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AULA 4 DAMENTOS DE SISTEMAS DE CONTROLE

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AULA 4 
DAMENTOS DE SISTEMAS DE CONTROLE 
CONVERSA INICIAL 
Caro aluno, seja bem-vindo à sua quarta aula de Fundamentos de 
Sistemas de Controle. Nesta aula, abordaremos a linguagem de 
programação Ladder. Analisaremos os fundamentos da linguagem 
Ladder, as instruções de contatos e bobinas, os contadores e 
comparadores, os temporizadores, as operações matemáticas 
básicas e as funções especiais. Neste contexto, a ideia é que, ao 
final da aula, você tenha uma boa noção da linguagem de 
programação Ladder, a qual pode ser utilizada para a automação 
de um processo. 
CONTEXTUALIZANDO 
A linguagem de programação deve traduzir as funções a serem 
executadas e, para isso, ela precisa ser a mais simples possível. A 
linguagem pode usar abreviações, Figuras ou identificações de 
forma a tornar-se acessível a todos os níveis de tecnológicos. A 
linguagem Ladder é uma representação gráfica da linguagem de 
programação do CLP. Também conhecida como lógica de diagrama 
de contatos, a linguagem Ladder consiste em um sistema de 
representação que mais se assemelha à tradicional notação de 
diagramas elétricos, e permite desenvolver lógicas combinacionais, 
sequenciais ou ambas. Utiliza como operadores para essas 
lógicas: entradas, saídas, estados auxiliares e registros numéricos. 
Vamos, nesta quarta aula, entender um pouco da linguagem de 
programação Ladder descrita na norma IEC61131-3. 
TEMA 1 – PROGRAMAÇÃO LADDER 
A Ladder foi a primeira linguagem destinada à programação de 
CLPs, criada para permitir que técnicos e engenheiros da área de 
automação com conhecimentos de lógica de relés e nenhum de 
programação conseguissem programar o CLP. Por esse motivo, ela 
se tornou a linguagem mais popular entre os programadores 
(Parede; Gomes, 2011). 
1.1 Funcionamento básico da linguagem Ladder 
As variáveis associadas aos elementos de entrada, saída, 
memória, temporizadores e contadores são denominados 
operandos. O programa executa operações lógicas e aritméticas 
com esses operandos. 
02 
Na linguagem Ladder, as linhas de contatos (instruções) possuem 
a aparência de degraus (rungs) de uma escada (ladder), e podem 
ser associadas a uma estrutura de colunas e linhas, conforme 
ilustra a Figura 1. Em cada linha, as instruções correspondem ao 
programa, ou seja, ao processamento dos operandos, e o resultado 
é atribuído a outro operando no bloco “Saída”, à direita (Parede; 
Gomes, 2011). 
Figura 1 – Diagrama Ladder 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
O número de linhas e colunas, ou elementos e associações que 
cada rung admite, varia conforme o fabricante do CLP e pode variar 
também de acordo com a UCP utilizada. Em geral, esses limites 
devem ser avaliados pelo técnico ou engenheiro no 
desenvolvimento do programa de aplicação, pois, se o limite for 
ultrapassado, o software de programação apresentará uma 
mensagem de erro durante a compilação do programa. 
Os operandos podem ser divididos em três classes: 
• �  Memória (M) – Servem para o armazenamento dos 
resultados parciais, valores de constantes, dados de 
transmissão, valores de referência, receitas etc. Esses 
operandos podem ser livremente lidos e escritos pelo 
programa; 
• �  Entradas (I) – Estão associados aos módulos de 
entrada. Podem ser lidos pelo programa, mas escritos apenas 
pelos módulos de entrada; 
• �  Saídas (Q) – Estão associados aos módulos de 
saída. Podem ser livremente lidos e escritos pelo programa. 
 
