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DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS E SUA UTILIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 FITOTERAPIA ............................................................................................ 4 
2.1 Conceitos ............................................................................................. 4 
2.2 História ................................................................................................. 6 
2.3 Práticas no Brasil ................................................................................. 7 
2.4 Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ................... 8 
3 FITOTERÁPICOS ....................................................................................... 9 
3.1 Fatores de risco relacionados ao uso de fitoterápicos ....................... 11 
3.2 Nomenclatura ..................................................................................... 12 
4 SELEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E DESENVOLVIMENTO DE 
FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 14 
4.1 Doutrina de sinais ............................................................................... 15 
4.2 Propriedades organolépticas .............................................................. 15 
4.3 Desenvolvimento de fitoterápicos ....................................................... 16 
5 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS 
FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 18 
5.1 Cápsulas ............................................................................................ 18 
5.2 Extratos .............................................................................................. 19 
5.3 Cremes ............................................................................................... 19 
5.4 Tinturas .............................................................................................. 20 
5.5 Loções ................................................................................................ 20 
5.6 Óleos .................................................................................................. 21 
6 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES- PNPIC .................................................................................. 21 
6.1 Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 26, de 13 de maio de 2014
 22 
 
 
 
2 
 
7 PLANTAS MEDICINAIS E SAÚDE PÚBLICA ........................................... 24 
7.1 Saúde da família ................................................................................ 25 
7.2 Fitoterapia na Saúde Pública: interação de saberes e práticas de 
cuidado 25 
8 HORTA MEDICINAL E COMUNITÁRIA.................................................... 38 
8.1 Local para plantio ............................................................................... 39 
8.2 Espécies a serem cultivadas .............................................................. 39 
8.3 Implantação de uma horta comunitária .............................................. 40 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que 
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. 
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão 
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 FITOTERAPIA 
 
Fonte: infoescola.com 
A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina 
popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos diversos usuários e 
praticantes, especialmente pela tradição oral. Esta prática diminuiu frente ao processo 
de industrialização, ocorrido no país, nas décadas de 1940 e 1950 (BRUNING, 2012). 
Trata-se de uma forma eficaz de atendimento primário a saúde, podendo 
complementar ao tratamento usualmente empregado, para a população de menor 
renda (BRUNING, 2012). 
A realização segura desses atendimentos está vinculada ao conhecimento 
prévio do profissional de saúde sobre a terapêutica com fitoterápicos ou plantas 
medicinais. A orientação para uma utilização adequada, sem perda da efetividade dos 
princípios ativos localizados nas plantas e sem riscos de intoxicações por uso 
inadequado é fundamental (ELDIN, 2001, apud BRUNING, 2012). 
2.1 Conceitos 
Diferenciaram-se as formas de uso das plantas medicinais em: familiar, 
popular, tradicional, científica e de outras racionalidades médicas. 
Fitoterapia familiar: A fitoterapia familiar, que muitas vezes não conta com 
registro escrito da sua prática, refere-se às práticas autônomas e informais da 
fitoterapia (remédios caseiros), que se inserem na rede de apoio social do usuário. 
 
 
 
5 
 
Fitoterapia popular: Diferente do familiar, a fitoterapia popular é a praticada 
por especialistas populares não profissionalizados. Segundo MENÉNDEZ (2009), 
estas práticas são originárias de diferentes curadores (parteiras, benzedeiras, 
raizeiros), com teorias, aspectos culturais, sociais e visão de mundo convergente ou 
divergente entre si. Seus saberes e práticas baseiam-se em uma abordagem holística, 
herdada de familiares, “dom” ou aprendizado com outro curador. Estes especialistas 
estabelecem um forte vínculo com o usuário devido ao conhecimento da comunidade 
e/ou por falta de acesso ao cuidado biomédico. 
Fitoterapia tradicional: A fitoterapia tradicional ocorre quando o uso de 
plantas é enraizado na cultura de uma população com identidade e longa tradição 
próprias, diferente da racionalidade biomédica, caracterizando o que a OMS (2011) 
designa por medicina tradicional. 
Por exemplo, a medicina indígena brasileira não é considerada uma 
racionalidade médica (talvez devido à ausência de estudos com esse 
enfoque), mas faz parte de um conjunto de saberes e práticas da medicina 
tradicional brasileira que difere, em geral, das práticas familiares e populares 
(com exceção de contextos específicos como, talvez, certas populações 
ribeirinhas amazônicas) (OMS, 2011, apud ANTÔNIO, 2013). 
Fitoterapia científica: A fitoterapia científica refere-se ao uso das plantas 
medicinais baseado em evidências científicas, apoiado na racionalidade biomédica, 
circunscrita por diferentes disciplinas, que abrangem desde a identificação botânica 
até a produção do medicamento fitoterápico (FERNANDES, 2004). 
O uso de plantas pode ainda ser orientado por outra racionalidade médica 
(chinesa, ayurvédica, por exemplo), o que, aqui no Brasil, não pode ser considerado 
tradicional, nem popular, nem familiar, sendo geralmente heterônomo. 
Ainda segundo SANTOS (2007), 
[...] a sociedade contemporânea se assenta em dois pilares: o da regulação 
e o da emancipação. O primeiro constitui-se em obrigações envolvendo o 
Estado, o mercado e a comunidade. A obrigação política do Estado é vertical 
e se dá entre cidadãos e o Estado. A regulação do mercado é individualista e 
antagônica entre concorrentes. No princípio da comunidade,essa relação é 
horizontal, solidária e se processa entre membros da comunidade. O pilar da 
emancipação é formado pela racionalidade cognitiva e instrumental da 
ciência, pela estético-expressiva das artes e literatura, e pela moral. Todavia, 
a ciência e o direito, categorias emancipatórias no início da modernidade, 
tornaram-se, no seu transcorrer, categorias regulatórias hegemônicas a 
serviço das forças do mercado e das grandes corporações (SANTOS, 2007, 
apud ANTÔNIO, 2013). 
 
 
 
6 
 
2.2 História 
O uso de plantas na terapia humana tem sido relatado desde os primórdios da 
história, acredita-se que a sessenta mil anos atrás, conforme estudos arqueológicos 
em ruínas do Irã (REZENDE, 2002). 
Existem várias evidências da fitoterapia, os primeiros registros datam de 
aproximadamente 3.000 a.C., período em que o imperador chinês Shen Nung 
elaborou um catálogo composto por 365 ervas medicinas e venenos 
utilizados na época (FRANÇA et al., 2008, apud MENDONÇA, 2018). 
Em 2.100 a.C ocorreu o primeiro registro médico depositado no Museu da 
Pensilvânia, segundo FIRMO et al. (2011), este documento descreve uma coleção de 
fórmulas compostas de trinta diferentes drogas de origem vegetal, animal e mineral. 
Existem outros registros, datados de 1.500 a.C, tais como, o manuscrito Egípcio 
“Ebers Papirus”, sobre 700 drogas e informações sobre 811 prescrições de plantas 
como Ginseng (Panax spp.), Ephedra spp., Cassia spp. e Rheumpalmatum L. que até 
hoje são utilizadas na medicina tradicional e nas indústrias farmacêuticas, segundo 
informações de SIMON (2001), citado por MENDONÇA (2018). 
Séculos mais tarde, nos períodos de colonização, a utilização de plantas 
medicinais para tratamento das patologias era patrimônio somente dos índios e de 
seus pajés. A população em geral utilizava medicamentos provenientes de 
importações, especialmente da Europa. Não existia um conhecimento em relação ao 
correto armazenamento das plantas, a fim de preservar suas propriedades medicinais, 
ou seja, seus princípios ativos (MARTINS, 2000). 
Para GRAMS (1999), 
“[...] a crença popular de que uma simples planta funcionava para tratar 
doenças aos poucos foi sendo substituída pelo forte apelo dos remédios, que 
causavam certa atração nos pacientes devido à promessa de uma cura rápida 
e total”. 
A ideia de que a utilização de uma gama de formulações para uma única 
doença deixou de ser viável e a existência de um único medicamento para o 
tratamento de cada patologia, levou ao surgimento de medicação alopática nas 
décadas de 1930 e 1940. Houve a descoberta de que existem princípios ativos dentro 
de cada planta e que a separação desses princípios ativos em forma de medicamento, 
 
 
 
