Buscar

282-Texto do artigo-681-1-10-20190408 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 3 4
EN
G
EN
H
AR
IA
S
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
João de Jesus dos Santos
Doutor em Estruturas em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade do Rio de 
Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
paraduc@yahoo.com.br
Bianca Cardoso Figueiredo
Graduada em Engenharia Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso 
Suckow da Fonseca (CEFET-RJ),
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
bianca.figueiredo@live.com
RESUMO
Este artigo aborda a alvenaria estrutural e suas principais patologias, apresentando 
medidas de prevenção, recuperação e reforço estrutural. Para isso, foi realizado um 
estudo sobre problemas que tornavam o edifício suscetível ao desenvolvimento de 
patologias. Identificou-se que a principal patologia desse sistema construtivo são as 
fissuras, cujas origens são diversas, ressaltando a importância do conhecimento método 
executivo correto e o acompanhamento de toda a concepção do empreendimento, 
desde a elaboração do projeto até seu acabamento.
Palavras-chave: Alvenaria estrutural. Patologias. Reforço estrutural.
PATOLOGHIES IN CONCRETE STRUCTURAL MANSORY 
ABSTRACT
This article approaches the structural mansory system and its main pathologies, presenting 
possible measures of prevention, rehabilitation and reinforcement. Therefore, a study 
was carried out on problems that made the building susceptible to the development 
of pathologies. It has been identified that the main pathology of this constructive 
system is fissures and their origins are diverse, and can happen even for more than one 
reason, emphasizing the importance of knowing the correct executive method and the 
monitoring of the whole conception of the enterprise, from the project until its finishing.
Keywords: Structural mansory. Pathologies. Structural rahabilitation.
1 INTRODUÇÃO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017
João de Jesus dos Santos e Bianca Cardoso Figueiredo
1 3 5
EN
G
EN
H
AR
IA
S
Para concepção do projeto de um edifício, é necessário ter definido o sistema 
estrutural a ser adotado. Essa escolha baseia-se no uso da edificação, no custo da 
execução e nos recursos disponíveis.
Como opção de sistemas estruturais, temos o sistema totalmente estruturado, no 
qual os elementos são previamente dimensionados, e podem ser de concreto armado, 
madeira, aço, paredes de concreto, alvenaria estrutural e mistas.
O sistema de alvenaria estrutural, mostrado na Figura 1, é um conjunto coeso 
formado por peças justapostas, os blocos estruturais, ligadas por uma argamassa 
estrutural, com presença de graute e armação, obrigatórias na horizontal e opcionais na 
vertical. E, como todo sistema construtivo, está sujeita a desenvolver patologias.
Figura 1 - Estrutura em alvenaria estrutural
Fonte: (Elaborada pela autora. 2017).
2 ALVENARIA ESTRUTURAL
A alvenaria estrutural, no geral, é um sistema estrutural com custo inferior ao 
sistema convencional de concreto armado, pois apresenta uma redução no orçamento 
devido à retirada de pilares e vigas maior que o aumento do custo da execução da 
alvenaria. No entanto, é necessária a análise de alguns aspectos técnicos e econômicos 
do projeto para se optar por esse tipo de estrutura, de modo que essa situação não se 
inverta e seja adotado um sistema mais oneroso que a estrutura convencional. Dentre os 
aspectos, estão a altura do edifício, o arranjo arquitetônico e o tipo de uso.
Segundo Kalil (2011), em relação à altura da edificação, a alvenaria estrutural é 
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 3 6
EN
G
EN
H
AR
IA
S
adequada a edifícios até 20 pavimentos. Para estruturas com número de pavimentos 
muito superior a 20, mesmo que a resistência dos blocos seja adequada quanto à 
compressão, as ações horizontais começariam a produzir tensões de tração significativas, 
o que exigiria a utilização de armadura e graute. E se o número de pontos sob essas 
condições for muito grande, a economia da obra estará irremediavelmente comprometida 
(RAMALHO e CORRÊA 2008). Para o caso especifico de alvenaria estrutural não armada, 
essa limitação de altura é de 8 pavimentos (KALIL, 2011).
