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Biologia 22 Aplicações práticas (UERJ) Traíras são predadoras naturais dos lambaris. Acom- panhou-se, em uma pequena lagoa, a evolução da densidade populacional dessas duas espécies de peixes. Tais populações, inicialmente em equilíbrio, sofreram notáveis alterações após o início da pesca predatória da traíra, na mesma lagoa. Esse fato pode ser observado no gráfico abaixo, em que a curva 1 representa a variação da densidade populacional da traíra. GERAÇÕES0 5 4 3 2 1 D EN SI DA D E PO PU LA CI O N A L A curva que representa a variação da densidade populacional de lambaris é a de número: A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 é Com a caça predatória da traíra, que corres- ponde ao predador do lambari, espera-se que haja um aumento expressivo na população dos lambaris, assim como é indicado na curva 5. Comentário: É importante notarmos, também, que a curva nú- mero 1 representa uma queda acentuada na população de traí- ras, é possível concluir isso uma vez que o ponto do início da queda coincide exatamente com o ponto em que a população de lambaris começou a aumentar GABARITO: D 2. A sucessão ecológica nos ecossistemas Chamamos de sucessão ecológica o processo orde- nado de mudanças progressivas no ecossistema resultante das modificações no ambiente físico e nas co- munidades biológicas ao longo do tempo até um ponto de equilíbrio. Em outras palavras, a sucessão ecológica nada mais é do que um processo ordenado de desenvolvimento da co- munidade resultado das modificações feitas pela própria comunidade, que culmina na estabilidade do ecossistema. Descobrindo Agora O estudo das comunidades vegetais é extremamente importante para a restauração de inúmeros ambientes, hoje, diversos estu- dos e experimentos são realizados com o intuito de recuperar e restaurar a biodiversidade de algumas regiões. Regiões que passam por constantes ações antrópicas, como é o caso do Cerrado e da Mata Atlântica, constantemente são alvos de estratégias de recuperação avançadas, restabelecendo a di- versidade daquelas regiões. Sendo assim, é comum encontrarmos inúmeros estudos que tragam informações sobre comunidades pioneiras, comunidades clímax, entre outras, sempre no intuito de recuperar determina- dos ambientes. 2.1. Fases da sucessão ecológica Durante o processo de sucessão, existem três fases principais de desenvolvimento, sendo elas: 1. Comunidade pioneira (ou ecese): corresponde aos primeiros indivíduos a se estabelecerem no ambiente, como líquens e musgos. ou seja, organismos de desenvol- vimento rápido, rápida dispersão e com uma grande capa- cidade de colonização, facilitando o desenvolvimento de outras espécies; 2. Comunidade intermediária (ou seres): cor- responde aos estágios seguintes e de transição, nos quais acontece um aumento gradativo da biodiversidade. 3. Comunidade clímax: corresponde ao ápice da sucessão, contando com uma comunidade autossuficiente e com propriedades homeostáticas (de equilíbrio). O que se espera ao longo de uma sucessão é uma série de modificações no ecossistema, como o aumento da biodiversidade, da complexidade, da biomassa e do número de indivíduos, além do surgimento de or- ganismos com ciclos de vida mais complexos, teias alimen- tares mais complexas e uma alteração na produtividade do ecossistema. Quando a análise da produtividade é feita, nota-se que quanto mais próximo do estágio clímax, maior é a produtividade primária bruta (matéria orgânica produzida) e a taxa de respiração, enquanto a produtivi- dade primária líquida (diferença entre matéria orgânica VOLUME 2 | Ciências da natureza e suas tecnologias 23 Aplicações práticas (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre sucessão ecológica: I – Quando uma comunidade atinge o estágio clímax, a teia alimentar torna-se mais complexa. II – A composição das espécies tende a permanecer constante ao longo da sucessão. é A composição de espécies tende a se tornar cada vez mais complexa, uma vez que novos recursos vão surgindo. III – Os diferentes organismos dos estágios serais ocasionam modificações nas condições ambientais locais. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. GABARITO: C produzida e consumida) tenda a zero, uma vez que o ecos- sistema passa a consumir tudo aquilo que produz. Do mesmo modo, espera-se uma alteração comple- xa na estrutura da comunidade, como por exemplo um aumento na estratificação e na diversidade das espécies, assim como o fechamento dos ciclos de minerais, uma vez que tudo o que é produzido pelo ecossistema tende a ser consumido por ele mesmo. Seguindo o raciocínio, a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado são exemplos de comunidade clímax, uma vez que as suas produtividades primárias líquidas (PPL) ten- dem a zero e não há grandes excedentes de oxigênio, por exemplo. Afinal, é por esse motivo que a Floresta Amazônica não pode ser considerada o “pulmão do mundo”, uma vez que todo o oxigênio produzido por ela tende a ser consumido por ela mesma, de modo que os excedentes de oxigênio são mínimos. Quem deve receber esse título de maneira adequada é o fitoplâncton, que é responsável pela produção de aproximadamente 70% de todo o oxi- gênio atmosférico. 2.2. Sucessões primária e secundária Uma sucessão primária acontece em ambientes que não foram previamente habitados por algum tipo de orga- nismo, ou seja, corresponde à sucessão que acontece nos locais mais inóspitos, como os afloramentos rochosos, a lava vulcânica recém solidificada ou, ainda, as superfícies de areia com exposição recente. Já em uma sucessão secundária, os organismos ocupam um habitat que, em algum momento anterior, já foi ocupado por uma comunidade biológica e, consequentemente, possui matéria orgânica viva ou morta. Esse tipo de sucessão acontece em áreas desmatadas, em fundos expostos de corpos de água e regiões atingidas por furacões. Biologia 24 Numa sucessão secundária, a partir do desmatamento ou das queimadas, formam-se algumas condições micro- climáticas no solo exposto, além de um aumento na inci- dência solar e uma baixa retenção de umidade. Essas condições favorecem algumas espécies resisten- tes a essas pressões seletivas, o que possibilita o crescimen- to de algumas gramíneas e plantas perenes, como peque- nos arbustos, ou seja, a comunidade pioneira. Com o surgimento desses primeiros organismos, acon- tece uma nova alteração nas condições ambientais, favo- recendo um novo conjunto de indivíduos a tomar aquele ambiente, a comunidade intermediária ou os organismos serais. Quanto menor for o impacto sofrido, mais parecida é a comunidade clímax com a comunidade original, além dis- so, o tempo necessário para a recuperação também será menor A mesma coisa acontece nos ecossistemas aquáticos, note que num ambiente aquático os lagos recém-forma- dos recebem matéria orgânica e favorecem o desenvolvi- mento de decompositores e fitoplânctons, que favorecem a manutenção de zooplânctons e, por sequência, favore- cem o desenvolvimento dos peixes, fazendo com que as teias tróficas se tornem cada vez mais complexas Multiplataformas: Vídeo Sucessão Ecológica Aplicações práticas A sucessão ecológica pode ser primária ou secundária. Sobre a sucessão primária, assinale a afirmativa correta: A) Tem início em áreas antes desabitadas, como as dunas. B) Ocorre após a derrubada de florestas. C) As mudanças no ambiente são muito rápidas. D) Os organismos já encontram condições favoráveis para seu estabelecimento. E) Os organismos não modificam o ambiente. Comentário: É importante termos em mente, na maioria das questões que envolvam sucessão ecológica, a principal diferen- ça entre sucessão primária e secundária. Durante a teoria, dis- cutimos que a sucessão primária acontece em áreas que nunca foram habitadas por organismos vivos, como regiões vulcânicas ou dunas. Já a sucessão secundária acontece a partir da fixação de diferen- tes espécies em regiões que, uma vez,foram devastadas, como regiões de matas desmatadas, que passaram por queimadas. GABARITO: A