvas. - Muitos germânicos foram recrutados como mercenários do Exército romano, chegando a ocuparem postos de destaque. Isso comprometeu a capacidade do Império de reagir aos conflitos gerados a partir das migrações destes povos, afinal muitos deles alcançaram o comando de suas tropas. Neste mesmo período, o território romano atinge sua dimensão máxima devido ao fim da política expansionista, o que afeta sua capacidade de reposição da mão de obra escrava, e consequentemente, o modo de produção como um todo. Dessa forma, o escravismo seria progressivamente substituído pelo colonato, que adotava a mão de obra livre para o cultivo das grandes propriedades. Dito isso, a alternativa C é a correta. - O estoicismo é uma corrente filosófica originada na Grécia do período helenístico, mas que conta com grande penetração em Roma. Acreditavam que o universo era regido por uma razão universal divina, e que a felicidade só poderia ser obtida a partir do domínio das paixões, a partir da adoção de uma rígida conduta moral e intelectual. A adesão a esta corrente por intelectuais romanos, tais como Sêneca e Epiteto, nada tem a ver com a desintegração do Império Romano do Ocidente, e por isso a alternativa D está incorreta. Cabe destacar que também não se verifica o acréscimo de privilégios às camadas superiores da sociedade romana neste período. - As fronteiras romanas tornam-se instáveis nos séculos finais do Baixo Império, resultado das migrações constantes de povos germânicos para o seu interior. Ademais, o fim da política expansionista, promovida desde o período da República, compromete a aquisição de mão de obra escravizada partir das guerras de conquista, levando o Império a uma crise de abastecimento. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. Gabarito: C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 108 6.2. Vestibulares 1. (2020/Famerp) Observe as três ordens da arquitetura grega clássica. As três colunas correspondem, respectivamente, aos estilos: a) dórico, jônico e coríntio. b) jônico, gótico e românico. c) românico, coríntio e dórico. d) gótico, dórico e barroco. e) coríntio, barroco e gótico. Comentários A alternativa A é a correta. Vale relembrar as três ordens arquitetônicas criadas durante a Grécia Antiga: Ordem dórica → criada durante a dominação do povo de mesmo nome da península itálica, este estilo é marcado por colunas robustas, utilizadas principalmente em templos de deuses masculinos. Ordem jônica → Com aparência mais fluida que o estilo anterior, o jônico permitiu maior ornamentação de suas colunas com as volutas, que se assemelham a rolos. Ordem coríntia → Mais ornamentada que as demais, a ordem coríntia se utiliza de várias folhas e brotos em seu capitel. Para concluir, cabe destacar que os estilos gótico e barroco foram desenvolvidos na Idade Média e na Idade Moderna, respectivamente. Gabarito: A 2. (2019/Famerp) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 109 Enquanto nas cidades o poder ficou nas mãos dos bispos, nos campos, concentrou-se na dos grandes proprietários. O governo romano perdeu força: já não era capaz de cobrar os impostos de maneira eficiente, nem mesmo de pagar os exércitos. Em 476, o último imperador romano foi deposto. Era o fim do Império Romano e do mundo antigo e o início de uma nova era, a Idade Média. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado.) A queda do Império Romano do Ocidente foi provocada, entre outros fatores, a) pela fragilização do poder central, que gradualmente perdeu o controle das províncias que compunham o Império. b) pelo declínio econômico das colônias asiáticas, que deixaram de fornecer matérias-primas à capital do Império. c) pela hegemonia econômico-financeira da Igreja, que passou a combater militarmente os imperadores pagãos. d) pelo desenvolvimento militar dos impérios macedônio e persa, que se tornaram rivais de Roma e a derrotaram. e) pelas invasões dos bárbaros, que saquearam o Império Romano e, assim, facilitaram sua conquista pelos hunos. Comentários - A alternativa é a resposta. Conforme destaca o próprio texto, os bispos passaram a concentrar influência nas zonas urbanas, ao passo que nos campos, as elites agrárias se tornaram a maior autoridade. Isso mostra a desarticulação de Roma enquanto centro de poder, e consequentemente, a desintegração do Império Romano do Ocidente. - A alternativa B está incorreta. Embora o Império Romano tenha vivenciado uma crise econômica em seus séculos finais, a porção Oriental se manteverelativamente estável diante dos abalos verificados nos domínios ocidentais. Isso fez com que a transição para o mundo medieval mantivesse a cidade de Constantinopla como centro mantenedor de diversos elementos romanos, dando origem à civilização bizantina. - A alternativa C está incorreta. Apesar da Igreja ser a única instituição do Ocidente a sobreviver a transição do mundo antigo para o mundo medieval, ela não chegou a promover enfrentamentos com os povos germânicos que se instalaram nos antigos domínios romanos. Cabe destacar que alguns deles, como os visigodos e os francos, se converteram ao cristianismo. - A alternativa D está incorreta, pois os macedônicos foram derrotados pelos romanos séculos antes da desintegração do Império Romano do Ocidente. - A alternativa E está incorreta. Apesar das “invasões bárbaras” terem contribuído para a desintegração do Império Romano do Ocidente, os hunos foram detidos pelos romanos e seus aliados germânicos. Gabarito: A 3. (2018/Famerp) “O Ocidente havia conhecido somente três modos de acesso ao poder: o nascimento, o mais importante, a riqueza, muito secundário até o século XIII salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance limitado entre os cidadãos das cidades gregas da Antiguidade.” (Jacques Le Goff. Os intelectuais na Idade Média, 1985. Adaptado.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 110 Na democracia ateniense da Antiguidade, havia um modo de exercício do poder político, que consistia no sorteio a) de cidadãos para o exercício de funções administrativas por um curto período de tempo. b) de indivíduos da população da cidade para participarem da assembleia dos cidadãos na ágora. c) de habitantes mais hábeis militarmente e mais cultos para comporem o conselho político da polis. d) de homens e mulheres descendentes de gregos para governarem a cidade nos tempos de paz. e) de estrangeiros aliados da cidade para auxiliarem os cidadãos nas decisões concernentes às relações entre as polis. Comentários - A alternativa A é a correta. O sorteio era o mecanismo utilizado para a escolher anualmente os participantes Bulé, conselho composto por mais ou menos 500 cidadãos. - A alternativa B está incorreta, afinal todos os cidadãos tinham direito de participar das decisões tomadas na ágora. - A alternativa C está incorreta, afinal Atenas não era uma sofocracia – ou seja, não era regida por um governo de sábios. Todos os cidadãos tinham direito de participar das instituições existentes na pólis. - A alternativa D está incorreta, pois todos os filhos de pais atenienses maiores de 18 anos e que fossem livres deveriam participar dos debates da pólis. - A alternativa E está incorreta, pois os estrangeiros eram marginalizados dos processos políticos da pólis. Gabarito: A 4. (2017/Famerp) Durante o século IV, a velocidade da expansão do cristianismo aumentou muito, especialmente nas cidades [romanas]. As antigas crenças continuaram existindo, mas o número de fiéis diminuiu muito. Os cristãos passaram a chamar os adeptos das outras religiões de pagãos e, em algumas ocasiões, se dedicaram a destruir seus templos e as estátuas dos deuses antigos. Isso não significa que as religiões tenham vivido em conflito. O cristianismo tomou diversas ideias e características do paganismo para si. Os livros escritos no início do Império e na época da República eram considerados obras-primas da literatura, e mesmo os que falavam de outros deuses eram lidos e apreciados pelos cristãos. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado.) Segundo o texto, a ascensão do cristianismo na Roma Antiga a) não impediu o avanço de outras formas de religiosidade, e o paganismo, apesar de reprimido, continuou a crescer e manteve-se hegemônico. b) deu-se a partir das conquistas romanas na Palestina e revelou a correção e a supremacia religiosa da fé cristã frente às antigas religiões. c) não impediu a manifestação de outras formas de religiosidade e, apesar de terem ocorrido tensões, algumas antigas práticas religiosas persistiram. d) deu-se a partir das cruzadas, que levaram a fé cristã aos pagãos, judeus e muçulmanos que controlavam as terras do Oriente Próximo. e) deu-se a partir do extermínio dos grupos que professavam crenças antigas e da eliminação dos materiais que contivessem referências ao paganismo. Comentários t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 111 Essa é uma questão que requer uma leitura atenta do texto. Vejamos suas alternativas: - A alternativa A está incorreta, pois conforme destaca o próprio texto, os adeptos de crenças pagãs reduziram diante do crescimento do cristianismo. - A alternativa B está incorreta, pois a conquista da Palestina por Roma antecedeu o próprio surgimento do cristianismo. Vale relembrar que Jesus Cristo foi contemporâneo do governo do imperador Otávio Augusto. - A alternativa C é a resposta. De acordo com o texto, elementos pagãos foram combatidos pelo cristianismo em ascensão, que também soube apreciar a leitura e escuta de narrativas míticas. Além disso, veremos em nosso capítulo que o cristianismo também soube aglutinar certos traços de culturas pagãs para se legitimar, como a associação de outros deuses a demônios, ou mesmo incorporando ritos, com0 o carnaval. - A alternativa D está incorreta, pois as cruzadas se deram durante a Idade Média, séculos após a desintegração do Império Romano do Ocidente. - A alternativa E está incorreta, pois conforme destaca o próprio texto, crenças pagãs coexistiram com a consolidação do cristianismo. Gabarito: C 5. (2016/Famerp) A cidade grega é o modelo por excelência, origem e paradigma da democracia. É dela que retiramos as exigências constituídas de toda a política moderna. Mas a cidade grega não é uma democracia modelo. Ela funciona à custa de exclusões. (Barbara Cassin et al. Gregos, bárbaros, estrangeiros, 1993. Adaptado.) A afirmação do excerto é, aparentemente, contraditória, ao reafirmar a democracia grega como modelo e sustentar que o seu funcionamento era excludente. A aparente contradição ocorre porque a) o governo era dirigido pela classe senatorial, embora os senadores fossem eleitos pelo conjunto dos cidadãos. b) o poder político era exercido diretamente no interior das propriedades rurais, embora dele permanecessem afastados os que aravam a terra. c) a pólis era internamente dividida em corporações de ofício, embora o governo geral fosse composto por um representante de cada uma delas. d) a assembleia de cidadãos era formada por camponeses e artesãos, embora eles estivessem afastados dos assuntos militares. e) a participação dos cidadãos nas decisões públicas era plena e direta, embora mulheres, estrangeiros e escravos permanecessem fora da política. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal o Senado é uma instituição criada pelos romanos, e não pelos gregos. Ademais, todos os cidadãos participavam das decisões da pólis. - A alternativa B está incorreta, pois os camponeses também participavam das decisões políticas, sendo a eles garantida a mistoforia. - A alternativa C está incorreta, afinal as corporações de ofício surgiram na Europa durante a idade Média. