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Fitoterapia pdf UNIDADE1

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Conteudista: Prof.ª Dra. Gisele Damian Antonio 
Revisão Textual: Esp. Laryssa Fazolo Couto
 
Objetivo da Unidade:
Organizar a orientação terapêutica fitoterápica escrita para o cuidado e a
promoção da saúde no contexto de atuação do terapeuta integrativo e do
naturólogo, priorizando a segurança do uso conforme a legislação vigente. 
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Introdução à Fitoterapia
Introdução
A fitoterapia é uma prática integrativa caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas
diferentes formas caseiras ou farmacêuticas. Consideramos importante apresentar,
inicialmente, o contexto histórico e as legislações para o uso de plantas medicinais e fitoterapia
nos serviços de saúde, para ajudá-los a organizar a sua orientação terapêutica fitoterápica
escrita na sua prática clínica como terapeuta integrativo e/ou naturólogo. Lembre-se de que, no
campo profissional, para trabalhar com fitoterapia, você precisará qualificar-se e manter-se
atualizado(a) em relação às diferentes políticas públicas, legislações vigentes e evidências
científicas sobre essa temática. Logo, é essencial conhecer o arcabouço legal para você planejar
suas orientações de uso de plantas medicinais no campo profissional.
Não se esqueça de acessar os links dos Materiais Didáticos, onde encontrará o conteúdo e as
atividades propostas para esta Unidade. Além disso, você terá indicações de leituras
complementares para o aprofundamento das discussões nos espaços disponibilizados no
ambiente virtual. Leia todas elas e interaja com os demais cursistas e com a tutoria nos fóruns de
discussão desta Unidade.
Esperamos que o conhecimento adquirido nesta Unidade de aprendizagem proporcione a
aproximação entre a teoria e a prática em plantas medicinais e fitoterapia.
Aspectos Históricos da Fitoterapia
As plantas medicinais sempre tiveram uma grande importância na cultura, medicina e
alimentação das pessoas em diferentes partes do mundo. A relação dos homens com as plantas
é tão antiga quanto a nossa existência. Sabe-se que o início do uso empírico das plantas com
1 / 3
 Material Teórico
fins medicinais se deu na era paleolítica e os primeiros relatos escritos foram encontrados no
continente asiático e africano muito antes da era cristã (ANTONIO, 2013).
Os registros de uso de plantas medicinas na Índia, China e Egito revelam um acervo cultural
interessante acerca dos conceitos de saúde e doença, conexões com o mundo natural e
espiritual, anatomia e fisiologia humanas. O registro mais antigo sobre plantas foi localizado no
Egito e data de 3.000 a.C. O formulário Cleopatra gynaeciarum libri é um dos primeiros
compêndios encontrados onde há descrição de plantas, óleos vegetais e tratamentos
dermatológicos (LEITE, 2009).
Reflita 
Você sabe como os povos antigos influenciaram na construção dos
conhecimentos técnico-científico em fitoterapia?
Saiba Mais 
Os povos romanos e árabes da Idade Média descreveram o uso de várias
plantas medicinais usadas até hoje, tais como: Achillea millefolium (mil
folhas), Rosmarinus o�cinalis (alecrim), Aloe sp. (babosa), Ricinus
Por volta de 2500 a.C., o imperador Shen Nong, na China, escreveu um clássico da fitoterapia, o
Materia Medica, reunindo 365 plantas, tais como o chá (Thea sinensis) e a efedra (ephedra
sinica), que são conhecidas atualmente e foram citadas nesse compêndio.  
No ocidente, por volta de 500 a.C., Hipócrates (460–377 a.C.), considerado o “pai da Medicina”,
contribuiu para a transformação das práticas mágico-religiosas de fitoterapia em práticas
baseadas em observação, descrevendo sobre os efeitos terapêuticos das plantas medicinais.
Suas obras citam quase 400 plantas, tais como sálvia, camomila, mil folhas e alecrim. Há muitos
outros filósofos gregos que contribuíram para a sistematização da propriedade farmacológica
das plantas medicinais.  
Observe a linha do tempo e outras contribuições além de Hipócrates: 
Tabela 1 – Evolução do conhecimento técnico-científico das plantas medicinais na idade
antiga 
Época da
história 
Filósofos
gregos
Influências para saber técnico-
científico 
384 a 322
a.C.
Aristóteles
Sistematização das propriedades
farmacológicas e farmacêuticas das
plantas medicinais.
communis L. (rícino), Matricaria chamomilla (camomila); Melissa
o�cinalis (erva cidreira) e Salvia o�cinalis (salvia).
Época da
história 
Filósofos
gregos
Influências para saber técnico-
científico 
372 a 287
a.C.
Teofrasto
Classificação e identificação de
peculiaridades sobre as plantas
medicinais.
129/130 a
199/200
d.C. 
Galeno 
Padronização de preparo de
fórmulas galênicas a partir de
tinturas de plantas medicinais,
valorizando os princípios ativos e a
prescrições contendo dosagens. 
40 a 90 d.C. Discordeis 
Descrição de cerca de 600 espécies
medicinais em cinco livros
conhecidos como Materia medica. É
conhecido como um dos primeiros
etnobotânicos.
Saiba Mais 
O primeiro botânico a definir o conceito de “etnobotânica” foi o
americano Haeshberger, em 1895. Ele definia etnobotânica como o
estudo das plantas utilizadas pelos nativos ou aborígenes (MONTEIRO
et al., 2017).
