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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 FITOTERAPIA ............................................................................................ 4 2.1 Conceitos ............................................................................................. 4 2.2 História ................................................................................................. 6 2.3 Práticas no Brasil ................................................................................. 7 2.4 Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ................... 8 3 FITOTERÁPICOS ....................................................................................... 9 3.1 Fatores de risco relacionados ao uso de fitoterápicos ....................... 11 3.2 Nomenclatura ..................................................................................... 12 4 SELEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 14 4.1 Doutrina de sinais ............................................................................... 15 4.2 Propriedades organolépticas .............................................................. 15 4.3 Desenvolvimento de fitoterápicos ....................................................... 16 5 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 18 5.1 Cápsulas ............................................................................................ 18 5.2 Extratos .............................................................................................. 19 5.3 Cremes ............................................................................................... 19 5.4 Tinturas .............................................................................................. 20 5.5 Loções ................................................................................................ 20 5.6 Óleos .................................................................................................. 21 6 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES- PNPIC .................................................................................. 21 6.1 Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 26, de 13 de maio de 2014 22 2 7 PLANTAS MEDICINAIS E SAÚDE PÚBLICA ........................................... 24 7.1 Saúde da família ................................................................................ 25 7.2 Fitoterapia na Saúde Pública: interação de saberes e práticas de cuidado 25 8 HORTA MEDICINAL E COMUNITÁRIA.................................................... 38 8.1 Local para plantio ............................................................................... 39 8.2 Espécies a serem cultivadas .............................................................. 39 8.3 Implantação de uma horta comunitária .............................................. 40 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 42 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 FITOTERAPIA Fonte: infoescola.com A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos diversos usuários e praticantes, especialmente pela tradição oral. Esta prática diminuiu frente ao processo de industrialização, ocorrido no país, nas décadas de 1940 e 1950 (BRUNING, 2012). Trata-se de uma forma eficaz de atendimento primário a saúde, podendo complementar ao tratamento usualmente empregado, para a população de menor renda (BRUNING, 2012). A realização segura desses atendimentos está vinculada ao conhecimento prévio do profissional de saúde sobre a terapêutica com fitoterápicos ou plantas medicinais. A orientação para uma utilização adequada, sem perda da efetividade dos princípios ativos localizados nas plantas e sem riscos de intoxicações por uso inadequado é fundamental (ELDIN, 2001, apud BRUNING, 2012). 2.1 Conceitos Diferenciaram-se as formas de uso das plantas medicinais em: familiar, popular, tradicional, científica e de outras racionalidades médicas. Fitoterapia familiar: A fitoterapia familiar, que muitas vezes não conta com registro escrito da sua prática, refere-se às práticas autônomas e informais da fitoterapia (remédios caseiros), que se inserem na rede de apoio social do usuário. 5 Fitoterapia popular: Diferente do familiar, a fitoterapia popular é a praticada por especialistas populares não profissionalizados. Segundo MENÉNDEZ (2009), estas práticas são originárias de diferentes curadores (parteiras, benzedeiras, raizeiros), com teorias, aspectos culturais, sociais e visão de mundo convergente ou divergente entre si. Seus saberes e práticas baseiam-se em uma abordagem holística, herdada de familiares, “dom” ou aprendizado com outro curador. Estes especialistas estabelecem um forte vínculo com o usuário devido ao conhecimento da comunidade e/ou por falta de acesso ao cuidado biomédico. Fitoterapia tradicional: A fitoterapia tradicional ocorre quando o uso de plantas é enraizado na cultura de uma população com identidade e longa tradição próprias, diferente da racionalidade biomédica, caracterizando o que a OMS (2011) designa por medicina tradicional. Por exemplo, a medicina indígena brasileira não é considerada uma racionalidade médica (talvez devido à ausência de estudos com esse enfoque), mas faz parte de um conjunto de saberes e práticas da medicina tradicional brasileira que difere, em geral, das práticas familiares e populares (com exceção de contextos específicos como, talvez, certas populações ribeirinhas amazônicas) (OMS, 2011, apud ANTÔNIO, 2013). Fitoterapia científica: A fitoterapia científica refere-se ao uso das plantas medicinais baseado em evidências científicas, apoiado na racionalidade biomédica, circunscrita por diferentes disciplinas, que abrangem desde a identificação botânica até a produção do medicamento fitoterápico (FERNANDES, 2004). O uso de plantas pode ainda ser orientado por outra racionalidade médica (chinesa, ayurvédica, por exemplo), o que, aqui no Brasil, não pode ser considerado tradicional, nem popular, nem familiar, sendo geralmente heterônomo. Ainda segundo SANTOS (2007), [...] a sociedade contemporânea se assenta em dois pilares: o da regulação e o da emancipação. O primeiro constitui-se em obrigações envolvendo o Estado, o mercado e a comunidade. A obrigação política do Estado é vertical e se dá entre cidadãos e o Estado. A regulação do mercado é individualista e antagônica entre concorrentes. No princípio da comunidade,essa relação é horizontal, solidária e se processa entre membros da comunidade. O pilar da emancipação é formado pela racionalidade cognitiva e instrumental da ciência, pela estético-expressiva das artes e literatura, e pela moral. Todavia, a ciência e o direito, categorias emancipatórias no início da modernidade, tornaram-se, no seu transcorrer, categorias regulatórias hegemônicas a serviço das forças do mercado e das grandes corporações (SANTOS, 2007, apud ANTÔNIO, 2013). 6 2.2 História O uso de plantas na terapia humana tem sido relatado desde os primórdios da história, acredita-se que a sessenta mil anos atrás, conforme estudos arqueológicos em ruínas do Irã (REZENDE, 2002). Existem várias evidências da fitoterapia, os primeiros registros datam de aproximadamente 3.000 a.C., período em que o imperador chinês Shen Nung elaborou um catálogo composto por 365 ervas medicinas e venenos utilizados na época (FRANÇA et al., 2008, apud MENDONÇA, 2018). Em 2.100 a.C ocorreu o primeiro registro médico depositado no Museu da Pensilvânia, segundo FIRMO et al. (2011), este documento descreve uma coleção de fórmulas compostas de trinta diferentes drogas de origem vegetal, animal e mineral. Existem outros registros, datados de 1.500 a.C, tais como, o manuscrito Egípcio “Ebers Papirus”, sobre 700 drogas e informações sobre 811 prescrições de plantas como Ginseng (Panax spp.), Ephedra spp., Cassia spp. e Rheumpalmatum L. que até hoje são utilizadas na medicina tradicional e nas indústrias farmacêuticas, segundo informações de SIMON (2001), citado por MENDONÇA (2018). Séculos mais tarde, nos períodos de colonização, a utilização de plantas medicinais para tratamento das patologias era patrimônio somente dos índios e de seus pajés. A população em