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VOLUME 3 | Ciências da natureza e suas tecnologias 37 Aplicações Práticas 1. (Uece 2020) Recentemente os jornais locais noticiaram o que teria sido a queda de um pequeno meteoro no Ceará. Há relatos de uma “bola de fogo” vista no céu. Essa luminosidade é ocasionada pelo superaquecimento do objeto devido a) ao atrito com o ar, que transforma energia cinética do meteo- ro em energia potencial gravitacional. b) ao atrito com o ar, que transforma energia potencial gravita- cional do meteoro em energia cinética. c) ao atrito com o ar, que transforma energia mecânica do me- teoro em energia térmica. d) ao campo gravitacional do meteoro, que emite radiação em comprimento de onda visível. Resposta: [C] O fenômeno descrito é causado pelo atrito do meteoro com o ar, tendo a sua energia mecânica transformada em energia térmica, fazendo com que a elevação na temperatura emita lu- minosidade. 2. (Fgv) Criança feliz é aquela que brinca, fato mais do que comprovado na realidade do dia a dia. A brincadeira ativa, a que faz gastar energia, que traz emoção, traz também felicidade. Mariana é uma criança que foi levada por seus pais para se divertir em um parquinho infantil. Nesse parquinho infantil, há dois escorregadores de mesma al- tura h relativamente ao chão. Um deles é retilíneo (R) e outro é curvilíneo (C) em forma de tobogã, como indica a figura. h CR Ao escorregar por R, de seu ponto superior até o nível do chão, Mariana teve uma perda de energia mecânica de 10% em re- lação a uma queda livre dessa altura. Ao escorregar por C, nas mesmas condições, ela teve uma perda de 15% de energia mecânica em relação a uma queda livre. A relação entre a ve- locidade final de Mariana ao sair de R e a velocidade final ao sair de C vale a) 18 . 17 b) 3 . 2 c) 18 . 17 d) 3 . 2 e) 5 . 4 Resposta: [A] Considerando como α o coeficiente correspondente à energia mecânica ME restante em cada tipo de rampa, temos: EM(final) = α . EM(inicial) EMA = EMB Assim, nos dois instantes da queda, no ponto A e no ponto B, a energia mecânica do corpo é a mesma. [T1] Diagramas de energia Graficamente, é possível representar essas transfor- mações de energia e as variações entre a energia cinética e potencial. Primeiro caso: energia cinética e energia potencial gravitacional Quando um corpo cai está em queda livre, tem-se a transformação de energia potencial gravitacional em ener- gia cinética. ou E EE M E PG E C E C E PG E M 0 0BA C BC Av h Durante toda a queda, a energia mecânica permanece constante, seja em função da altura ou da velocidade. A energia potencial gravitacional começa no seu valor má- ximo e diminui até o mínimo, enquanto a energia cinética começa com o seu valor mínimo e aumenta até atingir o máximo. É interessante notar que no primeiro diagrama, em que as energias estão em função da velocidade v, a ener- gia cinética varia proporcionalmente a v², o que faz com que o diagrama corresponda a um trecho de uma parábo- la. No segundo diagrama, em que as energias variam com a altura, a energia potencial gravitacional varia proporcio- nalmente a h, o que faz com que o diagrama corresponda a um trecho de uma reta. Então, para a rampa R: α = 0,9 Rv 0,9 2 g h= ⋅ ⋅ ⋅ Para a rampa C: α = 0,85 Cv 0,85 2 g h= ⋅ ⋅ ⋅ Logo, a razão R C v v é: R C 0,9 2 gv v ⋅ ⋅ = h⋅ 0,85 2 g⋅ ⋅ h⋅ R R C C v v1,8 18 v v 171,7 ⇒ = ∴ = m 2v m 2 á⋅ = ⋅ g h v 2 g há⋅ ⋅ ∴ = ⋅ ⋅ ⋅a Física 38 Segundo caso: energia cinética e energia potencial elástica Muito parecido com o caso anterior, tem-se a trans- formação de energia cinética em energia potencial elásti- ca, mas de tal modo que a energia mecânica do sistema permaneça constante. ou E E M E PEI 0 BA C v E E M E PEI 0 BC A x E C E C No primeiro diagrama, é possível observar a energia cinética e a energia potencial elástica em função da veloci- dade v. Devido à variação da energia cinética com v², per- cebe-se que o diagrama corresponde a um trecho de uma parábola. Já no segundo diagrama, é possível notar que as energias variam em relação à deformação x, sendo que a energia potencial elástica varia com x². Sendo assim, o dia- grama também corresponderá a um trecho de parábola. Sistemas não conservativos Existes diversos outros casos em que nem sempre existem apenas forças conservativas no sistema. Em geral, é muito comum exercícios no quais há uma força de atrito atuando sobre o corpo, e a força de atrito não é conser- vativa. Nesses casos em que a energia mecânica não se conserva, pode-se montar a seguinte equação: Em que: Em0: energia mecânica inicial; EmF: energia mecânica final; τFat: trabalho da força de atrito. Note que o trabalho da força de atrito tFat está sendo adicionado à energia mecânica inicial. Vale lembrar que o trabalho das forças dissipativas é sempre negativo, por- tanto, ao somar esse trabalho ao termo correspondente à energia mecânica inicial, a energia dissipada é subtraí- da da energia inicial. A energia restante corresponderá à energia mecânica final. Geralmente, a energia dissipada se transforma em energia térmica, o que resulta no aqueci- mento dos corpos. VOLUME 3 | Ciências da natureza e suas tecnologias 39 HABILIDADE 23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. EXEMPLO (Enem PPL) Um automóvel, em movimento uniforme, anda por uma estrada plana, quando começa a descer uma ladeira, na qual o motorista faz com que o carro se mantenha sempre com velocidade escalar constante. Durante a descida, o que ocorre com as energias potencial, cinética e mecânica do carro? a) A energia mecânica mantém-se constante, já que a velocidade escalar não varia e, portanto, a energia cinética é constante. b) A energia cinética aumenta, pois a energia potencial gravitacional diminui e quando uma se reduz, a outra cresce. c) A energia potencial gravitacional mantém-se constante, já que há apenas forças conservativas agindo sobre o carro. d) A energia mecânica diminui, pois a energia cinética se mantém constante, mas a energia potencial gravitacional diminui. e) A energia cinética mantém-se constante, já que não há trabalho realizado sobre o carro. COMENTÁRIO - Energia potencial: EP = mgh. Sendo uma descida, a altura diminui, a energia potencial diminui. - Energia cinética: 2 C m v E . 2 = Sendo constante a velocidade, a energia cinética também é constante. - Energia mecânica: EM = EC + EP. Se a energia potencial diminui e a energia cinética é constante, a energia mecânica diminui. RESPOSTA: ALTERNATIVA D Campos e Habilidades do ENEM