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CIÊNCIAS POLÍTICAS Prof. Me. Gabriel Soares de A Filho Gabriel Soares @gabriel.soaresa gs.azevedo11@gmail.com AS FORMAS DE ESTABELECIMENTO DO ESTADO ESTADO ABSOLUTISTA É um Estado que centraliza todo o poder político e econômico nas mãos de apenas uma pessoa, geralmente um monarca ou ditador. A essência desse tipo de governo é que a pessoa que possui o poder absoluto e ilimitado, não está sujeita a contestações ou regulamentações de qualquer outro órgão ou instituição. Assumindo o controle das atividades econômicas, o Estado intervinha nas concessões dos monopólios, fixava preços e tarifas, administrava a moeda e os metais preciosos. O Estado assumia também a responsabilidade de centralizar e praticar a justiça e de cuidar do contingente militar, criando exércitos profissionais. A origem e formação do Estado Absolutista O Estado Absolutista surgiu ainda na Idade Média, no cenário socioeconômico do sistema feudal. Porém, o feudalismo passava por crises, já que se questionava porque o poder se centralizava apenas nas mãos dos senhores feudais. É no decorrer dessa crise que o modelo econômico capitalista tem seu início nos meios de produção. Isso aconteceu porque acreditava-se que, naquele momento, o feudalismo servia como empecilho para o desenvolvimento econômico. É durante essa gradual mudança dos modos de produção, que o poder começa a ser centralizado nas mãos dos reis. Os senhores feudais perdem forças políticas e econômicas, enquanto as forças nacionais (poder bélico) e os benefícios concedidos à nobreza passam a crescer. É nesse contexto, entre os séculos XVI e XVIII, que nasce e se consolida o Estado Absolutista, com o poder político e econômico ilimitado nas mãos dos monarcas. Principais características do Estado absolutista Os reis passam a decretar as leis e decidir problemas jurídicos. Não havia constituição que pudesse contestar a vontade e as ações deles, Principais características do Estado absolutista Eram responsáveis também por escolher o valor a ser cobrado nos tributos para a população e comerciantes, Principais características do Estado absolutista O rei controlava as forças nacionais. Qualquer ação do poder bélico do Estado estava abaixo das vontades do monarca. Principais características do Estado absolutista Acima do rei só existia Deus, já que em um Estado Absolutista o rei era considerado como o escolhido do Divino para governar o povo. ESTADO LIBERAL Esse modelo de Estado tem como valores primordiais o individualismo, a liberdade e a propriedade privada. Apresenta-se como representante de toda a sociedade, tendo o papel de “guardião da ordem”: não lhe cabendo intervir nas relações entre os indivíduos, mas manter a segurança para que todos pudessem desenvolver livremente suas atividades. Foi nele que se estabeleceu a separação entre o público e o privado. "Segundo Norberto Bobbio, podemos compreender “liberalismo” como uma determinada concepção de Estado, na qual este tem poderes e funções limitados. Assim, será o avesso daquele Estado no qual o poder absolutista imperou em boa parte da Idade Média e da Idade Moderna. " "(BOBBIO, 1995)." Estado liberal (ou Estado liberal de direito) é um modelo de governo baseado no liberalismo desenvolvido durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII. O liberalismo se opôs ao governo controlador e centralizador do Estado absolutista, que tinha como principais características o acúmulo de riquezas, o controle da economia e uma relação de autoritarismo entre o governo e o povo. O Estado liberal, também chamado de Estado liberal de direito, é voltado para a valorização da autonomia e para proteção dos direitos dos indivíduos, garantindo-lhes a liberdade de fazer o que desejarem desde que isso não viole o direito de outros. Economicamente, o Estado liberal é fruto direto dos interesses da burguesia. Seu principal estudioso foi Adam Smith, que acreditava que o mercado é livre quando regula a si próprio sem qualquer interferência estatal. É o modelo oposto ao Estado intervencionista, marcado por uma regulação exaustiva de todas as áreas da economia, incluindo o setor privado. Como surgiu o Estado liberal? O Estado liberal surgiu após a Revolução Francesa, que foi movida por ideais liberalistas inspirados nas obras de John Locke. O filósofo inglês, considerado pai do liberalismo, entendia que os indivíduos nasciam com o direito natural à vida, à liberdade e à propriedade privada. Esse pensamento teve por consequência a ideia de que o Estado não poderia mais intervir nesses assuntos. Características do Estado liberal • Liberdade individual • Igualdade • Tolerância • Liberdade da mídia • Livre mercado ESTADO FASCISTA Fascismo é uma ideologia política de extrema-direita que defende posições políticas conservadoras, manifesta um nacionalismo extremado, atua de maneira radicalizada e vê na violência uma forma de alcançar e sustentar o poder. É uma ideologia que se adapta muito bem às diferentes realidades políticas. O fascismo enquanto ideologia política surgiu na Itália, em 1919, por meio de uma organização paramilitar liderada por Benito Mussolini . Os fascistas estiveram no poder italiano entre os anos de 1922 e 1943, sendo retirados, em 1945, com a derrota do Eixo na Segunda Guerra Mundial. Fascismo é um tipo de governo onde todas as esferas da sociedade são controladas pelo Estado. A principal característica desse tipo de governo é o totalitarismo