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SISTEMA SOMATOSSENSORIAL - TATO, TEMPERATURA, PROPRIOCEPÇÃO E DOR

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VICTORIA CHAGAS 
1 
 
Sistema Somatossensorial 
RECEPTORES SENSORIAIS 
 As informações para o sistema nervoso são fornecidas pelos receptores sensoriais que 
detectam estímulos como tato, som, luz, dor, frio e calor. 
 
 Classificação quanto a natureza dos estímulos: 
▪ Mecanorreceptores (tato, vibração e pressão) 
▪ Termorreceptores (calor e frio) 
▪ Nociceptores (dor) 
▪ Fotorreceptores (luz) 
▪ Quimiorreceptores (pH, odores, etc) 
 
 Quanto à localização anatômica podem ser divididos em: 
▪ Exteroceptores: localizados na superfície do corpo ou próximos a ela. Respondem a 
estímulos externos como luz, ruído, sabor, tato, odor e etc. 
▪ Interoceptores/visceroreceptores: localizados dentro do nosso organismo. 
▪ Proprioceptores: especializados na recepção de informações sobre a posição do nosso 
corpo no espaço e tensão/movimento dos músculos (receptores do aparelho vestibular e 
os localizados nos músculos, tendões e articulações). 
 
 Quanto às características histológicas: 
▪ Terminações nervosas livres: formados por ramos terminais de fibras nervosas que perdem 
seu envoltório glial e se inserem entre os tecidos epiteliais e conjuntivos. 
▪ Terminações com expansões: formados por terminações nervosas que fazem contato 
com uma célula epitelial especializada como o corpúsculo de merkel. 
▪ Terminações encapsuladas: terminações nervosas ficam dentro de uma cápsula de 
tecido conjuntivo. São sensíveis a estímulos mecânicos (mecanorreceptores). 
 
RECEPTORES 
 
o EXTEROCEPTORES 
 
 Terminações livres: são os mais simples e representa a maioria dos receptores da pele, 
mas também está presente em todos os tecidos dos organismos. 
- Alguns desses ramos terminam livremente na derme superficial, outros penetram na 
epiderme e outros terminam se associando aos folículos pilosos encontrados na derme. 
- As terminações nervosas livres da derme superficial e da epiderme estão relacionadas 
com estímulos dolorosos, de temperatura e de deslocamento da pele. 
- Respondem também aos estímulos de beliscar e coçar. 
- As terminações que envolvem os folículos pilosos (PERITRIQUIAIS/ÓRGAO PILOSO 
TERMIMAL) respondem aos estímulos de deslocamento do pelo. Por isso, quando alguém 
toca em seu cabelo, mesmo que você não veja, rapidamente você se dá conta. 
- Receptores de adaptação lenta (tônicos) 
 
 Corpúsculo de Meissner: Tato e pressão leve → encontrados 
principalmente na palma das mãos e dos pés, nos lábios, na ponta da 
língua e nos órgãos genitais. 
- São encapsulados e localizam-se na borda da derme com a epiderme 
(entre papilas dérmicas) 
- São receptores para vibração de baixa frequência (50 hz) 
 VICTORIA CHAGAS 
2 
 
- São de adaptação rápida e mais sensíveis a menos vibrações por minuto do que os de 
Pacini. 
 
 Corpúsculo de Pacini: Pressão profunda e vibração → encontrados 
nos planos mais profundos da pele (camada reticular) e periósteo. 
- Capsula composta por 30 ou mais anéis e cada lamela é separada 
por espaço preenchido por líquido. 
- Muito sensíveis as vibrações de alta frequência (200 a 300 hz) 
- De adaptação rápida 
 
 Corpúsculo de Ruffini: Sensíveis ao estiramento 
cutâneo/estímulos de pressão, de tendões, ligamentos e nas 
diarticulações. 
- Localizado na derme profunda e ligados a fibras sensoriais 
mielínicas rápidas. 
- Encapsulado; axônio ramifica-se bastante dentro 
- Adaptação lenta 
 
 Disco de Merkel: Tato e pressão → numerosos nos dedos e nas 
palmas das mãos; também nos lábios. 
- Distinguem texturas e tem papel fundamental na 
capacidade de ler Braille 
- Parte mais profunda da epiderme 
- Adaptação lenta e parcial 
 
 Bulbo de Krause: pequenos mecanorreceptores localizados 
no limite entre mucosa e pele. 
- Função incerta, alguns consideram como termorreceptores pro frio 
- Adaptação lenta e encapsulado 
 
o PROPRIOCEPÇÃO 
 
 Fusos musculares: receptor sensorial proprioceptivo em forma de 
fuso composto por feixes de fibras musculares modificadas contidas 
dentro de uma cápsula fibrosa. Sua principal função é sinalizar 
mudanças de comprimento do músculo o qual se encontra. 
 
