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PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: 
INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CURSO I
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: 
INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CEPED/UFSC – Florianópolis, 2021 – 1ª EDIÇÃO
CURSO I
FICHA INSTITUCIONAL
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL – MDR
Ministro
Rogério Simonetti Marinho
SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – SEDEC
Secretário
Alexandre Lucas Alves
DEPARTAMENTO DE ARTICULAÇÃO E GESTÃO – DAG
Diretora
Karine da Silva Lopes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
Reitor
Prof. Ubaldo Cesar Balthazar, Dr.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEAD
Secretário de Educação a Distância
Prof. Luciano Patrício Souza de Castro, Dr.
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ENGENHARIA E DEFESA CIVIL – CEPED
Coordenador Geral
Prof. Amir Mattar Valente, Dr.
Coordenadora do Projeto
Profa. Ana Maria Bencciveni Franzoni, Dra.
Coordenador Técnico
Rafael Schadeck
FUNDAÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOCIOECONÔMICOS – FEPESE
Presidente
Prof. Raimundo Nonato de Oliveira Lima
CURSO I
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: 
INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
 30 horas
CURSO III
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: 
GESTÃO DE RISCO
 30 horas
CURSO II
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: 
ATUAÇÃO NO ÂMBITO MUNICIPAL
 30 horas
CURSO IV
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: 
GESTÃO DE DESASTRE
 30 horas
JORNADA 
DO ALUNO
GUIA DE AMBIENTAÇÃO – COMO LER O E-BOOK
Você sabia?
Direciona 
para materiais 
complementares a 
fim de aprofundar 
conhecimentos sobre 
determinado assunto.
Atenção! 
Destaca informações 
importantes que precisam 
ser vistas com maior atenção.
Está na lei
Reproduz o texto de uma 
lei, normativa ou decreto.
Trazendo 
para a realidade
Exemplifica como 
determinada diretriz, lei, 
regra ou determinação 
aplica-se na prática.
Nota 
Esclarece um 
termo ou aprofunda 
uma informação que 
está no corpo 
do texto.
O objetivo deste Guia de Ambientação é orientar você na leitura e utilização correta dos conteúdos dos cursos da Capacitação em Proteção e Defesa Civil. 
Este guia deve servir de base para que você encontre as informações necessárias para resolver suas dúvidas relacionadas ao que encontrar em cada tópico do material.
SIGLAS E ABREVIATURAS
AMC Adaptação às Mudanças Climáticas
ANA Agência Nacional de Águas
Cemaden Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Nacionais
Cenad Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
Cobrade Classificação e Codificação Brasileira de Desastres
Codar Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos
Conpdec Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil
Coredecs Coordenadorias Regionais de Defesa Civil
CPRM Serviço Geológico do Brasil
CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
DAG Departamento de Articulação e Gestão
DIRDN Década Internacional para Redução dos Desastres Naturais
DOP Departamento de Obras de Proteção e Defesa Civil
ECP Estado de Calamidade Pública
EIRD Estratégia Internacional de Redução de Desastres
FIDE Formulário de Informações do Desastres 
Funcap Fundo Especial para Calamidades Públicas 
Geacap Grupo Especial para Assuntos de Calamidades Públicas 
GRD Gestão de Riscos de Desastres 
GT Grupo de Trabalho
MDR Ministério do Desenvolvimento Regional
MJNI Ministério da Justiça e Negócios Interiores
ONU Organização das Nações Unidas
P&DC Proteção e Defesa Civil 
PNDC Política Nacional de Defesa Civil 
PNPDEC Política Nacional de Proteção e Defesa Civil 
RRD Redução de Riscos de Desastres 
SE Situação de Emergência
SEDC Sistema Estadual de Defesa Civil 
Sedec Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
Sedec (antigo) Secretaria Especial de Defesa Civil 
Sindec Sistema Nacional de Defesa Civil 
Sinpdec Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil
UNDRR Escritório das Nações Unidas para Redução de Risco de Desastres
Para atuar na área de Proteção e Defesa Civil (P&DC), você deve se preparar!
E um dos primeiros passos para isso é entender o histórico, os órgãos relacionados e a legislação 
aplicada à área. Para explicar melhor esses tópicos de estudo, o curso foi organizado em três unidades.
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CURSO I
MARCELO CAMARGO, AGÊNCIA BRASIL
SUMÁRIO
UNIDADE 1
A PROTEÇÃO 
E DEFESA CIVIL 
NO BRASIL 
página 10
UNIDADE 2
CONCEITOS 
PRELIMINARES 
 
página 43
UNIDADE 3
CONTEXTO 
DOS DESASTRES 
 
página 80
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS 
 
página 97
9CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
OBJETIVOS
Os conteúdos seguem uma linha de raciocínio: inicia-se falando sobre o histórico da Defesa Civil, 
na sequência, a discussão avança sobre os principais conceitos para, então encerrar apresentando 
o contexto dos desastres no Brasil e no mundo por meio de exemplos e dados históricos.