nacionalista. O fascismo surgiu e foi aplicado no século XX, na Europa. A origem desse sistema está atrelada ao fim das monarquias europeias e ao vácuo de poder político pós Primeira Guerra Mundial. Nesse Estado a participação política significava plena adesão ao regime e ao seu líder máximo, ou seja, ninguém podia fazer qualquer crítica ou oposição ao governo. Principais características do fascismo •Obediência cega; •Desprezo pela democracia liberal e pela política tradicional; •Oposição ferrenha ao socialismo; •Militarização da sociedade; •Culto à personalidade do líder; •Apelo à violência como forma de alcançar seus objetivos; ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL O Estado de bem-estar social, ou Estado- providência, ou Estado social, é um tipo de organização política, econômica e sociocultural que coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e económica do país, em parceria com empresas privadas e sindicatos, em níveis diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao Estado de bem-estar social, garantir serviços públicos e proteção à população, provendo dignidade aos naturais da nação. O Estado de bem-estar social moderno nasceu na década de 1880, na Alemanha, com Otto Von Bismarck, como alternativa ao liberalismo econômico e ao socialismo. Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo indivíduo tem direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços, que deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil. São as chamadas prestações positivas ou direitos de segunda geração, em que se inclui gratuidade e universalidade do acesso à educação, à assistência médica, ao auxílio ao desempregado, à aposentadoria, bem como à proteção maternal, à infantil e à senil. Esse modelo de Estado permite enfrentar, por um lado, os movimentos de trabalhadores que exigiam melhores condições de vida e, por outro, as necessidades do capital, que buscava alternativas para a construção de uma nova ordem econômica mundial. Popularizou-se no século XX, no continente europeu, especialmente no pós-Segunda Guerra Mundial, quando a reconstrução dos países afetados pela guerra demandavauma participação mais ativa dos Estados. Também denominada de “socialismo democrático”, a Social-Democracia prioriza as reformas sociais para redistribuir renda por meio de acesso a serviços públicos gratuitos, tais como saúde, segurança, educação e previdência, bem como uma política econômica que contemple também as populações mais desassistidas. Defende também a propriedade privada e o sistema representativo. Vários países europeus têm arraigada tradição de partidos social-democratas, dentre os quais se destacam Alemanha, Suécia, França, Holanda e Espanha. Foi fortemente influenciada pelas teses do economista John Maynard Keynes (1883-1946), intelectual que concebeu o modelo do Estado de bem- estar social, em que o ente governamental assume o papel de organizar a economia com a dupla missão de promover o progresso econômico e oferecer aos cidadãos redes de proteção social para todas as fases da vida. ESTADO NEOLIBERAL "O Neoliberalismo é uma doutrina socioeconômica que retoma os antigos ideais do liberalismo clássico ao preconizar a mínima intervenção do Estado na economia, através de sua retirada do mercado, que, em tese, autorregular-se-ia e regularia também a ordem econômica. " Os valores e o modo de vida capitalistas, o individualismo como elemento fundamental, a livre iniciativa, o livre mercado, a empresa privada e o poder de consumo como forma de realização pessoal. Presença cada vez maior das grandes corporações produtivas e financeiras na definição dos atos do Estado. Inicialmente surgiu de forma tímida por meio da divulgação de textos como “O caminho da servidão” de Frederich Hayek, de 1944, e “A sociedade aberta e seus inimigos”, de Popper, em 1945. Na década de 1960 outras publicações se seguiram, dando sustentação a essa perspectiva, como “Os fundamentos da liberdade” de Frederich Hayek, em 1960, e “Capitalismo e liberdade” de Milton Friedman, publicado em 1962. O movimento neoliberal defendia a tese de que a crise das décadas de 1970 e 1980 decorria do mau funcionamento do Estado, evidenciado na falta de efetividade e no crescimento distorcido, além dos altos custos operacionais, do excesso de endividamento público e da incapacidade de se adequar ao processo de globalização em curso, que teria reduzido a autonomia e a capacidade dos estados nacionais para gerirem suas próprias políticas econômicas e sociais. Características do neoliberalismo • Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho; • A política de privatização de empresas estatais, ou seja, a privatização de todos os setores da economia nacional; • Desregulamentação do sistema financeiro; • Transferência de serviços públicos ao setor privado; Características do neoliberalismo •Redução dos encargos e direitos sociais como um todo; • A abertura da economia para a entrada de empresas multinacionais; • Defesa dos princípios econômicos do capitalismo e também ênfase na globalização. Consequências do neoliberalismo • Desigualdade social; • Desemprego; • Economia instável; • Salários baixos; Consequências do neoliberalismo • Fluxo de capital invertido; • Dependência do capital internacional (principalmente nos países mais pobres e menos desenvolvidos); • Tremenda liberação financeira. • Fortalecimento da iniciativa privada
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