O graute é aplicado nos vazados dos blocos com dois objetivos: o primeiro seria 
proporcionar a integração da armadura com a alvenaria, no caso de alvenaria estrutural 
armada ou em armaduras apenas de caráter construtivo. O segundo objetivo seria o fato 
de aumentar a resistência aos esforços de flexão, compressão e cisalhamento (SAMPAIO, 
2010). Para tanto, deve ter características no estado fresco que garantam o completo 
preenchimento dos furos e não pode ter retração que provoque o descolamento do 
mesmo das paredes dos blocos ou segregação dos elementos constituintes (NBR 15961-
2:2011).
Em uma análise conjunta com os projetistas de estrutura e de instalações, 
devem ser definidas algumas questões, como os blocos a serem utilizados, os níveis e 
a espessura das lajes, se haverá pilotis ou não, como serão os shafts, caixas de escada 
e elevador, caixas d’água, barriletes, varandas, sacadas, chaminés, garagens e demais 
detalhes, arquitetônios ou não, que possam necessitar de tratamento específico (TAUIL 
E NESSE, 2010).
É a partir da geometria que são analisadas as ações das cargas verticais 
(permanentes e acidentais) e das cargas horizontais (cargas de vento) (TAUIL E NESE, 
2010). Portanto, deve-se evitar formas L, U, T e X em planta, pois encarecem a estrutura 
e dificultam os cálculos. A distribuição das paredes resistentes pela área da planta deve 
ser equilibrada a fim de se obter uma simetria externa da edificação, com o intuito 
de garantir a estabilidade do edifício em relação às cargas horizontais, diminuindo o 
surgimento de esforços de torção (KALIL, 2011).
3 PATOLOGIAS E CUIDADOS PARA EVITÁ-LAS
Pode-se afirmar que há patologia em todo sistema ou subsistema quando esse 
apresenta problemas, falhas ou defeitos que comprometam uma ou mais funções do 
edifício, ou seja, quando não atende algum requisito de desempenho, especialmente 
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017
João de Jesus dos Santos e Bianca Cardoso Figueiredo
1 3 7
EN
G
EN
H
AR
IA
S
aqueles exigidos por legislação específica, regulamentação ou normalização 
técnica. 
Para tal desempenho, é necessário introduzir o uso de normas técnicas aplicáveis 
na aquisição e no emprego de materiais, na contratação de serviços e na construção em 
geral, uma vez que é exigência prevista no artigo 39, item VIII do Código de Defesa do 
Consumidor, que os produtos e serviços ofertados no mercado de consumo devem estar 
em acordo com as Normas da ABNT ou de qualquer outra entidade credenciada pelo 
CONMETRO, Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(FALCÃO BAUER, 2000). 
De acordo com Falcão Bauer (2000), as anomalias mais comuns encontradas em 
edifícios de alvenaria estrutural são eflorescências, infiltrações de água e fissuras. Sendo 
esta última destacada por ele e Mamede (2016) como a principal patologia desse sistema 
construtivo, decorrentes de erros de projetos, má execução, exemplificado na Figura 2, 
problemas com materiais e uso dos proprietários, podendo decorrer até mesmo por 
mais de um motivo, ressaltando a importância do conhecimento do correto método 
executivo e o acompanhamento de toda a concepção do empreendimento, desde a 
elaboração do projeto até seu acabamento.
Figura 2 - Rasgo na alvenaria para passagem de conduíte
Fonte: (Elaborada pela autora, 2017).
Com o objetivo de atender os requisitos de desempenho técnico das edificações 
especificados na NBR 15575 (2013), para estruturas emalvenaria estrutural armada de 
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 3 8
EN
G
EN
H
AR
IA
S
blocos de concreto, deverão ser tomados cuidados especiais nas fases de concepção e 
projeto, como a conceituação dos projetos arquitetônicos e estrutural; conhecimentos 
técnicos adquiridos com base em experiência nacional, visando à adequação e 
concepção dos projetos de fundação e estrutural; normalização técnica existente quanto 
à especificação dos materiais constituintes e procedimento de execução (FALCÃO BAUER, 
2000).
