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ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Patrícia Veber Trentin 2ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Leonardo Ribeiro, Sabrina Maciel Revisora Caiani Lopes Martins INTRODUÇÃO 4 A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS 5 Conceito de Logística 6 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO 9 Conceito de SCM 9 Características da SCM 11 Objetivos das Cadeias de Suprimentos 12 Estágios da evolução da Cadeia de Suprimentos 14 Modelo de Gestão da Cadeia de Suprimentos 15 Por onde começar? 16 GESTÃO DE COMPRAS 20 Objetivos do Departamento de Compras 20 Relação do departamento de compras com os demais setores 22 Comprador lucrativo e o poder da negociação – a evolução do comportamento do comprador 24 Competências e características de compradores lucrativos 26 Ética em compras 27 SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES 35 Que fatores são importantes analisar no momento da escolha de um fornecedor? 39 Benefícios que a empresa tem ao selecionar um fornecedor confiável 40 Avaliação de fornecedores 40 NEGOCIAÇÃO EM COMPRAS 46 Etapas de uma Negociação 49 Estilos de Negociação 51 Tipos de Negociação 52 Dicas para uma boa negociação 53 Pregão eletrônico 54 Sistema de Registro de Preços (SRP) 56 TI APLICADA À SUPRIMENTOS 64 GESTÃO DE ESTOQUES EM COMPRAS 75 Estoques 75 Razões para manter estoques 77 Ferramentas para a Gestão de estoques 81 Classificação XYZ 88 Lote Econômico de Compras (LEC) 91 Análise dos Estoques 92 INDICADORES DE DESEMPENHO UTILIZADOS NA GESTÃO DE COMPRAS 100 Os indicadores 102 Exemplos de indicadores de desempenho em compras 104 MODELO SCOR (SUPPLY CHAIN OPERATIONS REFERENCE) 107 Conceito 107 Nível dos processos 113 Roteiro do SCOR 113 BPM (GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS) 118 Como implantar o BPM? 120 TRADE MARKETING RELAÇÃO ENTRE FABRICANTES E DISTRIBUIDORES 127 Serviços realizados em Trade Marketing 129 Trade Marketing e Logística 130 LEAN SUPPLY CHAIN MANAGEMENT 135 GREEN SUPPLY CHAIN MANAGEMENT 142 Definição 143 Escopo do GSCM 143 Iniciativas do GSCM 145 Efeitos da Gestão da Cadeia de Suprimentos Verde 145 3ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Prezado aluno, seja bem-vindo! Sabemos que administrar uma Cadeia de Suprimentos no atual momento em que nossas empresas passam não é tarefa fácil e este assunto é vital para a sobrevivência das mesmas. O mercado nacional e internacional necessita de profissionais qualificados na área e a procura muitas vezes é insatisfatória pelos mesmos não dominarem o assunto. O foco da disciplina Administração da Cadeia de Suprimentos é propiciar uma sólida base de conhecimentos teóricos e práticos. Abordaremos desde conceitos básicos de Logística ao estudo do perfil ideal de um negociador, por exemplo. Lembre-se caro aluno que se você deseja prosperar na carreira e ser reconhecido no ramo em que atua, algumas virtudes e habilidades deverão ser trabalhadas para que o destaque e o reconhecimento realmente aconteçam. Qualidades tais como a pró-atividade, a dedicação, a contínua pesquisa, são modos essenciais de atuar para seu crescimento profissional. Além disso, esse modo responsável de atuação é importante para o andamento de seu próprio trabalho, que correrá sem maiores sobressaltos e com mais tranquilidade. Bons estudos! Profa Patrícia Veber Trentin 4ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS INTRODUÇÃO A gestão das empresas constantemente sofre mudanças diante do atual cenário da globalização da economia, tais como o surgimento de novos padrões de produtividade impostos por concorrentes. Cada vez mais dominar a Cadeia de Suprimentos do seu negócio e aprimorá-lo se torna um fator decisivo para a sobrevivência ou não no mercado. A Logística também tem assumido um papel no aumento da competitividade das empresas com a introdução de técnicas que reduzam ao máximo o custo de um produto, por exemplo, e ao mesmo tempo garanta a fidelização dos clientes. Porém, não é de hoje que ouvimos ou lemos expressões como “a logística dessa empresa é boa, a da outra nem tanto, etc” e também nos deparamos com asso- ciações de que Cadeia de Suprimentos é somente o departamento de compras da empresa. A Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management – SCM) apesar de ser um termo amplamente utilizado por empresas e em meios acadêmicos muitas vezes se confunde com o termo Logística e apesar de Corrêa (2010) afirmar que a SCM esteja hoje “no topo da agenda dos principais executivos da maioria das empresas...”, ela ainda é uma disciplina emergente, em fase de consolidação. Nada melhor então, do que iniciarmos este conteúdo conceituando Logística e Cadeia de Suprimentos a fim de tornar estes conceitos mais claros. 5ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS A pergunta ainda cabe: você sabe realmente o que é logística? Muitos ainda associam seu conceito ao transporte, mas veremos que logística é muito mais do que isso e que o seu entendimento é crucial para a evolução dos negócios. A origem da palavra logística é francesa, do verbo loger que significa “alojar” e teve início com os militares. Eles ge- renciavam aquisição, manutenção, transporte de equipamentos e pessoal (BALLOU, 2006a; PIRES, 2004). 6ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Antes de 1950 começou-se a falar da logística, como custos de transporte e inventário e a questão da mercadoria certa na hora certa, mas a logística era de uma forma fragmentada. Com o decorrer dos anos, as atividades de logística passaram a ser transporte e compras. A partir daí surgiu uma nova área juntamente com a de marketing sendo ela os canais de distribuição, cujo objetivo era a distribuição do produto da melhor forma possível com coordenação (BALLOU, 2006a). Em 1960 a logística se ampliou para verificação de custo de transporte, controle de estoque, armazenamento e localização. Essa mudança fez com que a logística pas- sasse a se chamar logística empresarial, ou seja, distribuição física mais oferta física das mercadorias. Conceito de Logística De acordo com a Council of Logis- tic Management - CLM (2016), a logística é o processo de planejamento, implantação e controle do f luxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes. Para Bowersox e outros (2002), a logística é o processo que gera valor a partir da configuração do tempo e do posicionamento do inventário; é a combinação da gestão de pedidos de uma empresa, do inventário, do transporte, do armazenamento, do manuseio e embalagem de materiais, enquanto procedimentos integrados em uma cadeia de suprimentos. Por sua vez, cadeia de suprimentos, para BALLOU (2006b), é um conjunto de ati- vidades funcionais (transportes, controle de estoques, etc.) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual ma- térias-primas vão sendo trans- formadas em produtos acaba- dos, aos quais se agrega valor ao consumidor, como pode ser visto na figura a seguir. A logística é importante porque cria valor para os con- sumidores e fornecedores da empresa. Valor em logística é expresso em termos de “tempo” Fornecedor/PlantaTransporteArmazenagem Transporte Fábrica Transporte Armazenagem Transporte Clientes Fluxo de Informações Figura 1: Exemplo de uma Cadeia de Suprimentos. Fonte: Ballou, 2006 7ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS e “lugar”. Produtos e serviços têm pouco ou nenhum valor ao menos que eles estejam de posse dos consumidores quando (tempo) e onde (lugar)eles desejam consumi-los (BALLOU, 1997c). De nada adianta, por exemplo, você consumidor entrar em um armazém para comprar um refrigerante da sua marca favorita, e o mesmo não está à disposição na gôndola. Neste caso, você sairá sem o refrigerante ou comprará de outra marca. No contexto contemporâneo surgiu uma área muito importante associada à logística que é Supply Chain Manage- ment ou gerenciamento da cadeia de supri- mentos (SCM). Associam-se à discussão os benefícios da integração das funções internas de Compra, Produção, Vendas e Distribuição: a gestão da cadeia de su- primentos. Resumo: Tendo uma definição clara, começamos a observar o quanto a logística é uma área fundamental, porém complexa. Executá-la bem significa planejar os mínimos detalhes de uma operação. Antes de acionar o transporte, por exemplo, muitas atividades são executadas. Quem gerencia o planejamento logístico deve processar as informações, prospectar clientes e fornecedores, estar alinhado com as compras e verificar valores, notas e a qualidade dos materiais. É necessário também planejar soluções para acondicionar e movimentar os produtos, para que eles cheguem intactos ao destino final. Além disso, é necessário gerir os estoques, estudar o fluxo de materiais, dar treinamentos, planejar manutenção de veículos, estudar rotas, analisar resultados, desenvolver layouts, avaliar fornecedores, etc. Estas e outras estão entre as inúmeras tarefas que se enquadram em logística. De maneira geral, todos os processos envolvidos são de extrema importância para que o programa seja executado e que tudo funcione da maneira correta. Uma falha em qualquer etapa do planejamento pode acarretar danos, prejuízos e comprometer todas ou a maioria das demais etapas. Como bem podemos observar, está claro que a logística vai muito além do ato de transportar produtos e nesta disciplina o principal foco é entendermos as etapas de inputs (entradas) dos processos. 8ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Exercícios 1. Podemos citar como as principais mudanças econômicas que afetam a logística: maiores exigências de serviços, globalização, aumento das incertezas econômicas, proliferação de produtos, menores ciclo de vida dos produtos. (Certo/Errado) 2. Podemos dizer que a função da logística é colocar o produto certo, no lugar correto, no momento adequado e ao menor custo possível, desde as fontes de matéria-prima até o consumidor final. (Certo/Errado) 3. A função da logística se importa em agregar valor aos bens e serviços. Podemos citar: Valor de Tempo, Valor de Lugar, Valor de Qualidade e Valor de informação. (Certo/ Errado) 4. Para que possa ser gerenciada de forma integrada, a logística deve ser tratada como um sistema, ou seja, um conjunto de componentes interligados, trabalhando de forma coordenada, com o objetivo de atingir um objetivo comum. (Certo/Errado) 5. Como exemplo de logística integrada podemos citar: departamento de produção decide aumentar a produtividade da fábrica, independentemente dos estoques gerados. (Certo/Errado) 6. Uma das dimensões da excelência logística é o Sucesso do Cliente. Podemos dizer que as empresas excelentes em Logística entendem que seu sucesso não depende do sucesso de seus clientes, pois ambos fazem parte de uma mesma cadeia de suprimento. (Certo/Errado) 7. A logística empresarial estuda como a administração pode prover o menor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos. (Certo/Errado) 8. Julgue as afirmativas a seguir, adotando V para verdadeiro e F para falso. I. Entre as formas que a logística pode atuar estão a redução de custos, a redução dos prazos de entrega e a redução da produtividade na empresa. II. Falando em evolução da logística o foco no cliente se deu nos anos 80, juntamente com a integração de armazenagem, produção e distribuição. III. A Cadeia de Suprimentos foi, no passado, bastante verticalizada, reduzindo a dependência de fornecedores. IV. A logística deve ser vista como um diferencial competitivo, pois possibilita a redução de custos de uma empresa. a. Somente as afirmativas I e II são verdadeiras b. Todas as afirmativas são verdadeiras c. As afirmativas I e II são falsas d. As afirmativas I, II e IV são verdadeiras 9ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO Agilidade, disponibilidade, preço, prazo, qualidade, lead time, fidelização, são algumas das diversas características que marcam o interesse daqueles que investem dinheiro e esforços a fim de melhorar o desempenho junto ao gerenciamento da cadeia de suprimentos. Conceito de SCM A expressão “Supply Chain Management” (SCM) surgiu quando se percebeu a necessidade da integração e gerencia- mento de todas as atividades logísticas (interna e externa) das empresas, desde os fornecedores até os consumidores finais, criando assim uma cadeia de suprimentos. 10ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A cadeia de suprimentos de uma empresa de manufatura é, de forma geral, uma rede mundial de fornecedores, indústrias, armazéns, centros de distribuição e revendedores através dos quais matérias-primas são adquiridas, transformadas e enviadas para os consumidores. Com o objetivo de otimizar o desempe- nho, as funções da rede de suprimentos devem operar de uma maneira coordenada e harmônica. A dinâmica da empresa e do mercado ora dificulta essa coordenação harmônica, como por exemplo, as mudanças po- líticas, os materiais que não chegam na hora certa, a falha da produção, a falta dos trabalhadores, a mudança dos consumi- dores ou cancelamento dos pedidos de compras, etc., causando desvios dos planos. Daí, a importância do gerenciamento das diversas atividades como um sistema e não de forma isolada. Para Slack e outros (2005) a SCM é “a gestão da inter- conexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e a jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final”. Lambert, Cooper e Pagh, (1998) adotam a definição que o Global Supply Chain Forum desenvolveu em que a SCM consiste na integração dos processos chave do consumidor fi- nal e outros stakeholders até o fornecedor da matéria prima. Entende-se por stakeholders, todos os interessados no negócio: clientes, concorrentes, instituições regulatórias, governos, for- necedores, entre outros. Estes conceitos, em que a SCM é vista como uma integra- ção dos processos entre o primeiro fornecedor até o consumidor final pode ser melhor visualizado na Figura 02. Figura 2: Descrição da Cadeia de Suprimentos de uma indústria. Fonte: Lamberto, Pires, 2004 11ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Pela definição do Council of Logis- tics Management apud Martins e Laugeni (2005) Supply Chain Management é en- tendido como um conceito de integração da empresa com todas as firmas da cadeia de suprimento, fornecedores, clientes e provedores externos de meios logísticos compartilhando informações e planos ne- cessários para tornar o canal mais eficiente e competitivo. Este compartilhamento é mais profundo, acurado e detalhado do que na tradicional e conf litante relação comprador/vendedor. Características da SCM Para Cox (1999), há oito características da SCM: 1. Trabalhar sempre com o objetivo na perfeição da entrega de valor aos clientes; 2. Produzir apenas o que é necessário e se concentrar apenas nas ações que criem f luxo de valor; 3. Foco na eliminação de perdas de todo o processo operacional, como por exemplo, superprodução, tempo de espera grande, transporte, processamento inadequado, defeitos, inventários e movimentos desnecessários; 4. Reconhecer que todos os membros da cadeia de suprimentos estão interessados em um mesmo objetivo que é o de acrescentar valor ao produto; 5. Desenvolver relacionamentos de reciprocidade e confiança com fornecedores eclientes; 6. Trabalhar com fornecedores com o objetivo de criar uma logística mais eficiente; 7. Reduzir o número de fornecedores e trabalhar melhor com eles para se ter um relacionamento a longo prazo; 8. Criar uma rede de fornecedores para trocar informações de redução de perdas e eficiência operacional no fornecimento de produtos e serviços. 12ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Na SCM a geração de renda é tão importante quanto a redução dos custos. O gerar receita quer dizer o quanto que a SCM impacta na satisfação dos clientes. Normalmente a SCM dentro das empresas é compreendida como diminuir os custos o máximo possível. A SCM por muitos anos vem sido entendida como custos, porém as atividades da SCM afetam o desempenho do serviço ao cliente. Objetivos comuns são um dos itens pela qual as empresas têm de trabalhar para conseguir sucesso na cadeia, porém elas não podem esquecer-se de seus objetivos individuais para se manterem competitivas no mercado (PIGATTO & ALCAN- TARA, 2007). Em termos simples, a gestão da Cadeia de Suprimentos envolve a coordenação de todas as atividades ligadas ao pro- cessamento dos pedidos dos clientes, desde a pré-produção até a entrega. Durante este processo, as partes que compõem o produto trocarão de mãos diversas vezes, dos fornecedores até a fabricação, da estocagem à expedição, até chegar à entrega e ao consumo. Assim, dentro de uma pequena empresa que faz parte de uma grande cadeia, como se preocupar com todo esse processo, e ainda melhorá-lo? Este deve ser o questionamento que todos os gestores devem se fazer diariamente afim de melhorar seus processos como um todo. Objetivos das Cadeias de Suprimentos Slack e outros (2013) sugerem como objetivos de uma Cadeia de Suprimentos quatro objetivos de desempenho: qua- lidade, velocidade, confiabilidade e f lexibilidade. a. Qualidade: Busca-se na função de compras o compromisso com a qua- lidade. Todas as etapas de uma cadeia de suprimentos buscam o objetivo de atender de maneira satisfatória o cliente final. Mais cedo ou mais tarde, todas as atividades devem se voltar para esse objetivo, não importando as ações individuais necessárias. Quando um cliente decide comprar um bem ou um ser- viço, desencadeia uma ação por toda a cadeia de suprimentos. Cada movimento ou ação num determinado momento do ciclo, deveria inicialmente satisfazer as expectativas daquele ciclo para depois, somado aos demais ciclos, suprir a necessidade final de maneira também satisfatória. b. Velocidade: Tem relação direta com a velocidade em que o cliente final é atendido; do momento em que o cliente efetua o pedido até o exato momento onde ele tem sua solicitação totalmente atendida. Em muitas situações, diante da ineficiência do pro- 13ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS cesso de reposição e/ou atendimento da necessidade do cliente, a empresa opta por operar com estoques e estruturas acima de sua capacidade, visando a cobertura do espaço deixado pelo setor de compras da empresa. Isso por sua vez aumenta a capacidade de capital de giro e acrescenta outros custos a cadeia produtiva, aumentando assim o custo final ao cliente. O grande desafio ao qual estamos expostos é alcançar o equilíbrio entre a velocidade, como sensibilidade às demandas dos clientes, e a velocidade, como tempo de processamento curto que depende de como está estruturada a cadeia de suprimentos da organização. c. Confiabilidade: Se os clientes confiam que serão atendidos quando soli- citarem, não terão necessidade de antecipar pedidos ou operar com grandes quantidades em estoque ou com reserva de mão de obra. Se as operações individuais num processo não entregarem no tempo prometido, há a tendência de os clientes buscarem alguma proteção dos atrasos. Por isso a confiabilidade da entre- ga é medida dentro da empresa como dentro do prazo, entrega efetivada e processo encerrado. d. Flexibilidade: No contexto de uma cadeia de suprimentos a f lexibilidade é compreendida como a capacidade de um processo lidar com mudanças, perturbações e imprevistos. O conceito de agilidade inclui questões como focar no cliente e assegurar o rápido pro- cessamento e a adaptabilidade às necessidades dos mesmos. As cadeias de suprimentos ágeis são suficientemente f lexíveis para lidar com as mudanças na natureza da demanda do cliente ou nas capacidades de suprimento das operações dentro dos processos. 14ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Estágios da evolução da Cadeia de Suprimentos Gonçalves (2013) identifica quatro estágios da evolução da cadeia de suprimentos. 1. Informal: Caracterizado pela inexistência de processos operacionais bem estruturados. Assim, há baixa qualidade no serviço de atendimento ao cliente, bem como imprevisibilidade do produto ou serviço oferecido. 2. Funcional: Em face da orientação funcional da empresa há sub-otimização no gerenciamento dos custos que resulta na baixa qualidade da gestão e satisfação ao cliente. 3. Integração de processos internos: Nesse estágio são alinhados os diversos subprocessos da empresa e a gestão integrada. Como resultado observa-se um melhor desempenho e processos de melhoria continua. 4. Organização integrada: Estágio final da integração da cadeia de suprimentos. Há integração interna e externa da empresa com todos seus parceiros de negócios e, cada vez mais, o foco de suas atenções é voltado para o cliente e atividades que agreguem valor. Figura 3: Estágios da evolução da Cadeia de Suprimentos. Fonte: adaptado de Gonçalves, 2013 15ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Modelo de Gestão da Cadeia de Suprimentos Todo modelo de gestão de cadeia de suprimentos deve incluir maneiras de melhorar a eficiência – o ganho de rendimento – das atividades seguintes: • Acurácia da previsão e planejamento entre oferta e demanda; • Localização de fornecedores de matérias-primas; • Fabricação do produto; • Armazenagem do produto; • Entrega do produto; • Devolução do produto pelo cliente, caso necessário; • Feedback através do serviço de atendimento ao cliente e melhoria do processo, onde necessário. Lembre-se que se você obtém informações e números sobre os processos, é mais fácil gerenciá-los. No entanto, é bom ter certeza de que os números ref letem a realidade, para que as decisões da gerência sejam tomadas em função de conhecimento real do processo. Além disso, com um histórico em mãos, fica menos complexo iden- tificar pontos frágeis, como dependência de um único fornecedor ou de um mercado. Com informações e números fica mais fácil gerenciar seus processos, desde que os dados sejam precisos; com o histórico em mãos é possível identificar os pontos frágeis do sistema. 16ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Por onde começar? • Veja a seguir algumas ideias para melhorar o processo de gestão da cadeia de suprimentos na sua empresa: • Melhore a colaboração e a comunicação dos compradores com os seus fornecedores, sempre os informando de suas intenções de modificar ou melhorar algum processo de fabricação; • Mantenha os níveis de estoques tão baixos quanto acei- tável (obviamente desde que seja seguro), utilizando um processo just-in-time ou de produção por pedidos sempre que possível. O custo de estoque é um dos principais indicadores utilizados para se analisar o desempenho logístico de uma organização; • Analise se a terceirização de algum processo é mais ba- rata (considere tudo: produção, transporte e até perda de know-how); • Invista em tecnologias de comunicação, especialmente com os fornecedores, a fim de reduzir os tempos de pe- dido/entrega e garantir que a matéria-prima esteja sempre disponível. Assim como o custo de estoque, o tempo de atendimento ao cliente é outro indicador fundamental, pois incentiva a empresa a ter um relacionamento mais próximo com seus clientes e assim garantir um atendi- mento mais rápido; • Utilize as tecnologias de informaçãoexistentes (muitas com baixo custo): comece por previsão de vendas, controle de estoques, as compras, pedidos, expedição, entrega e assim por diante – existem ferramentas computacionais e automáticas para ajudar em cada etapa do processo; • Tome decisões de compras maiores (e estoques mais altos) e com desconto com base em planilhas e cálculos, não em pressão e intuição. Assim, mantenha em mente que o processo de gestão da cadeia de suprimentos não é feito isoladamente: ele é uma relação entre a sua empresa e as outras com as quais você se relaciona. Toda mudança que você faça no processo de gestão de sua cadeia deve ser uma experiência compartilhada e positiva para todos que a compõem, desta forma, você, seus fornecedores e seus clientes se beneficiam nesta relação. O gestor deve garantir uma distribuição eficiente e baixos custos com estoques; o equilíbrio entre ambos pode turbinar a produtividade e a eficiência. 17ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Resumo: A gestão da Cadeia de Suprimentos representa o esforço de integração dos diversos participantes nos mais variados canais de distribuição, por meio da administração compartilhada dos processos-chave de negócios. Esses processos interligam as diversas unidades organizacio- nais e membros dos canais, desde o fornecedor inicial de insumos até o consumidor dos produtos acabados. Torna-se importante salientar que, nesse cenário, fornecedores, industrias transformadoras, funcionários e clientes precisam estar interligados em um sistema de planejamento de demanda e gerenciamento de inven- tário, permitindo, assim, o processamento e a troca de informações entre si. Isso porque a gestão da cadeia de suprimentos representa a integração da logística interna com o ambiente externo, uma vez que sua ação se estende desde a coordenação dos fluxos dos materiais juntamente com as informações aos fornecedores até o cliente final. Em vista disso, a gestão da cadeia de suprimentos como um todo pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é possível aumentar a produtividade e, em consequência, contribuir significativamente para a redu- ção de custos, assim como identificar formas de agregar valor aos produtos. Algumas diretrizes sugeridas para o SCM: • Compartilhamento de informações ao longo da SC, especialmente referente ao planejamento e monitoramento de processos; • Divisão de riscos e ganhos, viabilizando relações de longo prazo; • Colaboração entre empresas, tendo os mesmos objetivos, como política de integração; • Integração nos processos de abastecimento, manufatura e distribuição; e • Parcerias de longo prazo. Resumindo, uma cadeia de suprimentos é a atividade diferenciada e neces- sária para que o produto e/ou serviço tenham valor agregado e sejam distinguidos no mercado. 18ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Exercícios 1. Podemos dizer que uma das vantagens da integração da cadeia de suprimentos (Supply Chain) é: maior estoque em toda a cadeia de suprimentos. (Certo/Errado) 2. O Supply Chain Management busca maior coordenação e sincronização nos canais de distribuição, mediante um processo de cooperação e troca de informações, através da integração de processos de negócios que interligam seus diversos participantes. (Certo/Errado) 3. O Supply Chain Management, ou o gerenciamento da cadeia de suprimentos, representa o esforço para o isolamento dos diversos participantes do canal de distribuição. (Certo/Errado) 4. Podemos dizer que os participantes do canal de distribuição ou da cadeia de suprimentos(abastecimento) são: fornecedores, fábrica/indústria, distribuidor/ atacadista, varejista/loja(comercio) e cliente/ consumidor final. (Certo/Errado) 5. Uma forma de melhorar o fluxo de caixa é aumentar o giro das mercadorias. Estoques altos demais significam menos dinheiro em caixa (...) Os grandes fornecedores deverão tentar receber em prazos menores e os grandes clientes farão de tudo para conseguir prazos maiores (...) A produção ao longo do ano deve ser programada de forma a acompanhar a demanda dos clientes o mais próximo possível da realidade. Dentro dessa filosofia, as empresas precisam atuar de forma logística no seu processo de aquisição/suprimentos, na gestão de seus estoques, na produção propriamente dita e no pronto-atendimento aos clientes. Assinale a alternativa que apresenta duas atividades que compõem a gestão da cadeia de suprimentos. a. A gestão de compras e suprimentos e a gestão da distribuição física. b. A gestão da cadeia produtiva e a gestão do espaço físico. 6. As principais características da cadeia de suprimentos no relacionamento entre os participantes, são: a. Lead time longo e aumento do número de fornecedores. b. Sistemas integrados e redução dos custos de fornecimento. c. Sistemas locais não integrados e lead time longo. d. Controles departamentais e aumento dos estoques. e. Manutenção dos custos de fornecimento e aumento da cadeia de abastecimento 19ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 7. Um dos pressupostos básicos da gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management) é: a. A gestão da cadeia de suprimentos se refere à formação de parcerias duradouras com fornecedores e clientes visando garantir um volume de negócios estáveis e lucrativos. b. A gestão da cadeia de suprimentos se refere à flexibilidade e à maior capacidade de adaptação às mudanças dos compradores profissionais. c. A gestão deve abranger toda a cadeia produtiva da organização, incluindo a relação da empresa com seus fornecedores e clientes. d. A gestão garante às empresas um conjunto de fornecedores e clientes fiéis e assim é possível programar com segurança as quantidades produzidas mensalmente. e. A gestão precisa abranger todos os itens que a empresa compra, garantindo assim uma previsão mais exata das despesas com aquisição de materiais. 