geral utilizava medicamentos provenientes de importações, especialmente da Europa. Não existia um conhecimento em relação ao correto armazenamento das plantas, a fim de preservar suas propriedades medicinais, ou seja, seus princípios ativos (MARTINS, 2000). Para GRAMS (1999), “[...] a crença popular de que uma simples planta funcionava para tratar doenças aos poucos foi sendo substituída pelo forte apelo dos remédios, que causavam certa atração nos pacientes devido à promessa de uma cura rápida e total”. A ideia de que a utilização de uma gama de formulações para uma única doença deixou de ser viável e a existência de um único medicamento para o tratamento de cada patologia, levou ao surgimento de medicação alopática nas décadas de 1930 e 1940. Houve a descoberta de que existem princípios ativos dentro de cada planta e que a separação desses princípios ativos em forma de medicamento, 7 possibilitava o tratamento das patologias e a cura dos sinais e sintomas característicos de cada uma (BRASIL, 1999, apud BRUNING, 2012). Apesar da grande diversidade presente na flora medicinal, o que ocorreu, a partir das décadas citadas anteriormente, foi uma diminuição de incentivos e iniciativas para a continuidade do cultivo e a utilização de plantas como tratamento. Por falta de desenvolvimento de pesquisas, a maioria dos medicamentos fitoterápicos usados no Brasil passou a ser elaborado a partir de plantas advindas de importação (LIMA, 2005). 2.3 Práticas no Brasil As plantas medicinais e seus derivados estão entre os principais recursos terapêuticos da Medicina Tradicional e da Medicina Complementar e Alternativa e vêm há muito sendo utilizados pela população brasileira nos seus cuidados com a saúde (BRASIL, 2012). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população de países em desenvolvimento utilizam-se de práticas tradicionais na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas medicinais (ROSA et al., 2011, apud MACEDO, 2016). No Brasil, 20% da população consomem 63% dos medicamentos alopáticos, o restante encontra nos produtos de origem natural, especialmente as plantas, uma fonte alternativa de medicação. Dessa forma, com a finalidade de organizar e consolidar a utilização das plantas medicinais e fitoterápicos, com vistas às recomendações da OMS o governo brasileiro vem normatizando o assunto no SUS por meio de Políticas Públicas de Saúde, como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, Política Nacional de Medicamentos, Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e a própria Lei Orgânica da Saúde (MARINHO, et al., 2007). No Brasil as práticas integrativas e complementares, incluindo a Fitoterapia estão em expansão, existindo em todas as regiões do país diversos programas de Fitoterapia implantados ou em fase de implantação (IBIAPING et al, 2014, apud MACEDO, 2016). Um dos marcos históricos importantes sobre a utilização de plantas medicinais no mundo foi a Declaração de Alma Ata em 1978, onde foi reconhecido o uso de 8 plantas medicinais e de fitoterápicos com finalidade profilática, curativa e paliativa. Desde então a OMS passou a reconhecer as plantas medicinais e a Fitoterapia (IBIAPING, 2014). No Brasil a temática foi levantada na 8ª Conferência de saúde em 1986. Posteriormente, em consonância com as recomendações da OMS em 2006 foi publicada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), contemplando, entre outras, diretrizes e responsabilidades institucionais para implantação/adequação de ações e serviços de medicina tradicional chinesa e acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e Fitoterapia (BRASIL, 2012). Ainda em 2006, o Brasil recebeu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (BRASIL, 2006a). E em 2009, a Portaria Nº 2.960 aprovou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, sendo os três importantes para introdução do uso de plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS). (BRASIL, 2006b). 2.4 Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos estabelece ações, parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do aceso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos no país, ao 15 desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde (BRASIL, 2008). A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos constitui parte essencial das Políticas Públicas de Saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social, atuando como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população. Esta política estabelece as diretrizes e linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações, pelos diversos parceiros, em torno de finalidades comuns (GONÇALVES et al., 2013, apud MACEDO, 2016). Outros pontos importantes do Decreto 5.813/2006 é o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias e inovações e o fortalecimento das cadeias e dos arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao 9 desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde (BRASIL, 2006b), sendo estes pontos chaves para desenvolvimento dos medicamentos da biodiversidade. O objetivo geral da PNPMF é amplo: Garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”, marco legal e histórico, pois além de se firmar como uma política de saúde pública tem caráter ambiental, científico, social e econômico. Considerando o disposto na PNPMF, em 2008 a Portaria 2.960/2008 instituiu o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e cria também o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006b,apud MACEDO, 2016). 3 FITOTERÁPICOS Fonte: infoescola.com De acordo com a ANVISA (2006) fitoterápico, [...] é a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal, conforme Portaria nº 971 (03/05/2006). Fitoterápico é produto (ou medicamento) obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal, conforme RDC nº 26 (13/05/2014). 10 Alopatia: é o método terapêutico que consiste em utilizar medicamentos que vão produzir no organismo reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Os principais problemas dos medicamentos alopáticos são os seus efeitos colaterais e a sua toxicidade (ANVISA, 2010). Homeopatia: é um método terapêutico seguro e eficaz, baseado na Lei dos Semelhantes, segundo a qual, para se curar uma doença, o corpo doente deve receber uma substância que provoque os mesmos sintomas quando administrada em um corpo saudável (BRASIL- CFF, 2013). Utiliza matérias-primas de origem animal, vegetal e mineral. Os medicamentos homeopáticos podem ser utilizados com segurança em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos ou pessoas com idade avançada, desde que com acompanhamento do clínico homeopata (ANVISA, 2010, apud CREF, 2019). Plantas medicinais: Todo espécime vegetal, silvestre ou cultivado, que se utiliza como recurso para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou alterado ou como fonte de fármaco ou seus precursores. Segundo a Anvisa: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos (ANVISA, 2010) As plantas medicinais são importantes fontes de substâncias chamadas xenobióticas que visam uma melhoria das condições de saúde do indivíduo que busca tratamento. Estas substâncias tanto trazem benefícios como podem trazer algum desconforto, toxicidade ou interação com outros medicamentos, conforme trataremos em capítulo específico. Uma grande variedade de plantas medicinais é utilizada pelos povos tradicionais em todo o mundo. Parte destas possui estudos científicos, inclusive as que são objeto deste trabalho. Calcula-se que existam cerca de 500 mil espécies de plantas em todo o mundo, cerca de 30% deste total com potencial terapêutico (BRASIL, 2010). Xenobióticos: Metabólitos secundários originários de plantas medicinais cujos princípios ativos, as biomoléculas, são estranhas ao organismo humano e nele introduzidos com finalidades terapêuticas (NICOLETTI, 2007, apud BUENO, 2016). Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, triturada, rasurada ou pulverizada (BRASIL, 2010). 11 Matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal (ANVISA, 2010). 