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Aula_15_-_Animais_Invertebrados_-_Extensivo_2024 (1)

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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 1
Prof. Carol Negrin 
Aula 15 – Animais Invertebrados. 
vestibulares.estrategia.com 
EXTENSIVO 
2024 
Exasi
u
VESTIBULARES 
Exasiu
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 2 
 
SUMÁRIO 
TABELA DE CONCEITOS 4 
AULA 15. ANIMAIS INVERTEBRADOS 5 
1. O QUE É UM ANIMAL? 5 
1.1. Características gerais dos metazoários 6 
2. PORÍFEROS 11 
CAI NA PROVA 15 
3. CNIDÁRIOS 16 
CAI NA PROVA 22 
4. LOFOTROCOZOÁRIOS 23 
4.1. Platelmintos 23 
CAI NA PROVA 30 
4.2. Moluscos 31 
CAI NA PROVA 36 
4.3. Anelídeos 37 
CAI NA PROVA 42 
5. ECDISOZOÁRIOS 42 
5.1. Nematódeos 43 
CAI NA PROVA 48 
5.2. Artrópodes 49 
CAI NA PROVA 62 
6. EQUINODERMOS 63 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 3 
CAI NA PROVA 68 
7. FILOGENIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS 69 
8. LISTA DE QUESTÕES 70 
8.1. Lista de questões complementares 70 
9. GABARITO 96 
9.1. Gabarito da lista de questões complementares 96 
10. LISTA DE QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 97 
10.1. Lista de questões complementares 97 
11. RESUMINDO 133 
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 134 
13. REFERÊNCIAS 135 
14. VERSÕES DAS AULAS 135 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 4 
Tabela de Conceitos 
Celoma 
Cavidade corpórea delimitada inteiramente pela mesoderme e que 
abriga os órgãos internos, as vísceras do animal. 
Deuterostômios 
Animais em que o blastóporo dá origem ao ânus, sendo esse o 
primeiro orifício a surgir no desenvolvimento embrionário. São os 
equinodermos e os cordados. 
Ecdise 
Processo de eliminação da cutícula externa de artrópodes e 
nematódeos. É regulada pelo hormônio ecdisona e permite o 
crescimento do animal enquanto a nova cutícula não se torna rígida. 
Metameria 
Organização interna do corpo de um animal que se origina a partir 
da repetição de estruturas ao longo do eixo anteroposterior dos 
animais que apresentam simetria bilateral. Cada unidade é 
chamada de segmento ou metâmero. Ocorre em anelídeos, 
artrópodes e cordados. 
Protostômios 
Animais em que o blastóporo dá origem à boca, sendo esse o 
primeiro orifício a surgir no desenvolvimento embrionário. São os 
animais triblásticos, à exceção de equinodermos e cordados: 
platelmintos, moluscos, anelídeos, nematódeos e artrópodes. 
Simetria corporal 
Semelhança entre as partes externas de um determinado 
organismo quando elas são separadas por planos reais ou 
imaginários que passam pelo seu centro. Pode ser bilateral ou 
radial. 
Verminoses Doenças causadas por “vermes” platelmintos ou nematódeos. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 5 
Aula 15. Animais Invertebrados 
Olá, vestibulando (a)! Tudo bem com você? 
Nesta aula iremos avançar mais um bom tanto nossos estudos sobre a Diversidade da 
Vida. Já estudamos vírus, microrganismos e plantas, e a partir de agora iniciaremos nossas 
discussões sobre os animais. 
O Reino Animal, também conhecido como Animalia ou Metazoa, divide-se em dois 
grandes grupos: animais invertebrados (que não apresentam vértebras) e animais vertebrados 
(que apresentam vértebras). Nesta aula iremos nos debruçar sobre o estudo dos animais 
invertebrados: falaremos sobre os principais grupos e as características que os definem. Mas 
antes disso, veremos os traços que nos permitem definir um animal. 
Os assuntos que trataremos aqui apresentam alta recorrência nas provas de 
vestibulares. Isso porque é um tema de grande relevância e cheio de detalhes, com 
características evolutivas importantes, que podem ser exclusivas de um determinado grupo ou 
compartilhadas entre vários deles. Por isso, preste atenção, pois saber compará-los é 
primordial! E depois de se dedicar ao estudo dela e aos exercícios selecionados, tenho certeza 
de que você se sairá muito bem no vestibular! 
 
Preparado (a) para estudar Zoologia? Então respire, porque vamos começar! 
 
1. O que é um animal? 
Os primeiros animais de tamanho perceptível e relacionados com os animais modernos 
datam do Cambriano, há aproximadamente 540 milhões de anos. A característica mais 
marcante da fauna cambriana é sua grande diversidade: o aparecimento repentino dos 
principais planos corporais e a rápida diversificação em animais complexos receberam o nome 
de Explosão do Cambriano, como veremos na aula de Evolução. 
Mas o que é um animal? 
Animais (também chamados metazoários) são organismos eucariontes, heterotróficos, 
pluricelulares, que se movimentam durante todo ou parte do ciclo de vida. Seu 
corpo é formado por tecidos (células funcionalmente especializadas, dedicadas a uma ou 
mais funções), sendo os principais tecidos o epitelial e o conjuntivo. Além disso, os 
animais não apresentam células com parede celular e são tipicamente diploides. 
 
Abaixo, vamos analisar o cladograma da diversidade dos organismos para vermos onde 
os animais se localizam na árvore da vida. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 6 
 
 
A diversidade de animais é enorme, e dentre os aproximadamente 35 filos (ou grupo) 
animais reconhecidos, apenas um contém animais que não são invertebrados, o filo dos 
Cordados. Isso nos mostra que parte crucial da nossa biodiversidade reside nos animais 
invertebrados, objetos de estudo da nossa aula. 
 
 
1.1. Características gerais dos metazoários 
Os animais se dividem em dois grandes grupos, animais invertebrados (aqueles que não 
apresentam vértebras) e animais vertebrados (aqueles que apresentam vértebras), e a 
hipótese mais aceita sobre suas relações de parentesco pode ser expressa da seguinte 
maneira: 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 7 
 
 
É claro que a diversidade animal envolve muitos outros grupos, como disse, temos cerca 
de 35 filos reconhecidos atualmente, mas não estão aqui apresentados e nem todos eles são 
importantes para as provas de ensino médio. Os vertebrados constituem um grupo dentro do 
clado dos cordados, que serão estudados na próxima aula. Nesta aula, estudaremos apenas 
os oito principais grupos de invertebrados. Mas antes de vermos os detalhes de cada um deles, 
precisamos discutir as principais características dos animais e como elas foram cruciais 
durante a história evolutiva da vida. São elas: a multicelularidade, o desenvolvimento 
embrionário, a presença de celoma, a ocorrência de simetria e a presença de metameria. 
 
Multicelularidade 
A condição multicelular permitiu o surgimento de todos os animais. Evidências 
morfológicas, moleculares e paleontológicas indicam que o filo mais antigo, o primeiro a surgir 
na história evolutiva, foi o Filo Porifera, apresentando poucos tipos celulares e baixo nível de 
especialização. A partir desse primeiro grupo foram surgindo outros com maior nível de 
especialização celular e maior complexidade. 
 
Desenvolvimento embrionário 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 8 
Vimos na aula de Embriologia que o desenvolvimento embrionário possui três etapas 
principais, que se seguem após a formação do embrião: segmentação, gastrulação e 
organogênese (Fig. 1). Na segmentação ocorre uma série de divisões onde há a formação de 
um maciço celular denominado mórula. Progressivamente, o número de células aumenta e há 
o surgimento de uma cavidade interna, denominada blastocele. Nesse estágio, o embrião 
passa a ser chamado de blástula. 
Na fase seguinte, chamada de gástrula, ocorre um processo de invaginação de 
algumas células para o interior da blastocele e inicia-se a diferenciação celular, acarretando a 
formação dos folhetos embrionários endoderme e ectoderme, que darão origem aos tecidos 
do organismo. A blastocele desaparece e dá origem a uma estruturadenominada arquêntero, 
que se modificará em um tubo digestório. 
 
Figura 1. Estágio iniciais do desenvolvimento embrionário. 
 
O arquêntero se comunica com o exterior por uma abertura denominada blastóporo. 
Organismos no qual o blastóporo origina primariamente a boca são chamados protostômios, e 
incluem desde os platelmintos até os artrópodes. Já os organismos no qual o blastóporo origina 
primariamente o ânus (e a boca se origina posteriormente como um novo orifício) são 
chamados deuterostômios, e incluem os equinodermos e os cordados. 
Os primeiros animais eumetazoários apresentam apenas ectoderme e endoderme como 
folhetos embrionários, recebendo o nome de diblásticos. São os cnidários. Mais tarde, no 
processo evolutivo, surgiram animais com um folheto embrionário extra, a mesoderme, 
localizado entre a endoderme e a ectoderme. Esses animais com três folhetos embrionários 
são chamados de animais triblásticos, sendo os platelmintos, os moluscos, os anelídeos, os 
artrópodes, os nematódeos, os equinodermos e os cordados. 
 
Celoma 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 9 
O processo de formação da mesoderme pode envolver ou não a formação de uma 
cavidade corpórea chamada de celoma, que posteriormente alojará os órgãos internos 
(vísceras) do animal. 
Os animais que não possuem essa cavidade são chamados de acelomados. Dentre os 
que a possuem, é possível distinguir os pseudocelomados e os celomados. Os 
pseudocelomados possuem um falso celoma, assim chamado por não ser uma cavidade 
inteiramente forrada por tecido mesodérmico. A mesoderme reveste apenas a superfície 
interna da parede do corpo, deixando de fazê-lo na parede intestinal. Já os animais que 
possuem a cavidade completamente revestida pela mesoderme são chamados de celomados 
(Fig. 2). 
 
Figura 2. Classificação dos animais quanto à presença de celoma. 
 
