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Capítulo 15374 Portanto, nessa situação, a força resultante (tomando-se o eixo da figura) é dada por F = –kx, em que x = 0 corresponde à posição de equilíbrio. Sendo assim, deslocando-se o corpo verticalmente e em seguida abandonando-o, ele executa um MHS, cujo perío- do pode ser calculado pela mesma fórmula do oscilador bloco-mola na horizontal, que é a equação 2 T = 2π m k 2 ou seja, o período não depende da aceleração da gravidade. usando o mesmo raciocínio, podemos mostrar que a equação 2 vale também para o caso em que o sistema bloco-mola esteja oscilando apoiado em um plano inclinado. Corpo flutuante Consideremos um corpo em forma de cilindro ou prisma, cuja área da base é A e cuja massa é m (fig. 11a). Colocando esse corpo em um líquido de densidade d l , vamos supor que ele fique em equilíbrio na posição indicada na figura 11b, em que h é a distância entre o fundo do corpo e a superfície do líquido. Como vimos no capítulo 26 do volume 1, as forças que atuam no corpo são o peso (P) e o empuxo (E), sendo que: P = mg e e = d l Ahg em que g é a aceleração da gravidade. Como o sistema está em equilíbrio, temos: P = e ⇒ mg = d l Ahg ⇒ m = d l Ah Se empurrarmos o corpo levemente para baixo e depois soltarmos (fig. 11c), ele ficará oscilando. em relação à posição da figura 11b, na posição da figura 11c, o corpo afundou uma distância x. Assim, nessa posição, a força resultante F é igual ao acrésci- mo de empuxo, isto é: |F | = d l Axg = (d l Ag) k x = kx Portanto, a força resultante tem módulo dado por kx e tende a levar o corpo à posi- ção de equilíbrio. Assim, concluímos que o movimento é harmônico simples de período T dado por: T = 2π m k = 2π dlAh dlAg ⇒ T = 2π h g 4. Movimento harmônico simples angular Na figura 12a representamos um disco horizontal preso por seu centro a um fio, que por sua vez está preso a um suporte S. Na posição de equilíbrio, a linha de referência OB está fixa. Ao girarmos levemente o disco, soltando-o em seguida, ele passa a executar um movi- mento oscilatório rotacional e a linha de referência OB movimenta-se entre as posições OA e OC, sendo θ 0 o ângulo máximo girado de cada lado da posição inicial da linha OB. A m h d L P E h + x d L F P E' Figura 11. S θ 0 θ 0 CA O B g S C'' B'' B' C' θ 0 θ 0 C B g (a) Disco horizontal oscilando. (b) Barra horizontal oscilando. Figura 12. Exemplos de MHS angular. Il u ST r A ç õ eS : ZA PT (a) (b) (c) Movimento harmônico simples 375 No capítulo 15 do CD mostraremos que, para θ 0 “pequeno”, isto é, para oscilações de “pequena” amplitude angular θ 0 , a aceleração angular (γ ) do disco e seu desloca- mento angular (θ) estão relacionados por: γ = –cθ sendo c uma constante. esta última equação tem a mesma forma da equação 5 : α = –cx Isso nos leva a concluir que o disco executa um MHS angular, cujo período é dado pela equação 6 : T = 2π 1 c 6 Na figura 12b apresentamos um outro exemplo de MHS angular: uma barra hori- zontal BC, presa a um fio, oscila entre as posições B'C' e B''C''. esse caso da barra é semelhante ao dispositivo usado por Cavendish para medir a constante de gravitação universal, de um modo que descrevemos no capítulo 24 do volume 1. Os dois sistemas da figura 12 são também chamados pêndulos de torção e são analisados com mais detalhes no texto do CD referido ao lado. Exercícios de Aplicação 1. Um bloco de massa m = 5,0 kg oscila preso a uma mola ideal de constante elástica k = 20 N/m e apoiado sobre uma superfície horizontal S sem atrito, como ilustra a figura a. –0,20 0,200 x (m) S Figura a. S Figura b. S Figura c. Sabendo que a amplitude do movimento é A = 0,20 m, calcule: a) o período do movimento; b) a frequência do movimento; c) a máxima velocidade adquirida pelo bloco; d) a máxima aceleração adquirida pelo bloco. Resolução: a) T = 2π m k = 2π 5,0 kg 20 N/m ⇒ T = π s ≅ 3,14 s