7 
 
possibilitava o tratamento das patologias e a cura dos sinais e sintomas característicos 
de cada uma (BRASIL, 1999, apud BRUNING, 2012). 
Apesar da grande diversidade presente na flora medicinal, o que ocorreu, a 
partir das décadas citadas anteriormente, foi uma diminuição de incentivos e 
iniciativas para a continuidade do cultivo e a utilização de plantas como tratamento. 
Por falta de desenvolvimento de pesquisas, a maioria dos medicamentos fitoterápicos 
usados no Brasil passou a ser elaborado a partir de plantas advindas de importação 
(LIMA, 2005). 
2.3 Práticas no Brasil 
As plantas medicinais e seus derivados estão entre os principais recursos 
terapêuticos da Medicina Tradicional e da Medicina Complementar e Alternativa e vêm 
há muito sendo utilizados pela população brasileira nos seus cuidados com a saúde 
(BRASIL, 2012). 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da 
população de países em desenvolvimento utilizam-se de práticas tradicionais 
na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas 
medicinais (ROSA et al., 2011, apud MACEDO, 2016). 
No Brasil, 20% da população consomem 63% dos medicamentos alopáticos, o 
restante encontra nos produtos de origem natural, especialmente as plantas, uma 
fonte alternativa de medicação. Dessa forma, com a finalidade de organizar e 
consolidar a utilização das plantas medicinais e fitoterápicos, com vistas às 
recomendações da OMS o governo brasileiro vem normatizando o assunto no SUS 
por meio de Políticas Públicas de Saúde, como a Política Nacional de Práticas 
Integrativas e Complementares, Política Nacional de Medicamentos, Programa 
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e a própria Lei Orgânica da Saúde 
(MARINHO, et al., 2007). 
No Brasil as práticas integrativas e complementares, incluindo a Fitoterapia 
estão em expansão, existindo em todas as regiões do país diversos programas de 
Fitoterapia implantados ou em fase de implantação (IBIAPING et al, 2014, apud 
MACEDO, 2016). 
Um dos marcos históricos importantes sobre a utilização de plantas medicinais 
no mundo foi a Declaração de Alma Ata em 1978, onde foi reconhecido o uso de 
 
 
 
8 
 
plantas medicinais e de fitoterápicos com finalidade profilática, curativa e paliativa. 
Desde então a OMS passou a reconhecer as plantas medicinais e a Fitoterapia 
(IBIAPING, 2014). 
No Brasil a temática foi levantada na 8ª Conferência de saúde em 1986. 
Posteriormente, em consonância com as recomendações da OMS em 2006 foi 
publicada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), 
contemplando, entre outras, diretrizes e responsabilidades institucionais para 
implantação/adequação de ações e serviços de medicina tradicional chinesa e 
acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e Fitoterapia (BRASIL, 2012). 
Ainda em 2006, o Brasil recebeu a Política Nacional de Plantas Medicinais e 
Fitoterápicos (PNPMF) (BRASIL, 2006a). 
E em 2009, a Portaria Nº 2.960 aprovou o Programa Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos, sendo os três importantes para introdução do uso de 
plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS). (BRASIL, 
2006b). 
2.4 Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 
O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos estabelece ações, 
parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do aceso seguro e uso 
racional de plantas medicinais e fitoterápicos no país, ao 15 desenvolvimento de 
tecnologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos 
produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do 
Complexo Produtivo da Saúde (BRASIL, 2008). 
A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos constitui parte 
essencial das Políticas Públicas de Saúde, meio ambiente, desenvolvimento 
econômico e social, atuando como um dos elementos fundamentais de 
transversalidade na implementação de ações capazes de promover 
melhorias na qualidade de vida da população. Esta política estabelece as 
diretrizes e linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações, pelos 
diversos parceiros, em torno de finalidades comuns (GONÇALVES et al., 
2013, apud MACEDO, 2016). 
Outros pontos importantes do Decreto 5.813/2006 é o incentivo ao 
desenvolvimento de tecnologias e inovações e o fortalecimento das cadeias e dos 
arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao 
 
 
 
9 
 
desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde (BRASIL, 2006b), sendo estes 
pontos chaves para desenvolvimento dos medicamentos da biodiversidade. 
O objetivo geral da PNPMF é amplo: 
Garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas 
medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, 
o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”, marco legal 
e histórico, pois além de se firmar como uma política de saúde pública tem 
caráter ambiental, científico, social e econômico. Considerando o disposto na 
PNPMF, em 2008 a Portaria 2.960/2008 instituiu o Programa Nacional de 
Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e cria também o Comitê Nacional de 
Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006b,apud MACEDO, 2016). 
3 FITOTERÁPICOS 
 
Fonte: infoescola.com 
De acordo com a ANVISA (2006) fitoterápico, 
[...] é a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas 
diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas 
isoladas, ainda que de origem vegetal, conforme Portaria nº 971 
(03/05/2006). 
Fitoterápico é produto (ou medicamento) obtido de matéria-prima ativa vegetal, 
exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo 
medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, 
quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, 
quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal, conforme RDC nº 26 
(13/05/2014). 
 
 
 
10 
 
Alopatia: é o método terapêutico que consiste em utilizar medicamentos que 
vão produzir no organismo reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de 
diminuí-los ou neutralizá-los. Os principais problemas dos medicamentos alopáticos 
são os seus efeitos colaterais e a sua toxicidade (ANVISA, 2010). 
Homeopatia: é um método terapêutico seguro e eficaz, baseado na Lei dos 
Semelhantes, segundo a qual, para se curar uma doença, o corpo doente deve 
receber uma substância que provoque os mesmos sintomas quando administrada em 
um corpo saudável (BRASIL- CFF, 2013). 
Utiliza matérias-primas de origem animal, vegetal e mineral. Os medicamentos 
homeopáticos podem ser utilizados com segurança em qualquer idade, até mesmo 
em recém-nascidos ou pessoas com idade avançada, desde que com 
acompanhamento do clínico homeopata (ANVISA, 2010, apud CREF, 2019). 
Plantas medicinais: Todo espécime vegetal, silvestre ou cultivado, que se 
utiliza como recurso para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico 
normal ou alterado ou como fonte de fármaco ou seus precursores. Segundo a Anvisa: 
espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos (ANVISA, 
2010) 
As plantas medicinais são importantes fontes de substâncias chamadas 
xenobióticas que visam uma melhoria das condições de saúde do indivíduo que busca 
tratamento. Estas substâncias tanto trazem benefícios como podem trazer algum 
desconforto, toxicidade ou interação com outros medicamentos, conforme trataremos 
em capítulo específico. Uma grande variedade de plantas medicinais é utilizada pelos 
povos tradicionais em todo o mundo. Parte destas possui estudos científicos, inclusive 
as que são objeto deste trabalho. Calcula-se que existam cerca de 500 mil espécies 
de plantas em todo o mundo, cerca de 30% deste total com potencial terapêutico 
(BRASIL, 2010). 
Xenobióticos: Metabólitos secundários originários de plantas medicinais 
cujos princípios ativos, as biomoléculas, são estranhas ao organismo humano 
e nele introduzidos com finalidades terapêuticas (NICOLETTI, 2007, apud 
BUENO, 2016). 
Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as 
substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após 
processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na 
forma íntegra, triturada, rasurada ou pulverizada (BRASIL, 2010). 
 
 
 
11 
 
Matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o 
derivado vegetal (ANVISA, 2010). 
3.1 Fatores de risco relacionados ao uso de fitoterápicos 
Associada ao baixo custo dos fitoterápicos existe a crença de que, por se tratar 
de um meio natural, essas plantas estejam livres de efeitos colaterais, o que faz com 
que a maioria das pessoas associe equivocadamente as ervas medicinais a 
resultados perfeitos. Por isso, além de conhecer os benefícios que as plantas 
medicinais podem proporcionar, é importante investigar também seus possíveis 
efeitos colaterais, já que a medicina alternativa significa o resgate da cultura e uma 
fonte natural de medicamentos para a população de menor renda (BEVILACQUA, 
2006, apud HARAGUCHI, 2010). 
• Potencial tóxico 
• Características especificas do usuário 
• Risco de contaminação 
• Falta de regulamentação Estes fatores aumentam a probabilidade de 
ocorrência de reações adversas, intoxicações. 
Segundo WONG & CASTRO (2003), há outros fatores que “favorecem” o 
aparecimento desses eventos desagradáveis, quais sejam: 
1-Condições de cultivo da planta: solo, temperatura, clima e condições técnicas 
de cultivo. 
2- Interação pelo uso concomitante de outros medicamentos (alopáticos ou 
fitoterápicos): antagonismos, sinergismos, alterações da biodisponibilidade. 
3- Dificuldade em identificar ou distinguir uma planta medicinal de outra planta 
que pode ser tóxica ou inócua: plantas de famílias diferentes, mas morfologicamente 
semelhantes. 
4- A falta de informação e divulgação dos efeitos adversos ou tóxicos, agudos 
e crônicos, dos fitoterápicos, envolvendo os aspectos abaixo relacionados: 
 Ausência de um levantamento preciso de dados sobre reações 
adversas; 
 Despreparo da população em reconhecer os sintomas, levando a uma 
subnotificação aos serviços de saúde: os registros de notificações de 
 