Quanto aos projetos, cada um deve ser elaborado conforme exigências e 
necessidades específicas de implantação da edificação, uma vez que estas variam 
conforme as características econômicas, culturais e sociais da população alvo. Quando 
um projeto não atende à exigência respectiva ao seu caso ou apresenta incompatibilidade 
com outros, pode-se afirmar que este torna o empreendimento suscetível a desenvolver 
patologia.
No que tange o projeto de arquitetura, na sua concepção são levados em 
consideração principalmente a geometria do prédio e a modulação da alvenaria, vertical 
e horizontal. A geometria e a volumetria de uma edificação informam quais serão as 
paredes portantes, de contraventamento e de vedação. A geometria aponta também 
a necessidade de juntas de dilatação e de juntas de controle. Segundo a NBR 15961-1 
(2011), devem ser previstas juntas de dilatação no máximo a cada 24 m, com o objetivo de 
absorver os movimentos que possam surgir na estrutura, provenientes, principalmente 
da variação de temperatura e retração. Já as juntas de controle tem a finalidade de 
prevenir o aparecimento de fissuras provocadas por variação de temperatura, retração, 
variação brusca de carregamento e variação da altura ou da espessura da parede.
De acordo com Mamede (2016), os fatores para prever juntas de controle são o 
cuidado com a retração dos blocos, fachadas ensolaradas (orientação), solicitar revisão 
do projeto com o arquiteto, buscar colocar juntas nas áreas úmidas e, ao posicionar as 
juntas ao lado das aberturas das janelas, tomar cuidado com o apoio das vergas.
No caso da fachada, o projeto deve contemplar o uso de beirais, pingadeiras e juntas 
“frisadas”, que evitam o contato direto da água com a alvenaria e, consequentemente, 
a penetração da umidade.
Para a escolha do tipo de fundação e posterior elaboração de seu projeto, é 
realizado o estudo do solo, para conhecimento mínimo de suas propriedades. Decidido 
o melhor tipo de fundação, o calculista e o arquiteto devem adotar medidas que 
aumentem a flexibilidade do edifício, como juntas na estrutura e desvinculação de 
paredes (MAMEDE, 2016).
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017
João de Jesus dos Santos e Bianca Cardoso Figueiredo
1 3 9
EN
G
EN
H
AR
IA
S
O projeto executivo é o responsável por apresentar as características gerais 
da estrutura, como número de pavimentos, faixa de resistência dos blocos, graute, 
argamassa e prismas ocos e cheios por pavimento, as idades de rompimento para 
controle das resistências, resistência do concreto e demais informações que o calculista 
julgue pertinente.
 O projeto de modulação da alvenaria é de extrema importância para a alvenaria 
estrutural, uma vez que está relacionado à estabilidade da edificação e a outros 
componentes que, no futuro do projeto e da obra, comporão toda a edificação pronta 
para uso (TAUIL E NESE, 2010).
Os projetos de instalações devem ser lançados com base no projeto de modulação 
da alvenaria e ser compatível com o projeto de elevação, para que as caixas elétricas 
e telefônicas coincidam com o furos nos blocos (PEDREIRA DE FREITAS et al, 2010) e 
as prumadas hidrossanitárias sejam localizadas em shafts, uma vez que é proibida a 
passagem de tubulações que conduzam fluidos dentro de paredes com função estrutural 
(NBR 15961-2, 2011).
Deve-se ter cuidado com a utilização das laterais de vão de porta para instalação 
de interruptores e cantos do perímetro para descida do sistema de SPDA (Sistema de 
Proteção Contra Descargas Atmosféricas), pois são pontos normalmente grauteados. 
Isso impossibilita o embutimento das caixas elétricas e, para o caso do SPDA, deve ser 
adicionada uma segunda barra de aço para a função.
Com relação à qualidade dos materiais devem ser tomados cuidados com os 
critérios de qualificação técnica dos fabricantes de blocos de estruturais e Qualificação 
técnica dos fabricantes e especificação técnica, mediante Normas Técnicas e Cadernos 
de Encargos (acordo-prévio). Por exemplo, no caso de blocos vazados de concreto deve-
se, com base na norma NBR 6136, especificar a resistência à compressão, a umidade, a 
absorção de água e as características dimensionais (FALCÃO BAUER, 2000).
Já para a argamassa de assentamento e grautes deve-se, com base na norma NBR 
8798, especificar a dosagem, a retenção de água e a resistência à compressão.