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 112 - A alternativa D está incorreta, pois em Atenas a assembleia era formada por todos os homens livres maiores de 18 anos e filhos de pai e mãe atenienses. - A alternativa E é a resposta. Apesar de garantir igualdade nas condições de participação entre os cidadãos, a democracia ateniense excluía a maior parte dos habitantes da pólis, como mulheres, escravose estrangeiros. Gabarito: E 6. (2015/Famerp) Na Antiguidade ocidental clássica, os escravizados eram, na maioria dos casos, a) estrangeiros, camponeses e hereges. b) indígenas, nobres decadentes e cristãos. c) cristãos, hereges e endividados. d) prisioneiros de guerra, endividados e estrangeiros. e) nobres decadentes, indígenas e prisioneiros de guerra. Comentários - As alternativas A e C estão incorretas, afinal a escravidão não estava atrelada a disputas religiosas. Logo, tal sistema não se sustentava pela ideia de "heresia". - As alternativas B e C estão incorretas, afinal os habitantes do continente europeu não tinham contato com os povos indígenas no período. - A alternativa D é a resposta. Eram passíveis de serem escravizados no mundo antigo aqueles que acumulassem dívidas que não fossem capazes de quitar e os derrotados em guerras. Gabarito: D 7. (2009/Fameca) Os Jogos Olímpicos, na Grécia Antiga, realizados a partir de 776 a. C., representavam a) uma forma de homenagear Zeus, durante os quais vigorava uma trégua sagrada. b) um momento democrático, com a participação de atletas estrangeiros, das mulheres e dos escravos. c) disputas violentas entre atletas de cada cidade-estado e, por isso, foram proibidos pelos romanos no século IV. d) a preocupação dos espartanos e atenienses com a formação de uma raça pura. e) uma atividade econômica essencial para os gregos, que geravam guerras entre as cidades-estado. Comentários - A alternativa A é a resposta. A cada quatro anos os gregos organizavam jogos na cidade de Olímpia em homenagem a Zeus, a mais importante figura do panteão de deuses. Acreditava-se que o próprio filho desta divindade, Atlios, foi o criador do evento para celebrar o pai, daí o fato de chamarmos os competidores de atletas. Até 494, quando foram interrompidos, no período dos jogos olímpicos não havia conflitos entre as cidades-Estado, uma vez que ali se celebrava a aproximação dos homens com os deuses. Eles são uma cerimônia religiosa, mas que ao mesmo tempo reafirma uma identidade helênica (ou seja, grega), amparada em crenças e valores compartilhados pelos seus participantes. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 113 - A alternativa B está incorreta, pois participavam dos jogos olímpicos somente homens gregos livres, sendo excluídos escravos e mulheres. - A alternativa C está incorreta, pois os jogos olímpicos continuaram a existir até o século V. - A alternativa D está incorreta, afinal a ideia de raça não existia na Antiguidade Clássica. Vale destacar que a ideia de identidade existente entre os povos se ampara em outros elementos, como a língua e ligações ancestrais com a pólis. - A alternativa E está incorreta, pois jogos olímpicos eram celebrações religiosas em homenagem a Zeus e realizadas a cada quatro anos. Gabarito: A 8. (2008/Fameca) A partir do século VIII a. C., os gregos começaram uma grande expansão colonizadora, que continuou durante quase dois séculos (...) A princípio, a fundação das colônias teve por causa a procura por terras férteis; assim o comércio não foi o primeiro objetivo. (Rubim Santos Leão de Aquino et alii, História das sociedades – das sociedades primitivas às sociedades medievais) No contexto apresentado, a colonização grega concentrou-se a) no mar Cáspio e na Gália. b) no mar do Norte e em Cartago. c) no golfo Pérsico e no mar Arábico. d) na península Ibérica e no centro da Europa. e) no sul da Itália e Sicília e nas margens do mar Negro Comentários Essa é uma questão difícil! Para respondê-la, seria preciso certa noção sobre as proximidades da península grega. Vejamos o processo de expansão dos gregos a partir do mapa abaixo: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 114 Expansão grega no período arcaico. - Como podemos ver, os gregos não chegaram a fundar cidades-Estado na região da Gália, região que corresponde à atual França. Com isso, a alternativa A está incorreta. - A cidade de Cartago, por sua vez, sabemos que foi fundada por fenícios, o que nos possibilita descartar a alternativa B. - A alternativa C também está incorreta, pois os gregos não alcançaram o golfo pérsico, região que corresponde ao Irã na atualidade. - Embora tenha alcançado pontos do litoral da península Ibérica, os gregos permaneceram na porção sul do continente europeu, o que torna a alternativa D incorreta. - A alternativa E, portanto, é a resposta. Os gregos se expandiram para o sul da Itália, criando povoamentos como Siracusa, Agrigento e Catânia. Além disso, também se expandiram para o mar Negro, onde foram fundadas Bizâncio, Tanais e Sinopa, dentre outras. Gabarito: E 9. (2021/Fac. Albert Einstein) O Império Romano, após a profunda crise do século III, tentou a sobrevivência através do estabelecimento de novas estruturas, que não impediram (e algumas até mesmo aceleraram) sua decadência, mas que permaneceriam vigentes por séculos. Foi o caso, por exemplo, do caráter sagrado da monarquia, da aceitação de germanos no exército imperial, da petrificação da hierarquia social, do crescente fiscalismo sobre o campo, do desenvolvimento de uma nova espiritualidade. (Hilário Franco Junior. A Idade Média: nascimento do Ocidente, 1988.) O texto apresenta alguns elementos que se aprofundaram nos dois séculos seguintes e caracterizaram a transição entre a) a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela penetração de povos estrangeiros nos domínios do Império Romano e pela militarização do cotidiano. b) a Idade Média e a Idade Moderna, marcada, entre outros elementos, pela centralização do poder político nas mãos dos reis e as severas limitações na mobilidade social. c) a Antiguidade e a Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela negação do caráter divino do imperador e pela transformação do cristianismo em religião do Estado. d) o Império Romano do Ocidente e o Islã, marcada, entre outros elementos, pela feudalização e pelo aumento da tributação sobre a produção agrícola. e) o Mundo Antigo e o Mundo Moderno, marcada, entre outros elementos, pelo desaparecimento dos grandes impérios e a consolidação dos Estados nacionais europeus. Comentários: Questão que requer conhecimentos sobre a transição entre o Império Romano e a Idade Média. - A alternativa A está incorreta, o texto se refere à transição entre o Império Romano e a Idade Média, enquanto a alternativa aborda a transição entre a Alta e Baixa Idade Média. Trata-se de uma pegadinha, pois no final do Império Romano houve a penetração de povos estrangeiros (bárbaros), o que não iniciou uma militarização do cotidiano por isso já estar previamente presente na cultura romana. - A alternativa B está incorreta, o texto se refere à transição entre o Império Romano e a Idade Média, e a alternativa aborda a transição entre Idade Média e Moderna. Nesta houve a centralização do poder político em torno da figura dos reis, porém a estrutura social se manteve similar à verificada no período anterior, quando também existiam limitações da mobilidade social. - A alternativa C é a resposta. A transição do Baixo Império para a Alta Idade Média foi marcada pela negação do caráter divino dos imperadores romanos, sobretudo a partir da consolidação do cristianismo t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 115 em Roma. É também a própria difusão da religião que contribui para que o imperador Teodósio a torne religião oficial do Império Romano, a partir do Édito de Tessalônica (380 d.C.). - A alternativa D está incorreta, a transição ocorrida a partir do século III é da Antiguidadepara a Idade Média. A expansão do Islã para o sul da Europa ocorre somente a partir do século VII. Já a feudalização é um fenômeno ocorrido no Medievo Ocidental e em regiões não islamizadas. - A alternativa e está incorreta, o texto se refere à transição entre Antiguidade e Idade Média, e não desta para a Idade Moderna. O fenômeno do fim dos grandes impérios e consolidação dos Estados nacionais é algo que remete à modernidade. Gabarito: C 10. (2017/Fac. Albert Einstein) “Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local. Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a 'chegada dos gregos significou a introdução de um elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam'.” Funari, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Adaptado. Segundo o texto, a formação da Grécia antiga ocorreu a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais tribos nativas da península balcânica. b) de forma gradual, a partir da integração de povos provenientes de outras regiões com habitantes da parte sul da península balcânica. c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos nativos da península balcânica sobre territórios controlados por grupos bárbaros. d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da península balcânica a conquistadores recém-chegados do norte. Comentários: - A alternativa A está incorreta, o texto não dá margem para a interpretação de que essa integração ocorreu de forma negociada, mas sim a partir de uma interação gradual entre os povos. - A alternativa B está correta. De acordo com o texto, as migrações dos gregos para a Hélade teriam ocorrido de maneira gradual e a partir da confluência com povos que já habitavam a região. - A alternativa C está incorreta, afinal o texto nega a narrativa de que a entrada dos gregos na região teria sido recorrente de um planejamento militar. Por muito tempo os historiadores assim entendiam as migrações dos povos gregos, mas novas pesquisas apontam que o processo teria sido diferente. - A alterativa D está incorreta, afinal o trecho sugere que os povos se inseriram na península balcânica de maneira gradual e mais complexa do que por meio de um empreendimento militar. Gabarito: B 11. (2016/Fac. Albert Einstein) Observe a imagem. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 116 Maquete da acrópole de Atenas no período clássico. Marcelo Rede. A Grécia antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 25. Entre as características da pólis grega, podemos citar a: a) dimensão híbrida da acrópole, que conjugava espaços religiosos com grandes áreas de plantio e produção de alimentos. b) incorporação de elementos arquitetônicos de origem etrusca na construção das habitações populares. c) conurbação, que provocava a junção de diversas aldeias e cidades numa mesma unidade administrativa. d) construção de templos e edifícios públicos em locais altos e o caráter fortificado da acrópole. Comentários Essa é uma questão que demanda análise da imagem. Com base nela, vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta, afinal não há elementos na maquete que sugira grandes áreas de plantio na pólis grega. Além disso, conforme vimos em nossos estudos, sabemos que o ambiente predominante urbano, sendo ali desenvolvidas atividades comerciais e artesanais. - A alternativa B está incorreta, afinal os etruscos influenciaram a arquitetura romana. - A alternativa C está incorreta, pois não há na imagem a junção de zonas urbanas de duas cidades, até porque as poleis eram unidades administrativas autônomas. - A alternativa D é a reposta. Conforme é possível observar, prédios de uso comum, sobretudo templos religiosos, eram construídos em espaços que refletissem sua importância, como os topos de colinas. Além disso, os muros existentes ao redor da maquete demonstram uma preocupação dos habitantes das poleis da Antiguidade de se resguardarem de ataques de adversários. Gabarito: D 12. (2019/Fameca) A expansão da Macedônia significou que as cidades gregas perderam, para sempre, sua independência política. A despeito das repetidas tentativas para reconquistar essa condição, as cidades-Estado foram forçadas a submeter-se a uma monarquia. Apesar da crise grega, há triunfos intelectuais que precisam ser considerados. (Flávia M. S. Eyler. História antiga: Grécia e Roma, 2014. Adaptado.) Constitui exemplo desses “triunfos intelectuais”: a) o sincretismo do realismo da arte grega com a religiosidade dos macedônios. b) a difusão da língua e do pensamento filosófico na região mediterrânea. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 117 c) o predomínio da educação cívica e da militarização na sociedade helenística. d) o fim da concepção teocêntrica e do poder divino no império conquistado. e) a valorização do racionalismo e da democracia no governo macedônico. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal os macedônios cultuavam divindades semelhantes à dos gregos. - A alternativa B é a resposta. Os macedônios foram responsáveis pela difusão de elementos da cultura grega para o Oriente, incluindo a língua e a filosofia. - A alternativa C está incorreta, pois o Império Macedônico não estimulou a noção de cidadania entre os povos conquistados. - A alternativa D está incorreta, pois apesar do surgimento do pensamento racional, o teocentrismo não foi cessado no período. - A alternativa E está incorreta, afinal o modelo democrático foi minado pelo expansionismo macedônico. Gabarito: B 13. (2021/Fac. Santa Casa) A vitória total do cristianismo deu-se na época do imperador Teodósio, no final do século IV, que concedeu aos cristãos numerosos privilégios [...]