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SENSAÇÕES SOMÁTICAS Sensações somáticas (tato, propriocepção, temperatura e dor) ≠ Sentidos especiais (visão, audição, olfação, paladar e equilíbrio São os receptores neurais responsáveis pela aquisição de informações sensoriais que se passa em todo o corpo. Mecanorreceptores O estímulo é o deslocamento mecânico de algum tecido do corpo; Detectam sensações de tato e de propriocepção Sensações proprioceptivas estão relacionadas a posição do corpo, provenientes dos tendões (órgãos tendinosos de golgi) e dos músculos (fuso muscular), além das sensações de pressão na sola do pé e até mesmo a sensação de equilíbrio Termorreceptores Detectam sensações de frio e calor; Nociceptores: São terminações nervosas livres, ramificadas, das fibras não-mielinizadas C e nas pobremente mielinizadas A. É ativada por fatores que lesionam os tecidos. Detectam sensação de dor Sensações exterorreceptivas são as provenientes da superfície do corpo. Sensações viscerais: provenientes das vísceras (órgãos internos) Sensações profundas são as provenientes dos tecidos profundos (fáscias, músculos e ossos). Essas sensações incluem, principalmente, a pressão “profunda”, a dor e a vibração. Roberta Louise Rodrigues TATO As modalidades sensoriais táteis incluem as sensações de tato, pressão, vibração e cócegas O tato, a pressão e a vibração são classificados como sensações distintas, mas todas elas são detectadas pelos mesmos tipos de receptores Diferenças entre elas: (1) a sensibilidade tátil resulta geralmente da estimulação dos receptores para o tato na pele ou nos tecidos logo abaixo da pele; (2) a sensação de pressão resulta geralmente da deformação dos tecidos mais profundos; (3) a sensação de vibração é resultado da ocorrência de sinais sensoriais repetitivos e rápidos, porém são usados alguns dos tipos de receptores para tato e pressão. Há seis tipos completamente diferentes de receptores táteis Algumas terminações nervosas livres: Detectam tato e pressão Encontradas em toda a pele e em outros tecidos; Transmitem sinais principalmente pelas fibras mielinizadas do tipo A-gama. Algumas terminações nervosas livres táteis transmitem seus sinais pelas fibras amielínicas do tipo C. Corpúsculo de Meissner: Receptor tátil com grande sensibilidade Encontrados na pele glabra que não contém folículos pilosos e é mais espessa, que recobre a palma das mãos e planta dos pés, em abundancia nas pontas dos dedos, nos lábios e em outras áreas da pele onde a capacidade de discriminar localizações espaciais das sensações táteis está muito desenvolvida. É uma terminação de fibra nervosa sensorial mielinizada grossa (tipo A-beta), alongada e encapsulada. Dentro da cápsula encontram-se muitos filamentos neurais ramificados. Se adaptam em fração de segundo depois de serem estimulados, o que significa que são particularmente sensíveis ao movimento de objetos na superfície da pele, como também à vibração de baixa frequência. Discos de Merkel: São receptores táteis com terminação expandida. Encontrados na pele com pelos Detectam os sinais mantidos, o que possibilita que seja percebido o toque contínuo dos objetos sobre a pele, uma vez que, transmitirem sinal inicialmente forte, mas que se adapta parcialmente e, em seguida, sinal mais fraco e contínuo que se adapta lentamente. Receptores pilosos Cada pelo e sua fibra nervosa basal, chamada órgão terminal do pelo, são receptores táteis. O leve movimento de qualquer pelo do corpo estimula uma fibra nervosa conectada à base do pelo. O receptor se adapta rapidamente e, assim como os corpúsculos de Meissner, detecta principalmente o movimento de objetos na superfície do corpo ou o contato inicial do objeto com o corpo. Terminações de Rufini São terminações encapsuladas multirramificadas. Localizados nas camadas mais profundas da pele, nos tecidos internos mais profundos e nas cápsulas articulares, o que ajuda a sinalizar o grau de rotação articular. Essas terminações se adaptam muito lentamente e, portanto, são importantes para a sinalização dos estados contínuos de deformação dos tecidos, como os sinais de tato e de pressão intensos e prolongados. Corpúsculos de Pacini Localizado imediatamente abaixo da pele e, profundamente, nos tecidos das fáscias. Eles são estimulados apenas pela compressão local rápida dos tecidos, porque se adaptam em poucos centésimos de segundo. Dessa forma, eles são particularmente importantes para a detecção da vibração tecidual ou de outras alterações rápidas do estado mecânico dos