3.1 Fatores de risco relacionados ao uso de fitoterápicos Associada ao baixo custo dos fitoterápicos existe a crença de que, por se tratar de um meio natural, essas plantas estejam livres de efeitos colaterais, o que faz com que a maioria das pessoas associe equivocadamente as ervas medicinais a resultados perfeitos. Por isso, além de conhecer os benefícios que as plantas medicinais podem proporcionar, é importante investigar também seus possíveis efeitos colaterais, já que a medicina alternativa significa o resgate da cultura e uma fonte natural de medicamentos para a população de menor renda (BEVILACQUA, 2006, apud HARAGUCHI, 2010). • Potencial tóxico • Características especificas do usuário • Risco de contaminação • Falta de regulamentação Estes fatores aumentam a probabilidade de ocorrência de reações adversas, intoxicações. Segundo WONG & CASTRO (2003), há outros fatores que “favorecem” o aparecimento desses eventos desagradáveis, quais sejam: 1-Condições de cultivo da planta: solo, temperatura, clima e condições técnicas de cultivo. 2- Interação pelo uso concomitante de outros medicamentos (alopáticos ou fitoterápicos): antagonismos, sinergismos, alterações da biodisponibilidade. 3- Dificuldade em identificar ou distinguir uma planta medicinal de outra planta que pode ser tóxica ou inócua: plantas de famílias diferentes, mas morfologicamente semelhantes. 4- A falta de informação e divulgação dos efeitos adversos ou tóxicos, agudos e crônicos, dos fitoterápicos, envolvendo os aspectos abaixo relacionados: Ausência de um levantamento preciso de dados sobre reações adversas; Despreparo da população em reconhecer os sintomas, levando a uma subnotificação aos serviços de saúde: os registros de notificações de 12 problemas relacionados ao uso de medicamentos “naturais” são escassos, porém sua frequência é bem maior do que podemos imaginar; Ausência de comunicação: o paciente não informa e o médico não pergunta sobre o uso de fitoterápicos; A substituição de terapias consagradas ao longo do tempo: apelo do “natural”. É importante salientar que o caráter natural das plantas medicinais não é sinônimo de ausência de riscos para a população usuária. Existem muitos relatos de casos de hepatotoxicidade, crises depressivas falências hepática e renal devido a estas substituições sem acompanhamento médico. • embora os efeitos colaterais advindos do uso de fitoterápicos sejam menos frequentes do que aqueles derivados de drogas sintéticas, muitos ensaios clínicos bem delineados, realizados em outros países, vem confirmando a existência destes efeitos; • encontram-se na literatura científica relatos de complicações cardíacas, hepáticas, renais, hematológicas e intestinais provocadas por fitoterápicos (SOSSAI et al., 2017). 3.2 Nomenclatura Embora as comunidades identifiquem suas plantas por meio de nomes reconhecidos na vizinhança (nomes populares), e que devem ser respeitados, estes variam muito de acordo com a região e podem gerar erros quando ocorrem trocas de informações. É frequente acontecer que plantas diferentes recebam um mesmo nome ou nomes semelhantes, e também a ocorrência de nomes diferentes para uma mesma planta. As confusões com relação à identificação de plantas podem trazer problemas como: não obtenção dos efeitos desejados, intoxicação por uso de planta errada ou por uso incorreto, erro nos tratos culturais (ou seja, cultivo das plantas de forma inadequada), comércio ou trocas de plantas erradas, podendo levar à perda de credibilidade no uso dessas plantas. Segunda HONDA (2008), dar nome às “coisas” e classificá-las resulta de uma necessidade cultural que temos de tentar “organizar” a nossa compreensão do mundo. Assim, ele nos fica mais familiar à medida que reconhecemos “coisas” semelhantes 13 àquilo que já conhecíamos. A Sistemática é a ciência que estuda a diversidade biológica e a sua história evolutiva. A Taxonomia é o ramo da Sistemática responsável pela identificação, atribuição de nomes e classificação das espécies. Para a identificação das espécies, os pesquisadores utilizam o nome científico, que não representa apenas uma “carteira de identificação” universal para um organismo, mas também fornece pistas acerca das relações de um organismo com outro. O nome científico é universal, pois é o mesmo em qualquer língua ou país, e é específico, ou seja, para cada espécie existe apenas um nome e vice-versa. Isso permite uma rápida localização das informações em livros ou revistas e sites, no mundotodo. A publicação de Species Plantarum pelo naturalista sueco Lineu, em 1758, foi um marco no sistema moderno de classificação biológica, estabelecendo o sistema binomial (dois nomes) para a designação de espécies, em vez da frase descritiva em latim, usada anteriormente (HONDA, 2008, apud HARAGUCHI, 2010). O nome científico, tanto de plantas como de animais, é composto por dois nomes (binômio), seguidos do nome do autor (geralmente, escrito de forma abreviada). Por exemplo, Melissa officinalis L. é a erva popularmente conhecida por melissa ou erva-cidreira-verdadeira. O primeiro nome (Melissa) é o gênero, também chamado de nome genérico, e deve ser iniciado com letra maiúscula. O segundo nome (officinalis) é o epíteto específico, iniciado com letra minúscula. O nome do autor indica quem foi o responsável pela denominação e a classificação da espécie, no caso, L., abreviação de Lineu. O nome da espécie (Gênero + epíteto específico) é grafado em latim, e deve ficar em destaque no texto, escrito em itálico, negrito ou sublinhado. Usa-se o latim porque, na época em que as regras foram estabelecidas, ele era a língua dos estudiosos e do intercâmbio científico, como hoje é o inglês. Cada espécie vegetal tem um espécime-tipo, geralmente uma amostra seca da planta, mantida em um herbário ou museu. O espécime-tipo é designado pelo autor que descreve aquela espécie e serve como um referencial para comparação com outros espécimes, para determinar se estes pertencem ou não à mesma espécie. Num sistema de classificação, cada “nível hierárquico” da organização é uma categoria taxonômica ou táxon. Espécie é uma categoria taxonômica e espécies 14 assemelhadas ficam agrupadas num gênero; os gêneros parecidos compõem uma família botânica e várias famílias aparentadas constituem a ordem, e assim por diante. O nome do gênero muitas vezes corresponde ao nome popular, como é o caso da melissa (Melissa), da menta (Mentha) e dos eucaliptos (Eucalyptus). Ele pode ser escrito sozinho quando se refere ao grupo inteiro de espécies que formam aquele gênero. Eucalyptus é um bom exemplo, pois reúne centenas de espécies que, quaisquer que sejam, têm tantas características em comum que levam qualquer pessoa a reconhecê-las e a chama-las de eucalipto. Quando se quer fazer referência a uma espécie ou a algumas espécies que pertencem a um gênero, sem discriminá- las ou nominá-las, aproveitando-se, ainda, o exemplo do Eucalyptus, usa-se escrever, respectivamente: [...] Eucalyptus sp. E Eucalyptus spp. O epíteto específico, no entanto, não tem sentido quando escrito sozinho, por poder ser associado a diferentes nomes genéricos. Por exemplo, o epíteto específico officinalis, que em latim significa “oficial, que se encontra nas farmácias por ser medicinal”, pode ser do alecrim (Rosmarinus officinalis), da alfazema (Lavandula officinalis), da calêndula (Calêndula officinalis), da melissa (Melissa officinalis) ou da Salvia (Salvia officinalis) (HARAGUCHI, 2010). Para evitar confusões, o epíteto específico deve sempre vir precedido do seu nome genérico. Em textos onde o binômio for mencionado, permite-se abreviá-lo a partir da segunda menção, utilizando-se a letra inicial do gênero seguida do epíteto específico, desde que não se deixe margem a dúvidas sobre a espécie em questão. Por exemplo: “em um texto sobre Coffea arabica (café), você pode abreviar como C. Arabica, a partir da segunda vez que for citar a espécie”. Devido à semelhança apresentada em várias de suas características, os gêneros Rosmarinus, Lavandula, Melissa, Mentha e Salvia foram classificados como pertencentes à família botânica Lamiaceae (HARAGUCHI, 2010). 4 SELEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS As pesquisas têm procurado compreender como uma planta ingressa em um sistema para compor o repertório terapêutico de um grupo humano a partir dos fatores que estão associados com essa entrada. As plantas podem ingressar em um sistema médico através de uma miríade de processos (PALMER, 2004). 