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MÓDULO 8 - RADIOATIVIDADE RESUMO TEÓRICO Radioatividade Descoberta da radioatividade - Histórico 1895-Trabalhando com um tubo de raios catódicos o alemão Roentgen descobriu inesperadamente os raios X. 1896 – Henry Becquerel percebeu que um sal de urânio, K2(UO2) (SO4)2, conseguia revelar filmes fotográficos recobertos com papel ou por uma fina lâmina de metal. Imaginou então que o sal emitia alguma radiação desconhecida. O fenômeno foi denominado de radioatividade. 1897 – Marie Curie demonstrou que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade de urânio na amostra e conclui que a radioatividade era de natureza atômica e não molecular. 1897 – Rutherford analisando o desvio das radiações em um campo eletromagné- tico, descobriu que algumas tinham sua trajetória desviada em direção à placa nega- tiva (raios ) e outras em direção a placa positiva (raios ). 1898 – O casal Curie descobriu o um novo elemento químico – o polônio, 400 vezes mais radioativo do que o urânio. 1899 - O casal Curie descobriu o um novo elemento químico – o rádio, 900 vezes mais radioativo do que o urânio. 1900 – O físico Paul Villard, repetindo a experiência de Rutherford, percebeu a ex- istência de outros raios que não eram afetados pelo campo eletromagnético (raios ). 38 RADIOATIV IDADE 1. Introdução 2. Características das Radiações 3. Meia Vida 4. Datação com C14 O que é radioatividade? A radioatividade é um processo natural decorrente da liberação de energia de um núcleo atômico cuja relação entre o número de prótons e de nêu- trons resulta em uma configuração instável; o processo modifica a relação prótons/nêutrons do núcleo e leva a configurações estáveis (não radioativas). O ambiente no qual vivemos é naturalmente radioativo. Por exemplo, respiramos Carbono 14, que é radioativo, e é formado a partir da interação das radiações cósmi- cas com a atmosfera; comemos bananas que apresentam em sua composição Potás- sio 40, com núcleo instável, emissor de raios gama, entre outros. Vivendo em um ambiente radioativo, os seres humanos, e todos os demais seres vivos, são natural- mente radioativos. O problema está na quantidade de radiação à qual estes seres venham a ser expostos: acima de certo nível a exposição às radiações provoca, no corpo humano, e nos demais seres vivos, algumas reações adversas: • A geração de radicais livres, provocando oxidação nas moléculas biológicas (DNA, etc.); • Alterações no material genético, impedindo as células de se reproduzirem; • Alterações na material genético, levando à transformação celular que, eventual- mente, e em função de uma série de fatores que incluem características próprias e a predisposição do indivíduo irradiado, pode degenerar em câncer. Mas níveis baixos de radiação são absorvidos sem maiores conseqüências pelas cé- lulas do corpo humano, que possuem mecanismos de defesa e de recuperação. Tipos de radiação 1) Radiação alfa • É formada por partículas constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons. • Possuem carga igual a +2. • Número de massa 4. • Baixo poder de penetração. • Simbologia 2) Radiação beta • Constituída por elétrons de alta energia. • Possuem carga igual a -1. • Número de massa 0. • Moderado poder de penetração. • Simbologia Obs: • Na emissão de uma partícula beta, um nêutron presente no núcleo se decompõe e dá origem a um próton, a um elétron e a um neutrino (partícula com carga zero e massa, aproximadamente zero). → + + 3) Radiação gama • Constituída por ondas eletromagnéticas • Possuem carga igual a 0. • Número de massa 0. • Elevado poder de penetração. • Simbologia Leis da radioatividade 1) Emissão de partícula alfa Quando um núcleo emite uma partícula alfa, seu número atômico diminui duas unidades e seu número de massa diminui quatro unidades. → + → + 2) Emissão de partícula beta Quando um núcleo o emite uma partícula beta, seu número atômico aumenta uma unidade e seu número de massa não se altera. → + → + 39 3) Emissão gama A radiação gama não è constituída por partícula, e sim por ondas eletromagnéticas de altíssimas freqüências. A emissão de radiação gama sozinha não altera o número atômico e o número de massa de um átomo. Nas emissões de radiação alfa e beta sempre ocorre também à emissão de radiação gama. 4)Emissão de pósitron O pósitron é uma partícula de massa igual a do elétron mas com carga positiva.Na emissão de um pósitron o número de massa permanece o mesmo e o número atômico diminui uma unidade. → e + Si Obs: • Nas equações nucleares sempre existe um balanço dos números de massas e das cargas elétricas nucleares. O somatório dos números de massas e das cargas elétricas nucleares antes e depois da emissão sempre deve ser igual. Ex: → + 235 = 4+231 e 92 = 2+ 90 → + 210 = 0 +210 83 = -1 + 84 Cinética das desintegrações radioativas Meia-vida ou período de semidesintegração (p ou t1/2) Tempo necessário para que a atividade da amostra de um isótopo radioativo dimi- nua à pela metade do seu valor inicial, ou seja, para que uma amostra radioativa se reduza à metade. O tempo de meia-vida é uma característica particular de cada ele- mento. Isótopo Meia-vida 238U 4,5.109anos 14C 5370 anos 99Tc 6 horas 13O 8,7.10-3 segundos Importante característica das meias-vidas dos decaimentos nucleares é a inde- pendência diante de condições externas como temperatura, pressão, ou combi- nações químicas. A meia-vida de um elemento é invariável. O conceito de meia- vida pode ser aplicado à massa, número de mol, número de átomos e porcentagem de um radioisótopo. Vamos considerar como exemplo 4 amostras diferentes de 137Cs que possui meia-vida de 30 anos: Amostra1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Tempo(anos) 400 g 20 mol 160 átomos 100 % 0 200 g 10 mol 80 átomos 50 % 30 100 g 5 mol 40 átomos 25 % 60 50 g 2,5 mol 20 átomos 12,5 % 90 O decaimento radioativo obedece às regras de um caso particular de sequência numérica da matemática denominada progressão geométrica (P.G). O decaimento radioativo pode ser representado em um gráfico denominado de curva de decaimento. A relação matemática que permite relacionar a quantidade inicial (Qi) à quanti- dade final (Qf) de um decaimento radioativo com a meia-vida(P) e o tempo de desintegração (T) é dada pela seguinte expressão: 40 02. Físico-Química 08. Radioatividade