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ARevolucao de 1930 e a Era Vargas


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História
REVOLUÇÃO DE 30 E A 
ERA VARGAS
 
205 
 
 
A REVOLUÇÃO DE 1930 E 
A ERA VARGAS (1930 – 1945) 
 
 
 
 
Inicialmente, devemos observar que estamos tratando do período vai de 1930 a 1945. 
Vale lembrar que o Brasil está em uma fase de consolidação da República, que fora 
proclamada em 15 de novembro de 1889. 
 
Após a Proclamação da República, houve um período de relativa estabilidade política, 
chamado de República Velha. Nessa fase, o poder político ficou nas mãos da oligarquia 
cafeeira, que usava a máquina pública tão somente para tratar de seus interesses, 
esquecendo-se das demais classes sociais existentes, em especial das classes urbanas, 
que estavam em franca expansão. 
 
A expansão das classes urbanas e a política oligárquica vigente na República Velha 
começaram a criar um clima de tensão, que abalará as estruturas políticas vigentes. 
É nesse contexto que ocorre a chamada “Revolução de 30” e que sobre ao poder 
Getúlio Vargas, que governa o Brasil durante 15 anos consecutivos. 
 
Veremos um pouco dos precedentes históricos da Revolução de 30. Precedentes 
históricos são os fatos apontados como desencadeadores de um evento ou marco 
histórico, isto é, fatos que antecederam um acontecimento histórico e que podem ser 
tidos como causa desse mesmo acontecimento. Podemos apontar os seguintes 
precedentes históricos à Revolução de 1930: 
 
A) REPUBLICA VELHA – “POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE” – Com a Proclamação da 
República em 1889, o cenário político brasileiro é controlado por uma oligarquia 
(governo exercido por alguns). Nesse período, os Presidentes da República eram todos 
provenientes da elite latifundiária brasileira, ou seja, donos das grandes terras, 
especialmente Fazendas de Café. 
 
Nesse período, os estados de Minas Gerais e São Paulo se revezavam na Presidência da 
República. Era a chamada “Política do Café com Leite”, pois o Estado de São Paulo era 
o principal produtor de café e o Estado de Minas, o principal produtor de leite. Esse 
revezamento somente era possível graças ao sistema eleitoral brasileiro da 
República Velha em que o voto era aberto, o que permitia o chamado voto de 
“cabresto1”. 
 
B) TENENTISMO – Outro importante precedente histórico da Revolução de 1930 foi o 
tenentismo, movimento formado por militares descontentes com os rumos da política 
nacional. Esse grupo foi muito importante para o sucesso da Revolução de 1930, uma 
vez que essa “revolução” foi, em verdade, um golpe de estado dado por Getúlio Vargas 
graças ao apoio dos militares. 
 
O movimento tenentista buscava, principalmente, a moralização das instituições 
republicanas, o nacionalismo econômico e a valorização da classe 
 
 
 
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1 VOTO DE CABRESTO – expressão usada para se referir a práticas políticas 
abusivas, como a compra de votos. 
 
média urbana. Além disso, também podemos mencionar que uma das principais 
bandeiras do tenentismo era o voto secreto. 
 
Um dos episódios deflagrados pelo movimento tenentista foi a Revolta do Forte de 
Copacabana em 1922, ou Revolta dos 18 do Forte (18 era o número de militares 
que participou do levante). 
 
 
 
Quando falamos em tenentismo, também devemos nos lembrar da Coluna Prestes 
(1925/27), que foi um movimento armado que percorreu todo o interior do Brasil, do 
Rio Grande do Sul à Região Norte, difundindo os ideais tenentistas. Ela recebeu esse 
nome em homenagem a um de seus principais idealizadores, o então capitão Luis Carlos 
Prestes, apelidado de “Cavaleiro da Esperança”. 
 
A importância do tenentismo foi a de preparar o caminho para a Revolução de 
1930. O tenentismo pode ser considerado como o braço armado daqueles que 
queriam uma mudança na estrutura política oligárquica vigente no Brasil, 
simbolizada pela Política do “Café com Leite”. 
 
C) MOVIMENTOS SOCIAIS URBANOS da República Velha - (Revolta da Vacina, Revolta 
da Chibata e Greves Gerais) – Ainda falando sobre os precedentes históricos da 
Revolução de 1930, devemos mencionar os movimentos sociais urbanos que ocorreram 
na República Velha. 
 
