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MEDICINA - CADERNO 1-333-334

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TE
 2
AULAS 3 e 4 Internacionalização do capitalismo 333
FRENTE 2
AULAS 3 e 4
Internacionalização do capitalismo
O capitalismo é o sistema econômico que predomina 
no mundo atualmente. Esse sistema possui como caracte­
rísticas gerais:
 y propriedade privada dos meios de produção;
 y trabalho assalariado;
 y regulação dos preços pelo mercado (lei da oferta e 
procura); 
 y busca pelo lucro.
Ao longo da história do capitalismo, surgiram muitas 
reflexões teóricas que buscavam uma compreensão mais 
profunda do funcionamento desse sistema econômico e 
que divergiam quanto ao papel do Estado perante a eco­
nomia de mercado.
Uma dessas teorias econômicas é o liberalismo, que 
procurou traduzir os princípios do capitalismo de sua épo­
ca: a livre­iniciativa, a propriedade privada, as liberdades 
individuais e o lucro. Os principais teóricos dessa teoria 
foram Adam Smith (1723­1790) e David Ricardo (1772­1823).
Para Adam Smith, a economia de um país deveria sofrer 
a menor interferência possível do Estado, uma vez que ele 
acreditava que a autorregulação do mercado seria sufi­
ciente para definir os preços das mercadorias e sua forma 
de produção. Smith chamou esse movimento de “mão in­
visível”, e esses valores também ficaram conhecidos pela 
expressão francesa laissez-faire, cujo significado seria “dei­
xar fazer” ou “deixar acontecer”.
O keynesianismo é na verdade um conjunto de teorias 
econômicas propostas por John Maynard Keynes (1883­
1946), economista inglês que reuniu no livro Teoria geral 
do emprego, do juro e do dinheiro (1936) preceitos que 
foram utilizados para combater os problemas econômicos 
gerados pela Crise de 1929. Segundo o keynesianismo, o 
poder público deveria interferir na economia para garantir 
a geração de emprego e o aumento do consumo. 
Para Keynes, a intervenção estatal na economia de­
veria ser feita por meio de grandes obras, como rodovias, 
ferrovias, portos, usinas hidrelétricas etc., e também por 
meio do Welfare State (Estado de bem­estar social), que 
é um conjunto de medidas que visam ampliar o acesso 
da população à saúde, educação, moradia e previdência.
Nessa teoria, enquanto as grandes obras têm o papel 
de gerar empregos, o Estado de bem­estar social garante 
ao trabalhador que ele possa destinar uma maior parcela do 
seu salário para o consumo de mercadorias, uma vez que 
o Estado pagaria parte dos custos com serviços essenciais 
à população.
Porém, no final da década de 1940, o economista 
austríaco Friedrich Hayek (1899­1992) propôs o retorno 
aos ideais liberais, construindo o argumento de que a 
economia de mercado moderna é complexa demais para 
ser regulada por uma instituição central, como o Estado. 
No entanto, esse pensamento ficou marginalizado até o 
início dos anos 1970.
Com a crise do endividamento público e com a que­
da dos lucros das empresas, as ideias de Hayek vieram à 
tona e aplicavam­se pequenas mudanças ao modelo liberal 
clássico, principalmente no que diz respeito ao controle da 
inflação por parte do Estado (identificado como monetarista, 
ou seja, com ação focada na moeda), e às reformas políticas 
(visando desmontar o Estado de bem­estar social, ao menos 
parcialmente). Esse novo modelo econômico foi chamado 
neoliberalismo e é o sistema que orienta o atual processo 
de globalização.
No modelo neoliberal, assim como no liberalismo, a 
participação do Estado na economia deve ser mínima e, 
por isso, é fundamental que se adotem medidas como 
as privatizações e abertura de mercado para a livre circu­
lação de mercadorias e capitais.
Síntese das propostas neoliberais
Privatizações
• Venda das empresas estatais à 
iniciativa privada.
• Concessão de serviços públicos a 
particulares.
Abertura de 
mercado
• Diminuição das barreiras alfandegárias 
na tentativa de aumentar os fluxos de 
mercadorias e capitais.
flexibilização das
relações de 
trabalho
• Limitação dos direitos trabalhistas.
• Possibilidade da terceirização e outros 
contratos mais flexíveis.
Ao longo da sua história, o capitalismo foi se transfor­
mando à medida que surgiram novos desafios para sua 
expansão. Uma das fases desse sistema econômico ficou 
conhecida como internacionalização do capitalismo e pode 
ser dividido nas seguintes etapas: comercial, industrial, fi­
nanceiro e informacional. 
Capitalismo comercial
O estabelecimento de colônias na América, na Ásia e 
na África proporcionou a acumulação de capital proveniente 
do comércio, prática que ficou conhecida como capitalis­
mo comercial, ou mercantilista. Esse modelo de capitalismo 
era estruturado nas trocas comerciais entre os países e foi 
ampliado durante as Grandes Navegações, que ocorreram 
entre os séculos XV e XVI.