O surgimento do celoma foi um acontecimento importante para o desenvolvimento da 
arquitetura corporal dos animais, contribuindo para o aumento das dimensões e da 
complexidade estrutural. Ele tornou possível o desenvolvimento de estruturas tubulares 
(corpos vermiformes), permitindo maior flexibilidade corporal do que a observada 
nos animais com corpos sólidos (acelomados). Posteriormente, a evolução de um celoma 
segmentado contribuiu para criar um maior potencial de especialização – as cavidades 
celômicas tornam-se 
especializadas para uma função 
particular. 
O celoma, por ser um 
espaço preenchido por líquido, 
proporcionou o desenvolvimento 
de órgãos suspensos e protegidos 
contra lesões internas. O fluido 
que o preenche pode ter diversas 
funções, variáveis nos diferentes 
grupos de celomados: i) 
transportar gases e substâncias 
nutritivas; ii) proporcionar um 
fluido para processar produtos de 
excreção; iii) funcionar como um 
esqueleto hidrostático; e iv) 
fornecer um local para a 
maturação de gametas ou para a 
incubação de embriões. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 10 
Existem dois processos pelos quais o celoma pode ser formado: processo esquizocélico 
ou processo enterocélico (Fig. 3). No processo esquizocélico, a mesoderme é originada a 
partir das células localizadas próximas ao blastóporo, que se multiplicam e depois se 
organizam para formar a cavidade cheia de líquido (celoma). Os animais protostômios são 
esquizocelomados. No processo enterocélico, a mesoderme surge de evaginações do 
arquêntero, formando bolsas mesodérmicas que se desprendem e delimitam o celoma. Os 
animais deuterostômios são enterocelomados. 
Simetria 
Simetria corporal pode ser definida como semelhança entre as partes externas de um 
determinado organismo quando elas são separadas por planos reais ou imaginários que 
passam pelo seu centro. Chamamos de plano de simetria a superfície capaz de dividir o 
organismo em duas partes. Um animal pode apresentar simetria bilateral, radial ou não 
apresentar simetria (assimétrico) (Fig. 4). 
 
Figura 4. Tipos de simetria. 
 
A simetria radial é aquela em que o corpo do animal pode ser dividido em vários planos 
dispostos em torno de um eixo longitudinal. Animais com esse tipo de simetria recebem o nome 
de radiados. Em face dessa característica, não podemos afirmar que eles possuem região 
dorsal e ventral, lado esquerdo e direito ou cabeça e cauda. Esse grupo é representado pelos 
cnidários e equinodermos adultos. 
A simetria bilateral é aquela em que o animal apresenta duas partes semelhantes, 
sendo dividido apenas por um único plano de simetria. Os mamíferos apresentam simetria 
bilateral, sendo que o lado esquerdo e o direito são a imagem especular um do outro. Além 
deles, são exemplos de animais que apresentam essa característica os artrópodes, os 
platelmintos e as larvas de equinodermos. 
 
Metameria 
A metameria é uma organização interna do corpo de um animal que se origina a partir 
da repetição de estruturas ao longo do eixo anteroposterior dos animais que apresentam 
simetria bilateral. Cada unidade repetitiva é chamada de segmento ou metâmero. 
A principal vantagem do surgimento da metameria foi a formação de blocos musculares 
independentes, que aumentaram a extensão dos movimentos corporais. São animais 
metaméricos os anelídeos (Fig. 5), os artrópodes e os cordados. 
Figura 3. Processos de formação do celoma. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 11 
 
Figura 5. A metameria é evidente na estrutura corporal das minhocas (Filo Annelida) (Fonte: 
Shutterstock). 
Uma vez que tenhamos discutido o que nos permite classificar os animais como tal, 
vamos partir para o estudo dos principais grupos de invertebrados. 
 
2. Poríferos 
Poríferos (Filo Porifera), conhecidos popularmente como esponjas, são animais 
portadores de poros, apresentando inúmeros deles em sua superfície e uma (ou mais) grande 
abertura (Fig. 6). 
São animais aquáticos, tipicamente marinhos (98% das espécies existentes vivem no 
mar, enquanto apenas 2% são típicas de água doce), que vivem acoplados ao fundo do mar ou 
outras superfícies (são sésseis), mas que possuem larva livre natante. Não apresentam 
simetria, tecidos ou órgãos, e variam em forma, textura e coloração. São conhecidas cerca de 
5.500 espécies de esponjas. 
 
Figura 6. Diversidade de esponjas do mar (Fonte: Shutterstock). 
 
Nós vimos que todos os animais possuem tecidos especializados. Se os poríferos não 
possuem tecidos, como podem ser considerados animais? Vamos entender isso! 
 
Organização geral 
Os planos corporais das esponjas são tão diferentes dos demais animais que fica difícil 
comparar suas características básicas, ainda que sua estrutura molecular mostre que elas 
compartilham genes muito similares aos encontrados em outros animais. Embora não 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 12 
possuam tecidos, mais de 20 tipos celulares morfologicamente distintos podem ser 
reconhecidos em esponjas individuais, e essas células são funcionalmente independentes. 
Por possuírem uma configuração corporal muito parecida à dos coanoflagelados 
(protozoários coloniais de água doce), com células justapostas umas às outras, diz-se que as 
esponjas não possuem um tecido verdadeiro. Isso porque não há um sistema de adesão e 
comunicação entre essas células, isto é, não há matriz extracelular. Além disso, não há a 
formação de uma cavidade digestória como ocorre em todos os outros animais e 
fundamental ao modo de vida heterotrófico, para que o alimento possa ser processado antes 
de ser enviado às células. Desse modo, as esponjas 
se nutrem apenas de partículas que se encontram em 
suspensão na água. 
Temos então nossa primeira divisão na árvore 
evolutiva dos metazoários: poríferos divergindo dos 
animais com tecido verdadeiro, os chamados 
eumetazoários. 
De maneira simplista, podemos dizer que uma 
esponjaconsiste em um bolsa perfurada, suficientemente rígida, cuja superfície interna é 
revestida por células flageladas. Essa superfície interna forma uma cavidade, que é chamada 
de átrio ou espongiocele. Oberve a anatomia de uma esponja na Figura 7. 
 
Figura 7. Anatomia de uma esponja (Baseada em Pechenik, 2016). 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 13 
Externamente, as esponjas são revestidas por células contráteis achatadas e bastante 
unidas denominadas pinacócitos, que são responsáveis pelo revestimento do animal. Esses 
pinacócitos são permeados por porócitos, células longas, tubulosas e perfuradas que formam 
os poros da esponja e funcionam como um canal que atravessa o animal, por onde a água 
passa. 
As células internas que revestem o átrio são denominadas coanócitos. Elas são 
flageladas, apresentam um colarinho de microvilosidades ao redor do flagelo e são muito 
semelhantes aos coanoflagelados. O batimento de seus flagelos gera um fluxo constante de 
água que carrega alimento e oxigênio do meio externo para o interior do animal. Além disso, as 
microvilosidades capturam partículas alimentares pequenas por fagocitose e espermatozoides, 
que entram na esponja para a fertilização. O revestimento interno das esponjas formado pelos 
coanócitos recebe o nome de coanoderme ou coanossomo. 
Adjacente ao coanossomo se encontra uma camada de material gelatinoso não vivo, 
denominada meso-hilo. Imersas no meso-hilo estão as células ameboides amorfas que se 
deslocam através da corrente citoplasmática típica (ciclose). Essas células são chamadas de 
amebócitos ou arqueócitos, e têm função de distribuir o alimento pelo corpo da esponja 
através de projeções de pseudópodes, além de formar os óvulos e os espermatozoides. Os 
arqueócitos são totipotentes e podem dar origem aos demais tipos celulares quando 
necessário. Os arqueócitos também podem se tornar especializados na secreção de elementos 
de suporte, localizados na camada do meso-hilo, chamados espículas. 
 
Em relação à organização de sua câmara e canais internos (chamado sistema 
aquífero), as esponjas podem ser divididas em três categorias (Fig. 8). As esponjas mais 
simples possuem apenas uma câmara interna e são denominadas asconoides. As esponjas 
que possuem mais de uma câmara interna, dispostas radialmente, são denominadas 
siconoides. E esponjas que formam uma rede complexa com múltiplas câmaras e canais são 
denominadas leuconoides, e formam a grande maioria da diversidade de Porifera. 
 
Figura 8. Da esquerda para a direita, os tipos de organização asconoide, siconoide e 
leuconoide. 
 
Alimentação 
Os poríferos são animais filtradores, que criam uma circulação de água por dentro do 
próprio corpo. O movimento dos flagelos dos coanócitos envia a água para dentro do átrio, de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 14 
modo que ela entra no corpo do animal pelos poros formados e sai por uma abertura maior, 
chamada ósculo. À medida que a água passa pelos coanócitos, as microvilosidades presentes 
em seus colarinhos prendem e fagocitam as substâncias orgânicas. Portanto, a digestão das 
esponjas é intracelular. Os arqueócitos recebem as vesículas fagocíticas com alimento e as 
distribuem para todo o corpo. 
 
Locomoção 
O zigoto formado após a fecundação se desenvolve em uma larva ciliada de vida livre, 
enquanto as esponjas adultas são organismos sésseis, que vivem aderidos ao substrato. 
Reprodução 
Uma esponja típica é hermafrodita, ou seja, produz tanto óvulos quanto 
espermatozoides. Elas liberam seus espermatozoides na água para fertilizarem outras 
esponjas, e retêm os óvulos para serem fertilizados. Os coanócitos capturam os 
espermatozoides entrantes com a água circulante, desdiferenciam-se para a forma ameboide 
(arqueócitos) e, em seguida, transportam os espermatozoides para o meso-hilo, onde os 
ovócitos são fertilizados. Assim, a fertilização e o desenvolvimento inicial são internos. 
Após formados os embriões, eles são liberados pelo ósculo como larvas livre natantes, 
chamadas de anfiblástulas. 
Algumas espécies são dioicas, isto é, os indivíduos apresentam sexos separados, além 
de que muitas esponjas também se reproduzem assexuadamente, por brotamento (Fig. 9). 
 
Figura 9. Reprodução assexuada de esponjas por brotamento. 
 