 
 
12 
 
problemas relacionados ao uso de medicamentos “naturais” são 
escassos, porém sua frequência é bem maior do que podemos imaginar; 
 Ausência de comunicação: o paciente não informa e o médico não 
pergunta sobre o uso de fitoterápicos; 
 A substituição de terapias consagradas ao longo do tempo: apelo do 
“natural”. 
É importante salientar que o caráter natural das plantas medicinais não é 
sinônimo de ausência de riscos para a população usuária. Existem muitos relatos de 
casos de hepatotoxicidade, crises depressivas falências hepática e renal devido a 
estas substituições sem acompanhamento médico. 
• embora os efeitos colaterais advindos do uso de fitoterápicos sejam menos 
frequentes do que aqueles derivados de drogas sintéticas, muitos ensaios clínicos 
bem delineados, realizados em outros países, vem confirmando a existência destes 
efeitos; 
• encontram-se na literatura científica relatos de complicações cardíacas, 
hepáticas, renais, hematológicas e intestinais provocadas por fitoterápicos (SOSSAI 
et al., 2017). 
3.2 Nomenclatura 
Embora as comunidades identifiquem suas plantas por meio de nomes 
reconhecidos na vizinhança (nomes populares), e que devem ser respeitados, estes 
variam muito de acordo com a região e podem gerar erros quando ocorrem trocas de 
informações. É frequente acontecer que plantas diferentes recebam um mesmo nome 
ou nomes semelhantes, e também a ocorrência de nomes diferentes para uma mesma 
planta. As confusões com relação à identificação de plantas podem trazer problemas 
como: não obtenção dos efeitos desejados, intoxicação por uso de planta errada ou 
por uso incorreto, erro nos tratos culturais (ou seja, cultivo das plantas de forma 
inadequada), comércio ou trocas de plantas erradas, podendo levar à perda de 
credibilidade no uso dessas plantas. 
Segunda HONDA (2008), dar nome às “coisas” e classificá-las resulta de uma 
necessidade cultural que temos de tentar “organizar” a nossa compreensão do mundo. 
Assim, ele nos fica mais familiar à medida que reconhecemos “coisas” semelhantes 
 
 
 
13 
 
àquilo que já conhecíamos. A Sistemática é a ciência que estuda a diversidade 
biológica e a sua história evolutiva. A Taxonomia é o ramo da Sistemática responsável 
pela identificação, atribuição de nomes e classificação das espécies. Para a 
identificação das espécies, os pesquisadores utilizam o nome científico, que não 
representa apenas uma “carteira de identificação” universal para um organismo, mas 
também fornece pistas acerca das relações de um organismo com outro. 
O nome científico é universal, pois é o mesmo em qualquer língua ou país, e é 
específico, ou seja, para cada espécie existe apenas um nome e vice-versa. Isso 
permite uma rápida localização das informações em livros ou revistas e sites, no 
mundotodo. 
A publicação de Species Plantarum pelo naturalista sueco Lineu, em 1758, 
foi um marco no sistema moderno de classificação biológica, estabelecendo 
o sistema binomial (dois nomes) para a designação de espécies, em vez da 
frase descritiva em latim, usada anteriormente (HONDA, 2008, apud 
HARAGUCHI, 2010). 
O nome científico, tanto de plantas como de animais, é composto por dois 
nomes (binômio), seguidos do nome do autor (geralmente, escrito de forma 
abreviada). Por exemplo, Melissa officinalis L. é a erva popularmente conhecida por 
melissa ou erva-cidreira-verdadeira. O primeiro nome (Melissa) é o gênero, também 
chamado de nome genérico, e deve ser iniciado com letra maiúscula. O segundo nome 
(officinalis) é o epíteto específico, iniciado com letra minúscula. O nome do autor indica 
quem foi o responsável pela denominação e a classificação da espécie, no caso, L., 
abreviação de Lineu. 
O nome da espécie (Gênero + epíteto específico) é grafado em latim, e deve 
ficar em destaque no texto, escrito em itálico, negrito ou sublinhado. Usa-se o latim 
porque, na época em que as regras foram estabelecidas, ele era a língua dos 
estudiosos e do intercâmbio científico, como hoje é o inglês. Cada espécie vegetal 
tem um espécime-tipo, geralmente uma amostra seca da planta, mantida em um 
herbário ou museu. O espécime-tipo é designado pelo autor que descreve aquela 
espécie e serve como um referencial para comparação com outros espécimes, para 
determinar se estes pertencem ou não à mesma espécie. 
Num sistema de classificação, cada “nível hierárquico” da organização é uma 
categoria taxonômica ou táxon. Espécie é uma categoria taxonômica e espécies 
 
 
 
14 
 
assemelhadas ficam agrupadas num gênero; os gêneros parecidos compõem uma 
família botânica e várias famílias aparentadas constituem a ordem, e assim por diante. 
O nome do gênero muitas vezes corresponde ao nome popular, como é o caso 
da melissa (Melissa), da menta (Mentha) e dos eucaliptos (Eucalyptus). Ele pode ser 
escrito sozinho quando se refere ao grupo inteiro de espécies que formam aquele 
gênero. Eucalyptus é um bom exemplo, pois reúne centenas de espécies que, 
quaisquer que sejam, têm tantas características em comum que levam qualquer 
pessoa a reconhecê-las e a chama-las de eucalipto. Quando se quer fazer referência 
a uma espécie ou a algumas espécies que pertencem a um gênero, sem discriminá-
las ou nominá-las, aproveitando-se, ainda, o exemplo do Eucalyptus, usa-se escrever, 
respectivamente: 
[...] Eucalyptus sp. E Eucalyptus spp. O epíteto específico, no entanto, não 
tem sentido quando escrito sozinho, por poder ser associado a diferentes 
nomes genéricos. Por exemplo, o epíteto específico officinalis, que em latim 
significa “oficial, que se encontra nas farmácias por ser medicinal”, pode ser 
do alecrim (Rosmarinus officinalis), da alfazema (Lavandula officinalis), da 
calêndula (Calêndula officinalis), da melissa (Melissa officinalis) ou da Salvia 
(Salvia officinalis) (HARAGUCHI, 2010). 
Para evitar confusões, o epíteto específico deve sempre vir precedido do seu 
nome genérico. Em textos onde o binômio for mencionado, permite-se abreviá-lo a 
partir da segunda menção, utilizando-se a letra inicial do gênero seguida do epíteto 
específico, desde que não se deixe margem a dúvidas sobre a espécie em questão. 
Por exemplo: “em um texto sobre Coffea arabica (café), você pode abreviar como C. 
Arabica, a partir da segunda vez que for citar a espécie”. Devido à semelhança 
apresentada em várias de suas características, os gêneros Rosmarinus, Lavandula, 
Melissa, Mentha e Salvia foram classificados como pertencentes à família botânica 
Lamiaceae (HARAGUCHI, 2010). 
4 SELEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E DESENVOLVIMENTO DE 
FITOTERÁPICOS 
As pesquisas têm procurado compreender como uma planta ingressa em um 
sistema para compor o repertório terapêutico de um grupo humano a partir dos fatores 
que estão associados com essa entrada. As plantas podem ingressar em um sistema 
médico através de uma miríade de processos (PALMER, 2004). 
 
 
 
15 
 
Algumas pesquisas mostram a importância da eficácia terapêutica das plantas 
no processo de seleção de espécies no uso medicinal. Algumas investigações 
etnobotânicas em comunidades rurais que vivem em ambiente de caatinga, no 
nordeste brasileiro, podem oferecer alguns exemplos. 
Estudos de ALBUQUERQUE, et.al., (2007), sugerem que as populações em 
ambientes de caatinga, outras pesquisas mostram que diferentes culturas selecionam 
espécies no uso medicinal que são farmacologicamente eficazes. 
4.1 Doutrina de sinais 
O critério conhecido como "doutrina dos sinais" mostra que plantas são 
selecionadas porque se parecem, quanto sua morfologia externa, com os órgãos do 
corpo acometidos com as doenças (ANKLI et al., 1999). 
Com base na doutrina dos sinais, os grupos humanos acreditam que divindades 
deixaram sinais físicos nos recursos do ambiente para o homem identificar suas 
utilidades (BENNETT, 2007). 
No caso das plantas medicinais, então, a morfologia externa de uma planta 
pode fornecer o sinal de sua eficácia medicinal para o grupo humano. Por exemplo, 
LEONTI et al. (2002), citado por FERREIRA JÚNIOR (2015), ao realizar um estudo 
com uma comunidade indígena conhecida como "Popoluca", no México, observaram 
que algumas espécies têm folhas que se parecem com orelhas humanas e por isso 
são utilizadas contra dores de ouvido. Os mesmos autores observaram também que 
o látex de Serjania mexicana (L.) Willd., lembra um dos sintomas da gonorreia para 
os indígenas estudados, doença a qual a planta é utilizada. 
4.2 Propriedades organolépticas 
Outros critérios de seleção que têm aparecido na literatura estão relacionados 
com as propriedades organolépticas das plantas. Em relação a essas propriedades, 
as plantas são selecionadas para o uso medicinal com base nas características 
captadas pelos sentidos, tais como o gosto e o cheiro, como explicam HINTON et al. 
(2008). 
 
