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Análise dos sistemas construtivos

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W
BA
07
42
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1.
2
ANÁLISE DOS SISTEMAS 
CONSTRUTIVOS 
22 
Bianca Oliveira
Rafael Rambalducci Kerst
Wellington Douglas dos Santos
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Análise dos Sistemas Construtivos
1ª edição
33 3
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Hudson Goto / Rafael Rambalducci Kerst
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Santos, Wellington Douglas dos
S237a Análise dos sistemas construtivos / Wellington Douglas 
dos Santos, Rafael Rambalducci Kerst, Bianca Oliveira. – 
Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019.
157 p.
 
ISBN 978-85-522-1547-9
 
1. Projeto estrutural. 2. Estruturas metálicas. 3. Concreto 
armado. I. Santos, Wellington Douglas dos. II. Kerst, Rafael 
Rambalducci. III. Oliveira, Bianca. IV. Título
 
CDD 620
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
44 
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Histórico dos principais sistemas construtivos 6
Sistemas construtivos convencionais 28
Sistemas construtivos em concreto armado e pré-moldado 46
Sistemas construtivos em aço 68
Inovações tecnológicas 85
A compatibilização de projetos e a metodologia BIM 102
Materiais de baixo impacto ambiental 123
ANÁLISE DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
55 5
Apresentação da disciplina
Caro aluno, conhecer as características dos sistemas construtivos 
configura uma vantagem nas tomadas de decisões. Com soluções mais 
assertivas, o resultado é a melhoria da produtividade, redução de custos, 
otimização de recursos e qualidade no produto. Estas características 
definem as empresas e profissionais que se mantêm competitivos 
no mercado.
Diante desta realidade, esta disciplina aborda a análise dos sistemas 
construtivos, apresentando um texto básico sobre as características 
e os detalhes dos principais sistemas construtivos utilizados. Para tal, 
usaremos as normas técnicas brasileiras e apresentaremos exemplos de 
soluções em casos reais.
Dividimos o conteúdo em sete temas, sendo que o Tema 1 discorre 
sobre o histórico dos sistemas construtivos, o Tema 2 aborda os 
sistemas construtivos convencionais, o Tema 3 apresenta os sistemas 
construtivos em concreto armado e pré-moldado, o Tema 4 apresenta 
os sistemas construtivos em aço, o Tema 5 discorre sobre as principais 
inovações tecnológicas, o Tema 6 aborda a metodologia BIM e a 
compatibilização das especialidades de projeto na construção, e, por fim, 
o Tema 7 apresenta os materiais de baixo impacto ambiental.
Os assuntos abordados nesta disciplina foram expostos de modo a 
fornecer uma visão geral ao profissional, contribuindo para a análise 
dos sistemas construtivos, com exemplos próximos aos desafios 
que serão enfrentados no dia a dia, facilitando assim as tomadas de 
decisões. Portanto, é importante dedicar-se, sanar todas as dúvidas e se 
aprofundar no assunto consultando as bibliografias indicadas. Vamos lá?
666 
Histórico dos principais 
sistemas construtivos
Autor: Wellington Douglas dos Santos
Objetivos
• Apresentar a evolução histórica dos principais 
sistemas construtivos;
• Apresentar os principais marcos de cada um dos 
sistemas construtivos;
• Apresentar alguns fatores do emprego de cada um 
dos sistemas ao longo dos anos.
77 7
1. Evolução histórica dos sistemas construtivos
A história mostra que a evolução das técnicas construtivas foi uma parte 
essencial do esforço humano. Desde a revolução industrial os cálculos são 
baseados em normas regulamentadoras, conceitos de mecânica e testes 
exaustivos em laboratório para desenvolver os projetos estruturais.
Entretanto, muitas construções do passado foram executadas por 
tentativa e erro e por regras fundamentadas em experiências. De fato, 
as pirâmides egípcias (cerca de 3000 a.C.), os templos gregos (500-200 
a.C.), o Coliseu e os aquedutos romanos (200 a.C - 200 d.C.), além de 
ainda existirem, são provas da capacidade humana.
1.1 Evolução histórica das estruturas em alvenaria
Segundo Kerst (2018), a alvenaria estrutural é um sistema construtivo 
no qual as paredes desempenham, simultaneamente, função de 
estrutura e de vedação.
O tijolo, ou bloco cerâmico, é o material manufaturado para construção 
mais antigo que existe até hoje. De acordo com Brock (1994), foram 
feitas escavações em Jericó que revelaram a existência desse material 
desde seis mil anos antes de Cristo. Os principais fatores que 
colaboraram para a permanência dele na sociedade foram a facilidade 
de produção, assim como a forte demanda.
Ainda segundo Brock (1994), os tijolos levavam vantagem em 
relação às pedras, pois não eram tão pesados, entretanto somente 
se estabeleceram em 532 d.C., na reconstrução da Hagia de Sophia 
(Figura 1), em Constantinopla, pelo projeto de Anthemius of Tralles, um 
dos maiores arquitetos e engenheiro da época. Tendo em vista que a 
abóbada ou cúpula possuía 34 a 66 metros de altura, era necessário 
um material mais leve para conseguir vencer tal vão, portanto foi 
utilizado o tijolo queimado.
88 
Figura 1 – Interior da Hagia de Sophia
Fonte: nicolamargaret/iStock.com.
Sendo um dos mais antigos sistemas de construção da humanidade, 
a alvenaria estrutural se originou na pré-história. Isso porque as 
obras mais grandiosas possuíam paredes de grande espessura, 
construídas em bloco cerâmico ou em pedra. Tal espessura era 
reflexo dos sistemas de dimensionamento rudimentares baseados 
em dados empíricos e nos conhecimentos adquiridos ao longo dos 
anos. E esse tipo de sistema predominou até o início do século XX. 
Inicialmente era executado com tijolo cerâmico queimado ou pedra 
assentada com argila e betume, posteriormente foram executadas 
com cal, pozolana e cimento Portland, com o advento desses 
materiais (ALLEN; IANO; 2013).
O dimensionamento da alvenaria estrutural era baseado em dados 
empíricos, em consequência disso as paredes eram extremamente 
grossas. Caso contrário, a estrutura não seria capaz de suportar o peso 
dos andares superiores e de realizar o contraventamento, entretanto tal 
conceito encarecia demais as estruturas.
99 9
PARA SABER MAIS
O Edifício Monadnock (Figura 2) é um exemplo que 
marcou para sempre a história da alvenaria, pois possui 16 
pavimentos com 65 metros de altura total e paredes com 
180 cm de espessura no pavimento térreo.
Figura 2 – Edifício Monadnock
Fonte: stevegeer/iStock.com.
Tendo em vista a evolução dos métodos de cálculo, da tecnologia do metal 
e do aperfeiçoamento do cimento, as estruturas em aço e em concreto 
armado se tornam os sistemas estruturais predominantes até a metade 
do século XX. Alguns fatores contribuíram para este fato, pois as estruturas 
ocupavam área menor frente às em alvenaria estrural, além de custo e 
peso mais baixo na época (MOHAMAD; MACHADO; JANTSCH, 2017).
1010 
De acordo com Mohamad, Machado e Jantsch(2017), somente nos 
anos 50, como uma forma de suprir a escassez do concreto no período 
pós-guerra, que o professor Paul Haller, na Suíça, iniciou vários testes 
em paredes de alvenaria. Os testes realizados pelo professor são um 
marco da alvenaria moderna. Neste mesmo período foram difundidas 
as normas que auxiliam nos cálculos de espessura das paredes e 
resistência das alvenarias. Tais métodos foram baseados em cálculos 
mais racionais e em experimentos de laboratório. Os empreendimentos 
executados em solo suíço foram tão bem-sucedidos que são 
considerados os responsáveis pela ressurreição do sistema construtivo 
em solo europeu, tendo em vista a quantidade de prédios considerados 
altos com paredes esbeltas que foram executados.
As décadas de 60 e 70 marcam o período em que os modelos 
matemáticos foram aperfeiçoados e inúmeras pesquisas experimentais 
foram desenvolvidas. O objetivo era encontrar projetos que resistissem 
cada vez mais às cargas estáticas e dinâmicas (vento e sismo), além de 
outros tipos de ações (impactos).
A alvenaria estrutural no Brasil inicia no período colonial, utilizando 
tijolo de barro cru, taipa de pilão e pedra. A partir de 1850 foi que 
apareceram os primeiros avanços do sistema construtivo, pois já se 
fazia o uso de tijolo de barro cozido que proporcionava construções 
mais impermeáveis e com vãos maiores. A precisão dimensional dos 
blocos cerâmicos, no final do século XIX, permitiu que a execução fosse 
mais racionalizada e industrializada.
Entretanto, é neste mesmo período que as estruturas metálicas estavam 
em alta na Europa e a importação para solo brasileiro era relativamente 
facilitada. Portanto, utilizou-se esse sistema nas grandes obras nacionais 
até a década de 20. São exemplos desse período o Viaduto Santa 
Efigênia (Figura 3) e a Estação da Luz (Figura 4), ambos em São Paulo.
1111 11
Figura 3 – Viaduto Santa Efigênia
Fonte:josemoraes/iStock.com.
Figura 4 – Interior da Estação da luz
Fonte: AllisonGinadaio/iStock.com.
1212 
Pelo mesmo motivo, uma parcela grande do mercado das edificações 
residenciais e comerciais foi dominada pelas estrutruras de concreto 
armado. Principalmente após a primeira guerra mundial, tendo em vista 
que a indústria de cimento Portland foi instalada e assim sacramentou o 
uso desse tipo de sistema construtivo. Como exemplo deste marco está 
o Edifício Martinelli (Figura 5), em São Paulo, com 30 andares.
Figura 5 – Edifício Martinelli
Fonte: wsfurlan/iStock.com.