tecidos. TRANSMISSÃO DOS SINAIS TÁTEIS Os sinais sensoriais que ajudam a determinar a localização precisa na pele, as mínimas graduações de intensidade, ou as alterações rápidas da intensidade do sinal sensorial são todos transmitidos por fibras de condução mais rápida. Os sinais menos discriminativos, tais como a pressão, o tato pouco localizado e a sensação de cócegas (prurido e comichão), são transmitidos por fibras nervosas muito finas e muito mais lentas VIAS SENSORIAIS ASCENDENTES As terminações nervosas enviam sinais para a medula espinal até o córtex cerebral. Os sinais sensoriais são conduzidos por uma de duas vias sensoriais alternativas: o sistema da trato dorsal–lemnisco medial ou o sistema anterolateral do tracto espino-talâmico. Sistema trato dorsal-lemnisco medial ou via epcrítica Via ascendente de percepção de tato fino e vibração O sistema trato dorsal–lemnisco medial Dorsal, pois ascendentes na região dorsal da medula espinal até o bulbo. Lemnisco, pois ocorre decussação das fibras nessa região do bulbo 1. O neurônio sensorial de primeira ordem entra na medula espinal através do gânglio da raiz dorsal - não faz sinapse nessa região 2. Se direciona para região dorsal da medula espinal, para o fascículo gracio se for membro inferior ou fascículo cuneiforme se for membro superior 3. Ascendem ate a região caudal do bulbo onde eles encontram os núcleos gracios medialmente e o núcleo cuneiforme Segmento medular cevical Fascicuo cuneiforme: transmite a informação dos membros superiores Segmento medular lombar Fascicuo gracio: transmite a informação dos membros inferiores lateralmente respectivamente, onde fazem sinapses 4. Após a sinapse com um neurônio sensorial de segunda ordem, decussam no lemnisco medial para o lado contralateral 5. posteriormente ascendem o bulbo rostral, ponte, mesencéfalo ate o tálamo, onde fazem uma segunda sinapse com um neurônio sensorial de terceira ordem que leva a informação ate o córtex sonestésico primário A informação sensorial de tato é hipsolateral, ou seja, ela ascende a medula no mesmo lado que entra O sistema da coluna dorsal–lemnisco medial é composto por fibras nervosas grossas e mielinizadas que transmitem os sinais para o encéfalo os tipos de informações sensoriais que são transmitidas por esse sistema são informações sensoriais que tem de ser transmitida rapidamente e com fidelidade temporal e espacial Tipos de sensações transmitidas pelo Sistema da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial 1. Sensações táteis que requerem alto grau de localização do estímulo 2. Sensações táteis que requerem a transmissão de graduações finas da intensidade 3. Sensações fásicas, como as sensibilidades vibratórias 4. Sensações de posição das articulações 5. Sensações de pressão relacionadas à grande discriminação das intensidades da pressão Sistema anterolateral do tracto espino-talâmico – via protopática interoceptico Transmite a informação de dor e temperatura O neurônio sensorial de primeira ordem imediatamente após entrar na medula espinal, pelas raízes nervosas dorsais, faz sinapse com o neurônio sensorialde segunda ordem que decussa para o lado oposto ate uma região anterolateral e ascende ate o tálamo No tálamo ocorre a sinapse com o neurônio de sensorial de terceira ordem que leva a informação ate o córtex sonestésico primário A informação sensorial de dor ela ascende a medula do lado contralateral a entrada dela Os tipos de informações sensoriais que são transmitidas por esse sistema são informações sensoriais que não precisam ser transmitida com rapidez ou com grande fidelidade espacial Tipos de sensações transmitidas pelo Sistema Anterolateral 1. Dor 2. Sensações térmicas - calor e frio 3. Sensações de tato e pressão grosseiras, não discriminativas, capazes apenas da localização grosseira na superfície do corpo 4. Sensações de cócegas e prurido 5. Sensações sexuais Núcleo sensorial principal Núcleo espinal LESÃO DAS VIAS SOMATOSSENSORIAIS Em uma lesão na medula o individuo terá prejuízo na transmissão das informações epicríticas, pois ela ascende hipsulateral e protopática do lado contralateral PROPIOCEPÇÃO As modalidades sensoriais relacionadas com posição corporal incluem as sensações de posição estática e de velocidade dos movimentos. Receptores articulares São encontrados nas cápsulas articulares e nos ligamentos localizados ao redor das articulações do corpo. são estimulados pela distorção ou deformação mecânica decorrente das mudanças da posição relativa dos ossos unidos por articulações flexíveis. A