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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 1 Prof.ª Celina Gil vestibulares.estrategia.com EXTENSIVO VESTIBULAR Exasiu 2024 Exasi u Aula 02 – Antiguidade Clássica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 3 1. MUNDO GREGO 3 1.1 - PERÍODO ARCAICO (800 A.C. A 500 A.C.) 7 1.2 – O período clássico (500 a.C. a 338 a.C.) 8 1.2 – O período helenístico (338 a.C a 146 a.C) 12 2 - O MUNDO ROMANO 19 2.1 - Características 22 3 - EXERCÍCIOS 30 3.1 – Lista de questões 30 3.2 – Gabarito 38 3.3 – Questões comentadas 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS 57 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 3 Apresentação Olá! Na aula de hoje, vamos nos dedicar a um período que influenciou muitas outras escolas de arte posteriores: a Antiguidade clássica. Vamos ver tanto a arte na Grécia quanto em Roma, suas diferenças e principais características, além de um pouco da história de cada uma desses impérios. Vamos lá? 1. Mundo grego O tamanho atual do país denominado Grécia é bastante distinto do que os gregos antigos concebiam como seu território. Para eles, gregos eram aqueles que falavam a língua grega, e onde houvesse gregos, ali estava a Grécia. Em outras palavras, o mundo grego não se media por fronteiras geográficas, mas pelo alcance de seu povo e sua cultura. Podemos dividir os períodos da história da Grécia a partir das seguintes denominações: Período Micênico ou Pré-Homérico (1650 a 1150 a.C.) •Iniciado pela degradação de Creta pelos aqueus; •Civilização de caráter palaciano e militarizado. Período Homérico (1150 a 800 a.C.) •Chegada dos dórios e destruição da civilização micênica → fim da realeza palaciana; •Período de criação dos poemas A Odisséia e A Ilíada. Período Arcaico (800 a 500 a.C.) •Formação da pólis grega; • Esparta se destaca como uma oligarquia militarizada, enquanto Atenas torna-se uma democracia. Período Clássico (500 a 338 a.C.) - Apogeu da democracia ateniense; - Período em que ocorrem as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso; - Surgimento da filosofia ocidental. Período Helenístico (338 a 146 a.C.) - Dominação da Grécia pela Macedônia; - Formada uma cultura helenística, que concilia valores gregos e orientais. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 4 A consolidação da civilização micênica, por volta do século XVII a.C., é considerada marco inicial da história da Grécia Antiga, conhecida na época como Hélade. Os gregos de origem aqueia formaram uma série de reinos independentes e fortemente militarizados, comandados por cidades cercadas por grandes muralhas ou palácios fortificados. Micenas foi a mais influente dessas cidades, e por isso é a que dá origem ao nome desta civilização. A necessidade de terras férteis levou os micênicos a expandirem seus domínios ao longo da península e para além-mar, promovendo diversos conflitos com outros povos que serviram de inspiração para outra lenda grega, a Guerra de Tróia. Essa expansão só foi possível graças a centralização do poder em torno dos palácios, que tinham funções religiosa, política, militar, administrativa e econômica. Os reis contavam com uma extensa estrutura de funcionários, os escribas, que permitiam o forte controle do Estado sob um extenso território. Contudo, por volta do século XI a.C., a civilização micênica entrou progressivamente em decadência, provavelmente motivada pela invasão dos dórios. Os luxuosos palácios foram abandonados, e os outros povos gregos – eólios, jônios e aqueus – se espalham para outras ilhas e a Ásia Menor1. Era o início do que os historiadores chamam de período homérico. HOMERO Homero foi um poeta épico grego a quem atribui-se a autoria das duas principais obras do período: A Ilíada e A Odisseia. Apesar da controvérsia se ele teria existido de fato ou não, fato é que as suas obras permaneceram através do tempo como um registro da memória e da cultura grega. Os poemas na época eram relatados oralmente pelos aedos, espécie de oradores que guardavam as histórias. Ambas as obras, escritas como forma de poemas épicos, antecipam a tendência à racionalização que virá apenas posteriormente com a filosofia grega. Em A Ilíada e A Odisseia os deuses e os homens são muito próximos, indicando um movimento de antroporfização do divino. As obras devem ter sido escritas por volta do século VIII a.C. A obra, escrita em forma de poema épico, nasceu da oralidade: a história era contada – e cantada – oralmente na época. Ilíada A Ilíada relata a história da Guerra de Troia acontece sob o pretexto de recuperar Helena, esposa de Menelau, raptada por Páris, Príncipe de Troia. São 10 anos de guerra até que ela finalmente seja extinta após a invasão da cidade. O poema conta a história dos últimos 51 dias da guerra, principalmente o conflito em torno da ira de Aquiles, herói grego. Odisseia A Odisseia relata a história o retorno de Odisseu para casa após a Guerra de Troia. A viagem de volta para casa leva mais 10 anos, ou seja, Odisseu passa vinte anos longe de sua terra, Ítaca. Em casa, sua esposa Penélope elabora estratagemas para não ser obrigada a casar novamente e seu filho Telêmaco sai em busca de notícias de seu pai. 1 Região da Anatólia que atualmente corresponde a parte da Turquia. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 5 Cavalo de Troia O famoso Cavalo de Troia aparece na obra “A Odisseia”. A passagem conta que Odisseu bolou um plano para dar fim à Guerra que já durava 10 anos: os gregos constroem um cavalo gigante de madeira, com o interior oco. Os gregos presenteiam a cidade de Troia com esse cavalo como sinal de que desistiam da guerra. O que os troianos não sabiam, porém, é que os soldados estavam dentro do cavalo. Quando menos esperavam, em meio a uma festa, os gregos saem de dentro da construção e tomam a cidade. A expressão Cavalo de Troia é popularmente utilizada para referir-se a um artifício astuto, um ardil para enganar o outro e conseguir aquilo que se deseja. Outras expressões de origem clássica: - Calcanhar de Aquiles: referência ao herói da Ilíada, que era muito forte, exceto pelo seu calcanhar. Se fosse atingido nessa parte do corpo, morreria. - Caixa de Pandora: referência ao mito de Pandora, mulher que recebe uma caixa que não deve ser aberta. Ao cair em tentação e abrir a caixa, libera todos os males do mundo. - Agradar a gregos e troianos: como os gregos e troianos eram inimigos na Guerra de Troia, essa expressão significa algo que agrada a todos, até os que não concordam. - Presente de grego: referência ao Cavalo de Troia, pode significar algo que parece bom a princípio, mas depois se revela ruim. - Canto da sereia: referência à passagem da Odisseia em que Odisseu precisa ser amarrado a um poste para não cair em tentação e acabar morrendo afogado. - Toque de Midas: referência à lenda do rei Midas, que teria recebido um poder mágico, fazendo com que tudo que ele tocasse virasse ouro. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 6 Para o historiador Jean-Pierre Vernant, o declínio da realeza palaciana no período homérico deu início a um processo de grande transformação no pensamento político dos gregos, criando as bases para o pensamento racional e o surgimento da filosofia: “Quando no século XII antes de nossa era o poder micênico desaba sob o ímpeto das tribos dórias que irrompem na Grécia continental, não é uma simples dinastia a sucumbir no incêndio que assola alternadamente Pilos e Micenas, é um tipo de realeza que se encontra para sempre destruída, toda uma forma de vida social,centralizada em torno do palácio, que é definitivamente abolida, um personagem, o Rei divino, que desaparece do horizonte grego. A derrocada do sistema micênico ultrapassa largamente, em suas consequências, o domínio da história política e social. Ele repercute no próprio homem grego; modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes psicológicas. O desaparecimento do Rei pôde desde então preparar, ao termo do longo, do sombrio período de isolamento e de reconsideração dos fatos que se chama a Idade Média grega, uma dupla e sólida inovação: a instituição da Cidade, o nascimento de um pensamento racional. VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p. 10. Grifos meus. O surgimento da racionalidade será muito importante para a constituição da arte grega. As principais expressões artísticas gregas às quais devemos nos dedicar são arquitetura, escultura, pintura e teatro. Vamos observar melhor cada uma delas dentro da análise dos próximos períodos da história. (Fotografia: Felipe Simo. Unsplash. Disponível em: <https://unsplash.com/photos/hl6KC24dUus> Acesso em 19/01/2020) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 7 1.1 - PERÍODO ARCAICO (800 A.C. A 500 A.C.) Entre os séculos VIII e VI a.C. formaram-se no mundo grego diversas cidades-Estado, cada uma delas com suas próprias leis, formas de governo, costumes e divindades cultuadas. Essas cidades eram chamadas individualmente de pólis, com sua economia baseada na agricultura e criação de animais, e a maioria não apresentava grandes dimensões se comparadas aos parâmetros de hoje: seu território variava entre 1000 e 3000 km², e sua população masculina geralmente não chegava a 5 mil. Embora apresentassem grandes variações entre si, as póleis2 gregas geralmente eram governadas por uma restrita camada da sociedade, a aristocracia detentora da maioria das terras agrícolas. A esse regime político damos o nome de oligarquia, que em grego significa “governo de poucos”. Ao final do período arcaico, mais de uma centena de cidades-Estado havia sido fundada, muitas delas resultante da expansão territorial dos gregos pelos mares Negro e Atlântico. Figura 1 - Expansão grega no período arcaico. Nesse momento, dá-se o surgimento de um dos eventos mais importantes da história dos esportes: os jogos olímpicos. Lembre-se que educação física costuma ser compreendida como uma linguagem também! Assim, é importante que você tenha algum conhecimento sobre assuntos ligados a esportes de maneira geral. 2 Plural de pólis, ou seja, cidades-Estado. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 8 Vamos ver um pouco melhor como surgiram os jogos olímpicos: Os jogos olímpicos A cada quatro anos os gregos organizavam jogos por cinco dias em homenagem a Zeus, o mais importante deus mitologia, na cidade de Olímpia. Acreditava-se que o próprio filho desta divindade, Atlios, foi o criador do evento para celebrar o pai, daí o fato de chamarmos os competidores de atletas. Participavam destes eventos somente os homens gregos livres, o que excluía mulheres e escravos. Várias cidades gregas enviavam seus representantes, que participavam de provas como a corrida com armas, a luta, as corridas de cavalo e biga e o pentatlo (corrida, luta e arremessos de dardo, disco e peso). Os vencedores eram premiados com uma coroa de louros. Até 494, quando foram interrompidos, no período dos jogos olímpicos não havia conflitos entre as cidades-Estado, uma vez que ali se celebrava a aproximação dos homens com os deuses. Eles são uma cerimônia religiosa, mas que ao mesmo tempo reafirma uma identidade helênica (ou seja, grega), amparada em crenças e valores compartilhados pelos seus participantes. Em 1896, a fim de reaproximar os povos, as olimpíadas foram restituídas pelo francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin. 1.2 – O período clássico (500 a.C. a 338 a.C.) O período clássico costuma ser lembrado como o apogeu da democracia ateniense, momento no qual os cidadãos participavam diretamente do governo da pólis. Assim sendo, diferentemente da nossa democracia representativa, na qual elegemos um conjunto de indivíduos que nos representam por um determinado mandato, os atenienses fundaram uma democracia direta, na qual participavam de todas as decisões políticas. As leis da pólis eram votadas na ECLÉSIA, uma assembleia que se reunia em praça pública, chamada de ágora, pelo menos dez vezes por ano, com sessões que durava o dia inteiro. A religião e o pensamento filosófico Como um povo que cultuava deuses e se orientava por lendas fantásticas pode ter sido também o berço da filosofia ocidental e do pensamento racional? Antes de seguirmos adiante com a nossa indagação, vale a pena dedicarmos um momento para explicar a relação dos gregos com os seus mitos. Para começar, a palavra “mito” não indica uma mentira ou fantasia, mas uma tentativa de explicar o mundo, dando sentido a ele. Assim sendo, a razão para a queda dos raios seria a ira de Zeus, enquanto a calmaria ou fúria dos mares seria o reflexo dos humores do deus Poseidon. Uma boa colheita era permitida por Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade; enquanto Ares, deus da guerra, era invocado pelos gregos antes de enfrentarem batalhas. Embora fossem eternos, esses deuses possuíam muitas características humanas: sentiam ódio, ciúmes, paixão e admiração, entre ele e também por mortais. Suas histórias, assim como de outros seres, eram repassadas oralmente, de geração em geração, o que as fizeram ter várias versões ao longo dos séculos. A maioria desses deuses eram considerados protetores das cidades, e cerimônias públicas eram realizadas em sua homenagem. Em Atenas, por exemplo, acreditava-se que Atena, a deusa da sabedoria, teria sido sua criadora, enquanto Ares era reverenciado pelos espartanos. Assim sendo, o mito também criava um sentimento de pertencimento entre os membros da polis. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 9 Veja os principais deuses do panteão grego no quadro abaixo: Zeus Deus maior do panteão. Responsável por manter a ordem e justiça entre deuses e homens. Também é deus dos raios Hades Deus da morte e do submundo. Cuida do reino dos mortos. É um dos deuses mais temidos e considerado impiedoso. Poseidon Rei dos mares, muito forte e capaz de trazer maremotos e tremores. Costuma ser representado com um tridente. Deméter Deusa das plantas que brotam, principalmente dos grãos e do amor materno. Protetora das atividades da agricultura. Hermes Mensageiro dos deuses. Era também o patrono na ginástica e dos ladrões. Afrodite Deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Se tornou ao longo do tempo, ao lado de Apolo, um símbolo do ideal de beleza, sendo constantemente reproduzida em obras futuras. Ares Deus da guerra. Ainda que não tenha tido um culto muito grande, ganha destaque por ser o protetor de Esparta (sim, aquela do 300!). Dionísio Deus do vinho, da natureza, da alegria e do teatro. É um deus das festas, normalmente representado com um cálice e uvas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 10 Hefesto Deus do fogo e da metalurgia. Protegia aqueles que trabalham com metais. Apesar da imagem ao lado, é tradicionalmente representado feio e curvado. Ártemis Deusa da caça e da vida selvagem. Também ligada à Lua e à magia. É uma deusa virgem e, por isso, protetora das meninas jovens. Atenas Também conhecida como Palas Atena. Deusa da sabedoria, das artes e das habilidades manuais. Sempre age em prol da justiça. Eros Deus do amor. Dono de beleza ímpar, estava sempre a serviço de Afrodite para flechar deuses e humanos, fazendo-os apaixonar-se. Apolo Uma dasprincipais divindades. Deus do sol, dos oráculos e da música/poesia. Dono de grande beleza, é ligado a razão, harmonia e equilíbrio. Perséfone Deusa das estações do ano, da fauna e da flora. Foi sequestrada por Hades, que a tornou rainha do submundo junto a ele. Seu símbolo é a romã. Hera Deusa da maternidade e das esposas. É casada com Zeus e protetora daqueles que pedem pelos casamentos. É representada de maneira imponente e distinta. É também ligada à fertilidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 11 ATENÇÃO É importante que você tenha pelo menos uma noção dos deuses e o que representavam, pois o panteão grego aparecerá em diversas escolas artísticas futuras! Além disso, eles simbolizam ideias: uma escultura de Afrodite, por exemplo, simboliza o amor; uma escultura de Atenas, representa a sabedoria; etc. Quando você vir uma obra com algum deus grego, lembre-se do que ele representava no panteão para compreender a mensagem da obra! Claro que a arte que se produziu nesse momento foi impactada pela aproximação com a razão. Apesar disso, a arte grega de maneira geral se fundava no conceito de kalokagathia. Essa palavra se origina na junção de três outras: kalós kai agathós, que significa belo e virtuoso. Ou seja, há uma noção na época de que o belo era bom e virtuoso. E como o belo aparece nas artes? Nossas noções de belo são ainda muito herdeiras desse momento histórico. Para nós, o belo é aquilo que é harmônico, equilibrado. É exatamente assim que esse conceito aparecia na arte: a partir da ideia de equilíbrio, simetria. Além disso, a ideia da reprodução da realidade também era associada ao belo. Basta ver como as esculturas gregas buscam um grau de perfeição elevado. Porém, engana-se quem pensa que a arte grega era meramente decorativa. Na verdade, ela era muito ligada à religião e à exaltação de noções morais e cívicas. Não apenas decoravam as cidades como também possuíam função didática: através dela contavam-se histórias da mitologia, relembravam-se guerras passadas e elevavam-se governantes. As obras tendiam a ser encomendadas pelo próprio Estado, seja para fins de culto religioso, seja para celebrar heróis, líderes ou atletas. Lembre-se que a palavra “arte” ainda não existe nessa época. Para os gregos, as atividades realizadas por homens e para homens, fazendo uso da criatividade e da habilidade manual/criadora, era chamada de techné, algo que poderia hoje ser traduzido como técnica, artifício. Isso porque, para os gregos, o aprimoramento da técnica era tão fundamental quanto a capacidade criadora. Isso mostrava que o produto criado não era apenas fruto da inspiração das musas, mas também de práticas objetivas e racionais, capazes de serem ensinadas e aprendidas. Se pudermos resumir a arte grega em alguns pontos, os principais seriam: Vamos ver o último período do período que compreendemos como fundamental para a arte grega clássica. É nesse período que muitas das obras que conhecemos hoje são produzidas. Desenvolvida nos contextos urbanos Funcionalidade moral e cívica Ligada à religião Equilíbrio Busca pelo belo e pelo ideal ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 12 1.2 – O período helenístico (338 a.C a 146 a.C) Na Antiguidade, a Macedônia era uma região localizada a nordeste da Grécia, de solo pouco fértil e sem saída para o mar. Em 338 a.C., enquanto se encontrava sob domínio do rei Felipe II, esta cidade- Estado conquistou a península grega na Batalha de Queroneia, marco inicial do que chamamos de período helenístico. Com isso, as cidades gregas perderiam sua autonomia política. Helenístico e helênico não são a mesma coisa! Helenístico é o período da história da Grécia que vai de 323 a.C. até 146 a.C., quando esteve sob domínio dos macedônicos. Já helênico refere-se aquilo ou aquele natural da Hélade, nome dado pelos antigos a região que hoje conhecemos como Grécia. Após o assassinato de Felipe II em 336 a.C., seu filho, Alexandre II, assume o poder do Império Macedônico. Logo o jovem se revela um grande estrategista militar, cujo professor havia sido ninguém menos que o filósofo Aristóteles, transmissor de diversos elementos da cultura helênica. Em poucos anos, seus domínios se estenderam até a Ásia Menor, onde derrotou o Império Persa, e também no Egito, que o torna seu faraó e o homenageia com a fundação de uma cidade com seu nome, Alexandria. Embora tenha formado o maior império da Antiguidade visto até então, Alexandre faleceu em 323 a.C., com apenas 33 anos de idade. A partir daí seus domínios foram divididos entre seus generais, dando origem a três dinastias: os ptolomaicos, no Egito; os selêucidas, na Ásia, e os antigônidas, na Macedônia. Pouco tempo depois, estes territórios foram conquistados por Roma. Veremos ainda nessa aula sobre a arte romana. Figura 1- Laocoonte e seus filhos, uma das mais famosas esculturas do período helenístico. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 13 Arquitetura Essencialmente, há três estilos arquitetônicos diferentes na Grécia Antiga. Eles podem ser identificados através das formas e detalhes de suas colunas. Vejamos a seguir: Ordem dórica Possui este nome em referência a tribo dos dórios, que ocupou a Grécia durante o período homérico. Suas colunas são robustas, e os seus capiteis, ou seja, as extremidades superiores não possuem adornos. São simples e sem base, geralmente com deuses ou heróis no topo. Popular por volta do século VI a.C. Figura 2 - O Pathernon, templo erigido em estilo dórico. Fonte: Shutterstock. Ordem jônica Com colunas menos maciças e fortes que a ordem dórica, seu capitel é enfeitado com volutas, ou seja, rolos em formatos de espiral na sua base. Passa a impressão de graciosidade e leveza. Altas e com superfícies esculpidas, por vezes há colunas na forma de mulheres chamadas cariátides. Popular a partir do século V a.C. Figura 3- O Erecteion, templo de Atenas em homenagem aos deuses Atena e Poseidon. Fonte: Shutterstock. Ordem coríntia Possui este nome em referência a cidade de Corinto. Acrescentou folhagens e ramos às volutas espiraladas do estilo jônico, e costuma ter ricos ornamentos em todo o edifício. São esguias e com detalhes muito precisos. Surgem por volta do século IV a. C. Figura 4- Templo de Apolo na Turquia. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 14 (Estratégia Vestibulares – 2021) Ao longo de séculos de existência da civilização grega, diversas ordens arquitetônicas foram desenvolvidas a partir na inovação das formas de utilização de pedras, do mármore e de outras matérias-primas, sendo identificadas principalmente a partir do estilo de suas colunas. Acima, da esquerda para a direita, verificam-se imagens do Parthenon e do Erecteion, templos que podem ser considerados exemplares, respectivamente, das ordens arquitetônicas: a) jônica e coríntia. b) dórica e coríntia. c) dórica e jônica. d) gótica e dórica. e) coríntia e gótica. Comentários: A alternativa A está incorreta. O estilo coríntio é marcado pela utilização de folhagens e ramos nas volutas espiraladas, além de dispor de ricos ornamentos em todo o edifício. A alternativa B está incorreta, o estilo coríntio possui mais ornamentos que aqueles apresentados pelas colunas dos tempos das imagens. A alternativa C é a resposta. No estilo dórico, as colunas são robustas e seus capiteis, ou seja, suas extremidades superiores, não possuem adornos. Já no estilo jônico, as colunas são menos maciças e fortes que a ordem dórica e o capitel é enfeitado com volutas, ou seja, rolos em formatos de espiral. A alternativa D está incorreta, oestilo gótico foi desenvolvido durante a Idade Média. A alternativa E está incorreta, o estilo gótico foi desenvolvido durante a Idade Média. Gabarito: C Algumas das construções gregas mais famosas são: Templo do Parthenon – construído a pedido de Péricles, governante de Atenas, pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, com esculturas de Fídias. Templo de Zeus Olímpico, na Acrópole de Atenas – Acrópole era o nome dado a um complexo que abrigasse diversos templos ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 15 A arquitetura grega tem como característica a ausência da argamassa, ou seja, as pedras de mármore e demais materiais eram encaixados e sofriam compressão para ficarem perfeitos. Os principais materiais usados eram mármore, argila e marfim. Cada período grego é caracterizado por algumas características. As principais são: Período Arcaico (sec. VIII a.C. – sec. V a.C.): monumentalidade. Período Clássico (segunda metade do sec. V a.C. ao séc. IV a.C.): equilíbrio e realismo. Período Helenístico (séc. III a.C. – era Cristã): declínio da arquitetura grandiosa. A maioria das construções apresenta o chamado sistema trilítico: elementos sustentantes e uma viga por cima. Além da Grécia, ele era muito comum na Mesopotâmia e Egito. As partes constituintes dessa estrutura são: Teto – Parte superior inclinada, formada por duas bandas. Entablamento – Elemento que faz o remate entre colunas e teto. Formados por: Cornija: logo abaixo do teto. Friso: parte detalhada, mais larga. Arquitrave: logo acima das colunas. Colunas – Elementos verticais que sustentam a parte superior. Base – Plataforma elevada para nivelamento. Escultura Ainda que tenha passado por muitas fases, as esculturas gregas que ficaram mais conhecidas foram aquelas produzidas no período helenístico. A estatuária grega será base para a escultura romana posteriormente. O contato com os romanos permitiu que hoje tivéssemos mais referências sobre a estatuária do período, uma vez que pouco sobreviveu das esculturas gregas. Através da arte romana, podemos hoje conhecer melhor como eram as obras do período. Algumas das principais características das estátuas gregas são: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 16 • Impressão de movimento, principalmente por conta das posições em que as personagens se encontravam. • Beleza idealizada, representando uma projeção de perfeição. • As proporções são equilibradas e os detalhes dos corpos – como músculos e cabelos – são bastante evidentes. • Principalmente figuras humanas, representando figuras míticas ou de destaque social. Inicialmente, as estátuas eram feitas em bronze. Posteriormente, passaram a ser esculpidas em mármore. Apesar de sempre pensarmos nas estátuas gregas como brancas, hoje já se sabe que elas apresentavam uma camada de tinta, ou seja, originalmente eram coloridas! Algumas chegavam mesmo a apresentar detalhes em bronze e vidro. Apesar da ideia de autor e artista ainda não ser exatamente bem constituída nessa época, alguns escultores ficaram mais conhecidos: Fídias – o mais famoso escultor grego. Criador da estátua de Zeus do templo em Olímpia. Essa escultura é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Praxiteles – se destaca principalmente pela escultura de Afrodite (340 a.C.) que é conhecida como o primeiro nu feminino de que se tem notícia. Crésilas – Sua principal obra é o busto de Péricles (425 a.C.). (Estratégia Vestibulares – 2020) As estátuas gregas