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227TÓPICO 6 | DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS E DOS LÍQUIDOS 8. A dilatação anormal da água Em geral, um líquido, quando aquecido, sem- pre dilata, aumentando de volume. No entanto, a água constitui uma exceção a essa regra, pois, ao ser aquecida de 0 8C a 4 8C, tem seu volume di- minuído. Apenas para temperaturas acima de 4 8C a água dilata normalmente ao ser aquecida. Para melhor ilustrar, vejamos o gráfico ao lado, que representa a variação de volume de 1 g de água pura em função da sua temperatura. É importante observar que a 4 8C o volume da água é mínimo e, portanto, sua massa específica é máxima. Esse tipo de dilatação anormal da água ex- plica por que um lago congela apenas na super- fície, como observado na imagem de abertura desse tópico. Durante o resfriamento da água da superfície, até 4 8C a densidade aumenta, e essa água desce, produzindo a subida da água mais quente do fundo (convecção). Isso ocorre até que toda a água do lago atinja 4 8C, pois, a partir daí, quando a temperatura da água da su- perfície diminui, seu volume aumenta, diminuin- do a densidade. Em consequência, essa água mais fria não desce mais e acaba solidificando. Esse gelo formado na superfície isola o restan- te da água, fazendo com que a temperatura no fundo do lago se conserve acima de 0 8C, possi- bilitando que a vida aquática possa continuar existindo. água a 0 °C gelo a 0 °C água a pouco menos de 4 °C A dilatação anormal da água faz com que apenas a superfície de um lago se solidifique. O gelo formado isola o restante da água (o gelo é péssimo condutor de calor), fazendo com que a temperatura no fundo do lago seja superior a 0 8C e, desse modo, preserve a vida animal e vegetal lá existente. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ravolume (cm3) 1,00020 temperatura (°C) 1,00040 1,00060 1,00080 1,00000 4 10 200 Nível 1Exercícios 48. Ao abastecer o carro num posto de gasolina, você compra o combustível por volume e não por mas- sa, isto é, você compra “tantos litros” e não “tan- tos quilogramas” de combustível. Assim, qual o melhor horário do dia para abastecer o carro se você quer fazer economia? 49. Um posto recebeu 5 000 L de gasolina num dia muito frio, em que a temperatura era de 10 8C. No dia seguinte, a temperatura aumentou para 30 8C, situação que durou alguns dias, o suficien- te para que a gasolina fosse totalmente vendida. Se o coeficiente de dilatação volumétrica da ga- solina é igual a 11 ? 1024 8C21, determine o lucro do proprietário do posto, em litros. 50. Um frasco de vidro, graduado em cm3 a 0 8C, contém mercúrio até a marca de 100,0 cm3, quando ainda a 0 8C. Ao se aquecer o conjunto a 120 8C, o nível de mercúrio atinge a marca de 101,8 cm3. Determine o coeficiente de dila- tação linear do vidro. Dado: coeficiente de dilatação do mercú- rio: gHg 5 18 ? 10 25 8C21 Resolução: A diferença de leitura corresponde à dilatação aparente do líquido, pois não podemos nos esquecer de que o frasco também dilatou: E.R. 2CONECTEFis_MERC18Sa_U1_Top6_p208a235.indd 227 7/7/18 2:16 PM 228 UNIDADE 1 | TERMOLOGIA Exercícios Nível 2 DVaparente 5 101,8 2 100,0 DVaparente 5 1,8 cm 3 Usamos a expressão da dilatação aparente dos líquidos: DVaparente 5 V0Agaparente Du Temos: 1,8 5 100,0 ? ga ? 120 ga 5 15 ? 