Por volta do século XIII, as traduções dos livros dos povos antigos ficaram restritas aos monges
e sacerdotes em decorrência da restrição imposta ao curandeirismo no feudalismo. Dentro dos
monastérios, principalmente os beneditinos, o conhecimento sobre a utilização das plantas
medicinais foi preservado com a tradução dos antigos livros pelos monges. Esse conhecimento
ficou sob tutela desses monges até meados do século XIX. Isso ocorreu porque os produtos
vegetais foram associados, naquela época, às crenças pagãs e religiosas, evidenciando o uso de
“plantas de proteção” para afastar “mau-olhado ou olho-gordo”, por exemplo: a mandrágora, a
arruda, o alho (LEITE, 2009). Nesse período, os detentores do saber tradicional do uso de
plantas medicinais foram perseguidos e acusados de bruxaria. 
Com o Renascimento (1464–1534), a sociedade pôde novamente ter contato com os
conhecimentos e informações sobre uso de planta. Essa época é marcada pelas boticas ou
armazéns de especiarias, onde se realizava preparação à base de plantas medicinais para
comercialização (ROCHA et al., 2015).  
A partir de meados do século XVIII, o crescimento da economia industrial resultou na Revolução
Industrial. Nesse período os profissionais da área da química buscavam estudar e isolar
compostos ativos de plantas. O início do estudo científico dá-se nesta época, final do século
XVIII e início do século XIX, o que resultou no descobrimento e desenvolvimento de fármacos
obtidos da espécie Salix alba L. (salgueiro), sendo considerado o primeiro fármaco produzido.
Utilizada medicinalmente há mais de 6.000 anos, a substância salicina foi transformada em
ácido salicílico e, após, em ácido acetilsalicílico (AAS). Dessa forma, surge a produção em série
do primeiro medicamento: a aspirina (VIEGAS; BOLZANI; BARRETO, 2006). 
Saiba Mais 
A descoberta dos salicilatos foi em 1757 quando Edward Stone provou o
Inicia-se a era da indústria farmacêutica, cujas consequências foram: 
sabor amargo das cascas do salgueiro. Sua curiosidade resultou na
descoberta das propriedades analgésicas e antipiréticas do extrato da
planta cinquenta anos após, dando origem ao ácido acetilsalicílico
(AAS).
Redução do uso de derivados vegetais como medicamentos;
Monoterapia para o tratamento de doenças complexas; 
Desenvolvimento de drogas sintéticas; 
Quebra da conexão entre plantas e saúde humana.
Reflita 
Por que o uso de plantas, ao longo do século XX, foi considerado
“crendice popular”?
Sem dúvida, os avanços na ciência proporcionaram aumento significativo da saúde e
longevidade da população. O cenário de ascensão dos medicamentos sintéticos, retratado no
século XX, refletiu na farmacopeia brasileira, onde grande parte dos produtos oriundos de
plantas medicinais foi substituído por monografias de insumos farmacêuticos sintéticos
(LEITE, 2009). Isso ocorre
devido ao incentivo à produção em escala de medicamentos pela
indústria farmacêutica em oposição à falta de evidências científicas sobre a eficácia e controle
químico, farmacológico e toxicológico de produtos fitoterápicos tradicionais. Com isso, as
preparações oficinais foram sendo deixadas de lado, e os saberes e práticas populares,
desvalorizados (ANTONIO, 2013). Como resultado desse desenvolvimento, a fitoterapia passou a
ser associada à pajelança, charlatanismo, cilada, misticismo, e até mesmo “medicina dos
pobres”.   
Saiba Mais 
O conhecimento científico, portanto, passa a ser considerado o centro
da fitoterapia científica. As pesquisas caminharam para a separação
gradativa do saber popular e saber técnico-científico de plantas
medicinais tanto no âmbito profissional quanto na sociedade
(ALONSO, 2008). As plantas medicinais sempre foram um importante
recurso da assistência farmacêutica usado por 70% a 90% da
população nos países em desenvolvimento e cerca de 82% da
população brasileira. Registra-se que, em 2020, 337.157 pessoas foram
atendidas em atividades coletivas com fitoterapia e 45.024
atendimentos individuais nos serviços de atenção primária em saúde
do Sistema Único de Saúde brasileiro (BRASIL, 2020). 
Os anos passam e as pesquisas sobre plantas medicinais continuam sendo realizadas de forma
discreta. Entretanto, com o movimento da contracultura dos anos 1960 nos países ocidentais,
houve uma revalorização do uso de plantas medicinais numa perspectiva de fortalecimento da
integralidade e autonomia do indivíduo para o cuidado da própria saúde contrária aos abusos da
terapêutica medicamentosa de base química.
A fitoterapia volta a ser citada em estudos no campo da saúde e políticas públicas colaborando
com as ideias do Sistema Único de Saúde (SUS), fortalecimento da Atenção Primária à Saúde
(APS) nos anos 1988, perante o questionamento do modelo biomédico centralizado na doença e
não no doente (LUZ, 2005). Vamos conhecer a legislação brasileira sobre fitoterapia e depois
conversar sobre a orientação fitoterápica escrita.
Reflita 
De que forma a fitoterapia foi (re)valorizada no campo da saúde e
políticas de saúde?
Legislação e Políticas Públicas de Plantas Medicinais e
Fitoterapia 
A Declaração de Alma-Ata, em 1978, foi um grande marco para incentivo ao uso de plantas
medicinais nos serviços de saúde, levando em conta que 80% da população mundial utiliza
plantas ou preparações fitoterápicas nos cuidados primários em saúde. No Brasil, o incentivo
para a inserção das plantas medicinais no Sistema Único de Saúde foi contemplado em
diferentes documentos (SOUSA et al., 2022): 
Reflita 
Existem políticas que assegurem o resgate do conhecimento
tradicional sobre plantas medicinais no Brasil?