Nesse período, as unidades de alvenaria produzidas no país eram 
limitadas em alvenarias de vedação. Somente na década de 60 que 
a alvenaria estrutural é difundida no Brasil, os prédios possuíam até 
4 pavimentos e eram construídos com blocos vazados de concreto e 
as normas americanas baseavam as tecnologias e os procedimentos 
empregados. Neste cenário, São Paulo era o estado que mais empregava 
este sistema construtivo, contribuindo para a difusão da alvenaria 
estrutural e sua produção em larga escala. Nesta fase, os blocos sílico-
calcários e cerâmicos também são empregados nos projetos. Como 
1313 13
exemplo desta fase está a construção do edifício residencial Solar dos 
Alcântaras em São Paulo/SP, que possuía 24 pavimentos com espessura 
dos blocos em 14 cm (MOHAMAD; MACHADO; JANTSCH, 2017).
1.2 Evolução histórica da estruturas em aço
Segundo Pfeil e Pfeil (2014), na construção civil, o primeiro material 
metálico a ser empregado foi o ferro fundido. Pontes treliçadas ou em 
arco foram construídas entre os anos 1780 e 1820, utilizando elementos 
em compressão de ferro fundido. Na Inglaterra em 1779, com vão de 30 
metros em arco, foi construída a primeira ponte em ferro fundido. Ela foi 
construída sobre o rio Severn e batizada de Coalbrookdale (Figura 6).
Figura 6 – Ponte Coalbrookdale
Fonte: stevebrowne/iStock.com.
O uso de ferro forjado já havia sido utilizado no final do século XVIII, 
eles formavam os elementos portantes, em forma de correntes, das 
pontes suspensas. No País de Gales, existe uma ponte que pode ser 
considerada referência dessa época, a ponte suspensa de Menai 
1414 
(Figura 7), que possui vão de 175 metros, construída entre os anos 
1819 e 1826. Em virtude da resistência à corroção ser muito boa é 
que as obras desse tipo estão em perfeito estado. (PFEIL; PFEIL, 2014). 
Um exemplo que pode ser encontrado no Brasil é a Ponte da Parahyba 
sobre o rio Paraíba do Sul, ela possui 30 metros de vão na forma de 
arcos atirantados feitos de ferro fundido. Tal obra foi inaugurada em 
1857, no Rio de Janeiro.
Figura 7 – Ponte Menai
Fonte: JohnDavies49/iStock.com.
De acordo com Pfeil e Pfeil (2014), o declínio do uso de ferro fundido 
é sentido em meados do século XIX, em virtude da maior segurança 
que o ferro forjado apresentava, desta forma, ele foi empregado nas 
obras de maior importância nos anos 1850 e 1880. Embora o aço 
fosse um material bastante conhecido, não havia disponibilidade com 
preço que fizesse jus ao investimento. Portanto, era necessário que o 
processo de fabricação fosse industrializado. Em vista disso, o inglês 
Henry Bessemer, em 1856, por meio de um forno que ele inventou, 
iniciou a produção do aço em larga escala. Com o desenvolvimento de 
1515 15
fornos maiores, pelos irmãos Matin, em 1864, o aço é introduzido e 
rapidamente substitui o ferro fundido e o forjado.
Duas obras típicas dessa época são o Viaduc de Garabit (Figura 8), 
no Sul da França, ponte em arco biarticulado, com 165 m de vão e 
construída por G. Eiffel em 1884, e a Estação Ferroviária Quai d’Orsay, 
em Paris, inaugurada em 1900. A ponte Firth of Forth (Figura 9), na 
Escócia, construída em 1890, com seus 521 m de vão, constituiu um 
recorde mundial.
Figura 8 – Viaduc de Garabit
Fonte: Ocni Design/iStock.com.
Figura 9 – Ponte Firth of Forth
Fonte: JohnFScott/iStock.com.
1616 
De acordo com Pfeil e Pfeil (2014), o emprego de aço-carbono com 
resistência à ruptura de aproximadamente 370 MPa, nas obras até 
meados do século XX, era quase uma unanimidade. Foi na década de 
50 que se iniciou o emprego em escala dos aços de maior resistência. 
Foi nas décadas de 60 e 70 que o emprego de aços de baixa liga foi 
difundido. Nesta época já se trabalhava com as peças com ou sem 
tratamento térmico, além disso as estruturas já eram projetadas 
considerando os pontos de maiores tensões, ou seja, o emprego das 
peças mais resitentes iriam nestes pontos.
De acordo com Allen e Iano (2013), a indústria siderúrgica no Brasil 
foi desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial. O grande marco 
foi a implantação, em Volta Redonda no Rio de Janeiro, da Usina 
Presidente Vargas da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional. Até o 
ano de 2019 foram criadas diversas usinas siderúrgicas que estão 
aptas para a fabricação de produtos para estruturas de tamanho 
considerável. O primeiro edifício alto em estrutura metálica do Brasil 
é o Edifício Avenida Central, no Rio de Janeiro, cujas peças foram 
produzidas em 1961 pela FEM – Fábrica de Estruturas Metálicas da 
CSN. As estruturas e as peças metálicas adquiriram formas arrojadas 
e funcionais, em virtude do desenvolvimento de novas tecnologias e 
novos processos de fabricação.
De acordo com Pfeil e Pfeil (2014), com o desenvolvimento da ciência 
das construções e da metalurgia, as estruturas metálicas adquiriram 
formas funcionais e arrojadas, constituindo-se em verdadeiros trunfos 
da tecnologia. No Brasil podemos citar os vãos metálicos da Ponte Rio-
Niterói (Figura 10), com vãos laterais de 200 m e vão central de 300 m, 
recorde mundial em viga reta.
1717 17
Figura 10 – Ponte Rio-Niterói
Fonte: pabst_ell/iStock.com.
1.3 Evolução histórica das estruturas em concreto armado
De acordo com Allen e Iano (2013), a origem do cimento Portland é 
datada em 1824, quando o inglês Joseph Aspdin patenteou um cimento 
artificial que levava o nome da cidade em que originava as rochas 
calcárias, Portland, na Inglaterra. O nome logo teve grande aceitação e é 
utilizado até hoje.
SegundoBastos (2006), os primeiros registros de associação de metal 
com outro tipo de material são da época dos romanos, com a inclusão 
em argamassa de pozolana e posteriormente em 1770, em Paris, foi feita 
a associação de ferro com pedra.
1818 
Entretanto, de acordo com Allen e Iano (2013), é possível que o concreto 
armado tenha surgido em 1849, também na França, para a construção 
de um Barco, sendo o primeiro material registrado na história que tinha 
como proprietário Lambot. A argamassa era preenchida com telas de 
fios finos de ferro.
Utilizando argamassa de cimento com armadura de arame para 
fabricação de vasos e, posteriormente, reservatórios de 25 até 200 m³ e 
uma ponte de 16,5 m, que o francês Mounier, em 1861, deu início ao que 
chamamos de concreto armado, pois até a década de 20 era chamado 
de “cimento armado” (BASTOS, 2006).
Em 1850, através de ensaios de laboratório, o norte americano Hyatt 
conseguiu verificar qual a função que a armadura possuía com o 
concreto. Entretanto, tais pesquisas não foram publicadas em canais 
científicos, portanto não obtiveram grande repercussão (ALLEN; IANO, 
2013). O francês Hennebique, após Hyatt, foi o primeiro a compreender 
tal função, verificou que além das armaduras retas, que resistiam aos 
esforços de tração, era necessário incluir também armaduras na zona de 
compressão, posicionadas em diagonal. Em vista disso, foi o precursor 
na utilização de estribos para resistir às forças cortantes, além de criar 
as vigas T (VASCONCELOS, 2002).
De acordo com Bastos (2006), as primeiras normas de cálculo de 
concreto armado são resultado da teoria de Mörsch, que em 1902 
desenvolveu o que é considerado o primeiro trabalho mais consistente 
sobre o dimensionamento de peças de concreto armado. Uma das 
maiores invenções em concreto armado é a treliça clássica de Mörsch, 
que embora tenha mais de 100 anos, permanece aceita.
1.4 Evolução histórica das estruturas pré-moldadas
As construções em pré-fabricados de concreto foram bastante 
disseminadas no período pós-Segunda Guerra Mundial, tendo em vista 
a destruição que ela provocou, principalmente na Europa, em que houve 
1919 19
a necessidade de se construir em larga escala. De acordo com Salas 
(1988), é possível definir que o emprego dos pré-fabricados seja dividido 
em 3 etapas distintas.
• Período de 1950 a 1970: após a Segunda Guerra, várias cidades da 
Europa foram dizimadas e houve a necessidade de implantação 
rápida de serviços básicos para a sociedade, como escolas, 
hospitais e até indústrias, para fazer a economia girar. Portanto 
optou-se pela execução de edifícios pré-fabricados, em que os 
componentes partiam do mesmo fornecedor. Tendo em vista 
a urgência para implementação das edificações, os projetos 
apresentados eram bastante uniformes, principalmente na 
área de habitação. Possuíam pouca ou nenhuma variação 
arquitetônica entre eles. Isso fez com que fosse criado esse 
estigma da construção pré-fabricada. Vale lembrar que não foi 
possível realizar avaliações de desempenho antes da execução 
massiva, por isso houve o surgimento de várias patologias.
• Período de 1970 a 1980: momento chave para o 
desenvolvimento dos pré-fabricados, pois neste período 
determinadas edificações apresentaram acidentes com painéis 
pré-fabricados. Em vista disso, uma revisão minuciosa foi 
realizada nos processos construtivos. Além disso, em virtude do 
baixo tempo de vida útil e pouca variação arquitetônica, esse 
sistema sofreu uma grande rejeição social, acarretando o início 
do declínio do sistema na Europa.
• Após 1980: em virtude das patologias, rejeição social, baixo 
tempo de vida útil das edicações, elas passaram pelo processo de 
demolição, principalmente dos conjuntos habitacionais. Essa fase 
consolida a pré-fabricação baseada em componentes de origens 
diversas e que são compatíveis, chamada de ciclo aberto.
