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Resumo Texto disparador Sensibilidade geral Prezados alunos, Como classificação funcional abordamos na introdução (funções motoras, sensitivas e integrativas), vamos focar em sensibilidade geral e síndromes sensitivas na próxima aula. Estes textos disparadores serão utilizados para as duas próximas aulas. Solicito a leitura prévia dos seguintes capítulos do livro DeJong: O Exame Neurológico, 7 ed, Campbell. 1. Capítulo 31: Perspectiva geral do sistema sensorial 2. Capítulo 36: Localização sensorial **Vídeo Tipos de estimulo: Visão, audição, paladar, tato, térmico, dolorosa, olfativa Sensibilidade=Aferência= capacidade de receber estímulos externos Vias sensórias somestesicas (específicas ou não específicas) Corpúsculo de pacini = sensibilidade somestesicas finas (especifico). Tato epicrítico, parestesia, propriocepção. Via cordonal posterior (fascículo grácil e cuneiforme) Fuso muscular = responsável por captar variação de comprimento no músculo e levar a informação até a medula (corno anterior), órgão tendinoso de golgi (receptor muscular q fica no tendão e infirma a tensão desse músculo. Corpúsculo tátil de meissner e terminações livres ( informações somestésicas grosseiras) tato protopático e pressão, captam informações referentes a variação de temperatura e de dor ( a de dor é mais comum nas terminações livres) ( via funicular anterior e lateral, feixes ou tratos espinotalamicas anterior e lateral)** Capítulo 31 O sistema sensorial põe o indivíduo em comunicação com o ambiente. Todas as sensações dependem de impulsos originados por estimulação de receptores ou órgãos terminais. Esses impulsos são levados ao sistema nervoso central (SNC) por nervos sensoriais e, depois, conduzidos por tratos de fibras até centros superiores para reconhecimento consciente, ação reflexa ou outras consequências da estimulação sensorial. A sensibilidade somática abrange todos os sentidos, exceto os especiais. Esta seção abrange apenas as modalidades sensoriais somáticas gerais; os sentidos especiais – olfato, visão, paladar, audição e sensibilidade vestibular – são analisados com os nervos cranianos que os medeiam. Classificação do sistema sensorial (Sherrington) ● Exteroceptiva - fornece informações sobre o ambiente externo, inclusive as funções somatossensoriais (captar experiências do meio externo por meio de receptores específicos e é constituído pelo tato, propriocepção, dor e temperatura.) e os sentidos especiais (olfato, visão, paladar, audição e sensibilidade vestibular). ● Interoceptiva - conduz informações sobre as funções internas, a pressão arterial ou a concentração de componentes químicos nos líquidos corporais. ● Proprioceptiva - detecta a orientação dos membros e do corpo no espaço. respondem à estimulação de tecidos mais profundos, como os músculos e os tendões, e destinam-se principalmente a detectar o movimento e a posição de partes do corpo Classificação Anatômica Os anatomistas diferenciam a sensibilidade somática da visceral destacando as variedades gerais e especiais de cada uma delas. As fibras aferentes somáticas gerais conduzem informações exteroceptivas e proprioceptivas as fibras aferentes viscerais gerais conduzem impulsos de estruturas viscerais. As fibras aferentes somáticas especiais conduzem os sentidos especiais as fibras aferentes viscerais especiais medeiam o olfato e o paladar. Os sistemas sensoriais podem atuar em nível consciente ou inconsciente. Os sistemas sensoriais especiais inconscientes ajudam a regular o ambiente interno O acompanhamento da posição do membro no espaço tem um componente consciente – as vias da coluna posterior – e um componente inconsciente – as vias espinocerebelares O sistema somatossensorial consciente é formado por dois componentes: ● o sistema de posição/vibração/tato discriminatório fino ● sistema de dor/temperatura/tato grosseiro OBS: Os impulsos sensoriais são levados ao gânglio sensorial do nervo espinal e, depois, ao SNC. Depois de uma ou mais sinapses, os impulsos ascendem por tratos de fibras específicos e chegam às áreas sensoriais centrais do encéfalo. O tato fino, a posição e a vibração são conduzidas no sistema da coluna posterior/lemnisco medial. Essas sensações provenientes da cabeça e da face são processadas pelo núcleo principal do nervo trigêmeo na ponte. Os tratos