 Órgãos tendinosos de golgi: é um receptor sensorial proprioceptivo que está localizado nas 
inserções das fibras musculares com os tendões dos músculos esqueléticos. São muito 
sensíveis a alterações na tensão do músculo. 
 
 Ruffini, Pacini e receptores de Golgi-Mazoni também participam na propriocepção. 
VISÃO GERAL 
 A sensação somática origina-se da atividade de fibras nervosas aferentes, cujos processos 
periféricos ramificam-se dentro da pele ou do músculo. 
 Os corpos celulares das fibras aferentes 
residem em uma série de gânglios 
situados ao longo da medula espinhal e 
do tronco encefálico e são considerados 
parte do sistema nervoso periférico. 
 O mecanismo fundamental da 
transdução sensorial – o processo de 
converter a energia de um estímulo em 
 VICTORIA CHAGAS 
3 
 
um sinal elétrico – é semelhante em todos os aferentes sensoriais somáticos: um estímulo 
altera a permeabilidade de canais de 
cátions nos terminais nervosos aferentes, gerando uma corrente despolarizante conhecida 
como potencial de receptor (ou potencial gerador). Se a magnitude do potencial de 
receptor for suficiente, ele alcança o limiar para a geração de potenciais de ação na fibra 
aferente; a resultante taxa de potenciais de ação disparados é, grosso modo, proporcional 
à magnitude da despolarização. 
 
 Os axônios aferentes primários apresentam diâmetros variados e seus tamanhos 
correlacionam-se com o tipo de receptor sensorial do qual recebem a sinalização. 
 Por ordem decrescente de tamanho, os axônios sensoriais cutâneos são designados Aα, 
Aβ, Ad e C; os axônios de tamanho similar, mas que inervam tecidos internos, como os 
músculos e os tendões, são chamados de grupos I, II, III e IV. 
 Os axônios do grupo C (ou IV) são, por definição, não mielinizados, ao passo que todos os 
demais são mielinizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 
 
 
VIA DORSAL VIA ANTEROLATERAL 
 VICTORIA CHAGAS 
5 
 
TATO 
 Os receptores táteis estão entre os mais 
comuns do corpo. 
 Encontrados na pele como em regiões 
profundas do corpo. 
 Maioria são mecanorreceptores que 
monitoram o contato na pele, a pressão 
no coração e nos vasos sanguíneos, o 
estiramento dos órgãos digestórios e da 
bexiga urinária e a força contra os dentes. 
 No centro de todos os mecanorreceptores 
estão as ramificações de axônios 
desmielinizados que são sensíveis a 
estiramento, deformação, pressão ou 
vibração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO: 
- TATO EPICRÍTICO (FINO – muito discriminativo) 
- TATO PROTOPÁTICO (GROSSO) 
 
 Os corpúsculos de Meissner e os discos de Merkel possuem campos receptivos pequenos, 
de apenas poucos milímetros de extensão, ao passo que os corpúsculos de Pacini e as 
terminações de Ruffini apresentam campos receptivos grandes que se estendem por um 
dedo inteiro ou por metade da 
palma da mão. 
 
 Os mecanorreceptores também 
variam quanto à persistência de suas 
respostas frente a estímulos de longa 
duração. Se uma sonda 
estimuladora é pressionada de forma 
repentina sobre a pele dentro de um 
campo receptivo, alguns mecanorreceptores, como os corpúsculos de Meissner e de 
Pacini, respondem inicialmente de forma rápida, porém param de disparar impulsos mesmo 
que o estímulo continue; esses receptores são ditos de adaptação rápida (fásicos). Outros 
receptores, como os discos de Merkel e as terminações de Ruffini, são receptores de 
adaptação lenta (tônicos), pois geram uma resposta de menor frequência de disparos que 
se mantém durante um estímulo longo 
 
 
 VICTORIA CHAGAS 
6 
 
 As diferentes sensibilidades mecânicas dos mecanorreceptores promovem diferentes 
sensações. Os corpúsculos de Pacini são mais sensíveis a vibrações de200 a 300 Hz, ao 
passo que os corpúsculos de Meissner respondem melhor em torno de 50 Hz. 
 