b) f = 1 T ⇒ f = 1 π Hz ⇒ f ≅ 0,32 Hz c) A máxima velocidade ocorre no ponto de abs- cissa nula, no qual a energia potencial é nula, isto é, a energia cinética é igual à energia mecânica: E C = E M ⇒ mv2 2 = kA2 2 ⇒ ⇒ (5,0)v2 = (20)(0,20)2 ⇒ ⇒ v2 = (4,0)(0,20)2 ⇒ v = (2,0)(0,20) ⇒ ⇒ v = 0,40 m/s d) A aceleração tem módulo máximo nos pontos onde a força tem módulo máximo. Como a força é dada por F = –kx, a força máxima F m é dada por: F m = k · A Mas, pela Segunda Lei de Newton, temos: F m = m · a m em que a m é a aceleração máxima. Assim: m · a m = kA ⇒ ⇒ (5,0 kg) · a m = (20 N/m)(0,20 m) ⇒ ⇒ am = 0,80 m/s 2 2. Na figura a temos um bloco de massa m = 4,0 kg preso a uma mola de constante elás- tica k = 1 600 N/m, cujo comprimento natural é L; assim, nessa posição a mola não está defor- mada (x = 0). O bloco é então empurrado, de modo que a mola sofre uma compressão de 0,5 m (fig. b). Abandonando-se o bloco nessa posição e supondo que não haja atrito, ele adquire MHS. Il u ST r A ç õ eS : ZA PT PrOCurE nO CD Veja, no capítulo 15 do CD, o texto Movimento harmônico simples angular, bem como exercícios relativos ao tema. Capítulo 15376 L 0,5 m –0,5 m 0 A x (m) Figura a. Figura b. Determine: a) a amplitude do movimento; b) o período do movimento; c) a frequência do movimento; d) a velocidade máxima do bloco; e) a aceleração máxima do bloco; f) a velocidade e a aceleração do bloco para x = 0,2 m. 3. Para a situação da questão anterior, esboce os gráficos das energias cinética, potencial e mecâ- nica em função da elongação. 4. Um bloco realiza MHS de amplitude A = 20 cm. Determine o valor da elongação quando a energia cinética for o dobro da energia potencial. 5. Um bloco, preso a uma mola de constante elásti- ca 20 N/m, realiza MHS, de modo que sua energia mecânica seja 90 J. Determine a amplitude do movimento. 6. Um bloco, preso a uma mola ideal cuja constante elástica é 16 N/m, tem MHS de frequência 2,0 Hz. Determine a massa do bloco. 7. Na Terra, num local onde g = 9,81 m/s2, um oscilador bloco-mola disposto verticalmente osci- la com período T = 4,0 s. Se esse oscilador for levado para a Lua, onde g = 1,6 m/s2, qual será o período de oscilação do bloco? 8. Um bloco B, de massa 16 kg, oscila sobre uma superfície horizontal S sem atrito, ligado a duas molas idênticas, cada uma com constante elásti- ca 2,0 N/m, como ilustra a figura. Determine o período de oscilação. B 9. Um corpo está preso nas extremidades de duas molas idênticas, não deformadas, de constante elástica 100 N/m, como ilustra a figura. Quando o corpo é afastado, horizontalmente, de uma pequena distância e, depois, abandonado, passa a oscilar. Supondo que não haja atrito e que a massa do corpo seja igual a 0,32 kg, calcule o período do movimento. 10. Uma partícula oscila ligada a uma mola leve, executando movimento harmônico simples de amplitude 2,0 m. O diagrama abaixo represen- ta a variação da energia potencial elástica E P acumulada na mola em função da elongação da partícula em (x). +2,0 4,0 –2,0 0 x (m) E P (103 J) Pode-se afirmar que a energia cinética da partí- cula no ponto de elongação x = 1,0 m vale: a) 3,0 · 103 J d) 1,0 · 103 J b) 2,0 · 103 J e) 5,0 · 103 J c) 1,5 · 103 J 11. Uma partícula que executa MHS tem velocidade máxima 6,0π m/s e amplitude 30 cm. Calcule o período do movimento. 12. Um cilindro homogêneo, de área da base A, altura H e densidade d, flutua em um líquido de densidade d L , como indica a figura. A H g O cilindro é afundado levemente e depois aban- donado, passando a oscilar. Determine o período do movimento em função de A, d L , d, H e da aceleração da gravidade g. 13. Um tubo em U, de seção reta cuja área é constan- te e igual a A, está na posição vertical, contendo um líquido em equilíbrio cuja densidade é d, como ilustra a figura a, sendo L o comprimento total da coluna líquida dentrodo tubo. Il u ST r A ç õ eS : ZA PT