03 
Os operandos, por sua vez, são divididos, inicialmente, em cinco 
tipos, segundo sua utilização e número de bits: 
• �  Bits (X) – Utilizados para a implementação de lógica, 
ocupam 1 bit de memória; 
• �  Bytes (B) – Utilizados para o armazenamento de 
caracteres ASCII, ocupam 8 bits; 
• �  Words (W) – Utilizados para o armazenamento de 
valores numéricos inteiros, ocupam 16 bits; 
• �  Double word (D) – Semelhante ao tipo W, ocupa 32 
bits; 
• �  Word long (L) de 64 bits – Semelhante ao tipo W, 
ocupa 64 bits. 
Originalmente, na linguagem Ladder, cada instrução 
correspondia aos contatos NA ou NF dos relés, cujo estado 
era definido pelo valor do operando (do tipo B) a ele 
associado. Na mesma época, as saídas eram as bobinas 
(operando tipo B). Com o tempo, os blocos de instruções 
passaram a contemplar contadores, temporizadores, 
operações aritméticas etc., que exigiram a criação dos tipos 
de operando citados anteriormente. 
Mesmo tendo sido a primeira linguagem destinada 
especificamente à programação de PLCs, a Linguagem 
Ladder mantém-se, ainda, como a mais utilizada, estando 
presente praticamente em todos os PLCs disponíveis no 
mercado. Por ser uma linguagem gráfica, baseada em 
símbolos semelhantes aos encontrados nos esquemas 
elétricos (contatos e bobinas), as possíveis diferenças 
existentes entre os fabricantes de PLCs quanto à 
representação das instruções são facilmente assimiladas 
pelos usuários (Oliveira, 2017). 
Cada Elemento (contato ou bobina, por exemplo) da Lógica de 
Controle representa uma Instrução da Linguagem Ladder 
sendo alocada em um endereço específico e consumindo 
quantidade determinada de memória (word) disponível para 
armazenamento do Programa de Aplicação, conforme a CPU 
utilizada. Um mesmo símbolo gráfico da Linguagem Ladder 
(Contato Normalmente Aberto, por exemplo) pode representar 
Instruções diferentes, dependendo da localização na Lógica 
de Controle (Oliveira, 2017). 
A Figura 2 apresenta a equivalência entre o Programa de 
Aplicação em Linguagem Ladder e o mesmo Programa em 
Linguagem de Lista de Instruções (Linguagem de Máquina – 
mnemônicos). Como pode ser visto, cada Instrução utilizada 
na Linguagem Ladder ocupou apenas um endereço de 
memória, o que é verificado pelo incremento simples de 
endereço em Linguagem de Lista de 
04 
Instruções. Porém, há instruções que ocupam mais de um 
endereço de memória, conforme a CPU utilizada (Oliveira, 2017). 
Figura 2 – Equivalência de linguagens 
Fonte: Oliveira (2017). 
A relação entre o símbolo gráfico da Linguagem Ladder e a 
Instrução a ser executada pode ser verificada nos Endereços 0 e 1 
do Programa em Linguagem de Lista de Instruções. Neste caso, a 
representação em Linguagem Ladder para os Elementos XO e X2 
são Contatos Normalmente Abertos idênticos. Porém, a localização 
de cada um na Lógica de Controle determina Instruções diferentes, 
ou seja, o Contato Normalmente Aberto de XO, por iniciar o rung, 
determina a Instrução 'Store' (STR XO). Por sua vez, o Contato 
Normalmente Aberto de X2 (com representação gráfica idêntica à 
de XO), por estar em paralelo com XO, determina a Instrução 
'Or' (OR X2). Esta característica da Linguagem Ladder 
normalmente facilita o desenvolvimento do Programa de Aplicação, 
uma vez que o usuário precisa certificar-se apenas se a associação 
desejada é aceita pela CPU utilizada, não se prendendo à 
Instrução propriamente dita (Oliveira, 2017). 
Os conceitos apresentados em seguida são necessários para o 
correto desenvolvimento de Programas de Aplicação em 
Linguagem Ladder. Eles são aplicados a todos os PLCs, 
independentemente de fabricante e de recursos disponíveis na 
CPU utilizada (Oliveira, 2017). 
 