Classificação 
A classificação dos poríferos ocorre em função da composição e forma de suas 
espículas. Essas estruturas permitem a aquisição e manutenção da forma dos corpos, além de 
funcionarem na defesa contra os predadores. Podem ser calcárias, silicosas ou constituídas 
por proteínas fibrosas. Não existe uma hipótese de agrupamento (filogenia) robusta para essas 
classes. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 15 
▪ Classe Calcarea: os membros dessa classe apresentam espículas de carbonato de cálcio, 
distribuídas em três ou quatro eixos (Fig. 10), e abrangem os três tipos de construção 
corporal (asconoides, siconoides e leuconoides). 
 
Figura 10. Espículas de carbonato de cálcio. 
 
▪ Classe Hexactinellida: os membros dessa classe apresentam espículas inteiramente 
formadas por sílica e quitina, interconectadas e distribuídas em seis eixos (Fig. 11). Essas 
esponjas são chamadas “esponjas de vidro” e podem apresentar construção corporal do tipo 
siconoide ou leuconoide. 
 
Figura 11. Espículas de sílica ou quitina. 
 
▪ Classe Demospongiae: os membros dessa classe representam a maior parte de todas a 
espécies de esponjas (~80%) e têm construção corporal do tipo leuconoides. Apresentam 
espículas de fibras de uma proteína chamada espongina, mas podem apresentar espículas 
de sílica também (Fig. 12). Todas as esponjas de água doce são encontradas nessa classe. 
 
Figura 12. Espículas de espongina. 
 
CAI NA PROVA 
1. (2017/UECE – Universidade Estadual do Ceará) Os seres vivos incluídos no Filo 
Porifera não apresentam tecidos ou órgãos definidos, mas possuem células que 
realizam diversas funções relacionadas à sua sobrevivência no ambiente aquático. Com 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 16 
relação aos coanócitos, células que compõem o corpo dos poríferos, é correto afirmar 
que 
a) são responsáveis pela distribuição de substâncias para todas as demais células do corpo do 
animal, por meio de plasmodesmos. 
b) transformam-se em espermatozoides, sendo, portanto, essenciais para a reprodução 
sexuada nesses animais. 
c) são células totipotentes que originam todos os outros tipos de células que compõem os 
tecidos desses animais. 
d) são células flageladas que promovem o fluxo contínuo de água, promovendo a nutrição 
desses animais, pela circulação da água no átrio da esponja. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois quem realiza a distribuição de substâncias para todas as 
demais células do corpo são os amebócitos, também chamados arqueócitos, fazendo essa 
tarefa por meio de projeções de pseudópodes. A alternativa B está incorreta, pois os 
coanócitos não se transformam em espermatozoides. As células totipotentes que podem se 
diferenciar em espermatozoides são os arqueócitos. A alternativa C está incorreta, pois as 
células totipotentes são os arqueócitos. Portanto, a alternativa correta é a letra D. Os 
coanócitos são células flageladas que participam da circulação de água e da nutrição das 
esponjas. 
Gabarito: D 
 
3. Cnidários 
Os cnidários (Filo Cnidaria) são animais com duas camadas de tecidos bem definidas e 
especializadas. Incluem espécies como corais, anêmonas-do-mar, hidras, águas-vivas e 
caravelas-portuguesas, sendo mais de 99% dessas espécies marinhas (Fig. 13). O nome 
Cnidaria vem de cnidos, palavra grega que significa urtiga, e isso se deve ao fato de 
apresentarem células exclusivas chamadas cnidócitos. Tipicamente, possuem duas formas 
corporais: medusa e pólipo.Apresentam sistema nervoso difuso e esqueleto hidrostático. 
Existem cerca de 10.000 espécies de cnidários. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 17 
 
Figura 13. Da esquerda para a direita, anêmona do mar, água-viva e recife de corais (Fonte: 
Shutterstock). 
 
Organização geral 
Em geral, os cnidários possuem simetria radial e possuem apenas duas camadas de 
tecido embrionário: a epiderme (derivada da ectoderme) e a gastroderme (derivada da 
endoderme). São, portanto, animais diblásticos. O espaço entre esses dois tecidos é 
preenchido por uma matriz acelular gelatinosa chamada de mesogleia. 
Imersos na mesogleia encontram-se células denominadas amebócitos, que 
desempenham papéis na digestão, no transporte e armazenamento de nutrientes, no reparo de 
ferimentos e na defesa antibacteriana. 
 A forma polipoide, como a das anêmonas-do-mar, é tubular e geralmente estacionária 
(séssil). A forma medusoide, como as águas-vivas, apresenta um formato de guarda-chuva e 
é natante. Todos os cnidários apresentam tentáculos envolvendo a boca (região oral) e apenas 
uma abertura para o sistema digestório (Fig. 14). 
 
Figura 14. Forma polipoide e forma medusoide dos cnidários. Repare que a mesogleia é mais 
abundante nas medusas do que nos pólipos, fato que lhes confere o nome popular de “águas-
vivas”. A região do corpo da medusa onde a mesogleia se concentra recebe o nome de 
umbrela. 
 
Cnidários possuem um tipo celular exclusivo do grupo, os cnidócitos. Essas células, 
também chamadas de cnidoblastos ou nematoblastos, estão localizadas nos tentáculos desses 
animais, possuem cílios modificados em sua superfície, chamados de cnidocílios, e secretam 
organelas urticantes chamadas de cnidas, dentre as quais a principal é o nematocisto. Os 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 18 
nematocistos são cápsulas proteicas que contém um tubo helicoidal longo e oco. Quando 
algum estímulo tátil ou químico é percebido pelos cnidocílios de um cnidócito, essa cápsula se 
abre e projeta explosivamente o tubo oco, que no processo acaba virando do avesso e 
evidenciando um arpão venenoso para prender ou enfiar no corpo da presa (Fig. 15). Cada 
cnida (nematocisto) pode ser descarregada apenas uma vez. 
 
Figura 15. Estrutura de um cnidócito e a projeção do nematocisto quando estimulado. 
 
Alimentação 
Cnidários apresentam apenas uma abertura digestória, a boca. Assim, todo o material 
ingerido entra pela boca e os produtos do metabolismo são excretados por ela. Possuem ainda 
uma cavidade simples no interior do corpo chamada de celêntero ou cavidade 
gastrovascular. Essa cavidade é recoberta pela gastroderme, cujas células produzem 
enzimas digestivas. 
Os tentáculos da região oral, além de defenderem o animal, são responsáveis pela 
captura de alimento. Após o alimento ser ingerido, ele passa para a cavidade gastrovascular e 
nela é parcialmente digerido pelas enzimas. A seguir, é absorvido pelas células da 
gastroderme, onde se completa a digestão. Dessa maneira, a digestão dos cnidários é 
parcialmente extracelular e parcialmente intracelular. 
Os restos de alimentos não utilizados são eliminados pela boca. Nas medusas, a boca 
se localiza na superfície ventral. Já nos pólipos, a boca fica voltada para cima, enquanto a 
extremidade oposta se adere ao substrato (Fig. 14). Os cnidários são espécies 
majoritariamente carnívoras e apenas algumas espécies se alimentam também de fitoplâncton. 
 
Locomoção 
Alguns pólipos são sésseis e outros podem se deslocar, mas as medusas são as formas 
que apresentam locomoção mais ativa. Elas se movimentam por jato-propulsão, um 
mecanismo em que as células nervosas sinalizam para as células do corpo se contraírem. 
Essas contrações redistribuem a mesogleia que, como um balão cheio de água, muda de forma 
quando é pressionado. A seguir, a água acumulada na contração é expulsa em um jato, 
deslocando o animal no sentido oposto. A cavidade na qual as células contráteis exercem força 
é denominada esqueleto hidrostático. 
 
Sistema Nervoso 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 19 
Os cnidários possuem um sistema nervoso difuso, caracterizado por células nervosas 
interconectadas, que se estendem pelos tecidos e formam uma rede de nervos. 
 
Reprodução 
Cnidários podem se reproduzir de maneira sexuada ou assexuada. A maioria das 
espécies apresentam ciclo de via com alternância de gerações, em que alterna a formação de 
pólipos e medusas. 
Medusas são o estágio sexuado desse grupo. Elas são diploides e formam óvulos e 
espermatozoides por meiose. A fertilização produz um zigoto, que se desenvolve em uma larva 
ciliada, chamada de plânula, que se fixa a um substrato e se transforma em pólipo. O pólipo, 
dependendo do grupo de cnidários, pode formar brotos e se reproduzir por brotamento, ou 
pode se reproduzir por estrobilização. 
Na estrobilização, o pólipo recebe o nome de cifístoma e se divide transversalmente, 
formando diversos estróbilos. Das pontas especializadas desses pólipos são liberadas 
medusas jovens, ainda imaturas, denominadas éfiras, as quais se diferenciam em medusas 
adultas e dão início a um novo ciclo. No brotamento, os pólipos dão origem a uma colônia, com 
indivíduos responsáveis pela formação de medusas, os chamados gonozooides. 
Observe o ciclo de vida e a reprodução dos cnidários na Figura 16. 
 
Figura 16. A reprodução dos cnidários conta com a alternância de gerações: 1) O 
espermatozoide liberado na água fecunda a medusa do sexo feminino = Reprodução sexuada; 
2) Ocorre a liberação da larva plânula (2n); 3) Fixação da larva ao substrato; 4) Brotamento ou 
estrobilização = reprodução assexuada; 5) Formação de uma medusa jovem (2n), que é 
liberada na água e se desenvolve em adulta. Observe que ambas as fases apresentam 
indivíduos diploides. 
 
Classificação 
Os cnidários são classificados em: Anthozoa, Scyphozoa, Hydrozoa, Cubozoa. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 20 
▪ Anthozoa: os antozoários apresentam apenas indivíduos na fase de pólipo, que podem 
ser espécies solitárias (como as anêmonas-do-mar) ou coloniais (como os corais). Os 
indivíduos podem apresentar sexos separados ou ser hermafroditas, e a fecundação pode 
ser interna ou externa. 
 
