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Capítulo 23464 45. Uma roda de raio R = 13 cm e peso P = 15 N está apoiada sobre uma superfície horizontal e encostada em um degrau de altura h = 8,0 cm, com atrito. Uma força horizontal F é aplicada ao eixo da roda como mostra a figura. h g R F a) Determine os valores de |F| para os quais a roda sobe o degrau. b) Seja F 1 a força que deixa a roda na iminência de subir o degrau. Para essa situação, determi- ne a força F 2 exercida sobre a roda pelo degrau. Enunciado para as questões 46 e 47: Sobre a carroceria de um caminhão há um bloco homogêneo cuja forma é a de um paralelepípe- do reto cuja base é um quadrado de lado 1,0 m e cuja altura é 2,0 m. Considere g = 10 m/s2. O caminhão, que estava em repouso, adquire movimento de velocidade e aceleração crescentes, sendo a o módulo da aceleração. v 2,0 m 1,0 m a 46. Determine o maior valor de a de modo que o bloco não tombe, supondo que o atrito seja sufi- ciente para que ele tombe antes de deslizar. 47. Sendo μ e o coeficiente de atrito estático entre o bloco e a carroceria, determine os valores de μ e para os quais o bloco: a) desliza antes de tombar; b) tomba antes de deslizar. 48. A figura representa quatro blocos idênticos e homogêneos, em equilíbrio estático. Calcule os valores máximos de a, y, z e w, em função de L. a L A B C D y z w 49. Na figura representamos as seções transversais de dois cilindros idênticos e homogêneos, apoia- dos nas paredes e no fundo de um recipiente. Sabendo que cada cilindro tem peso 20 N e raio da base igual a 4,0 cm, determine: B L = 12 cm A I C II g a) as forças exercidas pelo recipiente sobre os cilindros, nos pontos de contato A, B e C; b) a força exercida por um cilindro sobre o outro. 50. A figura mostra a seção transversal de um cubo homogêneo apoiado em uma parede vertical lisa e no solo, com o qual há atrito. Sabendo que sen θ = 0,60 e cos θ = 0,80, determine o menor valor do coe- ficiente de atrito estático entre o cubo e o solo de modo que o cubo fique em equilíbrio. (Sugestão: cos(x + y) = cos x · cos y – sen x · sen y.) θ g 51. A figura mostra a seção transversal de um bloco homogêneo em forma de paralelepípedo, cuja base é um quadrado de lado 20 cm e cuja altura mede 50 cm. O bloco está apoiado em um plano incli- nado com atrito e o ângulo θ é aumentado vaga- rosamente, tendo, no início, valor nulo. Sendo μ e o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano inclinado, verifique o que acontecerá primeiro (tombamento ou deslizamento) em cada caso a seguir: 20 cm 50 cm θ g a) μ e = 0,50 b) μ e = 0,30 L u iz a u g u s t o r ib e ir o z a p t z a p t z a p t Capítulo 23464 CAPÍTULO 24Gravitação Gravitação 465 Na sua obra máxima, o Principia, além das três leis do movimento, Newton apre- sentou também outra lei de enorme importância, que fi cou conhecida como Lei da Gravitação Universal. O objetivo principal deste capítulo é o estudo dessa lei. Porém, antes de apresentá-la, vamos fazer alguns comentários sobre o assunto que foi a inspiração de Newton para a obtenção dessa lei: os movimentos dos planetas. 1. Os primeiros modelos de mundo As primeiras tentativas de explicar o Universo de maneira racional foram reali- zadas pelos primeiros fi lósofos gregos. Aristóteles (384-322 a.C.) — fi lósofo antigo que tratou do maior número de assuntos — propôs um modelo para explicar os movimentos da Lua, do Sol e dos cinco planetas então conhecidos: mercúrio, Vênus, marte, Júpiter e Saturno (para ele a Terra não era um planeta). Segundo esse mode- lo, a Terra estaria imóvel no centro do Universo, enquanto a Lua, o Sol e os planetas girariam em órbitas circulares em torno da Terra. Por isso esse modelo é chamado geocêntrico (Terra no centro). Porém, já na Antiguidade os astrônomos perceberam que os planetas apresen- tavam movimentos estranhos, como ilustra a fi gura 1. Em certos momentos o pla- neta retorna (movimento retrógrado), sua trajetória parece dar um laço para depois retomar o movimento progressivo. O