Durante a obra, deve ser verificada a resistência da alvenaria através de ensaios 
de blocos, prismas ou paredes, graute e argamassa (PEDREIRA DE FREITAS et al, 2010).
A resistência característica do elemento de alvenaria obtida nos ensaios deve ser 
maior ou igual ao especificado no projeto estrutural. A forma de controle das resistências 
depende da probabilidade relativa de ruptura da alvenaria em função da razão entre a 
resistência especificada em projeto e a obtida nos ensaios (NBR 15961-2:2011).
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 4 0
EN
G
EN
H
AR
IA
S
A execução da estrutura deve seguir um procedimento de mapeamento de 
laje, da transferência das linhas de eixo, marcação da alvenaria para enfim iniciar sua 
elevação. Este ultimo requer uma correta distribuição de blocos e uso de escantilhão, de 
forma a assegurar a correta modulação e prumo das paredes. Quando chegar na quinta 
ou sexta fiada, recomenda-se preencher com graute os furos dos blocos indicados em 
projeto, repetindo o processo ao chegar na penúltima fiada.
A última fiada é feita com bloco canaleta e é sempre armada e grauteda. O 
grauteamento deve ser feito antes do início da forma, para evitar que os blocos sejam 
quebrados durante a execução da mesma ou saia da posição assentada ao se for 
concretada junto com a laje.
Os esforços de encaixe da forma e batidas na montagem podem provocar 
pequenos deslocamentos na ultima fiada que formam pequenas fissuras na argamassa 
com o bloco, muito suscetíveis às patologias.
Os ferros de graute devem subir por toda a altura do ponto de graute, ficando 
como arranque para o pavimento de cima, a menos que o ponto exista apenas naquele 
mesmo pavimento, nesse caso ele deve ir até o bloco canaleta.
As paredes devem ser executadas apenas com blocos inteiros. Em situações de 
interfaces, como pilar-parede e parede de vedação-parede estrutural, recomenda-se o 
uso de telas, que podem ser aplicadas retas ou dobradas em “L” (PEDREIRA DE FREITAS 
et al, 2010). Elas também são usadas para amarração de paredes, e principalmente 
para bonecas de portas, que, se estiverem sem tela, correm o risco dos blocos soltarem 
conforme elevação dos demais pavimentos, que fazem a estrutura daquele pavimento 
resistir a um maior esforço de compressão.
A laje de cobertura, por ficar mais exposta ao sol, tende a se movimentar mais 
que o restante do edifício (PEDREIRA DE FREITAS et al, 2010). As lajes estarão expostas 
a grandes intensidades de radiação solar, e caso não sofram um processo cuidadoso de 
cura, apresentarão grande retração de secagem, com efeitos diretos sobre as paredes do 
último pavimento (MAMEDE, 2016). 
Essa movimentação gera fissuras (Figura 3), e para minimizá-las, são previstas em 
projeto juntas de dilataçãocom 2 cm preenchidas com isopor (PEDREIRA DE FREITAS et 
al, 2010), que podem absorver tanto as movimentações resultantes da retração quanto 
as movimentações térmicas (MAMEDE, 2016).
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017
João de Jesus dos Santos e Bianca Cardoso Figueiredo
1 4 1
EN
G
EN
H
AR
IA
S
Figura 3 - Dilatação térmica da laje de cobertura
Fonte: (Pedreira de Freitas et al, 2010).
Além disso, na junta da ultima fiada com a laje de cobertura é colocado um 
material para evitar a ligação entre os elementos, permitindo a livre movimentação da 
laje, conforme mostrado nas Figuras 4 e 5.
Figura 4 – Material redutor de atrito entre última fiada de blocos e a laje de cobertura
Fonte: (Pedreira de Freitas et al, 2010).
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 4 2
EN
G
EN
H
AR
IA
S
Figura 5 – Junta separada por manta
Fonte: (Elaborada pela autora, 2017).
Nas fachadas, os frisos são detalhes construtivos feitos para esconder as pequenas 
fissuras que em certos casos são inevitáveis. Sua posição depende do sistema construtivo 
adotado para as lajes, desde que haja revestimento (PEDREIRA DE FREITAS et al, 2010).