10 25 8C21 porém: ga 5 gr 2 gf e gf 5 3af Portanto: 15 ? 1025 5 18 ? 1025 2 3af 3af 5 3 ? 10 25 af 5 avidro 5 1 ? 10 25 oC21 51. Um recipiente de volume V está cheio de um lí- quido a 20 8C. Aquecendo-se o conjunto a 70 8C, transbordam 5,0 cm3 de líquido. Esses 5,0 cm3 correspondem: a) à dilatação real do líquido. b) à dilatação aparente do líquido. c) à soma da dilatação real com a dilatação apa- rente do líquido. d) à diferença entre a dilatação real e a dilatação aparente do líquido. e) a três vezes a dilatação real do líquido. 52. Num recipiente de porcelana, graduado correta- mente em centímetros cúbicos a 30 8C, é colocado petróleo a 30 8C até a marca 500 cm3. Em seguida, eleva-se a temperatura do conjunto a 70 8C. Dados: coeficiente de dilatação cúbica do petró- leo 5 9,1 ? 1024 8C21; coeficiente de dilatação linear da porcelana 5 3,3 ? 1026 8C21. Determine: a) o coeficiente de dilatação aparente do petróleo, quando medido no frasco de porcelana; b) a marca atingida pelo petróleo no frasco, após o aquecimento; c) a dilatação real sofrida pelo petróleo. 53. (AFA-SP) Um recipiente tem capacidade de 3 000 cm3 a 20 8C e está completamente cheio de um deter- minado líquido. Ao aquecer o conjunto até 120 8C, transbordam 27 cm3. O coeficiente de dilatação apa- rente desse líquido, em relação ao material de que é feito o recipiente é, em 8C21, igual a: a) 3,0 ? 1025 b) 9,0 ? 1025 c) 2,7 ? 1024 d) 8,1 ? 1024 54. (OPF) Um recipiente de vidro, cujo coeficiente de di- latação térmica é 5 ? 1026 8C21, tem volume igual a 100 dm3 e está completamente cheio de um líquido à temperatura ambiente (20 8C). Ao ser aquecido até 60 8C nota-se que foram derramados 0,20 dm3 do líquido aquecido. Calcule a dilatação real do líquido. a) 0,30 dm3 b) 0,15 dm3 c) 0,11 dm3 d) 0,22 dm3 e) 0,32 dm3 55. (AFA-SP) Em um laboratório de Física é propos- ta uma experiência onde os alunos deverão construir um termômetro, o qual deverá ser constituído de um bulbo, um tubo muito fino e uniforme, ambos de vidro, além de álcool colo- rido, conforme a figura abaixo. O bulbo tem capacidade de 2,0 cm³, o tubo tem área de secção transversal de 1,0 ? 1022 cm² e compri- mento de 25 cm. No momento da experiên- cia, a temperatura no labo- ratório é 30 8C, e o bulbo é totalmente preenchido com álcool até a base do tubo. Sabendo-se que o coefi- ciente de dilatação do álcool é 11 ? 1024 8C21 e que o coeficiente de dilatação do vidro utilizado é des- prezível comparado ao do álcool, a altura h, em cm, atingida pelo líquido no tubo, quando o termômetro for utilizado em um experimento a 80 °C, é a) 5,50 b) 11,0 c) 16,5 d) 22,0 56. (Vunesp) Nos últimos anos temos sido alertados sobre o aquecimento global. Estima-se que, mantendo-se as atuais taxas de aquecimento do planeta, haverá uma elevação do nível do mar causada, inclusive, pela expansão térmica, cau- sando inundação em algumas regiões costeiras. R e p ro d u ç ã o /F A B , 2 0 1 7 2CONECTEFis_MERC18Sa_U1_Top6_p208a235.indd 228 7/7/18 2:16 PM 229TÓPICO 6 | DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS E DOS LÍQUIDOS Supondo, hipoteticamente, os oceanos como sistemas fechados e considerando que o coefi- ciente de dilatação volumétrica da água é apro- ximadamente 2 ? 