Exemplo: Posicione sua mão contra um alto-falante enquanto toca sua música favorita em 
alto volume; você poderá “sentir” a música, em grande parte pelos seus corpúsculos de 
Pacini. Se você deslizar a ponta de seus dedos sobre a tela protetora áspera que recobre o 
alto-falante, cada ponto da pele será estimulado com um nível de frequência ótimo para a 
ativação dos corpúsculos de Meissner. Você terá a sensação de uma textura rugosa. A 
estimulação a frequências de cerca de 1 a 10 Hz também pode ativar os corpúsculos de 
Meissner, produzindo uma sensação de “tremulação”. 
 
 Canais iônicos mecanossensíveis: Os 
mecanorreceptores da pele possuem 
terminações sensoriais não mielinizadas, e as 
membranas dessas terminações têm canais 
iônicos mecanossensíveis que convertem a 
força mecânica em uma mudança na 
corrente iônica. As forças aplicadas a esses 
canais alteram a abertura do poro, tanto 
aumentando como diminuindo a abertura do 
canal iônico. A força pode ser aplicada a um 
canal por meio da própria membrana quando 
esta sofrer estiramento ou deformação, ou 
pode ser aplicada por conexões entre os 
canais e proteínas extracelulares ou 
componentes do citoesqueleto intracelular (p. 
ex., actina, microtúbulos). Os estímulos 
mecânicos podem, ainda, disparar a 
liberação de segundos mensageiros (p. ex., 
DAG, IP3) que, por sua vez, regulam os canais 
iônicos. 
 
 Discriminação de dois pontos: A capacidade 
para discriminarmos características 
detalhadas de um estímulo varia 
consideravelmente ao longo do corpo. 
Quando aplicados à pele, nas pontas dos 
dedos, dois estímulos são percebidos 
distintamente mesmo estando a apenas 2 mm 
de distância um do outro. Por outro lado, os 
mesmos estímulos aplicados ao antebraço 
não são percebidos como distintos até que estejam a 40 mm um do outro! Existem várias 
razões para explicar por que a ponta dos dedos é muito melhor para ler em Braille do que, 
digamos, o cotovelo: (1) existe uma densidade muito maior de mecanorreceptores 
cutâneos na ponta dos dedos da mão do que em outras partes do corpo; (2) as pontas dos 
dedos têm um número maior de receptores com campos receptivos pequenos (p. ex., os 
discos de Merkel); (3) existe uma área cerebral maior (e, portanto, um maior poder de 
computação resultante) destinada ao processamento da informação sensorial de cada 
milímetro quadrado da ponta do dedo da mão do que de outros locais; e (4) podem haver 
mecanismos neurais especiais destinados às discriminações de alta resolução. 
 
 
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7 
 
NOCICEPTORES 
 Nociceptores → receptores de estímulos nocivos 
 Estímulos mecânicos, químicos e térmicos 
 São as terminações nervosas livres, ramificadas, não mielinizadas que sinalizam lesão ou 
risco de lesão ao corpo. 
 A ativação seletiva dos nociceptores pode levar à experiência consciente de dor. 
 A nocicepção e a dor não são sempre a mesma coisa. Dor é a sensação, ou a percepção, 
de sensações, como irritação, inflamação, fisgada, ardência, latejo, ou seja, sensações 
insuportáveis que surgem de uma parte do corpo. A nocicepção é o processo sensorial que 
fornece as sinalizações que disparam a experiência da dor. Enquanto os nociceptores 
podem disparar de forma violenta e contínua, a dor pode aparecer e desaparecer. E o 
oposto também pode ocorrer. A dor pode ser agonizante, mesmo sem a atividade dos 
nociceptores. 
 