4 RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL
A recuperação e o reforço estrutural tem como objetivo restabelecer as condições 
originais da estrutura, tratando as patologias desenvolvidas. 
De modo geral, para que isso ocorra, deve-se primeiro identificar a patologia, 
avaliando as possíveis causas para corrigi-la e finalmente tratar a patologia.
Como dito no tem 3, as patologias mais comuns no sistema de alvenaria estrutural 
são as eflorescências, infiltrações de água e fissuras. 
Para que ocorra eflorescência, são necessários sais solúveis, presença de água 
e pressão hidrostática. Portanto, Falcão Bauer (2000) afirma que, para evitar essa 
anomalia, deve-se eliminar uma dessas três condições e para tal é necessário identificar 
a origem de cada uma delas.
Identificada e tratada a causa da infiltração e secado o revestimento, pode ser 
feita a remoção da eflorescência através da escovação da superfície e, se necessário, 
reparo da região com pulverulência (FALCÃO BAUER, 2000). 
A umidade responsável pelo desenvolvimento de patologias tem duas prováveis 
origens, o solo e as precipitações.
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017
João de Jesus dos Santos e Bianca Cardoso Figueiredo
1 4 3
EN
G
EN
H
AR
IA
S
Os sintomas de infiltrações devido à umidade de precipitação são, no geral, 
visíveis nos cantos dos tetos e no entorno das janelas. 
O tratamento para esse tipo de patologia passa, inicialmente, pela eliminação 
da umidade por um processo adequado, devendo também atuar sobre as causas para 
impedir novo umedecimento das áreas afetadas.
A recuperação do componente trincado só pode ser feita após se chegar a um 
diagnóstico seguro e saber até que ponto está comprometida a estrutura.
Entendido que a fissuração não compromete a segurança da estrutura, deve-se 
analisar os diversos aspectos de desempenho da estrutura e questões como o estágio de 
avanço do movimento que deu origem à trinca, possibilidade de adoção de um reparo 
definitivo ou provisório e o melhor período para a execução do mesmo, para então 
definir o processo de recuperação, que será condicionado pela movimentação prevista 
da trinca (THOMAZ, 1989).
No caso de estruturas mistas, isto é, alvenaria estrutural com pilares e vigas de 
concreto, Thomaz (1989) afirma que os destacamentos entre pilares e paredes poderão 
ser recuperados com uso de material flexível no encontro entre as peças. Nas paredes 
revestidas, quando há retração da alvenaria, poderá ser empregada uma tela metálica 
leve, como a tela de estuque, inserida na nova argamassa a ser aplicada, transpassando 
o pilar aproximadamente 20 cm para cada lado. Nesse tipo de recuperação a tela poderá 
ser fixada na alvenaria com pregos ou cravos de metal e deverá estar medianamente 
distendida. A alvenaria e o pilar deverão ser chapiscados após a colocação da tela.
Nas paredes longas com fissuras intermediárias, Thomaz (1989) recomenda a 
criação de juntas de movimentação nos locais de ocorrência das fissuras.
A recuperação de fissuras ativas, desde que os movimentos não sejam muito 
pronunciados, poderá também ser tratada pela pintura da parede. Nesse caso, a pintura 
deve ser reforçada com tela de nylon ou polipropileno, com aproximadamente 10 cm de 
largura, requerendo-se a aplicação de seis a oito demãos de tinta. Sempre que possível, 
no entanto, a recuperação deve ser efetuada com selantes flexíveis (poliuretano, silicone 
etc.).
Nas lajes de cobertura apoiadas em alvenaria portante, além de melhorar 
a isolação térmica da cobertura, pode ser feito o escoramento da laje, a remoção da 
ultima junta de assentamento e a introdução, nessa junta, de material deformável. 
Quando o escoramento da laje for impossível, pode ser feita a raspagem da junta até 
uma profundidade aproximada de 10 mm e depois preenchê-la com selante flexível 
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 4 4
EN
G
EN
H
AR
IA
S
(THOMAZ, 1989). 
As fissuras provenientes da concentração de tensões só serão eficientemente 
recuperadas caso se consiga uma melhor distribuição das tensões no trecho de parede 
carregado. Assim, para o caso de cargas concentradas transmitidas por vigas, há 
necessidade de escorar-se a viga e construir sob a mesma um coxim de distribuição. 