. Enfim, o cristianismo passou de religião do imperador para religião oficial, primeiro convivendo com o culto aos deuses e, depois, proibindo de vez o paganismo. (Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma, 2019.) Para alguns historiadores, a oficialização do cristianismo no Império Romano simbolizou o fim do Mundo Antigo, pois a) caracterizou o prevalecimento da lógica medieval de que Deus deve ser representado à imagem e à semelhança dos reis e imperadores. b) provocou conflitos internos à sociedade romana, que acabaram por fragmentar social e politicamente o Império. c) demonstrou, com o desencadeamento da perseguição aos pagãos, o início da intolerância religiosa da Idade Moderna. d) impediu a constituição de alianças e negociações com os povos germânicos, que eram politeístas. e) revelou, com o triunfo do monoteísmo, o surgimento de uma nova mentalidade e a fusão entre Igreja e Estado. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal a difusão do pensamento cristão contribuiu para a negação culto e divinização dos imperadores. - A alternativa B é a resposta. A difusão do cristianismo durante o Baixo Império contribuiu para o processo de alteração da cultura romana, que glorificava o militarismo e cultuava os imperadores. Pode-se entender sua difusão como algo que contribuiu para a alteração da mentalidade ao longo do tempo, o que comprometeu a autoridade de Roma e suas estruturas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 118 - A alternativa C está incorreta, afinal a intolerância religiosa é um elemento marcante em todas as eras históricas dahumanidade. Além disso, a perseguição aos pagãos ocorreu na transição do mundo antigo para a Idade Média. - A alternativa D está incorreta, afinal muitos povos germânicos se converteram ao cristianismo na passagem da Antiguidade para a Idade Média no Ocidente. - A alternativa E está incorreta, pois o triunfo do monoteísmo cristão foi acompanhado da fragmentação das estruturas políticas centralizadas em torno do Estado e a consolidação da Igreja como a maior instituição do mundo medieval, detentora de poderes temporais e atemporais. Gabarito: B 14. (2018/Fac. Santa Casa) O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o desenvolvimento da sua grandeza? [...] É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da semente deste protetor, e não de outra, que ela germina. [...] Porventura não é também assim que aquele que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da sua tribo [...]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que pereça às mãos dos seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo? (Platão. A República, 1987.) Platão (428 a.C. - 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia Antiga. No texto, caracteriza-se a tirania como a) uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes. b) uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder. c) um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população. d) uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos governantes. e) uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal o filósofo não especifica em qual cidade-Estado tal fenômeno político seria preponderante. Ademais, Atenas foi palco para a atuação de diversos tiranos após a atuação dos primeiros legisladores. - A alternativa B está incorreta, afinal o fenômeno se encontra associado àqueles que se colocam como protetores da população. Em Atenas, a ascensão dos tiranos coincide com o fim do período dos primeiros legisladores – Drácon e Sólon. - A alternativa C é a resposta. De acordo com Platão, a ascensão dos tiranos se dá não somente pelo fato destes se colocarem como protetores das multidões, mas pelo costume existente na população de inflar a grandeza de seus líderes. - A alternativa D está incorreta, afinal o filósofo não delimita em quais cidades-Estado a tirania é um fenômeno recorrente. Ademais, diversos tiranos se sucederam em Atenas, uma das maiores poleis da Hélade. - A alternativa E está incorreta. A tirania baseia-se no predomínio de um único governante no poder, ao passo que a oligarquia é uma forma de governo em que o poder é exercido por um estrito grupo de pessoas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 119 Gabarito: C 15. (2021/Fac. Santa Casa) Os gregos descobriram não somente a democracia, mas também a política, a arte de chegar a decisões por meio da discussão pública e, em seguida, de obedecer às decisões como condição necessária para uma existência social civilizada. (Moses I. Finley. Démocratie antique et démocratie moderne, 1976. Adaptado.) O historiador afirma que os gregos da Antiguidade a) concediam ao conjunto dos habitantes da cidade o direito de participação nas assembleias. b) eram contrários a resoluções de divergências entre cidades-estados pelo confronto militar. c) reconheciam como legítimas as deliberações públicas instituídas por mecanismos coletivos de participação. d) conceberam como incompatíveis o funcionamento da assembleia de cidadãos com a exploração da escravidão. e) postulavam a igualdade econômica dos cidadãos como condição necessária à igualdade de direitos. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal a participação nas assembleias era garantida aos habitantes das cidades que se adequavam aos critérios de cidadania. Em Atenas, somente os homens livres maiores de 18 anos e filhos de pais atenienses eram considerados cidadãos, sendo excluídos escravos, mulheres e estrangeiros. - A alternativa B está incorreta, afinal a deliberação dos cidadãos sobre os rumos da pólis não significou o cessar de conflitos entre cidades-Estado no mundo antigo. - A alternativa C é a resposta. A consolidação do modelo democrático por Atenas na Antiguidade significou a busca pela discussão coletiva sobre os rumos da cidade, pautada pelo princípio de que todos os seus cidadãos são iguais perante a lei, tem o direito de participar de cargos públicos e de tomar a palavra e de serem ouvidos na ágora. - A alternativa D está incorreta, afinal os regimes democráticos da Antiguidade Clássica foram conciliados com o sistema escravista de produção, afinal os cativos não eram encarados como cidadãos da pólis. Gabarito: C 16. (2019/Fac. Santa Casa) A afirmação de que os gregos se haviam “alfabetizado” no final do século VIII a.C., embora seja rigorosamente verdadeira, precisa ser modificada de forma considerável, porque, do contrário, nos levará a interpretações errôneas. A verdade é que algumas pessoas, em algumas cidades, sabiam ler e escrever; e sem dúvida a porcentagem dessas pessoas era maior nas democracias do que em outros regimes. (J. T. Hooker. “Introdução”. In: Lendo o passado: a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.) A ligação entre a escrita e a organização política pode ser explicada pela a) dependência das decisões coletivas às explicações filosóficas sobre a existência da humanidade. b) participação nas guerras entre cidades gregas de indivíduos com ampla formação militar. c) necessidade de conferir plena publicidade às manifestações da vida social para o conjunto dos cidadãos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 120 d) concessão aos comerciantes estrangeiros alfabetizados do direito de participação na assembleia dos cidadãos. e) fundamentação das leis da cidade nos textos religiosos de ampla circulação no mundo grego. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal o pensamento filosófico não estimulou a difusão da escrita no mundo antigo, mas a necessidade de sistematização de informações referentes à vida coletiva. - A alternativa B está incorreta, pois as guerras entre as cidades-Estado ocorreram tanto em períodos em que a Hélade possuía um sistema de escrita quanto anteriormente, não sendo possível, portanto, associar o surgimento deste aos conflitos da Antiguidade. - A alternativa C é a resposta. A consolidação da escrita nas democracias consolidadas revela a necessidade de se garantir o pleno acesso dos cidadãos a elementos fundamentais para a vida coletiva. Um exemplo disso foi a aprovação do Código de Drácon (aprox. 620 a.C.), que representou um importante passo para a estruturação da democracia ateniense ao possibilitar às camadas economicamente desprivilegiadas o acesso às leis da cidade, que antes de serem escritas eram monopolizadas pelos aristocratas. - A alternativa D está incorreta, afinal a participação de estrangeiros era restringida pelas cidades-Estado da Antiguidade Clássica. - A alternativa E está incorreta, afinal a vida religiosa na pólis estava atrelada aos cultos e tradições orais, e não à existência de textos religiosos. Gabarito: C 17. (2020/Famema) Leia o excerto sobre a preparação dos rapazes na Grécia Antiga para exercer seu papel de cidadão e pai de família. Dois tipos de iniciação persistiam nas épocas clássica e helenística em Atenas. A primeira, deorigem mais arcaica, era a apresentação do adolescente à fratria¹ paterna, inicialmente em um sacrifício oferecido pelo pai aos deuses Zeus e Atena. A segunda, provavelmente estabelecida na época clássica, era o serviço militar, chamado efebia. Ambas tinham igual importância para os gregos do período, e era indispensável que o jovem passasse pelas duas. (Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga, 1996. Adaptado.) ¹fratria: grupo de pessoas que acreditavam ter o mesmo ancestral. De acordo com o excerto, tornar-se cidadão em Atenas dependia a) da formação intelectual e do pertencimento às tropas da cidade. b) da aceitação pelo grupo familiar e da preparação para a guerra. c) do casamento dentro da linhagem e do auxílio militar ao Estado. d) de pagamentos feitos aos sacerdotes e do combate aos inimigos. e) do reconhecimento pelas autoridades civis e da capacidade bélica. Comentários Uma questão de interpretação de texto. De acordo com o texto, a iniciação dos jovens gregos na vida adulta durante a Antiguidade perpassava por pelo menos dois rituais. Um deles, de revestimento religioso, o ligava à sua ancestralidade e reafirmava seus laços familiares, ao passo que o outro consistia t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 121 em sua preparação militar, para que pudesse contribuir para os esforços de guerra a que as poleis eram constantemente submetidas. Dito isso, a alternativa B está correta. Vejamos as demais alternativas: - A alternativa A está incorreta, afinal não se verificam esforços nestes rituais destacados pelo texto para estimular a atividade intelectual dos jovens. - A alternativa C está incorreta, pois o texto não faz menção à casamentos dentro da mesma linhagem familiar. Além disso, a formação militar dos cidadãos não é vista como um “auxílio” à cidade-Estado, pois boa parte de suas vidas é dedicada ao cumprimento de obrigações públicas. - A alternativa D está incorreta, pois os sacrifícios mencionados pelo texto não eram pagos aos sacerdotes, mas para os próprios deuses. - A alternativa E está incorreta, pois os ritos de iniciação dos jovens mencionados pelo texto não perpassavam pelo reconhecimento de lideranças políticas da pólis. Gabarito: B 18. (2017/Fameca) A guerra era uma atividade importante para os homens e as mulheres da Antiguidade. Os guerreiros vitoriosos levavam para suas cidades armas, escravos e objetos de valor saqueados dos povos vencidos. O sucesso militar, por sua vez, honrava os soldados e seus comandantes. […] Essas guerras levaram Roma a se aliar a outras cidades da mesma região, formando uma liga militar com objetivos defensivos. No entanto, com o crescimento de sua cidade, os romanos aproveitaram para impor o domínio às aliadas e para conquistar algumas regiões próximas. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.) A partir do texto, pode-se afirmar que a) os romanos consideravam a ação militar necessária, mas não respeitavam suas tropas e conquistas externas. b) a ação militar permitia a obtenção de riquezas, porém impedia o abastecimento agrícola de Roma. c) os romanos dedicavam-se prioritariamente à guerra, pois consideravam a atividade política pouco importante. d) a ação militar era valorizada em Roma, que passou gradualmente da defesa ao ataque, até tornar-se um Império. e) os romanos atacaram seus vizinhos desde a fundação da cidade, pois desejavam construir um Império. Comentários Conforme destaca o próprio enunciado, trata-se de uma questão de interpretação de texto. Com base nele, analisemos, as alternativas: - A alternativa A está incorreta. De acordo com Carlos Augusto Machado, Roma permitia aos seus militares que ficassem com espólios de guerras contra os povos conquistados, como armas, escravos e objetos de valor. Com isso, não se pode afirmar que suas tropas eram desrespeitadas. - A alternativa B está incorreta. As conquistas romanas permitiam ao Império Romano o alargamento de seus escravos e de objetos de valor, mas também a aquisição de terras agricultáveis para as elites patrícias. - A alternativa C está incorreta, pois a apesar da valorização da atividade militar pelos romanos, a política também foi extremamente valorizada nesta civilização. Exemplos disso se verificam em t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 122 elementos do campo político idealizados pelos romanos e que ainda se fazem presentes na contemporaneidade, como a ideia de República e da instituição senatorial. - A alternativa D é a resposta. De acordo com o texto, as guerras romanas inicialmente eram pautadas na formação de ligas militares com objetivos defensivos, mas que com o passar do tempo passaram a se dirigir aos próximos aliados, com o objetivo de formar um vasto Império. Este processo ocorreu principalmente durante o período da República. - A alternativa E está incorreta, afinal o período monárquico da civilização romana não foi marcado por conquistas militares. Gabarito: E 19. (2015/Fameca) Leia os textos que tratam da iniciação de rapazes, respectivamente, em Atenas e em Esparta na Antiguidade. No ano seguinte, em uma assembleia realizada no teatro, fazem uma demonstração de manobras militares perante o povo, recebendo então do Estado um escudo e uma lança; a seguir patrulham os campos e ficam estacionados nos postos de guarda. [...] Transcorridos os dois anos, reúnem-se aos demais cidadãos. (Aristóteles apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.) [...] os chefes dos jovens levavam aqueles que lhes pareciam à primeira vista inteligentes durante certo tempo ao campo [...], com punhais e apenas a comida indispensável, e sem mais nada. Eles, durante o dia, espalhados por lugares encobertos, se escondiam e descansavam; de noite, descendo aos caminhos, matavam a quantos hilotas surpreendiam. (Plutarco apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.) Os excertos permitem afirmar que a) o ritual de iniciação variava nessas cidades, pois em Atenas cultivava-se a mente por meio da filosofia e, em Esparta, o corpo físico. b) o exercício da cidadania era alcançado apenas em Atenas, onde os jovens podiam participar da assembleia e tomar decisões. c) o serviço militar estava atrelado ao papel de cidadão apenas em Esparta, onde o isolamento gerou uma sociedade guerreira. d) a inserção na vida pública envolvia, tanto em Atenas quanto em Esparta, a preparação militar, ainda que de formas diferentes. e) a incorporação ao grupo social dependia, na sociedade ateniense e na espartana, dos laços consanguíneos e da riqueza da família. Comentários - A alternativa A está incorreta, pois na pólis ateniense também se verifica a valorização de atributos físicos, expressa nas manobras militares. - A alternativa B está. Embora Esparta fosse uma oligarquia, a restrita camada dotada de direitos políticos, os esparciatas, podem ser considerados cidadãos. - A alternativa C está incorreta, afinal o fragmento acima mostra a valorização de habilidades militares durante os rituais de iniciação da pólis ateniense. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 123 - A alternativa D é a resposta - A alternativa E está incorreta, afinal a ideia de pertencimento dependia sobretudo de laços consanguíneos e do nascimento na pólis, não sendo a riqueza critério relevante neste sentido. Gabarito: D 20. (2014/Fameca) É impossível apontar a “causa” da crise do Império Romano. Simplificar o problema é um equívoco. A chamada crise do século III atingiu o setor interno, mas suamanifestação mais evidente foi a ameaça exterior contra as províncias romanas. (Maria Luiza Corassin. Sociedade e política na Roma antiga, 2001. Adaptado.) Dois exemplos dessa “ameaça exterior” foram a) o expansionismo macedônio na parte ocidental do Império e os ataques dos vikings. b) a unificação dos árabes sob o Islã e a desestruturação do exército romano na África. c) a política expansionista do Império Persa e as investidas dos germanos nas fronteiras. d) o avanço do catolicismo no Oriente e os confrontos com as cidades-Estado gregas. e) a hegemonia de Cartago na bacia do Mediterrâneo e as sucessivas invasões bárbaras. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal o Império Macedônico foi derrotado pelos próprios romanos. - A alternativa B está incorreta, pois o islamismo surgiu no século VI, quando o Império Romano do Ocidente já havia se desintegrado. - A alternativa C está incorreta, afinal o Império Persa se encontrava em franca decadência quando sofreu investidas dos romanos. - A alternativa D está incorreta, pois a expansão do cristianismo se deu no interior do Império Romano, a partir do reinado de Otávio Augusto. - A alternativa E é a resposta. A disputa pela hegemonia comercial no Mediterrâneo levou Roma a travar conflitos com Cartago, cidade de origem fenícia fundada por volta de 800 a.C. O conjunto de confrontos contra os cartagineses ficou conhecido como Guerras Púnicas, que juntamente com as invasões bárbaras ocorridas no contexto de crise do Império Romano, são exemplos “pressões externas” sofridas por ele. Gabarito: E 21. (2013/Fameca) Os romanos assimilaram o modelo de conhecimento grego e, mais do que isso, ajudaram a universalizá- lo por meio de suas conquistas. Mas Roma foi muito além da pólis grega ao criar um Estado que unificou diferentes povos do mundo mediterrâneo. Os gregos excluíram quase totalmente os estrangeiros da cidadania, enquanto os romanos desenvolveram um sistema de leis e participação social válido em todo o Império, ultrapassando o provincianismo típico da cidade-Estado grega. Os gregos distinguiram-se pelos seus filósofos; o gênio de Roma encontrou expressão no direito e no governo universal. (Flávio de Campos e Renan Miranda. A escrita da História, 2005.) Os autores destacam a t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 124 a) importância da expansão territorial grega para a difusão do racionalismo romano. b) contribuição grega na política e na sistematização das leis e do conhecimento. c) rivalidade entre a civilização grega e a romana, devido às divergências culturais. d) exclusão dos estrangeiros do direito de cidadania nos limites do Império Romano. e) herança cultural de gregos e romanos, apesar de suas diferenças políticas. Comentários Uma questão de interpretação de texto. Com base nele, vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta, afinal o Império Macedônico foi derrotado pelos próprios romanos. - A alternativa B está incorreta, pois a sistematização de leis é um legado atribuído à civilização romana, que como sabemos, contribuiu para a consolidação da ideia de direito positivo. - A alternativa C está incorreta, pois os romanos foram os responsáveis pela difusão de diversos elementos da cultura grega, como a filosofia e a escultura. - A alternativa D está incorreta, pois como destaca o próprio fragmento do enunciado, os romanos desenvolveram uma ideia de cidadania que se extensiva aos povos assimilados. - A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto, os gregos se destacaram pela sua produção filosófica e idealização do modelo democrático de governo, ao passo que os romanos desenvolveram uma concepção de cidadania revestida de maior universalidade e amparada pelo direito positivo. Gabarito: E 22. (2012/Fameca) Leia o trecho. Em 594 a.C., os aristocratas nomearam Sólon, um poeta, como chefe executivo para solucionar a crise e evitar o conflito. Ele sustentava que os ricos proprietários de terra com sede de poder haviam destruído a vida da comunidade, levando Atenas às portas da guerra civil. (Renan Garcia Miranda e Flavio Campos. Oficina de História) No contexto apresentado, podem ser apontadas como reformas instituídas por Sólon a) a limitação do tamanho das propriedades e libertação dos atenienses escravizados por dívidas. b) a ampliação dos poderes oligárquicos em Atenas e a restrição do direito de voto apenas aos cidadãos ricos. c) a distribuição de terras exclusivamente nas colônias gregas na Ásia Menor e a introdução da prática do ostracismo. d) a criação do Conselho dos Quinhentos e o reconhecimento de Atenas como um espaço essencialmente religioso. e) o surgimento do primeiro código de leis escritas de Atenas e a extensão do direito de votos às mulheres. Comentários - A alternativa A é a resposta. A partir da sua atividade como arconte de Atenas, Sólon concedeu perdão das dívidas contraídas pelos camponeses, aboliu a escravidão por dívidas, limitou propriedades agrárias, abrandou o código draconiano, ampliou a participação política e criou diversas instituições importantes para a consolidação da democracia na pólis. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 125 - A alternativa B está incorreta, afinal a ação de Sólon contribuiu para a consolidação do sistema democrático em Atenas. - A alternativa C está incorreta, pois a prática do ostracismo foi introduzida na pólis por Clístenes. - A alternativa D está incorreta, pois Atenas era uma cidade-Estado onde se verificava a realização de atividades políticas, econômicas e religiosas. - A alternativa E está incorreta, afinal as mulheres não foram contempladas com direitos políticos durante toda a Antiguidade Clássica. Gabarito: A 23. (2020/CUSC) Sob o ponto de vista militar, houve duas atividades: a abertura do exército aos “bárbaros” e a instalação de povos germanos no território romano. Uma outra política mostrou-se mais perigosa para a integridade do Império: a instalação de povos inteiros, organizados e não assimilados em território romano. Por meio de um contrato com Roma, os povos “bárbaros” ocupavam as terras romanas e, em troca, forneciam ao governo imperial um certo número de soldados. (Maria Sonsoles Guerras. Os povos bárbaros, 1987. Adaptado.) Apesar de “perigosa”, essa política do Império Romano apresentou, como vantagem, a) a defesa das fronteiras contra outros povos, fossem germanos ou não. b) o fornecimento de escravos para a produção agrícola nos latifúndios. c) o processo de absorção dos costumes bárbaros pelos romanos. d) a estabilidade política, com a participação de bárbaros no governo. e) a substituição dos voluntários romanos por guerreiros profissionais. Comentários - A alternativa A está correta. Os acordos com povos “bárbaros”, instalando-os em território romano em troca de soldados, favoreceram a defesa das fronteiras do Império, que sofriam constantes ataques de forças estrangeiras. Estas figuras auxiliaram em batalhas importantes, alargando o exército imperial e tornando-o mais poderoso. - A alternativa B está incorreta, porque essas figuras incorporadas não eram transformadas em escravos, e sim em soldados e população comum. - A alternativa C está incorreta, porque a vantagem desta política está ligada à defesa dos territórios, ou seja, uma consequência mais militar do que cultural. A absorção de costumes bárbaros pode ter sido vista como desvantagem para alguns romanos do período. - A alternativa D está incorreta, porque essa política não levou à estabilidade do Império Romano, que continuava a ser atacado por forças estrangeiras e enfrentava uma forte crise socioeconômica, resultado da escassez de escravos.