Podemos destacar três movimentos: Revolta da Vacina, Revolta da Chibata e Greves 
Gerais. Trataremos, sucintamente, de cada um deles: 
 
 
REVOLTA DA VACINA, 1904 – Foi um levante popular contra a Política de 
saneamento no Rio de Janeiro. Essa política buscava combater epidemias, como a 
Varíola e a Febre Amarela, muito comuns na cidade naquele período. Para isso, o 
governo federal editou uma lei tornava a vacinação obrigatória, além de adotar outras 
 
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medidas antipopulares, como a desapropriação e demolição de imóveis populares para 
construção de avenidas e esgoto. O principal idealizador dessa política foi o médico e 
sanitarista Oswaldo Cruz. 
 
 
REVOLTA DA CHIBATA, 1910 – Revolta de militares da Marinha do Brasil 
contra castigos corporais (chibatadas) e contra o serviço militar obrigatório – viaturas 
recolhiam mendigos para prestarem serviço militar. 
 
Greves Gerais –Estamos tratando do início do processo de industrialização no Brasil. 
As primeiras fábricas são instaladas nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de 
Janeiro. Surge pela primeira vez uma classe operária urbana, também chamada de 
proletariado (imigrantes italianos e japoneses - Anarco-sindicalismo) – Esses 
trabalhadores são submetidos a péssimas condições de trabalho, como jornadas de 
trabalho intensas, sem descanso semanal, sem férias ou aposentadoria. Greves - A 
“questão social” (greves) é tratada como “caso de polícia” (frase de Washington Luis, 
Presidente da República em 1926) – repressão violenta. Essas greves representam uma 
demanda social totalmente nova, demanda esta que será encampada por Getúlio Vargas, 
que será o pioneiro em “conceder” direitos trabalhistas a essa nova classe social. 
 
D) CRISE ECONÔMICA DE 1929 – Crack da bolsa da Nova Iorque – Na República 
Velha, a economia brasileira baseava-se, sobretudo, na monocultura de café. Em 1929, 
tivemos um período de superprodução de café, havendo mais oferta do produto do que 
a efetiva demanda. Esse período coincidiu com a crise econômica mundial de 1929, o 
que levou o preço do café a despencar no mercado internacional, colocando a economia 
brasileira em colapso, e dando fim á hegemonia dos cafeicultores na economia nacional. 
 
 
 
 
A REVOLUÇÃO DE 1930 
 
 
 
Nessa parte da aula, veremos mais detalhadamente a “Revolução de 1930”. Até agora 
estávamos enumerando os precedentes históricos e as causas que desencadearam essa 
“revolução”. 
 
Antes, porém, precisamos fazer uma observação importante. Sempre que falarmos em 
“Revolução de 1930”, devemos usar as aspas, pois não podemos considerá-la 
propriamente como uma revolução no sentido usado pelos historiadores e sociólogos. 
 
Para esses estudiosos, a palavra revolução se refere a uma transformação radical da 
sociedade, que atinge definitivamente o modo de vida das pessoas, o que, de modo 
algum, ocorreu durante o movimento político de 1930. 
 
A razão pela qual a palavra revolução não é adequada ao movimento de 1930 se dá 
pelo fato de que ela não provocou uma alteração profunda nas estruturas sociais e 
econômicas brasileiras então vigentes. Pelo contrário, Getúlio Vargas manteve 
durante todo o seu governo um pacto com a oligarquia nacional, o que pode ser 
facilmente constatado, se considerarmos que Getúlio Vargas foi quem fomentou a 
 
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política de proteção ao café, ao determinar que o governo federal comprasse centenas 
de toneladas de sacas de café para, em seguida, queimá-las, protegendo com isso o preço 
do produto no mercado internacional. 
 
Por outro lado, embora não tenha provocado uma transformação radical da sociedade 
brasileira, a “Revolução” de 1930 teve seus méritos, pois conseguiu colocar na 
pauta da política nacional demandas até então esquecidas, como é o caso dos 
direitos trabalhistas e a substituição do modelo econômico brasileiro, baseado na 
monocultura do
café, por um novo modelo, baseado na valorização da indústria e do 
comércio. 
Dessa forma, é correto afirmar que a “Revolução de 1930” representa muito mais um 
processo de transformação do Brasil do que uma revolução propriamente dita, 
processo este conduzido por um político extremamente hábil, que soube conciliar os 
interesses da oligarquia nacional com as demandas das camadas sociais menos 
favorecidas. Por esse motivo, é que é comum a a�irmação de que Vargas era o “pai dos 
pobres e a mãe dos ricos”. 
 