informação sensorial de receptores articulares é integrada principalmente no cerebelo. Os órgãos tendinosos de Golgi e os fusos musculares estão localizados dentro dos músculos esqueléticos e sentem variações do comprimento e da tensão do músculo. As suas sinalizações sensoriais junto com informações sensoriais de outros receptores desempenham uma importante função na manutenção da posição, no equilíbrio, na postura e no movimento do corpo. Órgãos tendinosos de Golgi(OTG) É um tipo de receptor encontrado na junção dos tendões com as fibras musculares, posicionado em série com as fibras do músculo. Respondem primariamente à tensão muscular criada durante a contração isométrica e são relativamente insensíveis ao estiramento muscular. São compostos por terminações nervosas livres que se entrelaçam entre as fibras de colágeno dentro de uma cápsula de tecido conectivo. A contração do músculo puxa as fibras de colágeno do OTG, comprimindo as terminações sensoriais dos neurônios aferentes, fazendo com que elas disparem potenciais. Os órgãos tendinosos de Golgi fornecem informações sensoriais para os centros integradores do SNC. Essas informações combinam-se com a retroalimentação dos fusos musculares e dos receptores articulares para permitir o controle motor ideal da postura e do movimento. Trato espino-cerebelar Fusos musculares São receptores de estiramento do músculo que enviam informações para a medula espinal e o encéfalo sobre o comprimento muscular e suas alterações. São estruturas pequenas, alongadas, distribuídas, em paralelo, entre as fibras musculares contráteis extrafusais Com exceção do músculo da mandíbula, cada músculo esquelético do corpo possui muitos fusos musculares. Cada fuso muscular consiste em uma cápsula de tecido conectivo que engloba um conjunto de pequenas fibras musculares intrafusais. As fibras musculares intrafusais são diferenciadas, de modo que seus polos são contráteis, mas a região central não possui miofibrilas. A região central não contrátil é envolvida por terminações nervosas sensoriais aferentes que são estimuladas pelo estiramento. As extremidades contráteis das fibras intrafusais têm a sua própria inervação pelos neurônios motores gama. Quando um músculo está no seu comprimento de repouso, a região central de cada fuso muscular é estirada o suficiente para ativar as fibras sensoriais. Desse modo, os neurônios sensoriais dos fusos mantêm-se tonicamente ativos, enviando um fluxo constante de potenciais de ação à medula espinal. Os neurônios sensoriais fazem sinapse diretamente com neurônios motores alfa que inervam o músculo no qual estes fusos se encontram, gerando um reflexo monossináptico. Os neurônios sensoriais tonicamente ativos levam a uma atividade tônica dos neurônios motores alfa que mantêm a contração muscular. Com isso, mesmo um músculo em repouso apresenta um certo nível de tensão, denominada tônus muscular. Reflexo de estiramento Qualquer movimento que aumenta o comprimento do músculo também estende os fusos musculares e faz suas fibras sensoriais dispararem com maior frequência. O estiramento do músculo e do fuso gera uma contração muscular reflexa para evitar danos por estiramento excessivo. A via reflexa na qual o estiramento muscular inicia uma resposta de contração é conhecida como reflexo de estiramento. Na Figura é mostrado um exemplo de como os fusos musculares funcionam durante um reflexo de estiramento. Via epicritica DOR A dor ocorre sempre que os tecidos são lesionados DOR RÁPIDA – dor primária Também conhecida como dor pontual, dor em agulhada, dor aguda e dor elétrica. é sentida, dentro de 0,1 segundo, após a aplicação de estímulo doloroso Não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo A dor pontual avisa a pessoa rapidamente sobre o perigo e, portanto, desempenha papel importante na reação imediata do indivíduo para se afastar do estímulo doloroso DOR LENTA – dor secundária Também conhecida como dor em queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor crônica Começa somente após 1 segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários segundos e, algumas vezes, durante minutos, podendo levar ao sofrimento prolongado Geralmente está associado à destruição tecidual Ela pode ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos profundos São os receptores para dor na pele e em outros tecidos São terminações nervosas livres, ramificadas, das fibras não-mielinizadas C e nas pobremente mielinizadas A. São eles que sinalizam quando o tecido corporal está sendo lesado ou em risco de