- A alternativa E está incorreta, porque os guerreiros fornecidos não substituíram os soldados romanos. Na verdade, os “bárbaros” suplementaram o exército, ampliando sua força. Gabarito: A t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 126 24. (2017/CUSC) Durante o período republicano, houve um grande aumento da população de plebeus em Roma. Com o passar do tempo, muitos desses plebeus enriqueceram por meio de atividades como comércio e artesanato, e outros foram incorporados ao exército. Diante dessa nova realidade, ocorreram mudanças em Roma, tais como: a) a desapropriação dos latifúndios dos patrícios e a redistribuição dessas terras entre os plebeus. b) a proibição do casamento entre patrícios e plebeus, assim como do acesso dos plebeus ao cargo de senador. c) a criação da magistratura de tribuno da plebe e de um código de leis escritas, válidas tanto para plebeus quanto para patrícios. d) o início de um longo período sem conflitos entre plebeus e patrícios, denominado Pax Romana, e sem problemas econômicos. e) o fim das formas compulsórias de trabalho, tanto no campo quanto na cidade, e a introdução da mão de obra estrangeira. Comentários - A alternativa A está incorreta, porque a reforma agrária, apesar de um projeto de alguns plebeus romanos, não foi executada. Ou seja, não ocorreu a desapropriação de latifúndios dos patrícios e a redistribuição dessas terras. - A alternativa B está incorreta, porque ocorreu o oposto disso, ou seja, a autorização do casamento entre patrícios e plebeus e a possibilidade de ascensão ao cargo de senador. - A alternativa C está correta. O tribuno da plebe era um cargo que poderia ser ocupado apenas pelo povo comum de Roma. Objetivava reduzir o poder do Senado romano, introduzindo os interesses plebeus. A criação desta distinção foi fruto do contexto de emergência plebeia citado pelo enunciado. Essa favoreceu a aprovação de uma série de leis escritas, que incluíam direitos para a população pobre (tal como a possibilidade de casamento entre classes distintas), e eram válidas para ambos estamentos sociais. - A alternativa D está incorreta, porque a Pax Romana não se refere ao período sem conflitos entre plebeus e patrícios, e sim à extinção de guerras civis e relativa prosperidade econômica que perdurou de 27 a.C. até 180 d.C. Além disso, não é compatível com o momento citado pelo enunciado. - A alternativa E está incorreta, porque as formas compulsórias de trabalho, como a escravidão, não foram banidas da sociedade romana, permanecendo até o fim do Império. Gabarito: C 25. (2018/Unicamp) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 127 A imagem acima retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem conservados que se encontram até o momento no norte da Europa. A composição conta com mais de 160 m² e apresenta como tema cenas próprias de um anfiteatro romano. (https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_stabs_secutor_(color).jpg. Acessado em 12/08/2016.) A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se afirmar corretamente que a imagem representa a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do século III d. C, que foi criticada pelos cristãos. b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso que envolvia os prisioneiros de guerra. c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da elite romana que usava cidadãos romanos na arena, para lutarem entre si e, assim, divertir o povo. d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade, como a diversão, a tentativa de controle social e a valorização da guerra. Comentários - As alternativas A e C estão incorretas, uma vez que os gladiadores geralmente era homens de origem escrava. - A alternativa B está incorreta, afinal as atividades esportivas desenvolvidas nos anfiteatros da Roma antiga não tinham caráter religioso, mas recreativo. - Conforme destacamos em nosso curso, as lutas de gladiadores, bem como outros divertimentos públicos promovidos pelos imperadores, objetivavam promover o entretenimento para a plebe, a fim de que fossem evitadas reações populares motivadas pelas duras condições impostas a essa classe. Ao mesmo tempo, as lutas travadas nos anfiteatros romanos eram importantes ingredientes na formação de uma cultura militarizada, adequada às pretensões de um Império em constante expansão. A alternativa D, portanto é a correta. Gabarito: D 26. (2018/Unicamp) Os gregos sentiram paixão pelo humano, por suas capacidades, por sua energia construtiva. Por isso, inventaram a polis: a comunidade cidadã em cujo espaço artificial, antropocêntrico, não governa a t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 128 necessidade da natureza, nem a vontade dos deuses, mas a liberdade dos homens, isto é, sua capacidade de raciocinar, de discutir, de escolher e de destituir dirigentes, de criar problemas e propor soluções. O nome pelo qual hoje conhecemos essa invenção grega, a mais revolucionária, politicamente falando, que já se produziu na história humana, é democracia. (Adaptado de Fernando Savater, Política para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 77.) Assinale a alternativa correta, considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga. a) Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da liberdade dos homens e da tirania dos deuses. b) Os gregos inventaram a democracia, que tinha então o mesmo funcionamento do sistema político vigente atualmente no Brasil. c) Para os gregos, a liberdade dos homens era exercida na polis e estava relacionada à capacidade de invenção da política. d) A democracia foi uma invenção grega que criou problemas em função do excesso de liberdade dos homens. Comentários Uma questão de interpretação de texto. Vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta, pois conforme destaca o próprio texto, a polis era um espaço “antropocêntrico”, insubmisso à “vontade dos deuses”. - Enquanto na democracia dos antigos as decisões eram tomadas diretamente pelo corpo de cidadãos, na democracia moderna – incluindo a brasileira – a democracia apresentar caráter indireto, ou seja, os cidadãos elegem um conjunto de parlamentares responsáveis pela administração pública. A alternativa B, portanto, está incorreta. - A alternativa C é a correta. Citando um trecho do próprio texto do enunciado, a pólis era uma comunidade de cidadãos profundamente marcada pela liberdade para deliberar sobre os rumos da pólis. Tendo isso em conta, para muitos historiadores e filósofos os gregos foram os responsáveis pela invenção da política, uma vez que a partir da experiência ateniense foi criada uma nova concepção acerca do poder e autoridade, dissociada de figuras despóticas. - A alternativa D está incorreta, afinal a “liberdade” a qual se refere o enunciado diz respeito à possibilidade dos cidadãos de se colocarem de maneira propositiva na cena pública. Gabarito: C 27. (2018/Fuvest) Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância [...]. De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente. P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982. Na região das formações sociais gregas, a) a autonomia das cidades estado mantevese intocável, apesar da centralização política implementada pelos imperadores helenísticos. b) essas formações e os impérios helenísticos constituíram se com o avanço das conquistas espartanas no período posterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 129 c) a conquista romana caracterizou se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a língua latina e cerceando as escolas filosóficas gregas. d) o Oriente tornou se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do escravismo, que afetou mais fortemente sua parte ocidental. e) os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades estado. Comentários - A alternativa A está incorreta. Como vimos, a dominação macedônica sobre a Grécia retirou a autonomia das cidades-Estado, o que por sua vez impactou a produção filosófica grega, até então voltada para questões que envolviam a vida na pólis. - A alternativa B está incorreta. Ao final da Guerra do Peloponeso, todas as poleis – incluindo Esparta – se encontravam enfraquecidas, o que deu margem para a que Felipe II, rei dos macedônios, conquistasse a Hélade. - A alternativa C está incorreta. Roma incorporou diversos elementos da cultura helênica, incluindo a filosofia, a mitologia e técnicas de escultura. Nas palavras do historiador romano Horácio, a “Grécia vencida conquistou seu rude vencedor”. - A crise escravista não afetou tão drasticamente o Oriente Romano, uma vez que ali nunca se empregou este tipo de mão de obra em larga escala. Assim sendo, a partir do século III d.C a porção oriental torna- se a região mais próspera do Império, sendo ali, mais especificamente na cidade de grega de Bizâncio, o local escolhido por Constantino para erigir uma nova sede para o Império, chamada de “Nova Roma”. A alternativa D, portanto, está correta. - Não foi Roma, mas sim a Macedônia que se aproveitou do enfraquecimento gerado pelas lutas entre cidades-Estados para conquistar toda a região da Grécia. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. Gabarito: D 28. (2016/Unioeste) Nos atuais estudos sobre a Antiguidade Clássica, há tendências que analisam e problematizam aspectos relacionados àquilo que se conhece como as permanências e os usos do passado em outras épocas do mundo ocidental. No que tange ao chamado “legado histórico”, Grécia e Roma Antigas tornam-se um “lugar de retorno” bastante recorrente. Tomando como base a reflexão acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) Fortemente pautadas na ideia de legado, no século XIX, as leituras sobre a Antiguidade Greco-romana inspiraram valores de identidade na formação dos Estados-Nações. b) A manutenção do Latim, língua do Império Romano, permaneceu como a língua oficial do Sacro Império Romano-Germânico até 1898. c) O Renascimento, processo desencadeado na Itália entre os séculos XIV e XVI, demonstra novos posicionamentos do homem diante de si mesmo e do mundo, e marca a retomada das ideias clássicas greco-romanas, que atingem as transformações nas criações artísticas, literárias e científicas. d) O Império Romano foi inspiração para o Imperialismo dos séculos XIX e XX, no qual a França e a Itália se colocavam como genuínos representantes da chamada Latinidade. A colonização francesa, por exemplo, se apresentava como uma missão civilizadora, muito semelhante àquela dos antigos romanos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 130 e) Valores da Antiguidade Clássica foram apropriados pelos regimes do Fascismo e do Nazismo para justificarem suas propostas políticas na Europa dos anos 30 e 40 do século XX. Comentários - A alternativa A está correta, pois diversas criações da Antiguidade Clássica, como instituições e obras intelectuais, influenciaram o pensamento e ação dos europeus no processo de constituição de identidades nacionais no século XIX. - A alternativa B está incorreta, afinal o Sacro Império Romano-Germânico foi extinto em 1806, graças a abdicação de Francisco I, forçada por Napoleão Bonaparte. Além disso, embora o latim fosse utilizado por motivos simbólicos, ele foi conciliado com línguas vernáculas ao longo dos séculos. - A alternativa C está correta. O Renascimento foi um movimento cultural que se baseou no resgate de elementos da Antiguidade Clássica para a formação de uma nova cultura na Europa Ocidental. Dessa maneira, autores, técnicas, e concepções estéticas greco-romanas foram recuperadas. - A alternativa D está correta. Conforme veremos em uma de nossas aulas sobre Idade Contemporânea, Itália e França se utilizaram da ideia de civilização para justificar a dominação de povos não-europeus, muito semelhante ao discurso do Império Romano para legitimar conquista de grupos tidos como “bárbaros”. - A alternativa E está correta, pois os regimes nazifascistas adotaram elementos estéticos da Antiguidade Clássica para respaldar sua superioridade cultural e racial em relação a outros povos. O próprio símbolo do fascismo, uma machadinha envolta por um feixe de varas, era uma apropriação do símbolo dos cônsules da Roma Antiga. Gabarito: B 29. (2014/Unicamp) O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito, podemos afirmar que: a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações. b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam grego e depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo. c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista, como os vândalos, por exemplo. d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os persas, em oposição aos povos urbanos civilizados. Comentários Uma questão que demanda conhecimentos prévios do candidato. Vejamos as alternativas: - A alternativa A é a correta. Conforme vimos anteriormente, o termo bárbaro era utilizado por gregos e romanos para denominar os demais povos que não compartilhavam de seus valores culturais. - A alternativa B está incorreta, afinal o termo inaugurado pelos gregos do clássico continuou a ser utilizado no Império Romano. - Todos os povos não romanos, fossem eles passíveis de serem dominados ou não, eram considerados bárbaros pelos romanos. Assim sendo, a alternativa C está incorreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 131 - A alternativa D está incorreta, afinal os persas, que surgem na região que corresponde ao atual Irã, formaram uma civilização complexa durante a Antiguidade. Gabarito: A 30. (Mackenzie/2019) A Confederação de Delos, organizada no século V a. C., que chegou a registrar cerca de 400 políeis gregas, está vinculada a) à derrota grega nas Guerras Púnicas e à necessidade de unir forças para enfrentarem um inimigo em comum. b) à extinção do sistema de produção escravista grego e ao caos econômico que tal fato determinou. c) à unificação política das cidades-estados gregas a fim de fazerem frente à invasão macedônica. d) à defesa por parte grega do controle comercial do Mediterrâneo ocidental diante da ascensão persa. e) à supremacia de Atenas diante das demais cidades gregas após a vitória sobre os macedônios. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Grécia clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, as Guerras Púnicas ocorreram no mundo latino, opunhaRoma e Cartago. - A alternativa B é incorreta, o sistema escravagista foi uma prática realizada durante todo o período da Antiguidade Clássica. - A alternativa C é incorreta, as invasões macedônicas ocorreram no período de declínio das cidades- estados da Grécia, no século III a.C. - A alternativa D é correta, a Confederação de Delos ou Liga de Delos foi criada tendo como objetivo a defesa das cidades gregas frente aos ataques da Pérsia. - A alternativa E é incorreta, Atenas estava em declínio durante os ataques macedônicos no século III a.C, fazendo posteriormente parte do mundo helenístico sob domínio Macedônico. Gabarito: D 31. (Mackenzie/2019) No processo histórico da Roma Antiga, a República, como regime político foi substituída pelo Império. Sobre a ordem imperial, é correto afirmar que a a) concentração dos poderes na figura do imperador tranquilizava a classe dos patrícios e senadores que concordavam com esse tipo de regime que, de acordo com eles, seria o único capaz de sufocar a anarquia e as rebeliões de escravos. b) criação do império, obra elaborada pelo Primeiro e Segundo Triunvirato, expressou o triunfo da vontade dos generais, para os quais o regime imperial seria o tipo de governo ideal, para controlar a crise social do final da República. c) base do império foi sustentada pelo poder dos camponeses romanos, nos campos, e pela plebe nos centros urbanos, principais interessados na existência de uma ordem que lhes assegurasse o domínio da terra e a permanência da prática do pão e circo. d) vitória da participação popular no cerne da vida política marcou, profundamente, o novo regime político, diferente do que ocorreu tanto no período monárquico, quanto no período republicano. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 132 e) crise econômica pelo qual Roma passava nos últimos anos da República, decorrente das inúmeras derrotas militares enfrentadas pelos romanos e os gastos despendidos para consolidar a conquista do Mediterrâneo, levaram o povo a apoiar o novo regime. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a criação do Império Romano. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, a concentração de poderes na figura do imperador não era um tema pacifico entre a classe dos patrícios e dos senadores, o regime sofreu críticas e resistências. Haja vista que ao se proclamar em Imperador Júlio César terminou assassinado. - A alternativa B é correta, podemos dizer que o Primeiro e Segundo Triunvirato, o regime que dividia o poder entre os generais Júlio César, Pompeu e Crasso, possibilitou a construção de um império para a pacificação social. - A alternativa C é incorreta, o Império foi sustentado pelo poder militar dos generais, os patrícios. - A alternativa D é incorreta, o Império não marcou a vitória da participação popular, já que o monopólio do Estado estava nas mãos dos patrícios. - A alternativa E é incorreta, a instauração do Império se deveu a militarização no final da Republica Romana, principalmente após a criação do Triunvirato. Gabarito: B 32. (Mackenzie/2017) Leia o texto a seguir. “Esta refundação efetua-se sob o signo do cristianismo. Trata-se menos de uma conversão de Constantino do que da vontade de reunificação do Império sob um dogma, cujo monoteísmo é bastante conveniente à concepção de poder absoluto que o imperador encarna. Constantinopla é, portanto, ao mesmo tempo a cidade epônima de Constantino, o berço da dinastia que ele fundou e a sede de sua nova religião” Stéphane Yérasimos. La nouvelle Rome. Disponível em www.histoire.presse.fr Acesso em 15 ago. 2015 Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, ao excerto e ao contexto. a) A partir de Constantino, a política romana liga-se à religião cristã, atendendo a interesses de fortalecimento da figura do imperador e a contenção da crise até então vivida pelo Império. b) A fundação de Constantinopla, com a consequente transferência da capital, atendeu a interesses religiosos de fortalecimento do Cristianismo na parte oriental do Império. c) A transferência da capital do Império para Constantinopla e a perseguição aos cristãos, promovida pelo imperador Constantino, conseguiram conter as crises vividas em Roma. d) O crescimento do monoteísmo, as contestações ao poder do imperador e a conversão de Constantino ao Cristianismo forçaram à perseguição a outras religiões e à transferência da capital. e) A oficialização do Cristianismo e a transferência da capital para Constantinopla, ambas realizadas por Constantino, atenderam a interesses políticos e religiosos do governo romano. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre o Império Romano e interpretação. Vejamos: - A alternativa A é correta, a partir do Edito de Milão no início do século IV, dando liberdade de culto aos cristãos, Constantino tinha como objetivo minorar uma crise que atingia o império, com ameaças t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 133 externas, escassez de alimentos e problemas internos. Ao se aproximar aos cristãos, Constantino afirmou sua autoridade e se aproximou de um grupo que crescia socialmente. - A alternativa B é incorreta, a fundação de Constantinopla reforçava a importante região oriental do Império, e afirmava a autoridade de Constantino através do monoteísmo. - A alternativa C é incorreta, Constantino não perseguia os cristãos, já que com o Edito de Milão, concedia liberdade de culto aos mesmos. - A alternativa D é incorreta, como expresso no trecho acima a conversão de Constantino tinha como objetivo reunificar o Império e ao mesmo tempo confirmar sua autoridade absoluta através do monoteísmo. - A alternativa E é incorreta, a oficialização do Cristianismo tinha como objetivo reunificar o Império e promover a figura do imperador, e Constantinopla representava esse poder. Tinham objetivos puramente políticos. Gabarito: A 33. (Mackenzie/2017) Ao longo de toda a História, a formação de colônias permitiu que a espécie humana pudesse se distribuir pelo mundo. Contudo, o crescimento populacional e econômico, verificado em algumas civilizações, determinou um novo tipo de colonização, que passou a ter o caráter de dominação e conquista territorial. Ao compararmos o processo de colonização romana com o português, fazem-se as seguintes afirmações: I. O sucesso em superar suas lutas sociais internas possibilitou aos romanos implantar o regime de império, implicando uma ação conquistadora, que, graças à ação do exército, levou à incorporação de novas regiões. Da mesma forma, após sucessivas guerras religiosas internas, para conquistar sua unificação, Portugal também adotou uma ação expansionista. II. Roma, além de conquistar territórios para o seu desenvolvimento econômico, também procurava criar um grande Império, aumentando sua supremacia em todo Oriente e Ocidente. Da mesma forma, Portugal, com o início do processo de expansão marítima, no século XIV, almejava criar uma grande nação ultramarina, restaurando o antigo Império Romano. III. O processo português de colonização correspondia ao modelo mercantilista europeu, no qual a exploração das colônias objetivava enriquecer a metrópole, sem a preocupação de desenvolvê-las. No caso romano, além da necessidade econômica, visando manter o escravismo, almejavam criar um grande Império, possibilitando que seus habitantes pudessem se tornar cidadãos de Roma. Assinale a alternativa correta. a) Somente a I está correta. b) Somente a II está correta. c) Somente a III está correta. d) Somente a I e a II estão corretas. e) Somente a II e a III estão corretas. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre o Império Romano e o Português. Vejamos: - A afirmativa I é incorreta,o processo de conquista territorial romana aconteceu já na República e não só com o Império. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 134 - A afirmativa II é incorreta, Portugal não tinha como objetivo restaurar Roma. - A afirmativa III é correta, o expansionismo português se alinhava a ideia do exclusivo comercial para metrópole, uma prática mercantilista. Já Roma, com o expansionismo visava aumentar seu poder econômico com a captura de escravizados e produzir um Império de dimensões colossais. Gabarito: C 34. (Mackenzie/2017) As duas grandes civilizações da Antiguidade, Grécia e Roma, construíram anfiteatros grandiosos, com enorme capacidade para abrigar seus frequentadores. Na Grécia, o Anfiteatro de Epidauro, construído em IV a.C e o Coliseu, construído em Roma, entre 72 e 80 d.C., são dois belos exemplos. Entretanto, mais do que apenas diferenças arquitetônicas, tais construções exemplificam as diferenças entre essas duas civilizações. Considere as afirmativas abaixo. I. O Coliseu era, sobretudo, um enorme instrumento de propaganda e difusão da filosofia de toda civilização romana que, por meio de espetáculos de gladiadores, execuções e jogos, voltados para o entretenimento da população, desviava a atenção do povo dos problemas sociais e políticos. II. O Teatro grego desempenhava um papel importante na cultura e no orgulho cívico, onde por meio de dois gêneros principais, a tragédia e a comédia, discutiam-se temas políticos e sociais, por vezes de forma satírica, levando o cidadão a uma reflexão sobre o mundo em que vivia. III. Para a cultura greco-romana, a importância dos anfiteatros não residia somente na possibilidade de realizar as festas rurais, festivais artísticos ou espetáculos dirigidos ao povo. Nesses amplos espaços as decisões políticas eram tomadas pelos governantes com o apoio da população votante. Assinale a assertiva correta. a) Somente a I está correta. b) Somente a I e II estão corretas. c) Somente a I e III estão corretas. d) Somente a II e III estão corretas. e) Todas estão corretas. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 135 - A afirmativa I é correta, o Coliseu romana fazia parte da política do “Pão e Circo”, o objetivo era proporcionar entretenimento para a população, para que os problemas políticos e sociais fossem esquecidos. - A afirmativa II é correta, o teatro grego floresceu no V. a.C, conjuntamente com a democracia, e congregava toda a população para assistir temas que satirizavam, refletiam e expressavam problemas prementes das pólis e da cultura grega. Eram encenações de gêneros da comédia e tragédia, em que os espectadores podiam participar por meio do Coro. - A afirmativa III é incorreta, os anfiteatros gregos e romanos, principalmente os segundos, não eram espaços político. Gabarito: B 35. (Mackenzie/2015) A partir do século VII a.C., a cidade de Atenas passou por consideráveis transformações, culminando com o desenvolvimento do regime democrático. Nesse sentido, governantes atenienses foram de fundamental importância para o desenvolvimento político daquela cidade. A esse respeito, julgue os itens a seguir. I. Drácon iniciou as reformas, estabelecendo uma legislação escrita para a cidade. Apesar de extremamente severas, essas leis retiraram o poder político das mãos dos eupátridas, concedendo maior participação às camadas populares. II. Sólon propôs reformas em três sentidos. Na economia, estimulou o comércio e a indústria. Em termos sociais, aboliu a escravidão por dívidas. Na política, estabeleceu o regime censitário, eliminando, portanto, critério de nascimento para a participação política. III. Clístenes deu início a um processo de reformas que implantavam a democracia. Dentre suas medidas políticas, estabeleceu o princípio da isonomia – igualdade – dos cidadãos e a participação direta deles por meio da Assembleia (Eclesia). Assinale a) se apenas o item III está correto. b) se apenas os itens II e III estão corretos. c) se apenas os itens I e III estão corretos. d) se os itens I, II e III estão corretos. e) se apenas os itens I e II estão corretos. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A afirmativa I é incorreta, foi Sólon que promoveu reformas que retiravam o monopólio políticos da classe dos eupátridas, fato que impedia uma maior participação popular. - A afirmativa II é correta, Sólon promoveu várias reformas na Grécia clássica, proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por dívidas, estabeleceu o regime censitário e criou um tribunal de justiça, a helieia. Além de promover reformas de ordem econômica, com o estímulo do comércio e a indústria. - A afirmativa III é correta, Clístenes realizou uma grande reforma política ao proporcionar aos cidadãos, independentemente do critério de rendo, o direito de voto e ocupação de cargos. Gabarito: B t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 136 36. (Mackenzie/2015) “Os generais os enganam quando os exortam a combater pelos templos de seus deuses, pelas sepulturas de seus pais. Isto porque de um grande número de romanos não há um só que tenha o seu altar doméstico, o seu jazigo familiar. Eles combatem e morrem para alimentar a opulência e o luxo de outros. Dizem que são senhores do universo, mas eles não são donos sequer de um pedaço de terra”. (Apud Plutarco. Vidas paralelas. Barcelona: Ibéria, 1951. v4, p.150) Segundo Plutarco, essas foram palavras proferidas por Tibério Graco, político romano, em um discurso público. A respeito da iniciativa promovida tanto por ele, como por seu irmão Caio, durante o período da Republica romana (VI a.C. – I a.C.) podemos afirmar que a) reafirmou o poder da aristocracia romana, confirmando o direito a terras e indenização em caso de expropriação nos períodos de guerra. b) os irmãos Graco reconheciam que a distribuição de terras seria a solução para atender às necessidades de uma plebe marginalizada. c) defendiam uma maior participação política da classe de comerciantes para promover o desenvolvimento e expansão da economia romana. d) incitavam o povo a apoiar as ditaduras militares, sendo os generais do exército, os únicos capazes de assumir o governo em época de crise. e) os irmãos Graco, com o apoio do Senado e da aristocracia romana, puderam promover uma reforma social que aplacou o clima de tensão vivido na época. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a história de Roma. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, os irmãos Graco eram tribunos da plebe que tentaram realizar reformas sociais em oposição a aristocracia latifundiária. - A alternativa B é correta, os Irmãos Graco defendiam a reforma agrária em favor da plebe, a ideia era tomar as terras de quem as possuísse em excesso e distribuí-las para aqueles que não tinham. - A alternativa C é incorreta, defendiam uma maior participação política da Plebe. - A alternativa D é incorreta, os Irmãos Graco não defendiam ditaduras militares, eram tribunos da plebe. - A alternativa E é incorreta, os Irmãos Graco sofreram forte oposição dos patrícios e não realizaram as reformas sociais, entre elas a reforma agrária. Gabarito: B 37. (Mackenzie/2014) O Mar Mediterrâneo foi a maior de todas as vias de circulação romanas e dele resultou a formação do Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.). A respeito dessa importante conquista para a civilização romana, assinale a alternativa correta. a) A eliminação da hegemonia cartaginesa sobre a regiãoalém de permitir que Roma passasse a dominar o comércio mediterrâneo, possibilitou aumentar o dinamismo próprio da estrutura escravista, que necessitava de mão de obra decorrentes das conquistas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 137 b) Após a derrota romana nas Guerras Púnicas, quando fenícios e cartagineses ocuparam o estreito de Gibraltar, a única saída para dar continuidade ao processo de expansão foi a conquista do mar Mediterrâneo. c) A explosão demográfica e os conflitos internos com a plebe urbana exigiram medidas expansionistas por parte do governo, para que se estabelecessem colônias romanas fora da península itálica a fim de minimizar as tensões sociais. d) A necessidade de expansão do cristianismo, que a partir do século IV, tornou-se a religião oficial do império romano, implicou na divulgação dos princípios dessa nova doutrina para os povos bárbaros. e) A crescente produção de cereais, durante o império romano, especialmente, o trigo, levou à expansão de suas fronteiras, uma vez que era necessário ser escoado e vendido para as demais províncias romanas. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre o Império Romano. Vejamos: - A alternativa A é correta, as vitórias sobre os cartaginenses após as Guerras Púnicas possibilitaram o domínio sobre o Mar Mediterrâneo, o que pressupunha o controle comercial e um aumento no número de escravizados. - A alternativa B é incorreta, os romanos não foram derrotados nas Guerras Púnicas, derrotaram Cartago. - A alternativa C é incorreta, o domínio do comércio do Mar Mediterrâneo não se explica por conflitos internos, mas pela vitória sobre os cartaginenses. - A alternativa D é incorreta, o Cristianismo somente se tornou religião oficial de Roma em 380 d.C, a conquista do Mar Mediterrâneo ocorreu após as Guerras Púnicas em 264 e 146 a.C. - A alternativa E é incorreta, a conquista do comércio do Mar Mediterrâneo se deveu principalmente a vitória romana nas Guerras Púnicas, pois, anteriormente esse comércio era controlado pela República de Cartago. Gabarito: A 38. (Mackenzie/2013) “(...) Consta que a concubina de Péricles, Aspásia, ajudou-o a escrever seus discursos. E a todos surpreendia ver o grande estadista a cada manhã, ao sair de casa, despedir-se de Aspásia com beijos.” A elevação do espírito: 600 a.C.- 400 a.C. Rio de Janeiro, 1998. O texto acima, referindo-se ao grande líder da cidade-estado de Atenas, Péricles, retrata as contradições sociais existentes, não apenas em Atenas, mas em toda a Grécia. Sobre a sociedade grega da época, podemos afirmar que a) As condições sociais eram idênticas tanto nas cidades-estados que evoluíram para regimes democráticos, como Atenas, por exemplo, quanto nas póleis oligárquicas, como Esparta. b) Em toda a Grécia, a sociedade era predominantemente masculina, mas em disputas sucessórias familiares, em alguns casos, o poder era exercido pelas mulheres. c) A democracia, instituída pelas reformas de Clístenes, era um sistema político que atendia aos interesses de apenas uma minoria da população, estando excluídos os estrangeiros, os escravos e as mulheres. d) Em Atenas, as mulheres provenientes de ricas famílias possuíam maior autonomia, pois eram consultadas e participavam efetivamente das decisões políticas e assuntos relacionados ao destino da pólis. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 138 e) A estabilidade social, advinda das reformas introduzidas por Clístenes, não foi acompanhada por estabilidade econômica, já que foi a partir da conquista da democracia que os gregos iniciaram seus conflitos com os persas. Comentários Questão que demanda conhecimento sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, Atenas e Esparta eram cidades-estados diferenciadas, a democracia floresceu somente na primeira, a segunda era marcada pelo seu forte militarismo. - A alternativa B é incorreta, a Grécia Antiga era fundamentalmente patriarcal. - A alternativa C é correta, a participação da democracia ateniense era vedada aos estrangeiros, escravos e mulheres. - A alternativa D é incorreta, as mulheres não tinham direitos de participar nas decisões políticas da polis. - A alternativa E é incorreta, os conflitos com os persas não aconteceram a partir da conquista da democracia. Gabarito: C 39. (Mackenzie/2012) “Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei.” Sócrates, 469-399 a. C. O filósofo grego Sócrates, nascido em Atenas, por ensinar seus discípulos a se libertar do orgulho e da pretensão de que sabiam algo e que, somente ao se libertarem dessa postura prepotente poderiam iniciar a construção de suas próprias ideias, foi considerado subversivo pelo governo ateniense. Para o filósofo, não importava a condição socioeconômica de seus discípulos e, sim, suas qualidades interiores. Acusado de corromper a juventude, foi condenado a tomar cicuta (veneno). Suas ideias contrariavam os valores dominantes da sociedade ateniense da época, porque a) permitiriam que todo grego pudesse ser considerado “heleno”, pois participaria do processo de educação e cultura grega e, não mais, apenas os atenienses. b) Atenas, considerada a “educadora da Hélade”, não seria mais a única cidade-estado grega a monopolizar o direito à educação, podendo tal direito ser exercido por qualquer outra pólis. c) para a democracia ateniense, a maioria da população (composta de escravos, mulheres e estrangeiros) não tinha direito de cidadania e, portanto, não deveria participar das decisões políticas. d) não respeitavam os valores religiosos atenienses, influenciando seus jovens discípulos a não se submeterem a nenhuma imposição ou princípio religioso, pois seria prejudicial à sua formação acadêmica. e) o regime democrático ateniense nunca incentivou o desenvolvimento intelectual de seus cidadãos, por considerar que os valores tradicionais deveriam ser respeitados e preservados. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, não só os atenienses podiam participar do processo de educação e cultura grega, mas também as outras cidades-estados. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 139 - A alternativa B é incorreta, a educação não exercida somente em Atenas, era realiza nas outras cidades- estados, temos exemplo da educação espartana. - A alternativa C é correta, Sócrates, diferente da democracia ateniense, não classificava seus discípulos, isto é, não classificava quanto a nacionalidade, a servidão, o que importava era suas qualidades interiores e não suas condições socioeconômicas. - A alternativa D é incorreta, Sócrates ensinava seus discípulos a questionarem e não a desrespeitarem os valores religiosos. - A alternativa E é incorreta, a educação intelectual era valorizada em Atenas, os velhos gozavam de enorme respeito e influência. Gabarito: C 40. (Mackenzie/2012) Temos um regime que nada tem a invejar das leis estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imitadores. (...). (...) no que se refere à vida pública, as origens sociais contam menos que o mérito, sem que a pobreza dificulte a alguém servir à cidade por causa da humildade de sua posição. Vivemos em liberdade, não somente em termos de vida política, mas também na vida cotidiana. (...) por mais tolerantes que sejamos nas relações particulares, recusamos absolutamente, nas questões públicas, fazer algo de ilegal – teríamos medo! Damos ouvidos àqueles quese sucedem nas magistraturas, às leis e especialmente àquelas criadas para proteger as vítimas (...). Tucídides. História da Guerra do Peloponeso. O regime de governo, referido por Tucídides, denominava-se, na Grécia antiga, a) Oligarquia. b) Monarquia. c) Tirania. d) República. e) Democracia. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, a oligarquia é um regime político em que o poder é exercido por um grupo restrito, mas no trecho acima até os mais pobres tem direito de participar e servir a cidade. - A alternativa B é incorreta, no regime monárquico o poder é exercido pela nobreza ou rei, não temos nenhum desses elementos descritos acima. - A alternativa C é incorreta, a tirania é o governo em um tirano possui um poder despótico, mas como descrito por Tucídides acima, todos vivem em liberdade. - A alternativa D é incorreta, a República é uma forma de governo exercida em Roma. - A alternativa E é correta, os elementos do texto acima apontam para um regime de democracia, em até os mais pobres podem participar das decisões da cidade (polis), todos vivem em liberdade, as questões são públicas e se recusam a fazer algo de ilegal. Gabarito: E t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 140 41. (Mackenzie/2011) Essa cidade fundada pelos fenícios, desde a decadência grega controlava praticamente todo o comércio na bacia do Mediterrâneo. Sua situação geográfica privilegiada, uma vez que estava situada no norte da África e dominava a ilha da Sicília, contribuiu para o monopólio da ligação do Mediterrâneo com o oriente pelos cartagineses. Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo O fragmento de texto acima está relacionado com: a) as Invasões Bárbaras. b) as Guerras Médicas. c) as Guerras Púnicas. d) a Conquista da Macedônia. e) a Confederação de Delfos. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, as Invasões Bárbaras ocorreram no século IV d.C e na Alta Idade Média. - A alternativa B é incorreta, as Guerras Médicas foram conflitos entre gregos e persas, nenhuma das duas são citadas acima. - A alternativa C é correta, as Guerras Púnicas foram conflitos entre Roma e Cartago. A última possuía o controle do comércio no Mar Mediterrâneo, perdido após ser derrotada pela República Romana. - A alternativa D é incorreta, a Conquista Macedônica foi realizada no mundo grego, o que possibilitou a formação do “helenismo”. - A alternativa E é incorreta, a Confederação ou Liga de Delos foi organizada por Atenas durante as Guerras Médicas. Gabarito: C 42. (Mackenzie/2011) Quando se percorre a história das repúblicas, vê-se que todas elas foram ingratas com seus concidadãos: mas há menos exemplos disto em Roma do que em Atenas, ou em qualquer outra cidade de governo popular. Se se quiser conhecer a razão, creio que ela está em que os romanos tinham menos motivos do que os atenienses para temer a ambição dos concidadãos. Nicolau Maquiavel, comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio. Podemos considerar as conclusões de Maquiavel verdadeiras se levarmos em conta que, a) em Roma, passou-se por um grande período de estabilidade, sem lutas pelo poder entre os cidadãos, que foi do fim da Monarquia à ascensão de Mário e Sila, na República; já em Atenas, a desconfiança em relação aos cidadãos remontava à época da tirania, e, ao eliminarem-na, os atenienses criaram a instituição do ostracismo, para punir os cidadãos que ameaçassem a nascente democracia. b) em Roma, o período de instabilidade remontava à época da Monarquia, quando os reis usurparam as liberdades individuais em prol da coletividade, em uma clara divisão entre patrícios e plebeus; já em Atenas, a luta pelo poder entre cidadãos remontava à época da República, uma vez que os tiranos exerciam o poder em nome dos aristocratas, mas atraíam o apoio das massas com medidas populares. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 141 c) em Roma, não houve disputas pelo poder, uma vez que a República permitia livre acesso à política, por meio das magistraturas e das Assembleias, permitindo a participação política no conjunto da sociedade; já em Atenas, a democracia era restrita a quem fosse considerado cidadão e, por isso, gerava constantes conflitos entre a ampla camada de não-cidadãos e a elite aristocrática. d) em Roma, apesar de ampliar a prática da cidadania, esta era controlada pela elite patrícia e alijava do poder a camada de plebeus, a maioria na cidade; já em Atenas, apesar de excluir mulheres, crianças, escravos e estrangeiros, a democracia era exercida por todos aqueles considerados cidadãos, sem distinção censitária e com amplos poderes de decisão perante as instituições políticas da cidade. e) em Roma, não havia motivo algum para temer as lutas pelo poder, pois as instituições republicanas só foram consolidadas no final da República, época em que a cidade já era invadida pelos povos denominados bárbaros; em Atenas, as lutas entre os cidadãos remontavam à época da tirania, exercida por Clístenes que, ao cercear as liberdades individuais, sofreu forte oposição dos eupátridas. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, Roma sempre foi marcada por conflitos, seja entre patrícios e plebeus, mas até entre patrícios e generais. Já em Atenas, a cidadania remonta à pólis no século V a.C, e não a tirania. - A alternativa B é incorreta, os períodos de instabilidade em Roma não referem somente a Monarquia, mas também a República. - A alternativa C é incorreta, sempre houveram disputas pelo poder em Roma. Em relação a Atenas, a não participação de escravos, mulheres e estrangeiros na política ateniense não foi contestada. - A alternativa D é correta, apesar das concessões aos plebeus com a instituição do Tribunato da Plebe, os patrícios monopolizavam o poder em Roma. Já em Atenas, a democracia permita participação dos homes acimada dos 19 anos nas decisões políticas da pólis, mas excluía mulheres, escravos e estrangeiros. - A alternativa E é incorreta, a cidade de Roma só foi invadida pelos bárbaros somente no século IV, momento de sua dissolução. Em relação a Atenas, Clistenes foi considerado um dos pais da democracia ao dar continuidade às reformas empreendidas por Sólon. Gabarito: D 43. (Mackenzie/2010) Frank Miller inspirou-se na verdadeira Batalha de Termópilas, ocorrida em 438 a.C, na Grécia, para escrever “Os 300 de Esparta”. A adaptação da história em quadrinhos de Miller foi levada ao cinema, em t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 142 2006, pelo diretor Zack Snyder, com o título “300”. A respeito do contexto das Guerras Médicas (500-479 a.C), tema abordado no filme, assinale a alternativa correta. a) O domínio e a expansão naval fenícia ameaçavam a hegemonia da Grécia sobre o mar Egeu, o que ocasionou a formação de uma aliança defensiva grega. b) Desenvolvendo uma política imperialista, Atenas entrou em conflito com Esparta que, agrária e oligárquica, permaneceu fechada à expansão territorial. c) O expansionismo persa, que já havia dominado cidades gregas da Ásia Menor e estabelecido o controle persa sobre rotas comerciais do Oriente, ameaçava a soberania da Grécia, tornando inevitável o conflito grego-pérsico. d) Esparta, por priorizar a formação física e militar, cultivando no indivíduo o patriotismo incondicional ao Estado, liderou a ofensiva grega contra os assírios, que ameaçavam as instituições democráticasgregas. e) O forte espírito militarista presente na cultura helenística e difundido em todas as pólis gregas permitiu que, no conflito contra os medos, a Grécia obtivesse a supremacia militar e se sagrasse vencedora. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, as Guerras Médicas se referiam a conflitos entre gregos e persas. - A alternativa B é incorreta, o conflito não era entre o próprio mundo grego, mas entre gregos e persas. - A alternativa C é correta, o expansionismo persa provocou os conflitos que ficaram conhecidos como Guerras Médicas, como forma de defesa as cidades-estados criaram uma confederação, a Liga de Delos. - A alternativa D é incorreta, as Guerras Médicas não eram contra os assírios, mas contra a civilização persa. - A alternativa E é incorreta, o espírito militar era uma característica somente de Esparta. Gabarito: C 44. (Mackenzie/2010) A crise do Império Romano ganhou visibilidade a partir do século III. Assinale a alternativa correta a respeito dos aspectos característicos dessa crise. a) O excedente de mão-de-obra escrava, que pesava sobre os custos de produção, não era acompanhado pelo aumento da produtividade. b) O elevado custo de manutenção da máquina burocrática e do exército, que asfixiava as finanças do Império. c) O enfraquecimento do Cristianismo, diante da incompatibilidade entre as suas ideias e as necessidades do povo romano. d) O choque entre patrícios e plebeus, estes últimos exigindo cidadania e representação política. e) A ocorrência das Guerras Púnicas, que fragilizaram as fronteiras e permitiram invasões bárbaras e exauriram os cofres públicos. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, o Império não possuía um excedente de mão-de-obra escrava. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 143 - A alternativa B é incorreta, o Império Romano havia se estendido de maneira insustentável, um território colossal que gerava muitos custos. Soma-se a manutenção de patrícios ligados a máquina burocrática e ao exército. - A alternativa C é incorreta, o Cristianismo vivia o seu auge no Império Romano. - A alternativa D é incorreta, o choque entre patrícios e plebeus sempre foi uma constante na história de Roma, mas os segundos sempre foram controlados pelos primeiros. - A alternativa E é incorreta, as Guerras Púnicas ocorreram a.C. Gabarito: B 45. (Mackenzie/2007) I. A religião mergulha suas raízes nas profundezas de um passado longínquo e conhece múltiplos deuses, sob a forma ao mesmo tempo animal e antropomórfica, o que autorizou aproximações (controvertidas) com o totemismo primitivo. A preocupação com o além domina a vida dos simples e explica o êxito crescente da lenda de Osíris, antigo rei do Delta, vítima da ambição de seu irmão Séti, e cujo corpo cortado em pedaços foi reunido e ressuscitado pelos cuidados de sua irmã-esposa Ísis. II. A religião está no centro de toda a vida. Remonta ela à época neolítica e os grandes deuses são de origem cósmica, Anu, rei do Céu, Enlil, rei da Terra, Ea, rei do Oceano. Esses deuses primordiais criaram os deuses astrais, que se ocupam diretamente dos homens, Chamach, deus-sol, Sin, deus-lua, Ichtar, o planeta Vênus, e Damuzi, o deus agrário dos mortos e das ressurreições anuais. A cidade santa é Nipur, e sua preeminência dura até o advento de Marduc, o babilônio. III. Dois ordenadores de gênio impuseram sua marca [à religião]: Homero, criador de uma sociedade divina à imagem da humana (deuses olímpicos), e Hesíodo, que concebe toda uma teogonia e lança o problema das forças misteriosas que decidem do destino do homem. Paralelamente, a religião popular [está] fundada no respeito às forças naturais antropomorfizadas, Zeus, Pã, Hermes, Ártemis, nos ciclos imutáveis da vegetação, das sementeiras e das colheitas, Deméter e Dioniso [...]. Os trechos acima, extraídos da obra do historiador Paul Petit a respeito dos povos antigos, referem-se a traços culturais, respectivamente, das civilizações a) egípcia, suméria e grega. b) babilônica, egípcia e romana. c) persa, assíria e grega. d) egípcia, romana e cretense. e) hebraica, persa e grega. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre as civilizações gregas e orientais. Vejamos: - A afirmativa I se refere ao Egito Antigo, pois, os egípcios possuíam uma religião de característica antropomórfica e tinha na mumificação um dos seus rituais pós morte. - A afirmativa II se refere a Suméria, era uma civilização politeísta, e tinha na cidade de Nipur o templo do seu Deus principal, Enlil. - A afirmativa III se refere a Grécia Antiga, aquela marcada pela mitologia, documentada pela poesia oral homérica, a Ilíada e a Odisseia. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AULA 01 – CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 144 Gabarito: A 46. (2015/UFPR) Considere o texto abaixo: “O surgimento das moedas liga-se (...) a três transformações culturais notáveis da Grécia nos idos do século VII a.C. (...): o desenvolvimento da pólis (...) e da vida política (...), a complexificação crescente das trocas comerciais (...) [e] a alfabetização.” FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a História e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50. A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a Grécia antiga, assinale a alternativa que relaciona corretamente a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas. a) A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada, caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta. A expansão grega ocorre devido à insuficiência de escravos nas cidades-Estado. Nas guerras realizadas no Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos escravos e vendidos nas colônias gregas, o que intensificou a circulação de moedas. b) A pólis era um tipo específico de organização social encontrada em Atenas e Esparta. No período em questão, essas duas cidades-Estado rivalizaram-se na expansão territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a circulação de moedas. c) A pólis foi a principal forma de organização social na Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com governos e leis próprias. No século VII a.C., com o aumento demográfico e a concentração latifundiária, houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o comércio marítimo e terrestre. d) A pólis surgiu como solução para os conflitos entre Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia, constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a expansão comercial marítima de Atenas pelo Mediterrâneo, levando à formação de colônias e ao aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais. e) A pólis era um tipo de cidade-Estado que se desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega, ocasionando a fundação de colônias na Magna Grécia. Por conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-Estado uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no Mediterrâneo, gerando aumento na atividade comercial grega e o uso de moedas. Comentários - A alternativa A está incorreta, pois a formação da pólis não dependia diretamente da fortificação dos espaços citadinos. Além disso, o conceito envolve a noção de comunidade política, algo que ultrapassa os centros urbanos. Além disso, as migrações dos povos considerados gregos para outras regiões não se deram por insuficiência de escravizados, mas pela explosão demográfica observada na região sul dos Balcãs.