05 
Figura 3 – Exemplo e lógica Ladder – CLP Ge Rx3i 
Fonte: Oliveira (2017). 
TEMA 2 – CONTATOS E BOBINAS 
O diagrama de contatos Ladder funciona como um esquema 
elétrico cujos principais elementos são o contato normalmente 
aberto, o contato normalmente fechado e a bobina do relé. 
2.1 Contatos NA 
Essa instrução funciona do seguinte modo: quando o bit associado 
a um contato normalmente aberto for acionado, o contato fechará; 
caso contrário, ele permanecerá aberto. Outra maneira de entender 
é imaginando um botão com o contato normalmente aberto: 
enquanto esse botão estiver solto, o contato ficará aberto, porém, 
ao ser pressionado, o contato do botão fechará (Parede; Gomes, 
2011). 
Caso o botão NA esteja em um circuito elétrico, ocorrerá a 
passagem de corrente elétrica nos componentes do circuito. Se 
houver uma carga em sériecom esse botão e uma tensão de 
alimentação, a carga será acionada (Parede; Gomes, 2011). 
A Figura 4 mostra o circuito elétrico, e a Figura 5, a representação 
gráfica de um contato NA em diagrama Ladder. Note que, na Figura 
5, em cima da instrução NA, aparece o endereço do operando 
relacionado a ela (Parede; Gomes, 2011). 
06 
Figura 4 – Circuito elétrico – contato NA 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 5 – Representação contato NA – Linguagem Ladder 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Na Figura 5, o contato NA relacionado ao operando I0.0 (entrada) 
estará aberto se a entrada estiver desacionada (nível lógico 0), e 
fechado se a entrada estiver acionada (nível lógico 1) (Parede; 
Gomes, 2011). 
2.2 Contatos NF 
Essa instrução funciona do seguinte modo: quando o bit associado 
a um contato normalmente fechado for acionado, o contato abrirá; 
caso contrário, ele permanecerá fechado. Outra maneira de 
entender é imaginar um botão com o contato normalmente 
fechado: enquanto esse botão estiver solto, o contato ficará 
fechado, porém, ao ser pressionado, o contato do botão abrirá 
(Parede; Gomes, 2011). 
Caso o botão NF esteja em um circuito elétrico, não ocorrerá 
passagem de corrente elétrica. Se houver uma carga em série com 
esse botão e uma tensão de alimentação, a carga será desligada 
(Parede; Gomes, 2011). 
A Figura 6 mostra o circuito elétrico, e a Figura 7, a representação 
gráfica de um contato NF em diagrama Ladder. Note que, na Figura 
7, em cima da instrução NF, aparece o endereço do operando 
relacionado a ela (Parede; Gomes, 2011). 
 
07 
Figura 6 – Circuito elétrico – Contato NF 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 7 – Representação contato NF – Linguagem Ladder 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Na Figura 7, o contato NF relacionado ao operando I0.1 (entrada) 
estará fechado se a entrada estiver desligada (nível lógico 0), e 
aberto se a entrada estiver acionada (nível lógico 1) (Parede; 
Gomes, 2011). 
2.3 Bobina de Saída 
A saída tem por base a ideia de continuidade lógica a ser garantida 
entre os extremos das linhas de programação. Uma saída será 
verdadeira se todas as instruções declaradas na linha lógica forem 
verdadeiras (Parede; Gomes, 2011). 
2.3.1 Bobina NA 
Essa instrução, ao ser acionada, transfere para o endereço 
associado a ela o valor da tensão que estiver em sua entrada. Por 
exemplo, em circuitos elétricos, utilizam-se diretamente relés ou 
contatores para acionar cargas como motores, resistências etc. Na 
Figura 8, quando aciona-se o botão 1, energiza-se a bobina do relé 
1, o que, consequentemente, fecha os contatos 13 e 14, acionando 
a carga (Parede; Gomes, 2011). 
O relé 1 representa uma saída normalmente aberta, que tem como 
operando o endereço de saída Q0.0. A Figura 9 mostra a 
representação gráfica de uma saída normalmente aberta. Note 
que, em cima da instrução bobina, aparece o endereço do 
operando relacionado a ela (Parede; Gomes, 2011). 
 
