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Profª. Priscila Lima EXTENSIVO Exasiu Exasiu ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização Sumário INTRODUÇÃO 3 A CIDADE E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO 4 TIPOLOGIA DAS CIDADES 7 ORGANIZAÇÃO EM CONJUNTO 11 REGIÃO ADMINISTRATIVA (RA) OU MESORREGIÕES 11 REGIÕES DE GOVERNO (RG) OU MICRORREGIÕES 11 REGIÃO METROPOLITANA (RM) 12 MEGALÓPOLE 12 CENTRALIDADE, HIERARQUIA E REDES 14 PROBLEMAS URBANOS 17 O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO 22 PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL 24 BRASIL: REDE E HIERARQUIA URBANA 27 A CIDADE-CAPITAL 33 BRASIL: REGIÕES METROPOLITANAS 34 MEGALÓPOLE 35 REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) 36 INDICAÇÕES 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS 39 REFERÊNCIAS 40 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização INTRODUÇÃO O estudo da Geografia Urbana é fundamental para a sua preparação, afinal nos últimos anos o mundo se tornou urbano, ou seja, mais de 50% da população mundial moram em cidades, mas é claro que essa realidade não é estabelecida de forma homogênea pelo planeta, afinal, os processos e realidades são distintas dentro mesmo de um país, imagine em uma escala planetária. Observe a figura ao lado, o ritmo de urbanização é diferente entre os continentes, até porque a Europa já é majoritariamente urbana, logo há menor pessoas se deslocando para as cidades (porque boa parte delas já moram ali). Em contrapartida, no século XXI, a urbanização foi intensificada no continente africano e asiático. Agora note o percentual de pessoas vivendo em áreas urbanas, de acordo com os continentes: Figura 02 – População Urbana no Mundo Nosso primeiro passo é entender que urbanização é um fenômeno demográfico que diz respeito ao percentual de pessoas que moram em cidades, bem como, identificar que esse processo não se dá de maneira homogênea no planeta. Figura 01 – Aumento da População Urbana, em porcentagem, entre 2000 e 2015 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização A CIDADE E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO Na Grécia Antiga e no Império Romano, as cidades eram centros importantes. Na Idade Média, houve uma descentralização urbana por causa da administração feudal, mas elas não deixaram de existir, e, durante Idade Moderna, ganharam maior importância, pois voltaram a ser o centro dos negócios. NÃO CONFUNDA Município: essa é uma definição administrativa, logo, consideramos como a menor unidade político administrativa do país sendo governada (em um âmbito mais superficial) por prefeitos e vereadores. Cidade: é a área urbana de um município. Então, para começo de conversa, é importante que você tenha em mente que nos espaços urbanos os fixos estão dispostos de uma maneira que favorecem a intensificação dos fluxos de pessoas, serviços, mercadorias e informações. Vamos aplicar isso à nossa realidade? Quando eu disse que nas cidades há mais fixos, significa que existem mais rodovias, avenidas, pontes, linhas férreas, mais torres de celulares e outros tantos fixos que garante maior fluidez no espaço, e, como vimos na aula sobre Globalização, esses fluxos mais intensos favorecem a dinâmica capitalista. Agora “junta tudo” aqui comigo: se nas cidades os fluxos são mais intensos e para o capitalismo é extremamente favorável a maior integração entre mercados, podemos afirmar que a reprodução do capital se dá de maneira mais eficiente no espaço urbano ou sob mecanismos tipicamente urbanos, logo, há uma tendência de urbanização mundial (ou até mesmo de expansão de técnicas que surgiram nas cidades em direção ao campo, como é o caso dos Complexos Agroindustriais que serão abordados na aula de Agropecuária). Uma forma de identificar esse dinamismo das cidades é através dos chamados espaços luminosos que “são adaptados às exigências das ações econômicas, políticas e culturais características da globalização e outras áreas não dotadas dessas virtualidades” (SANTOS, Milton, 1997), que seriam os espaços opacos. Na imagem ao lado, que fora captada por satélite durante a noite, é possível perceber que esses ditos espaços luminosos coincidem com as principais áreas urbanas do país Figura 03 – luzes do território brasileiro captadas por imagem digital do satélite DMSP durante a noite Fonte: http://www.geocities.com/sks_alnitak/astro/pl.html ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização Lembrando que... Milton Santos estabeleceu a diferença entre “urbano”, que seria frequentemente o abstrato, o geral e o externo, e a “cidade”, seria o particular, o concreto e o interno. OK! Entendemos que o espaço urbano é muito dinâmico, mas quem são os agentes sociais que fazem e refazem a cidade? ▪ Proprietários do meio de produção: os grandes proprietários industriais e empresariais são, em razão da dimensão de suas atividades, enormes consumidores de espaço. (CORRÊA, 1989); ▪ Proprietários fundiários: atuam para que o uso da terra seja o mais rentável possível). Exercem pressão junto ao governo, especialmente municipal, para interferir no processo de definição das leis de uso do solo e zoneamento urbano. (CORRÊA, 1989); ▪ Promotores imobiliários: transformam capital-dinheiro em mercadoria, fazem financiamento, viabilidade técnica da obra, construção do imóvel, e engenharia de avaliações (especulação imobiliária) (CORRÊA, 1989); Se uma região passa a receber mais investimentos (padarias, shoppings, pontes etc) se torna mais cara (especulação) e passa a “comportar” outro público: os mais rico. ▪ Estado: direito de desapropriação, preferência na compra de terras, controle do preço da terra, limitação da superfície da terra, impostos, implantação de infraestrutura, organização de mecanismos de crédito à habitação, pesquisas e operações-teste sobre materiais e procedimentos de construção; ▪ Grupos sociais excluídos: a habitação é um bem cujo acesso é seletivo, haja vista que boa parte reside em imóveis precários sem documentação ou infraestrutura de energia elétrica, água, pavimentação etc. Sem condições financeiras, essa população acaba se instalando nas periferias da cidade, transformando o espaço urbano. Agora pense aqui comigo, se a urbanização é um processo demográfico onde as pessoas passam a habitar as cidades, precisamos perguntar: “por que estão deixando o campo?”, “por que se dirigem à cidade?” e “por que a população urbana cresce”. Bom... para começarmos a responder à essas questões, destacamos dois fatores como fundamentais para o processo de urbanização: a “expulsão” do campo e a “atração” da cidade: ▪ FATORES REPULSIVOS: a concentração de terras pode ser considerada um fator imprescindível para a urbanização – se uma pessoa acumula muitas terras, muitas pessoas ficam sem tal propriedade, logo, o campo deixa de ser atrativo e a cidade passa a ser a opção. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização Nos países emergentes/periféricos, o processo de urbanização foi mais acelerado, entre outros motivos, por somar a concentração de terras à mecanização do trabalho no campo, ou seja, as terras concentradas tornaram a maior parte das pessoas em trabalhadores, mas tais “trabalhadores” são dispensáveis quando há máquinas. Mas professora, na Europa não tinha máquinas no campo? No início da urbanização, não (era o início da maquinofatura). Mas com o tempo, a revolução que aconteceu nas cidades (Revolução industrial), também chegou ao campo (Revolução verde). ▪ FATORES ATRATIVOS: a industrialização é um grande destaque quando falamos de atração para a cidade, mas não podemos desconsiderar que o setor de serviços foi fundamental para a “fixação” de pessoas no ambiente urbano, afinal, é ele o que mais emprega no mundo. Fique de olho: China e a Índia são países altamente industrializados, porém, a maioria da população ainda vive na zonarural; Cingapura não possui um parque industrial tão desenvolvido (o setor de serviços é o grande atrativo), contudo é altamente urbanizado. Mas como estamos vendo até aqui, o processo de urbanização não se deu no mesmo momento histórico em todo o planeta, bem como há particularidades espaciais que precisam ser consideradas, então, seguindo a lógica aplicada aos vestibulares e ao ENEM, temos: ● Centrais: processo mais antigo e intimamente ligado à concentração de terras no campo e o processo de industrialização. Se comparado aos emergentes e periféricos, os países centrais tiveram um processo mais lento e, atualmente, encontra-se “concluído”, ou seja, o êxodo rural já não é um fator predominante. ● Emergentes/Periféricos: processo de urbanização mais recente (com início após a Segunda Guerra Mundial) e acelerado, pois além da concentração de terras, a mecanização do campo e a explosão demográfica intensificaram o êxodo rural. Em 2021, as maiores aglomerações urbanas já se encontram em países emergentes, na chamada periferia dinâmica do capitalismo, afinal, é ali há o maior crescimento da população: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização A.U Tóquio Deli Xangai São Paulo Cidade do