 
 
16 
 
Os papéis das propriedades organolépticas na seleção de plantas medicinais 
têm sido discutidos por MEDEIROS et al. (2013), sendo separados os seguintes 
papéis: 
Mnemônico: O papel mnemônico ocorre quando características da planta 
lembram para futuras gerações as propriedades medicinais das plantas. 
Pista: Pista, quando a experimentação de plantas é guiada por meio do critério 
de seleção. 
Determinante da seleção: Os critérios ainda podem ter um papel determinante 
na seleção de plantas medicinais, uma vez que influencia diretamente na escolha de 
plantas com determinadas propriedades. Nesse caso, o ser humano nasce com 
predisposição ao reconhecimento de determinados gostos, associando plantas com 
essa propriedade diretamente no uso medicinal (SILVA, 2006, apud BRASIL, 2012). 
4.3 Desenvolvimento de fitoterápicos 
Segundo MENDONÇA (2018), o desenvolvimento do fitoterápico envolve 
desde a análise botânica inicial, isolamento, purificação e caracterização de princípios 
ativos, como também a investigação farmacológica das propriedades de seus 
compostos e seus mecanismos de ação, seu desenvolvimento farmacotécnico, além 
da avaliação da eficácia, qualidade e segurança do produto obtido. 
Alguns produtos vegetais não são considerados fitoterápicos, e sim 
alimentos, pois, seu uso é tradicionalmente culinário, como os chás, partes 
ou pó de plantas medicinais e própolis, outros por serem produtos compostos 
por substâncias ativas isoladas e, portanto, denominados de medicamentos 
manipulados e homeopáticos. Segundo a legislação brasileira, Lei 
nº.5991/73, a comercialização das plantas medicinais é privativa às farmácias 
e herbanários, devendo estar embaladas e identificadas por classificação 
botânica (nome da espécie científica) no rótulo e sem apresentar qualquer 
indicação terapêutica (BRASIL, 2016, apud MENDONÇA, 2018). 
A droga vegetal é isenta de prescrição médica e a sua efetividadeestá 
amparada no uso tradicional e na revisão de literatura relacionada ao tema. Os 
fitoterápicos podem ser Medicamento Isento de prescrição-MIP ou não, isto irá 
depender de como o medicamento está enquadrado na RDC nº.138/2003, que 
regulamenta a Lista de Grupos de Indicações Terapêuticas Específicas -GITE. 
 
 
 
17 
 
Na RDC nº. 14/2010 estão estabelecidos os requisitos mínimos que garantem 
a qualidade dos fitoterápicos, e exigem a reprodutibilidade destes por meio do uso de 
matérias-primas padronizadas, além do controle rígido da qualidade. São eles: 
 Segurança e eficácia podem ser comprovadas por indicação de uso episódico 
ou curtos períodos de tempo; 
 Indicação para doenças de baixa gravidade; 
 Coerência das indicações terapêuticas propostas com as comprovadas pelo 
uso tradicional; 
 Ausência de risco tóxico ao usuário; 
 Ausência de substâncias ou grupos químicos tóxicos, ou presentes dentro de 
limites comprovadamente seguros; e 
 Ainda a comprovação de continuidade de uso seguro por período igual ou 
superior a 20 anos (BRASIL, 2009a). 
Segundo a RDC nº. 26/2014, somente será permitida a notificação como 
Produto Tradicional Fitoterápico (PTF) para aqueles insumos farmacêuticos ativo 
vegetal (IFAV) que atenda aos critérios desta resolução e se encontram listados na 
última edição do Formulário de Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (FFFB) e, que 
possuam monografia específica de controle da qualidade publicada em farmacopeia 
reconhecida pela Anvisa. 
A base de dados da Anvisa (2015), disponibiliza: 
[...] 38 formulações passíveis de notificação, sendo 28 formulações de chás 
medicinais, quatro de tinturas, três de géis, duas de pomadas, e uma de 
creme, todos compilados por meio do cruzamento das informações previstas 
no guia de instrução da IN 04 de 2014 e na RDC nº. 37/2009, e contidas nas 
últimas edições das Farmacopeias Brasileira e internacionais reconhecidas 
(Alemã, Americana, Argentina, Britânica, Europeia, Francesa, Internacional 
(OMS), Japonesa, Mexicana e Portuguesa). 
A normativa brasileira busca alinhar-se a PNPMF regularizando os fitoterápicos 
para estimular o desenvolvimento tecnológico do setor. Dessa forma, criou a 
notificação simplificada para desburocratizar processos de menor risco; o registro 
simplificado para processo de complexidade intermediária (fitoterápicos compostos 
por espécies vegetais de longo histórico de uso e em condições previamente definidas 
em norma específica), e o registro propriamente dito, voltado aos processos mais 
complexos, aplicável a fitoterápicos considerados de maior risco sanitário, novos ou 
inovadores (BRASIL, 2009a). 
 
 
 
18 
 
Segundos relatórios de atividades da Anvisa, em 2015, foram aprovados 742 
medicamentos, e houve um crescimento do registro de medicamentos genéricos, 
porém em relação aos medicamentos fitoterápicos industrializados o resultado foi 
inverso, pois em 2015 somente um fitoterápico foi concedido (BRASIL, 2016a). 
5 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 
Inicialmente, os medicamentos à base de plantas eram utilizados oralmente na 
forma de pós, infusos ou decoctos e por via tópica, na forma de preparações à base 
de água ou óleo para unguentos e cataplasmas (WAGNER, 2006). 
A decocção é uma preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em 
água potável por tempo determinado. É um método indicado para partes de 
drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, 
caules, sementes e folhas. A infusão é uma preparação que consiste em 
verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar 
o recipiente por um período de tempo determinado. Este método é indicado 
para partes de drogas vegetais de consistência menos rígidas tais como 
folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias voláteis ativas 
(BRASIL, 2010, SANTOS, 2013). 
5.1 Cápsulas 
 
Fonte: tuasaude.com 
A embalagem deve garantir a proteção da droga vegetal contra contaminações 
e efeitos da luz e umidade e apresentar lacre ou selo de segurança que garanta a 
inviolabilidade do produto. É recomendável que em cada frasco contendo cápsulas 
seja adicionado um sachê ou cápsula com dessecante (exemplo: sílica gel) e um 
chumaço de algodão hidrófobo por cima das cápsulas de modo a preencher o espaço 
vazio entre as cápsulas e a tampa do pote (EMA, 2012, apud ANVISA, 2021). 
 
 
 
19 
 
5.2 Extratos 
A matéria-prima utilizada na preparação de extratos pode sofrer tratamento 
preliminar como moagem ou estabilização ou secagem. Os extratos são preparados 
por percolação, maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como 
solvente álcool etílico, água ou outro solvente adequado. Após a extração, materiais 
indesejáveis podem ser eliminados. Os extratos fluidos são líquidos nos quais uma 
parte do extrato corresponde a uma parte em massa da droga seca, utilizada na sua 
preparação. 
Os extratos vegetais são utilizados para o controle de bactérias patogênicas, 
a atividade desses extratos está relacionada a presença de metabólitos 
secundários nas plantas, os quais são decorrentes das interações das plantas 
com fatores bióticos e abióticos. Nessa perspectiva o minicurso teve por 
objetivo a discussão da utilização dos extratos vegetais na microbiologia, bem 
como a realização das técnicas laboratoriais que demonstrem a utilização 
desses extratos (BRASIL, 2010, SANTOS, 2013). 
5.3 Cremes 
 
Creme de hidratação caseiro a base de hamamelis 
Fonte: ecycle.com.br 
Segundo SANTOS (2013), os cremes são preparações semissólidas, obtidas 
através de bases do tipo água/óleo, contendo um ou mais princípios ativos ou aditivos 
dissolvidos ou dispersos na base adequada. Os elixires são preparações líquidas, 
límpidas, hidro-alcoólicas, preparados por dissolução simples e envasados em frascos 
de cor âmbar, mantidos em lugar fresco e ao abrigo da luz. As emulsões são 
preparações obtidas pela dispersão de duas fases líquidas imiscíveis ou, praticamente 
imiscíveis. Quando são para uso injetável, devem atender às exigências de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamamelis
 
 
 
20 
 
esterilidade e pirogênios. Os géis são sistemas semissólidos que consistem de 
suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas 
interpenetradas por um líquido. 
5.4 Tinturas 
 