modelo de Aristóteles não explicava esse fato. C O N C E IT O G r A f Figura 1. O movimento retrógrado de um planeta, com desta- que para as posições 1, 2, 3 e 4. Outros modelos foram propostos por vários fi lósofos. Heráclides do Ponto (c. 388-310 a.C.) propôs o movimento de rotação da Terra, e Aristarco de Samos (c. 310-230 a.C.) propôs um modelo em que o Sol estaria imóvel no centro do Uni- verso (modelo heliocêntrico), enquanto os outros corpos girariam em torno dele. Porém, nenhuma dessas duas propostas foi aceita, pois era mais fácil aceitar a ideia de uma Terra imóvel e, desse modo, os modelos continuaram a ser geocêntricos. 1. Os primeiros modelos de mundo 2. O modelo de Kepler 3. Lei da Gravitação Universal 4. Corpos em órbitas circulares 5. Aceleração da gravidade e campo gravitacional 6. Energia potencial 7. Marés Capítulo 24466 O modelo de Ptolomeu Vários astrônomos tentaram fazer alterações no modelo de Aristóteles, para que fossem explicadas as observações astronômicas. Essas tentativas culmina- ram na obra de Cláudio Ptolomeu (c. 100-178 d.C.). A primeira modificação proposta por Ptolomeu está ilustrada na figura 2. Cada planeta teria uma órbita circular (epiciclo) em torno de um ponto P (epicentro), o qual giraria ao longo de outra circun- ferência (deferente), cujo centro estaria no centro da Terra. Na figura 3 apresentamos o modelo (ou siste- ma) completo, com a Lua, o Sol e os cinco planetas então conhecidos. Cada planeta teria uma velocidade angular diferente e, ajustando es- sas velocidades, seria possível explicar as trajetórias com movimentos re- trógrados, como exemplifica a figura 1 da página anterior. Houve, porém, necessidade de outras alterações, entre as quais apresentamos a que está ilustrada na figura 4: o centro da deferente não seria o centro da Terra, mas, sim, um ponto E, chamado excêntrico, que estaria próximo da Terra. O modelo de Copérnico O modelo de Ptolomeu reinou absoluto até o início do século XVI, quan- do o polonês Nicolau Copérnico (fig. 5) propôs um modelo heliocêntrico. Inicialmente ele pensou num modelo em que a Lua giraria em torno da Terra e os planetas, incluindo a Terra, girariam em torno do Sol em órbitas circu- lares; além disso, a Terra teria um movimento diário de rotação. Porém essa proposta não conseguia explicar perfeitamente o que era observado e, assim, Copérnico foi obrigado a acrescentar epiciclos e excêntricos, tornando o seu modelo tão complexo quanto o de Ptolomeu. Essa complexidade dificultou a aceitação do seu modelo, que já despertava a condenação tanto por católi- cos quanto por protestantes, pelo fato de tirar a Terra do centro do Universo. Tycho Brahe O dinamarquês Tycho Brahe (fig. 6) passou vinte anos efetuando me- didas muito precisas das posições dos planetas e estrelas. Ele não aceitou nem o modelo de Ptolomeu nem o de Copérnico, propondo um modelo geocêntrico, com a Lua e o Sol girando em torno da Terra. Os planetas girariam em torno do Sol. Galileu e Copérnico Galileu foi um grande defensor do sistema (modelo) de Copérnico e, por isso, foi condenado pela Inquisição católica. Sua defesa do modelo copernicano foi apresentada em uma obra, publicada em 1632, com o seguinte título: Diálogo sobre os dois máximos sistemas. Os dois máximos sistemas do título são o de Ptolomeu e o de Copérnico, pois Galileu não le- vou a sério o sistema de Tycho Brahe. Para conhecer os argumentos usados por Galileu e a história de sua condenação pela Inquisição, recomendamos os livros citados no final deste capítulo, nas Sugestões de Leitura. Figura 5. Nicolau Copérnico (1473-1543). Figura 2. Modificação proposta por Ptolomeu para um planeta qualquer em um sistema geo- cêntrico. Figura 6. Tycho Brahe (1546-1601). PA U L A Lm A Sy /C O r B IS /L A TI N ST O C k A k G -I m A G ES /L A TI N ST O C k ILU ST r A ç õ ES : C O N C EI TO G r A f Figura 3. Sistema geocêntrico completo de Ptolomeu. Figura 4. Modificação adicional no modelo de Ptolomeu. 24
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