MED_2021_L1_GEO_F2.INDD / 24-09-2020 (18:09) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL MED_2021_L1_GEO_F2.INDD / 24-09-2020 (18:09) / GISELE.BAPTISTA / PROVA FINAL
GeoGrafia AULAS 3 e 4 Internacionalização do capitalismo334
Mundo: rotas marítimas do período das Grandes Navegações – séculos XV e XVi
No mapa: Durante as Grandes Navegações, o comércio internacional foi ampliado em volume e em escala geográfica, abran-
gendo todos os continentes.
0
ESCALA
2 850 km
AMÉRICA 
DO SUL 
AMÉRICA 
DO NORTE 
ANTÁRTIDA 
EUROPA 
ÁFRICA 
ÁSIA 
Principais rotas de 
exploração (1487-1597)
Portuguesa
Espanhola
Inglesa
Francesa
Holandesa
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
M
er
id
ia
no
 d
e 
G
re
en
w
ic
h
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
0°
Equador
M
er
id
ia
no
 d
e 
G
re
en
w
ic
h
Círculo Polar Antártico
0°
OCEANIA
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Fonte: elaborado com base em VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 90.
Durante o período em que o capitalismo comercial 
esteve em vigor, os países europeus enriqueceram com 
a prática do comércio e a exploração dos recursos das 
colônias ao redor do mundo (como o tráfico de escravos, 
a exploração de recursos naturais, a produção agrícola e a 
venda de produtos manufaturados). Foi nesse período que 
a burguesia mercantil se consolidou em busca de novos 
mercados e produtos para vender na Europa, que na época 
era o centro econômico e político do mundo.
Capitalismo industrial
A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglater-
ra entre os anos de 1760 e 1830, e provocou profundas 
mudanças na forma como a sociedade e o espaço eram 
organizados. O sistema de produção desse período era 
marcado pela ampla introdução de máquinas movidas não 
mais por tração animal, mas pela queima do carvão mineral, 
que aumentaram consideravelmente o ritmo da produção, a 
velocidade dos transportes e, consequentemente, os lucros.
Com esse crescimento na produtividade, foi preciso au-
mentar a quantidade de matéria-prima e de consumidores 
para os bens industrializados. Desse modo, intensifica-
ram-se as trocas comerciais entre as nações, e o trabalho 
escravo foi substituído pelo trabalho assalariado, já que, 
enquanto o escravizado era mão de obra e mercadoria, o 
trabalhador livre assalariado era visto como mão de obra 
e mercado consumidor.
Capitalismo financeiro
Ao longo do século XIX, principalmente após 1850, no-
vos desdobramentos tecnológicos e geopolíticos levaram 
a industrialização a se aprofundar, como um reflexo da ex-
pansão e do desenvolvimento do meio técnico. Essa fase 
ficou conhecida como Segunda Revolução Industrial.
Foi a partir dessas mudanças que o capitalismo dei-
xou de ser industrial e passou a ser financeiro, já que a 
especialização técnica e a concorrência exigiam altos in-
vestimentos. Essa necessidade ampliou a participação dos 
bancos na economia, que passaram a emprestar dinheiro 
para as empresas e, até mesmo, a participar diretamente 
dos processos produtivos. O capital industrial, o comercial, 
o agrícola e o do setor de serviços passaram a seconfundir 
com o capital bancário. Essa concentração de capital pro-
vocou o surgimento de grandes empresas, que formaram 
monopólios, oligopólios e trustes.
Capitalismo informacional
Após a Segunda Guerra Mundial, o ritmo dos avanços 
tecnológicos foi acentuado. O capital se concentrou ainda 
mais nos grandes conglomerados industriais e bancários 
que globalizaram a economia capitalista, sobretudo após 
a década de 1970, com a consolidação do processo co-
nhecido como Terceira Revolução Industrial, ou Revolução 
Técnico-Científica, ou ainda Revolução Informacional. Nessa 
fase do capitalismo, denominado informacional, a atenção 
está no conhecimento científico e na quantidade de infor-
mação mobilizada para a produção e oferta de produtos 
e serviços.
Nesse contexto de globalização da economia, tem ga-
nhado destaque um grupo de novos setores que formam 
a chamada nova economia. Trata-se de atividades ligadas 
ao setor de alta tecnologia, como a informática, a biotec-
nologia, a nanotecnologia e os serviços financeiros, que 
tomaram o lugar no centro da economia, antes ocupado 
pelas indústrias automobilistas, químicas e siderúrgicas. 
O setor de serviços, em geral, vem ganhando desta-
que nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados 
Unidos, em virtude da grande modernização do parque 
industrial, das atividades agrícolas e do deslocamento de 
fábricas para países com mão de obra mais barata. A partir 
desse processo, se intensificou a terciarização, que significa 
maior participação das atividades terciárias na economia.
MED_2021_L1_GEO_F2.INDD / 25-09-2020 (22:54) / GILBERT.JULIAN / PROVA FINAL MED_2021_L1_GEO_F2.INDD / 25-09-2020 (22:54) / GILBERT.JULIAN / PROVA FINAL
	Frente 2 - Geografia
	Aulas 3 e 4 - Internacionalização do capitalismo

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