espinotalâmicos conduzem a dor e a temperatura do corpo, e o trato espinal e o núcleo do nervo trigêmeo conduzem a dor e a temperatura da cabeça e da face RECEPTORES SENSORIAS O receptor constitui a interface entre o sistema nervoso sensorial e o ambiente. Existem muitos tipos diferentes de receptores na pele, nos tecidos subcutâneos, nos músculos, nos tendões, no periósteo e nas estruturas viscerais que medeiam a transdução de vários tipos de informações sensoriais em impulsos nervosos. Os órgãos terminais sensoriais são encontrados na pele e nas mucosas de todo o corpo. Uma fibra nervosa pode inervar mais de um receptor, e cada órgão terminal pode receber filamentos de mais de uma fibra nervosa. Os receptores podem responder a mais de um tipo de estímulo, mas têm “especificidade”, porque seu limiar é mínimo para um tipo específico de estímulo. A estimulação do receptor altera a permeabilidade de sua membrana, o que dá origem a um potencial receptor ou gerador. Alguns receptores são de adaptação rápida e são mais sensíveis a estímulos de ativação/desativação. Outros são de adaptação lenta e monitoram constantemente um estímulo. Os receptores são a parte terminal de um nervo sensorial e são contínuos com ele. Os potenciais receptores induzem potenciais de ação no nervo, e a frequência da descarga do potencial de ação geralmente é proporcional à amplitude do potencial receptor, que, por sua vez, é proporcional à intensidade do estímulo aplicado Os receptores podem ser terminações nervosas livres (TNL) ou ser encapsulados ou conectados a componentes não neurais especializados para formar o órgão do sentido. Os elementos não neurais não são excitáveis, mas ajudam a formar uma estrutura que estimula e excita com eficiência a fibra nervosa sensorial. Classificação referente a modalidade especifica de sensibilidade mecanorreceptores, termorreceptores, quimiorreceptores, fotorreceptores e osmorreceptores. Os mecanorreceptores respondem à deformação, como o tato ou a pressão. A estimulação de mecanorreceptores causa a deformação física do receptor e a consequente abertura dos canais iônicos. Responde bem a estímulos causadores e lesão tecidual e dor. Perdendo sensibilidade de acordo com a idade. receptores também podem ser classificados morfologicamente Existem terminações nervosas livres (TNL) - As TNL são fibras terminais finas e amielínicas que se ramificam na pele, fáscia, ligamentos, tendões e em outros tecidos conjuntivos do corpo. Elas medeiam várias modalidades sensoriais, as Terminações Nervosas Livres são as terminações das fibras sensoriais C ou das fibras A-delta são as terminações das fibras sensoriais C ou das fibras A-delta. As TNL das fibras nervosas amielínicas são principalmente nociceptivas, mas também podem ser termorreceptores ou mecanorreceptores Terminações epidérmicas ou terminações das células de Merkel (discos ou meniscos táteis): são terminações nervosas especializadas situadas logo abaixo da epiderme, sobretudo na pele glabra, e ao redor de folículos pilosos que atuam como mecanorreceptores Terminações encapsuladas: as células não neurais formam uma cápsula ao redor do axônio terminal. Entre os exemplos estão órgãos tendinosos de Golgi, fusos musculares, terminações de Ruffini, terminações peritríquias e corpúsculos de Meissner e Pacini. Classificação das fibras nervosas No sistema nervoso periférico, os axônios são divididos em três grupos principais de acordo com o tamanho: ● Mielínicos grandes têm 6 a 12 μm de diâmetro ● Mielínicos pequenos têm 2 a 6 μm, são cerca de três vezes mais numerosas do que os axônios mielínicos grandes. ● Amielínicos têm 0,2 a 2 μm diâmetro As fibras maiores são aferentesdo fuso e fibras motoras originadas de neurônios motores alfa. As fibras menores e amielínicas conduzem a dor e fibras autônomas pós-ganglionares. A velocidade de condução (VC) de uma fibra depende de seu diâmetro e do grau de mielinização. A condução é mais rápida nas fibras grandes do que nas pequenas, e também nas fibras mielínicas mais do que nas amielínicas. As fibras nervosas periféricas são classificadas por tamanho e velocidade de condução (VC) de acordo com dois esquemas: ● O sistema ABC inclui fibras motoras e sensoriais. As fibras A-alfa e A-gama são motoras. O grupo A-alfa também inclui fibras aferentes de receptores encapsulados na pele, articulações