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PODERES E DEVERAIS DA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA 
 
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Poderes e Deveres da Administração Pública 
Os poderes da Administração são de natureza instrumental, isto é, surgem como ordenamentos jurídi-
cos para que o Estado possa preservar o interesse público, ou seja, da coletividade, atingindo sua 
satisfação. Portanto, os poderes da Administração são prerrogativas que ela possui para atingir a fina-
lidade pública. Assim, os poderes da Administração decorrem da supremacia do interesse público. 
O uso desses poderes é um poder-dever, pois é por meio deles que se irá alcançar a preservação dos 
interesses da coletividade. A Administração tem a obrigação de utilizá-los (e caso o administrador não 
use, ele pode ser penalizado). Logo, são irrenunciáveis. O poder subordina-se ao dever, e assim, torna-
se evidente a finalidade de tais prerrogativas e suas limitações. 
Se, no exercício desses poderes o administrador não buscar o interesse público, haverá abuso de 
poder (na modalidade excesso de poder caso ultrapasse os limites de suas atribuições, o que é vício 
de competência; na modalidade desvio de poder caso o agente vise finalidade diversa que deve per-
seguir, o que é vício de finalidade). 
A doutrina, geralmente destaca os seguintes poderes: poder vinculado; poder discricionário; poder nor-
mativo; poder hierárquico; poder disciplinar e poder de polícia. 
Os Poderes Da Administração Pública 
Trata-se do dever da Administração de obedecer a lei em uma situação concreta em que ela só possui 
esta opção (a Administração fica inteiramente presa ao enunciado da lei). Só há um único comporta-
mento possível, e ele é o que a lei determina. O administrador não tem liberdade de atuação, apenas 
deve seguir o que a lei prescreve. 
Como se vê, na expedição destes atos, fica o administrador condicionado ao que diz a norma legal, ou 
seja, não tem liberdade de ação, pois se o ato for praticado sem observância de qualquer dado cons-
tante na lei, é nulo, situação que pode ser reconhecida pela própria Administração, ou pelo Judiciário 
mediante provocação do interessado 
Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo – a lei – 
confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos 
e requisitos necessários à sua formalização”. 
Poder Discricionário 
Este poder permite uma margem de liberdade ao administrador que exercerá um juízo de valor de 
acordo com critérios de conveniência e oportunidade. 
Desse modo, o administrador, no caso concreto, avaliará a situação em que deve agir, adotando o 
comportamento adequado. Tal poder é necessário, uma vez que seria impossível que o legislador pre-
visse todas as situações possíveis para os vários comportamentos administrativos. 
Entretanto, é importante ressaltar que toda a atividade administrativa encontra limites na legalidade, 
devendo tais prerrogativas ser praticadas nos limites impostos pela lei, sob pena de ser reconhecida a 
arbitrariedade e, consequentemente, a ilegalidade do ato. 
Celso Antônio Bandeira de Mello define os contornos deste princípio. Segundo ele “a Administração ao 
atuar no exercício de discrição, terá que obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em 
sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das finalidades que presidiram a 
outorga da competência exercida. 
Poder Normativo 
Através deste poder a Administração pode expedir atos normativos. Portanto, o poder que a Adminis-
tração Pública tem para editar atos normativos é o poder normativo ou regulamentar, e os atos norma-
tivos advêm do Poder Executivo (Administração Pública). 
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São atos normativos: os regulamentos, as instruções, as portarias, as resoluções, os regimentos etc. 
Dependem de lei anterior para serem editados. Logo, o poder normativo é derivado da lei, do ato nor-
mativo originário. 
Poder Hierárquico 
A hierarquia e consequentemente o poder hierárquico existem no âmbito das atividades administrativas 
e compreende a prerrogativa que tem a Administração para coordenar, controlar, ordenar e corrigir as 
atividades administrativas dos órgãos e agentes no seu âmbito interno. 
Não há hierarquia entre os Poderes do Estado (não há hierarquia entre Legislativo, Executivo e Judici-
ário), há distribuição de competênciasé. 
Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores, 
além de se definir a responsabilidade de cada um. 
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como dar ordens e 
fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores. 
Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e es-
calonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação 
de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal”. 
Poder Disciplinar 
É o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções administrativas aos seus agentes 
pela prática de infrações de caráter funcional. 
O poder disciplinar abrange somente sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a 
multa, a suspensão e a demissão. De toda forma, não se pode esquecer que existem sanções penais 
e civis que podem ser aplicadas ao caso concreto, embora não façam parte do poder disciplinar. 
Em regra, é um poder que se dirige àqueles sujeitos à autoridade interna da Administração Pública, 
poder interno. Mas, segundo alguns, também pode ser aplicado ao particular sujeito à disciplina da 
Administração e aos contratados da Administração. 
Em geral o poder disciplinar é discricionário de forma limitada. Outorga-se à Administração a possibili-
dade de avaliar, no momento da aplicação da pena, qual será a sanção correta, assegurado o contra-
ditório e a ampla defesa, e qual será a quantificação da sanção. 
Poder De Polícia 
Poder de polícia é o poder conferido à Administração, para restringir, frenar, condicionar, limitar o exer-
cício de direitos e atividades econômicas dos particulares para preservar os interesses da coletividade. 
O poder de polícia abrange, ou se materializa, por atos gerais ou individuais. O ato geral é aquele que 
não tem um destinatário específico, está relacionado com toda a coletividade, por outro lado, o poder 
de polícia pode se materializar por ato individual, ou seja, aquele ato que tem um destinatário especí-
fico, situação concreta de cada indivíduo. 
Em geral, o poder de polícia deve prevenir danos e prejuízos que possam danificar o bem-estar social, 
limitando os direitos individuais de liberdade e propriedade dos particulares. 
Os Poderes Administrativos são instrumentos que a Administração Pública dispõe para consecução do 
interesse público. São verdadeiros deveres para a Administração Pública, pois são conferidos instru-
mentos a serem utilizados para alcance do bem da coletividade. 
Os poderes da Administração Pública, previstos no ordenamento jurídico, são de cumprimento obriga-
tório e instrumentos de sua atuação. 
O poder regulamentar é exercido privativamente pelos Chefes do Poder Executivo na edição de decre-
tos de execução ao fiel cumprimento à lei. O poder hierárquico é atribuído para a Administração Pública 
organizar-se. 
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O poder disciplinar prevê a aplicação de penalidade aos agentes pela prática de infrações funcionais, 
cuja apuração é ato vinculado por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar e cuja 
aplicação da penalidade é ato discricionário. O poder de polícia limita e disciplina o exercício de inte-
resses, atividades, bens e direitos individuais ou coletivos, é exercido pela polícia administrativa e pode 
ter caráter regulamentar ou autônomo. 
Quais são os Poderes da administração pública?Poder Vinculado 
Poder Discricionário 
Poder Hierárquico 
Poder Disciplinar 
Poder Regulamentar 
Poder de Polícia 
Abuso de Poder 
Poder Vinculado 
O primeiro poder que vamos estudar é o poder vinculado, que é aquele em que a forma de execução 
esta inteiramente definido na lei. 
O agente deve agir nos exatos termos e limites previstos na lei. Não cabe a ele o juízo de conveniência 
e oportunidade, não existe margem de escolha. 
Sendo assim, podemos entender, e o que você deve levar para sua prova, é que o poder vinculado não 
é uma prerrogativa, mas sim um dever que obriga o agente público a agir rigorosamente em conformi-
dade com a lei. 
Poder Discricionário 
O poder discricionário, podemos entender, que seria o contrário do poder vinculado. Pois, cabe ao 
agente certa flexibilidade em seus atos. 
Nem sempre a lei é capaz de traçar rigorosamente todas as condutas dos seus agentes. Permitindo-
lhe que avalie a conveniência e a oportunidade de certos atos. Confere à administração a flexibilidade 
por parte dos agentes escolherem entre várias condutas previstas na lei. Contudo, a escolha não deve 
ser exercida com arbitrariedade. 