sofrer uma lesão. As membranas dos nociceptores contêm canais iônicos que são ativados por estímulos que tem o potencial de causar lesão nos tecidos. O simples estiramento ou dobramento da membrana do nociceptor ativa os canais iônicos mecanossensíveis, que levam à despolarização da célula e ao disparo de potenciais de ação. Além disso, as células danificadas no local da lesão podem liberar substâncias que provocam a abertura dos canais iônicos nas membranas dos nociceptores, como proteases (enzimas que degradam proteínas), ATP e íons K+ Nocicepção e a dor não são a mesma coisa. Nocicepção é o processo sensorial que fornece os sinais que desencadeiam a experiência da dor. A ativação seletiva dos nociceptores pode levar à experiência consciente de dor. Dor é a sensação ou a percepção de sensações, como irritação, inflamação, fisgada, ardência, latejo, ou sensações insuportáveis que surgem de uma parte do corpo. A nocicepção e a dor são essenciais à vida As qualidades cognitivas da nocicepção podem ser controladas internamente, pelo próprio encéfalo. Onde estão localizados? Os nociceptores estão presentes na maioria dos tecidos do corpo Pele - Eles existem dispersos nas camadas superficiais da pele Ossos, Músculos Coração A maioria dos órgãos internos, Em certos tecidos internos, como o periósteo Vasos sanguíneos - as paredes das artérias Tentório da abóbada craniana. Tecidos profundos estão esparsamente supridos com terminações nervosas para a dor, porém, lesões teciduaisextensas podem se somar e causar dor lenta e crônica na maioria dessas áreas Eles estão notadamente ausentes no sistema nervoso em si, mas estão presentes nas meninges. Nociceptores polimodais São a maioria; Respondem, aos estímulos mecânicos, térmicos e químicos; Nociceptores mecânicos: Respondem a pressões intensas; Nociceptores térmicos: Respondem ao calor ou frio extremo; o calor acima de 43o C queima os tecidos, e os canais iônicos sensíveis ao calor das membranas dos nociceptores abrem nessa temperatura. Também sentimos o calor não-doloroso, quando a pele é aquecida entre 37 e 43o C, mas essa sensação depende dos termorreceptores não-nociceptivos Logo as sensações de aquecimento e de queimação são mediadas por mecanismos neurais distintos. Nociceptores químicos Respondem à histamina, ATP, íons potássio, serotonina, ácidos, cetilcolina e enzimas proteolíticas As fibras C são seletivamente responsivas à histamina e causam a percepção do prurido. As proteases podem clivar o peptídeo cininogênio, abundante no meio extracelular, formando o peptídeo bradicinina. O ATP causa a despolarização dos nociceptores por meio da ligação direta a canais iônicos que dependem do ATP para sua ativação. O aumento da [K+] extracelular despolariza diretamente as membranas neuronais. As bradicininas, prostaglandinas e substância P são substâncias sensibilizadoras que aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam diretamente essas terminações. Bradicinina É uma das substâncias que despolarizam diretamente os nociceptores; Além desse efeito, a bradicinina estimula mudanças intracelulares de longa duração, que tornam mais sensíveis os canais iônicos ativados por calor, pois liga-se a uma molécula receptora específica, que aumenta a condutância iônica desse receptor. Prostaglandinas As prostaglandinas são substâncias produzidas pela clivagem enzimática dos lipídeos da membrana celular. Apesar de as prostaglandinas não causarem dor em si, elas aumentam muito a sensibilidade dos nociceptores a outros estímulos. A aspirina e outras drogas anti-inflamatórias não- esteroides são um tratamento utilizado para tratar a hiperalgesia, porque inibem as enzimas necessárias à síntese de prostaglandinas. Substancia P A substância P é um peptídeo sintetizado pelos próprios nociceptores. A ativação de um ramo do neurito periférico do nociceptor pode levar à secreção de substância P por outras ramificações desse mesmo nociceptor nas áreas vizinhas da pele. A sensibilização de outros nociceptores, nas vizinhanças da lesão, por ação da substância P é uma das causas da hiperalgesia secundária. A substância P causa vasodilatação (aumento do diâmetro dos capilares sangüíneos) e a liberação de histamina dos mastócitos. A substância P é liberada muito mais lentamente, com sua concentração aumentando em período de segundos ou mesmo minutos Pesquisas sugerem que os terminais de fibras para dor do tipo C que entram na medula espinal liberam tanto o neurotransmissor glutamato quanto a substância P. A transmissão sináptica mediada