podem ser uma fonte de compreensão do vestuário da época, ainda que, por terem perdido as cores com que eram originalmente pintadas, não sejamos capazes de afirmar com certeza, apenas por elas, quais eram os tons exatos dos trajes retratados nessas obras de arte. ( ) Certo. ( ) Errado. Comentários: As estátuas gregas, ainda que tenham perdido a cor, eram originalmente colorizadas. Mesmo com reconstruções, nunca conseguiremos saber com toda a certeza quais eram as combinações de cores que essas obras ostentavam originalmente. Gabarito: Certo ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 17 Pintura Pouco restou da pintura da Grécia Antiga para os dias de hoje. Sabemos que houve a produção de pinturas – principalmente no período arcaico – e que houve mesmo alguns artistas celebrados, ainda muito influenciados pela pintura egípcia. Porém, exceto por alguns murais em tumbas e pequenos objetos, a maioria da pintura que restou está aplicada em objetos do cotidiano, principalmente vasos. Isso indica que a pintura também era uma das chamadas artes aplicadas: técnicas aplicadas principalmente com função estética em objetos do dia a dia. As pinturas sobre vasos surgem cedo entre os gregos e chega a sobreviver até o período helenista, quando começa a sofrer um declínio. A pintura em vasos era bastante gráfica, aplicada principalmente sobre cerâmica. São caracterizadas principalmente pelas faixas de padrões geométricos abstratos, além de pessoas e animais, muitas vezes ligadas a cenas mitológicas. As cores variam normalmente entre marrom, branco e preto e há detalhes em alto relevo. A iconografia de modo geral é bastante simples. Sobre a pintura em templos e tumbas, elas constituíam murais. Diferente da pintura dos vasos, esta utiliza diversas cores, chegando mesmo a utilizar algumas técnicas de pintura como perspectiva e pontilhismo. As temáticas das pinturas eram principalmente histórias mitológicas ou exaltação de grandes figuras da cidade, como heróis ou cidadãos importantes da cidade. Sua função era principalmente decorativa. Posteriormente, há ao aparecimento de cenas com novas temáticas, mais seculares, como festas e cenas domésticas. Ela também chefa a um momento em que se desvincula das paredes e passa a ser feita sobre paineis portáteis de madeira. Assim como a escultura, a pintura também buscava um alto grau de realismo, ou mímesis, palavra que significa imitação. Afresco grego. Fonte: Shutterstock ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 18 Teatro O teatro grego é considerado aquele que antecipa toda a história do teatro no ocidente. Ele deve ter nascido das festas em honra a Dionísio, deus do vinho. Nessas festas, havia dança e música, além de sacrifícios de animais e bebidas. Essas celebrações, conhecidas como Dionisíacas, duravam cerca de uma semana. O objetivo do teatro grego era ensinar, a partir da arte, sobre comportamentos e questões morais. Sua função era tanto social quanto cívica: ao mesmo tempo em que divertia e unia as pessoas, também ensinava a elas sobre questões importantes para a sociedade. Através do teatro, critica-se a sociedade, ensinava-se sobre cidadania e política, fala-se sobre a religião e apontava-se exemplos de comportamento humano a serem seguidos – ou evitados. Os espetáculos teatrais eram encenados em espaços muito grandes. A arquitetura dos teatros gregos é muito importante para a construção dos espetáculos. Eles eram construídos em espaços abertos, levando em consideração a geografia do lugar. Assim, buscava-se um local com uma encosta e espaço aberto para que a construção do teatro pudesse se acomodar ao espaço. A capacidade dos teatros era impressionante. O Teatro de Dionísio da Acrópole de Atenas (figura 8), um dos mais importantes da história, chegava a comportar 17 mil pessoas. A construção era em semicírculo, com um espaço de apresentação fixo, com cenário também fixo. Havia também um espaço para uma orquestra e, no meio dela, um altar para sacrifícios a Dionísio. Os atores atuavam em frente à parede que ficava ao fundo. Essa arquitetura é importante pois é ela que garante a acústica necessária para que se possa ouvir o que os atores cantam emcena. Outro elemento que colaborava com a acústica eram as máscaras. Parte do figurino era uma máscara com buracos no lugar dos olhos e da boca, o que fazia com que a voz dos atores se projetasse. Elas representavam personagens fixos, eram codificadas. As máscaras gregas da tragédia e da comédia se tornaram o símbolo do teatro ao longo do tempo. A combinação de uma máscara sorrindo, com os lábios voltados para cima, e outra triste, com os lábios voltados para baixo, se tornou até hoje um código visual para representar o teatro. Vamos ver um pouco mais sobre os gêneros da tragédia e da comédia. Figura 8- Teatro de Dionísio. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 19 Tragédia – é o gênero teatral mais antigo. Baseava-se muitas vezes em histórias mitológicas, conhecidas pela população. São histórias sobre a desmedida: as personagens sempre sofrem por não conseguirem agir de maneira equilibrada e deixarem suas paixões agirem por elas. É importante ressaltar que as personagens da tragédia são sempre melhores do que nós, ou seja, são reis, heróis, deuses etc. Ainda assim, eles agem de maneira que resulta em morte ou sofrimento. Alguns dos autores mais conhecidos foram Ésquilo, autor da Oresteia, Sófocles, autor de Édipo Rei e Antígona, e Eurípedes, autor de Medeia. Comédia – gênero teatral baseado em sátiras, que abordava questões do cotidiano da sociedade da Grécia, sempre de maneira crítica. Era considerada como um “”gênero menor” por autores que se dedicaram à pesquisa teatral na época, como Aristóteles. Diferente da tragédia, as personagens são piores que nós: escravos espertos, senhores burros, casais adúlteros e cidadãos comuns da polis. Através do riso, criticavam-se comportamentos moralmente condenáveis. O principal autor de comédia foi Aristófanes, autor de Lisístrata. 2 - O mundo romano Para falarmos de Roma, precisamos relembrar um pouco suas origens e períodos. Caso você seja meu aluno no curso de História, aviso que essa introdução foi inspirada em nossos estudos feitos por lá, então sinta-se à vontade para seguir para a próxima sessão, caso já esteja afiado no conteúdo. Situada na região central da Península Itálica, Roma foi fundada, segundo a lenda, no ano de 753 a.C. Ao longo dos séculos, esta cidade se tornaria sede do maior Império da Antiguidade, o Império Romano, que no seu auge se estendia da Grã-Bretanha até o Rio Eufrates, do Mar do Norte ao Egito. Dessa forma, o termo Roma significava, ao mesmo tempo, uma cidade e um Estado. Figura 9- Máscaras da tragédia e da comédia, representadas num mossaico. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 20 Uma das mais famosas lendas sobre a fundação de Roma é narrada pelo poeta Virgílio em Eneida. Segundo a obra, Marte, o deus romano da Guerra, teve dois filhos gêmeos com a filha do rei Numítor, da cidade de Alba Longa. Este foi destronado pelo seu irmão, Amúlio, que força a sobrinha Réia a se tornar sacerdotisa. Desesperada, Réia abandona os filhos Rômulo e Remo no Rio Tibre, mas estes são encontrados e amamentados por uma loba. Quando atingem a idade adulta, os gêmeos retornam para Alba Longa, derrotam Numítor e recolocam o avô no trono, que os autoriza a fundar uma cidade às margens do Rio Tibre. Após consultarem os deuses quanto ao local mais apropriado, Rômulo foi agraciado com um sinal divino que indicou onde deveria ser erguida a parte sagrada da cidade, mas Remo, enciumado, zombou dele e dos deuses, o que levou o irmão a matá-lo. Dessa forma, Rômulo teria se tornado o primeiro rei de Roma. Este mito fundacional era de grande importância para os romanos se afirmarem perante os demais povos na Antiguidade, afinal os próprios deuses teriam influenciado formação de sua cidade. Entre os historiadores, a criação de Roma é justificada pela ocupação de diversos povos na Península Itálica ao longo dos séculos. Por volta do ano 2000 a.C. os italiotas, denominação que inclui diversas tribos (latinos, volscos, sabinos etc), se instalaram na região do Lácio, no centro da Península Itálica, onde fundaram diversas aldeias, incluindo Roma. Em VIII a.C., os etruscos, provavelmente egressos da Ásia Ocidental, conquistam o Lácio e tornam Roma uma cidade. Podemos dividir a Roma Antiga em três períodos: Monarquia (753-509 a.C.): Após conquistarem Roma, os etruscos organizam uma monarquia, o Senado e a Assembleia Curiata. Pouco se sabe sobre os reis do período, sendo o último deles, Tarquínio, o Soberbo, deposto pelo Senado. República (509-27 a.C.): A república romana foi marcada pela prevalência dos interesses dos patrícios nas decisões governamentais, afinal essa nobreza agrária ocupava majoritariamente todas as instituições políticas. Assim sendo, podemos dizer que em Roma uma oligarquia estava à frente do poder. O SENADO, órgão mais importante da República, era composto por 300 patrícios que exerciam o cargo de maneira vitalícia. Figura 5 - Loba Capitolina Amamentando os Gêmeos Remo e Rômulo, escultura em bronze do início do século V a.C. As crianças datam do Renascimento. Museu Capitolini, Roma. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 21 Eram os responsáveis pela administração das finanças do governo, pela política de guerra e pela elaboração das leis. Os plebeus, trabalhadores livres que não dispunham de direitos no Império, lutaram ao longo de séculos por melhorias políticas e sociais, não sendo raros os momentos de tensão com os patrícios ao longo da história romana. É também neste período em que se verifica um processo de expansão territorial de Roma. Entre os séculos V e III a.C., ela conquistou toda a península itálica, o que garantiu o abastecimento de sua população com produtos importantes. Em seguida, a disputa pela hegemonia comercial no Mediterrâneo levou os romanos a travarem diversos conflitos com Cartago, dando início as Guerras Púnicas. Nos séculos seguintes, Roma conquistou regiões como Macedônia, Síria, Grécia, Gália Transalpina, Egito e a península ibérica. Dessa forma, tornou-se o principal centro comercial do Mediterrâneo, dominando as rotas comerciais de produtos como madeira, cobre, estanho, queijos, peles e especiarias produzidos pelos territórios conquistados, divididos em províncias. As conquistas romanas fizeram com que militares de alta patente desfrutassem de grande prestígio político no período republicano, utilizado para que galgassem posições políticas no governo. Um desses militares foi o general Júlio César, que se proclamou Ditador Perpétuo, e promoveu a construção de estradas e obras públicas, distribuiu terras conquistadas entre soldados e estimulou a ocupação dos domínios romanos. Após ser assassinado, o poder foi disputado entre generais ligados à César, o que permitiu a ascensão de Otávio, sobrinho do ditador morto, a assumir como imperador. Império (27 a.C. a 395 d. C.) Otávio foi chamado de o “principal” pelo Senado, o que fez com que seu governo se tornasse conhecido como Principado, ou Império, em decorrência do costume de generais romanos vitoriosos serem agraciados como “imperatores”. Também recebeu o título de Augusto, ou seja, divino entre os seres humanos. Seu reinado deu início a um longo período de poucos conflitos internos e grande prosperidade econômica, chamado pelos historiadores de Paz Romana (Pax Romana). Isso foi possível graças a melhorias nos portos e estradas, a cunhagem de moedas e a implantação do latim como língua oficial de todo o Império, o que permitiu uma maior integração entre suas regiões. O período que vai da ascensão de Otávio Augusto, no século I a.C., até o século III d.C., é conhecido entre os historiadores como o Alto Império Romano, marcado por constantes conquistasterritoriais. Após o século III d. C., o Império Romano passou a viver uma grave crise no interior de suas fronteiras, gerada pela crise da mão de obra escrava e as migrações germânicas em seus domínios. Tais deslocamentos eram realizados tanto de maneira pacífica quanto violenta, mas ambos contribuíram par a lenta desagregação da cultura e autoridade romanas, e consequentemente, para a lenta desagregação do Império. Em 476 d.C., Rômulo Augusto, último imperador, foi deposto por Odoacro, rei de um povo germânico denominado hérulos. Figura 6 - Estátua de Júlio César, general e Ditador Perpétuo de Roma. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 22 2.1 - Características A “Grécia vencida conquistou seu rude vencedor”. A frase do historiador romano Horácio mostra a influência do estilo helênico nesta civilização, sendo comum que artistas que trabalhavam para os romanos fossem gregos e que cópias de esculturas fossem requisitadas para ornamentar o interior das casas e templos. Até o panteão de deuses gregos foi incorporado pelos romanos, sendo alterados apenas as denominações das divindades. Veja alguns exemplos no quadro abaixo: Figura 7 - Panteão romano, templo de culto aos deuses em Roma. Com o advento do cristianismo, tornou-se uma Igreja. Fonte: Shutterstock. DEUSES GREGOS DEUSES ROMANOS Zeus – Senhor do Olimpo, deus de todos os deuses Júpiter Hera – Esposa de Zeus, deusa da casa e da família Juno Atena – deusa da inteligência Minerva Ares – deus da guerra Marte Afrodite – deusa do amor e da beleza Vênus Deméter – deusa da agricultura Ceres Dionísio – deus do vinho Baco Poseidon – deus dos mares Netuno Ares – deus da guerra Plutão ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 23 Contudo, a arte adquiriu contornos próprios conforme Roma conquistava boa parte do mundo. Enquanto os gregos atribuíam suas produções às musas inspiradoras, os romanos as recebiam dos próprios deuses, reforçando seu poderio frente aos povos conquistados. Com isso, os gregos buscavam a beleza e o equilíbrio, ao passo que os romanos tomam o poder como ideal maior. E, segundo seu próprio mito fundador, eles o tinham recebido dos céus. Os romanos possuíam uma visão prática e realista da arte, refletida principalmente na escultura e na arquitetura. As influências gregas são evocadas a todo momento, mas sempre adaptadas aos seus interesses e necessidades – em outras palavras, a arte possui uma função utilitária, um “troféu em uma coleção que se tornava símbolo de poder e preservação da estirpe”3. Escultura Roma glorificava a si própria com suas estátuas, o que fazia com que a produção de obras fosse constante. De mármore ou bronze, em muitos casos os corpos das estátuas eram feitos antecipadamente, só recebendo a cabeça quando um magistrado, senador ou outra figura de destaque solicitava uma representação de si. A partir do Império, as esculturas de imperadores eram utilizadas para estimular temor e reverência aos governantes, que eram divinizados. Os cristãos, críticos da deificação dos governantes, eram facilmente identificados e perseguidos quando não aderiam às cerimônias públicas de queima de incensos diante dos bustos dos imperadores. Embora aclamados como deuses, os imperadores e demais personalidades representadas nas esculturas não eram moldados de maneira idealizada ou lisonjeira, mas realista, captando os traços e imperfeições do retratado. A escultura greco-romana e a cor Estamos tão habituados a ver as esculturas greco-romanas na cor original do mármore, que nos é praticamente impossível imaginar que elas tenham sido, um dia, coloridas. Em nossa cultura, essa monocromia das estátuas clássicas tornou-se sinônimo de bom gosto estético. Entretanto, há muito tempo se sabe que elas eram originalmente coloridas e que os pigmentos aplicados sobre o mármore não resistiram à ação do tempo. Para chegar às cores originais, arqueólogos e outros especialistas dedicaram-se a vários estudos, lançando mão de modernos equipamentos que permitiram detectar fragmentos dos pigmentos. O resultado desse trabalho foi a público em 2004, numa exposição organizada pelo Museu Vaticano, em Roma. Na ocasião, foram exibidas réplicas coloridas de importantes obras da Antiguidade, como a escultura Augusto de Prima Porta, escolhida para o cartaz de divulgação da exposição. Fonte: GRAÇA PROENÇA. História da arte. São Paulo: Ática, 2018. p. 51. 3 STRONG, Eugénie; FAURE, Élie. Arte romana. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2017. p. 8. Figura 8 - Augusto de Prima Porta (c. 19 a.C.). Museu Chiaramonti, Vaticano. Fonte: Shutterstock. Figura 9 - Réplica colorida de Augusto de Prima Porta. Roma. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 24 Arquitetura É na arquitetura que os romanos mais se destacaram, impressionando o mundo com seus templos, aquedutos, termas, basílicas, circos e palácios. Eles também desenvolveram um complexo sistema de estradas que conectavam a capital aos seus domínios, o que explica a origem do ditado “todos os caminhos levam a Roma”. Figura 10- A Via Áppia, principal estrada de Roma, chegou a dispor de 600 km de extensão. As magníficas obras de engenharia civil são o grande legado da arte romana. Foi feito largo uso do arco e da abóbada nas construções, o que permitiam aos romanos a criação de interiores espaçosos, sem colunas o excesso de colunas. Tratam-se de técnicas arquitetônicas legadas pelos etruscos, mas constantemente combinadas com elementos gregos. Os arcos foram muito utilizados na construção de aquedutos, imensas estruturas de pedra que serviam para transportar água de um ponto ao outro. Embora dominassem a técnica de canalizar a água por meio de tubulações, é muito provável que optassem pela construção desses magníficos monumentos para externalizarem o poder imperial a partir do emprego de uma vasta quantidade de trabalhadores. Figura 11 - Um dos diversos aquedutos construídos pelos romanos. Fonte: Shutterstock. Abóbada: cobertura arqueada, côncava internamente, utilizada para apoiar-se sobre colunas, paredes ou pilares. Um exemplo clássico de abóboda é o teto do Panteão. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 25 Vale destacar que enquanto nas construções religiosas são utilizados diversos ornamentos, como colunas coríntias, alegorias e baixos-relevos, o mesmo não se observa nas demais construções romanas, como termas (banhos públicos) e circos. Simples e imponentes, as obras de engenharia romana refletiam a visão prática que essa civilização dispunha sobre a arte, além de muitos deles serem importantes espaços de socialização entre os habitantes da urbes. (Estratégia Vestibulares – 2021) Costuma-se perguntar por que os romanos gastavam tantos fundos e trabalho para erigir essas imensas fileiras de arcos, quando sabiam muito bem transportar água em tubulações, e faziam isso dentro das paredes de suas metrópoles em grau considerável. Uma resposta a essa questão pode ser encontrada quando a examinamos a partir do ponto de uma “visão política” da arte romana e da construção dos aquedutos. CALOSSE, J.P. Arte Romana. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2017. Adaptado. Considerando a “visão política” a que refere o texto, a monumentalidade da arquitetura romana expressava: a) a afirmação da autoridade por meio de obras reivindicadas pelos cidadãos urbanos. b) a legitimação dos imperadores e o abastecimento do império em toda sua extensão. c) o reforço do poder do Senado e a garantia de saneamento aos cidadãos das cidades. d) a influência das técnicas legadas pelos gregos a partir da adoção de grandes arcos. e) a ostentação do poder dos imperadorese a afirmação da grandiosidade do Império. Comentários: A alternativa A está incorreta, afinal, as obras de engenharia na Roma Antiga eram idealizadas pelos próprios governantes, não sendo consultado o povo acerca dos projetos. A alternativa B está incorreta, pois nem todas as regiões do Império foram contempladas com a construção de aquedutos. A alternativa C está incorreta, uma vez que as obras eram erguidas a mando dos imperadores romanos. A alternativa D está incorreta, pois o uso de arcos e abóbadas pela arte romana foi legada pela influência dos etruscos. A alternativa E é a resposta. As grandiloquentes obras romanas visavam louvar o poder dos imperadores e a grandeza do próprio do Império. Gabarito: E Se utilizando de arcos e abóbodas, os romanos ergueram os anfiteatros, imensas estruturas destinadas a abrigar multidões de expectadores dos espetáculos. Essas construções o esforço do Império em amenizar o agravamento das tensões entre patrícios e plebeus a partir da realização de divertimentos públicos, como lutas, corridas e outras competições. Vejamos mais sobre o assunto na página a seguir. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 26 As diversões públicas O período imperial não abrandou a dura situação dos plebeus habitantes do Império. Para evitar que isso levasse a agitações populares, os governantes romanos promoveram a construção de grandes locais para sediarem divertimentos públicos, incluindo jogos, corridas de bigas e lutas de gladiadores, que geralmente contavam com escravos como participantes. No intervalo dos eventos era comum a distribuição de alimentos para os plebeus, prática que ficou conhecida como “política do pão e circo”. O Coliseu, o mais conhecido desses espaços, foi erguido a mando do imperador Vespasiano a partir do ano 70 d.C., e tinha capacidade para abrigar até 45 mil pessoas. A posição das pessoas da plateia levava em conta sua posição na pirâmide social romana: a parte mais alta do anfiteatro era preenchida pelos estratos inferiores, que incluíam mulheres, escravos e estrangeiros, enquanto o Imperador se sentava bem próximo a arena central. Apesar da segregação em relação aos seus assentos, os jogos foram um importante mecanismo de participação da população romana na vida pública. Afinal de contas, diferentemente do que costumamos ver em muitos filmes que se passam neste período, não eram os imperadores que decidiam se a vida dos gladiadores derrotados nos combates seria poupada, mas sim os espectadores, incluindo mulheres, escravos e estrangeiros. Figura 12 - O Coliseu, anfiteatro erguido no século I, em Roma. Fonte: Shutterstock. (Estratégia Vestibulares – 2021) Alguns estudos recentes indicam que os jogos de gladiadores e os anfiteatros eram essenciais para definir a própria identidade romana: os jogos de gladiadores representariam o lugar onde a civilização e o barbarismo se encontravam. A arena era o lugar onde a civilização confrontava a natureza, na forma de feras que representavam um perigo para a humanidade; e onde a justiça social confrontava a má ação, na forma de criminosos, ali executados; e onde o império romano confrontava os seus inimigos, na pessoa dos cativos. Do espírito por trás das lutas de gladiadores, ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 27 decorre a multiplicação de arenas nas cidades fronteiriças do Império Romano, sua localização próxima ao limite físico que separa o recinto urbano amuralhado do ager¹, e também sua presença no mundo de fala grega, como sinal de identidade romana. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. Adaptado. ¹ Construções de madeira e terra erguidas no interior das muralhas de uma cidade. De acordo com o texto, a construção de anfiteatros nos espaços urbanos estava associada à a) afirmação de valores e práticas atreladas à civilização romana em seus limites territoriais. b) necessidade de contenção das convulsões sociais entre o patriciado romano e a plebe. c) defesa do triunfo do discurso civilizacional sobre a natureza por meio do avanço científico. d) subjugação dos povos dominados por meio da imposição de seus padrões arquitetônicos. e) responsabilização das camadas subalternas pela condução de sessões de julgamento. Comentários: A alternativa A é a resposta. Conforme destaca o próprio texto, as cidades contribuíram para a “romanização” das áreas conquistadas, na medida em que difundiam valores caros à civilização romana. A alternativa B está incorreta. Embora os espetáculos públicos tivessem esse fim, essa informação não está contida no texto. A alternativa C está incorreta, afinal o discurso científico de dominação da natureza começou a consolidar-se a partir do mundo moderno. A alternativa D está incorreta, o texto não sugere que a arquitetura romana era imposta aos povos dominados. A alternativa E está incorreta, as práticas de justiçamento de criminosos e inimigos ocorridas nos anfiteatros não se confundiam com os órgãos públicos voltados à aplicação da justiça. Gabarito: A Os anfiteatros romanos romperam com a noção de teatro legada pelos gregos, na medida em que estes eram feitos nas proximidades das encostas, para que ali fosse acomodado o público. A engenharia dos arcos e abóbodas permitiu que as construções romanas fossem erguidas em qualquer lugar, se difundindo por todo o Império. Além disso, se no teatro grego o palco deveria se situar a frente da plateia, a apreciação das diversões públicas romanas, como lutas de gladiadores e corridas de biga, poderia ser feita em qualquer ângulo, fazendo com que os anfiteatros ganhassem formas elípticas, como as do Coliseu. Seus muros são um dos grandes feitos da engenharia romana, pois por dez séculos suas pedras foram utilizadas para construir todas as casas de Roma, e mesmo assim ele não perdeu a sua forma. Conforme o Império se estendia, alguns monumentos comemorativos foram erguidos para glorificar seus governantes e suas conquistas militares. São o caso dos arcos triunfais, que apresentam elementos em relevo e que fornecem narrativas sobre feitos dos imperadores, servindo como uma espécie de propaganda política em pontos de passagem. Alguns deles sobreviveram o fim da Antiguidade ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 28 e as eras posteriores, servindo de inspiração para que Napoleão e outros líderes erguessem novos arcos triunfais, a partir do século XIX. Figura 13 - Arco de Constantino, erguido nas proximidades do Coliseu para comemorar a vitória do imperador Constantino na Batalha da Ponte Mílvia em 312. Ele foi inaugurado em 315 d.C. Fonte: Shutterstock. Erguida no século I d.C., a Coluna de Trajano foi erguida como uma crônica das guerras e vitórias do imperador de mesmo nome, exaltando suas vitórias na Dácia, região dos Balcãs. É neste período em que o Império Romano atinge sua máxima extensão, contemplando do Rio Reno até o Egito e da Britânia até a Ásia Menor. Poucos séculos depois, as pressões internas e as migrações germânicas contribuíram para que os grandes monumentos se rareassem, evidenciando a crise que se instaurava. Em 476, o último imperador de Roma foi deposto pelos hérulos, encerrando séculos de esplendor da civilização romana. Figura 14 - Detalhe da Coluna de Trajano, erguida em 113 d.C. No topo se encontra uma estátua de São Pedro, colocada por ordem do papa Sisto V, em 1588. Fonte: Shutterstock. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 29 (Estratégia Vestibulares – 2020) TEXTO I Erguida no século I da era Cristã, a Coluna de Trajano narra as lutas do imperador e dos exércitos romanos na Dácia. O imenso número de figuras esculpidas em relevo faz da obra um importante documento históricoem pedra. Pela expressividade das figuras e das cenas, porém, ela adquire também um grande valor artístico. GRAÇA PROENÇA. História da arte. São Paulo: Ática, 2018. p. 52. TEXTO II Coluna de Trajano, situada em Roma. Fonte: Shutterstock. Produzida na Antiguidade, obras arquitetônicas como a Coluna de Trajano objetivavam a) instruir os cidadãos romanos. b) embelezar os espaços urbanos. c) exaltar as conquistas militares. d) homenagear o regime republicano. e) reproduzir influências helênicas. Comentários: Conforme o Império se expandia, alguns monumentos comemorativos foram erguidos para glorificar seus governantes e suas conquistas militares. É o caso da Coluna de Trajano, que apresenta elementos em relevo que fornecem narrativas sobre feitos dos imperadores, servindo como uma espécie de propaganda política em pontos de passagem. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 30 Dito isso, a alternativa C é a resposta. A alternativa A está incorreta, pois a arte romana não possuía fins pedagógicos. A alternativa B está incorreta, pois a arte romana é notoriamente utilitária. Assim sendo, é preciso levar em conta as intenções políticas existentes ao ser erigido um monumento como a Coluna de Trajano A alternativa D está incorreta, afinal trata-se de uma obra produzida durante a fase imperial do Império Romano. A alternativa E está incorreta. Embora a arte romana imitasse o estilo clássico em suas esculturas, foi extremamente inovadora na arquitetura e na engenharia civil. 3 - Exercícios 3.1 – Lista de questões 1. (UFSM - 2012) Observe as imagens: Com base nas gravuras, reflita a respeito da Antiguidade Clássica e analise as afirmativas a seguir. I. A Civilização Grega não sofreu influência dos egípcios nem dos povos do Oriente Médio. Sua cultura esgotou-se entre os gregos e sua originalidade foi reconhecida apenas com o Renascimento Cultural. II. A arte do período clássico evidenciou o ideal grego de harmonia e equilíbrio, percebido tanto na representação da figura humana quanto no projeto de sociedade, a pólis. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 31 III. A arte do período helenístico expressou uma dramaticidade que pode ser entendida como expressão das tensões do mundo grego da época: a derrocada da pólis autônoma e independente e a formação de grandes reinos. IV. Ao conquistar e dominar as cidades gregas, o Império Romano manteve o seu projeto original (oriundo das culturas itálicas) e ignorou a cultura helênica. Está(ão) correta(s) a) apenas I e II. b) apenas II e III. c) apenas I, II e III. d) apenas III e IV. e) apenas IV. 2. (UNESP- 2007) Observe e compare os monumentos. O elemento comum às construções apresentadas constitui a) um esforço de ostentação perdulária, de demonstração de hegemonia e de poder de grandes impérios unificados. b) uma expressão simbólica das concepções religiosas da Antiguidade, que se estenderam até os dias atuais. c) um aspecto da arquitetura monumental que se opõe à concepção do homem como medida de todas as coisas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 32 d) um princípio arquitetônico estrutural modificado ao longo da história por concepções religiosas, políticas e artísticas. e) uma comprovação do predomínio dos valores estéticos sobre os religiosos, políticos e sociais. 3. (ESPM - 2005) "A Olimpíada de Atenas é a chance que os gregos pediram a Zeus para expor aos olhos do mundo, no curto espaço de 17 dias, uma queixa que já dura 2 séculos. A queixa é de furto. E diz respeito aos extraordinários frisos de mármore esculpidos por Fídias no Partenon - que está entre os 5 dos mais imponentes monumentos ainda preservados da Antiguidade clássica. Os mármores de Elgin, assim é chamada a preciosidade, duvidoso tributo ao homem que a surrupiou em 1836, e olimpicamente a despachou para casa - isto é, para a Inglaterra. Desde 1816 elas repousam no British Museum". O texto menciona o Partenon, cuja imagem você pode ver neste exercício. Sobre o Partenon é correto afirmar que: a) Foi erguido nos tempos homéricos, estando sua construção descrita na Ilíada e na Odisseia; b) Foi um conjunto arquitetônico erguido durante o período arcaico, sendo sua construção descrita por Homero; c) Foi um conjunto arquitetônico mandado construir por Péricles, no período clássico, com obras de Fídias, um dos maiores escultores daquele tempo; d) Foi um conjunto arquitetônico mandado construir por Alexandre da Macedônia e representava o estilo grandioso da arquitetura helenística; e) Foi um conjunto arquitetônico mandado construir pelos romanos, quando a região da Grécia sofreu forte influência da arquitetura dos etruscos. 4. (UEM - 2017) Sobre a arquitetura na Grécia e na Roma antigas, é correto afirmar que 01) os templos gregos são edificações cuja simetria é uma das características mais evidentes. 02) o entablamento horizontal de um templo grego era formado por três partes: arquitrave, friso e cornija. 04) o templo romano possui a sua entrada bem marcada por uma fachada principal. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 33 08) o uso de abóbadas e de arcos na arquitetura romana favoreceu a construção de edifícios amplos. 16) as colunas foram criadas pelos romanos e são de três ordens: dórica, jônica e coríntia. 5. (UFSC - 2015) Sobre as artes na antiguidade, é CORRETO afirmar que: 01) os povos que se estabeleceram na região dos rios Tigre e Eufrates precisavam defender e expandir seu território constantemente, o que os impediu de realizar obras artísticas. 02) as diferentes formas de expressão artística desenvolvidas por diversas sociedades nos permitem conhecer melhor seu passado e podem ser consideradas fontes históricas. 04) a mitologia foi fonte inspiradora de diferentes manifestações artísticas no Egito antigo. Algumas pinturas funerárias, por exemplo, representavam cenas envolvendo ações divinas. 08) entre os poetas mais conhecidos da Roma antiga, figura Virgílio, autor da “Ilíada”, poema que descreve o desenvolvimento do Senado romano. 16) na Grécia antiga, a tragédia foi um gênero literário muito presente nas artes cênicas; várias peças teatrais deste gênero ficaram famosas e foram encenadas em outros períodos da história. 32) os romanos desenvolveram um estilo artístico que permaneceu independente da influência de outros povos, mesmo após a constituição do Império. 6. (UPE - 2018) “(...) o teatro trágico usava histórias e personagens que todos conheciam e mostrava o que acontecia a esses personagens, de tal forma que, no final, os espectadores entendessem que as histórias da carochinha que lhes contavam, quando eram crianças, expressavam uma espécie de coerência interna no destino do homem, uma experiência simuladora, cujo objetivo era mostrar o caráter necessário de tudo aquilo que acontecera a um tipo de indivíduo socialmente definido (herói, rei, etc.)”. Eyler, Flávia Maria Schlee. História Antiga: Grécia e Roma: a formação do Ocidente. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 106. (Adaptado). O trecho fala da função social do teatro trágico em Atenas, que tinha como principal objetivo a a) diversão dos cidadãos. b) incorporação dos estrangeiros à cidade. c) educação cívica por meio da performance. d) evolução econômica dos metecos. e) destruição da moral dos espartanos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 34 7. (2012/Unesp) (Templo da Concórdia, Agrigento, Itália.) O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século V a.C., e é um marco daa) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela inspiração religiosa politeísta. b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no processo de helenização empreendido por Alexandre, o Grande. c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de hegemonia romana. d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia. e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus. 8. (2018/Fuvest) (…) o “arco do triunfo” é um fragmento de muro que, embora isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exemplos documentados são estruturas do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Império, como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza pela elegância de suas proporções. PEREIRA, J. R. A., Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81. Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, destaca‐se a monumentalidade de suas construções. A relação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está baseada a) no processo de formação da urbe romana e de edificação de entradas defensivas contra invasões de povos considerados bárbaros. b) nas celebrações religiosas das divindades romanas vinculadas aos ritos de fertilidade e aos seus ancestrais etruscos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 35 c) nas celebrações das vitórias militares romanas que permitiram a expansão territorial, a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema escravista. d) na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos plebeus e do alargamento da cidadania romana. e) nos registros das perseguições ao cristianismo e da destruição de suas edificações monásticas. 9. (2018-1º/ Fatec) Ernst Gombrich, historiador de arte, afirmou que uma das principais características dos templos gregos da Antiguidade eram suas proporções humanas. Em outras palavras, os homens não se sentiam minúsculos em relação a essas imponentes construções. Essa característica da arquitetura reflete um aspecto importante da religião grega, já que a) os deuses gregos eram considerados infalíveis e representavam um modelo de perfeição a ser seguido pelos humanos. b) as divindades gregas, na concepção dos filósofos da época, eram a personificação da terra, da água, do fogo e do ar, os quatro elementos naturais. c) os deuses gregos, segundo a tradição oral, escolhiam as cidades que iriam proteger a partir da apreciação estética das construções a eles devotadas. d) os deuses gregos, embora fossem imortais, apresentavam características de personalidade que os assemelhavam aos humanos, como maldade, egoísmo e fraqueza. e) a legislação determinava que os templos fossem construídos a partir das orientações dos oráculos dos deuses, que estabeleciam a forma, as dimensões e os materiais usados na construção. 10. (1º/2019-Fatec) A figura mostra uma tapeçaria funerária produzida no Egito, durante o chamado Período Helenístico, retratando um homem vestido como grego, posicionado entre dois deuses egípcios, Osíris e Anúbis. Assinale a alternativa que explica, corretamente, a fusão das culturas grega e egípcia representada na tapeçaria. Tapeçaria funerária, linho, 1,75m x 1,25m. Sacara, Egito, séc. I a.C. Aegyptisches Museum, Berlim. Apud DOMINGUES, Joelza Esther. História em Documento. Imagem e texto. 6. 2ªed. São Paulo: FTD, 2013. Original colorido. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 36 a) As sucessivas incursões militares empreendidas pela rainha Cleópatra VI nos territórios gregos proporcionaram o contato dos egípcios com a arte e a filosofia helenística, cuja concepção estética influenciou a produção dos artesãos do Baixo Egito. b) Educado por Aristóteles, o faraó Menés, responsável pela unificação dos reinos do Baixo e do Alto Egito, tornou-se grande admirador da arte e da filosofia gregas, e foi o responsável pela difusão da cultura helenística em seu império. c) A política expansionista de Alexandre, o Grande, promoveu o contato dos gregos com outros povos da Europa, da Ásia e da África, e originou a cultura helenística, caracterizada pela miscigenação de diversos elementos culturais. d) Os egípcios tomaram contato com a cultura helenística por meio do comércio com os povos visigodo, ostrogodo, viking e alano que, partindo do norte da Europa, navegavam até o Nilo levando produtos de diferentes procedências. e) Resultado da união política da Grécia e do Egito, por meio do casamento de Alexandre, o Grande, com Cleópatra VI, a cultura helenística foi imposta, muitas vezes à força, a todos os súditos do novo império. 