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FR EN TE 1 AULAS 27 e 28 A política interna do Segundo Reinado 211 A política interna do Segundo Reinado AULAS 27 e 28 FRENTE 1 Nestas aulas, trabalharemos o período de apogeu e decadência do Império no Brasil. Para melhor compreensão de seu conteúdo, é feita uma abordagem definida em dois estágios diferentes. No primeiro, é necessário entender o estabe- lecimento dos mecanismos políticos do Império e a consolidação da ordem aristocrática. No segundo, é importante estar atento às transformações econômicas a partir do café e à forma como essas transformações contribuíram para desagre- gar a velha ordem monárquica e o domínio das elites tradicionais. Nestas duas aulas, em particular, deverá ficar claro, de antemão, o quanto a restauração da monarquia fez parte do mesmo processo de regresso conservador que marcou o fim da Regência. Assim, será necessário perceber o quanto as elites dominantes cederam ao centralismo do imperador e o quanto esse centralismo contribuiu para acabar com as revoltas provinciais e com as disputas políticas entre setores de elite. Particularmente, é necessário compreender o caráter dos partidos Liberal e Conservador como representantes da elite tradicional. Atente aos seguintes temas: y As disputas pelo poder entre liberais e conservadores até 1853. y O “parlamentarismo às avessas”. y A Revolução Praieira, encerrando o ciclo revolucionário que se estendia desde a Regência. y A “conciliação”, a partir de 1853, assinalando o fim das disputas partidárias. y A estabilidade e o apogeu político do Império a partir daí. As disputas partidárias (1840-1853) a. As “eleições do cacete”. b. A continuidade da crise. c. A queda do gabinete liberal e a ascensão dos conservadores. d. As revoltas liberais de 1842. 1. São Paulo: liderança de Feijó. 2. Minas Gerais: liderança de Teófilo Otoni: – meras tentativas dos liberais de retomarem o poder. e. A sucessão dos partidos no poder. O caráter dos partidos a. “Partidos de patronagem”. 1. Ambos, Liberal e Conservador, como meros repre- sentantes de diferentes setores de uma mesma aristocracia. “Nada mais liberal que um conservador na oposição. Nada mais conservador que um liberal no poder”. A conciliação (1853-1870) a. O gabinete do Marquês do Paraná (1853). 1. A convivência de liberais e conservadores no mesmo governo. 2. Fim das disputas entre liberais e conservadores. O “parlamentarismo às avessas” a. A criação do cargo de Presidente do Conselho de Ministros (1847). 1. Aparentemente, instalava-se ali o parlamentarismo. 2. O caráter contraditório: a supremacia do Poder Moderador e do Executivo, os quais, por meio da fraude eleitoral, definiam a composição do Legislativo. A Revolução Praieira (Pernambuco, 1848) a. A situação em Pernambuco. 1. A crise econômica. 2. A persistência do predomínio dos portugueses no comércio local. 3. A presença das ideias liberais. 4. A influência das ideias socialistas e nacionalistas que cresciam na Europa nesse momento. b. O movimento: 1. A articulação por meio do Diário Novo, sediado na Rua da Praia. 2. O Manifesto ao Mundo: a proposta de um gover- no baseado em princípios liberais, republicanos e nacionalistas. 3. O apoio de setores populares e de parte da elite da região. c. A violenta repressão. d. Último dos movimentos provinciais e populares que marcaram o país desde o início da Regência. MED_2021_L2_HIS_F1_LA.INDD / 19-12-2020 (01:29) / FABRICIO.REIS3 / PROVA FINAL MED_2021_L2_HIS_F1_LA.INDD / 19-12-2020 (01:29) / FABRICIO.REIS3 / PROVA FINAL HISTÓRIA AULAS 27 e 28 A política interna do Segundo Reinado212 Exercícios de sala 1 UFRJ – Queira perdoar, mas... com aquelle negrinho não pode entrar. – Mas é que eu não posso separar-me delle: é quem me veste, quem me dá de comer, quem... me serve em tudo, afinal! – É que... enfim, em attenção ás illustres qualidades pessoaes de tao sabio soberano, creio que as nações civi- lizadas não duvidarão em admitti-lo. Renato Lemos. Uma história do Brasil através da caricatura, 1840-2001. Rio de Janeiro: Bom Texto e Letra & Expressões Editoras, 2001, p. 13. Explique de que maneira a charge acima, de autoria de Angelo Agostini, expressa uma das ambiguidades presentes na sociedade brasileira do Segundo Reina- do (1840-1889) em relação à escravidão. 2 Enem 2013 Moreaux, F.R. Proclamação da Independência. Disponível em: www.tvbrasil.org.br. Acesso em 14 jun. 2010. M. Ferrez. D. Pedro II. L.M. Schwarcz. As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, pro- curam transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente: A Habilidade militar – riqueza pessoal. b Liderança popular – estabilidade política. c Instabilidade econômica – herança europeia. d Isolamento político – centralização do poder. e Nacionalismo exacerbado – inovação administrativa. 3 UPE 2016 A rica literatura sobre a Insurreição Praieira ensi- na que sua história tem início na década de 1840, quando apareceu, em Pernambuco, uma dissidência do Partido Li- beral, mais conhecida pelo apelido de “Partido Praieiro”. Marcus J. M. de Carvalho. Os nomes da Revolução: lideranças populares na Insurreição Praieira, Recife, 1848-1849. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 23, no 45, pp. 209-238, 2003. (Adapt.) Esse movimento insurrecional teve como principal(ais) característica(s) sociopolítica(s) a: A configuração de um movimento militar de caráter republicano. b defesa da emancipação do Brasil com o apoio dos comerciantes. c batalha pelo fim do regime escravista e a liberdade de imprensa. d manutenção do poder das elites e a repressão aos comerciantes. e luta contra oligarquias locais e certa influência do socialismo utópico. 4 ESPM 2017 Tratava-se de um parlamentarismo sem povo. Os partidos, criados pelas camadas economicamente dominantes, sem ideários muito nítidos, coagiam e ma- nipulavam um eleitorado ínfimo, sem traduzir-lhes os interesses concretos. O caráter oligárquico definia tais partidos. Mais que isso, esta definição provinha de uma oligarquia enriquecida pelo oficialismo, em que só o controle do poder suscitava às maiorias vindas, do nada, levando-as a recear participação popular. Adriana Lopez; Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. MED_2021_L2_HIS_F1_LA.INDD / 19-12-2020 (01:29) / FABRICIO.REIS3 / PROVA FINAL MED_2021_L2_HIS_F1_LA.INDD / 19-12-2020 (01:29) / FABRICIO.REIS3 / PROVA FINAL