pela substância P também é necessária para a sensação de dor moderada e intensa. A dor rápida é desencadeada por estímulos mecânicos e térmicos As substâncias químicas estimulam o tipo de dor lenta e persistente que ocorre após lesão tecidual. A dor crônica pode ser desencadeada pelos três tipos de estímulo NEUROTRANSMISSOR O provável neurotransmissor das fibras dolorosas rápidas do tipo A-gama na medula espinal é o Glutamato. O glutamato atua instantaneamente e persiste apenas por alguns milissegundos. NATUREZA NÃO ADAPTATIVA DOS RECEPTORES PARA DOR Isso possibilita que a pessoa fique ciente da presença de estímulo lesivo, enquanto a dor persistir Hiperalgesia: é aumento da sensibilidade dos receptores para dor A hiperalgesia pode ser um limiar reduzido à dor, uma intensidade aumentada dos estímulos dolorosos ou, até mesmo, dor espontânea. Os nociceptores normalmente respondem apenas quando os estímulos são suficientemente intensos para lesionar os tecidos. No entanto, a pele, articulações ou músculos que já estão lesionados ou inflamados estão mais sensíveis do que o normal. A hiperalgesia primária ocorre na área do tecido lesado, mas os tecidos que envolvem a região da lesão também podem se tornar supersensíveis, pelo processo de hiperalgesia secundária. A linha cruzada entre a via do tato e a via da dor na medula espinhal também contribui para a hiperalgesia secundária. Após a lesão, a ativação dos axônios mecanorreceptivos A por um toque leve pode resultar em dor. Em certas circunstâncias, a excitação das fibras dolorosas fica progressivamente maior, à medida que o estímulo persiste, em especial para a dor lenta persistente. FIBRAS DOLOROSAS PERIFÉRICAS — FIBRAS “RÁPIDAS” E “LENTAS” a ativação dos nociceptores produz duas percepções distintas de dor, uma dor primária, rápida e aguda, seguida de uma dor secundária, lenta e contínua. Sinais dolorosos rápidos, desencadeados por estímulos mecânicos ou térmicos, são transmitidos pelos nervos periféricos para a medula espinal por meio de fibras A-gama do tipo pequeno A dor lenta crônica, desencadeada por estímulos químicos e, algumas vezes, por estímulos mecânicos ou térmicos persistentes é transmitida para a medula espinal por fibras tipo C O estímulo doloroso súbito, em geral, causa sensação dolorosa dupla, por exemplo, dor pontual rápida que é transmitida para o cérebro pela via de fibras Ad, seguida, em 1 segundo ou mais, por uma dor lenta transmitida pela via das fibras C VIAS As terminações nervosas livres, para dor, utilizam duas vias separadas para a transmissão de sinais dolorosos da medula espinal para o sistema nervoso central, uma via para a dor pontual rápida e uma via para a dor lenta crônica. Trato neoespinotalâmico para dor rápida As fibras dolorosas Ad do tipo rápido terminam, em sua maioria, na lâmina I (lâmina marginal) dos cornos dorsais e excitam os neurônios de segunda ordem do trato neoespinotalâmico Esses neurônios de segunda ordem dão origem às fibras longas que decussam imediatamente para o lado oposto da medula espinal pela comissura anterior e depois ascendem para o encéfalo nas colunas anterolaterais. Algumas fibras do trato neoespinotalâmico terminam nas áreas reticulares do tronco cerebral, mas a maioria segue até o tálamo sem interrupção, terminando no complexo ventrobasal ou no grupo nuclear posterior do tálamo. Dessas áreas talâmicas, os sinais são transmitidos para outras áreas basais do encéfalo, bem como para o córtex somatossensorial A dor pontual rápida pode ser localizada com muito mais precisão quando os receptores táteis, que excitam o sistema da coluna dorsal–lemnisco medial, são estimulados simultaneamente. Entretanto, quando somente são estimulados os receptores para dor, sem a estimulação simultânea dos receptores táteis, mesmo a dor rápida pode ser mal localizada . Trato paleoespinotalâmico para dor crônica lenta O trato paleoespinotalâmico transmite sensação de dor sobretudo por fibras periféricas lentas do tipo C, apesar de transmitir alguns sinais das fibras do tipo Ad também. As fibras de pequeno calibre do tipo C possuem seus corpos celulares no gânglio da raiz dorsal e entram no corno dorsal da medula espinhal. As fibras chegam no tracto de Lissauer e logo se ramificam, percorrendo uma curta distância nos sentidos rostral e caudal na medula as fibras periféricas que terminam na medula espinal quase inteiramente nas lâminas II e III dos cornos dorsais (substância gelatinosa), fazem sinapse com neurônios de associação, dentro dos cornos dorsais,antes de entrar