Realizando o curso com dedicação e atenção, ao final de seus estudos, você deve:
Compreender os principais conceitos 
relacionados a riscos e a desastres.
Conhecer os principais 
aspectos normativos.
Compreender a P&DC 
como política pública.
UNIDADE 1
A PROTEÇÃO 
E DEFESA CIVIL 
NO BRASIL 
D
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A
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11CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL NO BRASIL
MARCELLO CASAL JR, AGÊNCIA BRASIL
Nesta unidade será tratado sobre a 
Proteção e Defesa Civil Nacional, 
seus conceitos e o contexto em que 
está inserida. Para isso, o conteúdo 
aborda: o histórico da Defesa Civil; 
a Política Nacional de Proteção e 
Defesa Civil; o Sistema Nacional de 
Proteção e Defesa Civil; a Secretaria 
Nacional de Proteção e Defesa Civil 
e as atribuições da União, estados 
e municípios.
Comece seus estudos!
12CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
H istoricamente, o conceito de P&DC deriva de um esforço nacional para proteger populações expostas aos riscos de ataques militares e a grandes desastres. Na 
sua organização básica, foram incorporados cinco princípios voltados às ações de: 
HISTÓRICO
ORIGEM DA PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
ARQUIVO SEDEC
Atuação da P&DC
13CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Quando se resgata as origens da Defesa Civil, pode-se tomar como ponto 
de partida três momentos cruciais no seu desenvolvimento institucional:
ORIGENS DA DEFESA CIVIL
Em detalhes, o primeiro serviço implantado de de-
fesa civil teve início no Reino Unido, durante a Primeira 
Grande Guerra, após um bombardeio de áreas civis por 
 zepelins alemães, ocorrido em janeiro de 1915. Tal ex-
periência estimulou a criação de programas de P&DC em 
outros países nas décadas seguintes (anos 1920 e 1930), 
à medida que as ameaças de guerra e bombardeio aéreo 
aumentavam, especialmente após o início das ameaças 
de uso de armas nucleares. 
 Grande dirigível 
rígido de construção 
alemã, com carcaça 
metálica, usado para 
travessias do Atlântico 
na década de 1930 
(PRIBERAM, 2020).
períodos das duas grandes 
guerras mundiais (1914 – 
1918 e 1939 – 1945).
período pós-Guerra Fria 
e o início da era digital 
(1947 a 1991). 
1º e 2º momentos
3º momento
THE NATIONAL ARCHIVES, 1930
RICHARD R. GANCZAK, 1944
WIKIPEDIA
14CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
No entanto, foi apenas no final da Guerra Fria (1947 
a 1991) que o foco da defesa civil saiu da defesa con-
tra ataques militares para a prevenção, preparação 
e resposta de emergências, situações de crise e de-
sastres em geral. O novo conceito é descrito por vários 
termos, cada um com seu significado específico, como: 
» gerenciamento de crises;
» gerenciamento de emergências;
» preparação para emergências;
» planejamento de contingência;
» contingência civil;
» ajuda civil;
» proteção civil.
Assim, a história nos mostra que, no primeiro e se-
gundo período, as atençõesestiveram voltadas para o 
risco de ataques militares, principalmente aos ataques 
aéreos. Em seguida, após a dissolução da URSS no fim 
de 1991, o que marcou o fim da Guerra Fria e resultou 
em uma certa "tranquilidade" no mundo quanto aos ris-
cos de uma nova guerra intercontinental, os serviços 
de defesa civil passaram a atuar de maneira mais efeti-
va no atendimento de ocorrências de desastres.
Na esteira dos acontecimentos mundiais decorren-
tes da 2ª grande guerra, o Brasil instituiu a sua primei-
ra Defesa Civil no mesmo momento em que declarou 
guerra contra a Alemanha e os demais países que 
compunham o bloco do Eixo em 22 de agosto de 1942. 
 Vapor Itagiba era o navio brasileiro 
de carga e de passageiros.
Tal fato se deu após uma sequência de ataques aos 
navios de nacionalidade brasileira, ocupados por civis, 
entre os dias 15 e 17 de agosto do mesmo ano, torpede-
ados pelo submarino alemão U-507. 
As vítimas do vapor Itagiba foram resgatadas 
pelo cargueiro Arará, que também acabou atacado por 
torpedos pelo submarino alemão, indo à pique e cau-
sando a morte de 20 tripulantes e 36 passageiros.