Resolução Ciplan nº 8/88, que regulamenta a inserção da
fitoterapia nos serviços de saúde;
Relatórios da 10ª e 12ª Conferências Nacionais de Saúde, respectivamente
aconteceram em 1996 e 2003, que destacam a importância de inserção da fitoterapia
e uso de medicamentos fitoterápicos nos serviços de saúde do SUS;  
Portaria nº 3.916/1998, contribui para aprovar a Política Nacional de Medicamentos
e incentivar o aproveitamento do potencial terapêutico da flora e fauna nacionais;
Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 338/04, aprova a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica, que contempla o uso de 20 das plantas medicinais e de
medicamentos fitoterápicos no processo de atenção à saúde;
Fórum para formulação de uma proposta de Política Nacional de Plantas Medicinais
e Medicamentos Fitoterápicos realizado pelo Ministério da Saúde, em 2001;
A PNPMF é uma política interministerial de caráter abrangente, assinada pelo Ministério da
Saúde e mais nove Ministérios, entre eles Casa Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
Cultura; Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e
Combate à Fome; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Integração Nacional; Meio
Ambiente e Saúde. Suas diretrizes incluem: 
Seminário Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterápicos e Assistência
Farmacêutica, contribuiu para concretização de etapas importantes para elaboração
da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e, posteriormente
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos;
Em 2006, o Ministério da Saúde, com o objetivo de ampliar o acesso da população
aos serviços relacionados à fitoterapia, aprovou a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares em Saúde por meio da Portaria nº 971, de 3 de maio
de 2006. Essa política institucionalizou a oferta da homeopatia, medicina
antroposófica, medicina tradicional chinesa-acupuntura, fitoterapia e termalismo
social/crenoterapia;
Dois meses após a publicação da PNPIC, com vistas a “garantir à população
brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos,
promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia
produtiva e da indústria nacional”, foi regulamentada a Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápico (PNPF) pelo Decreto nº 5.813, de 26 de junho de 2006
(BRASIL, 2006b).
Inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços
relacionados à fitoterapia no SUS, com segurança, eficácia e
qualidade;  
Promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas
medicinais e remédios caseiros;   
Promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos
das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos;  
As diretrizes da PNPF visam a fortalecer toda a cadeia produtiva de plantas medicinais e a
valorizar a biodiversidade brasileira. Para desenvolver as diretrizes e subdiretrizes dessa política,
foi construído o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos por meio da Portaria
Interministerial nº 2.960/2008. Esse documento define os gestores, prazos e recursos para as
ações estabelecidas, aliadas ao compromisso de propor legislações específicas para o setor,
visando à oferta desse recurso terapêutico nos serviços (BRASIL, 2016b).
Construir e/ou aperfeiçoar marco regulatório em todas as etapas da cadeia produtiva
de plantas medicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiências existentes
no Brasil e em outros países, promovendo a adoção das boas práticas de cultivo,
manipulação e produção de plantas medicinais e fitoterápicos;  
Desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias
e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia
produtiva; 
Desenvolver estratégias de comunicação, formação técnico-científica e capacitação
no setor de plantas medicinais e fitoterápicos, e; 
Promover o uso sustentável da biodiversidade (BRASIL, 2006b).
Saiba Mais 
A PNPIC e a PNPMF buscam garantir o uso seguro de plantas
medicinais e de fitoterápicos, reconhecendo o conhecimento
tradicional e popular e valorizando a biodiversidade brasileira de
forma sustentável. São políticas decisivas para o desenvolvimento de
Outra iniciativa brasileira incentivou a inserção das plantas medicinais nos serviços públicos de
saúde, destacando-se: a inclusão de 12 medicamentos fitoterápicos na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (Rename). São eles: alcachofra (Cynara scolymus L.), guaco (Mikania
glomerata Spreng.), aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi), hortelã-pimenta (Mentha
x piperita L.), babosa (Aloe vera (L.) Burm. F.), isoflavona de soja (Glycine max (L.) Merr.), cáscara
sagrada (Rhamnus purshiana DC.), plantago (Plantago ovata Forssk.), espinheira-santa
(Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek), salgueiro (Salix alba L.), garra-do-diabo (Harpagophy-22
tum procubens) e unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult) DC). E a criação da
Relação Nacional de Plantas de Interesse ao SUS (Renisus) com 71 plantas de interesse para o
SUS para incentivar mais estudos para a inclusão nas futuras atualizações da Rename. 
A
partir da publicação da PNPIC e PNPF, vários documentos, resoluções e portarias da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram elaboradas com ênfase na questão das plantas
medicinais e no registro de medicamentos fitoterápicos manipulados ou industrializados e
produtos tradicionais fitoterápicos destinados ao uso humano, bem como critérios de boas
práticas de funcionamento das farmácias vivas no âmbito dos serviços públicos (ANTONIO,
2013). 
ações relacionadas à fitoterapia. Em 2017 e 2018, a PNPIC foi
expandida, com ampliação do leque de opções para 29 práticas.
Saiba Mais 
Conheça três documentos importantes para sua prática clínica:
Vejamos alguns documentos importantes para a regulamentação sanitária para orientação de
uso de plantas medicinais e fitoterápicos em serviços de saúde.
O terapeuta integrativo e/ou naturólogo precisa conhecer as regulamentações sanitárias que
orientam os serviços e produtos relacionados às plantas medicinais, isentas de prescrição
médica, na forma de: 
Farmacopeia Brasileira, 6ª edição;
Formulários de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira e seu suplemento, sendo
que a versão vigente é a 2° edição de 2021;
Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira.
Reflita 
Você conhece de que forma a fitoterapia é oferecida no SUS e as
regulamentações sanitárias relacionadas à fitoterapia? Já ouviu falar
em farmácia viva, jardim terapêutico, ervanaria, educação popular em
saúde, fitoterápicos, droga vegetal?