principalmente na lâmina V, também no corno dorsal. Aí, os últimos neurônios da série dão origem a axônios longos que se unem, em sua maioria, às fibras da via de dor rápida, decussando primeiro pela comissura anterior para o lado oposto da medula e depois para cima, em direção do encéfalo, pela via anterolateral. A maioria das fibras terminam nos núcleos reticulares do bulbo, da ponte e do mesencéfalo, nos colículos superior e inferior, ou na região cinzenta periaquedutal, que circunda o aqueduto de Sylvius. Somente entre um décimo e um quarto das fibras ascende até o tálamo De áreas do tronco cerebral, vários neurônios de fibras curtas transmitem sinais ascendentes da dor pelos núcleos intralaminar e ventrolateral do tálamo e em direção de certas regiões do hipotálamo e outras regiões basais do encéfalo. Via Paleoespinotalâmica Percepção: em queimação, mal localizada e difusa Via neoespinotalâmico Percepção: pontada e bem localizada Pesquisas indicam que os impulsos dolorosos que chegam na formação reticular do tronco cerebral, do tálamo e outras regiões inferiores do encéfalo causem percepção consciente de dor e informem o grau da dor e a relevância dessa dor. Já os impulsos que vão para o córtex desempenha um papel importante na interpretação da qualidade da dor. A localização da dor transmitida pela via paleoespinotalâmica é imprecisa. Isso se deve à conectividade multissináptica difusa dessa via. Esse fenômeno explica porque os pacientes têm sérias dificuldades em localizar a fonte de alguns tipos de dor crônica. Por exemplo, a dor crônica lenta em geral só pode ser localizada em uma parte principal do corpo, como no braço ou na perna, mas não em ponto específico do braço ou da perna. DOR REFERIDA Os axônios de nociceptores viscerais entram na medula espinhal pelo mesmo trajeto que os de nociceptores cutâneos. Com isso, ocorre uma mistura substancial da informação dessas duas fontes de aferências e o organismo entende que a informação veio do segmento de pele que também manda aferencia para medula Essa linha cruzada origina o fenômeno dor referida, no qual a ativação do nociceptor visceral é percebida como uma sensação cutânea. Um exemplo clássico de dor referida é a angina, que ocorre quando o coração não recebe oxigênio em quantidade suficiente. A dor é localizada freqüentemente pelo paciente na parede superior do tórax e no braço esquerdo. Um outro exemplo comum é a dor associada à apendicite, que é referida, em seu estágio inicial, na parede abdominal ao redor do umbigo. A dor é difusa e não é precisa Todas as vezes que uma dor cutânea não tem explicação, deve-se suspeitar de uma patologia dos órgãos internos, correspondentes ao segmento. MODULAÇÃO PERIFERICA DA DOR Se a informação de dor for uma dor fraca o interneurônio inibe o neurônio sensorial de segunda ordem e a informação não segue ate o tálamo Se a informação sensorial de dor for relevante a própria fibra C inibe o interneurônio inibitório e a informação segue ate o tálamo. Teoria de modulação da dor através do portão da dor A maneira mais simples de modular a dor é através do uso do tato A informação de tato que é transmitida ao mesmo seguimento da medula que a informação de dor ativa o interneuronio inibitório que bloqueia totalmente ou atenua a sensação de dor SISTEMA DA SUPRESSÃO DA DOR (ANALGESIA) – VIA DESCENDENTE O grau de reação da pessoa à dor varia muito. Essa variação resulta, parcialmente, da capacidade do próprio encéfalo de suprimir as aferências de sinais dolorosos para o sistema nervoso, pela ativação do sistema de controle de dor, chamado sistema da analgesia. A estimulação elétrica das áreas periventricular (neurônios secretam encefalina) e da substância cinzenta periaquedutal do mesencéfalo (neurônios secretam encefalina), região superior da ponte que circundam o aqueduto de Sylvius e porções do terceiro e do quarto ventrículo; Enviam sinais para o núcleo magno da rafe (neurônios secretam encefalina) e o núcleo reticular paragigantocelular, localizado lateralmente no bulbo. Desses núcleos, os sinais de segunda ordem são transmitidos pelas colunas dorsolaterais da medula espinal, para o complexo inibitório da dor localizado nos cornos dorsais da medula espinal (neurônios secretam de serotonina); a serotonina faz com que os neurônios locais da medula também secretem encefalina. Acredita-se que a encefalina cause as inibições pré-sináptica e pós-sináptica das fibras de dor, aferentes dos tipos C e Ad, em suas sinapses nos cornos dorsais. Assim, o sistema da analgesia pode bloquear