15 Algumas pesquisas mostram a importância da eficácia terapêutica das plantas no processo de seleção de espécies no uso medicinal. Algumas investigações etnobotânicas em comunidades rurais que vivem em ambiente de caatinga, no nordeste brasileiro, podem oferecer alguns exemplos. Estudos de ALBUQUERQUE, et.al., (2007), sugerem que as populações em ambientes de caatinga, outras pesquisas mostram que diferentes culturas selecionam espécies no uso medicinal que são farmacologicamente eficazes. 4.1 Doutrina de sinais O critério conhecido como "doutrina dos sinais" mostra que plantas são selecionadas porque se parecem, quanto sua morfologia externa, com os órgãos do corpo acometidos com as doenças (ANKLI et al., 1999). Com base na doutrina dos sinais, os grupos humanos acreditam que divindades deixaram sinais físicos nos recursos do ambiente para o homem identificar suas utilidades (BENNETT, 2007). No caso das plantas medicinais, então, a morfologia externa de uma planta pode fornecer o sinal de sua eficácia medicinal para o grupo humano. Por exemplo, LEONTI et al. (2002), citado por FERREIRA JÚNIOR (2015), ao realizar um estudo com uma comunidade indígena conhecida como "Popoluca", no México, observaram que algumas espécies têm folhas que se parecem com orelhas humanas e por isso são utilizadas contra dores de ouvido. Os mesmos autores observaram também que o látex de Serjania mexicana (L.) Willd., lembra um dos sintomas da gonorreia para os indígenas estudados, doença a qual a planta é utilizada. 4.2 Propriedades organolépticas Outros critérios de seleção que têm aparecido na literatura estão relacionados com as propriedades organolépticas das plantas. Em relação a essas propriedades, as plantas são selecionadas para o uso medicinal com base nas características captadas pelos sentidos, tais como o gosto e o cheiro, como explicam HINTON et al. (2008). 16 Os papéis das propriedades organolépticas na seleção de plantas medicinais têm sido discutidos por MEDEIROS et al. (2013), sendo separados os seguintes papéis: Mnemônico: O papel mnemônico ocorre quando características da planta lembram para futuras gerações as propriedades medicinais das plantas. Pista: Pista, quando a experimentação de plantas é guiada por meio do critério de seleção. Determinante da seleção: Os critérios ainda podem ter um papel determinante na seleção de plantas medicinais, uma vez que influencia diretamente na escolha de plantas com determinadas propriedades. Nesse caso, o ser humano nasce com predisposição ao reconhecimento de determinados gostos, associando plantas com essa propriedade diretamente no uso medicinal (SILVA, 2006, apud BRASIL, 2012). 4.3 Desenvolvimento de fitoterápicos Segundo MENDONÇA (2018), o desenvolvimento do fitoterápico envolve desde a análise botânica inicial, isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos, como também a investigação farmacológica das propriedades de seus compostos e seus mecanismos de ação, seu desenvolvimento farmacotécnico, além da avaliação da eficácia, qualidade e segurança do produto obtido. Alguns produtos vegetais não são considerados fitoterápicos, e sim alimentos, pois, seu uso é tradicionalmente culinário, como os chás, partes ou pó de plantas medicinais e própolis, outros por serem produtos compostos por substâncias ativas isoladas e, portanto, denominados de medicamentos manipulados e homeopáticos. Segundo a legislação brasileira, Lei nº.5991/73, a comercialização das plantas medicinais é privativa às farmácias e herbanários, devendo estar embaladas e identificadas por classificação botânica (nome da espécie científica) no rótulo e sem apresentar qualquer indicação terapêutica (BRASIL, 2016, apud MENDONÇA, 2018). A droga vegetal é isenta de prescrição médica e a sua efetividadeestá amparada no uso tradicional e na revisão de literatura relacionada ao tema. Os fitoterápicos podem ser Medicamento Isento de prescrição-MIP ou não, isto irá depender de como o medicamento está enquadrado na RDC nº.138/2003, que regulamenta a Lista de Grupos de Indicações Terapêuticas Específicas -GITE. 17 Na RDC nº. 14/2010 estão estabelecidos os requisitos mínimos que garantem a qualidade dos fitoterápicos, e exigem a reprodutibilidade destes por meio do uso de matérias-primas padronizadas, além do controle rígido da qualidade. São eles: Segurança e eficácia podem ser comprovadas por indicação de uso episódico ou curtos períodos de tempo; Indicação para doenças de baixa gravidade; Coerência das indicações terapêuticas propostas com as comprovadas pelo uso tradicional; Ausência de risco tóxico ao usuário; Ausência de substâncias ou grupos químicos tóxicos, ou presentes dentro de limites comprovadamente seguros; e Ainda a comprovação de continuidade de uso seguro por período igual ou superior a 20 anos (BRASIL, 2009a). Segundo a RDC nº. 26/2014, somente será permitida a notificação como Produto Tradicional Fitoterápico (PTF) para aqueles insumos farmacêuticos ativo vegetal (IFAV) que atenda aos critérios desta resolução e se encontram listados na última edição do Formulário de Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (FFFB) e, que possuam monografia específica de controle da qualidade publicada em farmacopeia reconhecida pela Anvisa. A base de dados da Anvisa (2015), disponibiliza: [...] 38 formulações passíveis de notificação, sendo 28 formulações de chás medicinais, quatro de tinturas, três de géis, duas de pomadas, e uma de creme, todos compilados por meio do cruzamento das informações previstas no guia de instrução da IN 04 de 2014 e na RDC nº. 37/2009, e contidas nas últimas edições das Farmacopeias Brasileira e internacionais reconhecidas (Alemã, Americana, Argentina, Britânica, Europeia, Francesa, Internacional (OMS), Japonesa, Mexicana e Portuguesa). A normativa brasileira busca alinhar-se a PNPMF regularizando os fitoterápicos para estimular o desenvolvimento tecnológico do setor. Dessa forma, criou a notificação simplificada para desburocratizar processos de menor risco; o registro simplificado para processo de complexidade intermediária (fitoterápicos compostos por espécies vegetais de longo histórico de uso e em condições previamente definidas em norma específica), e o registro propriamente dito, voltado aos processos mais complexos, aplicável a fitoterápicos considerados de maior risco sanitário, novos ou inovadores (BRASIL, 2009a). 18 Segundos relatórios de atividades da Anvisa, em 2015, foram aprovados 742 medicamentos, e houve um crescimento do registro de medicamentos genéricos, porém em relação aos medicamentos fitoterápicos industrializados o resultado foi inverso, pois em 2015 somente um fitoterápico foi concedido (BRASIL, 2016a). 5 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS Inicialmente, os medicamentos à base de plantas eram utilizados oralmente na forma de pós, infusos ou decoctos e por via tópica, na forma de preparações à base de água ou óleo para unguentos e cataplasmas (WAGNER, 2006). A decocção é uma preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. É um método indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas. A infusão é uma preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo determinado. Este método é indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígidas tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias voláteis ativas (BRASIL, 2010, SANTOS, 2013). 5.1 Cápsulas Fonte: tuasaude.com A embalagem deve garantir a proteção da droga vegetal contra contaminações e efeitos da luz e umidade e apresentar lacre ou selo de segurança que garanta a inviolabilidade do produto. É recomendável que em cada frasco contendo cápsulas seja adicionado um sachê ou cápsula com dessecante (exemplo: sílica gel) e um chumaço de algodão hidrófobo por cima das cápsulas de modo a preencher o espaço vazio entre as cápsulas e a tampa do pote (EMA, 2012, apud ANVISA, 2021). 