 TRANSDUÇÃO DOS ESTÍMULOS: Os nociceptores são ativados por estímulos que têm o 
potencial para causar lesão nos tecidos. Danos aos tecidos podem resultar de estimulação 
mecânica forte, temperaturas extremas, 
privação de oxigênio e exposição a certos 
agentes químicos, entre outras causas. 
- As membranas dos nociceptores contêm 
canais iônicos que são ativados por esses 
tipos de estímulos. 
- Considere, por exemplo, os eventos que 
se sucedem quando você pisa sobre uma 
tachinha. O simples estiramento ou 
dobramento da membrana do nociceptor 
ativa os canais iônicos mecanossensíveis, 
que levam à despolarização da célula e ao 
disparo de potenciais de ação. Além disso, 
as células danificadas no local da lesão 
podem liberar uma série de substâncias que provocam a abertura de canais iônicos nas 
membranas dos nociceptores. Como exemplos de substâncias liberadas estão as proteases 
(enzimas que digerem proteínas), trifosfato de adenosina (ATP) e K+. As proteases podem 
clivar um peptídeo extracelular abundante, chamado de cininogênio, para formar o 
peptídeo bradicinina. A bradicinina liga-se a uma molécula receptora específica, que 
aumenta a condutância iônica de alguns nociceptores. De modo similar, o ATP causa a 
despolarização dos nociceptores por meio da ligação direta a canais iônicos que 
dependem de ATP para sua ativação. O aumento de [K+] extracelular despolariza 
diretamente as membranas neuronais. O acúmulo de ácido láctico leva a um excesso de 
H+ no líquido extracelular. Esses íons ativam canais iônicos dependentes de H+ dos 
nociceptores. Esse mecanismo está associado a dor cruciante associada ao exercício muito 
intenso. Uma abelha o ferroa, a pele e tecidos contêm mastócitos, levando-os à liberação 
de histamina. A histamina pode ligar-se aos receptores específicos na membrana do 
nociceptor, causando a despolarização da membrana. 
 
 PRURIDO: O prurido é definido como uma sensação desagradável que induz um desejo ou 
um reflexo de coçar. Embora a dor e o prurido sejam distintos, também possuem muitas 
similaridades. Ambas são mediadas por axônios sensoriais de pequeno calibre (fibras C) 
- A dor pode suprimir o prurido, o que explica por que, algumas vezes, coçamos de forma 
agressiva, lesionando aquela área cutânea com o prurido. 
 VICTORIA CHAGAS 
8 
 
 TIPOS DE NOCICEPTORES: A transdução dos estímulos dolorosos ocorre nas terminações 
nervosas livres das fibras não mielinizadas C e nas pobremente mielinizadas Adelta. 
- A maioria dos nociceptores respondem a estímulos mecânicos, térmicos e químicos e são 
chamados, portanto, de nociceptores polimodais. 
- Os nociceptores estão presentes na maioria dos tecidos corporais, como a pele, os ossos, 
os músculos, a maioria dos órgãos internos, os vasos sanguíneos e o coração. Eles estão 
notadamente ausentes no sistema nervoso em si, porém estão presentes nas meninges. 
 
 HIPERALGESIA E INFLAMAÇÃO: Os nociceptores normalmente respondem apenas quando 
os estímulos são suficientemente intensos para provocar lesão tecidual. No entanto, todos 
nós sabemos que a pele, as articulações ou os músculos que já estão lesionados ou 
inflamados estão mais sensíveis que o normal. Esse fenômeno é conhecido como 
hiperalgesia e é o exemplo mais familiar da capacidade corporal de autocontrole da dor. 
A hiperalgesia pode ser um limiar reduzido à dor, uma intensidade aumentada dos 
estímulos dolorosos ou, até mesmo, dor espontânea. A hiperalgesia primária ocorre na área 
do tecido lesado, porém os tecidos que envolvem a região da lesão também podem se 
tornar supersensíveis, pelo processo de hiperalgesia secundária. 
- Quando ocorre lesão na pele, diversas substâncias, que são chamadas algumas vezes de 
sopa inflamatória, são liberadas. Várias daquelas substâncias podem modular os 
nociceptores, tornando-os mais sensíveis aos estímulos térmicos ou mecânicos. 
- A substância P é um peptídeo sintetizado pelos próprios nociceptores. A substância P 
causa vasodilatação e a liberação de histamina dos mastócitos. A sensibilização de outros 
nociceptores pela substância P em torno do local da lesão é uma das causas da 
hiperalgesia secundária. 
 