08 
Figura 8 – Circuito elétrico para acionamento de uma carga 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 9 – Representação bobina NA – Linguagem Ladder 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
2.3.2 Bobina NF 
Essa instrução, ao ser acionada, transfere para o endereço 
associado a ela o valor de tensão oposto ao de sua entrada. Na 
Figura 10, quando acionamos o botão 1, energizamos a bobina do 
relé 1, o que, consequentemente, abre os contatos 21 e 22, 
desligando a carga. Nesse caso, o relé 1 representa uma saída 
normalmente fechada que tem como operando o endereço de 
saída Q0.1. A Figura 11 mostra a representação gráfica de uma 
saída normalmente fechada. Note que, em cima da instrução 
bobina, aparece o endereço do operando relacionado a ela 
(Parede; Gomes, 2011). 
Figura 10 – Circuito elétrico para desacionar uma carga 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 11 – Representação bobina NF – Linguagem Ladder 
 
 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
09 
2.4 Exemplos de Funcionamento Contato e Bobina NA 
Faça o diagrama Ladder para o circuito da Figura 12. Figura 12 – 
Exemplo diagrama elétrico contato NA 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
2.4.1 Solução 
O programa começa com a identificação das entradas e das 
saídas. Monte uma tabela mostrando cada um desses endereços e 
relacione-os a uma simbologia que identifique a função das 
instruções (Figura 13). Em programas complexos, isso é essencial 
na resolução de problemas e em modificações técnicas. Se 
possível, adicione um comentário (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 13 – Endereço, símbolo e comentários – Programa Ladder 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
O programa em Ladder para o circuito, apresentado na Figura 14, 
mostra que a saída simples (Q0.0) será acionada somente quando 
a entrada (I0.0) for acionada, ou seja, quando estiver em nível 
lógico “1” (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 14 – Programa em Ladder para circuito da Figura 12 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
 
 
 
010 
A Figura 15 ilustra o diagrama de estado da entrada (I0.0) e da 
saída (Q0.0) em função do tempo. Note que o estado da saída 
acompanha o estado da entrada (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 15 – Diagrama de estado do contato e bobina NA 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
2.5 Contato por Borda Positiva 
Outra das instruções consideradas especiais, por apresentarem 
características e aplicações peculiares, é o contato por borda 
positiva (Figura 16). Essa instrução gera um pulso na saída 
associada a ela. O pulso tem o período de 1 scan e inicia-se 
quando a entrada faz a passagem do nível lógico “0” para o “1”. 
(Parede; Gomes, 2011). 
Figura 16 – Representação gráfica contato de pulso positivo 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
2.6 Contato por Borda Negativa 
A instrução contato por borda negativa (Figura 17) gera um pulso 
na saída associada a ela. Esse pulso tem o período de 1 scan e 
inicia-se quando a entrada faz a passagem do nível lógico “1” para 
o “0” (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 17 – Representação gráfica contato de pulso negativo 
 