O ciclo aberto permite que os componentes sejam destinados ao 
mercado, ao contrário do ciclo fechado, em que eles eram destinados 
às necessidades de uma só empresa. A proposta dos sistemas 
2020 
pré-fabricados era a padronização dos componentes pré-fabricados, 
possibilitando a compatibilização entre elementos e subsistemas. 
Em consequência disso estes elementos possibilitavam a associação 
com produtos de outros fabricantes.
A partir dos anos 90 os projetistas verificaram que era possível aplicar 
acabamentos de alta qualidade nos elementos pré-moldados, tendo 
em vista o alto grau de especificação. No entanto, a concepção e a 
execução dos projetos precisaram passar por mudanças para que 
conseguissem se adequar a esta nova realidade tecnológica. Para que 
se utilizasse ao máximo a otimização dos componentes que formam a 
edificação, foi necessário que a indústria da construção se adequasse 
para o projeto multifuncional.
Tendo em vista que assim como os componentes eram “abertos”, os 
sistemas também eram, e por consequência o projeto necessitava ser 
aberto e flexível. Desta forma, foram chamados de “flexibilizados” a 
terceira geração de pré-fabricados.
Vale lembrar que o conceito desse sistema deve ultrapassar os limites 
da fábrica, sendo possível produzir os componentes no canteiro 
de obras, como é o caso do sistema “Tilt-up”, em que as paredes, 
executadas sobre um piso de concreto “in loco” e moldadas na 
horizontal, permitem a introdução de esquadrias e acabamentos 
dos mais diversos. Em virtude do peso, necessitam de guindastes 
para realização da instalação sobre os blocos de fundação que foram 
executados anteriormente (ALLEN; IANO, 2013).
Tendo em vista que o Brasil não sofreu com as destruições causadas 
pela Segunda Guerra Mundial, não houve o mote para construir em 
larga escala como na Europa. Entretanto, no Rio de Janeiro, mais 
precisamente o hipódromo da Gávea, foi construído utilizando 
elementos pré-fabricados. Foi executada em 1926, por uma empresa 
dinarmarquesa chamada Christiani-Nielsen, que possuía filial no Brasil 
nesta época. Dentre os elementos pré-fabricados é possível citar as 
estacas de fundação e as cercas no perímetro (VASCONCELOS, 2002).
2121 21
Embora a obra do hipódromo tenha dado resultado, foi na década de 
50 que a busca pela racionalização e a consequente industrialização 
de sistemas construtivos teve seu advento. Vasconcelos (2002) cita 
que neste período vários galpões pré-moldados foram executados 
pela Construtora Mauá na cidade de São Paulo, sendo ela especialista 
em construções industriais. O processo de produção consistia em 
executar as peças deitadas, apoiadas umas nas outras horizontalmente, 
separadas por papel parafinado.
Tendo em vista que não havia a necessidade de aguardar a cura total 
das peças, a produção economizava tempo e espaço no canteiro, pois 
poderiam formar pilhas com 10 peças. A extensão do escoramento 
era reduzida, pois as formas subiam conforme a cura do concreto. 
Curtume Franco-Brasileiro foi a primeira fábrica em que a Construtora 
Mauá iniciou a pré-fabricação em canteiro. Formando tesouras no 
formato de viga Vierendeel, a estrutura era original e incrivelmente leve 
(VASCONCELOS, 2002).
De acordo com Vasconcelos (2002), o conjunto residencial da 
Universidade de São Paulo – CRUSP foi a primeira tentativa de execução 
de edifícios altos com estrutura reticulada no Brasil. Ele está localizado 
em São Paulo na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira. 
O FUNDUSP (Fundo de Construção da Universidade de São Paulo) 
que projetou o conjunto formado por doze prédios que possuíam 
12 pavimentos cada. A intenção era que servisse de moradia para os 
alunos oriundos de outros municípios. Embora durante a execução a 
empresa tenha realizado um trabalho digno da perfeição, houveram 
alguns problemas em decorrência da inexperiência da mão de obra, 
tendo em vista o pioneirismo do projeto. Havia bastante espaço para 
o canteiro, em vista disso foi possível produzir e armazenar as peças 
que compunham a estrutura. Espaço este que não seria encontrado em 
obras atuais nos grandescentros urbanos.
2222 
Em virtude do alto índice do crescimento populacional no final da 
década de 50, o Brasil começou a apresentar problemas de déficit 
habitacional, chegou num ponto em que o governo precisou intervir 
e criar, em 1966, o BNH (Banco Nacional da Habitação), que possuía 
duas funções principais: redução do défit habitacional e impulsionar o 
setor da construção civil, que segundo dados do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística – IBGE (1987), o setor detinha 5% do PIB.
Com o intuito de gerar emprego, o BNH desestimulou que as obras do 
setor habitacional fossem executadas em estruturas pré-fabricadas. 
Tal medida poderia atrasar ainda mais o desenvolvimento do sistema 
construtivo, entretanto alguns empresários do setor investiram 
no sistema, imaginando que num futuro próximo esse cenário se 
reverteria (OLIVEIRA, 2002).
De acordo com Oliveira (2002), ao final da década de 70 o BNH alterou 
as diretrizes para conseguir atingir a parcela da população de menor 
poder aquisitivo. Para isso, incitou, de maneira singela, a entrada de 
tecnologias inovadoras, e uma delas foi a construção com elementos 
de concreto pré-fabricados.
Patrocinando a pesquisa e o desenvolvimento de alguns processos 
construtivos baseados em componentes pré-fabricados, foram criados 
canteiros experimentais, em 1978. Na Bahia foi executado o Narandiba; 
em 1980, em São Paulo, o Carapicuíba VII e, em 1981, também em São 
Paulo, o Jardim São Paulo. Entretanto, além de problemas patológicos, 
começaram a aparecer também problemas funcionais das edificações, 
inviabilizando o custo de manutenção, e em vista disso houve a 
necessidade de demolição de alguns deles (OLIVEIRA, 2002).
A COHAB – SP (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), 
em 1983, denunciou, por meio de relatórios técnicos, a situação das 
moradias, que era precária. Houve a necessidade de estudo mais 
2323 23
aprofundado, então o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) concluiu 
que a demolição era o meio mais viável de solucionar os problemas, 
tendo em vista que os materiais empregados na produção dos painéis 
eram inadequados, além da extrema deficiência das peças estruturais 
somada com a presença de corrosão das armaduras das peças 
estruturais (OLIVEIRA, 2002).
Segundo Oliveira (2002), após fatos como este, os pré-fabricados 
praticamente deixaram de existir na década de 80, tendo seu retorno 
apenas na década de 90, devido principalmente ao desenvolvimento da 
cidade de São Paulo, que passou a receber grandes investimentos.
Conhecer o histórico dos sistemas construtivos faz com que você 
possa identificar as dificuldades e as particularidades que o homem 
passou para desenvolver cada um dos materiais. Você vai entender que 
para conseguir desenvolver obras icônicas e marcanrtes é necessário 
compreender o passado, aprender com os erros e com os acertos de 
quem já construiu.
TEORIA EM PRÁTICA
Você foi recém-contratado por uma empresa no cargo 
de Engenheiro Júnior e a sua empresa foi contratada 
para desenvolver o projeto de um posto de combustíveis. 
O posto em questão será para atender grande fluxo 
de caminhões e de pedestres. Em virtude dos custos 
envolvidos, há a necessidade de executar a obra o mais 
rápido possível, mas existe a previsão de realizar aumento 
na estrutura num futuro próximo. Você conseguiria indicar 
o método construtivo para execução desta obra?
2424 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. O tijolo é o produto manufaturado mais antigo que 
foi utilizado na construção civil até hoje. Escavações 
realizadas em Jericó demonstraram que ele já era 
empregado há 6 mil anos antes de Cristo. Com base 
no texto, assinale a alternativa correta.
a. O tijolo não é utilizado atualmente, pois há outras 
tecnologias que o substituíram.
b. O tijolo não leva vantagem sobre a pedra, pois é mais 
denso e de difícil produção, sendo que as rochas estão 
à disposição na natureza.
c. O emprego do tijolo foi realmente difundido após a 
execução da Hagia de Sophia em Constantinopla.
d. Tendo em vista seu formato retangular, não é 
possível executar obras em arco.
e. Sempre foi empregado na construção civil o tijolo 
cerâmico queimado.
2. Antes da implementação de normas, os projetos de 
alvenaria eram realizados com base empírica, com isso 
as estruturas ficavam muito robustas, inviabilizando a 
execução pelo tempo e pelo custo.
Com base nas informações contidas no texto, 
assinale a alternativa correta.
a. Houve um grande avanço no desenvolvimento das 
construções em alvenaria no início do século XX.
2525 25
b. Foi na França, após a Segunda Guerra Mundial, 
que o professor Jacquin começou a estudar a 
alvenaria e desenvolver mecanismos para suprir 
a demanda habitacional.
c. As construções baseadas em métodos empíricos, 
como os usados no Edifício Monadnock, 
comprovaram-se ao longo dos anos como uma 
excelente maneira de se projetar estruturas, por sua 
praticidade e pela grande economia de material.
d. A evolução do sistema construtivo se deu 
principalmente pelas pesquisas, que permitiram a 
criação de normas atualizadas e domínio das técnicas 
de dimensionamento.
e. As estruturas de alvenaria estrutural se apresentam 
como sistemas mais econômicos, sem perdas e 
sem desvantagens.
3. O sistema construtivo por elementos pré-moldados foi 
bastante difundido no período pós-2ª Guerra Mundial, 
pois havia a necessidade de corrigir o déficit habitacional 
que a destruição causou. Com base no texto, assinale a 
alternativa correta.
a. O sistema por elementos pré-moldados se mostrou 
bastante eficiente, superando as expectativas 
dos usuários.
b. Tendo em vista a urgência na execução das obras, 
muitas apresentaram patologias e problemas com os 
materiais empregados, por serem de baixa qualidade.
c. No Brasil o sistema não apresentou falhas, foi 
bastante difundido e fomentado pelo BNH.