Planta medicinal in natura; 
Chá medicinal (droga vegetal); 
Vamos conhecer as regulamentações... 
A planta medicinal fresca (in natura) pode ser oriunda de hortos medicinais ou do domicílio das
pessoas. As cultivadas em hortos de Secretaria Municipal de Saúde ou outras organizações,
instituições de ensino superior e/ou de centros de pesquisa e de extensão rural ligados à cadeia
produtiva de plantas medicinais devem seguir a legislação específica de cultivo. As plantas para
uso medicinal devem ser cultivadas de forma agroecológica ou orgânica. É importante serem
identificadas botanicamente.  
A regulamentação das drogas vegetais (chá medicinal), plantas medicinais secas com fins
terapêuticas foram, inicialmente, orientadas pela Resolução RDC no 10/2010. Atualmente, as
orientações constam na Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 26, de 13/05/2014. Esses
produtos são isentos de registro, mas não são isentos de notificação na Anvisa.
Fitoterápico (manipulado; industrializado e produtos fitoterápicos tradicionais);
Farmácia viva, ervanarias e jardins terapêuticos.
Importante! 
Qual a diferença entre chá medicinal (adquirido em farmácias) e chá
alimento (adquirido em supermercados)? Chá medicinal é diferente de
chá alimento? Sim!?
Chá medicinal (droga vegetal): é o nome dado à planta medicinal seca ou suas
partes após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra,
rasurada, triturada ou pulverizada. Essa forma de apresentação tem fins medicinais
Lembre-se! Você terapeuta deve orientar seu cliente a usar chá medicina com registro na
Anvisa.
Os fitoterápicos são obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, com
finalidade profilática, curativa ou paliativa e incluem medicamento fitoterápico
industrializados, medicamentos fitoterápicos manipulados e produto tradicional fitoterápico.  
Os aspectos técnicos e legais dos medicamentos fitoterápicos, industrializados, foram
abordados pela primeira vez na legislação brasileira, em 1967, por meio da publicação da
Portaria nº 22/1967, posteriormente, complementadas pela Portaria nº 116/96, Resoluções nº
196/96 e 251/97, Resoluções RE nº 17/2000 e RDC nº 48/2004 que definiram os critérios
mínimos para o registro simplificado de medicamentos fitoterápicos. Atualmente, o guia de
orientação para registro de medicamento fitoterápico e registro e notificação de produto
tradicional fitoterápico é estabelecido pela Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 26, de
13/05/2014, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a
notificação de produtos tradicionais fitoterápicos e na Instrução Normativa – IN nº 4, de
18/06/2014. As Boas Práticas de Fabricação para produtos tradicionais fitoterápicos são
descritas pela Resolução RDC nº 13/2013 (ANVISA, 2022). Os fitoterápicos industrializados
a ser preparada por meio de infusão, decocção ou maceração em água pelo
consumidor, com indicação terapêutica. Todo chá medicinal possui número de
notificação na Anvisa, podendo ser identificado no rótulo, além das seguintes
informações: endereço e CNPJ da empresa, nome do responsável técnico com seu
registro em conselho de classe;
Chá alimento: os chás enquadrados como alimentos é definido como“o produto
constituído de uma ou mais partes de espécie(s) vegetal(is)inteira(s),
fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação,sendo proibida a indicação
terapêutica para qualquer finalidade. O cháalimento está dispensado de notificação
ou registro na Anvisa, porémdeve constar os dados de identificação do fabricante.
O chá alimento sópode ser comercializado para utilização por meio de infusão,
sendoproibido o comércio da forma em cápsulas sem registro na Anvisa.
devem ser regularizados na Anvisa antes de serem comercializados. Esses produtos não são
isentos de registro ou notificação.  
Saiba Mais
Produto tradicional fitoterápico: aquele obtido com emprego exclusivo de
matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança seja baseada por meio da
tradicionalidade de uso e que seja caracterizado pela reprodutibilidade e constância
de sua qualidade;
Medicamento fitoterápico (industrializado ou manipulado): é produto obtido de
matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade
profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto
tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma
única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de
mais de uma espécie vegetal.
Importante! 
Você deve consultar sempre a lista de fitoterápicos, baseado em
evidências, no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira
(FFFB), 2ª edição, e Memento Fitoterápico. Esse documento
contemplou apenas os produtos considerados de mais baixo risco e
mais apropriados para o mercado brasileiro, tanto para manipulação
Além disso, aplicam-se ao registro de fitoterápicos todas as legislações gerais de medicamento
que normatizam a vigilância sanitária (Lei nº 6.360/1976 e Decreto nº 8.077/2013), controle
sanitário (Lei nº 5.9991/1973), padronização de bulas (Resolução RDC nº 47/2009), nomes
comerciais (Resolução RDC nº 59/2014), embalagens e rotulagem (Resolução RDC nº 71/2009),
publicidade (Resolução RDC nº 23/2009), Boas Práticas de Fabricação (BPFM) (Resolução RDC
nº 17/2010), estudos de estabilidade (Resolução nº RE 01/2005), validação de métodos analíticos
(Resolução RE nº 899/2003) para garantir a oferta de um produto seguro e de qualidade
(CARVALHO, 2011). 
A regulamentação dos medicamentos fitoterápicos manipulados aconteceu, inicialmente, com
a publicação da Resolução RDC nº 33/2000 que sofreu adequações pela Resolução RDC nº
214/2006 e, posteriormente, revogada pela Resolução RDC nº 67/2007 e atualizada pela
Resolução RDC nº 87/2008. As Resoluções RDC nº 67/2007 e 87/2008 são as normas vigentes
que regulamentam as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos (BPMM) para uso em
humanos (BRASIL, 2007b; 2008).
como para a indústria, considerando que seriam produtos passíveis de
notificação simplificada.