11. (UEG/2013.1) Augusto de Prima Porta, esculpida por volta de 19 a.C., é uma típica escultura da Roma antiga. A diferença dessa escultura em relação às gregas do período clássico está a) na monocromia, indicando maior austeridade dos costumes romanos em comparação com os dos gregos. b) na postura ereta e estática, demonstrando que as esculturas gregas retratavam o movimento dos corpos. c) no caráter político, já que as esculturas gregas priorizavam temas da mitologia religiosa. d) no uso da indumentária militar na composição da obra, uma vez que as esculturas gregas valorizavam o corpo humano. 12. (UEG/2006) O estudo da Antiguidade Oriental e Clássica serve, entre outras coisas, como fonte de conteúdos retóricos argumentativos para a sociedade moderna. Desse modo, expressões surgidas ou referenciadas naquele contexto são constantemente utilizadas no presente. Sobre esse assunto, considere a validade das proposições a seguir. I. A expressão "obras faraônicas", significando modernamente construções grandiosas e de utilidade social duvidosa, originou-se da constatação correta de que as grandes pirâmides do Egito Antigo tinham como única função servirem como obras estético-decorativas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 37 II. A expressão "vitória de Pirro" surgiu da afirmação de Pirro, rei de Épiro, que, após vencer os romanos em uma das batalhas das Guerras Púnicas, afirmou: "com mais uma vitória desta, estou perdido". Modernamente, a frase expressa uma conquista em que as perdas do vencedor são tão grandes como as do perdedor. III. A expressão "presente de grego", modernamente significando um presente dado com má intenção, surgiu do relato da "Ilíada" de um episódio da Guerra de Tróia, no qual os gregos "presentearam" os troianos com um gigantesco cavalo de madeira, em cujo interior havia soldados escondidos, que conquistaram a cidade. Assinale a alternativa CORRETA: a) As proposições I e II são verdadeiras. b) As proposições I e III são verdadeiras. c) As proposições II e III são verdadeiras. d) Todas as proposições são verdadeiras. 13. (2013-1º/Fatec) Para os antigos romanos, o banho era um assunto sério e a higiene da população, uma questão pública. Onde estiveram, os romanos construíram termas e, assim como aprenderam dos gregos, ensinaram aos habitantes locais o hábito cotidiano do banho. Para os romanos, ir às termas era bem mais do que se banhar ou praticar esportes aquáticos. Para o cidadão comum, as termas eram um ambiente em que se apresentavam oradores e poetas, onde se sabiam as últimas notícias, portanto eram tão importantes quanto o anfiteatro e o fórum. As termas eram estabelecimentos públicos, já que a maioria das casas não dispunha de instalações sanitárias apropriadas. (arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/piscinas/historico.htm Acesso em: 08.03.2013. Adaptado) Considerandoas informações do texto, é correto afirmar que as termas romanas a) eram espaços de sociabilidade que reuniam tanto atividades físicas como culturais. b) eram espaços privados nos quais não havia interferência dos poderes públicos. c) concentravam-se nas casas dos imperadores, sendo inacessíveis aos cidadãos. d) tinham pouca relevância nas cidades quando comparadas ao fórum e ao anfiteatro. e) tinham sido impostas pelos gregos quando conquistaram as terras do Império Romano. (FORMAN, Joan. Os romanos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.25) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 38 3.2 – Gabarito 1. B 2. D 3. C 4. 15 5. 22 6. C 7. D 8. C 9. D 10. B 11. D 12. C 13. A ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 39 3.3 – Questões comentadas 1. (UFSM - 2012) Observe as imagens: Com base nas gravuras, reflita a respeito da Antiguidade Clássica e analise as afirmativas a seguir. I. A Civilização Grega não sofreu influência dos egípcios nem dos povos do Oriente Médio. Sua cultura esgotou-se entre os gregos e sua originalidade foi reconhecida apenas com o Renascimento Cultural. II. A arte do período clássico evidenciou o ideal grego de harmonia e equilíbrio, percebido tanto na representação da figura humana quanto no projeto de sociedade, a pólis. III. A arte do período helenístico expressou uma dramaticidade que pode ser entendida como expressão das tensões do mundo grego da época: a derrocada da pólis autônoma e independente e a formação de grandes reinos. IV. Ao conquistar e dominar as cidades gregas, o Império Romano manteve o seu projeto original (oriundo das culturas itálicas) e ignorou a cultura helênica. Está(ão) correta(s) a) apenas I e II. b) apenas II e III. c) apenas I, II e III. d) apenas III e IV. e) apenas IV. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 40 Comentários: A afirmativa I está incorreta, pois a civilização grega teve influência dos povos do Oriente, já que o contato entre eles era frequente, ainda que isso seja mais perceptível no período Arcaico. Além disso, os romanos foram muito influenciados pela cultura grega, principalmente no campo das artes. A afirmativa II está correta, pois harmonia e equilíbrio eram alguns dos ideais da arte e da sociedade grega. A afirmativa III está correta, pois, de fato, nesse período, houve a derrocada da pólis e ergueu-se o império de Alexandre, o Grande. A afirmativa IV está incorreta, pois a arte do império Romano é muito inspirada pela grega. Gabarito: B 2. (UFMS – 2008) O “Coliseu”, também conhecido como “Anfiteatro Flaviano”, deve seu nome à expressão do latim “Coliseum”, devido ao colosso de Nero, que ficava perto da edificação. Embora esteja agora em ruínas devido a terremotos e pilhagens, o Coliseu sempre foi visto como símbolo do a) Renascimento Italiano. b) Império Greco-Romano. c) Renascimento Romano. d) Império Otomano. e) Império Romano. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois durante o renascimento, a arquitetura não se focava em construções como anfiteatros, mas palácios e igrejas, principalmente. A alternativa B está incorreta, pois o período greco-romano refere-se ao momento em que a Macedônia e a Grécia Continental se tornaram províncias romanas. Essa obra se encontra em Roma, portanto, não pertence a nenhum território grego. A alternativa C está incorreta, pois não subdividimos o renascimento dessa maneira. Poderíamos falar em Renascimento Italiano, mas ainda assim essa obra não pertenceria a ele. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 41 A alternativa D está incorreta, pois A alternativa E está incorreta, pois Gabarito: E 3. (UFMS – 2008) A denominada “Arte Clássica” está relacionada às culturas a) grega e inglesa. b) romana e espanhola. c) grega e romana. d) grega e egípcia. e) romana e egípcia. A alternativa A está incorreta, pois A alternativa B está incorreta, pois A alternativa C está incorreta, pois A alternativa D está incorreta, pois A alternativa E está incorreta, pois Gabarito: C 4. (UNESP- 2007) Observe e compare os monumentos. O elemento comum às construções apresentadas constitui a) um esforço de ostentação perdulária, de demonstração de hegemonia e de poder de grandes impérios unificados. b) uma expressão simbólica das concepções religiosas da Antiguidade, que se estenderam até os dias atuais. c) um aspecto da arquitetura monumental que se opõe à concepção do homem como medida de todas as coisas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 42 d) um princípio arquitetônico estrutural modificado ao longo da história por concepções religiosas, políticas e artísticas. e) uma comprovação do predomínio dos valores estéticos sobre os religiosos, políticos e sociais. Comentários: Todas as construções apresentam em comum as colunas, que sustentam e circundam os prédios. Esse elemento aparece tanto em prédios religiosos – como os templos de Luxor e o Parthenon – quanto no prédio do governo brasileiro, o Palácio do Planalto, ligado à política. Além disso, esses prédios também são considerados como obras de arte. Assim, a alternativa correta é alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois não há ostentação perdulária aqui, uma vez que duas das imagens representam templos. A alternativa B está incorreta, pois as concepções religiosas de então não sobreviveram até os dias de hoje, senão como história. A alternativa C está incorreta, pois mesmo no Renascimento, em que o princípio do homem como medida era valorizado, havia construções monumentais. A alternativa E está incorreta, pois não há esse juízo de valor impresso nas imagens, já que as construções não deviam ser apenas belas, como também significativas. Gabarito: D 5. (ESPM - 2005) "A Olimpíada de Atenas é a chance que os gregos pediram a Zeus para expor aos olhos do mundo, no curto espaço de 17 dias, uma queixa que já dura 2 séculos. A queixa é de furto. E diz respeito aos extraordinários frisos de mármore esculpidos por Fídias no Partenon - que está entre os 5 dos mais imponentes monumentos ainda preservados da Antiguidade clássica. Os mármores de Elgin, assim é chamada a preciosidade, duvidoso tributo ao homem que a surrupiou em 1836, e olimpicamente a despachou para casa - isto é, para a Inglaterra. Desde 1816 elas repousam no British Museum". O texto menciona o Partenon, cuja imagem você pode ver neste exercício. Sobre o Partenon é correto afirmar que: a) Foi erguido nos tempos homéricos, estando sua construção descrita na Ilíada e na Odisseia; ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 43 b) Foi um conjunto arquitetônico erguido durante o período arcaico, sendo sua construção descrita por Homero; c) Foi um conjunto arquitetônico mandado construir por Péricles, no período clássico, com obras de Fídias, um dos maiores escultores daquele tempo; d) Foi um conjunto arquitetônico mandado construir por Alexandre da Macedônia e representava o estilo grandioso da arquitetura helenística; e) Foi um conjunto arquitetônico mandado construir pelos romanos, quando a região da Grécia sofreu forte influência da arquitetura dos etruscos. Comentários: O Partenon é um templo dedicado à deusa Atena, localizado na Acrópole de Atenas. Foi erguido a pedido de Péricles, governante de Atenas. O templo era decorado com esculturas de Fídias, um dos maiores escultores do período. Assim, a alternativa correta é alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois os livros da Ilíada eda Odisseia relatam a Guerra de Troia e suas consequências, não a construção do Partenon. A alternativa B está incorreta, pois Homero não faz a descrição da construção do Partenon em nenhum momento. A alternativa D está incorreta, pois o templo não foi uma construção pedida por Alexandre, o Grande. A alternativa E está incorreta, pois a construção do templo é anterior à ocupação romana. Gabarito: C 6. (UEM - 2017) Sobre a arquitetura na Grécia e na Roma antigas, é correto afirmar que 01) os templos gregos são edificações cuja simetria é uma das características mais evidentes. 02) o entablamento horizontal de um templo grego era formado por três partes: arquitrave, friso e cornija. 04) o templo romano possui a sua entrada bem marcada por uma fachada principal. 08) o uso de abóbadas e de arcos na arquitetura romana favoreceu a construção de edifícios amplos. 16) as colunas foram criadas pelos romanos e são de três ordens: dórica, jônica e coríntia. Comentários: O item 01 está correto, pois a simetria é um dos aspectos mais importantes da arte grega de modo geral. O item 02 está correto, pois essas de fato são as partes constitutivas do entablamento. O item 04 está correto, pois é característico dos templos romanos que haja apenas um portal na entrada, com escadas de acesso. O item 08 está correto, pois as abóbadas, construções em forma de arco muito amplas, preenchiam muito bem os espaços e favoreciam a construção em grandes dimensões. O item 16 está incorreto, pois essas colunas foram criadas na civilização grega. Gabarito: 01 + 02 + 04 + 08 = 15 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 44 7. (UFSC - 2015) Sobre as artes na antiguidade, é CORRETO afirmar que: 01) os povos que se estabeleceram na região dos rios Tigre e Eufrates precisavam defender e expandir seu território constantemente, o que os impediu de realizar obras artísticas. 02) as diferentes formas de expressão artística desenvolvidas por diversas sociedades nos permitem conhecer melhor seu passado e podem ser consideradas fontes históricas. 04) a mitologia foi fonte inspiradora de diferentes manifestações artísticas no Egito antigo. Algumas pinturas funerárias, por exemplo, representavam cenas envolvendo ações divinas. 08) entre os poetas mais conhecidos da Roma antiga, figura Virgílio, autor da “Ilíada”, poema que descreve o desenvolvimento do Senado romano. 16) na Grécia antiga, a tragédia foi um gênero literário muito presente nas artes cênicas; várias peças teatrais deste gênero ficaram famosas e foram encenadas em outros períodos da história. 