 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
011 
2.7 Bobina Set e Reset 
As instruções set e reset são utilizadas para memorização dos 
sinais de saída do CLP. A instrução set (Figura 18) serve para 
acionar e manter acionado um operando de saída quando, na 
entrada associada a ela, houver um pulso (passagem do nível 
lógico “0” para o “1”). Mesmo que a entrada associada à instrução 
set passe para o nível lógico “0” (transição do nível lógico “1” para 
o “0”), a saída permanecerá acionada (Parede; Gomes, 2011). 
A instrução reset (Figura 19) serve para desacionar (e manter 
desacionado) um operando de saída quando, na entrada associada 
a ela, houver um pulso (passagem do nível lógico “0” para o “1”). A 
instrução reset permanecera em “0” mesmo que a entrada 
associada a ela passe para o nível lógico “0” (transição do nível 
lógico “1” para o “0”) (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 18 – Representação gráfica bobina set 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 19 – Representação gráfica bobina reset 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Em resumo, a saída set liga um operando quando a entrada 
associada a ele passa do nível lógico “0” para o “1”, e a saída reset 
desliga o operando quando a entrada associada a ele passa de “0” 
para “1” (Figura 20) (Parede; Gomes, 2011). 
 
 
012 
Figura 20 – Lógica Ladder utilizando set e reset 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Analisando o diagrama de estado do programa da Figura 20, pode-
se notar que a saída set, carga (Q0.0), é acionada quando a 
entrada liga (I0.0) passa do nível lógico “0” para o “1” e permanece 
acionada mesmo quando a entrada liga (I0.0) passa para o nível 
lógico “0”. A saída carga (Q0.0) só será desligada quando a entrada 
desliga (I0.1) for acionada (Figura 21) (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 21 – Diagrama de estados – set e reset 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
TEMA 3 – CONTATORES E COMPARADORES 3.1 
Contator 
Os contadores são usados quando se deseja contar o número de 
vezes que determinado evento ocorre – por exemplo, peças 
produzidas, operações realizadas etc. (Parede;Gomes, 2011). 
O contador (Figura 22) incrementa uma unidade toda vez que o 
contato associado à entrada (CU) passa do estado lógico “0” para o 
“1”, até atingir o valor predeterminado (valor do preset). Quando o 
valor atual atingir o valor do preset, a saída (E) do contador será 
acionada, passando do nível lógico “0” para o “1”. Quando a 
entrada associada ao reset (R) do contador for acionada, passando 
do nível lógico “0” para o “1”, o valor atual do contador será zerado, 
podendo reiniciar 
 
013 
a contagem assim que a entrada associada ao reset voltar ao 
estado inicial (nível lógico “0”) (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 22 – Símbolo contador up 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
A Figura a seguir apresenta os parâmetros do contador. 
Figura 23 – Parâmetros contador up 
 
 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
014 
3.1.1 Exemplo de Utilização de Contator 
Um exemplo de aplicação do contador é a limitação da quantidade 
de peças produzidas por uma máquina. Quando forem produzidas 
seis peças, o processo deve ser interrompido para sua retirada. 
Depois disso, deve ser reiniciado (Parede; Gomes, 2011). 
3.1.2 Solução 
Os materiais necessários são: dois botões de contato momentâneo 
com retorno por mola, um sensor indutivo e o CLP. Os endereços, 
símbolos e comentários são apresentados na Figura a seguir 
(Parede; Gomes, 2011). 
Figura 24 – Endereços, símbolos e comentários para exemplo de 
contador 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
A Figura 25 mostra o programa em Ladder. 
Figura 25 – Diagrama Ladder exemplo contador 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
 