Figura 17. À esquerda, um recife de corais do tipo "coral-cérebro", uma colônia séssil formada 
por indivíduos todos iguais e que exercem as mesmas funções. Os corais-cérebro são também 
chamados de corais-pétreos e, ao associarem-se às zooxantelas (dinoflagelados clorofilados), 
são os principais construtores dos recifes de corais. À direita, uma anêmona-do-mar e um peixe 
palhaço (Fonte: Shutterstock). 
Muitas espécies de antozoários secretam um exoesqueleto rígido de carbonato de cálcio 
(CaCO3). Cada geração de pólipos se forma sobre os restos dos esqueletos da geração 
anterior, construindo “rochas” com formas características de suas espécies. Esses esqueletos 
são o que chamamos de coral (Fig. 17). Os recifes de corais funcionam como hábitat para 
inúmeras espécies, e sua destruição prejudica todo o ecossistema marinho. 
 
 
 O crescimento dos recifes de corais é ajudado por uma relação complexa com 
organismos fotossintetizantes unicelulares simbióticos denominados zooxantelas. 
Esses organismos, através da fotossíntese, fornecem compostos orgânicos ricos em 
energia aos antozoários e, em troca, têm acesso a os resíduos metabólicos do coral, 
como o CO2 e os resíduos nitrogenados, essenciais para seu crescimento. Além 
disso, as zooxantelas são protegidas de animais herbívoros. 
 Outra consequência dessa relação é o fato de as zooxantelas influenciarem a 
velocidade de deposição de carbonato de cálcio (CaCO3) pelos antozoários – quanto 
maior associação deles com as zooxantelas, maior a deposição e formação de 
corais. Os últimosanos têm sido de crescente preocupação a respeito dos efeitos do 
aquecimento global na formação e crescimento dos recifes de corais, uma vez que o 
aumento da temperatura acidifica os oceanos e impede a deposição do carbonato 
de cálcio nas colônias. 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 21 
 
▪ Scyphozoa: os cifozoários apresentam indivíduos cuja fase de medusa é predominante 
no ciclo de vida e a fase polipoide é reduzida ou, às vezes, ausente. São representados 
pelas águas-vivas verdadeiras (Fig. 18). Os tentáculos dessas medusas podem se estender 
por vários metros. 
 
Figura 18. Cifozoário Phyllorhiza punctata, também conhecido como medusa australiana 
(Fonte: Shutterstock). Ao lado, a organização corporal de uma medusa. 
 
Os cifozoários são aqueles que possuem ciclo de vida com alternância de gerações e 
reprodução assexuada do tipo estrobilização. As medusas possuem, de maneira geral, sexos 
separados e dão origem, através da fertilização, à larva plânula, que se fixa e se diferencia em 
pólipo, o qual dará origem a novas medusas jovens – éfiras. 
 
▪ Hydrozoa: os hidrozoários possuem fase predominante polipoide e alguns indivíduos 
podem apenas se desenvolver em pólipos, como as hidras (Fig. 19). As caravelas (colônias 
flutuantes) e os corais-de-fogo são exemplos de hidrozoários também. Essa classe é a única 
a apresentar indivíduos de água doce. 
 
Figura 19. Hidra de água doce realizando brotamento (Fonte: Shutterstock). 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 22 
 
Os hidrozoários são aqueles que possuem ciclo de vida por alternância de gerações e 
reprodução assexuada do tipo brotamento. Após a formação do zigoto por reprodução sexuada 
das medusas, a larva plânula se fixa a um substrato e se diferencia em uma hidra, que dá 
origem a uma colônia e formando dois tipos de indivíduos: o gastrozooide, responsável pela 
alimentação, e o gonozooide, responsável pela formação das medusas já adultas. 
 
▪ Cubozoa: os cubozoários são as medusas que apresentam umbrela em formato cuboide. 
Possuem uma fase de pólipo diminuta e praticamente se desenvolvem diretamente em 
medusa (ao invés de liberá-las jovens). Têm ocelos surpreendentemente complexos ao 
redor de seu sino. Exemplo: as vespas-do-mar, que possuem uma picadura mortal (Fig. 20). 
 
Figura 20. Cubozoário luminescente. Observe o formato cúbico da umbrela (Fonte: 
Shutterstock). 
 
CAI NA PROVA 
2. (2017/UNITAU – Universidade de Taubaté) A metagênese, ou alternância de 
gerações, é uma estratégia do ciclo de vida nas classes Hydrozoa e Scyphozoa. Esse 
tipo de ciclo envolve uma fase de reprodução assexuada, que não inclui a recombinação 
genética, e outra fase sexuada, quando há a recombinação gênica. Para os cnidários, a 
alternância de gerações é diferente da observada entre as plantas e algas multicelulares, 
uma vez que, nos Cnidaria, ambas as gerações são diploides. 
Assinale apenas a alternativa que apresenta informações CORRETAS acerca da 
metagênese dos cnidários e das características de Hydrozoa e de Scyphozoa. 
a) No ciclo de vida dos Hydrozoa, a medusa é a forma predominante e a sua medusa jovem é 
chamada de Éfira. 
b) No ciclo de vida dos Hydrozoa, o pólipo é a forma predominante e a sua medusa jovem é 
chamada de Éfira. 
c) No ciclo de vida dos Scyphozoa, a medusa é a forma predominante e a sua medusa jovem é 
chamada de Éfira. 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 23 
d) A estrobilação é a reprodução assexuada mais frequente nos cnidários, e a larva plânula é 
exclusiva dos Hydrozoa. 
e) A estrobilação é a reprodução assexuada mais frequente nos Hydrozoa, e a larva plânula é 
ciliada, livre natante e exclusiva desse grupo. 
Comentários: 
A alternativa correta é a letra C. Nos sifozoários, a medusa é a forma predominante e a sua 
medusa jovem é chamada de éfira. 
A alternativa A está incorreta, pois os hidrozoários possuem fase de vida polipoide dominante. 
A alternativa B está incorreta, pois as medusas formadas no ciclo de vida dos hidrozoários já 
são adultas. 
A alternativa D está incorreta, pois como formas de reprodução assexuada estão presentes a 
estrobilização e o brotamento, e a larva plânula é característica de todos os cnidários. 
A alternativa E está incorreta, pois a estrobilização é mais frequente nos cifozoários e a larva 
plânula, ciliada e natante, é característica de todos os cnidários. 
Gabarito: C 
 
4. Lofotrocozoários 
O nome Lofotrocozoa se refere a duas características observadas entre os animais que 
compõem o grupo dos lofotrocozoários. Alguns deles possuem uma estrutura em forma de 
coroa de tentáculos ciliados chamada lofóforo, que atua na alimentação. Outros, como os 
moluscos e anelídeos, apresentam um estágio larval característico denominado larva 
trocófora. 
Os lofotrocozoários abrangem uma série de filos, dos quais interessa-nos estudar 
apenas os platelmintos, os moluscos e os anelídeos. 
 
4.1. Platelmintos 
Os platelmintos (Filo Platyhelminthe) são os primeiros animais a apresentarem simetria 
bilateral, uma característica que está diretamente relacionada à capacidade de movimentação 
do animal e à cefalização. O nome vem do grego platy, que significa achatado, e helminthes, 
que significa verme, agrupando os animais conhecidos como “vermes achatados”, incluindo as 
solitárias, as planárias e os trematódeos. 
Popularmente, o termo “verme” é empregado para designar os animais que não 
possuem patas e apresentam o corpo alongado. No caso dos platelmintos, a essas 
características soma-se o fato de possuírem um corpo que lembra uma fita, pois são achatados 
dorso-ventralmente. Os representantes de vida livre são conhecidos popularmente como 
planárias, com destaque para a espécie aquática Dugesia e a espécie terrestre Geoplana. A 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 24 
grande maioria vive no mar, mas alguns organismos ocorrem em água doce e em ambientes 
terrestres úmidos. 
Há também muitos representantes parasitas, encontrados aderidos à superfície exterior 
do corpo do hospedeiro (ectoparasitas) ou habitando o interior de seu 
organismo (endoparasitas). Muitos são causadores de sérias doenças ao homem, como o 
esquistossomo, causador da esquistossomose ou barriga-d’água, e a tênia ou solitária, que 
provoca a teníase (Fig. 21). 
Existem cerca de 20.000 espécies de platelmintos. 
 
Figura 21. À esquerda, uma planária. À direita, a cabeça de uma tênia (Fonte: Shutterstock). 
 
Organização geral 
Para descrição dos platelmintos vamos utilizar a planária como organismo modelo (Fig. 
22). 
 
Figura 22. Planária, platelminto de vida livre (Fonte: Shutterstock). 
 
Os platelmintos são animais bilaterais e, por isso possuem uma extremidade anterior 
(voltada para frente) e outra posterior (voltada para trás), assim como uma face dorsal (oposta 
ao substrato) e outra ventral (em contato com o substrato). A extremidade anterior é mais larga 
e tem forma triangular, lembrando um pequena cabeça, enquanto a extremidade posterior é 
afilada. A face dorsal é mais pigmentada que a ventral. 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 25 
A planária é revestida externamente por uma camada de células que forma a epiderme. 
Essas células epidérmicas estão apoiadas na membrana basal, que funciona como um 
esqueleto elástico e flexível. A epiderme ventral é rica em cílios e no interior do corpo 
há glândulas que secretam uma espécie de muco, útil no deslizamento e locomoção. 
No embrião, além da ectoderme e da endoderme surge a mesoderme, responsável por 
originar uma série de órgãos, o que explica a maior complexidade estrutural dos platelmintos 
em relação aos cnidários. É a mesoderme que origina o sistema muscular do animal, com 
fibras contráteisque podem estar orientadas no sentido do comprimento do corpo, formando 
a musculatura longitudinal, ou orientadas circularmente, formando a musculatura circular. 
Assim, o animal pode se alongar, encurtar-se ou se voltar para qualquer direção, conforme os 
estímulos que recebe. 
A mesoderme também forma o mesênquima, um tecido esponjoso constituído por 
células indiferenciadas, com grande capacidade de regeneração, que preenche o interior do 
corpo, não havendo uma cavidade interna. São, portanto, a animais triblásticos acelomados. 
 