e músculos, entre elas as fibras aferentes primárias do fuso. ● O sistema I/II/III/IV aplica-se apenas às fibras aferentes. Os grupos I a III são formados por fibras mielínicas; e o grupo IV é constituído de fibras amielínicas e é nociceptiva. OBS: a vulnerabilidade a diversos tipos de lesão varia de acordo com o tamanho e o tipo de fibra. A cocaína, que bloqueia primeiro a condução nas fibras menores, causa perda de sensibilidade na seguinte ordem: dor lenta, frio, calor, dor rápida, tato e posição. A pressão, que bloqueia primeiro a condução das fibras maiores, causa perda da sensibilidade na seguinte ordem: posição, vibração, pressão, tato, dor rápida, frio, calor e dor lenta. A maioria das neuropatias periféricas afeta tanto as fibras grandes quanto as pequenas, mas em alguns distúrbios há acometimento primário ou das fibras grandes ou das pequenas. Dermátomos Dermátomo é uma área da pele em que todos os nervos sensoriais vêm de uma única raiz nervosa. As raízes nervosas sensoriais são responsáveis pela inervação cutânea de dermátomos específicos. A perda da sensibilidade por acometimento isolado de uma única raiz, como ocorre clinicamente, cria um mapa de dermátomos diferente do mapa produzido quando a sensibilidade é preservada em uma zona de anestesia, conforme verificado por Foerster. Está claro que a superposição de dermátomos é tal que o déficit clínico por lesão de uma raiz isolada costuma ser muito mais restrito do que o esperado pela geografia anatômica do dermátomo. Os déficits no teste com alfinete são menores do que no tato leve. Anatomia da raiz posterior (melhor ver 1 video!!!) Os gânglios sensoriais de nervo espinal (GSNE) de forma ovalada estão localizados na raiz posterior do forame intervertebral, em posição imediatamente lateral ao ponto onde a raiz posterior perfura a dura-máter. A cápsula de tecido conjuntivo ao redor de cada GSNE é contínua com o epineuro da raiz espinal. O GSNE é constituído de neurônios, células satélites e um estroma de sustentação altamente vascularizado. Os neurônios do GSNE são unipolares. Um único processo “dendroaxônico” amielínico sai da célula e bifurca-se em ramos periféricos e centrais. Os processos periféricos conduzem impulsos aferentes em direção ao corpo celular OBS: Os gânglios sensoriais de nervo espinal (GSNE) de forma ovalada estão localizados na raiz posterior do forame intervertebral, em posição imediatamente lateral ao ponto onde a raiz posterior perfura a dura-máter. A cápsula de tecido conjuntivo ao redor de cada GSNE é contínua com o epineuro da raiz espinal. O GSNE é constituído de neurônios, células satélites e um estroma de sustentação altamente vascularizado. Os neurônios do GSNE são unipolares. Um único processo “dendroaxônico” amielínico sai da célula e bifurca-se em ramos periféricos e centrais. Os processos periféricos conduzem impulsos aferentes em direção ao corpo celular. A raiz posterior é dividida em: ● zona medial, que conduz informações proprioceptivas em grandes fibras, ● zona lateral, que conduz informações de dor e temperatura em pequenas fibras. Quando a raiz posterior sai do GSNE para entrar na medula espinal, é possível ver dois fascículos distintos, que correspondem às divisões medial e lateral. Depois que a raiz posterior se une à medula espinal, as vias mediadoras de diferentes modalidades sensoriais divergem e seguem trajetos centrais muito diferentes através da medula espinal e da parte inferior do tronco encefálico, aproximando-se ao ascenderem através da parte superior do tronco encefálico e, por fim, voltando a convergir ao entrarem no tálamo. Exame clínico A função sensorial é dividida clinicamente em: modalidades primárias incluem tato, pressão, dor, temperatura, sentido de posição articular e vibração. modalidades secundárias ou corticais exigem síntese e interpretação das modalidades primárias pela área de associação sensorial no lobo parietal; incluem discriminação de dois pontos, estereognosia, grafestesia, localização tátil e outras. OBS: Quando as modalidades primárias são normais em determinada região do corpo, mas as modalidades corticais estão comprometidas, a causa pode ser uma lesão do lobo parietal. As sensações de prurido e cócegas estão intimamente associadas à dor; é provável que sejam detectadas pelas mesmas terminações nervosas e estão ausentes após procedimentos