Importante! 
As normas técnicas e sanitárias citadas nesta Unidade são
frequentemente atualizadas. Elas visam a garantir a qualidade, a
dispensação e a disponibilização de drogas vegetais e medicamentos
Legislação – Anvisa 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
fitoterápicos seguros e eficazes para a população. Além disso,
contribuem para a organização e estruturação das farmácias
vivas e a
aceitação desse recurso terapêutico por parte dos profissionais. Crie o
hábito de visitar o site da Anvisa e manter-se atualizado em relação aos
critérios legais para o uso e registro de medicamentos e plantas
medicinais na sua prática clínica.
Site 
Todas as normas publicadas pela Anvisa podem ser obtidas por meio
do link a seguir.
Leitura 
Quando o terapeuta integrativo tiver dúvida quanto ao registro e à
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/
Consulta dos Produtos Registrados 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Consulta por Produtos Irregulares 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Contato Direto com a Anvisa 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Guia para Registro e Notificação de Fitoterápicos 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
regularidade de um produto fitoterápico, pode consultar canais
exclusivos da Anvisa. 
http://%20https//www.gov.br/anvisa/pt-br/sistemas/consulta-a-registro-de-medicamentos
https://consultas.anvisa.gov.br/#/dossie/
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/canais_atendimento
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/29135
Formas de Trabalho com Plantas Medicinais e
Fitoterapia
A inserção da fitoterapia pode acontecer por meio de diferentes atividades complementares
entre si, ora como recurso terapêutico, outrora como educativo (ANTONIO, TESSER, MORETTI-
PIRES, 2013), por exemplo:
Figura 1 – Reconhecimento de plantas locais, município de
Tangará/SC 
Fonte: Acervo da Conteudista
Reconhecimento de plantas medicinais locais: o
reconhecimento de plantas medicinais locais pode ser feito nas
consultas, em grupos, nas visitas domiciliares, na escola, ou
seja, em todos os espaços comunitários e institucionais. O
reconhecimento local pode contribuir para o resgate e
valorização do uso popular e tradicional. O registro desse
levantamento pode ser feito em fichas, prontuários eletrônicos
ou cadernos de registro.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Educação em Saúde
Site 
Para reconhecer plantas medicinais presentes no seu município,
convide os colegas para um passeio no seu bairro. Fotografe espécies
vegetais e tente identificá-las com ajuda das galerias de fotos de
sites como: “Tropicos®”, ou pelo aplicativo “PlantNet®”. Pesquise,
também, sobre composição química, toxicológicas e indicações
terapêuticas de planta no PubMED, Scielo, Medline, Sloan Kettering
Cancer Center, BVS/BIREME, Portal de periódicos Capes, Google
Acadêmico, sites de hortos didáticos, como o Horto Didático do
Hospital Universitário da Universidade Catarinense de Santa Catarina,
Formulário Nacional Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira e o
Memento Terapêutico de Fitoterápico da Anvisa.   
https://bit.ly/3INEj3r
As atividades educativas podem ser ofertadas tanto para comunidade quanto aos profissionais.
As ações voltadas para comunidade podem ser realizadas por meio de rodas de conversas,
oficinas de troca de mudas, agricultura familiar, agroecologia, extensão universitária,
valorizando o diálogo entre diferentes saberes (ANTONIO, TESSER, MORETTI-PIRES, 2013). 
Saiba Mais 
As rodas de conversas são espaços interessantes para esclarecer
dúvidas sobre uso popular e científico, princípios ativos, interações,
reações adversas, toxicidade e contraindicações. Podem ser
organizadas mensalmente, estimulando os participantes a cheirar e a
tocar as espécies vegetais. A planta medicinal, nesse contexto, pode ser
uma ferramenta mediadora de educação popular e de promoção de
saúde para fortalecer uma rede de pessoas que conversam, interagem e
se ajudam.
Figura 2 – Educação em saúde sobre plantas medicinais
com comunidade, município de Santa Rosa de Lima/SC 
Fonte: Acervo da Conteudista
As ações voltadas aos profissionais visam a capacitá-los por meio de reuniões de educação
permanente, educação continuada como estratégias para compartilhar evidências científicas e
populares sobre plantas. Nesses momentos de estudo, é importante realizar pesquisas em bases
de dados científicos usando o nome botânico da planta, porque existem plantas com o mesmo
nome popular (ANTONIO, TESSER, MORETTI-PIRES, 2013).                 
Figura 3 – Educação em saúde sobre plantas medicinais
com profissionais, município de Fraiburgo/SC  
Fonte: Acervo da Conteudista
Materiais Educativos 
A elaboração de materiais educativos sobre plantas medicinais pode ser uma via de aprendizado
de mão dupla entre profissional e comunidade, tanto para conhecer informações populares
quanto para socializar evidências científicas sobre princípios ativos, contraindicações e
interações medicamentosas desconhecidas por ambos. Exemplos de materiais educativos:
folder, murais, cartilhas, guias, vitrines, cartazes, entre outras. 
Figura 4 – Informativo sobre plantas medicinais  
Fonte: Adaptada de saude.campinas.sp.gov.br 
Jardins medicinais, farmácia viva, ervanarias, arranjos de
processamento local na rede pública: os jardins medicinais
são áreas destinadas ao cultivo de plantas in natura e
preservação de espécies em extinção, estudos e orientação
didática sobre plantas. São espaço de troca de informações
sobre o saber tradicional e saber científico das plantas
medicinais, visando à identificação, cultivo, preparo e uso
seguro delas. Podem ser organizados nas unidades básicas de
saúde, na comunidade, nos domicílios ou escolas.