Um ponto muito importante quando falamos em poder discricionário, é o juízo de conveniência e opor-
tunidade que é chamado de mérito administrativo. Sempre que a administração no poder discricionário, 
realizar um ato seguindo os conceitos de conveniência e oportunidade, estará seguindo o mérito admi-
nistrativo. 
As bancas tentam confundir o candidato indicando que o mérito administrativo faz parte do Poder Vin-
culado, o que não é verdade. O mérito administrativo só existe no poder discricionário. 
O que nunca podemos esquecer, é que o poder discricionário não é irrestrito. O poder discricionário 
encontra limites dentro dos princípios administrativos. O agente só pode agir discricionariamente dentro 
do que a lei permite. 
Para controlar os limites dos poderes discricionários existe o controle judicial, pois, como explicado, os 
poderes discricionários sofrem limites, e judiciário exerce o controle judicial nos aspectos vinculados 
do ato, ou seja, naqueles em que o agente não tem liberdade de escolha, que são a competência, a 
finalidade e forma. 
Todavia, o judiciário, por não ser administrador, não pode aferir critérios administrativos de conveniên-
cia e oportunidade. 
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Poder Hierárquico 
Para que haja distribuição de competências e harmonia entre os órgãos, cargos e atribuições, existe o 
poder hierárquico que estabelece uma relação de hierarquia. 
Esta relação é caracterizada pelo nível de subordinação entre os órgãos e agentes públicos sempre no 
âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Permite ao superior hierárquico exercer determinadas prerro-
gativas sobre seus subordinados, como, dar ordem, fiscalizar, controlar, aplicar sanções e avocar com-
petências. 
O poder hierárquico pode ocorrer de ofício ou por provocação dos interessados. 
O superior hierárquico em uma ato discricionário pode, dentro dos limites da lei, delegar competências 
a um subordinado que poderá ser revogável a qualquer tempo. Contudo, esta transferência de compe-
tência é de mero exercício, permanecendo a titularidade com a autoridade delegante. 
Excepcionalmente, o superior hierárquico poderá atrair para si o exercício temporário de determinada 
competência exercida por um subordinado, é o que chamamos de avocação. A avocação desonera o 
subordinado de toda responsabilidade pelo ato avocado pelo superior. 
Não existe hierarquia entre diferentes pessoas jurídicas, não existe no exercício das funções típicas 
dos Poderes Judiciários e Legislativo, também não ocorre entre os poderes da república e tampouco 
entre a Administração e os seus subordinados. 
Poder Disciplinar 
Poder disciplinar é a possibilidade da Administração aplicar sanções àqueles que, submetidos a sua 
ordem interna, cometem infrações. 
A Administração pública, no poder disciplinar pode: 
Punir internamente as infrações de seus servidores; 
Punir infrações administrativas cometidas por particulares a ela ligadas mediante algum vinculo espe-
cífico. 
O poder disciplinar não se submete apenas aos servidores públicos, mas também a determinados par-
ticulares que firmam contratos com a Administração pública. 
Não se confunde com o poder de polícia, ao qual se sujeitam todas as pessoas que exerçam atividades 
que possam acarretar risco ou transtorno à sociedade. 
Este poder possui certo grau de discricionariedade, principalmente no que tange à gradação de pena-
lidade. Lembrando que não há discricionariedade quanto ao dever de punir. 
Lembrando, que a aplicação de penalidade deve ser motivada para assegurar aos interessados o di-
reito de defesa. 
Poder Regulamentar 
O poder regulamentar é um poder inerente e privativo do Chefe do Poder Executivo para editar atos 
administrativos normativos. 
Diversos órgãos, autoridades administrativas e entidade da administração indireta, editam atos admi-
nistrativos normativos. Contudo, os atos administrativos produzidos por esses órgãos são denominados 
regulamentos autorizados e não decorrem do poder regulamentar. 
Para melhor entendimento do assunto, vamos estudar as características dos atos administrativos nor-
mativos. 