2626 
d. Tanto no Brasil quanto na Europa as edificações 
apresentaram algum tipo de patologia. Inclusive 
o relatório do IPT para um bloco residencial em 
São Paulo foi a demolição.
e. As empresas não faziam um bom trabalho de 
gestão e não possuíam mão de obra qualificada 
para realizar o serviço.
Referências bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-9062: Projeto e Execução de 
Estruturas de Concreto Pré-Moldado. Rio de Janeiro. ABNT, 2017.
ALLEN, E.; IANO, J. Fundamentos de engenharia de edificações. 5. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2013.
BASTOS, Paulo S. S. Estruturas de Concreto I: Notas de Aula, fundamentos do 
concreto armado. Bauru, Universidade Estadual Paulista, 2006.
BROCK, L. The Contemporary brick wall. Proceeding of international Brick and 
Block Mansory Conference. Calgary, 1994.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas históricas do Brasil: 
séries econômicas, demográficas e sociais de 1550 a 1985. Rio de Janeiro, 1987.
KERST, R. R. Projetos e detalhes construtivos de alvenaria estrutural. Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
MOAHAMAD, G.; MACHADO, D. W. N.; JANTSCH, A. C. A. Alvenaria Estrutural: 
Construindo o conhecimento. São Paulo: Blucher, 2017, p. 168.
OLIVEIRA, L. Tecnologia de painéis pré-fabricados arquitetônicos de concreto 
para emprego em fachadas de edifícios. São Paulo: Escola Politécnica, 
Universidade de São Paulo, 2002, p. 191.
PFEIL, W. C; PFEIL, M. S. Estruturas de Aço: Dimensionamento Prático de Acordo 
com a NBR 8800:2008. 8. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2014.
SALAS, S. Construção Industrializada: Pré-fabricação. São Paulo: Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas., 1988.
VASCONCELOS, A. C. de. O Concreto no Brasil: Pré-Fabricação, Monumentos, 
Fundações. 3. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2002.
2727 27
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Após o emprego do tijolo na reconstrução da Hagia de Sophia 
que o material foi realmente difundido.
Questão 2 – Resposta D
De acordo com o texto, após as pesquisas realizadas na 
Suiça começa a difundir as normas regulamentadoras para 
dimensionamento, fazcom que os projetos sejam mais 
racionalizados e permite a industrialização.
Questão 3 – Resposta D
Na Europa as edificações apresentaram algum tipo de patologia e 
em alguns casos precisaram ser demolidas.
282828 
Sistemas construtivos 
convencionais
Autor: Wellington Douglas dos Santos
Objetivos
• Apresentar contextualização histórica dos sistemas 
em alvenaria convencional e alvenaria estrutural;
• Apresentar as particularidades construtivas, assim 
como os componentes de cada um dos sistemas;
• Analisar as vantagens e desvantagens de 
cada sistema.
2929 29
1. Sistemas convencionais e fundamentos da 
alvenaria estrutural
Os métodos construtivos que são mais utilizados no Brasil são a 
alvenaria estrutural e o sistema convencional, que é o misto de 
estrutura de concreto armado com alvenaria de vedação. 
O último sistema em questão foi bastante difundido por 
ser flexível, possibilitando futuras reformas, em contrapartida, 
seu emprego gera uma grande quantidade de resíduos.
1.1 Contexto histórico
A alvenaria estrutural teve início no período da pré-história, época 
em que eram difundidas obras grandiosas, feitas em bloco ou pedra. 
Essas edificações caracterizavam-se pelas paredes espessas e pelos seus 
dimensionamentos rudimentares. Eram construídas com base em dados 
empíricos, adotados ao longo dos anos pelos construtores da época.
A partir do século XIX, na Europa, o emprego do tijolo nas construções 
teve um importante papel na unificação do sistema construtivo e no 
seu processo de industrialização. Na busca pela padronização, aos 
poucos foram abandonadas as proporções quadradas. Desta forma, 
com o Código de Madrid, foi definido que o comprimento do bloco 
seria igual ao dobro de sua largura.
Nesse período histórico, um dos principais desafios era a onerosidade 
do método construtivo. Como o dimensionamento da alvenaria 
estrutural era realizado baseado em dados empíricos, as paredes 
possuíam espessura elevada, o que gerava alto custo de produção. 
As edificações da época eram dessa forma, com o objetivo de suportar 
o peso dos andares superiores e realizar o contraventamento. Como 
exemplo dessa fase e um marco de transição histórica está o Edifício 
Monadnock (Figura 1), situado em Chigago, nos Estados Unidos.
3030 
Figura 1 – Edifício Monadnock
Fonte: Sousa (2003).
Até meados dos anos 60 as unidades de alvenaria produzidas 
eram limitadas em alvenarias de vedação. Somente na década de 
60 que a alvenaria estrutural é difundida no Brasil. Os prédios que 
possuíam até 4 pavimentos eram construídos com blocos vazados 
de concreto e as normas americanas baseavam as tecnologias e os 
procedimentos empregados.
1.2 Sistema convencional
No sistema convencional, mais comumente chamado de alvenaria de 
vedação, os pilares e vigas desempenham a função estrutural, sendo 
encarregados de absorver as cargas da edificação e transportá-las 
até o sistema de fundação. Esse sistema é caracterizado pela grande 
geração de resíduos em virtude dos ajustes que precisam ser feitos 
para adequação das instalações hidrossanitárias e elétricas.
3131 31
A configuração deste sistema permite grande flexibilidade na execução 
da estrutura, tendo em vista que a estrutura do sistema é composta 
por pilares e vigas e é possível retirar os painéis de vedação sem que 
existam grandes prejuízos à estrutura. Sendo o sistema composto por 
uma estrutura que é moldada no local, ela pode reproduzir diversos 
formatos e elementos estruturais, o que permite vencer grandes vãos.
De acordo com Bourscheid (2018, p. 107), “a alvenaria pode ser entendida 
como um componente construído em obra pela união entre unidades 
(blocos e tijolos) e o elemento de ligação (argamassa de assentamento), 
formando um conjunto monolítico estável”. Embora pouco utilizado, é 
fundamental desenvolver o projeto que apresente o detalhamento da 
execução, além disso alguns fatores precisam ser observados para que 
o produto final esteja de acordo com a boa técnica. A produtividade é 
influenciada em função da ergonomia, visto que existem diversos tipos de 
blocos e tamanhos e que eles são assentados um por um.
Outro ponto importante é que as dimensões do bloco precisam ser 
mais uniformes possível, isso porque além de proporcionar economia 
de argamassa, conferem paredes mais retilíneas. Além disso, em 
regiões em que a temperatura é elevada é importante que eles sejam 
umedecidos para não comprometer a qualidade da argamassa.
Portanto, para que exista racionalização e redução de desperdícios é 
preciso prever o tipo de bloco utilizado no projeto, assim como indicar 
as fiadas dos elementos. Pode parecer simples, mas é fundamental 
que os vãos das esquadrias e os detalhes para execução da verga e 
contraverga estejam indicados, da mesma forma que o posicionamento 
dos eletrodutos e tubulações hidráulicas.
A execução deve seguir o projeto desenvolvido que também deve 
informar qual a espessura da junta de assentamento. Isso porque ela 
pode variar de 1 a 2 cm e são fundamentais para a distribuição correta 
das tensões, além de auxiliar na absorção de dilatações térmicas. Logo, 
3232 
eliminar a argamassa nas juntas verticais, comumente chamadas de 
juntas secas, não é o correto, uma vez que comprometem a junção dos 
blocos e prejudicam a distribuição de tensões. Recomenda-se executar a 
alvenaria com juntas de amarração conforme Figura 2, para distribuição 
correta das tensões.
Figura 2 – Tipos de juntas de amarração
Fonte: Salgado (2014).
É fundamental verificar o posicionamento correto da primeira fiada, 
de preferência com trena metálica ou então um esquadro de 90 graus 
conforme Figura 3.
Figura 3 – Indicação do posicionamento correto da 1ª fiada
Fonte: Salgado (2014).
Tendo em vista que a alvenaria é geralmente executada após as vigas 
estruturais, é preciso atentar-se ao nivelamento da primeira fiada (Figura 
4), considerando o nível definitivo do piso ou viga baldrame. É possível 
regularizar o nivelamento da parede caso o piso não o esteja, entretanto, 
3333 33
a correção não pode passar de 2 cm, pois é fundamental que a alvenaria 
esteja alinhada com a estrutura para facilitar a execução de vãos das 
esquadrias. Além disso, tal regularização facilita o posicionamento das 
lajes. Para as situações em que a alvenaria é executada após a estrutura 
é importante respeitar o espaço do encunhamento da parede.
Figura 4 – Nivelamento da primeira fiada e marcação das alturas das fiadas
Fonte: Salgado (2014).
No encontro da alvenaria com a estrutura de concreto deve existir algum 
elemento que faça este trabalho de amarração. Existem várias maneiras 
de realizar este procedimento, entretanto destacam-se:
• Tela galvanizada: em que uma tela com dimensões similares da 
alvenaria é fixada na estrutura e colocadas entre as juntas de 
assentamento.
• Chapisco: o método mais comum, em que a superfície da 
estrutura recebe uma camada de argamassa chapiscada (traço 
1:3) para conseguir aderir à alvenaria.
• Ferros de espera: em que são fixados ferros Φ 6,3 mm ou Φ5 mm 
na estrutura e que precisam de precisão.
Para dar início à execução, todos os itens anteriores precisam ser 
atendidos. Desta forma é iniciado o assentamento dos blocos das 
extremidades (Figura 5), e, em seguida, elementos das extremidades 
são completados. Posteriormente as fiadas são completadas até que se 
chegue na altura desejada para o encunhamento.
3434 
Figura 5 – Esquema para realizar execução de alvenaria
Fonte: Salgado (2014).