Alimentação 
As planárias são predadoras e se alimentam de pequenos animais, vivos ou 
mortos. Elas possuem uma faringe muscular (também chamada de probóscide), que é 
projetada sobre o alimento a partir da boca ventral (Fig. 23). Sucos digestórios são despejados 
sobre o alimento, que é sugado em pequenos pedaços, por ação muscular, para a cavidade 
gastrovascular. Em seguida, inicia-se a trituração ou digestão mecânica. Os tecidos absorvem 
diretamente os produtos da digestão. Como não possuem ânus, a eliminação dos resíduos 
ocorre pela própria boca. Assim, platelmintos possuem sistema digestório incompleto. 
 
Figura 23. Vista ventral de uma planária, com ênfase para a boca e a faringe muscular (Fonte: 
Shutterstock). 
 
Locomoção 
A locomoção é feita por deslizamento sobre o substrato, com a extremidade anterior 
indo ligeiramente levantada à frente, usando cílios em sua superfície ventral. Os batimentos 
ciliares acontecem sobre uma película de muco por eles secretada, que auxilia no 
deslizamento. A ação muscular é útil em movimentos de virada ou torção da cabeça que 
possibilitam exploração ambiental. 
 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 26 
Cefalização e Sistema Nervoso 
A parte do corpo que primeiro entra em contato com o 
ambiente (extremidade anterior) contém a maioria dos órgãos 
sensoriais. Cefalização é a concentração dos centros nervosos e 
das principais estruturas sensitivas na região anterior do corpo, 
sendo os platelmintos os primeiros animais da escala evolutiva a 
exibi-la. Isso facilita a exploração do ambiente durante o 
deslocamento do animal. 
Percebe-se com facilidade, na região cefálica, expansões 
laterais chamadas de aurículas, que estão relacionadas com a 
sensibilidade e detecção de substâncias químicas no meio. Elas 
correspondem aos nossos sentidos de gustação e olfato. 
Dorsalmente, apresentam um par de ocelos, estruturas sensitivas 
fotorreceptoras que não devem ser confundidas com olhos, uma vez 
que não formam imagens. Os ocelos percebem variações da intensidade luminosa, permitindo 
a orientação do animal em seu hábitat. 
Possuem sistema nervoso centralizado ganglionar situado ventralmente, com dois 
gânglios nervosos localizados na região anterior, de onde partem dois cordões nervosos 
longitudinais que se estendem pelo corpo (Fig. 24). Desses cordões partem dos nervos que 
atuam no controle de músculos e no recebimento de estímulos. Os platelmintos são os 
primeiros animais a possuírem centros nervosos, com ações mais coordenadas e respostas 
mais elaboradas aos estímulos. 
 
Respiração 
As trocas gasosas ocorrem por difusão direta através da epiderme, é do tipo cutânea, 
não existindo órgãos respiratórios. Os gases difundem-se diretamente de célula a célula, não 
havendo líquido circulatório. 
 
Excreção 
Os resíduos nitrogenados, na forma de amônia (NH3), deixam o organismo por simples 
difusão, através da superfície do corpo. O sistema excretor é constituído por protonefrídios –
 túbulos ramificados com uma célula excretora na extremidade. Essa célula pode apresentar 
um flagelo, recebendo o nome de solenócito, ou apresentar vários flagelos, sendo denominada 
de célula-flama, o que ocorre na maioria das vezes. Os protonefrídios realizam a regulação 
osmótica, recolhendo o excesso de água diretamente dos tecidos do corpo e eliminando-o por 
um sistema de dutos que se abrem através de poros dorsais. 
 
Reprodução 
A reprodução dos platelmintos varia de acordo com o grupo estudado, podendo 
ser assexuada ou sexuada. Entre as formas assexuadas, podemos citar a fissão transversal 
Figura 24. Planária 
(Fonte: Shutterstock). 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 27 
(planárias) e a regeneração. No caso da reprodução sexuada, destacam-se a autofecundação 
(tênias) e a fecundação cruzada (planárias). 
 
Classificação 
Platelmintos estão divididos em três grupos principais: os turbelários (planárias), os 
trematódeos (Fasciola e Schistosoma) e os cestódeos (tênias). 
 
▪ Turbellaria 
Turbelários são os platelmintos de vida livre conhecidos como planárias. As planárias 
são abundantes em lagos e riachos não poluídos. A reprodução assexuada ocorre por fissão: 
o animal sofre constrição no meio de seu corpo e a separação é dependente da locomoção. A 
parte posterior do animal se fixa ao substrato enquanto a 
metade anterior se move para frente até que ele se quebre 
em dois. Cada parte se regenera e forma dois indivíduos 
novos e pequenos (Fig. 25). 
A reprodução sexuada também ocorre e a 
fertilização é cruzada entre dois indivíduos. As planárias 
são hermafroditas e, quando se encontram, suas 
extremidades anteriores se entrelaçam e ocorre a 
introdução recíproca do pênis. Sempre um dos animais 
fica com o dorso voltado para o substrato. Algum tempo 
após a cópula, ocorre a postura dos casulos, que são envoltos em uma espuma branca que os 
prende ao substrato. 
 
▪ Trematoda e Cestoda 
Trematódeos e cestódeos compõem as espécies parasitas. Um exemplo de trematódeo 
é o esquistossomo, enquanto as solitárias (tênias) exemplificam os cestódeos (Fig. 26). 
Figura 25. Fissão em planária (Fonte: Shutterstock). 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 28 
 
Figura 26. Anatomia de uma solitária (tênia). À esquerda, detalhe do escólex (Fonte: 
Shutterstock). 
 
Frequentemente, nos estágios imaturos, esses parasitas passam tempo em um ou mais 
hospedeiros intermediários. Depois de adultos, a reprodução ocorre em um hospedeiro 
definitivo. As tênias são hermafroditas (assim como as planárias), e cada segmento de seu 
corpo apresenta um sistema reprodutor completo, com estruturas fisiológicas que permitem a 
autofecundação: os espermatozoides de um segmento, denominado proglótide, fecundam os 
óvulos de outro segmento, no mesmo animal. Após a fecundação, as proglótides carregadas 
com milhares de ovos fertilizados (proglótides grávidas) são liberadas e deixam o corpo do 
hospedeiro nas fezes. 
 As tênias, em sua parte anterior, possuem ventosas e ganchos, úteis para fixação 
ao hospedeiro. Elas não têm boca e cavidade gastrovascular, de modo que absorvem os 
nutrientes diretamente da mucosa em que se prendem ao longo de toda sua extensão corporal. 
 
 Como mencionado, alguns platelmintos são parasitas e causadores de doenças 
humanas, as conhecidas verminoses (parasitoses causadas por vermes). Vamos estudá-las. 
 
Esquistossomose 
A esquistossomose é uma verminose causada pelo esquistossomo Schistosoma mansoni, que 
apresenta dois hospedeiros, um intermediário, o caramujo e um definitivo, o homem. 
1) Esquistossomos maduros vivem nos vasos sanguíneos dos intestinos humanos. Uma fêmea 
se aloja em uma fenda ao longo do comprimento do macho de maior tamanho (Fig. 27). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 29 
2) Os esquistossomos se reproduzem sexuadamente no hospedeiro humano. Os ovos 
fertilizados são eliminados nas fezes ou urina. Quando uma pessoa infectada urina ou defeca 
na água, ela a contamina com os ovos de Schistosoma mansoni. 
3) Na água, os ovos se desenvolvem em larvas ciliadas chamadas de miracídios. Essas larvas 
infectam caramujos, seus hospedeiros intermediários. 
4) A reprodução dentro de um caramujo resulta em outro tipo de larva móvel, a cercária,que 
escapa do hospedeiro. 
5) Essa larva penetra na pele e nos vasos sanguíneos dos seres humanos que trabalham em 
campos irrigados com água contaminada com larvas de esquistossomos. Dentro de algumas 
semanas, os vermes crescem no interior dos vasos sanguíneos do corpo e produzem ovos. 
Alguns desses ovos viajam para a bexiga ou intestino e são passados para a urina ou fezes, 
mas a maioria fica presa nos tecidos. 
 
Figura 27. Esquistossomo macho abrigando a fêmea (Fonte: Shutterstock). 
 
Teníase 
O homem portador dessa verminose apresenta a Taenia saginata ou a Taenia solium no 
estado adulto em seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. A quantidade de ovos 
produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglótide), para garantir a perpetuação e 
propagação da espécie. Os anéis grávidos se desprendem periodicamente e saem com as 
fezes, contaminando o ambiente. 
Os hospedeiros intermediários desses vermes são a vaca (T. saginata) e o porco (T. solium), 
que se contaminam ao ingerir proglótides grávidas ou os ovos que foram liberados no meio. 
Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seis 
ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sanguínea, alcançam os músculos e o 
fígado do porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o 
escólex invaginado numa vesícula. Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou 
malcozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex, que se 
everte e se fixa nas paredes intestinais através dos ganchos e ventosas, desenvolvendo a 
teníase. Observe o ciclo dessa doença na Figura 28. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 30 
 
Figura 28. Ciclo da teníase. 
 
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais 
como alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjoos, diarreias frequentes, 
perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. A profilaxia consiste na educação sanitária, 
em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados. 
 
Cisticercose 
A cisticercose é uma parasitose causada pela ingestão de água ou de alimentos, como 
legumes, frutas ou verduras, contaminados com os ovos de Taenia solium. Após três dias da 
ingestão dos ovos da tênia, eles passam do intestino para a corrente sanguínea e se alojam 
em tecidos como músculo, coração, olhos ou cérebro, formando cistos, conhecidos como 
cisticercos, que podem inflamar, inchar e até causar problemas neurológicos. Quando os ovos 
penetram no sistema nervoso, a doença é identificada como cisticercose cerebral ou 
neurocisticercose. 
 