19 5.2 Extratos A matéria-prima utilizada na preparação de extratos pode sofrer tratamento preliminar como moagem ou estabilização ou secagem. Os extratos são preparados por percolação, maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como solvente álcool etílico, água ou outro solvente adequado. Após a extração, materiais indesejáveis podem ser eliminados. Os extratos fluidos são líquidos nos quais uma parte do extrato corresponde a uma parte em massa da droga seca, utilizada na sua preparação. Os extratos vegetais são utilizados para o controle de bactérias patogênicas, a atividade desses extratos está relacionada a presença de metabólitos secundários nas plantas, os quais são decorrentes das interações das plantas com fatores bióticos e abióticos. Nessa perspectiva o minicurso teve por objetivo a discussão da utilização dos extratos vegetais na microbiologia, bem como a realização das técnicas laboratoriais que demonstrem a utilização desses extratos (BRASIL, 2010, SANTOS, 2013). 5.3 Cremes Creme de hidratação caseiro a base de hamamelis Fonte: ecycle.com.br Segundo SANTOS (2013), os cremes são preparações semissólidas, obtidas através de bases do tipo água/óleo, contendo um ou mais princípios ativos ou aditivos dissolvidos ou dispersos na base adequada. Os elixires são preparações líquidas, límpidas, hidro-alcoólicas, preparados por dissolução simples e envasados em frascos de cor âmbar, mantidos em lugar fresco e ao abrigo da luz. As emulsões são preparações obtidas pela dispersão de duas fases líquidas imiscíveis ou, praticamente imiscíveis. Quando são para uso injetável, devem atender às exigências de http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamamelis 20 esterilidade e pirogênios. Os géis são sistemas semissólidos que consistem de suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido. 5.4 Tinturas Fonte: tuasaude.com As tinturas são preparações líquidas. Normalmente límpidas, obtidas, classificadas em simples ou compostas, conforme preparadas com uma ou mais matérias-primas vegetais. São baseadas na ação solubilizante do álcool etílico ou da glicerina sobre o pó seco da droga vegetal, ao qual se pode agregar água em quantidade necessária para diminuir a concentração alcoólica. A glicerina, o propilenoglicol e o polietilenoglicol também têm sido empregados em misturas com água substituindo o álcool etílico. 5.5 Loções As loções são preparações líquidas, aquosas ou hidro-alcoólicas, para aplicação na pele e/ou couro cabeludo. Podem ser soluções, emulsões ou suspensões. As pastas são formas semissólidas, de aplicação tópica, que contêm uma elevada concentração de pós finamente dispersos, sendo mais firmes e espessas que as pomadas, porém, geralmente, menos gordurosas que estas. As pomadas são preparações para aplicação tópica constituídas de base na qual podem estar dispersas substâncias sólidas ou líquidas. Os supositórios são apresentações sólidas que podem conter um ou mais princípios ativos. Devem fundir à temperatura do organismo ou dispersar em meio aquoso. O formato e a consistência dos supositórios devem ser adequados para a administração retal (BRASIL, 2010). 21 5.6 Óleos Fonte: personare.com.br Os OEs são metabólitos secundários de plantas que tem a função de proteção antimicrobiana e antiparasitária contra patógenos e insetos ambientais. Nas plantas, estes compostos podem ser secretados e armazenadosem tricomas glandulares, pelos epidérmicos modificados, bolsas, reservatórios e espaços intercelulares. Além dos efeitos antimicrobianos, os OEs também podem apresentar benefícios para o vegetal quando atraem insetos importantes na dispersão de sementes e pólen (ALI et al., 2015; SHARIFIRAD et al., 2017). ANDRADE SOUSA (2021), cita que: Pela legislação brasileira, OEs são produtos voláteis de origem vegetal adquirido por meio de método físico, como destilação por arraste com vapor de água, destilação a pressão reduzida ou outro método adequado. Ademais, os OEs podem ser isolados ou combinados entre si, retificados, desterpenados ou concentrados. Compreende-se por retificados, os produtos que são submetidos a um processo de destilação fracionada para concentrar determinados componentes; por concentrados, os que foram parcialmente desterpenados; por desterpenados, aqueles foram removidos quase a totalidade dos terpenos (ANVISA, 2010). 6 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES- PNPIC A Fitoterapia, a Homeopatia, a Antroposofia, a Medicina Tradicional Chinesa, a Acupuntura e o Termalismo Social/Crenoterapia estão inseridas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, conforme Portaria nº 971 (03/05/2006). Em 2017, o Ministério da Saúde incluiu na PNPIC as seguintes práticas: arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, 22 osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, Shantala, terapia comunitária integrativa e yoga (BRASIL, 2017, apud CREF, 2019). Trata-se de uma política de caráter nacional que recomenda a adoção da implantação e desenvolvimento das ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Complementares pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Além disso, define que os órgãos e entidades do Ministério da Saúde cujas ações se relacionem com o tema, devem promover a elaboração ou a readequação de seus planos, programas, projetos e atividades, em conformidade com as diretrizes e responsabilidades estabelecidas. Em relação à fitoterapia, o Decreto Federal nº 5.813 (22/06/2006) aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e criou o Grupo de Trabalho Interministerial, com participação da sociedade civil, para elaboração do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Ressalta-se que esse Decreto possui o objetivo de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. A Portaria Interministerial nº 2.960 (09/12/2008) aprovou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e criou o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com caráter consultivo e deliberativo, composto por representantes do governo e da sociedade civil, com a atribuição de monitorar e avaliar o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2008). 6.1 Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 26, de 13 de maio de 2014 Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS Seção I Objetivo Art. 1º Esta Resolução define as categorias de medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico e estabelece os requisitos mínimos para o registro e renovação de registro de medicamento fitoterápico, e para o registro, renovação de registro e notificação de produto tradicional fitoterápico. 23 Seção II Abrangência Art. 2º Esta Resolução se aplica a produtos industrializados que se enquadram nas categorias de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos. § 1º São considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade. § 2º São considerados produtos tradicionais fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico- científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. § 3º Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas graves, não podem conter matérias- primas em concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados pelas vias injetável e oftálmica. § 4º Não se considera medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, sejam elas sintéticas, semissintéticas ou naturais e nem as associações dessas com outros extratos, sejam eles vegetais ou de outras fontes, como a animal. § 5º Os medicamentos fitoterápicos são passíveis de registro e os produtos tradicionais fitoterápicos são passíveis de registro ou notificação. § 6º Os medicamentos e produtos obtidos de fungos multicelulares e algas deverão ser avaliados conforme esta Resolução até que tenham regulamentação específica. § 7º Conforme previsto no Art. 22 do Decreto n o 8.077, de 14 de agosto de 2013, as plantas medicinais sob a forma de droga vegetal, doravante denominadas chás medicinais, serão dispensadas de registro, devendo ser notificadas de acordo com o descrito nesta Resolução na categoria de produto tradicional fitoterápico. § 8º Os chás medicinais notificados não podem conter excipientes em suas formulações, sendo constituídos apenas de drogas vegetais. 24 § 9º Não são objeto de registro ou notificação as preparações elaboradas pelos povos e comunidades tradicionais do país sem fins lucrativos e não industrializadas (BRASIL, 2014). 