O encunhamento é feito para evitar o destacamento da alvenaria 
caso ela fosse elevada até o final. Isso acontece em virtude do 
acomodamento da estrutura entre as fiadas da alvenaria. Portanto, 
quando o encunhamento é feito com tijolos maciços recomenda-se o 
espaçamento de 20 cm, entretanto é possível realizar o encunhamento 
com espuma de poliuretano, mas o vão entre a alvenaria e a estrutura 
não deve ser superior a 3 cm (Figura 6).
Figura 6 – Esquema de encunhamento de alvenariasFonte: Salgado (2014).
3535 35
Importante ressaltar a importância do encunhamento das 
alvenarias, pois as estruturas, de maneira geral, sofrem 
deformações ao logo do tempo, seja pelo acréscimo de carga ou 
deformações lentas em função da fluência. Portanto, levantar as 
paredes de modo que estejam em contato com a estrutura não é 
recomendado, uma vez que o bloco não foi produzido para resistir 
a estes esforços, podendo leva-lo à ruptura. Além disso, faz-se 
necessário executar elementos estruturais nos vãos das esquadrias 
para conseguir suportar o peso acima do vão.
Você deve ter reparado que em algumas edificações há o aparecimento 
de fissuras nos vãos dos caixilhos (Figura 7). Isso ocorre quando não 
houve a previsão de execução de vergas, contravergas e cintas na 
alvenaria. Eles são elementos estruturais que servem para dar suporte 
às tensões que a alvenaria sofre.
Figura 7 – Esquema de fissuras em vãos de porta e janela
Fonte: Salgado (2014).
A verga é posicionada acima dos vãos, enquanto que a contraverga 
é posicionada imediatamente abaixo dos vãos de esquadrias, 
principalmente em janelas. A cinta de amarração, por sua vez, é uma 
pequena viga que tem a função de travar as alvenarias, além de 
distribuir o peso da laje (Figura 8).
3636 
Figura 8 – Posicionamento das vergas e contravergas
Fonte: Salgado (2014).
ASSIMILE
Paredes com altura superior a três metros devem possuir 
vigas de cintamento intermediárias para conseguir distribuir 
as tensões laterais. Acima dessa dimensão as paredes 
devem ser calculadas como alvenaria estrutural.
Para que as vergas e contravergas consigam desempenhar o seu papel 
elas devem ultrapassar em 40 cm cada vão. Caso o vão seja maior que 
1,20 m, elas devem ser dimensionadas como vigas.
A alvenaria convencional possui pontos positivos e negativos. Como 
positivos é possível destacar a flexibilidade do sistema, isso porque a 
estrutura em concreto armado permite a remoção de paredes, que 
possuem função de vedação, sem grandes prejuízos na estrutura. 
Outro ponto importante é que como a estrutura em concreto armado é 
moldada no local, permite a execução de vãos considerados grandes.
Dentre os pontos negativos destaca-se a elevada capacidade de gerar 
resíduos, seja pelo desperdício de materiais principalmente pelo 
transporte, por vezes inadequado, no canteiro de obras, ou pela técnica 
3737 37
de execução. Isso porque, para executar a passagem de instalações e 
tubulações, de maneira geral, é necessário realizar cortes na alvenaria. 
Tal prática é acompanhada pelo descarte da maioria destes resíduos que 
não são aproveitados no canteiro. Por fim, vale mencionar também que 
em detrimento da técnica o tempo de execução fica comprometido.
1.3 Alvenaria estrutural
A alvenaria estrutural é um sistema em que a estrutura deverá ser 
dimensionada para limitar os esforços de tração. Portanto, as paredes 
exercem a função de resistir aos esforços. Ele foi caracterizado pela 
robustez e morosidade na execução, contudo, atualmente é um dos 
sistemas que preza pelo uso racional dos materiais e conta com 
agilidade na execução.
Para que o sistema faça jus a esta consideração é preciso tomar alguns 
cuidados. Tendo em vista que as paredes possuem função estrutural 
e de vedação, ou seja, não sendo necessário a utilização de pilares e 
vigas, é fundamental estudar os locais em que serão posicionadas as 
esquadrias, pelo fato de as paredes possuírem significativa redução de 
capacidade de carga. Portanto, assim como na alvenaria convencional, 
há o emprego de vergas e contravergas para realizar o deslocamento 
dessas cargas. Há o emprego do bloco canaleta, que em conjunto com 
uma barra de aço e concreto formam este elemento estrutural (Figura 9).
Figura 9 – Exemplo de bloco canaleta preenchido com 
barras de aço e concreto
Fonte: acervo do autor.
3838 
Outro fator determinante para o sucesso do projeto é a correta 
modulação das áreas dos empreendimentos, tendo em vista o custo 
unitário do bloco estrutural, que é relativamente maior que o bloco 
de vedação. Portanto, para ser viável, o sistema não admite grandes 
vãos internos, dada a baixa resistência à traçao, tornando sua melhor 
aplicação em edificações de médio a baixo padrão. Em vãos maiores, o 
momento fletor na alvenaria acarretaria em tensões de tração internas 
superiores à resistência do bloco. Neste caso, mesmo considerando o 
emprego de armaduras a eficiência na absorção dos esforços é reduzida, 
pois o espaço para alocar a armadura dentro do bloco é muito inferior 
do que em elementos de concreto armado.
Principalmente por este motivo a alvenaria estrutural deixa de ser 
vantajosa em edificações com grandes vãos.
PARA SABER MAIS
Para prédios de até 16 pavimentos não há a necessidade de 
grauteamento generalizado das paredes. Edificações mais 
altas necessitam deste reforço estrutural para conseguir 
suportar as cargas de vento, entretanto o empreendimento 
se torna muita oneroso.
De acordo com Kerst (2018), a modulação na alvenaria se faz necessária 
para que a edificação seja econômica e eficiente e é iniciada na fase de 
concepção do edifício pela determinação do módulo padrão. Portanto, 
o módulo escolhido é aquele que se adequa melhor ao projeto 
arquitetônico existente. Mohamad et al. (2017) diz que “as alturas e 
comprimentos das paredes devem ser múltiplos do módulo básico 
adotado”. Assim como na alvenaria convencional, deve ser evitado ao 
máximo as juntas de prumo, portanto as fiadas devem ser afastadas 
o suficiente para que a junta da fiada superior esteja até a metade do 
bloco inferior (Figura 10).
3939 39
Figura 10 – Esquema de modulação horizontal
Fonte: Ramalho (2003).
No caso da modulação vertical, é considerada a altura dos blocos para 
realizar o ajuste da distância entre o piso e o teto. Tal modulação tem 
a principal função de definir a altura das esquadrias. Além disso a 
modulação deve prever a passagem de dutos nas paredes (Figura 11), isso 
porque, diferentemente da alvenaria convencional, as paredes não podem 
ser cortadas, uma vez que desempenham função estrutural. Por isso, a 
melhor solução é a utilização de shafts, além de tomar o devido cuidado 
de posicionar o mais próximo possível os cômodos de cozinha e banheiro.
Figura 11 – Abertura no bloco para passagem de tubulação
Fonte: acervo do autor.
4040 
O bloco é a unidade mais básica da alvenaria estrutural, você já viu 
que ele define as características do sistema, influenciando inclusive no 
projeto arquitetônico. Em vista disso, é de suma importância que você 
conheça os tipos de blocos com medidas padronizadas de acordo com a 
NBR 15961-2 (ABNT, 2011), conforme Tabela 1.
Tabela 1 – Medidas padronizadas dos blocos
Dimensões 
nominais (cm) Designação
Dimensões padronizadas (mm)
Largura Altura Comprimento
20 x 20 x 40
M-20
190 190 390
20 x 20 x 20 190 190 190
15 x 20 x 20
M-15
140 190 390
15 x 20 x 20 140 190 190
Fonte: ABNT (2011)
Os mais usuais são os blocos de cerâmica e de concreto, que variam 
entre si de acordo com a seção maciça ou vazada. Além disso, há 
outros componentes que facilitam na execução das estruturas, 
conforme Figura 12.
Figura 12 – Componentes da alvenaria estrutural
Fonte: Kerst (2018).
Alguns blocos possuem funções específicas no projeto, como a 
de auxiliar no processo de modulação, pois permitem aumentar a 
variedade de dimensões dos cômodos. Kerst (2018) destaca a canaleta J, 
pois é muito utilizada na última fiada da alvenaria, em que a função dela 
é receber a laje na parede de menor altura.
4141 41
Em relação à amarração das estruturas, destacam-se dois tipos, o 
primeiro é o das paredes, a amarração direta, que consiste na ligação 
de paredes com intertravamento de blocos. Os blocos são intertravados 
alternadamente 50% das fiadas. Na amarração indireta, por sua vez, 
necessita de junta vertical (Figura 13) ou tela para realizar o ligamento 
entre as alvenarias.
Figura 13 – Exemplo de tela para amarração
Fonte: acervo doautor.
Com o desenvolvimento das técnicas de execução e aprimoramento 
das normas da alvenaria estrutural é possível destacar as vantagens da 
utilização do sistema. Conforme destaca Mohamad et al. (2017), tendo 
em vista que os profissionais envolvidos possuem maior qualificação, o 
número destes no canteiro de obras é reduzido em comparação com o 
sistema convencional. Além disso, há otimização no tempo de execução, 
redução do uso de armaduras, diminuição no uso de formas que 
consequentemente gera menos resíduo, deixando o canteiro de obras 
mais limpo. Em contrapartida, o sistema necessita que todos os projetos 
sejam integrados e compatibilizados.
4242 
Face ao exposto, a alvenaria estrutural não permite que a estrutura seja 
muito esbelta, em função disso os vãos livres ficam limitados e vãos 
em balanço não são recomendados. O calcanhar de Aquiles fica com a 
possibilidade de alterações e improvisações, isso porque a segurança da 
estrutura fica comprometida com a alteração do uso e ocupação pela 
qual ela foi destinada.
TEORIA EM PRÁTICA
Considere que você foi contratado como engenheiro residente 
em um edifício em que a execução está sendo realizada 
em alvenaria convencional. Você verifica que há elevada 
quantidade de resíduos provenientes de blocos cerâmicos. 