Figura 5 – Jardim medicinal da UBS Presidente Castello
Branco, SC  
Fonte: Acervo da Conteudista
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Leitura 
Guia de Orientações Geraispara o Cultivo de Plantas Medicinais 
O Guia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_plantas_medicinais.pdf
A farmácia viva, no contexto da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, refere-se aos
serviços de fitoterapia organizados, exclusivamente, no âmbito da rede pública de saúde para
cultivo, coleta, processamento, armazenamento, manipulação e dispensação de preparações
magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos, de acordo com a Portaria nº
886/GM/MS, de 20 de abril de 2010. Sua implantação deve seguir as recomendações de boas
práticas descritas na Resolução RDC nº 18, de 3 de abril de 2013 (BRASIL, 2010; 2013b). Essa
portaria estabeleceu também os três modelos de Farmácias Vivas Modelos I, II e III, a partir das
atividades realizadas.
Farmácia Viva Modelo I: são canteiros de plantas medicinais
em unidades de farmácias vivas comunitárias e/ou unidades
do SUS com o apoio técnico de profissionais do serviço público
estadual e municipal de fitoterapia. Esse modelo tem como
finalidade realizar atividades de cultivo de plantas medicinais
in natura, orientar sobre o uso correto de preparações
fitoterápicas caseiras por profissionais capacitados. Esse
modelo pode propiciar o desenvolvimento da agricultura
familiar com plantas medicinais;
Farmácia Viva Modelo II: são áreas de produção de chá medicinais (plantas
medicinais secas – droga vegetal) para dispensação em unidades de saúde do SUS. A
obtenção de matéria-prima vegetal deve ser oriunda de hortas e/ou hortos oficiais
ou credenciados de acordo com as boas práticas de cultivo e produção. Também
pode incentivar a agricultura familiar com plantas medicinais;
Farmácia Viva Modelo III: são áreas de produção de fitoterápicos manipulados de
acordo com as Boas Práticas de Preparação de Fitoterápicos (BPPF) para a
prescrição e dispensação de fitoterápicos nas unidades do SUS (SOUSA et al., 2022).
 
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ACESSE
Os Arranjos de Processamento Local (APL) são aglomerações de empreendimentos de um
mesmo ramo, localizados em um mesmo território, que mantêm algum nível de articulação,
interação, cooperação e aprendizagem entre si e com os demais atores locais – governo,
pesquisa, ensino, instituições de crédito (BRASIL, 2006).
As ervanarias são estabelecimento que realizam dispensação de plantas medicinais.
A licença
das ervanarias é revalidada anualmente, obedecendo às regulamentações sanitárias relativas às
farmácias. É proibido às ervanarias negociar com objetos de cera, colares, fetiches, e outros que
não se relacionem com a fitoterapia. As plantas e partes vegetais dispensadas em ervanarias
devem estar acondicionadas em recipientes fechados, livres de pó e contaminação, classificadas
botanicamente. Não podem ser dispensadas plantas com indicação terapêutica na embalagem. 
Leitura 
Fitoterapia na Atenção Primária à Saúde 
Você conhece experiências exitosas com fitoterapia? Pesquise! Acesse
o link a seguir para abrir seu leque de possibilidades e vantagens para
cuidado e promoção da saúde.
Assistência farmacêutica em fitoterapia: a assistência
farmacêutica em fitoterapia refere-se às atividades de seleção,
https://www.scielo.br/j/rsp/a/pny48FkxdsHPPJ7dcVjCGTM/?%20format=pdf&lang=pt
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ACESSE
Orientação Terapêutica Fitoterápica Escrita (Prescrição)
A orientação terapêutica fitoterápica escrita (prescrição) deverá ser organizada levando em
considerações pontos importantes:  
aquisição, distribuição, dispensação e prescrição de
medicamentos fitoterápicos por meio do componente básico da
Assistência Farmacêutica e Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais (RENAME) (BRASIL, 2017b). A RENAME 2017 lista 12
fitoterápicos que podem ser prescritos por profissionais de
nível superior, de acordo com a regulamentação de cada
conselho de classe.
Leitura 
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2020  
Para conhecer a relação de fitoterápicos disponível no SUS acesse a
RENAME 2020.
Nome do paciente;
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf
Nome científico e nome popular da planta medicinal;  
Parte usada;
Forma farmacêutica;
Duração do tratamento;
Dose;
Frequência de uso;
Posologia (horário, modo de preparo, modo de usar).
Importante! 
É importante detalhar por escrito ao paciente como ele deve preparar
sua fórmula, já que muitas informações ditas em consultório acabam
confundindo os pacientes. Portanto, escreva as orientações
terapêuticas para o uso correto de plantas medicinais in natura, chás
medicinais (drogas vegetais) ou fitoterápicos de forma clara e objetiva!
E lembre-se de consultar os instrumentos normativos que definem as
plantas e fitoterápicos isentos de prescrição médica e os sujeitos de
prescrição médica. 
Observe também os quadros com exemplos de plantas isentas de
prescrição (Quadro 1), fitoterápicos isentos de prescrição (Quadro 2) e
Quadro 1 – Exemplo de produtos tradicionais isentos de prescrição médica
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Arnica montana L. Arnica
Equimoses, hematomas e
contusões. 
Obs.: Não usar em ferimentos
abertos.
Matricaria recutita
L. 
Camomila
Uso oral: antiespasmódico
intestinal, dispepsias
funcionais. 
Uso tópico: anti-
inflamatório.
Melissa o�cinalis L. 
Melissa,
erva-
cidreira 
Carminativo,
antiespasmódico e ansiolítico
leve. 