7 PLANTAS MEDICINAIS E SAÚDE PÚBLICA Fonte: academia.edu As plantas medicinais sempre tiveram grande importância na cultura, na medicina e na alimentação das sociedades no mundo. As populações, por meio de seus curadores e do uso autônomo, acumularam experiências e vasto conhecimento a seu respeito. Todavia, as realizações científicas das últimas décadas e sua ampla socialização incentivaram a monocultura do saber científico nas práticas profissionais de saúde, que descredibilizam, em grande medida, outros saberes e práticas circulantes nas sociedades (SANTOS, 2007). Quanto à fitoterapia, esses saberes foram considerados apenas como fonte empírica para expansão das verdades e tecnologias científicas, atrelada ao desenvolvimento industrial e à necessidade de mercado para busca de novas patentes (BARREIRO, 2009). A cientificidade do cuidado à saúde torna a sociedade cada vez mais dependente de práticas profissionalizadas, dificultando a permeabilidade e a escuta dos profissionais de saúde aos saberes locais na Atenção Primária à Saúde (APS) (TESSER, 2008). 25 No Brasil, a fitoterapia aparece na APS em cerca de trezentas e cinquenta localidades. Há uma heterogeneidade de saberes e práticas relacionados a plantas medicinais circulantes nas sociedades e, assim, em alguma medida, na APS brasileira (BRASIL, 2012). 7.1 Saúde da família O Programa Saúde da Família ou PSF, conhecido hoje como “Estratégia Saúde da Família” (ESF), por não se tratar mais apenas de um “programa”, teve início em 1994 como um dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para implementação da Atenção Primária. A Estratégia Saúde da Família visa à reversão do modelo assistencial vigente, em que predomina o atendimento emergencial ao doente, na maioria das vezes em grandes hospitais (MACEDO, 2016). Afamília passa a ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde-doença. O programa inclui ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes (REIS et al., 2014, apud MACEDO, 2016). A ESF visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade (BRASIL, 2015), o exposto vai ao encontro dos objetivos da Fitoterapia na Atenção Básica. 7.2 Fitoterapia na Saúde Pública: interação de saberes e práticas de cuidado O enriquecimento das possibilidades terapêuticas para uso profissional (prescrição) é uma importante conquista da inserção das plantas medicinais na APS. De qualquer forma, há que se tomar cuidado para que essa inserção não se centre no produto, apenas, para uso profissional, restringindo as ações ao universo regulatório científico-institucional. Esse tipo de ação pode e deve estar associado ao diálogo com 26 outros saberes e práticas sobre plantas medicinais existentes ou possíveis de fomento na comunidade, com outros significados e características (ANTÔNIO, 2013). A promoção da saúde por meio da fitoterapia envolve o resgate de valores culturais, ao mesmo tempo em que estimula ações intersetoriais, facilitando: o vínculo equipe-comunidade, a aproximação entre profissionais e usuários, o cuidado autônomo, o desenvolvimento local, a intersetorialidade e a participação comunitária. A inserção da fitoterapia, nesta perspectiva, demanda abordagens educativas que valorizem a criação de espaços que estimulem a valorização de saberes, a prudência e a análise crítica, pelos profissionais e usuários, sobre o uso de plantas medicinais (CARVALHO, 2004). Mas, tal perspectiva parece encontrar, no seu percurso, obstáculos constantes interpostos pelo modelo de atenção médico-centrado e cientificista (LUZ, 2005). Portanto, não basta a gestão municipal incentivar as ações de fitoterapia na APS ou regulamentar estas práticas por meio de instrumentos legais para garantir a sua oferta com qualidade. Faz-se necessário investimento na educação permanente e popular nos serviços, considerando as necessidades que emergem no cotidiano do processo de trabalho das equipes da APS a partir do vínculo e interação com as comunidades, para inserção de novas estratégias de cuidado que possibilitem, também, uma descentralização do poder-saber científico (ROSA, et. al., 2011). De acordo com o MS, ações/serviços institucionalizados envolvendo plantas medicinais e Fitoterapia no SUS, são ofertados em sua maioria na Atenção Básica, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF) (MACEDO, 2016). O conjunto dessas iniciativas acumularam vários avanços e possibilidades para a estruturação dos serviços de Fitoterapia na Atenção Básica no SUS (FONTENELE et al., 2013): Possibilidade de financiamento de medicamentos fitoterápicos através do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (Portaria do MS Nº. 4.217 de 2010); Possibilidade de ampliação da abrangência e o escopo das ações da AB, através dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF); Regulamentação das Farmácias Vivas no SUS e estabelecimento das Boas Práticas de Processamento e Manipulação de Fitoterápicos 27 (Portaria Nº. 866 de 2010 do MS e Consulta Pública Nº.85 de 2010 da ANVISA, respectivamente); Estabelecimento de guias fitoterápicos, mementos terapêuticos e relações de plantas medicinais e fitoterápicos nas três esferas de governo. RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS E FITOTERÁPICOS DE REFERÊNCIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DENOMINAÇÃO GENÉRICA INDICAÇÃO/AÇÃO APRESENTAÇÃO COMPONENTE Alcachofra (Cynara scolymus L.) Tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do desconforto pós-prandial), hipercolesterolemia leve a moderada. Apresenta ação colagoga e colerética. cápsula, comprimido, drágea, solução oral e/ou tintura Básico Aroeira (Schinus terebinthifolia Raddi) Apresenta ação cicatrizante, antiinflamatória e antisséptica tópica, para uso ginecológico. gel e/ou óvulo Básico Babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.)) Tratamento tópico de queimaduras de 1° e 2° graus e como coadjuvante nos casos de psoríase vulgaris. Creme Básico Cascara sagrada (Rhamnus purshiana DC.) Coadjuvante nos casos de obstipação intestinal eventual cápsula e/ou tintura. Básico Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek) Coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal e sintomas de dispepsia. cápsula, emulsão, solução oral e/ou tintura Básico Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens) Tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos casos de osteoartrite. cápsula ou comprimido Básico 28 Guaco (Mikania glomerata Spreng.) Apresenta ação expectorante e broncodilatadora cápsula, solução oral, tintura e/ou xarope Básico Hortelã (Mentha x piperita L.) Tratamento da síndrome do cólon irritável. Apresenta ação antiflatulenta e antiespasmódica Cápsula Básico Isoflavona de soja (Glycine max (L.) Merr.) Coadjuvante no alívio dos sintomas do climatério. cápsula ou comprimido Básico Plantago (Plantago ovata Forssk.) Coadjuvante nos casos de obstipação intestinal habitual. Tratamento da síndrome do cólon irritável. pó para dispersão oral Básico Salgueiro (Salix alba L.) Tratamento de dor lombar baixa aguda. Apresenta ação antiinflamatória. Comprimido Básico Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.) Coadjuvante nos casos de artrites e osteoartrite. Apresenta ação anti- inflamatória e imunomoduladora cápsula, comprimido e/ou gel Básico Fonte: Elaboração baseada no Rename, versões BRASIL, 2015 e Brasil, 2017. ALCACHOFRA (Cynara scolymus L.) Fonte: biorede.pt Parte Utilizada: folhas; Indicações: tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do desconforto pós-prandial) e de hipercolesterolemia leve a moderada. Apresenta ação colagoga e colerética; 29 As folhas reduzem a taxa de glicose no sangue, sendo usada como adjuvante no tratamento da diabetes e como agente antiesclerótico. O suco fresco é utilizado para tratar doenças da pele, como eczemas e erupções cutâneas. Também é utilizado popularmente como coadjuvante no tratamento da anemia, escorbuto e raquitismo por seu conteúdo em ferro, vitamina C e cálcio; Apresentação: cápsula, comprimido, drágea, solução oral e tintura; Contraindicações: lactentes; Modo de Preparo: Infusão: 10g/L de água (deixar em infusão de 15 minutos); 50g/L de água como protetor hepático; Posologia: Tomar um copo antes das principais refeições, 3 a 4 vezes ao dia (JÚNIOR & LEMOS, 2012, apud MACEDO, 2016). Infusão é a preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis (BRASIL, 2010, apud BUENO, 2016). AROEIRA (Schinus terebinthifolia Raddi) Fonte: fitobula.com Parte Utilizada: resinas das folhas e casca; Indicações: apresenta ação cicatrizante, anti-inflamatória e antisséptica tópica de diversas origens e para uso ginecológico; Apresentação: gel e óvulo; Contraindicações:recomenda-se precaução no uso desta planta devido propriedades tóxicas; Modo de Preparo: não foi citado nas referências consultadas. Posologia: não foi citado nas referências consultadas (FINTELMANN,.2014, apud MACEDO, 2016). 