Decreto de Execução ou Regulamentar 
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Possibilita a fiel execução da lei. Não cria novos direitos e obrigações, apenas estabelece como serão 
os procedimentos para que a lei seja cumprida. Não é passível de delegação. 
Decreto Autônomo 
Não se destinam a regulamentar alguma lei. Sua finalidade é normatizar de forma originária, as maté-
rias expressamente na Constituição. 
As matérias dos decretos autônomos constituem competência privativa do Chefe do Poder Executivo. 
Pode ser delegada a outras autoridades administrativas. 
Só para não esquecer, a competência para editar decretos autônomos pode ser delegada. Já para os 
decretos de execução não pode. 
Regulamentos Autorizados 
São aqueles em que o Poder Executivo, por expressa autorização em lei, completa as disposições dela 
constantes, e não simplesmente regulamenta. 
Poder de Polícia 
Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração pública para condicionar e restringir o 
uso de bens. Constitui toda atividade administrativa calçada no princípio da supremacia do interesse 
público. 
Quando a Administração exerce o poder de polícia, está praticando um ato administrativo, sujeito às 
regras que regem as demais atividades da Administração, inclusive ao controle de legalidade pelo po-
der Judiciário. Assim, deve ser observado o devido processo legal, assegurando ao administrado o 
direito à ampla defesa. 
A competência para exercer o poder de polícia é, inicialmente, da pessoa federativa à qual a Constitui-
ção Federal conferiu poder de regulamentar a matéria. 
Os entes federativos podem exercer o poder de polícia em sistema de cooperação através de convênios 
administrativos ou consórcios públicos. 
O poder de polícia administrativa pode ser exercido de forma preventiva ou repressiva. 
De forma preventiva, ocorre quando o particular precisa obter anuência prévia da Administração com 
objetivo de utilizar determinados bens ou para exercer determinadas atividades que de certa maneira 
possam afetar a coletividade. O pedido é formalizado nos atos de consentimento de duas formas: 
Licença – ato administrativo vinculado e definitivo 
Autorização – ato administrativo discricionário e precário 
O exercício do poder de polícia pode ser classificado em quatro fases, sendo que essas quatro fases 
são chamadas de ciclo de polícia: 
Legislação ou ordem 
Consentimento 
Fiscalização 
Sanção 
A legislação é chamada de ordem de polícia, é a fase inicial do ciclo de polícia. 
O consentimento de polícia é a anuência prévia da Administração, para prática de determinadas ativi-
dades ou para fruição de determinadosdireitos. 
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A fiscalização de polícia é a atividade em que a Administração verifica se o particular esta cumprindo 
adequadamente as regras emanadas na ordem de polícia. 
A sanção de polícia ocorre quando a Administração verifica alguma infração à ordem de polícia ou ais 
requisitos da licença/autorização. 
O poder de polícia pode também ser classificado em originário e delegado. Simplificando, o poder de 
polícia originário é exercido pela administração direta, já o poder de polícia delegado é exercido pela 
administração indireta. 
Outro ponto de bastante relevância quanto aos Poderes da administração pública são os atributos do 
poder de polícia: 
Discricionariedade 
Autoexecutoridade 
Coercibilidade 
Discricionariedade 
A discricionariedade significa que a Administração possui certo grau de liberdade de atuação. Contudo, 
nada impede que a lei vincule a prática de determinados atos de policia administrativa. 
Autoexecutoridade 
A autoexecutoriedade é a possibilidade de que certos atos administrativos sejam executados de forma 
imediata e direta pela própria Administração, independente de ordem judicial. 
Coercibilidade 
A coercibilidade se traduz na possibilidade de as medidas adotadas pela Administração Pública serem 
impostas ao administrado. 
Abuso de Poder 
Toda atuação com abuso de poder é considerada ilegal. O abuso de poder é gênero que se desdobra 
em duas categorias: 
Excesso de poder 
Desvio de poder 
Excesso de poder 
O excesso de poder ocorre quando o agente atua fora dos limites das suas competências. Ocorre 
também quando o agente é competente mas atua de forma desproporcional. 
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