os sinais dolorosos, no ponto de entrada inicial para a medula espinal. Esse sistema de supressão da dor pode suprimir muitos sinais de dor fortes que entram pelas raízes espinais dorsais. Mas, também podem bloquear muitos reflexos locais da medula espinal que resultem de sinais dolorosos, especialmente os reflexos de retirada. Além disso, a estimulação de áreas encefálicas, ainda mais altas, como os núcleos periventriculares do hipotálamo, localizados na região adjacente ao terceiro ventrículo; e em menor grau, o fascículo prosencefálico medial, também no hipotálamo, que excitam a substância cinzenta periaquedutal, também pode suprimir a dor. CONDEITOS Analgésico Perda de sensibilidade a dor Bloqueia os nociceptores Anestésico, anestesia Ausência de sensibilidade Bloqueia os canais de K+ Parestesia Formigamento, dormência da pele Alodinia Caracteriza-se por dor causada por um estímulo que normalmente não provoca dor Esta associada a distúrbios psicologicos Hiper/hipoalgesia Hiperalgesia: aumento da sensibilidade da dor Hipoalgesial: diminuição da sensibilidade da dor Hiper/hipoestesia Hiperestesia: aumento da sensibilidade do tato Hipoestesia: diminuição da sensibilidade do tato OPIÓIDES ENDÓGENOS Opioide natural do sistema nervoso Aproximadamente, uma dúzia dessas substâncias opioides é encontrada em diferentes pontos do sistema nervoso. Todas elas são produtos da degradação de três grandes moléculas proteicas: pró-opiomelanocortina proencefalina prodinorfina. Entre as mais importantes dessas substâncias opioides estão a: b-endorfina: está presente tanto no hipotálamo quanto na hipófise. metencefalina e leuencefalina: são encontradas no tronco cerebral e na medula espinal, nas porções do sistema da analgesia descrito anteriormente dinorfina: se encontra principalmente nas mesmas regiões em que ocorrem as encefalinas, mas em quantidades muito menores. Endorfina o próprio sistema nervoso produz substâncias endógenas semelhantes à morfina, chamadas coletivamente de endorfinas. As endorfinas são peptídeos. As endorfinas e seus receptores estão amplamente distribuídos no SNC, mas estão particularmente concentrados em áreas que processam ou modulam a informação nociceptiva. Pequenas quantidades de morfina ou endorfinas injetadas na PAG, nos núcleos da rafe ou no corno dorsal podem produzir analgesia. A naloxona (bloqueador de receptores opióides) também pode bloquear os efeitos analgésicos induzidos pela estimulação elétrica dessas áreas. No âmbito celular, as endorfinas exercem múltiplos efeitos, que incluem supressão da liberação de glutamato das terminações pré-sinápticas e inibição dos neurônios pela hiperpolarização das membranas pós- sinápticas. Em geral, os neurônios que contêm endorfinas na medula espinhal e no tronco encefálico reduzem a passagem de sinais nociceptivos no corno dorsal e nos níveis encefálicos superiores, onde é gerada a percepção da dor. Morfina A injeção de diminutas quantidades de morfina,tanto no núcleo periventricular, ao redor do terceiro ventrículo, quanto na substância cinzenta periaquedutal do tronco cerebral, causa grau extremo de analgesia. Agentes semelhantes à morfina, principalmente os opioides, atuam em vários outros pontos do sistema da analgesia, incluindo os cornos dorsais da medula espinal. O ópio Os seus ingredientes narcóticos ativos e seus análogos, incluindo a morfina, a codeína e a heroína, são amplamente usados e abusados, na maioria das culturas. Esses compostos atuam ligando-se de forma firme e específica a vários tipos de receptores opióides no sistema nervoso Eles produzem intensa analgesia quando administrados de forma sistêmica. Eles também podem produzir alterações de humor, sonolência, confusão mental, náusea, vômito e constipação. REFLEXO O reflexo é uma reposta motora involuntária e inconsciente Todos os reflexos neurais começam com um estímulo que ativa um receptor sensorial os sinais sensoriais que chegam à medula via raízes dorsais,podem provocar uma resposta motora direta, ao fazerem sinapse com neurônios motores anteriores (reflexo monossináptico) ou indireta, ao fazerem sinapse com os interneurônios, onde a informação é adequadamente processada, além de permitir a modulação da informação sensorial A medula espinal é responsável por avalia todas as informações sensoriais que chegam e pela coordenação de reflexos sensoriais-motores, para gerar uma resposta involuntária Os neurônios motores anteriores deixam a medula via raízes ventrais e inervam diretamente as fibras musculares esqueléticas. CLASSIFICAÇÃO