Fonte: tuasaude.com 
As tinturas são preparações líquidas. Normalmente límpidas, obtidas, 
classificadas em simples ou compostas, conforme preparadas com uma ou mais 
matérias-primas vegetais. São baseadas na ação solubilizante do álcool etílico ou da 
glicerina sobre o pó seco da droga vegetal, ao qual se pode agregar água em 
quantidade necessária para diminuir a concentração alcoólica. A glicerina, o 
propilenoglicol e o polietilenoglicol também têm sido empregados em misturas com 
água substituindo o álcool etílico. 
5.5 Loções 
As loções são preparações líquidas, aquosas ou hidro-alcoólicas, para 
aplicação na pele e/ou couro cabeludo. Podem ser soluções, emulsões ou 
suspensões. As pastas são formas semissólidas, de aplicação tópica, que contêm 
uma elevada concentração de pós finamente dispersos, sendo mais firmes e espessas 
que as pomadas, porém, geralmente, menos gordurosas que estas. As pomadas são 
preparações para aplicação tópica constituídas de base na qual podem estar 
dispersas substâncias sólidas ou líquidas. Os supositórios são apresentações sólidas 
que podem conter um ou mais princípios ativos. Devem fundir à temperatura do 
organismo ou dispersar em meio aquoso. O formato e a consistência dos supositórios 
devem ser adequados para a administração retal (BRASIL, 2010). 
 
 
 
21 
 
5.6 Óleos 
 
Fonte: personare.com.br 
Os OEs são metabólitos secundários de plantas que tem a função de proteção 
antimicrobiana e antiparasitária contra patógenos e insetos ambientais. Nas plantas, 
estes compostos podem ser secretados e armazenadosem tricomas glandulares, 
pelos epidérmicos modificados, bolsas, reservatórios e espaços intercelulares. Além 
dos efeitos antimicrobianos, os OEs também podem apresentar benefícios para o 
vegetal quando atraem insetos importantes na dispersão de sementes e pólen (ALI et 
al., 2015; SHARIFIRAD et al., 2017). 
ANDRADE SOUSA (2021), cita que: 
Pela legislação brasileira, OEs são produtos voláteis de origem vegetal 
adquirido por meio de método físico, como destilação por arraste com vapor 
de água, destilação a pressão reduzida ou outro método adequado. Ademais, 
os OEs podem ser isolados ou combinados entre si, retificados, 
desterpenados ou concentrados. Compreende-se por retificados, os produtos 
que são submetidos a um processo de destilação fracionada para concentrar 
determinados componentes; por concentrados, os que foram parcialmente 
desterpenados; por desterpenados, aqueles foram removidos quase a 
totalidade dos terpenos (ANVISA, 2010). 
6 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES- PNPIC 
A Fitoterapia, a Homeopatia, a Antroposofia, a Medicina Tradicional Chinesa, a 
Acupuntura e o Termalismo Social/Crenoterapia estão inseridas na Política Nacional 
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, conforme Portaria nº 
971 (03/05/2006). Em 2017, o Ministério da Saúde incluiu na PNPIC as seguintes 
práticas: arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, 
 
 
 
22 
 
osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, Shantala, terapia comunitária integrativa 
e yoga (BRASIL, 2017, apud CREF, 2019). 
Trata-se de uma política de caráter nacional que recomenda a adoção da 
implantação e desenvolvimento das ações e serviços relativos às Práticas Integrativas 
e Complementares pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios. Além disso, define que os órgãos e entidades do Ministério da Saúde cujas 
ações se relacionem com o tema, devem promover a elaboração ou a readequação 
de seus planos, programas, projetos e atividades, em conformidade com as diretrizes 
e responsabilidades estabelecidas. Em relação à fitoterapia, o Decreto Federal nº 
5.813 (22/06/2006) aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 
(PNPMF) e criou o Grupo de Trabalho Interministerial, com participação da sociedade 
civil, para elaboração do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 
Ressalta-se que esse Decreto possui o objetivo de garantir à população brasileira o 
acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o 
uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da 
indústria nacional. 
A Portaria Interministerial nº 2.960 (09/12/2008) aprovou o Programa 
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e criou o Comitê Nacional de 
Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com caráter consultivo e deliberativo, 
composto por representantes do governo e da sociedade civil, com a 
atribuição de monitorar e avaliar o Programa Nacional de Plantas Medicinais 
e Fitoterápicos (BRASIL, 2008). 
6.1 Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 26, de 13 de maio de 2014 
Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a 
notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS 
Seção I 
Objetivo 
Art. 1º Esta Resolução define as categorias de medicamento fitoterápico e 
produto tradicional fitoterápico e estabelece os requisitos mínimos para o registro e 
renovação de registro de medicamento fitoterápico, e para o registro, renovação de 
registro e notificação de produto tradicional fitoterápico. 
 
 
 
23 
 
Seção II 
Abrangência 
Art. 2º Esta Resolução se aplica a produtos industrializados que se enquadram 
nas categorias de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos. 
§ 1º São considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego 
exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam 
baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua 
qualidade. 
§ 2º São considerados produtos tradicionais fitoterápicos os obtidos com 
emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade 
sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-
científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um 
médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. 
§ 3º Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, 
distúrbios, condições ou ações consideradas graves, não podem conter matérias-
primas em concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados 
pelas vias injetável e oftálmica. 
§ 4º Não se considera medicamento fitoterápico ou produto tradicional 
fitoterápico aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou 
altamente purificadas, sejam elas sintéticas, semissintéticas ou naturais e nem as 
associações dessas com outros extratos, sejam eles vegetais ou de outras fontes, 
como a animal. 
§ 5º Os medicamentos fitoterápicos são passíveis de registro e os produtos 
tradicionais fitoterápicos são passíveis de registro ou notificação. 
§ 6º Os medicamentos e produtos obtidos de fungos multicelulares e algas 
deverão ser avaliados conforme esta Resolução até que tenham regulamentação 
específica. 
§ 7º Conforme previsto no Art. 22 do Decreto n o 8.077, de 14 de agosto de 
2013, as plantas medicinais sob a forma de droga vegetal, doravante denominadas 
chás medicinais, serão dispensadas de registro, devendo ser notificadas de acordo 
com o descrito nesta Resolução na categoria de produto tradicional fitoterápico. 
§ 8º Os chás medicinais notificados não podem conter excipientes em suas 
formulações, sendo constituídos apenas de drogas vegetais. 
 
 
 
24 
 
§ 9º Não são objeto de registro ou notificação as preparações elaboradas pelos 
povos e comunidades tradicionais do país sem fins lucrativos e não industrializadas 
(BRASIL, 2014). 
7 PLANTAS MEDICINAIS E SAÚDE PÚBLICA 
 
Fonte: academia.edu 
As plantas medicinais sempre tiveram grande importância na cultura, na 
medicina e na alimentação das sociedades no mundo. As populações, por meio de 
seus curadores e do uso autônomo, acumularam experiências e vasto conhecimento 
a seu respeito. Todavia, as realizações científicas das últimas décadas e sua ampla 
socialização incentivaram a monocultura do saber científico nas práticas profissionais 
de saúde, que descredibilizam, em grande medida, outros saberes e práticas 
circulantes nas sociedades (SANTOS, 2007). 
Quanto à fitoterapia, esses saberes foram considerados apenas como fonte 
empírica para expansão das verdades e tecnologias científicas, atrelada ao 
desenvolvimento industrial e à necessidade de mercado para busca de novas 
patentes (BARREIRO, 2009). 
A cientificidade do cuidado à saúde torna a sociedade cada vez mais 
dependente de práticas profissionalizadas, dificultando a permeabilidade e a escuta 
dos profissionais de saúde aos saberes locais na Atenção Primária à Saúde (APS) 
(TESSER, 2008). 
 
