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MEDICINA - CADERNO 1-101-102


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TE
 Ú
N
IC
A
AULA 4 Tipologia textual I 101
FRENTE ÚNICA
Narração
Conceito
Toda narrativa é estruturada a partir de uma sequência temporal. Essa é a característica fundamental do texto narrativo: 
a narração sempre irá apresentar passagem de tempo.
Essa sequência temporal é elaborada a partir das seguintes cenas:
1. Início: apresentação das personagens e os problemas que serão enfrentados por elas. 
2. Desenvolvimento: as tensões vividas pelas personagens são desenvolvidas, e o foco da história passa a ser as atitu-
des delas para resolvê-las.
3. Clímax: considerada como parte do desenvolvimento, é o momento em que todas as tensões envolvidas no enredo 
se encontram na história, o que determina uma passagem para a etapa final. 
4. Desfecho: resultante do clímax da história, o autor apresenta as consequências das ações das personagens, encer-
rando o texto. 
Estruturas da narração 
Foco narrativo
a. Narrador em primeira pessoa: o narrador vive a história conforme o relato se desenvolve. Por conta disso, devemos 
classificá-lo como narrador participante. 
b. Narrador em terceira pessoa: o narrador apenas observa a história, como alguém distante dos eventos que apenas nos 
relata os acontecimentos. Por esse motivo, devemos classificá-lo como narrador observador. 
Percepção narrativa 
a. Narrador onisciente: o narrador é capaz de apresentar-nos o que a personagem está pensando no momento da cena. 
Essa capacidade foge da simples observação visual.
b. Narrador observador: o narrador não é capaz de interpretar o interior das personagens, limitando-se apenas àquilo 
que pode ser visto por qualquer pessoa.
Progressão temporal
a. Tempo linear: também conhecido como tempo cronológico; a narrativa é sequenciada em cenas cuja progressão 
segue uma ordem direta, com início, desenvolvimento do enredo, clímax e desfecho.
b. Tempo não linear: também pode ser denominado como tempo psicológico; nesse tipo de desenvolvimento, a sequência 
do texto é apresentada em ordem indireta, podendo ser iniciada, por exemplo, com uma lembrança do narrador ou até 
mesmo pelo desfecho da história.
Descrição
Conceito
Toda descrição é estruturada a partir de uma sequência de qualificadores, feita para mostrar atributos de um objeto, 
pessoa, lugar, momento, entre outros. Por esse motivo, o texto descritivo costuma empregar muitos adjetivos e termos 
qualificadores. Assim, a principal característica do texto descritivo é caracterizar algo ou alguém.
Estruturas da descrição 
Percepção descritiva
a. Descrição subjetiva: apresenta um teor pessoal, pois o autor transmite suas opiniões a respeito do que está sendo 
apresentado.
b. Descrição objetiva: apresenta um teor impessoal, uma vez que o autor não apresenta suas opiniões a respeito daqui-
lo que está sendo descrito.
AULA 4
Tipologia textual I
MED_2021_L1_INT_FU.INDD / 24-09-2020 (16:22) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL MED_2021_L1_INT_FU.INDD / 24-09-2020 (16:22) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL
INTERPRETAção DE TExTo AULA 4 Tipologia textual I102
Exercícios de sala
1 UFRN 2013
O TRAPICHE
SOB A LUA, NUM VELHO TRAPICHE ABANDONADO, as crianças dormem. 
Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam fragorosas, 
ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam agora, iluminadas 
por uma réstia amarela de lua. Desta ponte saíram inúmeros veleiros carregados, alguns eram enormes e pintados de estranhas 
cores, para a aventura das travessias marítimas. Aqui vinham encher os porões e atracavam nesta ponte de tábuas, hoje comidas. 
Antigamente diante do trapiche se estendia o mistério do mar oceano, as noites diante dele eram de um verde escuro, quase 
negras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite. 
Hoje a noite é alva em frente ao trapiche. É que na sua frente se estende agora o areal do cais do porto. Por baixo da 
ponte não há mais rumor de ondas. A areia invadiu tudo, fez o mar recuar de muitos metros. Aos poucos, lentamente, a areia 
foi conquistando a frente do trapiche. Não mais atracaram na sua ponte os veleiros que iam partir carregados. Não mais tra-
balharam ali os negros musculosos que vieram da escravatura. Não mais cantou na velha ponte uma canção um marinheiro 
nostálgico. A areia se estendeu muito alva em frente ao trapiche. E nunca mais encheram de fardos, de sacos, de caixões, o 
imenso casarão. Ficou abandonado em meio ao areal, mancha negra na brancura do cais. 
AMADO, Jorge. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 25. 
Em relação aos tempos verbais presentes no fragmento, o narrador emprega 
A o pretérito perfeito e o presente, tempos básicos da narração, para simular a presença do leitor na realidade de-
gradante do trapiche. 
B o pretérito imperfeito e o presente nos trechos narrativos, para construir uma imagem decadente do trapiche. 
c o pretérito perfeito e o presente, tempos básicos da descrição, para relatar o processo contínuo, do passado até 
o presente, de invasão da areia no trapiche. 
D o pretérito imperfeito e o presente nos trechos descritivos, para construir duas imagens do trapiche contrastantes 
entre si. 
Tipo de descrição
a. Descrição física: a descrição limita-se a características visuais daquilo que está sendo descrito, como cor, tamanho, 
profundidade etc.
b. Descrição psicológica: a descrição apresenta características comportamentais, emocionais e cognitivas de quem está 
sendo caracterizado.
Diferenciando a narração e a descrição
A narração tem por objetivo contar uma história ao leitor e, por conta disso, apresenta uma sequência temporal. A 
descrição, em contraste, não possui passagem de tempo porque sua finalidade é caracterizar algo ou alguém. Além dessas 
diferenças, a estrutura textual de ambas também é distinta, conforme aponta a tabela a seguir:
Narração Descrição
Predomínio de verbos de ação: fazer, pensar, correr etc. Predomínio de verbos de ligação: ser, estar, permanecer etc.
Emprego de expressões temporais: ontem, na manhã seguinte, 
horas depois etc.
Emprego de adjetivos e expressões qualificadoras: grande, 
empolgante, esbelto etc.
Relato de eventos incomuns. Caracterização de eventos rotineiros.
Tab. 1 Diferenças entre texto narrativo e texto descritivo.
MED_2021_L1_INT_FU.INDD / 24-09-2020 (16:22) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL MED_2021_L1_INT_FU.INDD / 24-09-2020 (16:22) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL
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