Feitas essas considerações iniciais, passemos à análise do processo político que levou 
ao golpe de estado desferido por Getúlio Vargas em 03 de outubro de 1930. Vimos 
que na República Velha vigorava a chamada Política do Café com Leite, por meio da 
qual os candidatos à Presidência da República, apoiados pelos estados de São Paulo e de 
Minas Gerais, se revezavam no Poder. Esses candidatos eram apoiados pelo 
Partido Republicano Mineiro (PRM) e pelo Partido Republicano Paulista (PRP). 
 
Ocorre que, no ano de 1929, houve um “racha” entre esses dois partidos. Isso porque o 
então Presidente da República, Washington Luís, apoiado pelos paulistas, decidiu indicar 
como seu sucessor outro paulista, Julio Prestes, em vez de indicar um político 
mineiro, como seria o esperado. Essa conduta gerou revolta no Partido Republicano 
Mineiro, que passou para a oposição, unindo-se a estados como Rio Grande do Sul e 
Paraíba na chamada Aliança Liberal, pondo fim à “Política do Café com Leite”. 
 
Os paulistas, portanto, lançaram como candidato às eleições presidenciais de 1930, 
o paulista Julio Prestes, enquanto que os mineiros aliaram-se ao Rio Grande do Sul e à 
Paraíba, apoiando a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas ao cargo de Presidente da 
República, e a do paraibano João Pessoa como Vice. 
 
 
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As eleições foram realizadas em 1º de março de 1930, apontando Julio Prestes como 
vencedor. A Aliança Liberal (partido que apoiava Getúlio Vargas) não se conformou com 
o resultando alegando que houve fraude nas eleições. A vitória de Júlio Prestes 
levou alguns tenentes, como Juarez Távora e João Alberto, a darem início a uma 
conspiração para evitar a posse de Julio Prestes, ganhando rapidamente a adesão de 
alguns políticos, como Antonio Carlos Andrade, governador de Minas Gerais. 
 
O estopim do movimento se deu em 26 de julho de 1930, com o assassinato de 
João Pessoa (candidato a Vice da coligação partidária de GV), por motivações 
políticas, iniciando- se, em seguida, rebeliões em alguns estados como Rio Grande do Sul 
e Paraíba. 
 
Por fim, em 03 de novembro de 1930, uma junta militar depõe o Presidente 
Washington Luis e impede a posse de Julio Prestes, passando o poder a Getúlio Vargas 
provisoriamente. 
 
Getulio Vargas sobe ao poder em 1930, e nele permanece por 15 anos, 
sucessivamente como chefe de um governo provisório, presidente eleito pelo voto 
indireto e ditador. Deposto em 1945, voltaria a presidência pelo voto popular em 
1950, não chegando ao �im do mandato – por suicidar-se em 1954. 
 
 
 
GOVERNO PROVISÓRIO 
 
 
 
Com o golpe de estado de 03 de novembro de 1930, Getúlio Vargas assume a 
Presidência da República com amplos poderes. Vale lembrar que Vargas assume o 
poder em um “estado de compromisso”, pois ele busca conciliar os interesses das 
oligarquias nacionais (em especial a cafeeira), bem como atender aos reclames das 
classes urbanas, do proletariado, da burguesia e do Exército. 
 
Dentre os fatos que mais marcaram esse primeiro período inicial da Era Vargas, 
podemos destacar: 
 
DEFESA DA CAFEICULTURA – Adoção de medidas para a valorização do café. O 
governo compra toneladas de café para, em seguida, queimá-las, protegendo, com 
isso, o preço do produto no mercado internacional. 
 
ESTÍMULO À ATIVIDADE INDUSTRIAL – Com a crise econômica internacional, 
muitos produtos que o Brasil importava passaram a faltar no mercado. Além disso, havia 
a necessidade de libertar a economia internacional da monocultura do café, produto 
que havia perdido seu valor no mercado internacional. Portanto, a crise de 1929 
encerrou o chamado ciclo do café. 
 
A solução encontrada por Vargas para a economia nacional foi estimular a indústria. 
A indústria nesse período era voltada à Substituição das importações, pois o Brasil 
passou a produzir os produtos que antes eram importados de outros países. 
 
 
210 
 
É também nesse período que se inicia a migração nordestina para o sudeste, para 
preencher a carência de mão de obra na indústria. 
 
Vargas foi pioneiro na concessão de direitos trabalhistas a esses trabalhadores. 
Importante mencionar que as conquistas trabalhistas no Brasil foram um “movimento 
de cima para baixo”. Isso porque Vargas foi aos poucos conferindo aos trabalhadores os 
direitos trabalhistas, como uma espécie de benevolência, isto é, como se estivesse 
fazendo um favor aos trabalhadores. Essa política trabalhista liquidou com as condições 
de existência de um “sindicalismo autônomo” no Brasil. Ele criou estruturas sindicais 
rígidas, de forma a poder controlar os sindicatos dos trabalhadores. 
 