 
 
25 
 
No Brasil, a fitoterapia aparece na APS em cerca de trezentas e cinquenta 
localidades. Há uma heterogeneidade de saberes e práticas relacionados a plantas 
medicinais circulantes nas sociedades e, assim, em alguma medida, na APS brasileira 
(BRASIL, 2012). 
7.1 Saúde da família 
O Programa Saúde da Família ou PSF, conhecido hoje como “Estratégia Saúde 
da Família” (ESF), por não se tratar mais apenas de um “programa”, teve início em 
1994 como um dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para 
implementação da Atenção Primária. A Estratégia Saúde da Família visa à reversão 
do modelo assistencial vigente, em que predomina o atendimento emergencial ao 
doente, na maioria das vezes em grandes hospitais (MACEDO, 2016). 
Afamília passa a ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, 
permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde-doença. O 
programa inclui ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, 
reabilitação de doenças e agravos mais frequentes (REIS et al., 2014, apud 
MACEDO, 2016). 
A ESF visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os 
preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores 
estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da 
atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior 
potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de 
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, 
além de propiciar uma importante relação custo-efetividade (BRASIL, 2015), o exposto 
vai ao encontro dos objetivos da Fitoterapia na Atenção Básica. 
7.2 Fitoterapia na Saúde Pública: interação de saberes e práticas de cuidado 
O enriquecimento das possibilidades terapêuticas para uso profissional 
(prescrição) é uma importante conquista da inserção das plantas medicinais na APS. 
De qualquer forma, há que se tomar cuidado para que essa inserção não se centre no 
produto, apenas, para uso profissional, restringindo as ações ao universo regulatório 
científico-institucional. Esse tipo de ação pode e deve estar associado ao diálogo com 
 
 
 
26 
 
outros saberes e práticas sobre plantas medicinais existentes ou possíveis de fomento 
na comunidade, com outros significados e características (ANTÔNIO, 2013). 
A promoção da saúde por meio da fitoterapia envolve o resgate de valores 
culturais, ao mesmo tempo em que estimula ações intersetoriais, facilitando: o vínculo 
equipe-comunidade, a aproximação entre profissionais e usuários, o cuidado 
autônomo, o desenvolvimento local, a intersetorialidade e a participação comunitária. 
A inserção da fitoterapia, nesta perspectiva, demanda abordagens educativas que 
valorizem a criação de espaços que estimulem a valorização de saberes, a prudência 
e a análise crítica, pelos profissionais e usuários, sobre o uso de plantas medicinais 
(CARVALHO, 2004). 
Mas, tal perspectiva parece encontrar, no seu percurso, obstáculos constantes 
interpostos pelo modelo de atenção médico-centrado e cientificista (LUZ, 2005). 
Portanto, não basta a gestão municipal incentivar as ações de fitoterapia na APS ou 
regulamentar estas práticas por meio de instrumentos legais para garantir a sua oferta 
com qualidade. Faz-se necessário investimento na educação permanente e popular 
nos serviços, considerando as necessidades que emergem no cotidiano do processo 
de trabalho das equipes da APS a partir do vínculo e interação com as comunidades, 
para inserção de novas estratégias de cuidado que possibilitem, também, uma 
descentralização do poder-saber científico (ROSA, et. al., 2011). 
De acordo com o MS, ações/serviços institucionalizados envolvendo plantas 
medicinais e Fitoterapia no SUS, são ofertados em sua maioria na Atenção Básica, 
por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF) (MACEDO, 2016). 
O conjunto dessas iniciativas acumularam vários avanços e possibilidades para 
a estruturação dos serviços de Fitoterapia na Atenção Básica no SUS (FONTENELE 
et al., 2013): 
 Possibilidade de financiamento de medicamentos fitoterápicos através 
do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (Portaria do MS Nº. 
4.217 de 2010); 
 Possibilidade de ampliação da abrangência e o escopo das ações da 
AB, através dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF); 
 Regulamentação das Farmácias Vivas no SUS e estabelecimento das 
Boas Práticas de Processamento e Manipulação de Fitoterápicos 
 
 
 
27 
 
(Portaria Nº. 866 de 2010 do MS e Consulta Pública Nº.85 de 2010 da 
ANVISA, respectivamente); 
 Estabelecimento de guias fitoterápicos, mementos terapêuticos e 
relações de plantas medicinais e fitoterápicos nas três esferas de 
governo. 
 
RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS E FITOTERÁPICOS DE 
REFERÊNCIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
DENOMINAÇÃO 
GENÉRICA 
INDICAÇÃO/AÇÃO APRESENTAÇÃO COMPONENTE 
Alcachofra (Cynara 
scolymus L.) 
Tratamento dos sintomas de dispepsia 
funcional (síndrome do desconforto 
pós-prandial), hipercolesterolemia leve 
a moderada. Apresenta ação colagoga 
e colerética. 
cápsula, 
comprimido, 
drágea, solução 
oral e/ou tintura 
Básico 
Aroeira (Schinus 
terebinthifolia Raddi) 
Apresenta ação cicatrizante, 
antiinflamatória e antisséptica tópica, 
para uso ginecológico. 
gel e/ou óvulo Básico 
Babosa (Aloe vera 
(L.) Burm. f.)) 
Tratamento tópico de queimaduras de 
1° e 2° graus e como coadjuvante nos 
casos de psoríase vulgaris. 
Creme Básico 
Cascara sagrada 
(Rhamnus purshiana 
DC.) 
Coadjuvante nos casos de obstipação 
intestinal eventual 
cápsula e/ou 
tintura. 
Básico 
Espinheira-santa 
(Maytenus ilicifolia 
Mart. ex Reissek) 
Coadjuvante no tratamento de gastrite 
e úlcera gastroduodenal e sintomas de 
dispepsia. 
cápsula, 
emulsão, 
solução oral 
e/ou tintura 
Básico 
Garra-do-diabo 
(Harpagophytum 
procumbens) 
Tratamento da dor lombar baixa aguda 
e como coadjuvante nos casos de 
osteoartrite. 
cápsula ou 
comprimido 
Básico 
 
 
 
28 
 
Guaco (Mikania 
glomerata Spreng.) 
Apresenta ação expectorante e 
broncodilatadora 
cápsula, solução 
oral, tintura e/ou 
xarope 
Básico 
Hortelã (Mentha x 
piperita L.) 
Tratamento da síndrome do cólon 
irritável. Apresenta ação antiflatulenta e 
antiespasmódica 
Cápsula Básico 
Isoflavona de soja 
(Glycine max (L.) 
Merr.) 
Coadjuvante no alívio dos sintomas do 
climatério. 
cápsula ou 
comprimido 
Básico 
Plantago (Plantago 
ovata Forssk.) 
Coadjuvante nos casos de obstipação 
intestinal habitual. Tratamento da 
síndrome do cólon irritável. 
pó para 
dispersão oral 
Básico 
Salgueiro (Salix alba 
L.) 
Tratamento de dor lombar baixa aguda. 
Apresenta ação antiinflamatória. 
Comprimido Básico 
Unha-de-gato 
(Uncaria tomentosa 
(Willd. DC.) 
Coadjuvante nos casos de artrites e 
osteoartrite. Apresenta ação anti-
inflamatória e imunomoduladora 
cápsula, 
comprimido e/ou 
gel 
Básico 
Fonte: Elaboração baseada no Rename, versões BRASIL, 2015 e Brasil, 2017. 
 ALCACHOFRA (Cynara scolymus L.) 
 
Fonte: biorede.pt 
Parte Utilizada: folhas; 
Indicações: tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do 
desconforto pós-prandial) e de hipercolesterolemia leve a moderada. Apresenta ação 
colagoga e colerética; 
 
 
 
29 
 
As folhas reduzem a taxa de glicose no sangue, sendo usada como adjuvante 
no tratamento da diabetes e como agente antiesclerótico. O suco fresco é utilizado 
para tratar doenças da pele, como eczemas e erupções cutâneas. Também é utilizado 
popularmente como coadjuvante no tratamento da anemia, escorbuto e raquitismo por 
seu conteúdo em ferro, vitamina C e cálcio; 
Apresentação: cápsula, comprimido, drágea, solução oral e tintura; 
Contraindicações: lactentes; 
Modo de Preparo: Infusão: 10g/L de água (deixar em infusão de 15 minutos); 
50g/L de água como protetor hepático; 
Posologia: Tomar um copo antes das principais refeições, 3 a 4 vezes ao dia 
(JÚNIOR & LEMOS, 2012, apud MACEDO, 2016). 
Infusão é a preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga 
vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo 
determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais de 
consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, 
ou com substâncias ativas voláteis (BRASIL, 2010, apud BUENO, 2016). 
 AROEIRA (Schinus terebinthifolia Raddi) 
 
Fonte: fitobula.com 
Parte Utilizada: resinas das folhas e casca; 
Indicações: apresenta ação cicatrizante, anti-inflamatória e antisséptica tópica 
de diversas origens e para uso ginecológico; 
Apresentação: gel e óvulo; 
Contraindicações:recomenda-se precaução no uso desta planta devido 
propriedades tóxicas; 
Modo de Preparo: não foi citado nas referências consultadas. 
Posologia: não foi citado nas referências consultadas (FINTELMANN,.2014, 
apud MACEDO, 2016). 
 
 
 
30 
 
 BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f.) 
 