México Cairo Dhaka Mumbai Pequim Osaka Pop. 37 435 191 29 399 141 26 317 104 21 846 507 21 671 908 20 484 965 20 283 552 20 185 064 20 035 455 19 222 665 A.U = Aglomerações urbanas (então, não estamos falando apenas da cidade, ok?) Pop = População TIPOLOGIA DAS CIDADES As cidades naturais se desenvolvem sem planejamento prévio, crescendo de forma desordenada, ao passo que as cidades planejadas correspondem àquelas constituídas a partir de um projeto ou plano diretor Figura 04 – Urbanização mundial ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização discutido e analisado antes da sua execução, nesse caso há uma preocupação com a configuração da cidade (largura das ruas, escolha de espaços específicos para comércio, residências e outras funções). As Cidades são classificadas, no geral, por seu tamanho ou nível socioeconômico. Para o urbanista indiano Aniruddha Dasgupta, porém, a classificação deve ser feita de acordo com as perspectivas futuras desses locais: ● Cidade em dificuldade: baixo Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por pessoa), que nos próximos anos terão um grande crescimento populacional, não acompanhado de um crescimento econômico. Nessa categoria, estão principalmente cidades da África subsaariana, norte da África, Oriente Médio, América Latina e Caribe. ● Cidades emergentes: projeta-se que essas cidades, hoje com baixo PIB per capita, passem por um crescimento econômico maior que o crescimento populacional. Aparentam ter uma capacidade maior de superar a falta de recursos e serviços básicos que apresentam atualmente. Elas estão no leste e sul da Ásia, Europa, América Latina e Caribe. Exemplos são Phnom Penh (Camboja), Belgrado (Sérvia), Surabaia (Indonésia), Mumbai (Índia), Lima (Peru), Quito (Equador) e Medellín (Colômbia); ● Cidades estáveis: são economicamente fortes hoje, com um PIB per capita elevado. No entanto, projeta-se que o crescimento econômico dessas cidades nos próximos anos seja menor que o crescimento populacional. Há cidades assim na América do Norte, América Latina e no Oriente Médio, como Toronto (Canadá), Austin (EUA), Brasília (Brasil) e Dubai (Emirados Árabes Unidos); ● Cidades prósperas: ricas hoje e com projeção de crescimento do PIB maior do que o crescimento populacional. Exemplos são Pequim (China), Bangcoc (Tailândia), Berlim (Alemanha), Boston (EUA), Belo Horizonte (Brasil) e Buenos Aires (Argentina). Quando pensamos a cidade, também podemos classifica-la quanto à sua função, por exemplo: Função Características Política Concentra o poder executivo. Exemplo: Pretória, África do Sul. Legislativa Concentra o poder legislativo. Exemplo: Cidade do Cabo, África do Sul. Judiciária Concentra o poder judiciário. Exemplo: Bloemfontein, África do Sul. Industrial Predominantemente industrial. Exemplo: Guangzhou, China. Comercial Além do comércio, os serviços se destacam. Exemplo: Londres. Figura 05 – Função das Cidades ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização Muitas cidades possuem mais de 1 função. Por exemplo: a cidade de São Paulo é famosa pelo turismo, seja gastronômico, de negócios ou entretenimento, se destaca pela cultura, indústria, comércio, serviços, universidades etc. Conceitos importantes ● Distrito: é uma divisão administrativa de um município. Objetivo: facilitar a gestão. ● Vila: com economia quase autossuficiente, localizada em regiões rurais. ● Aldeia: área satélite de uma vila, caracterizada pela economia de subsistência. ● Cidade pequena: é aquela que possui até 99 mil habitantes. ● Cidade média: entre 100 mil e 499 mil habitantes. ● Cidade grande: acima de 500 mil habitantes. ● Metrópole: agregam maior número de atividades econômicas, por isso exercem influência. ◦ Metrópole Regional: possui polarização limitada a uma restrita região que está no seu entorno. O número populacional não costuma ultrapassar 4 milhões. Exemplos: Goiânia, Belém e Manaus. ◦ Metrópole Nacional: possui influência nacional com relações exteriores parcialmente desenvolvidas. Exemplos: Brasília, Curitiba e Belo Horizonte. ◦ Metrópole Global: com complexidade econômica dentro e fora do país, pois abriga sedes de multinacionais, sistemas financeiros e uma rede de transporte e comunicação é mais intensa. Exemplos: São Paulo e Rio de Janeiro. ● Cidade global: Não se define estritamente por suas dimensões físicas ou demográficas, na maioria das vezes é difícil identificar o que exatamente faz de uma cidade global, mas existem várias características elementares (SASSEN, 1998): Participação em eventos científicos e culturais internacionais; Sistema eficiente de transporte e comunicação; Sede e/ou concentração de filiais multinacionais; Bolsa de valores de influência global; Instituições financeiras de grande porte. As cidades globais possuem uma subdivisão que variam de acordo com o grau de integração. ● Cidades autossuficientes - cidades que têm um grau suficiente de serviços e que não dependem de outras cidades globais. Belfast (Irlanda do Norte), Ottawa (Canadá) e Turim (Itália). ● Megacidade: segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é a cidade que possui mais de 10 milhões de habitantes. Em 1936, Nova York foi a primeira cidade a atingir essa marca. Atualmente, existem 14 megacidades, sendo que somente 4 não se encontram na Ásia: Lagos (Nigéria), Istambul (apesar de a Turquia ser considerada asiática, essa cidade localiza-se na parte europeia), Moscou (Rússia) e São Paulo (Brasil). Dessas 14 megacidades, 5 são chinesas. Talvez você esteja se perguntando: Qual a diferença entre cidade global e megacidade? A primeira não precisa ter mais de 10 milhões de pessoas. Por exemplo: Frankfurt (Alemanha) não possui nem 1 milhão de habitantes. No entanto, exerce influência internacional, haja vista que é o centro financeiro da Europa, abrigando o Banco Central Europeu. A segunda precisa ter mais de 10 milhões de pessoas. Porém, não apresenta influência global. Por exemplo: Karachi (Paquistão). É possível a cidade ser global e megacidade. Exemplos: Xangai (China), Mumbai (Índia), Istambul (Turquia) etc. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização Figura 06 – Urbanização Mundial em 1950 Figura 07 – Urbanização Mundial em 2030 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização ORGANIZAÇÃO EM CONJUNTO A interrelação entre as cidades cria conjuntos, que podem ser entendidos como: REGIÃO ADMINISTRATIVA (RA) OU MESORREGIÕES São conjuntos de municípios contíguos, pertencentes à mesma Unidade da Federação e apresentam formas de organização do espaço geográficodefinidas de acordo com: a) O processo social (determinante), b) O quadro natural (condicionante); e, c) A rede de comunicação e de lugares (articulação espacial). Essas três dimensões possibilitam que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional. Figura 08 – Regiões Administrativas (Mesorregiões) do estado de São Paulo OBS.: Araraquara pode aparecer como São Carlos ou Central. REGIÕES DE GOVERNO (RG) OU MICRORREGIÕES É a divisão da RA, com o objetivo de centralizar as atividades das secretarias estaduais. Uma Microrregião é, de acordo com a Constituição Brasileira de 1988, um agrupamento de municípios limítrofes, cuja finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. O termo é mais conhecido em função de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base em similaridades econômicas e sociais, divide os diversos estados da federação brasileira em microrregiões. Aglomerado X Aglomeração ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização Aglomerado diz respeito a essa concentração de pessoas, serviços, atividades etc. em espaços compactos, não ultrapassando necessariamente os limites político administrativos de uma cidade. Aglomeração urbana é numa perspectiva mais ampla, onde o urbano se processa em um conjunto mais complexo e extenso e que engloba mais de uma cidade. No estado de São Paulo temos 3 aglomerações urbanas: Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ): localiza-se entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas. Caso a AUJ se torne uma região metropolitana (a cidade principal influencia outras cidades, podendo estar conurbadas), teremos uma megalópole (conjunto de metrópoles). Possui importância logística e industrial. Aglomeração Urbana de Piracicaba (AUP): próxima a Região Metropolitana de Campinas. Caso a AUP se torne uma região metropolitana, teremos uma megalópole. Concentra multinacionais, com destaque para o ramo sucroalcooleiro e metal-mecânico. Aglomeração Urbana de Franca (AUF): Franca é a maior produtora de calçados da América Latina. Faz divisa com o estado de Minas Gerais. A agroindústria, especialmente o café, também merece ser destacado. REGIÃO METROPOLITANA (RM) Uma RM normalmente possui uma cidade principal (cidade-polo ou município-núcleo), exercendo influência política e econômica sobre as demais que estão no seu entorno. As primeiras regiões metropolitanas no Brasil foram criadas em 1973, obedecendo a Constituição de 1967. A partir da Constituição de 1988, a responsabilidade pela criação e organização das regiões metropolitanas foi transferida para os Governos Estaduais. Em 2010 eram 36 regiões metropolitanas no Brasil. Vale ressaltar, que nem todas elas apresentam conurbação (fusão de 2 ou mais zonas urbanas), evidenciando que a criação de RM é também de cunho político. MEGALÓPOLE É a conurbação de regiões metropolitanas. O conjunto de localidades pertencentes a uma megalópole apresenta forte integração econômica, onde os fluxos de pessoas e de mercadorias são intensos. Neste sentido, a infraestrutura permite que os deslocamentos sejam ágeis. Na década de 1960, o geógrafo francês Jean Gottmann criou a expressão “megalópole”, concluindo que as regiões metropolitanas de Boston, Nova York, Washington, Filadélfia e Baltimore (Boswash) estão muito conectadas entre si, seja do ponto de vista dos transportes ou da comunicação. Além dessa megalópole, existem outras: ▪ Tokaido: localizada na Ilha de Honshu, Sudeste do Japão. É a maior concentração urbana do mundo, com cerca de 80 milhões de habitantes. Abrange as RMs: Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Kyoto, Kobe, Nagasaki e Osaka. ▪ ChiPitts: está na Região dos Grandes Lagos, Norte dos EUA. Possui em torno de 50 milhões de pessoas, envolve as RMs: Cleveland, Detroit, Chicago e Pittsburgh. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização ▪ San-San: localizada na Califórnia, costa Oeste dos EUA. Possui aproximadamente 35 milhões habitantes, entre as RMs, temos: San Diego, Los Angeles e São Francisco. ▪ Megalópole Europeia: envolve a Inglaterra, a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Suíça e a Itália. Possui cerca de 100 milhões de pessoas. Entre as RMs, destacamos: Londres e Paris. (Para alguns estudiosos, uma megalópole necessariamente precisa estar dentro de um único país.) Alguns defendem a existência de megalópole no Brasil, outros afirmam que não há infraestrutura de transporte e comunicação o suficiente para classificar dessa forma. A Megalópole Brasileira (MB) proposta é formada por 232 municípios pertencentes a três estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais), interligados por diferentes aspectos, onde vivem em torno de 45 milhões de pessoa (96% da população residem em áreas urbanas), Além disso, é responsável por 35% do PIB nacional. Figura 09 – Megalópole Brasileira O governo chinês possui um plano para fundir várias RMs ao redor de Pequim em uma super-megalópole. Caso seja fundada, abrigará uma população equivalente à das regiões Sul e Sudeste com uma área quase do tamanho do estado de São Paulo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização CENTRALIDADE, HIERARQUIA E REDES Centralidade (polarização) constitui-se no foco principal não apenas da cidade, mas das cidades que estão no entorno (hinterlândia). Nela concentram-se as principais atividades comerciais, de serviços, da gestão pública e privada, e os terminais de transportes interregionais e intraurbanos. (CORRÊA, 1989). Entre os fatores que levaram a uma centralidade, podemos destacar: ▪ Revolução Industrial: as nações que participaram da I e da II Revolução Industrial ainda são aquelas que se destacam na economia mundial. Desde o século XIX, elas investem intensamente em pesquisa, desenvolvimento, ciência, tecnologia e inovação, fazendo com que se enriqueçam e, consequentemente, geram centralidade; ▪ Setor terciário: os países ricos são referência no comércio internacional e nos serviços, especialmente os financeiros, essas características também criam centralidade; ▪ Vantagens locacionais: a mão de obra altamente qualificada, o mercado consumidor exigente, o transporte eficiente, a urbanização planejada e os centros de pesquisa contribuem com a centralidade. As cidades que apresentam os maiores PIBs são aquelas que exercem maior centralidade. Cidade PIB (Bilhões US$) População Área (km2) Tóquio 1.520 13.185.502 2.188 Nova York 1.210 8.244.910 1.213 Los Angeles 790 3.792.621 1.302 Seul 779 10.707.909 605 Londres 731 8.173.194 1.570 Paris 669 10.413.386 105 Osaka 655 1.545.410 552 Chicago 525 2.707.120 606 Moscou 520 11.503.501 2.510 Xangai 517 23.019.148 6.341 Figura 14 – Cidades com os maiores PIBs em 2015 Fonte: Finances Cidade PIB (Bilhões R$) População Área (km2) São Paulo 651 12.106.920 1.521 Rio de Janeiro 321 6.520.266 1.200 *Distrito Federal 216 3.039.444 5.780 Belo Horizonte 87 2.523.794 331 Curitiba 84 1.893.977 435 Porto Alegre 68 1.484.941 497 Manaus 67 2.130.264 11.401 Osasco 66 697.866 65 Salvador 58 2.953.986 693 Fortaleza 57 2.627.482 315 Figura 15 – Cidades brasileiras com os maiores PIBs em 2017 *Brasília mais 31 cidades do seu entorno - Fonte: IBGE ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 15 A centralidade gera ordem de importância entre as cidades, ou seja, uma hierarquia. A hierarquia urbana é uma organização de cidades conforme uma escala de subordinação. Basicamente, as cidades menores se subordinam às cidades maiores. A cidade global está no topo de uma hierarquia urbana e uma aldeia está na base. Não apenas o tamanho da zona urbana e o número populacional devem ser levados em conta, mas, principalmente, a influência que as cidadesexercem sobre as outras, isto é, o seu grau de centralidade, que pode mudar com o passar do tempo. De acordo com o IBGE, a hierarquia urbana brasileira está dividida em 5 grupos: ▪ Metrópoles: Grande Metrópole Nacional (São Paulo), Metrópole Nacional (Rio de Janeiro e Brasília) e Metrópole ou Metrópole Regional (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre); ▪ Capitais Regionais: Classe A – as cidades apresentam cerca de 955 mil habitantes, por exemplo, Natal, São Luís, Maceió, Campinas, Florianópolis etc. Classe B – cerca de 435 mil habitantes, por exemplo, Ilhéus, Campina Grande, Blumenau, Palmas, Juiz de Fora etc. Classe C – o número de habitantes se aproxima de 250 mil, por exemplo, Macapá, Rio Branco, Santarém, Ponta Grossa, São José dos Campos, dentre outras; ▪ Centros Sub-regionais: Centro Sub-regional A – Pouso Alegre, Rio Verde, Parnaíba, Barretos, Itajaí etc. Centro Sub-regional B – Cruzeiro do Sul, Parintins, Viçosa, Angra dos Reis, entre outras; ▪ Centros de Zona: Centros de Zona A (192 cidades, com aproximadamente 45 mil habitantes), por exemplo, Amparo, Porto Seguro, Votuporanga, São Bento do Sul etc. Centros de Zona B (364 cidades, cerca de 23 mil habitantes, por exemplo, Tietê, Vila Rica, Monte Alto, dentre outros; ▪ Centros Locais: 4.473 pequenas cidades que apresentam menos de 10 mil habitantes (média de 8 mil) e exercem apenas influência local. Exemplo: Capitólio, Faro, Guarani, dentre outros. Figura 16 – Esquema clássico de uma hierarquia urbana Org.: TAKAMI, Saulo Teruo Cidade Global Metrópole Nacional (Megacidade ou Cidade Grande) Metrópole ou Metrópole Regional (Cidade Grande) Capital Regional (Cidade Grande ou Média) Centro Sub-regionais (Cidade Grande ou Média) Centros de Zona (Cidade Pequena) Centros Locais (Cidade Pequena) Distrito Vila Aldeia ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 16 Figura 17 – Esquema atual de uma hierarquia urbana Org.: TAKAMI, Saulo Teruo No passado, uma aldeia não tinha uma ligação direta com um distrito e muito menos com uma cidade global. Atualmente, não importa o tamanho da cidade, distrito, vila ou aldeia, todas elas estão conectadas, essa mudança deve-se aos veículos de transporte e comunicação, isto é, à Globalização. Essa hierarquia urbana está ligada à rede urbana, ou seja, as relações socioeconômicas que integram uma cidade, ou seja, é a conexão das cidades, não importando o seu tamanho, por meio da circulação das pessoas, das mercadorias, dos capitais, das informações e dos serviços. Dessa maneira, o grau de integração de uma rede urbana depende do desenvolvimento econômico de um país. Ademais, a Globalização foi responsável por intensificar essa integração. ▪ A rede dendrítica está geneticamente vinculada a uma formação espacial periférica de base colonial, marcada por um específico padrão de circulação; ▪ A rede de múltiplos circuitos ou capitalismo avançado, associam-se às formações espaciais dos países centrais, refletindo e condicionando a complexidade de suas organizações espaciais. C id ad e G lo b al Metrópole Nacional (Megacidade ou Cidade Grande) Metrópole ou Metrópole Regional (Cidade Grande) Capital Regional (Cidade Grande ou Média) Centro Sub-regionais (Cidade Grande ou Média) Centros de Zona (Cidade Pequena) Centros Locais (Cidade Pequena) Distrito Vila Aldeia Figura 18 – Rede dendrítica e rede de múl-tiplos circuitos Fonte: CORRÊA, ROBERTO LOBATO ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 17 Figura 19 – Brasil: hierarquia urbana parcial PROBLEMAS URBANOS A urbanização gerou e ainda gera muitos aspectos positivos, entre eles, podemos destacar: ● Saneamento básico: condições higiênicas à população; ● Assistência à saúde (remédios, vacinas, hospitais, médicos etc.); ● Oportunidade de emprego muito maior do que na zona rural; ● Transporte mais dinâmico podendo escolher o modal (trem, ônibus, carro, entre outros); ● Acesso à informação, educação, tecnologia, comércio, serviços etc. Porém, nem