 
 
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 
EM SÃO PAULO 
 
 
 
A chamada “revolução de 1932” se deu em virtude da demora do governo provisório 
em convocar uma assembleia constituinte para elaborar uma nova constituição. A 
Constituição que, em tese, estava em vigor era ainda a primeira constituição republicana, 
de 1891. Mas ela “funcionava apenas no papel”, pois Vargas governava com amplos 
poderes, sem respeito à legalidade e à separação de poderes. 
 
Diante dessa situação, a elite paulista levanta bandeira da legalidade, realizando diversos 
comícios exigindo a convocação de uma assembleia constituinte. Vale lembrar que, como 
bem observa o historiador Boris Fausto, a elite paulista resolve “levantar essa bandeira”, 
pois estava ressentida com a Revolução de 30, que, além de acabar com a Política do Café 
com Leite, ainda eliminou a autonomia que os estados gozavam na República Velha, 
destituindo os governos estaduais e as respectivas assembleias legislativas, nomeando 
interventores para o governo dos estados. 
 
Acresce, ainda, o descontentamento dos paulistas com a nomeação de um “forasteiro” 
para ser interventor de São Paulo. Vargas nomeia um tenente pernambucano, João 
Alberto Lins de Barros, para o cargo. Diante desse quadro, inicia-se em São Paulo uma 
campanha para a convocação de uma assembleia constituinte para a elaboração de uma 
constituição para o Brasil. O movimento paulista começa com a realização de grandes 
comícios realizados em praças públicas. Vargas tenta amenizar a situação nomeando um 
interventor paulista para o governo de São Paulo, Pedro de Toledo, mas isso não é 
suficiente para diminuir o descontentamento dos paulistas contra o governo provisório, 
pois as interferências do governo federal em São Paulo são constantes. Vargas interfere 
na nomeação do secretariado do governo de São Paulo, não deixando com que Pedro de 
Toledo a faça livremente. 
 
Essa intervenção gera uma série de protestos em São Paulo. Em uma dessas 
manifestações, realizada em 23 de maio de 1932, partidários do governo de Getúlio 
Vargas assassinaram cinco estudantes paulistas, cujos nomes eram Martins, Miragaia, 
Dráusio, Camargo e Alvarenga. É daí que surge a sigla MMDC (ou MMDCA), iniciais dos 
nomes dos estudantes assassinados, que será usada nas bandeiras e cartazes com 
a propaganda da revolução constitucionalista. 
 
 
211 
 
 
 
A morte dos estudantes paulistas em 23 de maio de 1932 serve de estopim para o 
início do movimento armado em São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas e a 
favor da elaboração de uma nova Constituição. 
 
Em 9 de julho de 1932 eclode a luta armada que se estenderá até 2 de outubro do 
mesmo ano, com a derrota das forças paulistas pelas forças militares do Governo 
Federal. 
 
Apesar
da derrota dos paulistas, a revolução de 1932 teve como mérito a promulgação 
de uma nova constituição para o Brasil em 16 de julho de 1934. 
 
 
 
GOVERNO CONSTITUCIONALISTA 
(1934-1937) 
 
 
Podemos destacar as seguintes características da Constituição de 1934: 
 
a) Voto secreto; 
b) Voto feminino; 
c) Criação da Justiça do Trabalho; 
d) Criação da Justiça Eleitoral; 
e) Nacionalização das Riquezas do subsolo; 
f) Direitos Trabalhistas. 
A Constituição de 1934, inspirada na Constituição alemã de Weimar, teve o mérito de 
incluir em seu bojo questões sociais, como os direitos dos trabalhadores, que ficaram 
esquecidas durante a República Velha. 
 
Durante o governo constitucional de Vargas, podemos destacar o surgimento de 
dois grupos políticos antagônicos (polarização ideológica): 
 
1. INTEGRALISMO: Movimento inspirado pelas ideias do fascismo. Seu principal líder 
era Plínio Salgado, jornalista e político de SP. Os seus membros eram conhecidos como 
 
212 
 
camisas verdes, pois usavam uniformes dessa cor. O movimento difundia o 
nacionalismo, era a favor do totalitarismo e do regime de partido único. Antidemocrática. 
 