 AFERENTES PRIMÁRIOS E MECANISMOS ESPINHAIS: As fibras Aδ e C levam informação ao SNC 
com velocidades diferentes, em função das diferenças em suas velocidades de condução 
dos potenciais de ação. Dessa forma, a ativação de nociceptores cutâneosproduz duas 
percepções de dor distintas: uma dor primária, rápida e aguda, seguida de uma dor 
secundária, lenta e contínua. 
- A dor primária é causada pela 
ativação de fibras Aδ; a dor 
secundária é causada pela ativação 
de fibras C. 
 
 É interessante observar que os 
axônios de nociceptores viscerais 
entram na medula espinhal pelo 
mesmo trajeto que os de 
nociceptores cutâneos. Na medula 
espinhal, ocorre uma mistura 
substancial de informação dessas 
duas fontes de aferências. Essa linha 
cruzada origina o fenômeno da dor 
referida, pelo qual a ativação do nociceptor visceral é percebida como uma sensação 
cutânea. 
 
 
 VICTORIA CHAGAS 
9 
 
TEMPERATURA 
 Como a eficiência das reações químicas depende da temperatura, o funcionamento de 
todas as células é sensível à temperatura. Entretanto, os termorreceptores são neurônios 
especialmente sensíveis à temperatura devido a mecanismos específicos de sua 
membrana. 
 A sensibilidade à temperatura não está distribuída uniformemente por toda a pele. Com um 
pequeno bastão aquecido ou resfriado, você pode mapear a sensibilidade da pele às 
mudanças de temperatura. Pequenas áreas da superfície, de cerca de 1 mm de diâmetro, 
podem ser sensíveis ao calor ou ao frio, mas não a ambos. 
 O fato de que a localização para a sensibilidade ao calor ou ao frio seja diferente 
demonstra que receptores distintos fazem a transdução dessas sensações. 
 A sensibilidade de um neurônio sensorial a uma mudança de temperatura depende dos 
tipos de canais iônicos que o neurônio expressa. 
o Calor→ receptor TRPV1 
o Frio→ receptor TRPM8 (ativados abaixo de 25°) 
 
 Os receptores para o frio estão ligados às fibras Ad e C, ao passo que os receptores para o 
calor estão ligados apenas às fibras C. 
 Se a temperatura é aplicada em uma pequena área há a ativação apenas de 
termorreceptores. Já se a área for maior, há a ativação de nociceptores também. Eles 
detectam temperaturas de 10-40°. 
 
 PROPIOCEPÇÃO 
 Informação detalhada e contínua acerca da posição dos membros e de outras partes do 
corpo no espaço. 
 Tem um componente consciente, mas também um inconsciente que faz parte dos sistemas 
de controle da motricidade. As mesmas informações geradas pelos receptores musculares 
e articulares conduzidas até o córtex cerebral, onde se transformam em percepções 
conscientes, são utilizadas também para gerar respostas e ajustes motores capazes de 
tornar adequadas a cada situação as posições do corpo. 
 
RECEPTORES E VIAS AFERENTES 
 
 Os receptores proprioceptivos são mecanorreceptores situados no interior dos músculos, 
tendões e cápsulas articulares. 
 
▪ Receptores musculares: São fibras aferentes de tipo Ia que fazem parte de minúsculos 
órgãos especializados chamados fusos musculares, capazes de detectar as variações de 
comprimento do músculo no qual estão situados (esticar os braços até o joelho). 
 
▪ Receptores tendinosos: São fibras aferentes do tipo Ib (também mielínicas, mas de 
diâmetro ligeiramente menor), que fazem parte de outros miniórgãos especializados 
chamados órgãos tendinosos de Golgi. Neste caso, o estímulo que provoca potenciais 
receptores nessas fibras é a tensão sobre os tendões. 
 
▪ Receptores articulares: Sabe-se que não há órgãos receptores especializados nas 
articulações, mas apenas terminações livres de fibras de tipo mal conhecido, que se 
integram aos nervos espinhais e ao nervo trigêmeo junto com as demais fibras sensitivas. 
Conhece-se, no entanto, o estímulo que as ativa: variações de ângulo articular. 
 