todos possuem acesso a essas infraestruturas. Assim, ao mesmo tempo que a cidade facilita a vida das pessoas mais favorecidas, ela também exclui as classes sociais mais baixas, gerando ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 18 diversos problemas no âmbito ambiental e social, que apresentam uma causa em comum: a macrocefalia urbana. Macrocefalia urbana: a cidade não consegue oferecer infraestrutura adequada para os citadinos (o chamado inchaço urbano). Sobre os aspectos negativos ao meio ambiente iniciaremos a discussão aqui, mas ela será retomada na aula de Meio Ambiente, então, por enquanto podemos destacar: Figura 20 – Problemas ambientais urbanos Org.: LIMA, Priscila S. A cidade industrial do século XIX, transformou-se em cenário das contradições sociais e econômicas: de um lado, riquezas foram se acumulando graças à exploração do operariado. De outro, uma pobreza crescente visível nas ruas pela circulação de uma massa de desamparados distante do mínimo necessário à sobrevivência humana (ENGELS, 1985). Entretanto, essa cidade ganhou novas configurações, centralizou o setor terciário e se globalizou, e, com isso as desigualdades identificadas lá no início da intensificação urbana da Europa industrial foram potencializadas em diversos pontos do planeta, e, aqui destacamos alguns dos problemas sociais urbanos: ▪ Congestionamento: o inchaço urbano expõe diversos problemas relacionados à falta de planejamento, e no caso dos congestionamentos temos de um lado a ineficiência do transporte coletivo impulsionando o uso do transporte particular e também a noção de carrocentrismo, onde se locomover em um carro particular também gera status. O problema da mobilidade urbana não é resolvido apenas ampliando a oferta de ônibus, trens e metrôs (além do aspectos quantitativo, é necessário pensar a qualidade do serviço oferecido), e necessário um planejamento completo da cidade que envolve a disposição de P ro b le m as A m b ie n ta is U rb an o s Poluição Atmosférica, Solo, Visual, Auditiva Chuva ácida toda chuva é ácida por causa do gás carbônico, mas a acidez pode aumentar devido aos óxidos de nitrogênio e de enxofre Ilhas de Calor a zona urbana possui muitos elementos que fazem a temperatura ficar maior comparada à zona rural Enchentes o acúmulo de lixo em áreas inapropriadas e a infraestrutura deficiente para o escoamento da água são os grandes responsáveis pelos alagamentos Inversão térmica durante o outono ou inverno na zona urbana, o ar frio que é mais denso faz pressão sobre o ar quente, dificultando a circulação do ar quente poluído, o que faz com que agrave os problemas respiratórios ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 19 mercados, postos de saúde, parque e outras estruturas em diferentes pontos da cidade, assim, o deslocamento em maiores distância também é reduzido. Aqui destacamos alguns sistemas como as caronas solidárias que estão ascensão no Brasil, seja através de grupos mais restritos em redes sociais, como a partir de aplicativos como o Blablacar. ▪ Favelização: a segregação socioespacial não é uma novidade no mundo (muito menos no Brasil). Infelizmente, é comum que ao receber muitas pessoas, as cidades não tenham estruturas habitacional para elas. Nesse sentido, são criadas das cidades informais (termo usado pela ONU) ou aglomerações subnormais (como denomina o IBGE). Pensando o cenário brasileiro, em um primeiro momento tivemos a coexistência entre pobres e ricos nos centros urbanos, sendo que os mais abastados se estabeleciam em pensões e/ou cortiços. Entretanto, através de políticas de higienizaçãosocial acompanhada da expansão da rede de transportes coletivos (que possibilitava morar em áreas mais baratas e se dirigir para as porções centrais para trabalhar), a população mais pobre começou a se estabelecer nas periferias. Atualmente, é muito comum encontrarmos bairros nobres cercados por essas aglomerações subnormais (as chamadas favelas ou comunidades) estabelecendo dois mundos diferentes em espaços tão próximos. Muitas vezes, os moradores desses espaços informais trabalham prestando serviço nos bairros de classe média alta. ▪ Violência: com o inchaço das cidades, muitos direitos básicos não são garantidos, entre eles, a segurança, mas não sejamos ingênuos, algumas porções da cidade recebem uma “atenção maior” do Estado, afinal desempenham maior “força” econômica e, consequentemente, política. Entre os problemas urbanos, o mais preocupante é o aumento da criminalidade. Existem inúmeros aspectos ocasionadores desse fato, quais sejam: Desemprego; Má distribuição de renda; Falta de planejamento familiar; Infraestrutura deficiente em educação, saúde, saneamento básico, moradia, alimentação etc.; Incentivo ao consumo pelos meios de comunicação de forma irresponsável com o endividamento da população, sobretudo das camadas mais pobres. Entre os tipos de crime, no Brasil, podemos destacar o homicídio por arma de fogo e o estupro. Do total de quase 23 mil casos de estupro registrados pelo Sistema de Saúde em 2016, cerca de 50% foram cometidos contra crianças de até 13 anos. No geral, 70% dos casos de estupro são cometidos por parentes, namorados, amigos ou conhecidos da vítima. Ou seja, o perigo, na maioria das vezes, está dentro da própria casa. Há, em média 10 estupros coletivos notificados todos os dias no sistema de saúde do país. (Dados do Ministério da Saúde). 30% dos municípios não fornecem estes dados ao Ministério. Ou seja, esse número ainda não representa a totalidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 20 No que tange aos homicídios por arma de fogo, o maior número de vítimas está entre 18 e 22 anos, sendo homem, negro e de baixa renda. E, infelizmente, esse panorama só vem crescendo ao longo dos anos. Figura 21 – Vítimas de homicídio por armas de fogo no Brasil entre 1980 e 2014 A globalização intensificou o crime organizado, pois o tráfico de crianças, adolescentes, mulheres, trabalhadores, armas e drogas aumentou, esses são vendidos para quem pagar mais. A violência urbana tornou-se um fenômeno alimentado pela economia e pela política que expressa a dinâmica global da estrutura capitalista sobretudo em países como os da América Latina onde o nível de concentração de renda é espantoso (WEYRAUCH, 2011). Além do que existe na realidade, existem também as sensações de insegurança, que muitas vezes são alimentadas pela indústria do medo que é uma estrutura pensada para aumentar esse sentimento através, por exemplo, de programas de TV (feitos em horários estratégicos) onde diariamente são expostos os mais variados tipos de crime (e chamamos de uma indústria porque aumentam a sensação de caos para vender a segurança privada). Por isso, é muito comum encontramos nas cidades os chamados enclaves fortificados, ou seja, espaços que estão moldados/circundados por barreiras físicas, como é caso dos condomínios fechados (que passam a sensação de maior segurança para se morar), dos shoppings (que oferecem lazer em um ambiente mais controlado), parques privativos etc. Com a ascensão desses enclaves, cada vez mais o espaço público fica vazio (e isso também amplia as chances de violência) e muitas vezes passa a ser apropriado por facções ou pelo setor privado. Assim, a difusão dos ideais liberais influenciou as políticas públicas, promovendo a privatização dos serviços públicos e aumentando a desigualdade no acesso a esses serviços, e, levou também à ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 21 liberalização do mercado imobiliário, reforçando a desigualdade na organização e no acesso ao espaço público. A configuração dessa cidade repleta de enclaves fortificados rompe a lógica de lugar, e com o passar do tempo, as pessoas já não nutrem afeto por seus bairros, não conhecem seus vizinhos, ou seja, se desmobilizam, e, uma população desmobilizada e insensível à sua realidade não protesta, não reage. ▪ Gentrificação: esse processo também é chamado de expulsão branda. Mas como ele acontece? Bom... uma área passa a receber incentivos, revitalizações e o espaço passa a ser valorizado, ou seja, se torna mais caro, e, é aqui que entra a lógica de especulação imobiliária. Se os espaços ficam mais caros, passam a afetar o cotidiano de quem está ali. Então imagine comigo: seu Zezinho morava em um bairro de classe média baixa, e, com seu salário conseguia se manter ali, mas quando a área passou a se valorizar, o preço do aluguel, dos impostos e até mesmo do pãozinho subiram, logo, não seria possível pagar os novos valores, então, toda a família de seu Zezinho vai se mudar para outro lugar. Perceba, ninguém obrigou diretamente a retirada dessa família, foi um processo mais “brando”, indireto. Desse modo, surge o processo de gentrificação, isto é, forçar a retirada de pessoas mais pobres de uma área, não necessariamente periférica, para dar lugar a população mais favorecida que, nem sempre, vai morar ali, mas utilizará o espaço para especulação imobiliária. E é nesse sentido que m grande parte das maiores cidades brasileiras há mais imóveis vazios do que pessoas sem teto, mas por que eles não são ocupados? Porque enquanto mantem casas/apartamentos desocupados, os donos esperam a valorização, ou seja, ficar mais caro, para então alugarem (eles não vão ceder o espaço para quem não pode pagar) Figura 22 – Problemas ambientais urbanos Org.: LIMA, Priscila S P ro b le m as S o ci ai s U rb an o s Congestionamento Carrocentrismo (rompimento da noção de lugar) + Ineficiência do transporte coletivo Favelização proliferação de áreas sem (ou com limitada) infraestrutura Gentrificação expulsão branda, graças à valorização do espaço Violência Física e psicológica, potencializada pela indústria do medo, criando os enclaves fortificados e contribuindo para o uso privado do espaço público. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 22 O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO Há diversas formas de definir o população urbana, mas no caso brasileiro, o IBGE adotou o caráter demográfico/residencial, ou seja, "pessoas que moram na cidade". “No Brasil, o IBGE considera população urbana as pessoas que residem no interior do perímetro urbano de cada município, e a população rural as que residem fora desse perímetro. Entretanto, as autoridades administrativas de alguns municípios utilizam as atribuições que a lei lhes garante e determinam um perímetro urbano bem mais amplo do que a área efetivamente urbanizada." (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 621) Tal definição abre um outro questionamento: até onde consideramos "cidades"? Na prática, essa é uma determinação de autoridades administrativas, que por vezes ampliam o perímetro urbano, abraçando chácaras, sítios ou fazendas - áreas visivelmente rurais -, garantindo um maior número de imóveis sob os tributos urbanos (IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano) que são maiores que o rural (ITR - Imposto Territorial Rural) - ou seja, aumentando a arrecadação. “Segundo esse critério, o estado do Amapá e do Mato Grosso têm índices de urbanização equivalentes ao da região Sudeste. (...) Alguns estados com grau e urbanização maior (acima de 70%) localizam-se em regiões de floresta, de expansão agrícola ou reservas indígenas e ecológicas (principalmente na região Norte do país), nas quais as atividadesrurais, como agropecuária e extrativismo, são dominantes. Por exemplo, segundo o IBGE, o Amapá - que em 2017 possuía apenas 797 mil habitantes distribuídos em 16 municípios, sendo 474 mil habitantes em Macapá - apresenta índice de urbanização igual ao de outros estados do Centro-Sul." (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 622) Ainda que a metodologia utilizada para avaliar a urbanização brasileira apresente distorções, é inegável os índices de população urbana tenham aumentado graças ao êxodo rural - ainda que esse movimento seja menos intenso hoje do que em décadas anteriores - o que é muito "lógico": se antes a maior parte da população estava no campo, tínhamos mais pessoas para realizar tal movimento para as cidades, mas como hoje há muita gente nas cidades, houve uma redução no ritmo de tal êxodo. "O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural, associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do campo e a atração dessa força de trabalho para as cidades." (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.181) Pensando o cenário brasileiro, o êxodo rural foi potencializado por: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 23 ▪ Fatores repulsivos: no campo, a persistência (e até mesmo intensificação) da concentração de terras somada à substituição do ser humano pela máquina, criaram um cenário de repulsão do campo. "a cidade não é um sonho dourado: é uma promessa de sobrevivência" (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.181) ▪ Fatores atrativos: por outro lado, a cidade, que não oferecia as melhores condições para todas as pessoas, dispunha de empregos e salários na construção ou nos serviços - e esse mercado urbano diversificado possibilita a ascensão do trabalho informal. Além do emprego, as cidades dispõem de melhores serviços públicos de assistência social e hospitalar. Brasil: evolução da malha municipal - 1940 / 2014 "O êxodo rural expressa, em primeiro lugar, a ação de fatores de repulsão do campo, como o predomínio da grande propriedade rural, a subdivisão das propriedades familiares e a mecanização das atividades agropecuárias. Mas, em segundo lugar, expressa necessariamente a ação de fatores de atração: as cidades oferecem acesso a serviços públicos (hospitais, escolas, postos de saúde etc.) e possibilidades de emprego e renda mais amplos que os do meio rural. A opção pela cidade é uma busca de horizontes de integração na economia e na sociedade moderna." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.265 e 266) Pensando o cenário mais atual, se tornou mais complexo diferenciar a população urbana da população rural, uma vez que esses espaços estão cada vez mais entrelaçados, seja pelo elevado número ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 24 de pessoas que moram em um deles e trabalham em outro; pela diversificação econômica marcada pela expansão de atividades do setor secundário e do setor terciário no campo; ou ainda, pelas inúmeras cidades que surgiram e cresceram em regiões onde o agronegócio impulsiona a produção. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL "O processo de urbanização se manifesta em todo o país, contudo, do ponto de vista regional, registram-se fortes diferenças no ritmo de transferência da população do meio rural para o meio urbano (...) As desigualdades no ritmo da urbanização refletem as disparidades econômicas regionais e a inserção diferenciada de cada região na economia nacional." (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.183) Os primeiros centros urbanos na América portuguesa surgiram nas principais áreas produtoras de bens exportação. Assim destacamos: ▪ Salvador e Recife, como polos associados à economia canavieira do Nordeste; ▪ Vila Rica (atual Ouro Preto), como um polo relacionado à extração mineral nas Minas Gerais; ▪ Rio de Janeiro, que apresentou desenvolvimento urbano graças à sua condição de sede político- administrativa colonial; ▪ São Paulo, que até a expansão da economia cafeeira (final do século XIX), era um núcleo urbano secundário. A dinâmica econômica do Brasil ganhou novos rumos na década de 1930, com a industrialização houve uma maior integração do território, o que potencializou a urbanização, ainda que em ritmos diferentes se compararmos cada região. Em termos gerais, a urbanização brasileira foi acelerada e, durante seu momento mais intenso, focada na atração de pessoas para os grandes centros urbanos - cenário esse que desencadeou diversos problemas típicos do inchaço urbano. "Entre 1940 e 1970, a população urbana cresceu rapidamente, enquanto a população rural expandia-se muito lentamente. A partir de 1970, o rimo de incremento da população urbana diminuiu, refletindo a redução geral do crescimento demográfico, mas a população rural passou a retroceder em termos absolutos. O êxodo rural, ou seja, a transferência da população do campo para as cidades, acompanhou a modernização da economia brasileira." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.265) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 25 Como visto anteriormente, a urbanização brasileira se deu de maneira heterogênea, ou seja, a depender de quais e quando as atividades econômicas de cada região se manifestaram. Assim, a primeira porção do Brasil a se tornar urbanizada (ou seja, com um percentual de moradores em centros urbanos superior ao percentual daqueles que moravam no campo) foi o Sudeste, ainda na década de 1950, posteriormente. Na década de 1970, o Sul e o Centro-Oeste também atingiram tal marca, mas o Norte e Nordeste se urbanizaram mais tardiamente, na década de 1980. SUDESTE A primeira região brasileira a se urbanizar alcançou tal feito ainda na década de 1950, o que revela uma modernização econômica, industrialização e maior dinamicidade do comércio e dos serviços. Tal cenário ajudou a criar uma ação repulsiva no campo e maior atração para a cidade (impulsionando o êxodo rural) - atração essa que também se reflete no cenário nacional com um grande fluxo, principalmente de nordestinos, para grandes centros urbanos, em especial: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. SUL A região Sul apresentou um processo de uso de terras um pouco diferente do padrão nacional: nessa porção foram estabelecidas diversas pequenas propriedades com o objetivo de povoar a porção mais ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 26 meridional do país. Assim, até a década de 1970, apresentou um processo de urbanização mais lento (já que a agricultura familiar ajuda na fixação da população no campo). "Entre as décadas de 1920 e 1960, os planaltos do norte e do oeste do Paraná funcionaram como novas fronteiras agrícolas do café, recebendo migrantes que se instalavam em terras submetidas à colonização. Enquanto isso, a agricultura familiar de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul modernizava-se, mas conservava a estrutura tradicional de pequenas propriedades, o que funcionava como freio ao êxodo rural." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) Com a substituição do café pela soja, no oeste e no norte do Paraná, a mecanização acelerada e a concentração de terras criaram um fator repulsivo. Além disso, nesse mesmo período, tivemos uma crise da agricultura familiarno Rio Grande do Sul, e somando essas realidades, houve a aceleração do processo de urbanização no Sul. CENTRO-OESTE "Desde o final da década de 1960, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país." (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.183) O primeiro grande impulso à urbanização no Centro-Oeste foi a construção de Brasília, criando uma atração populacional para o perímetro urbano. Posteriormente novas rodovias rasgaram o Brasil Central buscando a integração territorial do país, com isso, também se tornado eixos para a formação de novas cidades. Além dos fatores atrativos gerados pelo estabelecimento do Distrito Federal e das rodovias, tal porção do Brasil foi tomada pelo avanço das fronteiras agrícolas. Na prática, estamos falando de uma agricultura comercial que se vale da concentração de terras e de maquinários. "o Centro-Oeste apresenta o segundo maior índice de urbanização entre as regiões brasileiras. Isso se explica por dois fatores: toda a população do Distrito Federal (cerca de 3 milhões de habitantes em 2017) mora dentro do perímetro urbano de Brasília, que o único aglomerado urbano dessa unidade da Federação; e houve a abertura de rodovias e a expansão das fronteiras agrícolas com pecuária e agricultura mecanizada (que usam pouca mão de obra), o que promoveu o crescimento urbano nas cidades já existentes e o surgimento de outras." (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 624) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 27 NORDESTE O Nordeste apresentou uma urbanização mais lenta, e, isso se justifica por duas grandes realidades: a agricultura familiar em minifúndios no Agreste e a baixa dinamicidade econômica dos perímetros urbanos locais. Assim, por mais que a população nordestina tenha realizado um êxodo rural, foi, durante muito tempo, em direção, especialmente, ao Sudeste. "As migrações de nordestinos para o Sudeste, bastante intensas entre as décadas de 1940 e 1980, funcionaram como êxodo rural, pois parcela considerável do fluxo foi constituída por transferências de populações do meio rural para o meio urbano." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) NORTE A região Norte é um caso diferente dos demais, afinal, estamos falando de uma porção marcada pela baixa densidade demográfica e grandes áreas de florestas. Assim, ainda no século XX, a proporção população urbana já era elevada - uma vez que a população total era reduzida e, pensando o cenário regional, havia um poder atrativo de Belém e Manaus. "Os fluxos migratórios dirigidos para frentes pioneiras agrícolas em Rondônia e no Pará, nas décadas de 1970 e 1980, restringiram o crescimento relativo da população urbana. Depois disso, porém, a população rural entrou em estagnação, enquanto acelerava o processo de urbanização." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) As últimas décadas marcam um processo de urbanização mais intenso, especialmente pela proliferação de cidades ao longos das rodovias. BRASIL: REDE E HIERARQUIA URBANA "O conjunto das cidades de determinado território forma uma rede - a rede urbana. Uma rede é um sistema constituído por arcos de transmissão e nós de bifurcação, pelo qual circulam fluxos materiais e imateriais." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) A relação entre as cidades cria uma rede urbana. Isso faz sentido para você? Vamos pensar de forma prática: imagine que nós temos a cidade A, B e C. Elas não estão isoladas, mas interagem entre si (tal interação cria uma rede), seja com fluxos materiais ou imateriais. Por isso as cidades são chamadas de ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 28 "nós de bifurcação" - afinal, concentram a produção e distribuição de mercadorias e da prestação de serviços diversos. "fator importante que devemos considerar ao analisar os fluxos no interior de uma rede urbana é a condição de acesso proporcionada pelos diferentes níveis de renda da população. Um morador rico de uma cidade pequena consegue estabelecer muito mais conexões econômicas e socioculturais que um morador pobre de uma grande metrópole. A mobilidade das pessoas entre as cidades da rede urbana depende de seu nível de renda." (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 634) Você deve ter notado que no nosso esquema de rede, a cidade B é maior do que as demais. Isso acontece, porque dentro de uma rede urbana cada cidade exerce um grau de influência diferente, a depender da sua capacidade de oferecer bens e serviços. Ou seja, algumas são mais "centralizadoras", mais "atrativas" economicamente do que as outras. "Segundo o IBGE, as regiões de influência das cidades brasileiras são delimitadas principalmente pelo fluxo de consumidores que utilizam o comercio e os serviços públicos e privados no interior da rede urbana." (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 634) Percebeu que com esse raciocínio já identificamos uma hierarquia? Essa é a chamada hierarquia urbana, e no caso brasileiro, a cidade de São Paulo (classificada pelo IBGE como a grande metrópole nacional) ocupa o nível mais elevado em tal hierarquia - seguida por Rio de Janeiro e Brasília. De acordo com o IBGE, a hierarquia urbana brasileira está dividida em 5 grupos: 1. Metrópoles - são os 12 centros mais importantes do país, e são divididos em três grupos, a depender do tamanho e poder de polarização. a. Grande metrópole nacional - São Paulo, uma vez que tem um poder de polarização em âmbito nacional, desempenhando funções de uma metrópole global (afinal, concentra a A B C Fluxos Materiais (Pessoas, mercadorias etc.) Imateriais (Telecomunicação, transferência de capital, intercâmbios políticos e culturais) etc.) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 29 maior parte das sedes de grandes empresas, criando uma ligação entre a economia nacional e a mundial); b. Metrópole nacional - Rio de Janeiro e Brasília, que também apresentam influência nacional, mas menor que a de São Paulo. "O Rio de Janeiro é classificado como metrópole nacional. Assim como em São Paulo, na cidade são realizados eventos empresariais, científicos e culturais de significado internacional. Os dois grandes centros oferecem serviços de educação superior e saúde que atraem usuários de todo o território brasileiro. No mesmo nível de Rio de Janeiro aparece Brasília. A capital federal exerce influência econômica menor que a das duas principais metrópoles, mas é o centro onde se tomam decisões políticas de repercussão nacional e internacional." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.268) c. Metrópoles - Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Curitiba, Campinas e Manaus - cidades que apresentam influência regional 2. Capital regional - são municípios com influência regional, destacando, especialmente, as capitais estaduais, sendo divididos em: Capital regional A, Capital regional B e Capital regional C 3. Centro sub-regional - são centros menos complexos, com área de polarização mais reduzida. São divididos em: Centro sub-regional A e Centro sub-regional B 4. Centro de zona - são cidades de menor porte, dispondo de serviços elementares e polarização somente às cidades vizinhas. São divididos em: Centro de zona A e Centro de zona B 5. Centro local -são as cidades restantes, onde os serviços atendem apenas à população local, não polarizando nenhum outro município. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 30 O Rio de Janeiro foi capital colonial e imperial, mantendo tal condição até a inauguração de Brasília, em 1960. Tal transferência afetou suas dinâmicas, afinal perder o estatuto de sede do governo federal significou a diminuição de investimentos e atratividade. Além disso, mais tarde, várias empresas estatais ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 31 com sede em tal cidade foram privatizadas e, em 2000, houve o encerramento das atividades de sua bolsa de valores. Entretanto, a capital fluminense ainda sedia a maior empresa brasileira - Petrobrás - e o grande grupo de comunicação Globo. Ou seja, decisões importantes e uma forte influência cultural partem do Rio de Janeiro, além do valor simbólico das antigas funções políticas e paisagem natural que ficou consagrada como cartão-postal do Brasil - por isso é tão comum que sedie eventos políticos e esportivos de larga escala. Quanto à São Paulo, foi uma cidade secundária durante o período colonial e se manteve assim até as últimas décadas do século XIX. As mudanças que garantiram a condição de metrópole se deram com a expansão da economia cafeeira, e, posteriormente, com a industrialização - ultrapassando o Rio de Janeiro, em termos demográficos, em meados do século XX. Atualmente, a influência nacional de São Paulo é maior do que a força exercida pelo Rio de Janeiro, uma vez que concentra sedes empresariais e abriga a bolsa de valores que interliga a economia brasileira aos mercados financeiros globais "A área de atração direta de São Paulo se estende por todo o território paulista, pelo sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro e vastas áreas no Centro-Oeste, até a Amazônia ocidental. O rio de Janeiro, por sua vez, influencia diretamente, além de seu estado, a Zona da Mata mineira, o Espírito Santo e o sul da Bahia." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.270) Em termos regionais, as redes urbanas podem ser facilmente distinguidas, sendo um padrão mais complexo encontrado no Sudeste e, em menor escala, no Sul - ou seja, são redes organizadas em torno de metrópoles e compostas por diversas cidades médias com funções de capitais regionais. Já o Nordeste apresenta uma rede menos integrada, com forte dependência de três metrópoles: Fortaleza, Salvador e Recife. Enquanto isso, a realidade encontrada no Centro-Oeste e no Norte é de carência de cidades médias, reflexos das baixas densidades demográficas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 32 SUDESTE A rede urbana no Sudeste se organiza em torno de São Paulo (grande metrópole nacional), do Rio de Janeiro (metrópole nacional) e de Belo Horizonte (metrópole) - além de outras cidades consideradas capitais regionais. Note que temos três grandes centros polarizadores e outros de escala menor, ou seja, "há muita gente querendo mandar em um espaço só", é isso que chamamos de complexidade de rede, ou seja, há uma concorrência por influência entre os centros urbanos - principalmente no sul de Minas e no Triângulo Mineiro (onde São Paulo e Belo Horizonte polarizam); bem como no Espírito Santo, submetido às influências do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. "Contudo, a influência direta dessas cidades centrais [São Paulo e Rio de Janeiro] se faz sentir nas áreas que circundam o Sudeste, como o norte do Paraná e o Mato Grosso do Sul, no caso de São Paulo, e o sul da Bahia, no caso do Rio de Janeiro. Adicionalmente, Belo Horizonte estende sua influência até trechos da Bahia e de Goiás." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.271) SUL Na região Sul, as principais cidades polarizadoras são Porto Alegre e Curitiba. Assim, a capital gaúcha estende sua influência sobre o seu estado e a maior parte de Santa Catarina; já a capital mais fria do país influencia o Paraná e o norte catarinense. Vale ressaltar as duas metrópoles exercem uma influência discreta (mas efetiva) no Centro-Oeste, na Amazônia e em trechos da Bahia - consequência da migração de agricultores do Sul para tais porções NORDESTE As redes urbanas no Nordeste estão estruturadas nos arredores de três metrópoles: Salvador, Recife e Fortaleza - mas devemos destacar uma certa polarização exercida pelas demais capitais estaduais (que se configuram como capitais regionais). Dessa forma, quanto às influências, destacamos: ▪ Salvador: sobre a maior parte da Bahia e sobre Sergipe ▪ Recife: de Alagoas à Paraíba - dividindo com Fortaleza a influência sobre o Rio Grande do Norte; ▪ Fortaleza: Ceará, Piauí e o Maranhão. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 33 Destacamos, no Agreste, cidades como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), que funcionam como capitais regionais, e por isso são chamadas de capitais do Agreste. Bem como no Sertão, Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) exercem influência, ainda que mais fraca, como capitais regionais. NORTE A região Norte apresenta uma incipiente rede urbana, sendo dividida em duas grandes áreas de influência: a Amazônia oriental (polarizada por Belém) e a Amazônia ocidental (polarizada por Manaus). A força dessas duas metrópoles (Belém e Manaus) é ainda mais reforçada pelas imensas distâncias que precisam ser percorridas e a ausência, quase completa, de cidades médias. As capitais dos outros estados funcionam como capitais regionais - destacamos Porto Velho (RO) e Palmas (TO), que estão dispostas sobre eixos viários de integração, logo, sofrem forte influência de Brasília e Goiânia, respectivamente. CENTRO-OESTE Graças à construção de Brasília e a "marcha para o Oeste", a rede urbana do Centro-Oeste foi reorganizada na segunda metade do século XX. Assim, podemos afirmar que as principais cidades estão ao longo de eixos rodoviários e mantém fortes relações econômica com as metrópoles do Sudeste, em especial com São Paulo. Em tal região, o destaque é dado para Brasília (metrópole nacional) e para Goiânia (metrópole). Ambas polarizam áreas da Amazônia que são cortadas pela Belém-Brasília e a Brasília-Acre - além delas, Campo Grande e Cuiabá, como capitais regionais, exercem influência limitada em seus estados. A CIDADE-CAPITAL "Brasília representa um caso especial entre as grandes cidades brasileiras. Não simplesmente por ser uma cidade planeja: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, constituem outros exemplos de cidades planejadas no Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que orientou o planejamento urbano - a criação de uma cidade-capital no centro do território nacional." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.271) Brasília foi pensada com uma função geopolítica muito clara: abrigar os órgãos do poder do Estado, logo, o plano urbanístico que pautou sua construção manifesta a ideia de separação entre os órgãos do poder político e as multidões populares. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 34 O Plano Piloto de Brasília foi projetado pelo urbanista Lúcio Costa e indica uma nítida segregação funcional, reservando áreas diferentes para as diferentes funções urbanas - administrativa, residencial e comercial. Brasília foi organizada em dois eixos: ▪ Eixo Monumental: que é cortado por um eixo arqueado e foi reservado para os edifícios de órgãos do poder político, administração e embaixadas ▪ Eixo Rodoviário: que corta o Eixo Monumental e é arqueado, que foi dedicado à circulação expressa BRASIL: REGIÕES METROPOLITANAS "As regiões metropolitanas brasileirasforam criadas por lei aprovada no congresso Nacional em 1973, que as definiu como 'um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comum', que deveriam ser reconhecidas pelo IBGE. A Constituição de 1988 permitiu a estadualização do reconhecimento legal das metrópoles." (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 631) Quando pensamos o processo de urbanização no Brasil foi acelerado e essencialmente concentrador. As principais cidades - geralmente, capitais estaduais - polarizaram as atividades mais dinâmicas do comércio, serviço e indústria, logo, durante décadas, se tornaram um grande centro de atração demográfica, consequentemente, tenderam à metropolização. A estrutura espacial criada a partir da colonização, gerou embriões de algumas metrópoles, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, mas foi a modernização da economia (especialmente a partir da década de 1930 e no pós- guerra) que impulsionou a urbanização no país. Em 1940, o Brasil abrigava duas metrópoles: Rio de Janeiro e São Paulo, em 1950 esse número foi ampliado para três, com a ascensão de Recife. Já no Censo de 2010, o país já contava com 14 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, 38 aglomerações urbanas com mais de meio milhão de pessoas - ou seja, houve um crescimento significativo. Dentro desse contexto, o crescimento demográfico das grandes cidades e dos núcleos urbanos dos seus arredores levou ao processo de conurbação, ou seja, uma maior integração entre os centros urbanos. "Um número reduzido de cidades, que apresentavam vantagens prévias, tornou-se alvo dos investimentos. Essa aglomerações evoluíram como polos de atração demográfica e grandes mercados consumidores. A concentração econômica determinou a aglomeração espacial: o resultado foi a metropolização, ou seja, a formação de metrópoles." (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.186) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 35 Então, tínhamos: o crescimento das grandes cidades (metropolização) e o aumento da integração entre essas grandes cidades e centros urbanos que estavam nos arredores. (conurbação), ou seja, inaugurávamos uma etapa que se caracterizava pela "configuração de amplas regiões urbanizadas, constituídas ao redor de uma metrópole, como 'corredores urbanos' de cidades médias." (MAGNOLI, 2012, p. 369), as regiões metropolitanas "As regiões metropolitanas são estruturas territoriais especiais, formadas pelas principais cidades do país e pelas aglomerações a elas conurbadas." (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.187) Inicialmente, as regiões metropolitanas foram definidas pela Lei Complementar nº14, de 1973 - uma vez que ao se conurbarem, os municípios passaram a dividir problemas para os quais só existiriam soluções conjuntas. Entretanto, a Constituição Federal de 1988 delegou aos estados o poder/direito de criar tais estruturas territoriais, o que aumento o número de tais regiões na década de 1990. "Entre elas [novas regiões metropolitanas], seis são nucleadas por capitais estaduais: São Luís, Vitória, Natal, Florianópolis, Maceió e Goiânia. No estado de Santa Catarina, foram estabelecidas outras duas: a do Vale do Itajaí, nucleadas em Blumenau, e a do Norte/Nordeste catarinense, nucleada por Joinville. No norte do Paraná, criaram mais duas, nucleadas por Londrina e Maringá. No estado de São Paulo, foram criadas as regiões metropolitanas da Baixada Santista, em torno de Santos, e de Campinas." (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.187) MEGALÓPOLE "No conjunto, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro funciona como uma megalópole, isto é, como corredor extensivamente urbanizado que se organiza em espaço polarizado pelas duas metrópoles (...). No corredor viário do vale do Paraíba, ainda existem trechos rurais com extensão significativa." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.371) "Na conurbação pode ocorrer a integração física das manchas urbanas, de modo que as estradas que conectavam núcleos distintos são incorporadas como avenidas de uma única aglomeração, ou a integração funcional de cidades que permanecem separadas por áreas rurais, mas se conectam fortemente por fluxos pendulares diários de trabalhadores." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2012.p.369) ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 36 REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) Por envolver municípios de mais de uma Unidade da Federação, a RIDE é uma forma de ação mais ampla que a prevista nas regiões metropolitanas. A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica de territórios de baixo desenvolvimento e assim, conseguir prioridade no recebimento de recursos públicos. Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno Criada por Lei Complementar em 1998, envolve o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Em 2009, é recriada a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). O primeiro projeto industrial de larga escala na RIDE do Distrito Federal e do Entorno foi elaborado em 2017 pela Sudeco para a construção de uma fábrica de cimento no município de Formosa, no valor de R$ 270 milhões. Estima-se que obra possa gerar até 2 mil empregos diretos e indiretos no período de instalação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 37 Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro Criada por Lei Complementar em 2001, abarca os estados da Bahia e de Pernambuco. Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) são cidades conurbadas. O vale do rio São Francisco é um polo de desenvolvimento tecnológico da fruticultura irrigada, implantado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e iniciativa privada, com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Recentemente, a região tornou- se o segundo polo vitivinicultor do Brasil, com produção anual de 7 milhões de litros de vinho (15% da produção nacional), sendo 30% de vinhos finos, premiados nacional e internacionalmente, produzidos nas oito vinícolas instaladas nos municípios pernambucanos de Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista e em Casa Nova, na Bahia. Além da produção arroz com a irrigação em Curaçá, na Bahia. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 38 A região dispõe da infraestrutura do Aeroporto Internacional de Petrolina; da hidrovia do São Francisco, com o Lago de Sobradinho, o maior lago artificial do mundo; de eclusas na Barragem de Sobradinho; de ligação rodoviária com as principais capitais do Nordeste; e de uma termelétrica com capacidade para geração 138 Megawatts de energia. Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina Criada por Lei Complementar em 2001, envolve os estados do Maranhão e Piauí. Com a emancipação e a eleição de seu primeiro prefeito, que começou a atuar no início de 2009, Nazária faz parte da Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina neste ano. Antes de ser emancipada, Nazária era subdistrito de Teresina. Na RIDE da Grande Teresina, os municípios de Teresina (PI) e Timon (MA) estão conurbados, respondendo pelo maior contingente populacional daRegião Metropolitana; juntos, têm uma população estimada de 1.009.114 habitantes. INDICAÇÕES Fala, pessoal... Deixo aqui algumas indicações, e ao assisti-los, observe muito bem as paisagens e como elas são alteradas pelo processo de urbanização. Você notará que a principal realidade retratada é a de São Paulo, e, esse foi o nosso foco porque é a maior cidade do Brasil, logo, os processos acabam sendo mais intensos, mas se você não morar na capital paulista, tente transferir o que acontece nesses documentários para a sua realidade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 39 ENTRERIOS Nesse documentário é mostrado o processo de configuração da cidade de São Paulo e a sua relação com as águas fluviais. Ao assistir, observe como o meio ambiente é considerado durante a expansão urbana e faça uma análise de causa e consequência. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc Entremundo – Um dia no bairro mais desigual do mundo Acredito que uma das relações entre “bairro de pobre” e “bairro de rico” que mais estiveram em exposição nos últimos tempos foi entre o Morumbi e Paraisópolis (principalmente após a ação policial que levou à morte de jovens durante um baile funk) e é essa realidade que o documentário mostra. Ao assistir, observe as diferenças espaciais, sociais e econômicas entre esses dois bairros que estão próximos fisicamente, mas com realidades muitas vezes opostas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YHmssX8MSLo A ponte Esse documentário mostra a visão sobre a realidade da periferia da Zona Sul de São Paulo por parte de um rapper (Mano Brown), uma professora e um escritor. Note as visões, apelos e necessidades que as pessoas da periferia elencam. Disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=Rs0mbQBddag ou https://vimeo.com/14814248 Leva Esse documentário mostra a luta por moradia em São Paulo. Note a disputa de poder que para a manutenção de prédios desocupados mesmo que muitas pessoas estejam sem teto (perceba também que há uma organização entre as pessoas que ocupam imóveis). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xn2um8xhc4o CONSIDERAÇÕES FINAIS Parabéns por ter concluído essa aula e muito obrigada pela confiança no trabalho da Equipe do Estratégia Vestibulares! https://www.youtube.com/watch?v=Rs0mbQBddag https://vimeo.com/14814248 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 40 Caso ainda precise de alguma dica ou lhe reste alguma incerteza ou dúvida, não hesite em falar comigo! Será um prazer trocar conhecimentos com você (assim cresceremos juntos, pois ninguém é tão grande que não possa aprender). Use o Fórum de Dúvidas sempre que necessário! Nós do Estratégia Vestibulares estamos ansiosos por sua aprovação! Quando a caminhada fica dura, só os duros continuam caminhando Mano Brown Ótimos estudos! Conte comigo, sempre!. REFERÊNCIAS CHARLIER, Jacques. Atlas du 21e siécle. Paris: Nathan, 2002. CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano, São Paulo: Ática, 1989. DEFFONTAINES, Pierre. Posições da Geografia Humana – Por que Geografia Humana? IN: Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, Número 81, Dezembro de 2004. ENGELS, F. A. A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Global, 1985. IBGE. Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. MATOS, Ralfo Edmundo da Silva. Aglomerações urbanas, rede de cidades e desconcentração demográfica no Brasil. In: X Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2000, Caxambu. Anais do XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2000. Belo Horizonte: ABEP/ 2000. @profpriscilalima https://t.me/professorapriscilalima Professora Priscila Lima ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO AULA 10 – Urbanização 41 MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil. Volume único, São Paulo: Ática, 2014. SASSEN, Saskia. As cidades na economia mundial. São Paulo, Studio Nobel, 1998. SILVA, Edilson Adão Cândido da; FURQUIM-JÚNIOR, Laercio. 360º geografia em rede. Volume único, São Paulo: FTD, 2015. SOUZA, Marcelo L. de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná, E. de; GOMES, Paulo Cesar da C.; CORRÊA, Roberto L. (org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995, p. 77-116. SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Cidades médias: reestruturação das cidades e reestruturação urbana. In: SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão (org.). Cidades médias: espaços em transição. São Paulo: Expressão Popular, 2007. TERRA, Lygia. Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2008. VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel/FAPESP/Lincoln Institute, 2001. WAISELFSZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2016. Flacso Brasil, 2016. WEYRAUCH, C. S. Violência Urbana. Dimensões, vol. 27, p. 2-22, 2011
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