2. ANL (ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORA) – Grupo de oposição ao Governo 
Vargas. Inspirados nos ideais marxistas. Defendiam a reforma agrária. Movimento de 
Massas. Como Getúlio era contrário a essas ideias, acabou por colocar a ANL na 
ilegalidade. Essa atitude levou os membros da ANL se aliarem para planejarem um golpe 
contra Getúlio Vargas, chamada de Intentona Comunista (1935). 
 
A intentona comunista (ou revolta vermelha de 1935) foi um levante contra o governo 
de Getúlio Vargas. Seu principal dirigente foi o tenente Luis Carlos Prestes, agora 
convertido ao comunismo. Houve a participação também de Olga Benário, militante 
russa e companheira de Prestes. 
 
A intentona comunista não teve sucesso e foi reprimida pelo governo Vargas, 
servindo ainda de pretexto para que Vargas implantasse o chamado Estado Novo, de 
feições claramente ditatoriais. 
 
Os integralistas se aproveitam da intentona comunista para criar temor na população 
brasileira, especialmente da classe média, forjando um documento falso, chamado Plano 
Cohen. Esse falso plano dava ideia de que os comunistas tentariam um novo golpe contra 
o governo, golpe esse que teria proporções muito maiores que a intentona comunista. 
Contando com apoio dos integralistas e dos militares, Vargas dá um novo golpe de 
estado em 1937, impedindo a realização das eleições que ocorreriam em 1938, 
inaugurando o Estado Novo. 
 
Em 1937 também foi criada a DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda: 
Divulgação em rádio, cinema, teatro, imprensa e a criação da Hora do Brasil, 
conhecido como Voz do Brasil. 
 
 
213 
 
 
 
 PM 2015 
 
Analise a imagem, re�lita sobre o conteúdo da faixa carregada pelos trabalhadores 
e assinale a alternativa que completa corretamente o enunciado da questão. 
 
(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/ 
0000004586/md.0000048288.jpg) 
 
O Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas em 1937, promoveu mudanças na 
política e na sociedade brasileira. Uma dessas mudanças foi a 
 
(A) proibição de instalação de empresas estrangeiras no país para incentivar e 
proteger a indústria nacional e os trabalhadores brasileiros. 
(B) uni�icação da legislação trabalhista (CLT) que garantia alguns direitos, como 
a instituição do salário--mínimo, para os trabalhadores brasileiros. 
(C) promulgação de reformas na legislação das empresas que reduziam os 
encargos trabalhistas com o objetivo de ampliar a oferta de empregos. 
(D) diminuição do intervencionismo do Estado para facilitar o processo de 
industrialização e a ampliação dos mercados de trabalho e de consumo. 
(E) priorização das indústrias como setor principal da economia, o que 
bene�iciou os trabalhadores urbanos em detrimento dos camponeses. 
 
Resposta: B 
 
 
Capítulo 04. ESTADO NOVO (1937-1945) 
 
A intentona deu o pretexto que Getúlio e a cúpula do Exército precisavam para a 
instituição de um estado totalitário. O Congresso Nacional é fechado e, em 10 de 
 
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combater na II Guerra Mundial. Uma curiosidade sobre a FEB é o seu símbolo, 
consistente em uma cobra “fumando”. Esse símbolo foi escolhido, pois alguns 
afirmavam que era “mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. Em 
1945, termina a II Guerra Mundial com a vitória dos aliados, merecendo destaque a 
atuação dos “pracinhas da FEB” nas campanhas de Monte Castello e Fornovo. 
 
 
 
 
CRISE DO ESTADO NOVO 
 
O �inal da II Guerra Mundial foi decisivo para o �im do Estado Novo. Isso porque os 
pracinhas brasileiros da FEB lutaram contra o regime fascista e, incoerentemente, o 
Brasil tinha um governo fundado sobre os moldes do fascismo. A vitória dos aliados na 
II GM é apontada como o fator externo para o �im do Estado Novo. 
 
Diante dessa situação, Getúlio tenta se apoiar em uma espécie de mobilização popular, 
lançando o movimento chamado “Queremismo”, que pretendia que Getúlio continuasse 
no poder. Isso desagradou as forças militares, que, no mesmo ano (1945) dá um golpe 
preventivo, depondo Getúlio Vargas e garantindo a realização de eleições. Os principais 
candidatos são o Marechal Eurico Gaspar Dutra e o Brigadeiro Eduardo Gomes. Dutra 
é eleito, convocando em 
1946 uma Assembleia Constituinte. 
 
Getúlio não se afasta totalmente da vida política. Em 1951, Vargas se elegerá novamente 
Presidente da República pela via democrática, mas acaba cometendo o suicídio no ano 
de 1954, por razões políticas.

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