 VICTORIA CHAGAS 
10 
 
ANATOMIA DA MEDULA 
 Faz parte do SNC (dentro do canal vertebral) e atua na condução de informações 
 Se estende do forame magno na base do crânio até à vértebra L1 / L2, onde termina como 
cone medular. 
 Composto por uma camada externa de substância branca (funículos) e uma camada 
central de substância cinzenta (cornos). 
 Consiste nos segmentos cervical, torácico, lombar, sacral (sagrado) e coccígeo. 
 
 31 pares de nervos que emergem da 
medula espinal para inervar as 
estruturas do corpo: 
o 8 pares de nervos cervicais, 
o 12 torácicos 
o 5 lombares 
o 5 sacrais 
o 1 coccígeo (alguns não colocam 
na divisão, considerando 30 pares 
de nervos) 
 
 Duas intumescências: cervical (plexo braquial) e lombar (plexo lombossacral) 
 São bem divididos, os sacrais nunca levam informação dos MMSS nem a lombar dos MMII 
 
DERMÁTOMOS 
 O mapa de dermátomos pode ser útil para examinar a 
função sensorial em pacientes com desordens 
neurológicas e determinar o nível de uma lesão da 
medula espinhal ou das raízes nervosas 
 Pode haver sobreposição → depende de pessoa 
 31 nervos → apenas 30 dermátomos (ramo dorsal do 
nervo espinhal C1 não possui raiz sensorial; assim, o 
primeiro dermátomo corresponde à vértebra C2) 
 Os miótomos são definidos como grupos de músculos 
inervados por uma única raiz nervosa. 
 Nível T4-T5 (mamilo) e nível de T10 (umbigo) 
 Anestesia→ abaixo de L2→ não tem mais medula, apenas 
raízes nervosas (cauda equina) 
 Quando uma raiz dorsal é seccionada, o dermátomo 
correspondente do lado da lesão não perde a sensação 
total. A sensação somática residual é explicada pelo fato 
de que as raízes dorsais adjacentes inervam as áreas com 
sobreposição. Para perder, portanto, toda a sensação em 
um dermátomo, três raízes dorsais adjacentes devem estar seccionadas. 
 A cauda equina percorre a coluna vertebral envolta pela dura-máter, preenchida com 
líquido cerebrospinal (LCS). No procedimento conhecido como punção lombar, utilizado 
na coleta de LCS para diagnóstico médico, insere-se uma agulha na linha média desta 
cisterna preenchida por LCS. 
 
 VICTORIA CHAGAS 
11 
 
 
 
SUBSTÂNCIA BRANCA E CINZA 
▪ CINZA: Onde se encontram os corpos celulares dos neuronios 
- Forma de H (borboleta) 
- Corno posterior: medeia funçoes sensoriais 
- Corno anterior: medeia funçoes motores 
 a) grupos do nucleo medial (invervam musculos esqueleticos axiais) 
 b) grupos do nucleo lateral (inervam musculos do esqueleto apendicular) 
 
- Lâminas Rexed: Rexed dividiu as lâminas na 
substância cinza de l a X no sentido dorsoventral, 
baseando-se na citoarquitetura dos neuronios e 
na disposiçao longitudinal. A lâmina de l a lV são 
correspondentes ao corno cinzenta dorsal 
(sensitiva) e de V a X ao corno ventral (motor) 
 
 
▪ BRANCA: 
- Situada na periferia, contém colunas de axônios 
atravessando a medula nas direções cefálica e 
caudal. 
- As fibras da substância branca da medula agrupam-se em tratos e fascículos que formam 
verdadeiros caminhos, ou vias, por onde passam os impulsos nervosos que sobem e descem 
- Feixes ascendentes e descendentes e próprios da medula 
 
- 3 Funículos ou tratos ascendentes 
a) posterior → fascículo grácil e cuneiforme 
b) lateral → trato espinotalâmico lateral e o espinocerebelar anterior e posterior. 
c) anterior → trato espinotalâmico anterior 
 VICTORIA CHAGAS 
12 
 
 
VIAS CENTRAIS 
 
VIA COLUNA DORSAL/POSTERIOR - LEMNISCO MEDIAL 
 
 FUNÇÃO: percepção do tato epicrítico 
(fino), vibração, estereognosia, 
propriocepção consciente. 
 