usados para aliviar a dor. Outros termos relativos à sensibilidade 1. Anafia, ausência de sensibilidade tátil; 2. artrestesia, percepção do movimento e da posição da articulação; 3. barestesia, capacidade de perceber pressão ou peso; 4. barognosia, detecção, reconhecimento e diferenciação de peso, a capacidade de diferenciar entre pesos; 5. abarognosia, perda da capacidade de diferenciar o peso; 6. batiestesia, sensibilidade profunda, de partes do corpo abaixo da superfície, como músculos e articulações; 7. gargalanestesia, ausência de sensibilidade a cócegas; 8. estatognosia, a consciênciadapostura; isotermagnosia, percepção de estímulos frios ou quentes como quentes – pode ser observada após cordotomia ou em lesões altas da medula espinal; 9. mioestesia, sensibilidade muscular, sensibilidade proveniente dos músculos; palestesia, sensação vibratória; 10. mitempfindung, sensibilidade cutânea referida a distância; 11. palanestesia, perda da percepção vibratória; 12. piesestesia, sensibilidade à pressão 13. ; termanestesia, perda da sensibilidade térmica; 14. termo-hiperestesia, aumento da sensibilidade térmica; termo-hipoestesia, diminuição da sensibilidade térmica; 15. tigmestesia, sensibilidade tátil leve ou tátil geral; 16. topoestesia (topognosia), sensibilidade tátil discriminatória fina e localizada, capacidadedelocalizarumasensação tátil; 17. topoanestesia(topoagnosia), incapacidadedelocalizarumasensação tátil. O exame da sensibilidade é realizado para verificar se existem áreas de ausência, diminuição, exagero ou perversão da sensibilidade e para determinar o tipo de sensibilidade afetada e o grau e a distribuição da anormalidade. Os achados incluem perda, diminuição ou aumento de um ou mais tipos de sensibilidade; dissociação da sensibilidade com perda de um tipo, mas não de outros; perda da capacidade de reconhecer diferenças nos graus de sensibilidade; erros de interpretação (perversões) das sensações; ou áreas de hiperestesia localizada. Pode haver mais de um deles simultaneamente. O exame confiável da sensibilidade requer que o paciente compreenda o procedimento e esteja pronto e disposto a cooperar. A comunicação precisa é vital. O objetivo e o método dos testes devem ser explicados em termos simples, de modo que o paciente compreenda as respostas esperadas. Pacientes confortáveis durante o exame têm melhor colaboração do paciente. o examinador deve verificar se o paciente tem consciência de alterações subjetivas na sensibilidade ou apresenta sensações espontâneas anormais. Os sintomas sensoriais podem ser divididos em sintomas negativos, ausência de sensibilidade e sintomas positivos, e descargas sensoriais anormais, como parestesias e disestesias. Os sintomas positivos e negativos podem ocorrer juntos. É preciso diferenciar a dor espontânea da dor à palpação. localização e os fatores de precipitação e alívio podem ajudar a diferenciar entre distúrbios orgânicos e não orgânicos. Muitas vezes, as anormalidades nãoorgânicas estão associadas ao afeto impróprio (excessiva emotividade ou indiferença), têm caráter ou localização vagos, e as reações a elas não são compatíveis com o grau de incapacidade. localização e os fatores de precipitação e alívio podem ajudar a diferenciar entre distúrbios orgânicos e não orgânicos. Muitas vezes, as anormalidades não orgânicas estão associadas ao afeto impróprio (excessiva emotividade ou indiferença), têm caráter ou localização vagos, e as reações a elas não são compatíveis com o grau de incapacidade. Quanto mais simples for o método de exame, mais satisfatórias são as conclusões. Explique ao paciente o que deve ser feito e demonstre como é o estímulo em uma área que se espera estar normal. Depois, instrua-o a fechar os olhos e comece o exame. O exame deve comparar um lado com o outro e enfocar os principais dermátomos e distribuições dos nervos periféricos. A exatidão na localização de estímulos de dor, térmicos e táteis também é informativa. A localização tátil é mais fiel nas superfícies palmares dos dedos, sobretudo no polegar e no indicador. O paciente deve nomear ou apontar a área estimulada, comparando as respostas nos dois lados do corpo Às vezes, os resultados do exame sensorial parecem duvidosos e confusos. O processo pode tornar-se tedioso e é difícil interpretar os achados.
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