30 BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f.) Fonte: oficinadeervas.com.br Parte Utilizada: folhas Indicação: tratamento tópico de queimaduras de 1º e 2º graus e como coadjuvante nos casos de Psoríase vulgaris; O chá serve para enjoos em viagens de carro ou barco, para alergias asmáticas e crises de tosse, cicatrizante. Apresentação: creme, Gel, pomada e extrato glicólico. Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas. Modo de Preparo: Suco: ralar as folhas até obter uma pasta homogênea, pode-se utilizar o liquidificador. Este preparo é ideal para uso externo como compressas em feridas, urticárias e queimaduras. Polpa: para uso tópico, a preparação é igual ao do suco e deixar macerando, pode-se acrescentar álcool ou outros conservantes como: ácido cítrico, benzoato monossódico e glutamato potássico; além de diluir em água fervente. Pode ser aplicada nas gengivas, cavidade nasal, como paliativo em queimaduras solares. Sumo: se obtém a partir da filtração da polpa e serve para fazer inalações, os resíduos sólidos do filtrado podem ser utilizados para fazer babosa em pó. Babosa em pó: se utiliza os resíduos sólidos do sumo, colocando-os para secar ao sol ou no forno em temperatura baixa, após secar moer. Chá de babosa: prepara-se secando as folhas inteiras ou em pedaços, após secar moer. Posologia: não foi citado nas referências consultadas (Biblioteca Nacional del Péru, 2012, apud RENAME, 2014). 31 CASCARA-SAGRADA (Rhamnus purshiana DC.) Fonte: voppus.com.br Parte Utilizada: casca; Indicação: coadjuvante nos casos de obstipação intestinal eventual. Apresentação: cápsula e tintura. Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas. Modo de Preparo: duas colheres (aproximadamente 30g) de café da casca seca em um copo (aproximadamente 200mL) de água fervente (decocção). Casca seca moída (Casca em pó) – utilizar 500mg a 2g (Biblioteca Nacional del Péru, 2012, apud RENAME, 2014). Decocção: preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas (BRASIL, 2010, apud BUENO, 2016). ESPINHEIRA-SANTA (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek) Fonte: embrapa.br Parte Utilizada: folhas. Indicação: coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal e sintomas dispepsia, antiemético, antiácido. Apresentação: cápsula, emulsão, solução oral e tintura, infusão; 32 Contraindicações: não deve ser administrado em nutrizes e crianças e em mulheres que amamentam. Interações medicamentosas com esteroides, anabólicos, metrotexato, amiodarona, cetoconazol (hepatoxidade) e efeitos antagonistas com imunossupressores; Modo de Preparo: para adultos utilizar infusão das folhas 1g (1 colher de chá) a 2g (1colher de sobremesa, aproximadamente 5g) em uma xícara (150mL) 3-4 vezes/dia. Tintura (1:5) 40 gotas em um pouco de água antes das principais refeições. Extrato seco (5:1) 100mg 3vezes/dia. Extrato seco padronizado em % de taninos: 60 a 90mg de taninos/dia. Para crianças de 0- 3 anos, utilizar 1 colher de café de xarope (2% de extrato seco 5:1). Crianças de 3- 7 anos, infusão de 0,25g (1/2 colher de café) a 0,5g (1 colher de café) em 1/3 de xícara (50mL) ou 1 xícara 150mL) 3- 4 vezes/dia. Tintura (1:5), 3 gotas/Kg de peso em água 3- 4 vezes/dia. Xarope (2,0% de extrato seco % 5:1), 1 colher de café (2mL) /4Kg de peso de 3- 4 vezes/dia. Crianças de 7- 12 anos, infusão de 1 colher de café (0,5g) a 1 colher de chá (1g) em uma xícara (150mL) 3- 4 vezes/dia. Tintura (1:5), 40 3 gotas/Kg de peso em água, 3- 4 vezes/dia. Extrato seco (5:1), 20mg/Kg de peso, 3- 4 vezes/dia. Xarope (2,0% de extrato seco 5:1), 1 colher de chá (2mL) /4Kg de peso, 3- 4 vezes ao dia. Posologia: foi descrita no item modo de preparo, para cada tipo de apresentação (CZELUSNIAK, 2012, apud MACEDO, 2016). 33 GARRA-DO-DIABO (Harpagophytum procumbens) Fonte: fitobula.com Parte Utilizada: raízes bulbosas ou tubérculos. Indicações: tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos casos de osteoartrite, apresenta ação antiinflamatória. Apresentação: cápsula e comprimidos, chás. Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas. Modo de Preparo: para preparar o chá, verter 2 xícaras (aproximadamente 300mL) de água fervente sobre 1 colher de sopa da droga finamente dividida ou grosseiramente pulverizada e deixar em infusão por 8 horas, à temperatura ambiente, coando em seguida. Posologia: Chá: Beber quente em 3 porções antes das refeições. (FINTELMANN & WEISS, 2014, apud MACEDO, 2016). GUACO (Mikania glomerata Spreng.) Fonte: emporiocosta.com.br Parte Utilizada: folha. Indicações: apresenta ação expectorante e broncodilatadora. O guaco é usado na cultura popular há séculos devido às propriedades das folhas, que incluem ação tônica, depurativa, antipirética e broncodilatora, além de estimulante do apetite 34 e antigripal. É ainda empregada no tratamento da asma, bronquite e adjuvante no combate à tosse. Apresentação: cápsula, solução, oral, tintura e xarope, infusão. Contraindicações: altas doses podem causar vômitos e diarreias, o uso prolongado desta planta pode causar acidentes hemorrágicos devido ao efeito antagonista com a vitamina K. Não usar em gestantes, lactantes e crianças menores de dois anos; Modo de Preparo e posologia: Tintura: 20g de folhas secas em álcool 70% quantidade suficiente (qsp) para 100mL. Posologia: indivíduos com > 20 Kg, infusão das folhas (3% para uma xícara de 150mL), utilizar 40-60 gotas da tintura (1:5) em um pouco de água 3 -4 vezes/dia. Xarope: 10mL da tintura 20% qsp 100mL de xarope simples. A posologia do Xarope: é uma colher de sobremesa (10mL) 3-4 vezes/dia; Extrato seco (5:1): a dose é de 250-300mg, 3-4 vezes /dia. (CRFSP, 2010, apud MACEDO, 2016). HORTELÃ (Mentha x piperita L.) Fonte: engenhariadasessencias.com.br Parte Utilizada: folhas, óleo essencial e as sumidades floridas, óleo essencial. Indicações: apresenta ação expectorante e broncodilatadora, fadiga, indigestão, flatulência, diarreia, intoxicações de origem gastrointestinal, afecções hepáticas, vômitos nervosos, uso externo em sarna, neuralgia dental; Apresentação: cápsula, solução, oral, tintura e xarope; Contraindicações: insônia, irritação nervosa nos casos de sensibilidade à planta. A introdução inalatória da essência pode causar depressão cardíaca, 35 laringoespasmos e broncoespasmos, especialmente em crianças, a essência pode causar também irritação das mucosas. O óleo essencial é contraindicado para crianças menores de 2 anos, grávidas e durante a lactação. Contraindicado para pessoas com cálculos biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação; Modo de Preparo: Tintura: 20g das folhas secas estabilizadas em álcool 45%, qsp 100mL. Infusão:1,5g de folhas e sumidades floridas em água, qsp 100mL. Posologia: Infusão:150mL dez minutos após ao preparo, duas a quatro vezes ao dia. Tintura: sessenta a cento e vinte gotas (2-3mL), diluídas em 75mL de água, três vezes ao dia. A posologia descrita é para maiores de doze anos (CRFSP, 2010, apud BRASIL, 2011). ISOFLAVONA-DE-SOJA (Glycine max (L.) Merr.) Fonte: criasaude.com.br Parte Utilizada: sementes. Indicações: coadjuvante no alívio dos sintomas do climatério, redução dorisco de câncer e colesterol alto; Apresentação: cápsula e comprimidos, suco; Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas; Modo de Preparo: suco de soja - deixar os grãos de molho, lavar, passar no liquidificador e espremer para retirar o suco; Posologia: Não foi apresentado nas bibliografias consultadas (Biblioteca Nacional del Péru, 2012, apud RENAME, 2014). 