CAI NA PROVA 
3. (2019/FCM – Faculdade de Ciências Médicas) A tênia, verme achatado dorso 
ventralmente, tem em cada uma de suas proglotes o órgão sexual masculino e o órgão 
sexual feminino, com isso realiza a autofecundação. Em relação a esse processo 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 31 
reprodutivo pode-se dizer que, quando ocorre a autofecundação, obtêm-se indivíduos: 
a) geneticamente iguais ao pai. 
b) provenientes de reprodução sexuada. 
c) diploides e dioicos, com um tipo de sexo. 
d) haploides, um cromossomo de cada tipo. 
Comentários: 
Quando realiza a autofecundação, os gametas provenientes de cada um dos aparelhos 
reprodutores se unem na proglote, dando origem a um embrião diploide. Ocorre, portanto, a 
reprodução sexuada. 
A alternativa correta é a letra B. 
Gabarito: B 
 
4.2. Moluscos 
O grupo dos moluscos (Filo Mollusca) é um dos maiores grupos de invertebrados, com 
aproximadamente 100.000 espécies conhecidas e descritas, perdendo em diversidade apenas 
paras os artrópodes. Consistem nos caracóis, lesmas, ostras, mariscos, polvos e lulas (Fig. 
29). 
Os moluscos vivem em ambientes aquáticos, marinho ou de água doce, e em ambiente 
terrestre úmido. Possuem plano corporal extraordinariamente maleável e as diferentes 
espécies apresentam uma morfologia externa muito diversificada. Além disso, apresentam 
composição frágil e a maioria possui uma concha que protege o corpo. Em alguns deles, como 
a lula, a concha é interna, já em outros, como no polvo, ela é ausente. A capacidade de 
secretar uma concha protetora deu aos moluscos uma vantagem sobre outros invertebrados de 
corpo mole. 
 
Figura 29. Da esquerda para a direita, um caracol, um polvo, um bivalve e uma lula (Fonte: 
Shutterstock). 
 
Organização geral 
Os moluscos são animais de corpo mole e com celoma reduzido (são celomados), 
cujo corpo pode ser dividido basicamente em cabeça, pé muscular e massa visceral. Na 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 32 
cabeça são encontrados os órgãos dos sentidos. O pé muscular é responsável pelos 
movimentos, podendo em alguns animais, como o polvo, ser substituído por tentáculos. E a 
massa visceral é onde se encontram todos os órgãos. 
Todos os moluscos possuem um manto, que é uma dobra de tecido que cobre a massa 
visceral e secreta a concha (quando esta está presente). Em muitos moluscos, o manto se 
estende além da massa visceral, produzindo uma câmara preenchida de água, a cavidade do 
manto, que abriga as brânquias, o ânus e os poros excretores (Fig. 30). 
 
Figura 30. Anatomia de um molusco (Fonte: Shutterstock). 
 
Alimentação 
Os moluscos possuem um sistema digestório completo, com boca e ânus. 
Apresentam a rádula, uma espécie de língua com dentes afiados, usada para raspar os 
alimentos. A rádula é exclusiva dos moluscos e existe em todos os grupos, com exceção dos 
bivalves. O alimento é conduzido pelo tubo digestório, onde sofre a ação de enzimas, e os 
nutrientes são absorvidos e distribuídos pelo corpo por meio da hemolinfa (líquido do sistema 
circulatório). O longo trato digestório se encontra enrolado na massa visceral. 
 
Sistema Nervoso 
O sistema nervoso dos moluscos consiste em um anel nervoso ao redor do esôfago, a 
partir do qual se estendem cordas nervosas. 
 
Sistema Circulatório 
O sistema circulatório dos moluscos é aberto e o coração é encontrado dorsalmente, 
na massa visceral. Ele bombeia o líquido circulatório, chamado hemolinfa, pelas artérias até os 
espaços (lacunas) corporais. Assim, os órgãos estão continuamente banhados pelo líquido 
corporal. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 33 
 
Excreção 
 A excreção nos moluscos acontece por metanefrídios, que removem os resíduos 
metabólicos da hemolinfa e os elimina. 
 
Respiração 
Pelo fato de os moluscos serem encontrados em uma grande variedade de ambientes, 
eles apresentam diferentes tipos de respiração. A respiração branquial é realizada pelos 
moluscos que vivem na água, como os polvos, as lulas e as ostras. Nesses animais, as 
brânquias são chamadas de ctenídeos ou brânquias ctenídias, e apresentam cílios em sua 
superfície que fazem a água fluir através da cavidade interna. A respiração pulmonar está 
presente em moluscos que vivem em ambiente terrestre, como os caramujos e caracóis. E 
a respiração cutânea ocorre com as lesmas, que também vivem em ambiente terrestre, sob o 
solo e em árvores. 
 
Reprodução 
A maioria dos moluscos apresenta sexos separados, são dioicos, e suas gônadas 
(ovários ou testículos) estão localizados na massa visceral. A reprodução sexuada pode 
ocorrer com fecundação externa ou interna. Na fecundação externa, os machos liberam os 
espermatozoides e as fêmeas liberam os óvulos diretamente na água, onde os dois gametas se 
encontram. No caso da fecundação interna, os espermatozoides são liberados dentro do corpo 
da fêmea. Muitos caracóis, entretanto, são hermafroditas. 
O ciclo de vida de muitos moluscos marinhos possui um estágio larval ciliado chamado 
de larva trocófora (também presente nos anelídeos). 
 
Classificação 
Os moluscos são animaisque apresentam grande diversidade de formas e tamanhos. 
Eles se distribuem em sete classes: aplacóforos, monoplacóforos, escafópodes, poliplacóforos, 
gastrópodes, bivalves e cefalópodes. Iremos concentrar nossos estudos em apenas quatro 
destes clados, os principais para as provas: Polyplacophora (quítons), Gastropoda (caracóis e 
lesmas), Bivalvia (mariscos e ostras) e Cephalopoda (lulas, polvos e náutilos). Normalmente, as 
questões estão relacionadas com gastrópodes, bivalves e cefalópodes. 
 
▪ Polyplacophora 
Os poliplacóforos consistem em animais chamados de quítons, espécies marinhas que 
vivem aderidas às rochas e conchas (Fig. 31). São animais herbívoros, que raspam as algas 
das rochas existentes na proximidade com a rádula bem desenvolvida e endurecida por 
magnetite. 
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AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 34 
Possuem o corpo ovalado, achatado dorsoventralmente, com um pé ventral bem 
desenvolvido e uma concha constituída por oito placas sobrepostas. A cabeça é indistinta. 
Tanto o pé quanto o manto auxiliam os poliplacóforos na adesão ao substrato, de forma que é 
muito difícil desalojá-los. 
 
Figura 31. Quítons. Observe a concha de oito placas característica do grupo (Fonte: 
Shutterstock). 
 
▪ Gastropoda 
A classe dos gastrópodes engloba o maior número de espécies conhecidas, entre 
45.000 a 75.000 espécies, e ocupa habitats muito diversos, tanto nos ambientes marinhos 
quanto nos ambientes de água doce e terrestre. Incluem as lesmas, caracóis (ambos 
terrestres) e nudibrânquios (aquáticos) (Fig. 32). 
 
Figura 32. Da esquerda para a direita, uma lesma, um caracol e um nudibrânquio, exemplos de 
gastrópodes (Fonte: Shutterstock). 
 
Os gastrópodes apresentam uma cabeça distinta, que conta com olhos e tentáculos 
sensoriais. Em muitas espécies aquáticas, parte do manto forma um sifão inalante, um tubo 
através do qual a água entra na cavidade do manto. A locomoção se dá através do pé 
muscular achatado dorsoventalmente, muitas vezes ciliado e que possui numerosas 
glândulas mucosas. Esta estrutura está adaptada para deslizar ou nadar. 
Uma das modificações mais significantes da forma corporal dos gastrópodes é a torção 
da massa visceral, do manto e da cavidade do manto, que ocorre durante o 
desenvolvimento embrionário. A massa corporal se torce, posicionando as partes que antes 
eram posteriores acima da cabeça. Caracóis possuem concha univalve, espiralada e 
assimétrica, o que a torna mais compacta, facilitando o seu transporte e aumentando a 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 35 
proteção do seu ocupante. Lesmas e nudibrânquios não apresentam concha. Eles torcem o 
corpo no início do desenvolvimento e, mais tarde, sofrem a distorção. 
Em relação aos nudibrânquios, esses animais apresentam substâncias químicas, 
indicadas pela forte coloração das espécies que as possuem, como mecanismo de defesa, ou 
ainda nematocistos, que adquirem dos cnidários de que se alimentam. 
A alimentação é diversificada. Algumas espécies raspam o substrato, alimentando-se de 
algas e pequenos organismos, outras filtram partículas da coluna de água. Outras, ainda, 
alimentam-se de detritos ou de cadáveres, além daquelas que são predadoras eficientes. 
Também já foram descritas espécies parasitas. 
 
▪ Bivalvia 
Os bivalves são moluscos de ambiente marinho, formados por duas conchas (valvas) 
articuladas e unidas por um ligamento que envolvem todo o corpo do animal. Músculos 
adutores poderosos fecham as valvas. São exemplos de bivalves os mariscos, as ostras e as 
vieiras (Fig. 33). 
Entre as duas conchas comprimidas lateralmente fica o corpo do animal, constituído pelo 
pé muscular e pela massa visceral. O pé, quando presente, tem a forma de uma lâmina 
triangular e é pequeno, sendo utilizado, sobretudo, para o animal se enterrar. 
As espécies de bivalves são filtradoras. As brânquias têm função de realizar as trocas 
gasosas e capturar os alimentos. Bivalves não têm rádula, não têm receptores sensoriais, nem 
células nervosas que deem indicação de existir cabeça. Possuem, no entanto, ocelos em volta 
do manto. 
Para se reproduzirem, os bivalves lançam os seus gametas na coluna de água, onde se 
dá a fecundação e o desenvolvimento. 
 