1024 8C21 e que a profundidade média dos oceanos é de 4 km, um aquecimento global de 1 8C elevaria o nível do mar, devido à expansão térmica, em, aproximadamente: a) 0,3 m. b) 0,5 m. c) 0,8 m. d) 1,1 m. e) 1,7 m. 57. (UFPA) Um recipiente de vidro encontra-se com- pletamente cheio de um líquido a 0 8C. Quando o conjunto é aquecido até 80 8C, o volume do líquido que transborda corresponde a 4% do vo- lume que o líquido possuía a 0 8C. Sabendo que o coeficiente de dilatação volumétrica do vidro é de 27 ? 1026 8C21, determine o coeficiente de di- latação real do líquido. 58. Um recipiente de 200 cm3 de capacidade, feito de um material de coeficiente de dilatação volumétrica de 100 ? 1026 8C21, contém 180 cm3 de um líquido de coeficiente de dilatação cúbica de 1 000 ? 1026 8C21. A temperatura do sistema é de 20 8C. Qual a tempe- ratura-limite de aquecimento do líquido sem que haja transbordamento? 59. (UEA-AM) Em um experimento, foram colocados em um béquer de vidro graduado 100 cm³ de um líquido à temperatura de 293 K. Aquecendo-se o sistema até 393 K, obteve-se um novo volume do líquido igual a 101,13 cm³. Sendo o coeficiente de dilatação linear do vidro a 5 9 ? 1026 8C21, o coe- ficiente de dilatação térmica realdo líquido tem valor, em 8C21, igual a a) 9,0 ? 1024 b) 7,2 ? 1024 c) 5,6 ? 1024 d) 2,8 ? 1024 e) 1,4 ? 1024 60. (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas em sua utilização como combustível a massa é o que im- porta. Um aumento da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos: I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais quente do dia, pois estaria com- prando mais massa por litro de combustível. II. Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria comprando mais massa de combustível para cada litro. III. Se a gasolina fosse vendida por kg em vez de ser vendida por litro, o problema comercial decorrente da dilatação da gasolina estaria resolvido. Dessas considerações, somente: a) I é correta. b) II é correta. c) III é correta. d) I e II são corretas. e) II e III são corretas. 61. (UFG-GO) Num dia quente em Goiânia, 32 8C, uma dona de casa coloca álcool em um reci- piente de vidro graduado e lacra-o bem para evitar evaporação. De madrugada, com o ter- mômetro acusando 12 8C, ela nota, surpresa, que, apesar de o vidro estar bem fechado, o volume de álcool reduziu-se. Sabe-se que o seu espanto não se justifica, pois se trata do fenô- meno da dilatação térmica. A diminuição do volume foi de: a) 1,1%. b) 2,2%. c) 3,3%. d) 4,4%. e) 6,6%. Considere o coeficiente de dilatação térmica volu- métrica do álcool: gálcool 5 1,1 ? 10 23 8C21 @ gvidro 62. A 4 8C, a massa específica da água vale 1,0 g/cm3. Se o coeficiente de dilatação volumétrica real da água vale 2,0 ? 1024 8C21, qual é sua massa específica, na temperatura de 84 8C? Resolução: A densidade absoluta ou massa específica de uma substância varia com a temperatura, de acordo com a seguinte função: m 5 m 1 gDu(1 ) 0 Substituindo os valores conhecidos, temos: 1,0 1 2,0 10 804 m 5 1 ? ? 2 [ 0,98 g/cm3m > E.R. 63. A densidade absoluta de um material a 20 8C é 0,819 g/cm3 e seu coeficiente de dilatação volu- métrica vale 5 ? 1024 8C21. A que temperatura de- vemos levar esse corpo para que sua densidade absoluta torne-se igual a 0,780 g/cm3? 64. Uma substância tem massa específica de 0,78 g/cm3 a 25 8C e 0,65 g/cm3 a 425 8C. Qual o seu coefi- ciente de dilatação volumétrica? 2CONECTEFis_MERC18Sa_U1_Top6_p208a235.indd 229 7/7/18 2:16 PM