 
015 
No exemplo, alguns importantes conceitos de comandos elétricos 
são utilizados na primeira linha (rung). A memória (M00) está 
associada em série com o endereço liga (I0.0). Essa linha só será 
verdadeira se a memória (M00) não estiver acionada, 
estabelecendo uma dependência de funcionamento, ou seja, a 
máquina (Q0.0) somente será acionada se a memória (M00) estiver 
desacionada. 
Ainda na lógica 1, a segunda linha utiliza o conceito de selo elétrico 
executado pelo endereço de saída da máquina (Q0.0). Essa lógica 
depende apenas do endereço liga (I0.0) para acionar a saída, que 
se mantém fechada por meio do endereço de saída da máquina 
(Q0.0) realocado como entrada. O desligamento da máquina 
depende do endereço desliga (I0.1) ou do endereço de memória 
(M00) (Parede; Gomes, 2011). 
Na lógica 2, o contador foi parametrizado para contar até 6. 
Quando o valor atual atinge o valor do preset, a saída (E) do 
contador vai para nível lógico "1", acionando a memória (M00) 
também com nível lógico "1". Ao ser acionada, desliga o selo da 
lógica 1 (Parede; Gomes, 2011). 
Os pulsos para a contagem são fornecidos pelo sensor (I0.2), mas 
somente são validos quando a entrada de máquina (Q0.0) está 
acionada, ou seja, no nível lógico "1". Quando a memória (M00) é 
acionada, o sistema fica paralisado, podendo ser reiniciado ao 
acionar o operando desliga (I0.1), que reseta o contador e prepara 
a lógica "1" para ser acionada. O operando liga (I0.0) reinicia o 
processo. A Figura a seguir mostra o diagrama de estado (Parede; 
Gomes, 2011). 
Figura 26 – Diagrama de estados exemplo contador 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
3.2 Comparadores 
Em programação, muitas vezes é necessário comparar dois 
valores. Para isso, pode-se usar as instruções de comparação. Os 
comparadores utilizam dois 
 
016 
operandos, que podem ser byte, word ou constante. O programa é 
realizado com os operandos 1 e 2 (Figura 27). Caso os valores 
satisfaçam a condição de comparação e a entrada do comparador 
esteja habilitada, a saída do comparador será acionada, 
habilitando, assim, a saída do sistema (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 27 – Símbolo comparador 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
As comparações que podem ser feitas são: igual, maior que, menor 
que, maior ou igual a, menor ou igual a e diferente. 
Figura 28 – Diagrama Ladder exemplo comparador igual 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 29 – Diagrama Ladder exemplo comparador maior 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 30 – Diagrama Ladder exemplo comparador menor 
 
 
 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
017 
Figura 31 – Diagrama Ladder exemplo comparador maior e igual 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 32 – Diagrama Ladder exemplo comparador menor e igual 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 33 – Diagrama Ladder exemplo comparador diferente 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
TEMA 4 – TEMPORIZADORES 
Em sistemas automatizados, é comum incluir a variável tempo no 
processo. Nesses casos, o temporizador é utilizado para definir o 
intervalo de tempo entre duas operações, verificar se uma 
operação ocorre dentro do tempo esperado, ou, ainda, definir o 
tempo de duração de uma operação. Em geral, podem existir três 
tipos de temporizadores nos CLPs: temporizador na energização 
(TON); temporizador na desenergização (TOFF); e temporizador de 
pulso (TP). Os parâmetros e operandos aqui apresentados são 
aceitos nesses três tipos (Parede; Gomes, 2011). 
Ao utilizar os temporizadores TON, TOFF e de pulso, o 
programador deve obedecer às seguintes regras: 
 