 CAMINHO DA PROF: 1º neurônio ou 
neurônios de 1ª ordem 
(pseudounipolar, corpos neuronais no 
gânglio da raiz dorsal) → captam 
estímulo nas terminações na pele → 
axônios vão da pele, entram pela raiz 
dorsal, ascendem pelo funículo 
posterior, fazem 1ª sinapse no bulbo (núcleos grácil ou cuneiforme) → 2ª neurônios decussa 
pelo lemnisco medial e vai até o tálamo (NVPL) → sinapse → 3º neurônio até córtex 
somatossensorial primário (giro pós central) 
 
 VIA (EM OUTRAS PALAVRAS): Estímulo (músculos, tendões, fáscias, cápsulas articulares, 
tecido conjuntivo)→ órgão receptor → fibras aferentes→ gânglio dorsal→ corno dorsal→ 
fibras aferentes dos membros inferiores ascendem via fascículo grácil(medial), enquanto 
as dos membros superiores ascendem via fascículo cuneiforme (lateral) – 1° neurônio→ 
núcleo grácil e cuneiforme no bulbo (sinapse – 2° neurônio)→ cruzam na linha média 
(lemnisco medial)→ núcleo ventral posterolateral (VLP – tálamo) onde estabelecem sinapse 
com o 3° neurônio→ cápsula interna e coroa radiata→ córtex somatossensorial primário 
 
 LESÃO: o indivíduo não sente mais a posição de seus membros, perde a capacidade de 
estereognosia (não identifica objeto na mão), perda da discriminação entre 2 pontos, 
perda da sensibilidade palestésica, sinal de romberg positivo (compensado pela abertura 
dos olhos). 
 VICTORIA CHAGAS 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATO ESPINOTALÂMICO 
 
o ANTERIOR/MEDIAL 
 
 FUNÇÃO: percepção de pressão e tato 
protopático (grosso) 
 
 VIA: Estímulo (receptores cutâneos)→ fibras 
aferentes→ gânglio dorsal→ corno dorsal→ 
dentro da medula as células ganglionares 
trafegam nas colunas posteriores por 2-15 
segmentos mais altos→ sinapse no corno 
posterior (dorsal)→ os 2°s neurônios 
originam o trato espinotalâmico anterior→ 
cruza na comissura branca→ ascende→ 
VLP (tálamo)→ sinapse – 3° neurônio→ giro 
pós-central 
 
o LATERAL 
 
 FUNÇÃO: percepção de dor e temperatura 
 
 A diferença do anterior/medial é que 
decussa imediatamente (na anterior ela 
sobe o funículo anterior – 2 a 15 segmentos) 
 
 
 VICTORIA CHAGAS 
14 
 
Observe que a informação sobre o 
tato ascende ipsolateralmente, ao 
passo que as informações 
nociceptivas (e térmicas) ascendem 
contralateralmente. 
 Se um lado da medula espinhal 
sofrer lesão, certos déficits de 
mecanossensibilidade ocorrem no 
mesmo lado da lesão espinhal: 
insensibilidade ao tato leve, às 
vibrações de um diapasão sobre a 
pele e à posição de um membro. Por 
outro lado, déficits de sensibilidade à 
dor e à temperatura ocorrerão no 
lado do corpo oposto ao da lesão 
medular. 
 
 
 
 
 
CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL 
 A maior parte do córtex relacionada ao sistema 
somatossensorial está localizada no lobo parietal. 
 A área de Brodmann 3b, reconhecida como o córtex 
somatossensorial primário (S1), é fácil de ser localizada 
em seres humanos, uma vez que está situada no giro 
pós-central 
 Outras áreas corticais que também processam 
informação somatossensorial estão ao lado de S1. Estas 
incluem as áreas 3a, 1 e 2 no giro pós-central, e as 
áreas 5 e 7 no córtex parietal posterior adjacente. 
 