Na região de abertura de porta ou janela, o comprimento de apoio da verga deverá ser 
aumentado, podendo-se introduzir entre a verga e a alvenaria chapas de aço ou então 
colocar uma segunda verga com comprimento maior que a já existente sobre a mesma.
A recuperação das paredes trincadas e o reforço das alvenarias portantes podem 
ser feitas com a introdução de armaduras nas paredes, ancoradas com argamassa rica 
em cimento e posicionadas perpendicularmente à direção das fissuras.
A forma mais simples de reforçar a estrutura em alvenaria estrutural é através 
do aumento da quantidade dos pontos grauteados ao longo da parede. Isso pode ser 
feito através da quebra do bloco imediatamente abaixo do bloco canaleta e acoplando 
uma fôrma de madeira para despejar o graute. Visitas devem ser deixadas conforme 
procedimento normal de execução para inspeção.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A alvenaria estrutural é um sistema relativamente simples, composto basicamente 
por blocos estruturais, argamassa, armadura e graute, mas com boa capacidade portante, 
que se deve a combinação dos seus elementos e a forma como interagem um com o 
outro. 
Assim como os demais sistemas estruturais, esse sistema possui vantagens e 
desvantagens, estando a seu favor, principalmente, a economia proporcionada em 
função do baixo preço dos materiais e a velocidade de execução.
No entanto, sua adoção deve levar em conta o tipo de uso da edificição e o padrão 
do empreendimento. Outro ponto importante a ser analisado ainda é a relação do custo 
com o número de pavimentos dos prédios para a viabilidade da adoção desse sistema.
Além disso, esse sistema requer uma atenção redobrada durante a execução da 
alvenaria, a conferência do serviço logo após sua execução e o acompanhamento real do 
controle tecnológico, através de ensaios de prismas, bloco, graute e argamassa. 
Outro fator que precisa de atenção é a elaboração dos projetos. Sendo o cálculo 
estrutural, a base para garantir a segurança da estrutura, se faz necessário também que 
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017
João de Jesus dos Santos e Bianca Cardoso Figueiredo
1 4 5
EN
G
EN
H
AR
IA
S
isso seja expresso de forma clara e simples em projetos executivos,de modo que não 
deixe margem para interpretações erradas.
Essas medidas devem ser tomadas a fim de se evitar o desenvolvimento de 
patologias, que comprometem o desempenho da edificação quanto aos seus requisitos 
especificados por norma para habitabilidade, de forma a preservar a segurança e bem 
estar dos moradores.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961: Alvenaria estrutural — 
Blocos de concreto Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro, 2011. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961: Alvenaria estrutural — 
Blocos de concreto Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro, 2011. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Desempenho de 
edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013.
BAUER, L.A. Falcão. Materiais de construção. 5ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. v.1 p429-
439.
KALIL, Silvia Maria Baptista. Alvenaria Estrutural. São Paulo: Pontifícia Universidade 
Católica, 2011.
MAMEDE, Fabiana. Projeto em alvenaria estrutural. Especialização em engenharia das 
estruturas.
São Paulo: Universidade de Lins. Notas de aula, abril 2016.
PEDREIRA DE FREITAS, Augusto G. et al. Caderno de Recomendações: Alvenaria 
Estrutural. Revisão 2, 2010. Diponível em:< http://www.pedreira.eng.br/>. Acesso em: 
1 de maio de 2016.
RAMALHO, Marcio A.; CORRÊA, Márcio R. S. Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural. 
1ª Ed. São Paulo: Pini Ltda., 2008.
SAMPAIO, Marliane Brito. Fissuras em Edifícios Residenciais em Alvenaria Estrutural. 
São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010.
PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Projectus | Rio de Janeiro | v. 2 | n. 4 | p. 134-146 | 2017 1 4 6
EN
G
EN
H
AR
IA
S
TAUIL, Carlos Alberto; NESSE, Flávio José Martins. Alvenaria Estrutural. 1ª Ed. São Paulo: 
Pini Ltda., 2010.
THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Editora 
Pini, 1989.

Outros materiais