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GLICEMIA Profa Joseana Martins Soares de R. Leitão GLICOSE Principal fonte de energia para o organismo humano. Degradação de dos glicídeos da alimentação. Reservas do corpo (glicogênio). Síntese endógena a partir de proteínas ou do glicerol dos triglicerídeos. DIABETES MELITO: DIAGNÓSTICO, CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO Diabetes melitus (DM) Conceito É uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) Conceito Doença metabólica autoimune de caráter multifatorial, caracterizada pelo excesso de glicose no sangue, devido a alterações no metabolismo normal de carboidratos, proteínas e lipídeos, podendo evoluir com complicações macro e mocrovasculares, oculares, renais e neurológicas, entre outras, quando não manejada de forma adequada. Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) INCIDÊNCIA 0,5 CASOS NOVOS 100.000 hab/ano CRIANÇAS ADOLESCENTES ADULTOS JOVENS Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) Conceito Aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de medicamentos para controlar a glicose. Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) INCIDÊNCIA 90% DOS DIABÉTICOS Crianças ADULTOS Atividade Física Controle alimentar Medicamentos Controle Diabetes mellitos (DM) Características Hiperglicemia crônica, poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva. Complicações agudas Cetoacidose diabética Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica Critérios de diagnóstico laboratorial de DM CRITÉRIOS COMENTÁRIOS A1C ≥ 6,5% = ou = O teste deve ser realizado através de método rastejável ao método DCCT e devidamente certificado pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP). Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL = ou = O período de jejum deve ser definido como ausência de ingestão calórica por pelo menos 8 horas Glicemia 2h após sobrecarga com 75g de glicose: ≥200mg/dL Em teste oral de tolerância à glicose. Esse teste deverá ser conduzido com a ingestão de uma sobrecarga de 75g de glicose anidra, dissolvida em água, em todos os indivíduos com glicemia de jejum entre 100mg/dL e 125 mg/dL. Glicemia ao acaso ≥ 200mg/dL Em pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia, ou em crise hiperglicêmica Adaptado de: American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2014. Diabetes Care 2014;37 (Suppl 1): S14-S80 SIGNIFICADO CLÍNICO DA DOSAGEM DE GLICOSE Valores elevados de glicose: ocorrem nos vários tipos de diabetes primárias, nos estados de intolerância à glicose e nas diabetes secundárias a várias doenças (hipertireoidismo, hiperpituitarismo e hiperadrenocorticismo, etc.). PRINCIPAIS CAUSAS DA HIPOGLICEMIA DE JEJUM hiperinsulinismo endógeno (insulinoma e sulfoniluréia); hiperinsulinismo exógeno ; tumores extrapancreáticos; síndrome auto imune (formação espontânea de anticorpos para receptores da insulina); insuficiência da supra-renal (adrenal – cortisol e adrenalina) e ou hipofisária (GH); doença hepática grave; alcoolismo. SIGNIFICADO CLÍNICO DA HIPERGLICEMIA Diabetes Mellitus – devido à deficiência de insulina Sindrome de Cushing – Devido ao aumento do cortisol Hiperpituitarismo – Aumento da atividade da adenohipófise (GH) Choque, Intervenções cirúrgicas, estresse, traumatismo do crânio etc. Feocromocitoma- Aumento de catecolaminas Hipertireoidismo- aumento de tiroxina Nas convulsões (eclâmpsia) SIGNIFICADO CLÍNICO DA HIPOGLICEMIA Suprimento deficiente de alimentos - Jejum prolongado - Hiper utilização Distúrbios hepáticos - Insuficiência hepática - Doença e Von gierke (ausência de glicose- fosfatase) - Doença de Forbs (ausência de amilo 1,6- glicosidase – enzima desramificadora) - Etilismo SIGNIFICADO CLÍNICO DA HIPOGLICEMIA Deficiência de hormônios - Hipopituitarismo - Doença de Addison (insuficiência da adrenal – diminui cortisol) - Hipotireoidismo Distúrbios com secreção anormal de insulina - Hipoglicemia dos recém-nascidos de mães diabéticas - Insulinoma SIGNIFICADO CLÍNICO DA HIPOGLICEMIA Neoplasias Farmacogênica - Excesso de insulina - Sulfoniluréia - Biguaninas Detecção e diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) Teste de rastreio para DM2 não diagnosticado deve ser realizado na primeira consulta de pré-natal nas gestantes com fatores de risco, utilizando critérios