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369TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO ELETROMAGNETISMO MAISDESCUBRA 1. Bússolas foram instrumentos essenciais, especialmente, na época das grandes navegações. Atualmente, em função da popularidade dos aparelhos de GPS, são mais comuns como item de colecionadores. É possível, inclusive, baixar aplicativos para celular que simulam o uso de uma bússola real. Supondo que temos uma bússola real e um aplicativo que a simule, é correto afirmar que, considerando que o aplicativo funcione corretamente, ambas irão sempre apontar na mesma direção? Justifique. 2. Vimos anteriormente que o campo elétrico de um próton isolado, ou de um elétron isolado, é radial, mudando apenas o sentido. Uma linha de campo magnético também pode ser radial? É possível haver uma linha de campo magnético que seja absolutamente reta? 3. O que acontece com a agulha de um ímã se a pessoa tentar utilizá-lo exatamente em cima de um dos polos magnéticos da Terra? 3. O campo magnético Já sabemos que ímãs podem atrair pedaços de ferro ou mesmo atrair e repelir-se mutuamente. Todas essas ações podem ser verificadas sem que esses objetos es- tejam em contato direto, ou seja, são ações que se ma- nifestam mesmo à distância. Podemos, dessa maneira, estudar esses fenômenos estabelecendo que um ímã origina, na região que o envolve, um campo magnético. Além dos ímãs, uma corrente elétrica em um fio também pode criar um campo magnético, mas esse fenômeno será estudado a partir do próximo tópico. Do mesmo modo que existe um campo gravitacional ao redor da Terra e em torno de uma partícula eletrica- mente carregada há um campo elétrico, ao redor de um ímã existe um campo magnético. Para cada ponto do espaço que circunda um ímã, iremos definir um único vetor B& representativo desse campo magnético. O vetor B& será denominado vetor indução magnética (também pode ser chamado de vetor campo magnético). Direção e sentido de B& Já sabemos que na região do espaço ao redor do ímã existe um campo magnético. Se quisermos constatar a presença desse campo, podemos colocar uma pequena bússola, que vamos chamar de bússola de prova, em um ponto qualquer dessa região e aguardarmos o equilíbrio. A direção do vetor campo magnético B&, nesse ponto, é a direção assumida pelo eixo longitudinal da agulha magnética da bússola. O sentido de B & é o sentido para onde aponta o polo norte magnético da agulha mag- nética. A limalha de ferro nos fornece uma representação visual do campo magnético criado pelo ímã em forma de barra. Quando a agulha magnética da bússola fica em equilíbrio em um ponto P, estabelece a orientação do campo magnético B& para aquele ponto específico do espaço. N P S N B P h il D e g g in g e r/ A la m y /F o to a re n a B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 3CONECTEFIS_MERC18Sa_U3_Top1_p362a407.indd 369 9/13/18 9:48 AM 370 UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO Destacando a região onde a bússola se encontra, tem-se: P P N S reta que determina a direção de bússola de prova o sentido de B, no ponto P, é o mesmo para onde aponta o polo norte da bússola B B 4. Linhas de indução magnética De maneira similar às linhas de força de um campo elétrico, podemos utilizar linhas orientadas, chamadas aqui de linhas de indução ou linhas de campo magnético, para representarmos graficamente a variação de B& nas proximidades de um ímã. Por convenção, tem-se que: As linhas de indução de um campo magnético são linhas fechadas que, na parte externa do ímã, saem do polo magnético norte e chegam ao polo mag- nético sul. Internamente ao ímã, fazem o oposto. Em cada ponto do espaço, haverá um vetor campo magnético tangente às linhas de indução e que tem o mesmo sentido dessas linhas. Linhas de indução magnética de um ímã em forma de barra e a representação dos vetores campo magnético B& 1 e B& 2 , que são tangentes a uma dessas linhas nos pontos 1 e 2, respectivamente. O sentido do campo magnético gerado por um ímã em um ponto pode ser identificado por uma bússola. Se tivermos um conjunto de bússolas que nos per- mitam identificar os sentidos de vários vetores campos magnéticos, gerados por um ímã, em vários pontos do espaço, podemos, com a ajuda dessas bússolas, esboçar as linhas de indução magnética desse ímã. N S 1 2 B 1 B 2 B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra 3CONECTEFIS_MERC18Sa_U3_Top1_p362a407.indd 370 9/13/18 9:48 AM 371TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO ELETROMAGNETISMO Observação 1: Assim como as linhas de força de um campo elétrico, as linhas de indução de um campo magnético obede- cem à seguinte propriedade: Uma linha de indução é, em qualquer um de seus pontos, tangente a um vetor campo magnético. A intensidade do campo magnético no ponto 1 é maior que a intensidade do campo magnético no ponto 2, pois a densidade das linhas de campo na região 1 é maior do que na região 2. Ímã em formato de ferradura. Nas regiões destacadas entre os polos, os campos magnéticos são, no caso ideal, uniformes. 1 2 N S N 1 2 3 5 5 B 1 B 2 B 3 B 1 B 2 B 3 S Observação 2: Duas linhas de indução magnética não podem cruzar-se. Isso acarretaria que em um único ponto do espaço existissem dois campos magnéticos diferentes. 5. Campo magnético uniforme Se tivermos ímãs com formatos especiais, podemos, com boa aproximação, obter campos magnéticos praticamente uniformes. Vejamos alguns exemplos: B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Quanto maior a densidade de linhas de indução, maior será a intensidade do campo magnético nessa região. S e rg io D o tt a J r. /A c e rv o d a e d it o ra 3CONECTEFIS_MERC18Sa_U3_Top1_p362a407.indd 371 9/13/18 9:48 AM