Com uma investigação mais aprofundada você percebe que o 
mesmo modelo de bloco está sendo empregado para executar 
a alvenaria e para o encunhamento. Quais seriam as possíveis 
soluções para o problema em questão?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A alvenaria convencional, comumente chamada de 
alvenaria de vedação, é um sistema em que as paredes 
não possuem função estrutural, tendo em vista que é 
papel dos pilares e vigas suportar as cargas da estrutura.
Com base nas informações abordadas no texto, 
assinale a alternativa que apresenta as vantagens da 
alvenaria convencional:
a. Em virtude de a estrutura ser executada em 
concreto armado, o sistema é considerado flexível, 
pois admite grandes vãos.
4343 43
b. Os profissionais envolvidos no sistema possuem 
grande qualificação, reduzindo a geração de resíduos.
c. O sistema admite que as tubulações passem por 
dentro da alvenaria, sem a necessidade de cortá-la.
d. Não é necessário utilizar verga em vãos de porta, pois 
o vão é considerado pequeno.
e. O sistema é considerado bastante ágil e competitivo.
2. Verga e contraverga são elementos estruturais utilizados 
em vãos das esquadrias, tanto nos sistemas de alvenaria 
convencional quanto na alvenaria estrutural. Com base 
nos conhecimentos adquiridos, assinale a alternativa 
correta sobre estes elementos:
a. A verga possui a função de travar as alvenarias e 
distribuir o peso da laje, e a contraverga é posicionada 
acima dos vãos para dar suporte às tensões e evitar 
que apareçam fissuras nas extremidades.
b. Tanto a verga quanto a contraverga possuem função 
de dar suporte às tensões e de evitar que apareçam 
fissuras nas extremidades dos vãos.
c. A verga é posicionada abaixo do vão e a contraverga 
acima do vão, possuem a função de evitar que 
apareçam fissuras nas extremidades dos vãos.
d. Verga e contraverga podem ser posicionadas tanto 
acima quanto abaixo do vão.
e. Somente a verga auxilia na distribuição das tensões, 
a contraverga possui função estética.
4444 
3. O encunhamento das alvenarias pode ser realizado tanto 
com tijolos maciços quanto com espuma de poliuretano. 
Sobre o encunhamento, assinale a alternativa correta:
a. O encunhamento com tijolo maciço pode ser 
realizado desde que a alvenaria esteja a pelo menos 
10 cm da estrutura.
b. Pode ser realizado o encunhamento da alvenaria 
antes da execução da estrutura de concreto armado.
c. O encunhamento impede que surjam fissuras na 
alvenaria e que aconteça o destacamento dela.
d. Só pode ser realizado o encunhamento da alvenaria 
com espuma de poliuretano quando a alvenaria 
estiver a 20 cm da estrutura.
e. Não há necessidade de encunhamento de alvenaria 
quando a estrutura de concreto armado estiver 
próxima da alvenaria.
Referências bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-15961-2: Alvenaria estrutural 
– Blocos de concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
BOURSCHEID, J. A. Introdução à tecnologia das edificações. 1. ed. Rio de Janeiro: 
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Gabarito
Questão 1 – Resposta A
a) está correta, pois o sistema possui essa característica. b) está 
incorreta, pois é uma vantagem da alvenaria estrutural. c) está 
incorreta, pois não é possível passar a tubulação por dentro da 
alvenaria sem que exista o rasgo dela. d) está incorreta, pois é 
necessário instalar verga em todos os vãos da alvenaria. e) está 
incorreta, pois é uma vantagem da alvenaria estrutural.
Questão 2 – Resposta B
a) está incorreta, pois a função de travar a alvenaria é da cinta; 
b) está correta, pois é a função dos elementos estruturais citados; 
c) está incorreta, pois a verga é posicionada acima e a contraverga 
abaixo dos vãos; d) está incorreta, pelo mesmo motivo da c; e) está 
incorreta, pois ambas as peças possuem função estrutural.
Questão 3 – Resposta C
a) está incorreta, pois é possível realizar o encunhamento com tijolo 
maciço a partir de 20 cm de espaçamento; b) está incorreto, pois 
o encunhamento é realizado após a execução da estrutura; c) está 
correto, pois é a função do encunhamento; d) está incorreto, pois 
só pode ser executado o encunhamento com espuma quando o 
espaçamento é menor que 3 cm; e) está incorreta, pois a alvenaria 
não deve estar próxima da estrutura sem o encunhamento.
https://sigarra.up.pt/feup/pt/func_geral.formview?p_codigo=209713
https://sigarra.up.pt/feup/pt/func_geral.formview?p_codigo=209713
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Sistemas construtivos em 
concreto armado e pré-moldado
Autor: Wellington Douglas dos Santos
Objetivos
• Apresentar o contexto histórico dos sistemas em 
concreto armado e dos sistemas pré-moldados;
• Analisar os elementos que compõem cada sistema;
• Analisar as vantagens e desvantagens de 
cada sistema.
4747 47
1. Sistemas em concreto moldados no local e 
pré-fabricados
O concreto armado é um dos materiais mais versáteis já descoberto 
pelo homem. Quando moldado no local permite realizar curvas, vencer 
grandes vãos, além de possuir boa resistência às ações do tempo (desde 
que os critérios definidos por norma sejam atendidos). Sua desvantagem 
é o elevado peso provocado na estrutura e o tempo de execução.
Embora as estruturas pré-fabricadas em concreto armado consigam 
trazer agilidade e leveza para as edificações, pecam pela limitação 
arquitetônica que os elementos provocam. Você verá ao longo deste 
material o contexto histórico e as particularidades de cada sistema.
1.1 Contexto histórico do concreto moldado no local
De acordo com Allen e Iano (2013), a origem do cimento Portland é 
datada em 1824, quando o inglês Joseph Aspdin patenteou um cimento 
artificial que levava o nome da cidade em que originava as rochas 
calcárias, Portland, na Inglaterra. Segundo Bastos (2006), os primeiros 
registros de associação de metal com outro tipo de material são da 
época dos romanos, com a inclusão da argamassa de pozolana.
Entretanto, de acordo com Allen e Iano (2013), é possível que o concreto 
armado tenha surgido em 1849, na França, para a construção de um 
barco, sendo o primeiro material registrado na Históriaque tinha como 
proprietário Lambot. De acordo com Bastos (2006), em 1861 o francês 
Mounier deu início ao que chamamos de concreto armado com a 
produção de vasos, utilizando argamassa de cimento com armadura 
de arame. Posteriormente, ele fabricaria reservatórios de 25 a 200 m³ e 
uma ponte de 16,5 m.
Ainda de acordo com Bastos (2006), as primeiras normas de cálculo 
de concreto armado são resultado da teoria de Mörsch, que em 1902 
desenvolveu o que é considerado o primeiro trabalho mais consistente 
4848 
sobre o dimensionamento de peças de concreto armado. Uma das 
maiores invenções em concreto armado é a treliça clássica de Mörsch, 
que embora tenha mais de 100 anos permanece aceita.
1.2 Evolução histórica das estruturas pré-moldadas
As construções em pré-fabricados de concreto foram bastante 
disseminadas no período pós-Segunda Guerra Mundial, tendo em vista 
a destruição que ela provocou, principalmente na Europa, em que 
houve a necessidade de se construir em larga escala. De acordo com 
Salas (1988), é possível definir que o emprego dos pré-fabricados seja 
dividido em 3 etapas distintas.
• 1950 a 1970: após a Segunda Guerra, várias cidades da Europa 
foram dizimadas e houve a necessidade de implantação rápida de 
serviços básicos para a sociedade, como escolas, hospitais e até 
indústrias, para fazer a economia girar. Portanto optou-se pela 
execução de edifícios pré-fabricados, em que os componentes 
partiam do mesmo fornecedor. Tendo em vista a urgência 
para implementação das edificações, os projetos apresentados 
eram bastante uniformes, principalmente na área de habitação. 
Possuíam pouca ou nenhuma variação arquitetônica entre eles. 
Isso fez com que fosse criado esse estigma da construção pré-
fabricada (SALAS, 1988).
• 1970 a 1980: momento chave para o desenvolvimento dos 
pré-fabricados, pois neste período determinadas edificações 
apresentaram acidentes com painéis pré-fabricados. Em vista disso, 
uma revisão minuciosa foi realizada nos processos construtivos. 
Além disso, em virtude do baixo tempo de vida útil e pouca variação 
arquitetônica, esse sistema sofreu uma grande rejeição social 
acarretando o início do declínio do sistema na Europa (SALAS, 1988).
• Após 1980: em virtude das patologias, rejeição social, baixo 
tempo de vida útil das edificações, elas passaram pelo processo 
de demolição, principalmente dos conjuntos habitacionais. 
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Essa fase consolida a pré-fabricação baseada em componentes 
de origens diversas e que são compatíveis, chamada de ciclo 
aberto (SALAS, 1988).
A partir dos anos 90 os projetistas verificaram que era possível aplicar 
acabamentos de alta qualidade nos elementos pré-moldados, tendo 
em vista o alto grau de especificação. No entanto, a concepção e a 
execução dos projetos precisaram passar por mudanças para que 
conseguissem se adequar a esta nova realidade tecnológica. Para que 
se utilizasse ao máximo a otimização dos componentes que formam a 
edificação, foi necessário que a indústria da construção se adequasse 
para o projeto multifuncional.
1.3 Sistemas em concreto moldado no local
De maneira simplória, o concreto armado é um material produzido pela 
junção do concreto, argamassa mais agregado graúdo, com armadura 
de aço ou outro elemento que resista a esforços de tração. O concreto 
em si é um material que possui alta resistência à compressão, entretanto 
sua resistência à tração pode ser considerada nula. A baixa resistência à 
tração do concreto é compensada pela existência das armaduras de aço 
dispostas nos elementos estruturais.
Os arranjos das armaduras empregadas no concreto são multiformes 
e elas são classificadas em três tipos: armaduras de resistência geral, 
armaduras complementares e armaduras de resistência local. 