Fonte: oficinadeervas.com.br 
Parte Utilizada: folhas 
Indicação: tratamento tópico de queimaduras de 1º e 2º graus e como 
coadjuvante nos casos de Psoríase vulgaris; O chá serve para enjoos em viagens de 
carro ou barco, para alergias asmáticas e crises de tosse, cicatrizante. 
Apresentação: creme, Gel, pomada e extrato glicólico. 
Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas. 
Modo de Preparo: 
 Suco: ralar as folhas até obter uma pasta homogênea, pode-se utilizar 
o liquidificador. Este preparo é ideal para uso externo como 
compressas em feridas, urticárias e queimaduras. 
 Polpa: para uso tópico, a preparação é igual ao do suco e deixar 
macerando, pode-se acrescentar álcool ou outros conservantes como: 
ácido cítrico, benzoato monossódico e glutamato potássico; além de 
diluir em água fervente. Pode ser aplicada nas gengivas, cavidade 
nasal, como paliativo em queimaduras solares. 
 Sumo: se obtém a partir da filtração da polpa e serve para fazer 
inalações, os resíduos sólidos do filtrado podem ser utilizados para 
fazer babosa em pó. 
 Babosa em pó: se utiliza os resíduos sólidos do sumo, colocando-os 
para secar ao sol ou no forno em temperatura baixa, após secar moer. 
 Chá de babosa: prepara-se secando as folhas inteiras ou em pedaços, 
após secar moer. 
Posologia: não foi citado nas referências consultadas (Biblioteca Nacional del 
Péru, 2012, apud RENAME, 2014). 
 
 
 
31 
 
 CASCARA-SAGRADA (Rhamnus purshiana DC.) 
 
Fonte: voppus.com.br 
Parte Utilizada: casca; 
Indicação: coadjuvante nos casos de obstipação intestinal eventual. 
Apresentação: cápsula e tintura. 
Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas. 
Modo de Preparo: duas colheres (aproximadamente 30g) de café da casca 
seca em um copo (aproximadamente 200mL) de água fervente (decocção). Casca 
seca moída (Casca em pó) – utilizar 500mg a 2g (Biblioteca Nacional del Péru, 2012, 
apud RENAME, 2014). 
Decocção: preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água 
potável por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas 
vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, 
sementes e folhas coriáceas (BRASIL, 2010, apud BUENO, 2016). 
 ESPINHEIRA-SANTA (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek) 
 
Fonte: embrapa.br 
Parte Utilizada: folhas. 
Indicação: coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal e 
sintomas dispepsia, antiemético, antiácido. 
Apresentação: cápsula, emulsão, solução oral e tintura, infusão; 
 
 
 
32 
 
Contraindicações: não deve ser administrado em nutrizes e crianças e em 
mulheres que amamentam. Interações medicamentosas com esteroides, anabólicos, 
metrotexato, amiodarona, cetoconazol (hepatoxidade) e efeitos antagonistas com 
imunossupressores; 
Modo de Preparo: para adultos utilizar infusão das folhas 1g (1 colher de chá) 
a 2g (1colher de sobremesa, aproximadamente 5g) em uma xícara (150mL) 3-4 
vezes/dia. 
 Tintura (1:5) 40 gotas em um pouco de água antes das principais 
refeições. Extrato seco (5:1) 100mg 3vezes/dia. 
 Extrato seco padronizado em % de taninos: 60 a 90mg de taninos/dia. 
 Para crianças de 0- 3 anos, utilizar 1 colher de café de xarope (2% de 
extrato seco 5:1). 
 Crianças de 3- 7 anos, infusão de 0,25g (1/2 colher de café) a 0,5g (1 
colher de café) em 1/3 de xícara (50mL) ou 1 xícara 150mL) 3- 4 
vezes/dia. 
 Tintura (1:5), 3 gotas/Kg de peso em água 3- 4 vezes/dia. 
 Xarope (2,0% de extrato seco % 5:1), 1 colher de café (2mL) /4Kg de 
peso de 3- 4 vezes/dia. 
 Crianças de 7- 12 anos, infusão de 1 colher de café (0,5g) a 1 colher de 
chá (1g) em uma xícara (150mL) 3- 4 vezes/dia. 
 Tintura (1:5), 40 3 gotas/Kg de peso em água, 3- 4 vezes/dia. 
 Extrato seco (5:1), 20mg/Kg de peso, 3- 4 vezes/dia. 
 Xarope (2,0% de extrato seco 5:1), 1 colher de chá (2mL) /4Kg de peso, 
3- 4 vezes ao dia. 
Posologia: foi descrita no item modo de preparo, para cada tipo de 
apresentação (CZELUSNIAK, 2012, apud MACEDO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 GARRA-DO-DIABO (Harpagophytum procumbens) 
 
Fonte: fitobula.com 
Parte Utilizada: raízes bulbosas ou tubérculos. 
Indicações: tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos 
casos de osteoartrite, apresenta ação antiinflamatória. 
Apresentação: cápsula e comprimidos, chás. 
Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas. 
Modo de Preparo: para preparar o chá, verter 2 xícaras (aproximadamente 
300mL) de água fervente sobre 1 colher de sopa da droga finamente dividida ou 
grosseiramente pulverizada e deixar em infusão por 8 horas, à temperatura ambiente, 
coando em seguida. 
Posologia: Chá: Beber quente em 3 porções antes das refeições. 
(FINTELMANN & WEISS, 2014, apud MACEDO, 2016). 
 
 GUACO (Mikania glomerata Spreng.) 
 
Fonte: emporiocosta.com.br 
Parte Utilizada: folha. 
Indicações: apresenta ação expectorante e broncodilatadora. O guaco é 
usado na cultura popular há séculos devido às propriedades das folhas, que incluem 
ação tônica, depurativa, antipirética e broncodilatora, além de estimulante do apetite 
 
 
 
34 
 
e antigripal. É ainda empregada no tratamento da asma, bronquite e adjuvante no 
combate à tosse. 
Apresentação: cápsula, solução, oral, tintura e xarope, infusão. 
Contraindicações: altas doses podem causar vômitos e diarreias, o uso 
prolongado desta planta pode causar acidentes hemorrágicos devido ao efeito 
antagonista com a vitamina K. Não usar em gestantes, lactantes e crianças menores 
de dois anos; 
Modo de Preparo e posologia: 
 Tintura: 20g de folhas secas em álcool 70% quantidade suficiente (qsp) 
para 100mL. Posologia: indivíduos com > 20 Kg, infusão das folhas (3% 
para uma xícara de 150mL), utilizar 40-60 gotas da tintura (1:5) em um 
pouco de água 3 -4 vezes/dia. 
 Xarope: 10mL da tintura 20% qsp 100mL de xarope simples. A posologia 
do Xarope: é uma colher de sobremesa (10mL) 3-4 vezes/dia; 
 Extrato seco (5:1): a dose é de 250-300mg, 3-4 vezes /dia. (CRFSP, 
2010, apud MACEDO, 2016). 
 
 HORTELÃ (Mentha x piperita L.) 
 
Fonte: engenhariadasessencias.com.br 
Parte Utilizada: folhas, óleo essencial e as sumidades floridas, óleo essencial. 
 Indicações: apresenta ação expectorante e broncodilatadora, fadiga, 
indigestão, flatulência, diarreia, intoxicações de origem gastrointestinal, afecções 
hepáticas, vômitos nervosos, uso externo em sarna, neuralgia dental; 
Apresentação: cápsula, solução, oral, tintura e xarope; 
Contraindicações: insônia, irritação nervosa nos casos de sensibilidade à 
planta. A introdução inalatória da essência pode causar depressão cardíaca, 
 
 
 
35 
 
laringoespasmos e broncoespasmos, especialmente em crianças, a essência pode 
causar também irritação das mucosas. O óleo essencial é contraindicado para 
crianças menores de 2 anos, grávidas e durante a lactação. Contraindicado para 
pessoas com cálculos biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação; 
Modo de Preparo: 
 Tintura: 20g das folhas secas estabilizadas em álcool 45%, qsp 100mL. 
 Infusão:1,5g de folhas e sumidades floridas em água, qsp 100mL. 
Posologia: 
 Infusão:150mL dez minutos após ao preparo, duas a quatro vezes ao 
dia. 
 Tintura: sessenta a cento e vinte gotas (2-3mL), diluídas em 75mL de 
água, três vezes ao dia. A posologia descrita é para maiores de doze 
anos (CRFSP, 2010, apud BRASIL, 2011). 
 
 ISOFLAVONA-DE-SOJA (Glycine max (L.) Merr.) 
 
Fonte: criasaude.com.br 
Parte Utilizada: sementes. 
Indicações: coadjuvante no alívio dos sintomas do climatério, redução dorisco 
de câncer e colesterol alto; 
Apresentação: cápsula e comprimidos, suco; 
Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas; 
Modo de Preparo: suco de soja - deixar os grãos de molho, lavar, passar no 
liquidificador e espremer para retirar o suco; 
Posologia: Não foi apresentado nas bibliografias consultadas (Biblioteca 
Nacional del Péru, 2012, apud RENAME, 2014). 
 