 3a → informações sobre propriocepção (músculos e 
articulações) 
 3b → processamento de mecanorreceptores da pele e 
textura 
1 → textura 
2 → tamanho e forma 
 
 
 
 
 Os campos receptivos dos neurônios de 
S1 produzem um mapa ordenado do corpo 
no córtex → somatotopia. 
 O tamanho relativo da área do córtex 
que processa cada parte do corpo está 
correlacionado à densidade de aferências 
sensoriais e importância sensorial daquela 
parte do corpo; a informação do seu dedo 
indicador é mais útil do que a de seu 
cotovelo. 
 VICTORIA CHAGAS 
15 
 
o CÓRTEX DE ASSOCIAÇÃO → SECUNDÁRIOS 
- Relacionado com várias partes como sensação de medo e proteção 
- Um deles seria da amígdala junto com o lobo insular na resposta comportamental da dor 
como aumento da PA ou friccionar local machucado 
- Informações podem ir para o giro cingulado anterior: aspectos emocionais da dor 
(geralmente sentimentos negativos) 
- Via do o que (projeção anterior – alvo é o opérculo parietal e insular – discrimina o estímulo) 
e do onde e como (vai para o córtex posterior parietal – área 5 de brodman) 
 
 
ALTERAÇÃO NO EXAME FÍSICO SOMESTÉSICO 
 
 Lesões na raiz dorsal 
- Quando uma raiz dorsal é seccionada, o dermátomo correspondente do lado da lesão não 
perde a sensação total. A sensação somática residual é explicada pelo fato de que as raízes 
dorsais adjacentes inervam áreas sobreposicionadas. 
 Lesão do funículo posterior ME 
- Asteregnosia (Paciente não reconhece objetos pela forma e peso) 
- Falta de sensação de vibração e posição ipsilateral 
- Romberg + 
 
 Lesão do corno Posterior da ME 
- Perda de sensibilidade a dor e temperatura (ipsilateral) 
 
 Lesão no trato espinotalâmico anterior/medial 
- Em nível lombar e torácico: causam alterações mínimas no tato, ou não produz alteração, 
porque muitos impulsos ascendentes podem contornar a lesão pela parte ipsilateral 
- Em nível cervical: vai produzir uma hipoestesia leve do membro inferior contralateral. 
 
 Lesão no trato espinotalâmico lateral 
- Se o trato for seccionado, as sensações de dor e temperatura se mostram deficientes do 
lado oposto um ou dois seguimentos abaixo do nível da lesão, enquanto o sentido do tato é 
preservado (déficit dissociado da sensibilidade). 
 
 Hemissecção da medula → sinal de Brown-Sequard 
- Perda ipsilateral da propriocepção consciente e tato fino (fascículo grácil e cuneiforme), 
aparecimento ipsilateral de lesão em neurônio motor superior (fraqueza ou paralisia muscular, 
hiperrreflexia e hipertonia) e perda contralateral da sensibilidade térmica e dolorosa 
 
 
 Alterações no exame físico/ sinais clínicos: 
- Perda dos sentidos de posição e movimento (sentido cinestésico): não consegue dizer a 
posição dos membros sem olhar 
- Astereognosia: Paciente não reconhece objetos pela forma e peso 
- Agrafestesia: Não reconhece pelo tato um número ou letra desenhado na palma da mão 
- Perda da sensibilidade vibratória: não percebe a vibração do diapasão colocada no osso 
- Sinal de Romberg positivo: paciente não consegue ficar de pés juntos e olhos fechados sem 
oscilar ou cair 
 VICTORIA CHAGAS 
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DOENÇAS 
 Neurossífilis: A Neurossífilis pode envolver lesão nos cornos posteriores da medula espinhal, 
causando uma síndrome conhecida como Tabes Dorsalis (após 20 anos da infecção) 
• Ataxia (perda do controle muscular em movimentos voluntários) 
• Perda de controle dos esfíncteres anal e vesical 
• Pupilas de Argyll Robertson 
• Arreflexia 
• Degeneração da coluna dorsal (perda do equilíbrio e da propriocepção) 
• Sinal de Romberg 
 
 Deficiência de B12: Degrada colunas posteriores e trato corticoespinal e espinocerebelar 
• Déficit de memória, demência, disfunção cognitiva e transtornos depressivos 
• Desmielinização das bainhas 
• Anemia megaloblástica (VCM) 
 
 Esclerose múltipla: É uma doença autoimune que afeta o cérebro, nervos ópticos e a 
medula espinhal (sistema nervoso central). Isso acontece porque o sistema imunológico do 
corpo confunde células saudáveis com "intrusas", e as ataca provocando lesões.

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