32) os romanos desenvolveram um estilo artístico que permaneceu independente da influência de outros povos, mesmo após a constituição do Império. Comentários: O item 01 está incorreto, pois os povos da Mesopotâmia também tiveram suas próprias expressões artísticas. Um exemplo disso são os zigurates, templos erguidos em homenagem aos deuses. O item 02 está correto, pois a arte de fato pode ser considerada uma espécie de documento acerca das civilizações do passado. O item 04 está correto, pois a arte egípcia de fato é mito ligada às expressões da religião. O item 08 está incorreto, pois A Ilíada é uma obra de Homero, poeta grego, que fala sobre a Guerra de Troia. O item 16 está correto, pois as obras teatrais gregas mais famosas até hoje são as tragédias. O item 32 está incorreto, pois a cultura romana sofre influência inclusive dos povos que domina, como a Grécia por exemplo. Gabarito 02 + 04 + 16 = 22 8. (UPE - 2018) “(...) o teatro trágico usava histórias e personagens que todos conheciam e mostrava o que acontecia a esses personagens, de tal forma que, no final, os espectadores entendessem que as histórias da carochinha que lhes contavam, quando eram crianças, expressavam uma espécie de coerência interna no destino do homem, uma experiência simuladora, cujo objetivo era mostrar o caráter necessário de tudo aquilo que acontecera a um tipo de indivíduo socialmente definido (herói, rei, etc.)”. Eyler, Flávia Maria Schlee. História Antiga: Grécia e Roma: a formação do Ocidente. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 106. (Adaptado). ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 45 O trecho fala da função social do teatro trágico em Atenas, que tinha como principal objetivo a a) diversão dos cidadãos. b) incorporação dos estrangeiros à cidade. c) educação cívica por meio da performance. d) evolução econômica dos metecos. e) destruição da moral dos espartanos. Comentários: O teatro grego tem a função de, através da arte, moralizar e trazer exemplos de comportamento. Além disso, promovia a critica social e as questões da religião. Assim, ele tinha também uma função cívica, ensinando cidadania e política. A alternativa correta é alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois a ideia de arte como diversão sem a necessidade de ser moralizante é mais característica dos romanos do que dos gregos. A alternativa B está incorreta, pois o objetivo do teatro não era incluir os estrangeiros, mas sim trazer questões morais de modo didático. A alternativa D está incorreta, pois os metecos eram estrangeiros que não possuíam direitos políticos. As tragédias não se voltavam exclusivamente a eles nem impactavam em sua evolução econômica. A alternativa E está incorreta, pois ainda que houvesse uma rivalidade entre Esparta e Atenas, não se pode dizer que a produção teatral tivesse como objetivo destruir aos espartanos. Gabarito: C 9. (2012/Unesp) (Templo da Concórdia, Agrigento, Itália.) O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século V a.C., e é um marco da a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela inspiração religiosa politeísta. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 46 b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no processo de helenização empreendido por Alexandre, o Grande. c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de hegemonia romana. d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia. e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus. Comentários A alternativa D é a correta, e aproveitaremos a questão para relembrarmos as três ordens arquitetônicas criadas durante a Grécia Antiga: ❑ Ordem dórica → criada durante a dominação do povo de mesmo nome da península itálica, este estilo é marcado por colunas robustas, utilizadas principalmente em templos de deuses masculinos. ❑ Ordem jônica → Com aparência mais fluida que o estilo anterior, o jônico permitiu maior ornamentação de suas colunas com as volutas, que se assemelham a rolos. ❑ Ordem coríntia → Mais ornamentada que as demais, a ordem coríntia se utiliza de várias folhas e brotos em seu capitel. Gabarito: D 10. (2018/Fuvest) (…) o “arco do triunfo” é um fragmento de muro que, embora isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exemplos documentados são estruturas do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Império, como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza pela elegância de suas proporções. PEREIRA, J. R. A., Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81. Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, destaca‐se a monumentalidade de suas construções. A relação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está baseada a) no processo de formação da urbe romana e de edificação de entradas defensivas contra invasões de povos consideradosbárbaros. b) nas celebrações religiosas das divindades romanas vinculadas aos ritos de fertilidade e aos seus ancestrais etruscos. Fonte: FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2011. p. 71. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 47 c) nas celebrações das vitórias militares romanas que permitiram a expansão territorial, a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema escravista. d) na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos plebeus e do alargamento da cidadania romana. e) nos registros das perseguições ao cristianismo e da destruição de suas edificações monásticas. Comentários Os arcos do triunfo eram monumentos erigidos pelos antigos romanos para a glorificação das campanhas militares vitoriosas do Império e celebração da memória dos imperadores que as organizavam. Estas expedições atendiam as pretensões expansionistas Império, já que por meio delas se obtinham novos contingentes de escravizados, em geral os derrotados destas guerras, além de novos territórios. A alternativa C, portanto, é a correta. Quanto às demais alternativas... ‐ A alternativa A está incorreta, afinal os arcos do triunfo não tinham função militar, mas comemorativa. ‐ As alternativas B e D também estão erradas, pois a construção desses monumentos não tinha propósitos religiosos, mas sim celebrar as campanhas militares vitoriosas. ‐ Como vimos, as autoridades patrícias foram resistentes aos avanços dos plebeus na esfera pública, o que nos leva a crer que dificilmente os direitos conquistados por eles seriam comemorados com monumentos. Assim sendo, a alternativa D está incorreta. Gabarito: C 11. (2018-1º/ Fatec) Ernst Gombrich, historiador de arte, afirmou que uma das principais características dos templos gregos da Antiguidade eram suas proporções humanas. Em outras palavras, os homens não se sentiam minúsculos em relação a essas imponentes construções. Essa característica da arquitetura reflete um aspecto importante da religião grega, já que a) os deuses gregos eram considerados infalíveis e representavam um modelo de perfeição a ser seguido pelos humanos. b) as divindades gregas, na concepção dos filósofos da época, eram a personificação da terra, da água, do fogo e do ar, os quatro elementos naturais. c) os deuses gregos, segundo a tradição oral, escolhiam as cidades que iriam proteger a partir da apreciação estética das construções a eles devotadas. d) os deuses gregos, embora fossem imortais, apresentavam características de personalidade que os assemelhavam aos humanos, como maldade, egoísmo e fraqueza. e) a legislação determinava que os templos fossem construídos a partir das orientações dos oráculos dos deuses, que estabeleciam a forma, as dimensões e os materiais usados na construção. Comentários As divindades gregas, apesar de eternas, apresentavam defeitos e virtudes tipicamente humanas: sentiam ódio, ciúmes, paixão e admiração, entre ele e também por mortais. Tendo isso em conta, a alternativa D é a correta. Quanto às demais, ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 48 - A alternativa A está incorreta, afinal os deuses gregos apresentavam diversas imperfeições humanas. - As divindades gregas foram criadas conforme surgia entre os homens a necessidade de significar o mundo, não se limitando, portanto, aos quatro elementos naturais. A alternativa B, portanto, está incorreta. - As cidades gregas eram compreendidas como fundadas pelos próprios deuses, daí a necessidade de reverenciá-los por meio de construções erguidas em sua homenagem. Dito isso, a alternativa C está incorreta. - A alternativa E está incorreta, uma vez que a construção das cidades seguia os desígnios dos próprios homens, e não de divindades. Gabarito: D 12. (1º/2019-Fatec) A figura mostra uma tapeçaria funerária produzida no Egito, durante o chamado Período Helenístico, retratando um homem vestido como grego, posicionado entre dois deuses egípcios, Osíris e Anúbis. Assinale a alternativa que explica, corretamente, a fusão das culturas grega e egípcia representada na tapeçaria. a) As sucessivas incursões militares empreendidas pela rainha Cleópatra VI nos territórios gregos proporcionaram o contato dos egípcios com a arte e a filosofia helenística, cuja concepção estética influenciou a produção dos artesãos do Baixo Egito. Tapeçaria funerária, linho, 1,75m x 1,25m. Sacara, Egito, séc. I a.C. Aegyptisches Museum, Berlim. Apud DOMINGUES, Joelza Esther. História em Documento. Imagem e texto. 6. 2ªed. São Paulo: FTD, 2013. Original colorido. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 49 b) Educado por Aristóteles, o faraó Menés, responsável pela unificação dos reinos do Baixo e do Alto Egito, tornou-se grande admirador da arte e da filosofia gregas, e foi o responsável pela difusão da cultura helenística em seu império. c) A política expansionista de Alexandre, o Grande, promoveu o contato dos gregos com outros povos da Europa, da Ásia e da África, e originou a cultura helenística, caracterizada pela miscigenação de diversos elementos culturais. d) Os egípcios tomaram contato com a cultura helenística por meio do comércio com os povos visigodo, ostrogodo, viking e alano que, partindo do norte da Europa, navegavam até o Nilo levando produtos de diferentes procedências. e) Resultado da união política da Grécia e do Egito, por meio do casamento de Alexandre, o Grande, com Cleópatra VI, a cultura helenística foi imposta, muitas vezes à força, a todos os súditos do novo império. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal a formação da cultura helenística, resultado da fusão de elementos da cultura greco-romana com as culturas orientais, foi disseminada pelo Império de Alexandre, o Grande, e não por Cleópatra VI. - A verdadeira identidade de Menés, o primeiro faraó do Egito, ainda é desconhecida pelos historiadores e arqueólogos. Dito isso, não procedem as informações contidas na alternativa B, o que a torna incorreta. - A alternativa C é a correta. Apesar da efemeridade do Império Macedônico, diversas contribuições da cultura grega foram transmitidas para os territórios conquistados no Oriente, incluindo a civilização egípcio. A fusão de elementos greco-romanos e orientais deu origem a uma nova cultura, chamada de helenística. - As migrações dos povos germânicos e dos alanos só ocorreram ao final da Antiguidade, sendo o marco transicional para a Idade Média. Os vikings, por sua vez, iniciaram as migrações para a Europa Ocidental somente a partir do século VIII, e não chegaram a entrar em contato com os egípcios. Feitas essas considerações, a alternativa D está incorreta. - A alternativa E está incorreta, afinal Alexandre, o Grande, não se casou com Cleópatra VI, mas com Roxana de Báctria e as persas Estatira II e Parisátide. Gabarito: B ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 50 13. (UEG/2013.1) Augusto de Prima Porta, esculpida por volta de 19 a.C., é uma típica escultura da Roma antiga. A diferença dessa escultura em relação às gregas do período clássico está a) na monocromia, indicando maior austeridade dos costumes romanos em comparação com os dos gregos. b) na postura ereta e estática, demonstrando que as esculturas gregas retratavam o movimento dos corpos. c) no caráter político, já que as esculturas gregas priorizavam temas da mitologia religiosa. d) no uso da indumentária militar na composição da obra, uma vez que as esculturas gregas valorizavam o corpo humano. Comentários Essa é uma questão difícil, pois demandava profundos conhecimentos sobre as artes na Antiguidade Clássica. Vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta,pois originalmente as esculturas romanas eram coloridas. Sua tonalidade, contudo, se perdeu ao longo do tempo, restando a cor original do mármore. - A alternativa B está incorreta, afinal na escultura do imperador Augusto também se verifica a sugestão de movimento dos membros superiores e inferiores. - A alternativa C está incorreta, pois como se verifica na imagem acima, muitas produções artísticas, em especial as esculturas e obras arquitetônicas, são realizadas para glorificar os seus governantes e o esplendor político e militar de Roma. - A alternativa D é a resposta. Enquanto os corpos das esculturas gregas buscam expressar ideais de equilíbrio e beleza, as produções romanas possuem fundo realista, captando traços e imperfeições das personalidades retratadas. Gabarito: D 14. (UEG/2006) O estudo da Antiguidade Oriental e Clássica serve, entre outras coisas, como fonte de conteúdos retóricos argumentativos para a sociedade moderna. Desse modo, expressões surgidas ou referenciadas naquele contexto são constantemente utilizadas no presente. Sobre esse assunto, considere a validade das proposições a seguir. I. A expressão "obras faraônicas", significando modernamente construções grandiosas e de utilidade social duvidosa, originou-se da constatação correta de que as grandes pirâmides do Egito Antigo tinham como única função servirem como obras estético-decorativas. II. A expressão "vitória de Pirro" surgiu da afirmação de Pirro, rei de Épiro, que, após vencer os romanos em uma das batalhas das Guerras Púnicas, afirmou: "com mais uma vitória desta, estou perdido". Modernamente, a frase expressa uma conquista em que as perdas do vencedor são tão grandes como as do perdedor. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 51 III. A expressão "presente de grego", modernamente significando um presente dado com má intenção, surgiu do relato da "Ilíada" de um episódio da Guerra de Tróia, no qual os gregos "presentearam" os troianos com um gigantesco cavalo de madeira, em cujo interior havia soldados escondidos, que conquistaram a cidade. Assinale a alternativa CORRETA: a) As proposições I e II são verdadeiras. b) As proposições I e III são verdadeiras. c) As proposições II e III são verdadeiras. d) Todas as proposições são verdadeiras. Comentários - A afirmativa I está incorreta, pois o adjetivo faraônico remete à grandiosidade das obras arquitetônicas do Egito Antigo, símbolos da glória de seus governantes e que encarnavam as concepções religiosas desta civilização. - A afirmativa II está correta. A expressão vitória de Pirro é utilizada para tratar de uma conquista obtida a duras penas, sendo uma referência ao êxito militar do rei Pirro do Epiro durante as Guerras Pírricas, que venceu os romanos após sacrificar boa parte de seus efetivos. - A afirmativa III está correta. Referência ao Cavalo de Troia relatado pelos versos homéricos em Ilíada, a expressão presente de grego pode significar algo que parece bom a princípio, mas depois se revela ruim. Estando corretas as expressões II e III, a alternativa C é a resposta. Gabarito: C 15. (2013-1º/Fatec) Para os antigos romanos, o banho era um assunto sério e a higiene da população, uma questão pública. Onde estiveram, os romanos construíram termas e, assim como aprenderam dos gregos, ensinaram aos habitantes locais o hábito cotidiano do banho. Para os romanos, ir às termas era bem mais do que se banhar ou praticar esportes aquáticos. Para o cidadão comum, as termas eram um ambiente em que se apresentavam oradores e poetas, onde se sabiam as últimas notícias, portanto eram tão importantes quanto o anfiteatro e o fórum. As termas eram estabelecimentos públicos, já que a maioria das casas não dispunha de instalações sanitárias apropriadas. (arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/piscinas/historico.htm Acesso em: 08.03.2013. Adaptado) Considerando as informações do texto, é correto afirmar que as termas romanas a) eram espaços de sociabilidade que reuniam tanto atividades físicas como culturais. b) eram espaços privados nos quais não havia interferência dos poderes públicos. (FORMAN, Joan. Os romanos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.25) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 52 c) concentravam-se nas casas dos imperadores, sendo inacessíveis aos cidadãos. d) tinham pouca relevância nas cidades quando comparadas ao fórum e ao anfiteatro. e) tinham sido impostas pelos gregos quando conquistaram as terras do Império Romano. Comentários Essa é uma questão de interpretação de texto. Conforme informa o enunciado, nas termas romanas eram praticadas atividades esportivas e onde artistas se apresentavam para os banhistas, além de ser ali o local para se inteirar de acontecimentos recentes. A partir dessas informações, verifica-se a importância desses estabelecimentos como espaços de sociabilidade nos limites dos domínios romanos, estando, portanto, correta a alternativa A. Vejamos agora as demais alternativas: - As alternativas B e C estão incorretas, afinal conforme destaca o próprio texto, as termas eram espaços públicos, afinal a higiene era uma preocupação existente entre as autoridades romanas. - Nas palavras do próprio enunciado, as termas eram “tão importantes quanto o anfiteatro e o fórum”. Tendo isso em conta, a alternativa D está incorreta. - A alternativa E está incorreta, afinal os banhos públicos foram uma invenção dos romanos. Gabarito: A 16. (FATEC – 2018) Ernst Gombrich, historiador de arte, afirmou que uma das principais características dos templos gregos da Antiguidade eram suas proporções humanas. Em outras palavras, os homens não se sentiam minúsculos em relação a essas imponentes construções. Essa característica da arquitetura reflete um aspecto importante da religião grega, já que A) os deuses gregos eram considerados infalíveis e representavam um modelo de perfeição a ser seguido pelos humanos. B) as divindades gregas, na concepção dos filósofos da época, eram a personificação da terra, da água, do fogo e do ar, os quatro elementos naturais. C) os deuses gregos, segundo a tradição oral, escolhiam as cidades que iriam proteger a partir da apreciação estética das construções a eles devotadas. D) os deuses gregos, embora fossem imortais, apresentavam características de personalidade que os assemelhavam aos humanos, como maldade, egoísmo e fraqueza. E) a legislação determinava que os templos fossem construídos a partir das orientações dos oráculos dos deuses, que estabeleciam a forma, as dimensões e os materiais usados na construção. Comentários: As divindades gregas, apesar de eternas, apresentavam defeitos e virtudes tipicamente humanas: sentiam ódio, ciúmes, paixão e admiração, entre ele e também por mortais. Tendo isso em conta, a alternativa D é a correta. Quanto às demais, - A alternativa A está incorreta, afinal os deuses gregos apresentavam diversas imperfeições humanas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 53 - As divindades gregas foram criadas conforme surgia entre os homens a necessidade de significar o mundo, não se limitando, portanto, aos quatro elementos naturais. A alternativa B, portanto, está incorreta. - As cidades gregas eram compreendidas como fundadas pelos próprios deuses, daí a necessidade de reverenciá-los por meio de construções erguidas em sua homenagem. Dito isso, a alternativa C está incorreta. - A alternativa E está incorreta, uma vez que a construção das cidades seguia os desígnios dos próprios homens, e não de divindades. Gabarito: D 17. (UEM – 2017) Sobre a arquitetura na Grécia e na Roma antigas, é correto afirmar que 01) os templos gregos são edificações cuja simetria é uma das características mais evidentes. 02) o entablamento horizontal de um templo grego era formadopor três partes: arquitrave, friso e cornija. 04) o templo romano possui a sua entrada bem marcada por uma fachada principal. 08) o uso de abóbadas e de arcos na arquitetura romana favoreceu a construção de edifícios amplos. 16) as colunas foram criadas pelos romanos e são de três ordens: dórica, jônica e coríntia. Comentários: O item 01 está correto, pois a simetria é um dos aspectos mais importantes da arte grega de modo geral. O item 02 está correto, pois essas de fato são as partes constitutivas do entablamento. O item 04 está correto, pois é característico dos templos romanos que haja apenas um portal na entrada, com escadas de acesso. O item 08 está correto, pois as abóbadas, construções em forma de arco muito amplas, preenchiam muito bem os espaços e favoreciam a construção em grandes dimensões. O item 16 está incorreto, pois essas colunas foram criadas na civilização grega. Gabarito: 01 + 02 + 04 + 08 = 15 18. (UNB - 2016) No universo artístico, existe a possibilidade de diferentes linguagens artísticas relacionarem- se entre si, possibilitando mestiçagens e hibridismos estéticos e poéticos. A redescoberta, sob outros signos, tornou-se característica do teatro do século XX. Em relação ao encontro do teatro com a técnica cinematográfica, o primeiro passo à frente foi o da fantasia e do truque, alcançado por Georges Méliès; o segundo, a farsa burlesca; e o terceiro, o action ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 54 tableau (quadro vivo), que se originou no teatro do século XIX. No entanto, os passos dados pelo teatro em direção ao cinema acabaram por gerar, na classe dos teatrólogos, uma necessidade de distinção dessas duas artes. Tal preocupação está presente, por exemplo, no discurso de René Clair, que rejeitou qualquer aproximação entre teatro e cinema, os quais considerava irmãos díspares, argumentando que ambos são governados por leis artísticas claramente diferentes. Margot Berthold. História mundial do teatro. 5.a ed. São Paulo: Perspectiva, 2011, p. 523-524 (com adaptações). Considerando o texto apresentado como referência inicial, julgue o item que se segue. Na Antiguidade Clássica, o teatro desempenhou papéis diferentes: na Grécia, as peças eram de cunho religioso, sem qualquer conotação de ordem política ou moral; em Roma, as encenações obedeciam ao roteiro estabelecido pelas autoridades imperiais, o que as restringiam à temática da paz, além da condenação à escravidão. ( ) Certo. ( ) Errado. Comentários: A afirmativa é incorreta, o teatro grego, tem origem nas festas para o deus Dionísio, entretanto, as peças teatrais gregas não se resumiam em peças religiosos, também eram retratadas situações cotidianas e até mesmo criticas ao governo. É falsa a afirmativa de que o teatro servisse como forma de condenação da escravidão romana. Gabarito: Errado 19. (UFSC – 2015) Sobre as artes na antiguidade, é CORRETO afirmar que: 01. os povos que se estabeleceram na região dos rios Tigre e Eufrates precisavam defender e expandir seu território constantemente, o que os impediu de realizar obras artísticas. 02. as diferentes formas de expressão artística desenvolvidas por diversas sociedades nos permitem conhecer melhor seu passado e podem ser consideradas fontes históricas. 04. a mitologia foi fonte inspiradora de diferentes manifestações artísticas no Egito antigo. Algumas pinturas funerárias, por exemplo, representavam cenas envolvendo ações divinas. 08. entre os poetas mais conhecidos da Roma antiga, figura Virgílio, autor da “Ilíada”, poema que descreve o desenvolvimento do Senado romano. 16. na Grécia antiga, a tragédia foi um gênero literário muito presente nas artes cênicas; várias peças teatrais deste gênero ficaram famosas e foram encenadas em outros períodos da história. 32. os romanos desenvolveram um estilo artístico que permaneceu independente da influência de outros povos, mesmo após a constituição do Império. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 55 Comentários: O item 01 está incorreto, pois os povos da Mesopotâmia também tiveram suas próprias expressões artísticas. Um exemplo disso são os zigurates, templos erguidos em homenagem aos deuses. O item 02 está correto, pois a arte de fato pode ser considerada uma espécie de documento acerca das civilizações do passado. O item 04 está correto, pois a arte egípcia de fato é mito ligada às expressões da religião. O item 08 está incorreto, pois A Ilíada é uma obra de Homero, poeta grego, que fala sobre a Guerra de Troia. O item 16 está correto, pois as obras teatrais gregas mais famosas até hoje são as tragédias. O item 32 está incorreto, pois a cultura romana sofre influência inclusive dos povos que domina, como a Grécia por exemplo. Gabarito: 02 + 04 + 16 = 22 20. (UNB – 2013) O banquete tinha tanta importância quanto a vidados salões no século XVIII e mesmo quanto a corte do Ancien Régime. Os imperadores não tinham corte; viviam em seu palácio, na colina do Platino, à maneira dos nobres de Roma em suas mansões, cercados de escravos e libertos, mas, caída a noite, jantavam com seus convidados, que eram senadores ou simples cidadãos cuja companhia apreciavam. Paul Veyne. O Império Romano. In: Philippe Ariès; Georges Duby. História da vida privada: do império romano ao ano mil. 2.ª ed. Trad.: Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 181 (com adaptações). Considerando o fragmento de texto e as obras reproduzidas acima, julgue o item. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 56 Estudos arqueológicos demonstraram que as habitações da aristocracia romana eram dotadas de sistemas de abastecimento de água, de captação de águas pluviais e de escoamento de águas residuais. ( ) Certo. ( ) Errado. Comentários: Roma ficava em uma região fértil e com diversos rios, em função dessa condição, os romanos desenvolveram um sofisticado sistema hidráulico composto por aquedutos que conduziam água para latrinas, banheiros públicos e chafarizes. A casa da aristocracia conhecida como Dommus, não se privava dos benefícios, contavam também com o sistema de abastecimento de água citado. Portanto a afirmativa é verdadeira. Gabarito: Certo ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Antiguidade Clássica AULA 02 – Antiguidade Clássica 57 Considerações finais Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais! Prof.ª Celina Gil /professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil Versão Data Modificações 1 10/12/2021 Primeira versão do texto.