As primeiras são obrigatórias, pois é função delas resistir aos 
esforços de tração a que os elementos são submetidos. Tais 
armaduras são compostas pelas armaduras longitudinais e pelas 
armaduras transversais. A Figura 1 apresenta as armaduras 
que compõem o encontro de 4 vigas com o pilar. As barras com 
espessura maior são as armaduras principais.
5050 
Figura 1 – Arranjo de armaduras para concretagem
Fonte: Mindklongdan/iStock.com.
As armaduras longitudinais estão posicionadas ao longo de todo o 
elemento, formadas por barras, são responsáveis por resistir aos 
esforços das forças normais e dos momentos fletores. As armaduras 
transversais, por sua vez, são essencialmente formadas por estribos, 
possuem a função de resistir aos esforços da força cortante e de torção.
As armaduras complementares são aquelas que facilitam a execução 
dos elementos e são constituídas pelas armaduras de montagem, 
armaduras construtivas e armaduras de pele.
As armaduras de montagem, como o próprio nome já diz, possuem 
a função de facilitar a montagem do conjunto de barras que 
formam a armaduras do elemento estrutural, são geralmente 
empregadas em vigas.
As armaduras denominadas de construtivas são efetivamente resistentes, 
possuem a função de absorver esforços de tração que não comprometem 
a segurança do elemento em que será empregada, entretanto fissuras 
indesejadas podem vir a aparecer caso ela não seja utilizada.
5151 51
As armaduras de pele são utilizadas principalmente em vigas esbeltas 
para evitar fissuração lateral do elemento. E as armaduras de resistência 
local possuem importante papel de absorver esforços de tração em 
regiões localizadas dos elementos estruturais.
A ABNT (2014) define os elementos de concreto armado como “aqueles 
cujo comportamento estrutural dependem da aderência entre concreto 
e armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das 
armaduras, antes da materialização dessa aderência”. Desta forma, 
é fundamental que no processo de união o concreto deva envolver e 
aderir a armadura, para que formem um único elemento.
As armaduras utilizadas nos elementos estruturais de concreto armado 
são classificadas como passivas. Segundo a NBR 6118 (2014), se 
enquadra nesta classificação qualquer armadura que não seja usada 
para produzir forças de protensão, isto é, que não seja previamente 
alongada. Neste caso, as tensões e deformações resistidas por ela são 
frutos exclusivos dos carregamentos aplicados.
Quando a armadura utilizada no concreto tiver função ativa, ou seja, 
quando a armadura produzir tensões prévias no concreto, ele será 
denominado de concreto protendido. Sendo este considerado uma 
evolução do concreto armado, isso porque otimiza a característica de 
cada um dos materiais. A ideia básica é que a armadura seja tracionada 
externamente por macacos hidráulicos, gerando força de compressão 
no concreto. Desta forma, as tensões de tração no concreto deverão ser 
anuladas pelas tensões aplicadas nas cordoalhas.
De acordo com a ABNT, os elementos do concreto protendido são:
aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada por 
equipamentos especiais de protensão com a finalidade de, em condições 
de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da 
estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência 
no estado limite último (ELU). (ABNT, 2014, p. 3)
5252 
Tendo em vista que os materiais (concreto e aço) possuem 
comportamento similar quanto à dilatação térmica, a junção deles é 
praticamente perfeita. Entretanto, cada material ainda possui suas 
particularidades, e o funcionamento solidário de cada um deles forma 
um material composto. Uma destas funções do concreto é a de proteger 
o aço das intempéries, evitando assim a sua corrosão. Entretanto, tal 
proteção só é possível se os critérios de cobrimento definidos pela ABNT 
(2014) forem atendidos (Tabela1).
Tabela 1 – Valores de cobrimento mínimo
Tipo de 
Estrutura Componente ou elemento Classe de agressividade ambiental
I II III IV
Cobrimento nominal (mm)
Concreto 
armado
Laje 20 25 35 45
Viga/pilar 25 30 40 50
Elementos estruturais em 
contato com o solo 30 40 50
Concreto 
protendido
Laje 25 30 40 50
Viga/Pilar30 35 45 55
Fonte: adaptado de ABNT (2014).
A classe de agressividade do ambiente descrita na NBR 6118 (ABNT, 
2014) é independente de ações previstas em projeto e deve ser 
considerada conforme Tabela 2.
Tabela 2 – Classe de agressividade ambiental
Classe de 
agressividade 
ambiental
Agressividade
Classificação 
geral do tipo de 
ambiente para 
efeito de projeto
Risco de 
deterioração 
da estrutura
I Fraca
Rural
Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana 1), 2) Pequeno
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III Forte
Marinha 1)
Grande
Industrial 1), 2)
IV Muito Forte
Industrial 1), 3)
Elevado
Respingos de maré
NOTAS: 1) Pode-se admitir um microclima com classe de agressividade um nível mais brando para 
ambientes secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos 
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade um nível mais brando em: obras em regiões de 
clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas 
de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente.
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento 
em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
Fonte: ABNT (2014).
Você perceberá ao observar os elementos de concreto armado que eles 
podem possuir diversos formatos e tamanhos. Existem os elementos 
lineares, compostos pelas vigas e pilares, nos quais a espessura possui 
a mesma ordem de grandeza (centímetro, metro, etc.) da altura e o 
comprimento é bem maior que ambos.
Existem os elementos lineares, compostos pelas vigas e pilares, nos 
quais a espessura possui a mesma ordem de grandeza (centímetro, 
metro, etc.) da altura e o comprimento é bem maior que ambos. 
Quando as faces desses elementos são curvas, eles podem ser 
chamados de cascas, muito comuns nas obras de Oscar Niemayer.
Aqueles elementos em que as três dimensões (altura, largura e 
espessura) possuem a mesma ordem de grandeza são denominados de 
tridimensionais, que são mais utilizados como elementos de fundação, 
como os blocos, sapatas.
Para a maioria das edificações, os principais elementos nas construções 
em concreto armado são as vigas, os pilares, as lajes e as fundações. 
Há outros elementos que também são importantes, mas a utilização 
depende do tipo da edificação, como é o caso de reservatórios, escadas 
e muros de arrimo.
Embora você esteja mais familiarizado com lajes no plano horizontal 
no teto, existem lajes verticais e inclinadas. De acordo com Allen e Iano 
(2013), entende-se como laje um elemento de estrutura plana que 
5454 
possui a função de receber boa parte das cargas de uma edificação, 
sejam elas distribuídas ou concentradas. Até pouco tempo atrás as 
lajes mais comuns executadas em concreto armado eram as maciças. 
Entretanto, estas perderam espaço para as lajes nervuradas em função 
da flexibilidade que elas proporcionam para a estrutura.
As vigas, por sua vez, são elementos importantíssimos para transmissão 
de cargas provenientes das lajes, pilares e de outras vigas associadas. 
De acordo com Pilotto Neto (2018), é necessário atender alguns critérios 
para determinar corretamente a geometria das vigas. Para o autor 
é fundamental respeitar as imposições que o projeto de arquitetura 
traz, além das limitações e necessidades construtivas, sempre, é claro, 
observando os fatores econômicos.
Existem os elementos lineares, compostos pelas vigas e pilares, nos quais 
a espessura possui a mesma ordem de grandeza (centímetro, metro, 
etc.) da altura e o comprimento é bem maior que ambos. O concreto 
moldado em obra oferece infinitas possibilidades para o projetista, uma 
vez que qualquer forma pode ser produzida, com múltiplas possibilidades 
de texturas superficiais e formas. Oscar Niemayer usou e abusou destes 
atributos do concreto para desenvolver seus projetos de arquitetura. Como 
exemplo a Igreja de São Francisco de Assis, em Belo Horizonte (Figura 2), e 
O Museu Oscar Niemayer (Figura 3) em Curitiba, dentre outras obras.
Figura 2 – Igreja São Francisco de Assis
Fonte: jxfzsy/iStock.com.
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Figura 3 – Museu Oscar Niemayer
Fonte: R.M.Nunes/iStock.com.
PARA SABER MAIS
As Torres Gêmeas Petronas, em Kuala Lampur, na Malásia, 
já foram consideradas os prédios mais altos do mundo, 
com 450 metros de altura, possuem a estrutura central 
composta de 16 pilares cilíndricos de 2,4 m de diâmetro.
O emprego do concreto armado moldado in loco dificilmente será 
descontinuado, pois há elementos que inviabilizam o uso do concreto 
pré-moldado como alguns elementos de fundação e elementos com 
seção irregular.
O piso de concreto nada mais é que uma laje nivelada e apoiada 
diretamente no solo (ALLEN; IANO, 2013). Para realizar sua execução 
(Figura 4) é necessário que seja retirada a camada de solo aparente para 
encontrar uma camada mais firme e regular, ou realizar a compactação. 
5656 
Em seguida uma fina camada de brita (100 mm) deve ser assentada para 
servir de barreira capilar, impedindo que a água atinja a face inferior do 
piso executado. Para realizar o molde do piso, podem ser empregados 
uma tira de metal ou madeira, que devem ser devidamente revestidos 
com desmoldante para evitar a aderência com o concreto.
Figura 4 – Camadas de execução de piso
Fonte: Allen; Iano (2013).
Para pisos internos é recomendado que seja utilizada uma lona plástica 
posicionada sobre a pedra britada para evitar que o vapor de água, advindo 
do solo, atinja a laje. No caso de pisos residenciais, Allen e Iano (2014) dizem 
que a armadura comumente utilizada é 6x6-W1,4 com espaçamento de 
150 mm em cada direção. O preenchimento da forma com concreto pode 
ser realizado de diversas formas, desde direto do caminhão betoneira 
5757 57
com o uso de bombas mecânicas, até com carrinhos de mão. O cuidado 
que deve ser tomado é que o concreto deve ser espalhado de maneira 
uniforme, de forma a evitar que ocorram bolsas de ar.