Mikania glomerata
Spreng., M.
laevigata Sch. Bip. ex
Baker 
Guaco 
Expectorante e
broncodilatador. 
os sujeitos de prescrição médica (Quadro 3). 
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Passiflora incarnata
L. 
Maracujá,
passiflora 
Ansiolítico leve. 
Peumus boldus
Molina 
Boldo,
boldo-do-
chile 
Colagogo, colerético,
dispepsias funcionais e
distúrbios gastrointestinais
espásticos. 
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2014
Quadro 2 – Exemplo de medicamentos fitoterápicos isentos de prescrição médica
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Aesculus hippocastanum
L.
Castanha-
da-índia
Fragilidade capilar, 
insuficiência venosa.
Allium sativum L. Alho
Coadjuvante no
tratamento da
hiperlipidemia e
hipertensão arterial
leve a moderada,
auxiliar na prevenção
da aterosclerose.
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Centella asiatica (L.)
Urb. 
Centela,
centela
asiática 
Insuficiência venosa
dos membros inferiores. 
Glycine max (L.) Merr. Soja 
Coadjuvante no alívio
dos sintomas do
climatério. 
Frangula purshiana
(DC.) 
Cáscara
sagrada 
Constipação ocasional. 
Obs.: Não utilizar
continuamente por
mais de uma semana.
Senna alexandrina Mill. Sene Laxativo. 
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2014
Quadro 3 – Exemplo de medicamentos fitoterápicos sujeitos de prescrição médica
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Cimicifuga
racemosa (L.) Nutt
Cimicífuga Sintomas do climatério.
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Ginkgo biloba L. Ginkgo
Vertigens e zumbidos
(tinidos) resultantes de
distúrbios circulatórios,
distúrbios circulatórios
periféricos (claudicação
intermitente) e insuficiência
vascular cerebral.
Hypericum
perforatum L. 
Hipérico
Estados depressivos leves a
moderados. 
Piper methysticum
G. Forst. 
Kava-kava
Ansiolítico e insônia. 
Obs.: Utilizar no máximo por
dois meses.
Valeriana o�cinalis
L. 
Valeriana Ansiolítico e insônia.
Arctostaphylos uva-
ursi Spreng
Uva-ursa Infecções do trato urinário. 
Echinacea purpurea
Moench 
Equinácea 
Preventivo e coadjuvante na
terapia de resfriados e
infecções do trato
respiratório e urinário. 
Nomenclatura
Botânica
Nome
Popular
Alegações de Uso
Menta x piperita L. Hortelã 
Expectorante, carminativo e
antiespasmódico.
Tratamento da síndrome do
cólon irritável. 
Plantago ovata Tansagem 
Coadjuvante nos casos de
obstipação intestinal.
Tratamento da síndrome do
cólon irritável. 
Serenoa repens
(Bartram) J.K. Small 
Saw
palmetto 
Hiperplasia benigna da
próstata e sintomas
associados. 
Tanacetum
parthenium Sch. Bip 
Tanaceto Profilaxia da enxaqueca. 
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2014
Abaixo, um exemplo de Orientação Terapêutica Fitoterápica Escrita emitido por um terapeuta
integrativo:
Figura 6 – Exemplo de Orientação Terapêutica Fitoterápica
Escrita (OTFE)
Saiba Mais 
A decisão pela indicação da fitoterapia como recurso terapêutico deve
ser fundamentada em uma avaliação das queixas, sinais e sintomas
centrados na pessoa. Para organizar a orientação terapêutica
fitoterápica escrita, o terapeuta integrativo e/ou naturólogo deve focar
na pessoa e não a doença para escolher uma planta medicinal
É comum pessoas procurarem a fitoterapia para tratamento de doenças com sintomas agudos
ou quando o diagnóstico é de difícil tratamento, como o câncer, a obesidade e outras condições
crônicas. Nesse momento, o profissional deve ter o bom senso de quando e como inserir a
fitoterapia como recurso terapêutico. Por exemplo: paciente com infecção urinária, febre, dor ao
urinar. Mesmo sendo uma pessoa com perfil “naturalista”, não podemos aconselhá-la a não
utilizar o antimicrobiano para combater a infecção ou o quimioterápico no tratamento do
câncer. A fitoterapia, nesse caso, entra como recurso terapêutico complementar em qualquer
abordagem escolhida. 
A Tabela abaixo é uma categorização terapêutica e serve de orientação ao profissional quando
escolher fitoterápicos. Esta classificação é baseada no olhar biomédico e distribui os
fitoterápicos em 4 categorias terapêuticas:
Tabela 2 – Exemplo de medicamentos fitoterápicos sujeitos de prescrição médica
Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 
Uso de
fitoterápicos
como
alternativa
quando não
existe
medicamento
sintético.   
Uso de
fitoterápicos
para
substituir um
medicamento
sintético. Por
exemplo:
Ansiedade
leve,
depressão
reativa,
dispepsia.
Uso de
fitoterápicos
como
coadjuvante,
complementar.
Por exemplo:
doenças
hepáticas,
respiratórias.
Uso
inadequado
de
fitoterápicos
pela
possibilidade
de inibir ou
retardar o
tratamento.
Por exemplo:
câncer. 
Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica, 2012
Em Síntese 
Com o conteúdo trabalhado nesta Unidade, espera-se que você tenha
compreendido as diferentes possibilidades de trabalho com plantas
medicinais e
fitoterapia, bem como suas respectivas normas técnico-
científicas. Também se espera que você consiga relacionar os
diferentes contextos institucionais e sociais que podem estimular a
interação do saber popular e técnico-científico circulante no âmbito
dos serviços e da comunidade, importantes para a promoção e cuidado
em saúde.