8. Sobre Gestão da Cadeia de Suprimentos as afirmações são certas ou erradas. a. O fluxo das informações é o sustentáculo do processo de abastecimento da cadeia de suprimentos e, caso essa comunicação não flua de forma eficiente, é possível que ocorra excesso de estoque ao longo dessa cadeia – é o chamado efeito Forrester. ( ) Certo ( ) Errado b. O atual conceito de gerenciamento de cadeia de suprimento focaliza com grande destaque o fornecedor ( ) Certo ( ) Errado c. A SCM abrange toda a cadeia produtiva, incluindo a rede de relações da empresa com seus fornecedores e clientes, e não apenas com os seus fornecedores. ( ) Certo ( ) Errado d. A gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management), que é considerada uma nova forma de as organizações obterem vantagens competitivas, tem como objetivo básico a integração da cadeia produtiva a partir da relação com fornecedores até a elaboração do produto final. ( ) Certo ( ) Errado 20ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS GESTÃO DE COMPRAS A gestão adequada de aquisição e fornecimento é uma questão importante para o seu negócio. Por um lado, satisfazer os pedidos dos clientes, por outro, assegurar o mínimo de capital aplicado. Isto requer uma excelente coordenação interna entre os departamentos e externamente com clientes e fornecedores. Objetivos do Departamento de Compras Você sabe qual é o papel de um comprador numa em- presa? Ballou (2004e), Pozo (2001) e Gonçalves (2010) enu- meram as atribuições dos compradores, tais como: 21ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS a. É a função da empresa que se envolve com a compra de matérias primas, suprimentos e componentes para a or- ganização; b. Cadastra os fornecedores; c. Analisa as cotações de preços e condições de fornecimento; d. Responsável por selecionar e qualificar fornecedores, avaliar performance dos mesmos; e. Negocia contratos, compara preços, qualidade; f. Especifica as formas de recebimento dos bens; g. Deve ter a capacidade de comprar materiais e produtos na qualidade certa, na quantidade exata, no tempo certo,no preço correto e na fonte adequada.; h. É dele também a responsabilidade de estipular os pra- zos dos produtos à disposição dos solicitantes nas datas estabelecidas; i. Estuda o mercado fornecedor; j. Atende projetos especiais e de desenvolvimento de novos produtos ou serviços; k. Analisa e gerencia os diversos estoques existentes dentro ou fora da empresa; l. Define e adquire por meio de lotes econômicos de com- pras (LEC); m. Com o uso da tecnologia da informação, faz uso do pregão eletrônico e da participação de leilões públicos; n. Mantém do catálogo de materiais. O volume de atividades e o respectivo grau de complexi- dade que os órgãos de compras realizam vão depender do porte da empresa na qual a função é exercida. Em algumas organizações, a função Compras abrange um escopo ainda maior de atividades nas quais há inclusão de outras funções como: gerência de materiais; acompanhamento dos contratos e controle das faturas de fornecimento de materiais para autorização de pagamentos, entre outras. Ballou (2001d) afirma que a gestão de compras é vital para a sobrevivência e sucesso de um negócio, isso porque grande parte do dinheiro de vendas é pago à fornecedores por materiais comprados e reduções, mesmo que pequenas, na aquisição dos mesmos, podem gerar melhorias consideráveis nos lucros. 22ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Conforme Gaither & Frazier (2001), o departamento de compras desempenha um papel fundamental na realização dos objetivos da empresa. Sua missão é perceber as necessidades competitivas dos produtos e serviços, tornando-se responsável pela entrega no tempo certo, custos, qualidade e outros elemen- tos na estratégia de operações. É necessário que os gerentes de compras envolvam-se em várias atividades como manter um banco de dados e seleção de fornecedores, negociar contratos com os mesmos e agir como intermediário entre os fornecedores e a empresa. Há pouco, comentamos que grande parte do valor de vendas vai para o pagamento de fornecedores. Ballou (2001f) comenta que este valor representa entre 40% e 60% do valor de venda do produto final. Isto significa que ganhos relativa- mente pequenos na função de compras têm grandes impactos nos lucros das empresas. Isto é conhecido como princípio da alavancagem dos lucros. Relação do departamento de compras com os demais setores Segundo Gonçalves (2013), a função Compras para al- cançar seus objetivos requer uma coordenação geral e integrada entre os diversos órgãos da empresa: almoxarifados, no que tange ao armazenamento dos materiais; planejamento de estoques, responsável por definir as quantidades a serem adquiridas e os respectivos prazos de entrega; finanças, no que se relaciona a autorização e controle de pagamentos das faturas dos materiais recebidos e muitos outros setores da estrutura organizacional. Vamos falar da integração entre a gestão de compras e a qualidade e planejamento e controle da produção. Quanto à integração com a qualidade, provavelmente você já trabalhou, ou sabe de alguém que trabalha num negócio onde há um inspetor da qualidade ligado à área de recebimento. O trabalho desta pessoa é basicamente inspecionar tudo, ou quase tudo o que se recebe, afim de que sejam minimizados ou eliminados os produtos com defeitos. Oras, se já estamos selecionando um fornecedor para ser nosso parceiro, não deveríamos crer que o mesmo está nos mandando materiais confiáveis? Quem arca com o custo de inspeção no nosso negócio? 23ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Martins (1999) defende que a quali- dade do material adquirido é fundamental para a qualidade do produto final. Apesar da importância da qualidade dos materiais comprados para o resultado final do pro- cesso, as atividades de inspeção no recebi- mento de materiais costumam aumentar o custo e nem sempre são totalmente eficien- tes. A questão da qualidade dos produtos adquiridos é encarada pelos especialistas como uma oportunidade para garantir a qualidade dos produtos acabados e reduzir custos por meio de contratos de confian- ça e planos conjuntos de melhorias; de forma que a qualidade assegurada dos itens recebidos, muita vezes sem necessidade de inspeção, seja uma realidade entre or- ganizações. Para isso é essencial nos dias atuais levar em conta no momento da escolha de forne- cedores a qualidade do produto entregue por eles. O custo do produto defeituoso para a empresa (retra- balhos etc.) deve ser avaliado, devendo ser acrescido ao valor de compra do item para escolha melhor de fornecedores (SURI, 1998). Essa é a principal interface entre as funções compras e qualidade. A integração entre compras e o pla- nejamento e controle da produção (PCP) tem por principal objetivo a garantia total do abastecimento da produção ao menor custo total possível (SLACK e outros, 2002). Para Bachega e Godinho Filho (2005), o processo de integração do pla- nejamento e controle da produção com a gestão de compras pode acontecer por meio de várias ferramentas, entre elas: sistemas MRP ou MRPII (Material Requirement Planning), ERP (Enterprise Resources Planning) ou ainda a própria integração de compras com os fornecedores passa a utilizar ferramentas de troca eletrônica de informações (EDI) e internet (e-purcha- se). Veremos este tópico mais detalhado posteriormente. O setor de compras precisa sempre estar atento em conhecer como a relação interna está ligada aos demais departa- mentos, caso haja algum conflito precisa ser eliminado para que o processo dê re- sultado. Esse relacionamento, sem dúvidas, tende a gerar bons frutos a fim de atender as necessidades das várias áreas. Por ter uma boa referência interna, o departa- mento de compras conseguirá atender suas aquisições sempre seguindo as condutas e normas estabelecidas pela empresa, sendo assim, os demais setores devem a visualizar e enquadrar-se nos procedimentos internos para o andamento dos processos. Quando houver conf lito entre os setores da empresa, é importante obser- var que todos devem ter profissionalismo, para garantir que sejam resolvidas as ques- tões. É responsabilidade do profissional de compras atender a todos os usuários, tentando realizar as solicitações nos prazos estabelecidos, mas nunca desrespeitando as normas e procedimentos da empresa. É preciso que sua independência seja real, isso fará com que o retorno pretendido e o desempenho sejam reconhecidos pela empresa, não esquecendo que sua impor- tância é notável. 24ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Comprador lucrativo e o poder da negociação – a evolução do comportamento do comprador Como comentamos anteriormente o departamento de compras é crucial para o resultado dos negócios e dele devem fazer parte, profissionais alta- mente capacitados. O comprador deve focar sempre no resultado e na lucratividade do ne- gócio. Deve se preocupar também com a redução de custos atuando em nego- ciações mais eficientes, mas isso nem sempre foi assim. Houve uma época em que o comprador era visto como mero tirador de pedidos. Veremos a evolução do comportamento do comprador no quadro abaixo adaptado de Santos et. AL (2002). Estágios passivo e independente Estágio sustentador Estágio integrativo Comprador atua no chamado processo informal de suprimentos, dominado pelo preço Além do preço outros fatores são considerados, como histórico Comprador participa do planejamento estratégico (macro) da organização Comprador age como fazedor de pedidos Comprador com pleno poder de decisão (desde que alinhados ao planejamento macro) Comprador basicamente recebe requisições e emite pedidos Comprador participa da elaboração da especifica- ção (com demais áreas), o que lhe garante poder de escolha Comprador participa do processo de planejamento das necessidades e atua na decisão de compra Comprador recebe catálogos de fornecedores Comprador prospecta fornecedores no mercado e recebeinformações sobre as aquisições em andamento Há constante troca de informações com fornecedores 25ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Pode-se dizer que as necessida- des e os desafios impostos pelo atual ambiente competitivo ao profissional de compras têm aumentado bastante ao longo dos últimos anos. O comprador deve ser comprome- tido, uma vez que tem acesso a infor- mações gerenciais, participa de comitês, capta informações de vendedores e de outras áreas da empresa com mais fa- cilidade. Esse profissional pode chegar a resultados formidáveis e deve buscar por critérios indicadores e comparati- vos que permitam uma compreensão mais abrangente daquilo que deve ser comprado. Quadro 1: Diferentes níveis de habilidades requeridas dos profissionais de compras. Fonte: adaptado de Santos et al., 2002 Comprador faz aquisição baseada nos detalhes da requisição ao menor preço Aquisição baseada na análise de custo total para a empresa Aquisição baseada na visão de médio e longo prazo do mercado e empresa Avaliação da fonte fornecedora feita pelo requisitante (quando feita) Comprador participa do processo de feedback (algumas vezes ainda como canal de comunicação entre usuários e fornecedor) É a função do comprador tanto o processo de avaliação quanto o feedback e acompanha- mento das ações de melhoria do fornecedor Manufatura em massa no inicio do século Manufatura em massa no final do século Novos paradigmas do final do século XX Um comprador não pode ser superficial nas suas análises para não comprometer seriamente a lucratividade do negócio. Ele tem uma infraestrutura de dados que lhe permite to- mar decisões sobre quando, de quem, como e por que comprar. Outro ponto forte em lucratividade é a negociação, se bem elaborada e estruturada ela se torna um papel vital na visão em- presarial. O comprador deve ter uma visão ampla de mercado e das necessidades de interesses internos, devendo sempre mapear compras com vistas a encontrar táticas que permitam que sejam visualizadas, a fraqueza e a virtude dos dois lados e a melhor forma de estruturar a negociação para que todos ganhem. 26ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Competências e características de compradores lucrativos A ilustração a seguir tem como objetivo demonstrar a importância da empresa em ter um comprador lucrativo. Comprador lucrativo Sociável Acesso a informações estruturadas Desenvolve parcerias e fornecedores Analisa o valor a ser agregado Liderança e iniciativa Empatia Captar a ambiência Curioso e pesquisador Ter energia e iniciativa Trabalha por prioridades Um comprador lucrativo é a base para “seu lucro estar na compra”. Figura 4: Comprador Lucrativo. Fonte: adaptado de Justiniano Morana, 2008 27ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Essa estrutura demonstra que mui- tas empresas investem em seus compra- dores com o objetivo de trazer resultados em curto prazo, principalmente na área de negociação e buscando parcerias com os fornecedores, pois muitas vezes é ali que grandes resultados e economias podem ser feitos. Muitas empresas adotam estruturas para facilitar o giro de informações de um setor para o outro. Esses resultados facilitam cada vez mais a geração de re- latórios para que a empresa possa atingir uma produtividade de lucro, trazendo ao cliente um produto com mais qualidade. O comprador deve buscar fornece- dores no mercado que correspondem a suas necessidades e não se acomodar nos forne- cedores presentes em seu cadastro somente. É aconselhável uma constante atualização de seus cadastros, como maneira também de contribuir para a modificação do leque de fornecedores. Por várias razões, muitas empresas prezam em treinamentos de seus profis- sionais a fim de estarem sempre dispostos a recolher essas informações antecipadas, a não esperar que os fornecedores venham até elas para oferecer seus produtos, mas sim, conhecê-los antecipadamente para ha- ver uma boa comunicação até o fim de uma negociação. Com esses dados, o comprador criará uma ponte bem estruturada entre fornecedor e a empresa, aliando-se em busca de novas fontes de abastecimento. Atualmente o comprador tem no mercado grande facilidade em encontrar fornecedores e serviços, estes são normal- mente expostos em catálogos, publicações classificadas, feiras ou por contatos pes- soais, decorrentes de visitas feitas pelos fornecedores. Sem contar com uma im- portantíssima e valiosa ajuda trazida pela internet, facilitando muito nas chances de localização dos fornecedores em qualquer lugar, tanto nacional como internacional. Com tais facilidades, o comprador encontra segurança no poder de nego- ciação, maior segurança na reposição de seus produtos, enormes possibilidades de redução no preço do produto comprado e a quebra de monopólios ou de cartéis. Isso fará com que o mercado competitivo seja mais negociável tanto em produtos como em qualidade de serviços de seus fornecedores. Ética em compras Você deve conhecer alguém que tra- balha no departamento de compras de uma empresa e que no final do ano chega em casa com agendas, calendários, canetas, até cestas recheadas de guloseimas, certo? 28ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Não é de hoje que pessoas que tra- balham neste departamento, de alguma forma ou outra podem ser presenteadas por “mimos” de fornecedores e também não é de hoje que muitas empresas discutem essas situações com a administração do negócio a fim de impor regras de conduta. Ai você é capaz de estar pensando nesse momento. Para que perder tempo discutindo o presentinho que o fornecedor traz no final do ano para o comprador se o problema esta noutro lugar? Se o pro- blema da minha empresa está nas vendas? O negócio vai mal porque não há vendas. Aliás, a culpa sempre é do mercado não é mesmo? Esse discurso parece que se encaixa em qualquer segmento, e é fácil por a culpa em alguém para as nossas falhas. Você se identificou com essa situação? Um simples “presentinho” de final de ano deve sim ser tratado e discutido na empresa pelo motivo de que, infelizmente, há nos mercados profissionais “vendáveis”. Profissionais que dão preferência para comprar seus insumos/matérias primas daqueles vendedores que de uma forma ou outra o beneficiam. Como tratamos ao longo desta dis- ciplina está claro que o departamento de compras é de fundamental importância para o sucesso de um negócio. Más esco- lhas de fornecedores podem resultar no fracasso, assim como o contrário tam- bém é verdadeiro. A escolha certa pode salvar o mesmo. Não basta achar que o problema esta sempre na saída, é preciso analisar profundamente se o departamento de compras esta fazendo a melhor compra possível, escolhendo o melhor parceiro por ter o melhor produto e não por ter o melhor benefício pessoal. Cabe aos administradores a decisão de como sua empresa deve se comportar em cada lugar; podemos “dançar confor- me a música” e aproveitar os costumes dos lugares onde estamos instalados e que nos favoreçam ou podemos fazer de nossa presença um “posto de fronteira” que mar- que o território de nossas relações com a comunidade de uma forma ética, sempre aceitando e praticando as atitudes “boas”, não aceitando as atitudes “más”, a verda- deira e única repartição da ética. É importante que as empresas ado- tem um Código de Conduta Ética, permi- tindo a disseminação de uma cultura moral na direção dos negócios dessas empresas e possibilitando cobrar a adesão de todos os seus funcionários, não apenas na área de compras, mas em toda a organização. Apesar de muito se discutir sobre ela, poucos sabem definir o que é Ética. Para você, caro aluno. O que é ética? Nor- malmente, as pessoas se referem àquilo que seus sentimentos dizem que é certo. Segundo o Dicionário Aurélio, Ética é “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal,seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Originária da palavra grega ethos, que quer dizer comportamento consciente, suficiente para distinguir o homem dos 29ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS demais animais, a ética é a ciência da conduta humana, a doutrina dos costumes (Cerquinho, 1994). A Ética se preocupa com o “ julgamento moral envolvido em decisões morais” (Velasquez, 1992). O mito é que no mundo dos negócios não se pode ser ético, visto que lucro e moral não são compatíveis. Na verdade, isto é apenas um recurso para jus- tificar condutas não apropriadas. O mundo dos negócios pode e deve ser ético. Somente as empresas que assim agem conseguem sobreviver no longo prazo. O comportamento ético por parte das pessoas que trabalham no setor de compras e suprimentos é esperado e exigido pelas outras pessoas com grande comparação com o conceito de moral. O código de ética pode servir como prova legal da intenção da empresa, ou seja, ele tem o dever de padronizar e formalizar o entendimento da organização empresarial em seus diversos re- lacionamentos e operações. A existência do código de ética evita que julgamentos subjetivos distorçam, impeçam ou diminuam a aplicação dos princípios. Todo ser humano é dotado de uma consciência moral, que o faz distinguir entre o certo e o errado, justo ou injusto, bom ou ruim, com isso é capaz de avaliar suas ações; sendo, portan- to, capaz de ser ético. A ética, portanto, é a ciência do dever, da obrigatoriedade, a qual rege a conduta humana. Conduta esta tão esperada e necessária ao departamento de compras. Resumo: As atividades de compras envolvem uma série de fatores como seleção de fornecedores, qualificação dos serviços, determinação de prazos de vendas, previsão de preços, serviços e mudanças na demanda, entre outros. A administração de compras é uma atividade essencial para uma gestão eficaz das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clien- tes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização. Uma gestão de compras bem executada impacta diretamente no lucro de um negócio, pois além de trabalhar com fornecedores e materiais de alta qualidade, pode gerar reduções de custo ao longo de toda a cadeia. A função Compras não é mais vista como uma atividade ro- tineira e sim como parte do processo de logística das organizações, pois o setor de compras atualmente se inter-relaciona com todos os outros setores da empresa, influenciando e sendo influenciado nas tomadas de decisões. Deste modo, a função compras vem conquistando espaço e despertando maiores interesses das organizações, já que não basta apenas comprar, é preciso comprar bem, procurando obter o maior número de vantagens possível focando também o custo benefício. 30ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A evolução da função compras ocorreu, principalmente, devido à globalização, a qual desenvolveu fornecedores mais espe- cializados, graças ao surgimento da internet e a evolução das tecnologias, responsável atualmente pela realização de grande parte dos negócios no mundo inteiro. É necessário também que as pessoas que trabalham nesta área estarem muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de conflitos. O assunto ética está intimamente ligada ao departamento de compras de uma empresa por este setor estar diretamente em contato com fornecedores e por movimentar grande parte dos valores do faturamento da mesma, por exemplo. A fim de evitar quaisquer ruídos na comunicação de um negócio o ideal é que seja adotado pela empresa um Código de Conduta Ética que deixe bem claro, não só o comprador, mas qualquer membro, sobre seu comportamento com o negócio. Neste código pode-se definir o que fazer com os brindes, por exemplo, recebidos pelos compradores, dentre outras informações. O mais importante é que sejam contratados profissionais éticos, ou seja, que acima de tudo tenham claro que estão traba- lhando em prol de um negócio e não em benefício próprio. Espera-se de um profissional ético integridade, dentro e fora da empresa, competente, cumpra as legislações que afetam o negócio, que saiba resolver conflitos, que saiba trabalhar com as informações que tem acesso da sua empresa e também do seu fornecedor de forma íntegra e correta. Numa negociação também se espera que o profissional saiba usar de seu poder em benefícios do negócio, porém sem com- prometer o seu parceiro. Nos dias de hoje também é impossível não dar atenção aos fornecedores com responsabilidade social e ecologicamente corretos. Seria uma falta de ética trabalhar com fornecedores que não se preocupem com isso. 31ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Exercícios 1. A função compras tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com as quantidades necessárias, verificando se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento. Para manter um perfil competitivo no mercado e, consequentemente, gerar ganhos satisfatórios, é preciso minimizar os custos continuamente, sem prejuízo para a qualidade necessária. Assim, um setor de compras deve obter um fluxo contínuo de suprimentos, a fim de atender aos programas de produção; coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa; comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de quantidade e qualidade definidos e procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para a empresa, principalmente em condições de pagamento. Para que isto ocorra, entretanto, é fator-chave o setor de compras possuir: a. Informações sobre quantidades, qualidades e prazos que são necessários para a empresa operar; b. Quadros completos; c. Sistema de TI específico para o setor; d. Espaço adequado ao armazenamento; e. Tranquilidade para trabalhar. 2. O volume de operações de compras pode alcançar quantidades apreciáveis e peculiaridades operacionais que recomendem avaliar se todas as compras devam ser feitas em um ponto centralizado, ou estabelecer-se em seções de compras separadas para cada unidade de negócios. As razões para a descentralização podem ser muitas, mas certamente trarão algumas perdas, tais como da oportunidade de negociar maiores quantidades em melhores condições e homogeneidade na qualidade dos materiais. Que outra dificuldade traz a descentralização das compras? a. Bem-estar do público interno; b. Prestígio das gerências; c. Cargos operacionais; d. Informatização; e. Controle de materiais e de estoques; 32ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 3. As afirmativas que se seguem representam atividades envolvidas quando se compra materiais, EXCETO: a. Inspecionar materiais; b. Manter um banco de dados de fornecedores disponíveis; c. Selecionar fornecedores para suprir cada material; d. Negociar contratos de suprimento com fornecedores; e. Agir como intermediário entre empresa e seus fornecedores 4. Representam desvantagens quando se usam várias fontes de abastecimento, ao invés de fornecedor único, EXCETO: a. Dificuldade de encorajar o comprometimento do fornecedor; b. É mais difícil desenvolver sistemas de garantia da qualidade eficazes; c. O comprador pode forçar o preço para baixo através da competição dos fornecedores; d. Um maior esforço é requerido para a comunicação; e. Há uma maior dificuldade de se obter economias de escala. 5. São objetivos do processo de compras, EXCETO: a. Garantir o suprimento dos materiais, nas quantidades e nos prazos exigidos pelos usuários; b. Criar e desenvolver de forma permanente e intensiva, um cadastro de fontes de suprimentos que dê garantias quanto ao fluxo de materiais a serem abastecidos nas empresas; c. Manter umaboa articulação tanto internamente nas empresas, quanto com o mercado em geral e, especialmente, com o mercado fornecedor dos insumos e produtos exigidos pelas empresas; d. Criar rotinas e procedimentos que mantenham os níveis de estoque nos padrões definidos pela política da empresa; e. Criar rotinas e procedimentos dentro dos processos de aquisição que sejam ágeis e que permitam um efetivo controle de todo o processo. 33ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 6. Observe as afirmativas a seguir, com relação à vantagens da descentralização em Compras: I. Permite uma maior flexibilidade e sensibilidade na solução de problemas regionais, pelo conhecimento abrangente do problema pela regional interessada, assim como melhor conhecimento das fontes de suprimento, meios de transporte e armazenamento mais próximos da região. II. Evita a concorrência danosa ente os compradores regionais e as disparidades de preços de aquisição de um mesmo material por compradores diversos. III. Permite manter um melhor controle global. IV. Permite responder mais rapidamente às necessidades de aquisição emergencial. V. Exerce um melhor gerenciamento de suas funções e de suas necessidades, além de permitir um melhor controle. Assinale a afirmativa correta: a. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas; b. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas; c. Apenas as afirmativas I, IV e V estão corretas; d. Apenas as afirmativas II, IV e V estão corretas; e. Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas. 34ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 7. As afirmativas que se seguem representam vantagens da centralização em Compras, EXCETO: a. Comprar em quantidades maiores, o que pode significar preços melhores; b. Combinar pedidos pequenos e assim reduzir a duplicação de pedidos, o que pode reduzir os custos; c. Maior autonomia funcional das unidades regionais; d. Redução dos custos de transporte ao combinar pedidos e despachar quantidade maior; e. Melhor controle global e coerência das transações financeiras. 8. O processo de acompanhamento de pedidos tem como finalidade evitar atrasos ou problemas para o cliente na entrega do pedido e eliminar os desperdícios nas atividades empresariais. ( ) Certo ( ) Errado 9. A fonte simples é caracterizada pela existência de apenas um fornecedor disponível no mercado, seja em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-prima, seja em razão de localização. ( ) Certo ( ) Errado 10. Nos códigos de ética das organizações, no que se refere a compras, devem ser consideradas as pessoas envolvidas com a especificação e a definição de quantidades dos bens a serem adquiridos, bem como aquelas responsáveis pelos contatos com fornecedores e pelas especificações de contratos de fornecimento. ( ) Certo ( ) Errado 11. Na área de compras, o problema ético se restringe à conduta dos compradores, que devem evitar receber benefícios, tais como brindes, presentes, gratuidades ou outras formas de compensação, e devem garantir o sigilo acerca das informações de propostas, critérios de julgamento e outras informações estratégicas. ( ) Certo ( ) Errado 35ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES Escolher um fornecedor depende de uma variedade de fatores como valor, qualidade, confiabilidade, serviço, dentre outros. Esse processo é fundamental para desenvolver um negócio rentável e garantir a competitividade. A tentação é se concentrar na melhor proposta em termos de preço. No entanto, a experiência tem demonstrado que a mais barata não é necessariamente a melhor escolha em longo prazo. O que aconteceria se o seu parceiro não fosse capaz de entregar-lhe no tempo? Ou ainda... se o seu fornecedor não fosse capaz de entender o seu negócio e fosse capaz de manter um relacionamento saudável com seu cliente? 36ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS O mundo corporativo cada vez mais acredita na ideia de que uma empresa, para competir e sobreviver deve construir e manter relações com fornecedores com- petentes e extrair o maior valor possível destas relações. Em outras palavras, a com- petência especializada dos fornecedores pode ter uma inf luência substancial na capacidade inovadora da empresa compra- dora e na sua habilidade de oferecer produ- tos com alta qualidade, contribuindo para elevação de suas vantagens competitivas. Tradicionalmente, uma das mais importantes atividades desempenhadas pelo setor de Compras é a seleção das or- ganizações que integrarão a base de fornecedores e que, portanto, serão responsáveis pela manutenção do f luxo de entrada de produtos e serviços do comprador. O processo de seleção mencionado é composto de diversas etapas que devem ser interdependentes e com diversos filtros para se chegar à eleição daqueles que serão considerados os mais indicados, de acordo com parâmetros estabelecidos. Muitas características são almejadas pelos clientes em seus fornecedores, con- tudo, para selecionar fornecedores de acordo com critérios que representem os ob- jetivos buscados pela empresa não é tão simples. Segundo Dahel (2003), avaliar conjuntamente custo, qualidade, entrega e capacidade de oferta, pode gerar grande complexidade no processo de seleção. A seleção de fornecedores é um processo por meio do qual se analisa, avalia e escolhe os fornecedores que farão parte da cadeia de suprimentos da empresa. Os modernos gerentes de suprimentos deixaram de lado aquela visão oportunista na relação com os fornecedores e passaram a enxergá-los como recursos necessários às operações e crescimento da empresa e, portanto, parceiros do negócio, buscando maior aproximação entre eles. Estudos sobre o assunto comprovam que esses relacionamentos mais estreitos trazem, entre outras vantagens, a redução da base de fornecedores, com benefícios para o gerenciamento dos mesmos, que passa a ser efetuado sobre um número menor de integrantes daquela base. Por outro lado, a seleção de fornecedores passa a ser uma atividade mais complexa e desafiadora, em função dos fatores que devem ser observados para garantir que os relacionamentos estreitos serão cultivados e mantidos numa perspectiva de longo prazo. 37ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A identificação de potenciais fontes de suprimentos é uma das primeiras etapas da seleção de fornecedores e é revestida de contornos especiais quando as alternativas de fornecimento são poucas ou quase nenhuma. O contínuo monitoramento do mercado supridor através de iniciativas como o estabelecimento de estrutura de inteligência de mercado pode facilitar muito a tarefa de busca de novos parceiros. É preciso que o comprador esteja captando todos os sinais de oscilações no conjunto de fornecedores. Quanto mais o comprador tem conhecimento sobre os participantes de um determinado mercado, maior é a sua capacidade de identificar fontes alternativas de suprimento. Para a seleção de fornecedores existem critérios que têm deixado de ser somente aqueles básicos, ou seja, o preço ao qual o fornecedor oferecia o produto, a qualidade do produto, que deveria atender à especificação mínima requerida pela empresa, e a velocidade de entrega do produto pelo fornecedor. Estão entre os novos critérios que passaram a ser adotados segundo Martins, 2007: • Custo total de aquisição, que considera todos os custos associados à aquisição do produto; • Qualidade total oferecida pelo fornecedor (não somente a qualidade mínima necessária); • Serviço prestado pelo fornecedor, que além da velocidade de entrega passou a considerar a confiabilidade, • Custo de transporte, a consistência e freqüência de entregas e a f lexibilidade do fornecedor; • Capacidade tecnológica e de processo do fornecedor; • Saúde financeira; • Estrutura e estratégia organizacional do fornecedor. Desse modo, alguns questionamentos emergem em decor- rência do debate sobre o tema e devem então ser respondidos no decorrerdo processo investigatório de novos fornecedores, como: O que é um bom for necedor ? No mom ento da escolha, que fato res devemo s levar e m consider ação? Devemos comprar de um ou vários fornecedores? Qual a importância de fazer a escolha certa de fornecedores para o meu negócio? 38ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Estas são questões que independente do segmento e ta- manho, qualquer negócio deve ter resposta totalmente alinhada com as suas estratégias. Como vimos até aqui, é fundamental que, para a empresa ter sucesso, precisa ter consigo bons fornecedores, capazes de atender às suas necessidades e agregue valor ao produto/serviço final. Se o processo de seleção for feito com atenção e cuidado, as chances de futuramente a empresa ter problemas por causa de fornecedores são mínimas. A complexidade no processo de seleção aumenta em função das características do produto/serviço que se está analisando, porém três características são básicas num processo de seleção: preço, qualidade e serviço. Um processo adequado de seleção de fornecedores pode MINIMIZAR os riscos de transtornos num relacionamento entre empresas, mas deve ser seguido de práticas de monitoramento que visem a CONTINUIDADE do relacionamento. Antes de darmos sequência ao conteúdo, é im- portante deixarmos clara a diferença de conceitos entre seleção, avaliação e desenvolvimento de fornecedores. Seleção: É escolher o fornecedor pelas razões certas, isto é, conforme os requisitos de relacionamento definidos para a situação. Avaliação: Está relacionado com a manutenção da relação constituída com o fornecedor através de identificação de oportunidades de melhoria que forem surgindo ao longo do tempo de relacionamento. Desenvolvimento: É uma situação em que a empresa compradora tem interesses claros na inserção e manutenção de determinado fornecedor como participante de sua cadeia. Por isso há um direcionamento forte em melhorar o desempenho e as competências do fornecedor estabelecido, inclusive com comprometimento de recursos financeiros e humanos por parte das duas empresas. 39ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Que fatores são importantes analisar no momento da escolha de um fornecedor? Veremos agora, um método proposto em 1995 pelo americano Ray Carter, especialista em Supply Chain. O método que contém os principais fatores a serem analisados no momento da seleção de um fornecedor é conhecido como 10 C’s: Competency (Competência) O fornecedor tem todas as habilidades necessárias para realizar o serviço ou produto esperado? Capacity (Capacidade) É capaz de se adaptar às demandas do cliente e às mudanças quando necessárias? Commitment (Compromisso) Ele pode se comprometer com um nível de qualidade do produto e serviço? Control (Controle) Quais são os controles efetuados? Como são os processos e procedimentos sob controle? Cash (Dinheiro) Qual é a sua solidez financeira? Ele tem os recursos para financiar seus negócios de forma sustentável e apoia-lo no seu desenvolvimento? Cost (Custo) Quais são os preços de venda de bens e serviços? Que condições financeiras ele dá? São preços competiti- vos com a concorrência? Consistency (Consistência) Quais são os métodos e meios utilizados para garantir a entrega de um produto idêntico: mesmas caracte- rísticas, a mesma qualidade, etc. ? Culture (Cultura) O fornecedor tem uma cultura semelhante a sua? Será que ele tem as mesmas preocupações que você? Clean (Limpo) Qual é o grau de envolvimento do fornecedor com respeito ao meio ambiente? Está em conformidade com as normas ambientais inerentes às suas áreas de negócio? Communication (Comunicação) Quais são os meios de comunicação utilizados com este fornecedor (email, telefone...)? Quem serão os seus parceiros? 40ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Benefícios que a empresa tem ao selecionar um fornecedor confiável • Redução de lead times e aumento da responsabilidade do fornecedor; • Redução de estoques e custos administrativos e melhoria do f luxo de caixa; • Melhoria no planejamento de volumes a longo prazo de- vido a disponibilidade de dados com maior acuracidade; • Avanços tecnológicos e inovativos conseguidos com a melhoria do f luxo de informações e utilização de recursos técnicos de ambas as partes; • Redução da falta de produtos; • Diminuição no tempo de desenvolvimento de novos pro- dutos. Avaliação de fornecedores Sabemos que alguns fornecedores exercem impactos maio- res do que outros no sistema de fornecimento de uma empresa, mas todos devem ser tratados como recurso fundamental para a organização. A falha no fornecimento pode acarretar a parada de uma linha de produção, por exemplo, ou causar a impossi- bilidade da empresa honrar os seus compromissos com clientes e dessa forma reduzir a sua lucratividade. Uma vez selecionado este fornecedor iniciará o forneci- mento do produto/serviço e é ai que muitas vezes o comprador comete uma terrível falha que é confiar totalmente no forne- cedor, no que foi tratado inicialmente. É preciso acompanhar e avaliar este fornecedor a fim de evitar possíveis danos causados por este relacionamento. Aí, caro aluno, você deve estar pensando. Se selecionei um fornecedor e o mesmo me disse que é capaz de atender nas especificações que acordamos, por que assim mesmo devemos arcar com os custos de avaliá-lo? Não deveríamos confiar no que disse e simplesmente receber seus materiais e ir direto para o estoque? Infelizmente ainda nos deparamos com fornecedores não tão bem preparados, sem programas internos que avaliam a qualidade de seus produtos e com má administração. Então até consolidar este relacionamento se recomenda que os fornecedores sejam avaliados constantemente a fim de ver se os parâmetros acertados na negociação realmente estão sendo atingidos. O monitoramento é importante também para que o for- necedor se mantenha estimulado a acompanhar os objetivos de 41ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS seu cliente, acompanhando a evolução de mercado, mantendo padrões de entrega e qualidade alinhados e principalmente para saber que enquanto mantiver seu desem- penho em nível bom para ótimo manterá o negócio com seu cliente. Se o monito- ramento não ocorre, o fornecedor também não consegue saber se sua performance está boa ou ruim, se o relacionamento com seu cliente será de longo prazo ou poderá ser interrompido a qualquer momento. Resultados esperados com a avaliação: • Melhorar desempenho e deixá-lo mais visível; • Criar um relacionamento com o fornecedor; • Diminuir ou até eliminar o tempo gasto com auditorias da qualidade; • Possibilidade de intervenção rápida caso algum parâmetro não seja cumprido Condições para o sucesso: • Trabalhar com equipes multidisciplinares (compras, qualidade, produção, etc.) • Desenvolver uma estratégia de negócios bem definida; • Garantir o compromisso dos administradores e dos empregados; • Tornar o processo de avaliação, assim como os questionários e relatórios adap- tados à realidade do negócio; • Incentivar a partilha das informações entre todos os interessados; • Divulgar os resultados e acompanhar a evolução ou retrocesso dos fornecedores; • Mais que acompanhar, tomar decisões e agir com os resultados obtidos na avaliação. 42ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Dentre as maiores dificuldades na implementação da qualificação de forne- cedores podemos citar: • Receio por parte dos fornecedores de que o programa estabelecido pelo cliente oculte segundas intenções (por exemplo, transferência dos seus estoques para os fornecedores); • Dificuldades das empresas de pe- quena e média dimensão em manter os mesmos níveis de exigência a que são submetidas pelos seus clientes, junto aos seus fornecedores; • Desconhecimento, por parte do cliente, do produto e do processo de produção dos fornecedores, o que leva o cliente a impor exigências ina- dequadas Resumo: A escolha dos fornecedores é essenciale fundamental para a sustentabi- lidade da empresa. Para a escolha de um fornecedor propõe-se que os seguintes critérios sejam analisados: competência, capacidade, compromisso, controle, saúde financeira, custo, consistência, cultura, produção limpa, comunicação. A evolução do relacionamento cliente – fornecedor pode-se resumir em 4 fases: abordagem convencional, melhoria da qualidade, integração operacional e integração estratégica. O tipo de relação entre fornecedor e comprador é crucial para ambos. Idealmente, a relação será baseada numa dependência mútua e duradoura. O fornecedor pode confiar em negócios futuros, e o comprador terá garantia de fornecimento de produtos de qualidade, apoio técnico e ambiente de produto. A comunicação entre comprador e fornecedor deve ser aberta e plena, de modo que ambas as partes entendam o problema uma da outra, e possam trabalhar juntas na solução de problemas que beneficiará ambas. Assim, a seleção do fornecedor e a relação com ele estabelecida são de fundamental importância. A avaliação dos fornecedores é importante por diversos motivos, dentre eles, o de garantir que as condições inicialmente negociadas se mantenham nos padrões, também estimular o fornecedor a melhorar constantemente, melhorar o relacionamento, dentre outros. É muito importante que o fornecedor, sabendo de seu desempenho tome as diversas atitudes cabíveis e que o processo seja novamente monitorado afim de ver se o fornecedor evolui ou não. 43ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Exercícios 1. Com relação à Compras: O objetivo principal da área de gestão de compras é assegurar o suprimento dos bens e serviços necessários às atividades da empresa. O setor de compras planeja e coordena o processo de aquisição de materiais, além de controlar o estoque de matéria-prima. A seleção de fornecedores é a última etapa da gestão de compras, pois as outras demandas da área independem do tipo de fornecedor escolhido e possuem nível maior de prioridade. ( ) Certo ( ) Errado 2. A visão tradicional de compras admite que manter a concorrência de preços entre vários fornecedores, contribui para a redução e/ou manutenção do nível de preços dos materiais comprados. Tal visão baseia-se na hipótese de que se os fornecedores permanecerem sob a ameaça constante de perderem as encomendas consequentemente serão obrigados a “segurar” ou reduzir seus preços para ganhar os pedidos. Diversos fatores causam o baixo desempenho do fornecedor. Dentre eles: I. Quando a empresa insiste em negociar preços e demais condições de tal maneira que seus fornecedores obtenham lucro, impedindo-os de conseguir investir em melhorias ou ainda se manterem no negócio; II. Quando a empresa, por qualquer razão, retém informações sobre o planejamento da produção e das compras, fazendo com que o fornecedor protege, compre, monte e entregue tarde ou cedo demais. Tal atitude certamente poderá afetar seu desempenho econômico financeiro; III. Quando o pessoal técnico não especifica detalhadamente as respectivas características do componente a ser comprado, nem tampouco, como e onde será aplicado, para que o fornecedor possa controlar a qualidade na fonte; IV. A empresa não compartilha seu conhecimento sobre as melhores práticas de negócios, de modo que o fornecedor mantém um alto nível tanto técnico como comercial. Está correto o que consta em: I, apenas. II e III, apenas. I, II e III. I e III, apenas. III e IV, apenas. 44ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 3. Na seleção de fornecedores, além do preço, outros critérios devem ser considerados, como capacidade produtiva, prazo de entrega e condições de pagamento. ( ) Certo ( ) Errado 4. A seleção de fornecedores é uma das grandes responsabilidades do departamento de compras, seja para itens rotineiros, seja para compras esporádicas. Embora a seleção inadequada possa gerar problemas em toda a cadeia de produção da empresa, o departamento de compras não pode abrir mão do critério de menor preço para escolha do fornecedor, pois os altos custos podem inviabilizar o preço do produto final. ( ) Certo ( ) Errado 5. Quando a relação de parceria entre uma empresa e seu fornecedor atinge um grau elevado de evolução, traduzida em conceitos como os de confiança mútua, participação e fornecimento com qualidade assegurada, ela é denominada comakership. ( ) Certo ( ) Errado 6. Em um processo de compras, a qualificação dos fornecedores não se torna relevante para a análise, visto que o menor preço sempre é o que melhor atenderá os interesses da empresa compradora. ( ) Certo ( ) Errado 7. O procedimento de acompanhamento de pedidos realizado pelo setor de compras, também chamado follow up, pode ser realizado por contatos pessoais ou telefônicos com o fornecedor, mesmo após efetuado o pedido de compras e, visa localizar problemas antecipadamente e evitar surpresas desagradáveis. ( ) Certo ( ) Errado 45ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 8. O departamento de administração de materiais de uma empresa recebeu 5.000 requisições no ano de 2009, sendo que cada requisição teve uma média de 1,8 itens. Sabendo que 7.650 itens foram entregues dentro do prazo, qual foi o nível de serviço de atendimento do departamento, em percentual? (Obs: use arredondamento para uma casa decimal) a. 90% b. 85% c. 80% d. 65,4% e. 55,5% 9. A administração de materiais é o conjunto de atividades responsável pela coordenação das atividades de aquisição, guarda e distribuição de materiais. A esse respeito, assinale a opção INCORRETA. a. Eventuais problemas de estoque gerados por atraso na entrega ou aumento no consumo são solucionados com a utilização do estoque de segurança; b. As responsabilidades da unidade de compras iniciam-se na definição do que comprar e vão até a entrega às unidades que utilizarão os itens adquiridos; c. Na seleção de fornecedores, além do preço, outros critérios devem ser considerados, como capacidade produtiva, prazo de entrega e condições de pagamento. d. Com o aumento da competitividade entre as empresas, a negociação de compras moderna é caracterizada pela disputa, dita saudável, onde tanto compradores como vendedores saem satisfeitos 46ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NEGOCIAÇÃO EM COMPRAS Saber negociar pode ser um diferencial competitivo importante para se destacar não só no mercado de trabalho, mas também para melhorar seu meio social. Quando se trata de negociação automaticamente se as- socia o ato de comprar ou vender algo, mas este conceito não está fundamentado apenas nestes dois princípios, envolvendo algo muito mais complexo. Assim, negociar não é somente comprar ou vender algo, e sim procurar encontrar a melhor forma de fazê-lo “Negociar é a arte de comprar ou vender qualquer coisa, na busca da satisfação dos envolvidos” (CAMPOS 1996). É imprescindível que os dois lados envolvidos na negociação estejam satisfeitos, porque, caso contrário, esta negociação não será bem concebida, não sendo proveitosa ao negociador. 47ADMINISTRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Se em uma negociação, apenas um negociador querer se beneficiar, o outro não se favorecerá e não voltará a negociar com o primeiro, desta forma acontecerá o que se chama de “negociata” que é a deno- minação dada a uma má negociação, que é quando um negociador procura esconder alguns pontos importantes da negociação. Negociar, muitas vezes é sinôni- mo de alcançar o máximo de vantagens possível sobre o outro negociado, mas na verdade, o que acontece é uma necessidade de esclarecimento pelas duas partes, para que o negócio seja bom aos dois, e assim, possa haver futuras negociações. Negociar é arte e requer técnicas que devem ser trabalhadas e organizadas. Alguns de nós já nascemos com este dom, apenas precisando aperfeiçoa-lo de acordo com as necessidades de cada empresa. Percebe-se, portanto, que a “arte da negociação” é uma característica especifi- ca de