padrão para diagnóstico. Em gestantes cuja presença do diabetes é desconhecida, os testes de rastreio devem ser iniciados entre as semanas 24 e 28 de gestação, utilizando-se o teste oral de tolerância à glicose com 75 g. Detecção e diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) O diagnóstico de DMG é confirmado quando qualquer dos valores seguintes de glicemia for atingido: glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL; glicemia pós-prandial de 1 hora ≥ 180 mg/dL; ou glicemia pós-prandial de 2 horas ≥ 153 mg/dL. Deve-se reavaliar a possível persistência do diabetes entre as semanas 6 e 12 do período pós parto. Mulheres com história de DMG devem ser reavaliadas para a presença de diabetes a cada 3 anos. Prevenção do DM2 Pacientes com tolerância diminuída à glicose, glicemia de jejum alterada e A1C entre 5,7% e 6,4% devem ser encaminhados para um programa de perda de 7% do peso corpóreo, associado a um aumento da atividade física para, pelo menos, 150 minutos/semana de atividade física moderada, como a caminhada, por exemplo. Prevenção do DM2 A terapia preventiva com metformina pode ser considerada em pacientes com maior risco de desenvolver diabetes, tais como aqueles com múltiplos fatores de risco e progressão da hiperglicemia (A1C ≥ 6,0%) apesar das intervenções no estilo de vida. Exames Utéis na Classificação Medida de corpos cetônicos na urina Na presença de infecções Glicose capilar em faixas superiores a 240-300mg/dL Gestação Sintomas de cetoacidose: Naúseas, vômitos e dor abdominal Resultado falso-positivos: presença de captopril Resultado falso-positivo: Longa exposição da urina ao ar, pH muito ácido, ingestão excessiva de vitamina C. Tratamento do DM Estratégias Modificações no estilo de vida Suspensão do fumo e baixo consumo de álcool Aumento da atividade física Re-organização dos hábitos alimentares Uso de medicamentos Tratamento do DM Estratégias Modificações no estilo de vida Suspensão do fumo e baixo consumo de álcool Aumento da atividade física Re-organização dos hábitos alimentares Uso de medicamentos Hemoglobina Glicada Conceito O termo genérico “hemoglobina glicada” refere-se a um conjunto de substâncias formadas com base em reações entre a hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares. O glóbulo vermelho é livremente permeável à molécula de glicose, sendo que a hemoglobinafica exposta, praticamente, às mesmas concentrações da glicoseplasmática. A hemoglobinaglicada acumula-se dentro dos eritrócitos, apresentando, portanto, uma vida média dependente da deles A HbA é a forma principal e nativa da hemoglobina, sendo que a HbA0 é o principal componente da HbA. Na prática, esta corresponde à chamada fração não glicada da HbA. Por outro lado, a HbA1 total corresponde a formas de HbA carregadas mais negativamente devido à adição de glicose e outros carboidratos. Tipos Existem vários subtipos de HbA1 cromatograficamente distintos, tais como HbA1a1, HbA1a2, HbA1b e HbA1c. Desses todos, a fração ou apenas A1C, é a que se refere à hemoglobina glicada propriamente dita, cujo terminal valina da cadeia beta está ligado à glicose por meio de uma ligação estável e irreversível.HbA1c Processo de síntese A primeira fase da condensação da glicose com a hemoglobina é reversível e origina umcomposto intermediário denominado pré-A1c, HbA1c lábil, aldimina ou base de Schiff. A segunda fase resulta num composto estável denominada de cetoamina estável, nãomais dissociável, agora denominada de HbA1c Independe da cooperação do paciente; O tratamento insulínico não invalida o exame; A tomada do sangue pode ser a qualquer hora, tenha o paciente se alimentado ou não; O exercício físico não interfere; Há estreita correlação entre esta determinação e a prova de tolerância da glicose. Vantagens da Hemoglobina glicosilada Consequências No decorrer dos anos ou das décadas, a hiperglicemia prolongada promove o desenvolvimento de lesões orgânicas extensas e irreversíveis, afetando os olhos, os rins, os nervos, os vasos grandes e pequenos, assim como a coagulação sanguínea Consequências Os níveis de glicose sanguínea persistentemente elevados são tóxicos ao organismo por três mecanismos diferentes: mediante a promoção da glicação de proteínas, pela hiperosmolaridade pelo aumento dos níveis de sorbitol dentro da célula Frutosamina