Figura 33. Da esquerda para a direita, mariscos, ostras e vieiras (Fonte: Shutterstock). 
 
▪ Cephalopoda 
Os cefalópodes são eficientes predadores, com vida ativa e comportamento complexo. 
Suas mandíbulas se assemelham a um bico e imobilizam a presa com um veneno presente na 
saliva. 
Representados pelos polvos e lulas, apresentam a porção anterior do pé modificada 
em tentáculos, que circundam a cabeça bem desenvolvida e são utilizados para captura de 
presas, fixação, locomoção e cópula (Fig. 34). Esses tentáculos estão também incorporados 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 36 
em um sifão musculoso que se associa ao manto e desempenha um papel importante na 
locomoção dos animais, que ocorre através da propulsão por jatos de água. 
 
Figura 34. À esquerda, um polvo, e à direita, uma lula (Fonte: Shutterstock). 
 
A redução ou desaparecimento da concha externa é a situação mais comum, embora 
ainda exista um pequeno grupo de cefalópodes com esse tipo de concha: os náutilos. Muitos 
dos aspectos da morfologia e fisiologia dos cefalópodes estão relacionados ao fato de serem 
bons predadores: os sistemas circulatório, excretor, digestório, de transporte interno, 
nervoso e órgãos dos sentidos apresentam complexidade e eficiência superiores a todos 
os outros moluscos. 
O grau de cefalização excede o de todos os outros invertebrados. Cefalópodes possuem 
um cérebro grande e complexo, com capacidade de memória e aprendizagem. Dos órgãos 
dos sentidos, os olhos são particularmente bem desenvolvidos (com uma lente que foca a luz 
de entrada) e muito semelhantes aos dos peixes, constituindo um excelente exemplo de 
evolução convergente: cefalópodes e peixes desenvolveram, independentemente, olhos que 
possuem uma estrutura extraordinariamente semelhante, como adaptação ao seu estilo de 
vida. 
São os únicos moluscos que possuem sistema circulatório fechado, no qual o sangue 
permanece separado do líquido da cavidade corporal. O sangue bombeado pelo coração irriga 
os tecidos de todo o corpo e dois corações acessórios mantêm o sangue se movendo 
rapidamente em direção às brânquias, onde são realizadas as trocas gasosas. 
 
CAI NA PROVA 
4. (2019/FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) Os moluscos 
formam, depois dos artrópodes, o segundo maior filo dos metazoários em números de 
espécies. São características que ocorrem em todos os representantes dos moluscos: 
a) sistema nervoso dorsal e cabeça diferenciada. 
b) rádula e massa visceral. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 37 
c) sistema circulatório aberto e manto. 
d) simetria bilateral e mesoderme na fase embrionária. 
e) sistema digestório completo e brânquias. 
Comentários: 
A alternativa correta é a letra D. Todos os moluscos apresentam simetria bilateral e 
mesoderme na fase embrionária. 
A alternativa A está incorreta, pois cabeça diferenciada ocorre nos cefalópodes. 
A alternativa B está incorreta, pois os bivalves não possuem rádula. 
A alternativa C está incorreta, pois o sistema circulatório dos moluscos é fechado. 
E a alternativa E está incorreta, pois nem todos os moluscos apresentam respiração branquial, 
apenas polvos, lulas e ostras. Nos demais, ocorrem a respiração pulmonar ou cutânea. 
Gabarito: B 
 
4.3. Anelídeos 
Anelídeos são os representantes do Filo Annelida, que significa “pequenos anéis” e 
compreende os animais que apresentam corpo cilíndrico, alongado e segmentado. Esse grupo 
apresenta mais de 12.000 espécies descritas e pode ser encontrado em ambientes marinhos, 
de água doce e ambientesterrestres com solo úmido. Podem variar de 1mm a 3m. São 
animais exclusivamente de vida livre e entre seus representantes mais conhecidos podemos 
citar as minhocas e as sanguessugas (Fig. 35). 
 
Figura 35. Minhoca, um exemplo de anelídeo terrestre (Fonte: Shutterstock). 
Organização geral 
Anelídeos são animais bilaterais, celomados e, exceto nas sanguessugas, quase todos 
os segmentos apresentam cerdas reforçadas com quitina, chamadas de quetos. 
Uma característica marcante dos anelídeos é a segmentação ou metameria. O corpo 
de um anelídeo é dividido em segmentos externos e internos. A metameria foi uma aquisição 
evolutiva importante, pois os primeiros animais celomados não conseguiam controlar com 
precisão os movimentos do corpo, embora possuíssem um celoma preenchido com líquido, que 
funcionava como um esqueleto hidrostático. Isso porque a força da contração muscular em 
uma determinada área era transmitida ao longo do corpo pelo fluido contido no celoma indiviso. 
Essa limitação foi então contornada quando uma série de partições (septos) evoluiu no 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 38 
ancestral dos anelídeos, permitindo que a força da contração muscular permanecesse 
localizada nos anéis ao invés de ser transmitida para toda a extensão de seu corpo. 
A metameria não apenas aumentou a eficácia do ato escavador, mas também 
possibilitou a movimentação independente e localizada de segmentos distintos. Além disso, a 
repetição de partes do corpo deu aos anelídeos uma redundância modular, que lhes conferiu 
um fator de segurança: se um segmento do corpo faltar, os outros levam adiante as funções. 
Em contrapartida, a necessidade de um acurado controle dos movimentos implicou a 
evolução de um sistema nervoso mais sofisticado. Por fim, quando os septos dividiram o 
celoma numa série de compartimentos, os componentes dos sistemas circulatório, respiratório, 
nervoso e excretor se repetiram em cada segmento. Observe a Figura 36. 
 
Figura 36. Anatomia de uma minhoca (Fonte: Shutterstock). 
 
Alimentação 
A digestão dos anelídeos é extracelular e o aparelho digestório é completo e 
compartimentalizado em regiões diferenciadas (Fig. 36). A boca captura o alimento, que nas 
minhocas são resíduos orgânicos presentes no solo. Eles possuem uma faringe muscular, que 
auxilia a entrada do alimento e sua maceração. O esôfago funciona como ponte entre a faringe 
e o papo, local onde o alimento fica armazenado até o início da digestão química. Existe ainda 
uma moela, que é responsável pela trituração do alimento, apresentando uma parede muscular 
forte e responsável pela separação entre a matéria orgânica e inorgânica. 
 
Sistema Nervoso 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 39 
Os anelídeos possuem um “cérebro” rudimentar: um par de gânglios cerebrais 
fusionados, que coordenam as atividades. Esses gânglios enviam sinais por meio de um 
cordão ventral com numerosos nódulos. Em resposta aos comandos, os músculos se contraem 
de forma a exercerem pressão sobre o 
fluido dentro das câmaras celômicas. Esse 
fluido funciona como um esqueleto 
hidrostático. 
Cada segmento é circundado por 
músculos longitudinais, que por sua vez 
são circundados por músculos circulares. 
As minhocas coordenam a contração 
desses dois conjuntos de músculos para se 
mover: quando os músculos longitudinais 
de um segmento se contraem, o segmento 
fica mais curto e grosso. Quando os 
músculos circulares se contraem, o 
segmento fica mais longo e fino. 
Trabalhando em oposição, esses dois 
conjuntos musculares redistribuem o fluido 
celomático, fazendo os segmentos 
corporais mudarem de formato, de modo a 
impulsionar o animal para a frente (Fig. 37). 
 
Sistema Circulatório e respiração 
O sistema circulatório nos anelídeos é fechado, apresentando uma rede de vasos 
sanguíneos contráteis (chamados de “corações laterais”) na parte anterior do animal, que ligam 
os vasos dorsais aos vasos ventrais e promovem a circulação do sangue. Vasos sanguíneos 
diminutos são abundantes na pele dos anelídeos, funcionando como seu sistema respiratório. 
Assim, a respiração é cutânea na maioria dos anelídeos, com trocas gasosas através da 
superfície corporal (poliquetos e oligoquetos). Alguns apresentam respiração branquial 
(hirudíneos). 
 
Excreção 
A composição de solutos e o volume de fluido celômico são regulados por um par de 
túbulos excretores chamados de metanefrídios, que ocorrem em todos os segmentos. Cada 
metanefrídio coleta fluido celômico, ajusta sua composição e depois expulsa resíduos 
nitrogenados, principalmente amônia, através de um poro no segmento seguinte. 
 
Reprodução 
A reprodução é sexuada na grande maioria das espécies. Minhocas são espécies 
hemafroditas com fecundação cruzada. Nelas, o clitelo produz muco, que une dois vermes 
quando trocam espermatozoides (Fig. 38). Mais tarde, o mesmo clitelo secreta um envoltório 
Figura 37. Movimentação dos anelídeos (Fonte: Shutterstock). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 40 
sedoso que envolve os ovos fertilizados. Algumas minhocas podem se reproduzir de maneira 
assexuada por brotamento seguido de regeneração. 
As demais espécies são dioicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto, 
apresentando uma larva chamada de trocófora. 
 
Figura 38. Reprodução sexuada entre minhocas (Fonte: Shutterstock). 
 
Classificação 
Tradicionalmente, os anelídeos são divididos em 3 classes, a depender do número de 
cerdas presentes no corpo: Polychaeta (poliquetos), Oligochaeta (minhocas) e Hirudinea 
(sanguessugas). 
 