� Txx – Número do temporizador, definido pelo usuário; 
018 
• �  Time base – Base de tempo do temporizador (1s, 
0,1s e 0,01s), definida pelo usuário; 
• �  Txx.P – Valor do preset do temporizador, definido 
pelo usuário. É um número inteiro na faixa de 0 a 65 535; 
• �  Txx.V – Valor atual do temporizador, definido por 
software. É um número inteiro na faixa de 0 a 65 535; 
• �  Q – Status da saída do temporizador, definido por 
software. É ativado quando o valor atual do temporizador se 
iguala ao valor do preset. Bit (0 ou 1); 
• �  E – Enable do temporizador, definido pelo usuário. 
Quando ativado, faz a contagem do tempo. Bit (0 ou 1); 
• �  Na saída (Q) do temporizador, os operandos aceitos 
são aqueles com tamanho de 1 bit (nível lógico 0 ou 1). Essas 
variáveis podem ser: 
! Qxx (saídas digitais); 
! Mxx (bits de memória); 
! MRxx (bits de memória retentiva); ! LTxx (LED da IHM). 
No valor do preset do temporizador, os parâmetros aceitos 
são valores com tamanho de 1 word (valor de 0 a 65 535) 
(Parede; Gomes, 2011). 
4.1 Temporizador TON 
Esse tipo de temporizador (Figura 34) causa retardo na 
energização de sua saída. Para isso, ele inicia a contagem do 
tempo a partir do instante em que a entrada enable (E) é 
habilitada, passando do nível lógico “0” para o “1”. 
Quando o valor atual do temporizador (Txx.V) se igualar ao 
tempo do preset (Txx.P), a saída do temporizador será 
acionada, passando do nível lógico “0” para o “1”. Se, a 
qualquer instante, a entrada enable (E) for desabilitada, 
passando do nível lógico “1” para o “0”, o valor atual do 
temporizador (Txx.V) será zerado e sua saída (Q) será 
desabilitada, retornando ao estado inicial, ou seja, nível lógico 
“0” (Parede; Gomes, 2011). 
019 
Figura 34 – Símbolo gráfico temporizador TON 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 35 – Diagrama Ladder utilizando temporizador TON 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 36 – Diagrama de estados temporizador TON 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
4.2 Temporizador TOFF 
Nesse tipo de temporizador (Figura 37), ao acionarmos a entrada 
enable (E), o valor atual do temporizador (Txx.V) zera e a saída 
(Txx.Q) passa para o nível lógico “1”, acompanhando a entrada. O 
retardo acontece na desenergização, ou seja, quando 
desacionamos a entrada enable (E), passando do nível lógico “1” 
para o “0”, de modo que se inicia a contagem do tempo que 
causará o retardo na saída (Txx.Q). A partir do instante em que o 
valor atual do temporizador (Txx.V) se igualar ao tempo do preset 
(Txx.P), a saída do temporizador será desacionada, passando do 
nível lógico “1” para o “0” (Parede; Gomes, 2011). 
 
 
020 
Figura 37 – Símbolo gráfico temporizador TOFF 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 38 – Diagrama Ladder utilizando temporizador TOFF 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 39 – Diagrama de estados temporizadorTOFF 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
4.3 Temporizador TP 
Nesse tipo de temporizador (Figura 40), se, ao acionarmos a 
entrada enable (E), o pulso de entrada for menor que o tempo do 
preset (Txx.P) do temporizador, a saída será igual à entrada. Se a 
entrada permanecer acionada por tempo maior que o tempo do 
preset (Txx.P) do temporizador, a saída ficará acionada somente 
pelo tempo do preset (Txx.P), gerando um pulso na saída (Parede; 
Gomes, 2011). 
 
 
021 
A partir do instante em que o valor atual do temporizador (Txx.V) se 
igualar ao tempo do preset (Txx.P), a saída (Q) do temporizador 
será desativada, passando do nível lógico “1” para o “0”. Um fato 
relevante é que existem pequenas variações no comportamento 
desse timer, dependendo do fabricante. Alguns modelos, por 
exemplo, mantêm a saída do timer ativada mesmo para pulsos 
curtos no enable, desligando após Txx.P. Dessa maneira, 
recomenda-se consultar o manual do fabricante (Parede; Gomes, 
2011). 
Figura 40 – Símbolo gráfico temporizador TP 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 41 – Diagrama Ladder utilizando temporizador TP 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
Figura 42 – Diagrama de estados temporizador TP 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
 
 
 