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
  Leitura  
Fitoterapia Racional: Aspectos Taxonômicos,
Agroecológicos, Etnobotânicos e Terapêuticos
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ACESSE
Anvisa Lança Cartilha de Fitoterápicos e Plantas Medicinais
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 Material Complementar
http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/1628/2/Fitoterapia%20Racional.pdf
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/anvisa-lanca-cartilha-de-fitoterapicos-e-plantas-medicinais
Nota Técnica 01/2020 – Fitoterapia na Rede de Atenção à
Saúde
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ACESSE
Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira 
São oficiais e reconhecidas como farmacopeicas. São formulações apresentadas de espécies
vegetais e formas farmacêuticas comuns nos serviços de fitoterapia, regulamentadas no SUS.
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ACESSE
Formulário de Fitoterápicos 
A segunda edição do formulário foi publicada em 2021 e tem como base as edições anteriores
porém com conteúdo revisado e atualizado e revoga as versões anteriores.
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ACESSE
Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira 
O Memento de Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB) é um documento para consulta
rápida para profissionais prescritores. É utilizado para orientar a prescrição de plantas
medicinais e fitoterápicos com monografias baseadas em evidências científicas.
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https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202010/02083859-nota-tecnica-fitoterapia-n-01-2020-pipmf-e-pepic-rs.pdf
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/8080json-file-1
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/2021-fffb2-final-c-capa2.pdf
ACESSE
Farmacopeia Brasileira 6ª edição 
A Farmacopeia Brasileira é um documento oficial do Brasil que estabelece os requisitos mínimos
de qualidade de medicamentos, fitoterápicos e plantas medicinais para uso em saúde. O grande
destaque é a inclusão de 150 monografias referentes a plantas medicinais.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Como Organizar Rodas de Conversa sobre Plantas
Medicinais?
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ACESSE
Como Inserir Ações com Fitoterapia como Recurso
Terapêutico ou Educativo na Atenção Básica?
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ACESSE
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33832/2909630/Memento+Fitoterapico/a80ec477-bb36-4ae0-b1d2-e2461217e06b
https://www2.fcfar.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/principiosativosnaturaisetoxicologianovo/farmacognosia/farmacopeia-6-edicao.pdf
https://aps-repo.bvs.br/aps/como-organizar-rodas-de-conversa-e-pesquisar-sobre-plantas-medicinais/
https://aps-repo.bvs.br/aps/como-inserir-acoes-com-fitoterapia-como-recurso-terapeutico-ou-educativo-na-atencao-basica/
ALONSO, J. Fitomedicina: curso para profissionais da área da saúde. São Paulo: Pharmabooks,
2008. p. 21-25.
ANTONIO, G. D. Fitoterapia na atenção básica: interação de saberes e práticas de cuidado. 2013.
302 p. Tese (doutorado em Saúde Coletiva) – Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
ANTONIO, G. D.; TESSER, C. D.; MORETTI-PIRES, R. O. Contribuições das plantas medicinais
para o cuidado e a promoção da saúde na atenção primária. Interface, Botucatu, SP, v. 17, n. 46,
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ANTONIO, G. D.; TESSER, C. D.; MORETTI-PIRES, R. O. Fitoterapia na atenção primária à saúde.
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<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v48n3/pt_0034-8910-rsp-48-3-0541.pdf>. Acesso em:
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BARROS, N. F. de. A construção da medicina integrativa: um desafio para o campo da saúde. São
Paulo: Hucitec, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa 2, de
12 de janeiro de 2015. Altera a Instrução Normativa nº 4 , de 11 de setembro de 2014. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 13 jan. 2015. Seção 1, p. 53.
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 Referências
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Acesso em: 15/12/2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria
Colegiada 87, de 21 de novembro de 2008. Altera o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de
Manipulação em Farmácias. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2008/res0087_21_11_2008.html>.
Acesso em: 15/12/2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 886, de 20 abril de 2010. Farmácia Viva no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0886_20_04_2010.html>. Acesso
em: 23/05/2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2006. Disponível em:
<http://www.crbm1.gov.br/Portaria%20MS%20971%202006.pdf>. Acesso em: 23/05/2022.
BRASIL. Presidência da República. Decreto 5.813, 26 de junho de 2006. Aprova a Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
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2006/2006/decreto/d5813.htm>. Acesso em: 15/06/2022.
CARVALHO, A. C. B. Plantas medicinais e fitoterápicos: regulamentação sanitária e proposta de
modelo de monografia para espécies vegetais oficializadas no Brasil. 2011. Tese (Doutorado em
Ciências da Saúde) – Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, 2011. Disponível em:
<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/8720/1/2011_AnaCec%C3%ADliaBezerraCarvalho.
pdf>.
LEITE, J. P. V. Fitoterapia: bases científicas e tecnológicas. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 3-18.
LUZ, M. T. Cultura contemporânea e as medicinas alternativas: novos paradigmas em saúde no
fim do século XX. Physis: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, p. 145-176, 2005. Disponível
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Acesso em: 24/05/2022.
MONTEIRO, S. C.; BRANDELLI, C. L. C. (org.). Farmacobotânica: aspectos teóricos e aplicação.
Porto Alegre: Artmed, 2017. (e-book)
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SOUSA, I. M. C; BARROS, N. F de. CARNEVALE, R. C. SILVA, G. K. F. da et al. Modelagem Farmácia
Vivas/Jardins Terapêuticos para implantação em serviços de Atenção Primária no SUS.
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persistentId=doi:10.35078/5CCFDC/UQ0F6F&version=1.2>. Acesso em: 17/07/2022.
VIEGAS JR. C.;
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Química Nova, v. 29, n. 2, p. 326-37, 2006. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/qn/a/gQqYVTzykDtcSVtKvYDxWTP/>. Acesso em: 21/07/2022.

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