Posteriormente, o acabamento pode ser realizado tanto manualmente 
(para pisos de pequena dimensão) quanto por acabadoras rotativas 
(conhecidas como bailarinas). Deve-se tomar o devido cuidado para não 
desempenar de maneira excessiva, pois podem gerar poças de água na 
superfície indesejadas.
Para que o piso cure de maneira satisfatória é fundamental que a 
camada superior permaneça úmida por ao menos uma semana, caso 
contrário podem aparecer fissuras de retração ou então, a superfície 
apresentará esfarelamento. Desta forma recomenda-se o uso de 
materiais que retenham a umidade, como areia, palha ou serragem. 
É importante lembrar que nenhum piso é absolutamente liso, tendo em 
vista que o processo de acabamento produz ondulações na superfície. 
Entretanto, as imperfeições só serão sentidas quando o piso estiver 
molhado, que é quando as lâminas de água são visíveis.
Para que a aparência e o desempenho não sejam comprometidos, 
é fundamental que seja realizado o controle de fissuras nos pisos. 
Isso porque são elementos com pequena espessura em relação ao 
comprimento e largura. As fissuras podem surgir em função da dilatação 
térmica, pelas forças nele inseridas ou pela cura inadequada. Para 
controlar as fissuras nos dois primeiros casos, faz-se necessário a 
instalação de juntas de controle em pontos estratégicos ou a realização 
de corte a cada 5 m² para pisos cuja espessura é de 20 cm.
Para vencer grandes vãos em concreto armado há algumas soluções 
que podem ser adotadas, como domo, arco ou abóbadas (Figura 5). 
Neste sentido, a rigidez é obtida através de dobras em uma placa fina de 
concreto sem a adição de material, já que a forma como são projetadas 
faz com que o concreto trabalhe sempre à compressão.
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Figura 5 – Museu Nacional da República
Fonte: dabldy/iStock.com.
1.4 Vantagens e desvantagens do concreto moldado no local
O emprego do sistema construtivo em concreto armado apresentavantagens e desvantagens. O sistema apresenta boa resistência à 
maioria das solicitações, além de ter boa trabalhabilidade e, por isso, 
adapta-se a várias formas, dando maior liberdade para o projetista. 
O sistema também permite elementos monolíticos, além de existir 
aderência entre o concreto já endurecido e o executado posteriormente, 
o que facilita a transmissão de forças.
Um ponto importante é que as técnicas de execução são dominadas 
em todo o país, além de possuir resistência elevada ao fogo em 
relação ao aço e à madeira. Entretanto, os elementos são muito 
robustos e por consequência geram peças maiores, além disso não 
é um bom isolante térmico e acústico. Por fim, como mais um ponto 
negativo, necessita de sistemas de formas e escoramentos para 
realizar a execução. Tais sistemas permanecem na obra até que a 
resistência adequada seja atingida.
5959 59
1.5 Concreto pré-fabricado
De acordo com a NBR 9062 (ABNT, 2017), elemento pré-moldado é 
definido como aquele que foi “moldado previamente e fora do local de 
utilização definitiva na estrutura”. Os elementos pré-fabricados, por 
sua vez, são denominados pela NBR 9062 (ABNT, 2017) como aqueles 
“executados industrialmente, em instalações permanentes de empresa 
destinada para este fim”.
Os elementos de concreto pré-fabricado são confeccionados na 
indústria, por um processo de fabricação e controle rigorosos e após as 
análises são transportados para o local de uso final. Os elementos mais 
comuns são lajes, vigas, pilares e painéis de parede.
Tal processo oferece inúmeros benefícios em relação ao concreto 
moldado no local, tendo em vista que a operação é realizada no nível 
do solo, eliminando riscos ao colaborador e aferindo maior precisão 
ao procedimento. Além disso, na maioria das vezes, a confecção dos 
elementos é realizada em locais que não sofrem com as condições 
climáticas. Outro ponto favorável é o controle da matéria-prima, assim 
como a relação água/cimento, realizada de maneira muito superior, já 
que conta com mecanismos computadorizados na dosagem correta.
As formas utilizadas geralmente são feitas de aço, liga de plástico rígido, 
o que confere às peças maior qualidade no acabamento. Geralmente 
a indústria de pré-fabricados utiliza o CPV – ARI para confecção dos 
elementos, já que é um cimento de alta resistência inicial, aumentando a 
produção dos elementos.
As lajes (Figura 6) são os elementos com maior grau de padronização 
executadas em concreto pré-fabricado. Segundo Allen e Iano (2013), 
as lajes maciças são mais indicadas para pequenos vãos, já que a 
espessura da laje necessária é proporcional ao tamanho do vão a 
ser vencido. Tendo em vista que há uma faixa de concreto que não 
desempenha função estrutural, as lajes alveolares, indicadas para vãos 
intermediários, e as lajes em T simples e duplo T foram desenvolvidas, 
eliminando essa fatia de concreto “desnecessário”.
6060 
Figura 6 – Tipos de lajes pré-fabricadas
Fonte: Allen; Iano (2013).
Ambos os elementos citados possuem superfície rugosa, pois após 
a instalação precisam de uma capa de concreto para contribuir com 
o trabalho conjunto dos elementos pré-moldados. As vigas também 
possuem formas padronizadas (Figura 7) e aquelas que possuem dentes 
salientes têm a função de suportar as lajes apoiadas.
Os pilares, por sua vez, possuem seção quadrada ou retangular e podem 
ser produzidos tanto com concreto convencional armado quanto com 
concreto protendido. Uma característica dos pilares é que uma única 
peça é capaz de atingir vários níveis de pavimentos.
Figura 7 – Tipos de vigas pré-fabricadas
Fonte: Allen; Iano (2013).
6161 61
Os elementos pré-fabricados estão sujeitos à movimentação, 
principalmente para o posicionamento final de uso. Em vista disso 
eles precisam de dispositivos auxiliares que facilitam o transporte e o 
manuseio. Tais elementos são, na sua grande maioria, destinados para 
içá-los, conforme Figura 8.
Figura 8 – Exemplo de peça com dispositivo de içamento
Fonte: Gearstd/iStock.com.
Caracterizadas pela facilidade de execução, as estruturas pré-fabricadas 
apresentam nas ligações a sua desvantagem. As ligações, de maneira 
geral, são as partes mais importantes neste tipo de projeto, isso porque 
definem o comportamento da estrutura, além disso, também são 
fundamentais para o planejamento de futuras manutenções.
As ligações mais comuns e mais simples nesse tipo de sistema 
são aquelas dependentes da ação gravitacional, pois uma peça é 
posicionada sobre a outra. Devido às elevadas tensões que ocorrem 
nestes pontos de apoio, é necessário o emprego de aparelhos de 
6262 
apoio (é comum o uso de almofadas de neoprene), pois permitem a 
livre movimentação das peças, causada pela dilatação térmica, além 
de evitarem o esmagamento do concreto conforme apresentado na 
Figura 9. No caso das lajes, é comum o emprego de tiras de polímeros 
de densidade elevada como aparelhos de apoio.
Figura 9 – Ligação entre pilar e viga
Fonte: Allen; Iano (2013).
ASSIMILE
As estruturas de concreto pré-fabricadas possuem rigoroso 
processo de fabricação. Portanto, as peças produzidas 
possuem melhor aproveitamento da matéria-prima, pois 
a dosagem dela é feita de maneira assertiva através de 
equipamentos computadorizados.
6363 63
1.6 Vantagens e desvantagens do concreto moldado 
pré-fabricado
A escolha entre o concreto pré-moldado e moldado no local deve 
ser atrelada às vantagens e desvantagens de cada um. Os concretos 
utilizados na fabricação dos elementos pré-fabricados geralmente 
possuem maior resistência à compressão. Além disso, o processo de 
fabricação gera menos resíduo, já que as formas são utilizadas mais 
vezes em comparação com o concreto moldado no local, somado com o 
fato de que o ambiente de produção é controlado para dosagem correta 
de matéria-prima (ALLEN; IANO, 2013).
Embora os elementos pré-fabricados sejam mais leves em comparação 
com os elementos moldados no local, ainda assim possuem peso 
considerável para o transporte e instalação no local. No entanto, 
mesmo que seja possível executar elementos capazes de vencer 
grandes vãos, a largura deles é limitada à dimensão dos veículos 
de carregamento. Outro fator preponderante é a possibilidade de 
execução de elementos tridimensionais, em que no concreto moldado 
no local as possibilidades são infinitas, ao passo que nos pré-moldados 
são praticamente inexistentes.
Os elementos pré-fabricados de concreto, além de muito resistentes, 
são bastante esbeltos se comparados aos vãos que são vencidos por 
eles, além disso, possuem grau de acabamento bastante elevado. 
Podem ser considerados um mix do concreto moldado no local com as 
estruturas metálicas, pois aliam a resistência ao fogo do primeiro e a 
velocidade de montagem do segundo.
Embora a estética arquitetônica ainda não esteja desenvolvida 
suficientemente, é bastante comum o emprego, principalmente, de 
lajes alveolares em edificações públicas, como escolas e hospitais, em 
virtude da agilidade construtiva e da possibilidade de replicar que o 
sistema oferece.
6464 
TEORIA EM PRÁTICA
Você foi convidado por um renomado arquiteto para ajudá-lo 
a definir o sistema estrutural de uma de suas obras. A obra 
do arquiteto é um complexo comercial que consiste de um 
teatro, um shopping center e um hotel. Você percebe que 
os prazos para execução do hotel e do shopping center são 
bastante apertados, e que o teatro municipal além de ter um 
prazo maior para executar, possui várias linhas curvas na 
fachada e um vão de aproximadamente 50 m para vencer. 
Com base nessas informações, qual o método construtivo 
que você indicaria para cada uma das edificações?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. O concreto armado é um material composto por 
concreto e aço, sendo função principal do concreto 
resistir aos esforços de compressão, e do aço resistir aos 
esforços de tração. No entanto, para que esta ligação 
não seja comprometida é fundamental que os critérios 
de cobertura prescritos na NBR 6118 (2003)

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