DOS REFLEXOS NEURAIS Reflexos somáticos e viscerais. Reflexos somáticos Envolvem neurônios motores somáticos que agem sobre os músculos esqueléticos. Os proprioceptores enviam a informação sensorial ao SNC através de neurônios sensoriais que pode responder de duas maneiras. Se a resposta apropriada for a contração muscular, o SNC ativa neurônios motores somáticos que inervam as fibras musculares esqueléticas. Se um músculo precisa relaxar para produzir a resposta, os estímulos sensoriais ativam interneurônios inibidores no SNC que, por sua vez, inibem a atividade de neurônios motores somáticos que controlam o músculo. O relaxamento do musculo resulta da ausência de estímulo excitatório pelo neurônio motor somático. A inibição e a excitação dos neurônios motores somáticos e de seus músculos esqueléticos associados devem ocorrer nas sinapses dentro do SNC. O sistema nervoso central integra o sinal aferente através de redes e de vias de interneurônios excitatórios e inibidores. Em um reflexo, a integração da informação sensorial e a ação resultante ocorrem subconscientemente. No entanto, alguma informação sensorial pode ser integrada no córtex cerebral, tornando-se percepção, e alguns reflexos podem ser modulados por sinalização consciente. Os neurônios motores somáticos alfa enviam a sinalização eferente até as fibras musculares esqueléticas extrafusais que contraem. Reflexos autonômicos ou autônomos ou viscerais Envolvem neurônios autonômicos que controlam músculo liso, musculo cardíaco, glândulas, tecido adiposo Essa ação motora é feita por uma cadeia de dois neurônios, um que sai do SNC ate o glanglio autonômico (neurônio pré-gânglionar) e um segundo neurônio que sai do gânglio ate o alvo (neurônio pós-ganglionar) Podem ou não envolver os interneuronios Pelo local onde o reflexo é integrado no SNC. Os reflexos espinais São integrados na medula espinal. Podem ser modulados por comandos superiores do encéfalo, mas podem ocorrer sem esse estímulo. Os reflexos cranianos São integrados no encéfalo, em geral, no tronco encefálico Dependendo de se o reflexo for inato ou aprendido. Reflexos inatos Nascemos com eles e são determinados geneticamente. Um exemplo é o reflexo patelar, ou o reflexo do tendão patelar Reflexos adquiridos pela experiência O exemplo dos cães de Pavlov salivando ao ouvir um sino é o exemplo clássico de uma resposta aprendida, neste caso chamada de reflexo condicionado. Pelo número de neurônios da via do reflexo. Reflexo monossináptico Assim denominado por envolver apenas uma sinapse, entre os dois neurônios da via: um neurônio aferente sensorial e um neurônio motor somático eferente. Reflexo polissinápticos A maioria dos reflexos possui três ou mais neurônios na via e, pelo menos, duas sinapses. Os reflexos polissinápticos podem ser bastante complexos, com extensa ramificação no SNC formando redes que envolvem vários interneurônios. A modificação das vias polissinápticas pode envolver excitação ou inibição. A divergência de vias permite que um único estímulo possa afetar múltiplos alvos. A convergência integra as aferências de múltiplas fontes para montar uma resposta. Reflexo flexor ou de retirada Inibe o motoneuronio do próprio musculo gerador Excitar o moto neurônio do antagonista ao musculo gerador de tensão Este reflexo é caracterizado pela retirada de um membro do corpo frente a estímulos como dor, picada e calor. Isso ocorre graças à integração, na medula, de neurônios sensitivos com neurônios motores e consequente excitação dos músculos flexores e recíproco relaxamento/inibição dos músculos extensores. Reflexo extensor cruzado É a flexão de um membro acompanhada da reação contralateral do membro oposto. No entanto, para que este reflexo seja observado o estímulo tem que ser suficientemente forte para atingir os interneurônios, com limiar de ativação mais alto, que fazem parte do circuito neuronal do reflexo extensor cruzado. O envolvimento de músculos contralaterais neste tipo de reflexo tem a função de dar suporte postural durante a retirada do membro afetado frente ao estímulo da dor Uma característica fundamental de muitas vias reflexas é a retroalimentação negativa originada de proprioceptores, que mantém o SNC continuamente informado da mudança de posição do corpo. Alguns reflexos possuem um componente antecipatório que permite que o corpo antecipe um estímulo e inicie a resposta. A ação de você se proteger antecipadamente a uma colisão é um exemplo de resposta antecipatória.
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