36 PLANTAGO (Plantago ovata Forssk.) Fonte: tuasaude.com Parte Utilizada: cascas das sementes; Indicação: coadjuvante nos casos de obstipação intestinal habitual. Tratamento da síndrome do cólon irritável; Apresentação: pó para dispersão oral; Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas; Modo de Preparo: somente foram encontradas referências das preparações comercias; Posologia: Não foi apresentado nas bibliografias consultadas (FINTELMANN, 2014, apud MACEDO, 2016). SALGUEIRO (Salix alba L.) Fonte: biorede.pt Parte Utilizada: amentos e folhas, casca do caule; Indicações: tratamento de dor lombar baixa aguda, ação antiinflamatória, ação analgésica, antitérmica e sedativa; Apresentação: comprimido, infusão, tintura e xarope; 37 Contraindicações: deve ser usado com cautela na associação com anticoagulantes e anti-inflamatórios, não há relato de alergias causadas pelas cascas do salgueiro; Modo de Preparo: Decocção- 3g das cascas do caule secas em água, qsp 150mL. Para indivíduos com > de 20Kg a infusão deve ser feita com 3% da casca em um copo com 150mL de água, 3- 4 vezes/dia; Utilizar 30-40 gotas da Tintura (1:5) em um pouco de água, 3-4 vezes/dia; A dose do extrato seco (5:1) é 250- 300mg, 3- 4 vezes ao dia; A posologia do xarope (2% de extrato seco 5:1) é uma colher de sobremesa (10mL) 3- 4/dia; Posologia: Para maiores de doze anos - 150mL do decocto logo após o preparo, 2- 3 vezes por dia (CRFSP, 2010, apud BRASIL, 2011). UNHA-DE-GATO (Uncaria tomentosa (Willd. DC.) Fonte: fitobula.com Parte Utilizada: raízes com mais de 5 anos, folhas e flores; Indicação: coadjuvante nos casos de artrites e osteoartrite. Apresenta ação anti-inflamatória e imunomoduladora, antiagregante plaquetário, antioxidante, antiviral; Apresentação: cápsula, comprimido e gel; Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas; Modo de Preparo: decocção de 50- 60g da raiz cortada em rodelas por litro de água, tomar um copo 3- 4 vezes/dia; 38 Pode-se realizar gargarejo com infusão de 60- 80 gramas de flores e folhas por litro de água, essa mesma compressa pode ser utilizada em compressas; Posologia: foi descrita no item modo de preparo, para cada tipo de apresentação (RENAME, 2014, apud MACEDO, 2016). 8 HORTA MEDICINAL E COMUNITÁRIA Fonte: seguranca.mg.gov.br Produção de hortaliças e plantas medicinais contribui para a reinserção de jovens de Montes Claros. (Projeto ‘’Plantando Sonhos e Colhendo Liberdade’’, 2019). Segundo HARAGUCHI (2010), a horta medicinal comunitária é um meio importante da saúde e sustentabilidade no ambiente urbano. Representa um lugar onde a comunidade pode manter a diversidade de plantas que compõem uma vida de espécies à qual esta comunidade pode acessar. O complemento do conhecimento popular com o científico no uso de plantas medicinais e sua produção orgânica através da agricultura urbana são princípios básicos, o que garante o uso das plantas medicinais de forma segurança e eficaz. A horta urbana pode ser feita em áreas particulares ou públicas. A instalação de uma horta comunitária vai suprir a necessidade de comunidades urbanas de periferia ou isoladas (rurais ou não) com plantas medicinais indicadas por fitoterapeutas, em quantidades adequadas, com plantas cientificamente validadas e priorizando espécies indicadas para o tratamento de sintomas e doenças mais comuns na comunidade (BRASIL, 2011, apud HARAGUCHI, 2010). 39 8.1 Local para plantio • escolher o terreno com solo de melhor fertilidade; • próximo de fonte de água potável (é preciso garantir água na época seca do ano); • distante de estrada principal (evitar poeira e contaminação com descargas de veículos); • distante de esgotos, fossas e chiqueiros; • com boa insolação, principalmente pela manhã, com sol direto por pelo menos 5 horas diárias; • protegido de ventos fortes e frios (utilizar sabugueiros -Sambucus spp., boldo- peludo Plectranthus barbatus ou romãzeira - Punica granatum como quebra-vento); • locais que não estejam degradados pelo uso intensivo de máquinas e agroquímicos; • em local sem inundação (terreno bem drenado); • protegido contra a entrada de animais; • terreno com face norte (mais luz e calor); • local de produção próximo ao da secagem. 8.2 Espécies a serem cultivadas • selecionar plantas medicinais validadas; • escolher plantas adaptadas ao local de cultivo (agronomicamente compatíveis com as condições ecológicas da região); • plantas de uso tradicional; • plantas oficialmente aceitas como medicinais (incluídas na Farmacopeia Brasileira); • espécies com identificação botânica (garantia da espécie que se quer cultivar); • adquirir mudas ou sementes de locais idôneos; • se pessoas sem experiência forem cuidar da horta, plantar espécies fáceis de cultivar, como hortelã (Mentha spp.), capim-limão (Cymbopogon citratus) e boldo- peludo (Plectranthus barbatus); • se a planta não se adaptar ao local ou for muito atacada por doenças é preferível escolher outra espécie; 40 • plantar espécies que irão auxiliar diretamente o usuário (escolher aquelas para as doenças que ocorrem nas pessoas da comunidade que irão usufruir da horta medicinal). Segundo BEVILACQUA (2008), citado por a HARAGUCHI (2010), [...] em geral, deve-se pensar na escolha de plantas para os problemas mais simples, ou com o auxílio de um médico, e não as utilizar em excesso, pois as plantas medicinais fazem mal em doses elevadas. Outro aspecto relevante é o cuidado de cultivar as plantas medicinais em sistema orgânico, conservacionista do meio físico e biológico local, mantendo, também, uma pequena área com vegetação nativa (para manter o equilíbrio ecológico). 8.3 Implantação de uma horta comunitária As etapas de implantação de uma horta comunitária são as seguintes: • Escolha do local: sem poluição, próximo ao local de consumo, área pequena (sugestão: 200 m², pois facilita o manejo e conservação), qualquer tipo de solo, exceto os encharcados; a área deve ser cercada, ter disponibilidade de água de boa qualidade e em quantidade suficiente para irrigação, e boa incidência de luz solar. • Preparo do solo: correção do solo com calcário (de preferência após uma análise química) e adubação orgânica (que pode ser feita com adubos verdes, esterco animal, compostos ou húmus). • Obtenção e preparo de mudas: as sementes deverão ser de boa qualidade e as mudas, isentas de pragas e doenças (podem ser adquiridas na comunidade). • Plantio: separar as plantas que serão semeadas diretamente no canteiro e as que necessitam de sementeira (ou viveiro); separar de acordo com o porte da planta (herbáceas, arbustivas e arbóreas), tendo o cuidado de uma espécie não prejudicar o crescimento de outra (com sombreamento, por exemplo). • Tratos culturais: controlar a frequência da irrigação, controlar as plantas daninhas, efetuar podas de formação, utilizar cobertura morta, adubação em cobertura e sempre fazer o controle fitossanitário. • Colheita: deve ser feita em horário e época adequados para cada planta, de preferência em tempo seco, utilizando as ferramentas certas e evitando que o material colhido e a planta sejam danificados. O conhecimento do momento correto de coleta do material desejado leva à obtenção de produtos de melhor qualidade (BEVILACQUA, 2008, apud HARAGUCHI, 2010). 41 Indicaçõesdas partes das plantas utilizadas e épocas de colheita: PARTE UTILIZADA QUANDO COLHER Folhas e planta inteira Pré floração Flores Bem abertas Frutos Bem maduros Sementes Bem desenvolvidas Cascas e raízes Outono e início do inverno Fonte: Emater-DF (1998) 42 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALI, B., AL-WABEL, N. A., SHAMS, S., AHAMAD, A., KHAN, S. A., ANWAR, F., Essential oils used in aromatherapy: A systemic review. Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, 5(8), 601–611, 2015. ANDRADE SOUSA, C., DE CARVALHO, S.M.R., CARVALHO, J.R., SILVA, S.M.M.S., NETO, N.M.A., O uso de óleos essenciais no tratamento da malassezíase de cães e gatos: Revisão. 2021. ANTONIO, G.D., TESSER, C.D., MORETTI-PIRES, R.O., Contributions of medicinal plants to care and health promotion in primary health care. Interface (Botucatu), 2013. 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