 
 
 
36 
 
 PLANTAGO (Plantago ovata Forssk.) 
 
Fonte: tuasaude.com 
Parte Utilizada: cascas das sementes; 
Indicação: coadjuvante nos casos de obstipação intestinal habitual. 
Tratamento da síndrome do cólon irritável; 
Apresentação: pó para dispersão oral; 
Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas; 
Modo de Preparo: somente foram encontradas referências das preparações 
comercias; 
Posologia: Não foi apresentado nas bibliografias consultadas (FINTELMANN, 
2014, apud MACEDO, 2016). 
 
 SALGUEIRO (Salix alba L.) 
 
Fonte: biorede.pt 
Parte Utilizada: amentos e folhas, casca do caule; 
Indicações: tratamento de dor lombar baixa aguda, ação antiinflamatória, ação 
analgésica, antitérmica e sedativa; 
Apresentação: comprimido, infusão, tintura e xarope; 
 
 
 
37 
 
Contraindicações: deve ser usado com cautela na associação com 
anticoagulantes e anti-inflamatórios, não há relato de alergias causadas pelas cascas 
do salgueiro; 
Modo de Preparo: 
 Decocção- 3g das cascas do caule secas em água, qsp 150mL. 
 Para indivíduos com > de 20Kg a infusão deve ser feita com 3% da casca 
em um copo com 150mL de água, 3- 4 vezes/dia; 
 Utilizar 30-40 gotas da Tintura (1:5) em um pouco de água, 3-4 
vezes/dia; 
 A dose do extrato seco (5:1) é 250- 300mg, 3- 4 vezes ao dia; 
 A posologia do xarope (2% de extrato seco 5:1) é uma colher de 
sobremesa (10mL) 3- 4/dia; 
Posologia: Para maiores de doze anos - 150mL do decocto logo após o 
preparo, 2- 3 vezes por dia (CRFSP, 2010, apud BRASIL, 2011). 
 
 UNHA-DE-GATO (Uncaria tomentosa (Willd. DC.) 
 
Fonte: fitobula.com 
Parte Utilizada: raízes com mais de 5 anos, folhas e flores; 
Indicação: coadjuvante nos casos de artrites e osteoartrite. Apresenta ação 
anti-inflamatória e imunomoduladora, antiagregante plaquetário, antioxidante, 
antiviral; 
Apresentação: cápsula, comprimido e gel; 
Contraindicações: não foi citado nas referências consultadas; 
Modo de Preparo: decocção de 50- 60g da raiz cortada em rodelas por litro de 
água, tomar um copo 3- 4 vezes/dia; 
 
 
 
38 
 
Pode-se realizar gargarejo com infusão de 60- 80 gramas de flores e folhas por 
litro de água, essa mesma compressa pode ser utilizada em compressas; 
Posologia: foi descrita no item modo de preparo, para cada tipo de 
apresentação (RENAME, 2014, apud MACEDO, 2016). 
8 HORTA MEDICINAL E COMUNITÁRIA 
 
Fonte: seguranca.mg.gov.br 
Produção de hortaliças e plantas medicinais contribui para a reinserção de 
jovens de Montes Claros. (Projeto ‘’Plantando Sonhos e Colhendo 
Liberdade’’, 2019). 
Segundo HARAGUCHI (2010), a horta medicinal comunitária é um meio 
importante da saúde e sustentabilidade no ambiente urbano. Representa um lugar 
onde a comunidade pode manter a diversidade de plantas que compõem uma vida de 
espécies à qual esta comunidade pode acessar. O complemento do conhecimento 
popular com o científico no uso de plantas medicinais e sua produção orgânica através 
da agricultura urbana são princípios básicos, o que garante o uso das plantas 
medicinais de forma segurança e eficaz. 
A horta urbana pode ser feita em áreas particulares ou públicas. A instalação 
de uma horta comunitária vai suprir a necessidade de comunidades urbanas de 
periferia ou isoladas (rurais ou não) com plantas medicinais indicadas por 
fitoterapeutas, em quantidades adequadas, com plantas cientificamente validadas e 
priorizando espécies indicadas para o tratamento de sintomas e doenças mais 
comuns na comunidade (BRASIL, 2011, apud HARAGUCHI, 2010). 
 
 
 
39 
 
8.1 Local para plantio 
• escolher o terreno com solo de melhor fertilidade; 
• próximo de fonte de água potável (é preciso garantir água na época seca do 
ano); 
• distante de estrada principal (evitar poeira e contaminação com descargas de 
veículos); 
• distante de esgotos, fossas e chiqueiros; 
• com boa insolação, principalmente pela manhã, com sol direto por pelo menos 
5 horas diárias; 
• protegido de ventos fortes e frios (utilizar sabugueiros -Sambucus spp., boldo-
peludo Plectranthus barbatus ou romãzeira - Punica granatum como quebra-vento); 
• locais que não estejam degradados pelo uso intensivo de máquinas e 
agroquímicos; 
• em local sem inundação (terreno bem drenado); 
• protegido contra a entrada de animais; 
• terreno com face norte (mais luz e calor); 
• local de produção próximo ao da secagem. 
8.2 Espécies a serem cultivadas 
• selecionar plantas medicinais validadas; 
• escolher plantas adaptadas ao local de cultivo (agronomicamente compatíveis 
com as condições ecológicas da região); 
• plantas de uso tradicional; 
• plantas oficialmente aceitas como medicinais (incluídas na Farmacopeia 
Brasileira); 
• espécies com identificação botânica (garantia da espécie que se quer cultivar); 
• adquirir mudas ou sementes de locais idôneos; 
• se pessoas sem experiência forem cuidar da horta, plantar espécies fáceis de 
cultivar, como hortelã (Mentha spp.), capim-limão (Cymbopogon citratus) e boldo-
peludo (Plectranthus barbatus); 
• se a planta não se adaptar ao local ou for muito atacada por doenças é 
preferível escolher outra espécie; 
 
 
 
40 
 
• plantar espécies que irão auxiliar diretamente o usuário (escolher aquelas 
para as doenças que ocorrem nas pessoas da comunidade que irão usufruir da horta 
medicinal). 
Segundo BEVILACQUA (2008), citado por a HARAGUCHI (2010), 
 [...] em geral, deve-se pensar na escolha de plantas para os problemas mais 
simples, ou com o auxílio de um médico, e não as utilizar em excesso, pois 
as plantas medicinais fazem mal em doses elevadas. Outro aspecto relevante 
é o cuidado de cultivar as plantas medicinais em sistema orgânico, 
conservacionista do meio físico e biológico local, mantendo, também, uma 
pequena área com vegetação nativa (para manter o equilíbrio ecológico). 
8.3 Implantação de uma horta comunitária 
As etapas de implantação de uma horta comunitária são as seguintes: 
• Escolha do local: sem poluição, próximo ao local de consumo, área pequena 
(sugestão: 200 m², pois facilita o manejo e conservação), qualquer tipo de solo, exceto 
os encharcados; a área deve ser cercada, ter disponibilidade de água de boa 
qualidade e em quantidade suficiente para irrigação, e boa incidência de luz solar. 
• Preparo do solo: correção do solo com calcário (de preferência após uma 
análise química) e adubação orgânica (que pode ser feita com adubos verdes, esterco 
animal, compostos ou húmus). 
• Obtenção e preparo de mudas: as sementes deverão ser de boa qualidade e 
as mudas, isentas de pragas e doenças (podem ser adquiridas na comunidade). 
• Plantio: separar as plantas que serão semeadas diretamente no canteiro e as 
que necessitam de sementeira (ou viveiro); separar de acordo com o porte da planta 
(herbáceas, arbustivas e arbóreas), tendo o cuidado de uma espécie não prejudicar o 
crescimento de outra (com sombreamento, por exemplo). 
• Tratos culturais: controlar a frequência da irrigação, controlar as plantas 
daninhas, efetuar podas de formação, utilizar cobertura morta, adubação em cobertura 
e sempre fazer o controle fitossanitário. 
• Colheita: deve ser feita em horário e época adequados para cada planta, de 
preferência em tempo seco, utilizando as ferramentas certas e evitando que o material 
colhido e a planta sejam danificados. O conhecimento do momento correto de coleta 
do material desejado leva à obtenção de produtos de melhor qualidade 
(BEVILACQUA, 2008, apud HARAGUCHI, 2010). 
 
 
 
41 
 
 
Indicaçõesdas partes das plantas utilizadas e épocas de colheita: 
 
PARTE UTILIZADA QUANDO COLHER 
Folhas e planta inteira Pré floração 
Flores Bem abertas 
Frutos Bem maduros 
Sementes Bem desenvolvidas 
Cascas e raízes Outono e início do inverno 
Fonte: Emater-DF (1998) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
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