▪ Poliquetas 
Os poliquetas são organismos marinhos que apresentam uma grande quantidade de 
formas e estilos de vida. Eles podem se mover livremente ou ser sedentários, construindo e 
vivendo em galerias e buracos. A grande maioria possui tamanho menor que 10 cm de 
comprimento, apesar de existirem espécies de até um metro. 
São predadores ativos, com mandíbulas fortalecidas por quitina, as quais utilizam para 
capturar animais de corpo mole (Fig. 39). 
As espécies desse grupo possuem o corpo segmentado e cada um dos segmentos 
apresenta estruturas carnosas, que se assemelham a remos denominadas de parapódios. Dos 
parapódios, partem inúmeras cerdas, característica que dá nome à classe (poli = 
muitas; chaeta = cerdas). 
A cabeça desses animais é representada pelo prostômio, que possui órgãos 
sensoriais, tais como olhos e antenas. A boca fica logo após o prostômio e o ânus está 
localizado no pigídio, que é a região terminal do corpo do poliqueta. 
A maioria dos poliquetas apresenta brânquias e, em alguns, observa-se a presença de 
parapódios modificados para exercer a função de trocas gasosas. Esses animais são dioicos e 
possuem desenvolvimento indireto (larva trocófora). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 41 
 
Figura 39. À esquerda e ao centro, um poliqueta predatório conhecido como verme da areia. À 
direita, o verme árvore de Natal, um poliqueta tubular (Fonte: Shutterstock). 
 
▪ Oligoquetas - minhocas 
Os oligoquetos formam o grupo de anelídeos mais conhecidos: as minhocas (Fig. 
40). Essa classe apresenta um número aproximado de 3.100 espécies descritas, encontradas 
no ambiente terrestre, em água doce e em ambientes marinhos. 
Seu corpo possui segmentação bem desenvolvida, interna e externamente aos 
segmentos, com sulcos visíveis em sua superfície, correspondentes às partições internas, que 
formam muitas câmaras celômicas. O prostômio é pequeno e sem apêndices sensoriais. 
Os oligoquetos se diferenciam dos poliquetas por não possuírem parapódios e 
apresentarem poucas cerdas (oligo = 
poucas; chaeta = cerdas). Nos adultos é possível 
observar uma região mais espessada e inchada, 
onde se encontram glândulas produtoras de 
muco, que ajudam na cópula e na secreçãodo 
casulo (onde há a postura dos ovos). Esse 
segmento é denominado clitelo (Fig. 41). 
A alimentação é baseada na ingestão de 
matéria orgânica em decomposição. São 
hermafroditas, com desenvolvimento direto, sem 
formação de larvas. 
 
▪ Hirudíneos - sanguessugas 
Os hirudíneos, representados pelas sanguessugas, são o menor grupo dos anelídeos e 
apresentam cerca de 700 espécies. Possuem representantes que vivem em água doce, 
ambiente marinho e também terrestre. 
Muitas sanguessugas são escavadoras e predadoras de pequenos invertebrados, 
inclusive outros anelídeos. Outras se acoplam a um vertebrado, perfuram sua pele e sugam 
seu sangue. Sua saliva possui uma proteína que é anestésica, que permite que não sejam 
percebidas, e outra que evita a coagulação sanguínea, favorecem maior liberação de sangue 
pela perfuração causada. 
Figura 40. Minhoca (Fonte: Shutterstock). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 42 
Nos hirudíneos não ocorrem parapódios, apêndices na cabeça e geralmente também 
não se observam cerdas. Além disso, o corpo não é separado por septos e o espaço 
celômico é contínuo. Assemelham-se aos oligoquetas por causa da presença de clitelo e por 
serem hermafroditas. O corpo desses animais é achatado dorsoventralmente. Apresentam 
ventosas nas extremidades, sendo a anterior, normalmente, menor que a posterior (Fig. 41). 
 
 
Figura 41. Sanguessuga (hirudíneo) (Fonte: Shutterstock). 
 
CAI NA PROVA 
5. (2018/UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana) A sustentação do corpo 
é fundamental para que um animal possa interagir no seu hábitat e atuar em seu nicho 
ecológico. A minhoca é um organismo integrante do grupo dos anelídeos e apresenta 
sustentação corporal por intermédio de um esqueleto 
a) calcário. 
b) quitinoso. 
c) ósseo. 
d) hidrostático. 
e) cartilaginoso. 
Comentários: 
A minhoca, um anelídeo da classe Oligoqueta, apresenta um esqueleto hidrostático 
preenchendo uma cavidade celômica bem desenvolvida e segmentada. 
A alternativa correta é a letra D. 
Gabarito: D 
 
5. Ecdisozoários 
Ecdisozoários ou Ecdysozoa se refere aos animais que trocam um rígido revestimento 
externo (cutícula) à medida que crescem, sendo esse processo de troca chamado de muda ou 
ecdise. Os ecdisozoários abrangem oito filos animais, dos quais interessa-nos estudar apenas 
os dois maiores, compostos pelos nematódeos e os artrópodes. As semelhanças genéticas e o 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 43 
compartilhamento de uma cutícula que é trocada com o crescimento sugerem que nematódeos 
sejam o grupo mais próximo aos artrópodes (grupos-irmãos). 
 
5.1. Nematódeos 
Os nematódeos (Filo Nematoda) compreendem os “vermes” cilíndricos, que são animais 
que vivem em ambientes de água salgada ou doce, e também em ambientes terrestres. Alguns 
são de vida livre, enquanto outros são parasitas e utilizam animais invertebrados como 
hospedeiros intermediários, somente para completar o seu desenvolvimento, não causando 
doenças. Os nematódeos podem ser microscópicos ou chegar a até um metro de comprimento. 
O representante mais conhecido dos nematódeos é a lombriga (Fig. 42), mas existem cerca 
de 25.000 espécies descritas nesse filo. 
 
Figura 42. Lombriga (Fonte: Shutterstock). 
 
Organização geral 
Os nematódeos (também chamados nematelmintos – e antigamente de asquelmintos) 
são vermes de corpo alongado, cilíndrico e fino, com extremidades afiladas. Têm o corpo 
coberto por uma cutícula flexível produzida pela hipoderme, e os músculos se contraem 
somente longitudinalmente (produzindo um movimento de chicote). À medida que cresce, o 
verme perde a cutícula velha e secreta uma nova e maior. 
Os órgãos de seu corpo se encontram mergulhados em uma pseudocele, líquido que 
preenche uma falsa cavidade celomática, já que são animais pseudocelomados, e que auxilia 
no sistema hidrostático. Os nutrientes ingeridos são transportados pela pseudocele. Observe a 
anatomia de um nematódeo na Figura 43. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 44 
 
Figura 43. Anatomia de uma lombriga (nematódeo). 
 
Alimentação 
A maioria dos nematódeos se alimenta de matéria orgânica do solo ou da água, com 
exceção dos parasitas. Possuem sistema digestório completo, com a boca, faringe, intestino 
não muscular, reto e ânus. 
 
Sistema nervoso 
O sistema nervoso é centralizado em volta da faringe, constituído de um anel nervoso e 
gânglios. Também possuem um cordão nervoso dorsal e outro ventral. Em volta da cabeça e 
na cauda há diversas papilas sensoriais. 
Uma característica exclusiva dos nematódeos é a presença de anfídeos, um complexo 
de órgãos nervosos dos animais de vida livre, que se abrem em cada lado da cabeça pelos 
poros anfidiais. Nos parasitas nematódeos há os fasmídeos, que exercem praticamente a 
mesma função dos anfídeos. 
 
Respiração 
Nematódeos apresentam respiração cutânea. Na superfície do corpo existe uma 
camada externa, a cutícula, que protege o animal do atrito com as partículas do ambiente. 
Essa cutícula, presente na superfície da epiderme, é flexível e rica em colágeno, trocada 
repetidamente à medida que o animal cresce. 
No caso dos parasitas, a cutícula oferece proteção contra substâncias produzidas pelos 
hospedeiros, como as enzimas digestivas. Além disso, nematódeos parasitas adultos realizam 
respiração anaeróbica, porém suas larvas, geralmente de vida livre, realizam 
respiração aeróbica. 
 
Excreção 
https://www.infoescola.com/bioquimica/respiracao-anaerobica/
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO DE BIOLOGIA 
 
AULA 15 – ANIMAIS INVERTEBRADOS 45 
O sistema excretor é composto por dois canais longitudinais ligados por um transversal, 
chamados de renetes. Devido ao formato desses tubos (que são células especializadas), eles 
recebem o nome de tubos em “H”. Os resíduos de seu metabolismo são transportados pela 
pseudocele e eliminados do organismo na forma de amônia por meio dos renetes. Os dois 
canais longitudinais se abrem em orifícios perto da boca do animal. 
 
Reprodução 
Os nematódeos são animais dioicos, com machos menores que as fêmeas, e órgãos 
copulatórios localizados na parte posterior de seus corpos. A fecundação é interna e o 
desenvolvimento dos animais de vida livre é direto. 
O ciclo biológico básico dos nematódeos compreende ovo, etapas juvenis e forma adulta 
(macho ou fêmea). Assim, após a eclosão do ovo, o nematódeo juvenil já é uma cópia do futuro 
adulto, apenas em miniatura e com o sistema reprodutor ainda rudimentar. Durante o período 
de crescimento, ele passa por quatro ecdises, ou seja, por quatro trocas periódicas do 
exoesqueleto (na verdade, apenas uma parte da camada cuticular da parede do corpo é 
substituída). Com o desenvolvimento, cresce em tamanho e, ao atingir a fase adulta, 
amadurece sexualmente. 
Em relação aos animais parasitas, eles têm desenvolvimento indireto (ou seja, estágio 
larval), passando, neste caso, pelo interior de outros animais até completarem o 
desenvolvimento no adulto. 
 
 
Existem mais de 50 espécies de nematódeos capazes de parasitar o ser humano. Algumas são 
muito conhecidas por causarem graves doenças (verminoses), como as que veremos aqui. 
 
Ascaridíase 
Ascaris lumbricoides é o verme conhecido como lombriga, causador da ascaridíase (Fig. 44). 
1) Quando uma pessoa ingere alimentos ou água contaminados, ou coloca a mão suja de terra 
na boca (hábito muito comum em crianças), poderá ingerir os ovos do verme. 
2) Após serem ingeridos, os ovos irão eclodir e liberar as larvas no intestino humano. As larvas 
atravessam a parede intestinal e invadem as veias e vasos linfáticos, sendo levadas aos 
pulmões. 
3) De lá, seguem para os alvéolos, bronquíolos, brônquios, traqueias, laringe e faringe, de onde 
são deglutidas novamente e seguem para o esôfago e o estômago.

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