022 
TEMA 5 – OPERAÇÕES MATEMÁTICAS E FUNÇÕES 
ESPECIAIS 5.1 Operações Matemáticas 
Essas instruções têm como função executar operações aritméticas 
entre dois operandos, colocando o resultado em um operando de 
resposta denominado RES (Parede; Gomes, 2011). 
5.1.1 Somador 
Quando essa instrução é habilitada por meio da entrada (E), 
executa-se a soma dos operandos (OPR1 + OPR2), colocando o 
resultado em RES, conforme demonstra a Figura a seguir (Parede; 
Gomes, 2011). 
Figura 43 – Símbolo gráfico somador 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
5.1.2 Subtrator 
Quando essa instrução é habilitada por meio da entrada (E), 
executa-se a subtração dos operandos (OPR1 – OPR2), colocando 
o resultado em RES, conforme demonstra a Figura a seguir 
(Parede; Gomes, 2011). 
Figura 44 – Símbolo gráfico subtrator 
 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
023 
5.1.3 Multiplicador 
Quando essa instrução é habilitada por meio da entrada (E), 
executa-se a multiplicação dos operandos (OPR1 × OPR2), 
colocando o resultado em RES, conforme demonstra a Figura a 
seguir (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 45 – Símbolo gráfico multiplicador 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
5.1.4 Divisor 
Quando essa instrução é habilitada por meio da entrada (E), 
executa-se a divisão dos operandos (OPR1 ÷ OPR2), colocando o 
resultado em RES, conforme demonstra a Figura a seguir (Parede; 
Gomes, 2011). 
Figura 46 – Símbolo gráfico divisor 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
5.2 Funções Especiais 5.2.1 Call 
Quando essa instrução é habilitada, o programa executa a sub-
rotina indicada em CALL e, após a execução, retorna para o 
mesmo ponto do programa que chamou a sub-rotina (Parede; 
Gomes, 2011). 
024 
Figura 47 – Símbolo gráfico função call 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
5.2.2 Jump 
Quando essa instrução é habilitada, o programa, ao passar pela 
instrução, pula para a sub-rotina indicada em JUMP. Nessa 
instrução, não há retorno para a rotina que estava sendo 
executada, de modo que o programa continua na sub- rotina 
indicada (Parede; Gomes, 2011). 
Figura 48 – Símbolo gráfico função jump 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
5.2.3 Move 
Essa instrução apresenta duas variáveis: MOV0 (origem) e MOV1 
(destino). Quando a entrada I0.0 passa do nível lógico “0” para o 
“1”, a instrução MOVE é habilitada, transferindo o valor contido na 
variável MOV0 (origem) para a variável MOV1 (destino). 
Figura 49 – Símbolo gráfico função move 
Fonte: Parede; Gomes (2011). 
FINALIZANDO 
Nesta quarta aula, apresentamos um pouco sobre os fundamentos, 
as instruções e as funções disponíveis na linguagem de 
programação LADDER que 
 
025 
os CLPs utilizam. Você pode, por meio de um exemplo prático, 
entender um pouco mais sobre como funciona a linguagem Ladder 
e como ela se adapta aos grandes fabricantes de CLPs. Utilizando 
esta abordagem, os engenheiros e técnicos responsáveis pela 
programação dos CLPs não precisam de treinamentos extensos 
para entender ou desenvolver um programa, mas, para isso, 
devem ser capazes de compreender a linguagem de programação 
mais utilizada no mercado, que é baseada em diagramas 
eletromecânicos combinados em um esquema de comando. Para 
os gestores, ter uma noção sobre as possibilidades de 
programação desta linguagem também é importante para uma 
melhor coordenação do projeto. 
026 
REFERÊNCIAS 
OLIVEIRA, M. Fundamentos da programação Ladder. Ebah. 
Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAU14AG/
fundamentos-programacao- ladder>. Acesso em: 3 nov. 2017. 
PAREDE, I. M.; GOMES, L. E. L. Eletrônica 6: automação 
industrial. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011. (Coleção 
Técnica Interativa. Série Eletrônica, v. 6) 
027

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