ANTES:
Proteção para as família atingidas pelas guerras
DEPOIS:
Foco para prevenção, preparação e resposta
REPRODUÇÃO
15CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A notícia dos afundamentos fez com que a po-
pulação brasileira fosse às ruas exigindo do governo 
da época uma resposta imediata aos ataques, o que 
culminou na declaração de guerra do Brasil à Ale-
manha e à Itália e na criação do Serviço de Defesa 
Passiva Antiaérea, em agosto de 1942, tendo como 
referência o modelo britânico de proteção passiva. 
Isso se deve a uma difusão do que ocorria, principal-
mente no continente europeu, onde os países que 
abrigavam as grandes batalhas vinham, paulatina-
mente, desenvolvendo os seus serviços de prote-
ção a ataques aéreos.
Somente no ano seguinte, em 1943, a denomina-
ção de Defesa Passiva Antiaérea foi alterada para 
Serviço de Defesa Civil, sob a supervisão da Diretoria 
Nacional do Serviço da Defesa Civil, do então Ministério 
da Justiça e Negócios Interiores (MJNI). Este órgão aca-
bou sendo extinto em 1946, bem como suas respecti-
vas diretorias regionais criadas nos estados, territórios 
e no Distrito Federal, tendo em vista o fim da Segunda 
Grande Guerra e a reorganização do Ministério, que 
acabou criando, em 1946, o Conselho de Segurança 
Nacional ( Decreto nº 9.775, de 6 de setembro de 
1946), que passou a tratar das questões de segurança, 
dentre elas, a segurança global da população.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e diante 
do baixo risco de ataques militares, a reorganização 
do Serviço de Defesa Civil no Brasil foi se adaptando 
para atender as demandas originadas pelas ocorrên-
cias de desastres.
 O Decreto 
nº 9.775 foi revogado 
pelo Decreto-Lei nº 
348, de 1968.
ACERVO, FOLHAPRESS
ARAQUÉM DE ALCÂNTARA
As décadas de 
1960 e 1970 
representam 
o período em 
que o olhar do 
país se voltou a 
essas questões, 
motivado pelas 
fortes chuvas 
que assolaram a 
Região Sudeste 
(foto acima) e 
de uma intensa 
seca na Região 
Nordeste (foto 
ao lado), ocorrida 
entre os anos de 
1966 e 1967.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del9775impressao.htm
16CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Na busca por alcançar os anseios políticos em aten-
dimento aos eventos desses anos, já em 1967, com a 
criação do Ministério do Interior, uma série de organi-
zações estaduais emergiram com o viés de Defesa Civil. 
No entanto, antes da criação do Ministério do In-
terior, o estado da Guanabara, atual estado do Rio de 
Janeiro, ainda em 1966, após as chuvas intensas que 
provocaram inundações, enxurradas e deslizamen-
tos em seu território, constituiu um Grupo de Traba-
lho (GT) que teve como objetivo organizar métodos 
de mobilização dos órgãos de governo em casos de 
catástrofes. 
Esse GT foi responsável pela elaboração do primei-
ro Plano Diretor de Defesa Civil do estado da Guana-
bara, o qual atribuiu diretrizes de organização estadu-
al, tendo como exemplo a criação das Coordenadorias 
Regionais de Defesa Civil (Coredecs) e a definição de 
atribuições dirigidas aos órgãos que compunham o 
Sistema Estadual de Defesa Civil (SEDC), marcando, 
assim, a institucionalização da primeira estrutura esta-
dual de Defesa Civil no Brasil. 
A Sedec foi responsável por apoiar tecnicamente 
e administrativamente o Geacap, sendo, portanto, o 
embrião do que existe atualmente em pleno funcio-
namento, correspondendo à atual Secretaria Nacional 
de Proteção e Defesa Civil, de mesma sigla: Sedec.
As duas décadas seguintes, além de marcarem o 
término do século XX, o fim da Guerra Fria e o início 
da era digital, congregaram, também nesse período, 
os princípios da prevenção em Defesa Civil que emer-
giram paralelamente à evolução de uma consciên-
cia ambiental, impulsionada por diversas campanhas 
mundiais sobre a necessidade de preservação da na-
tureza e do meio ambiente. Foi nesse contexto que, em 
1988, se criou o Sistema Nacional de Defesa Civil (Sin-
dec), fortalecido dois anos após, quando a Organização 
das Nações Unidas (ONU) estabeleceu:
o ano de 1990 como o início da Década Internacional 
para Redução dos Desastres Naturais (DIRDN).
O Brasil, como um dos países signatários nessa inicia-
tiva da ONU – a qual tinha como objetivo central promo-
ver uma campanha voltada à redução de danos huma-
nos, materiais e prejuízos socioeconômicos provocados 
por desastres, especialmente nos países em desenvol-
vimento – elaborou um plano nacional de redução de 
desastres para a década de 1990, estabelecendo metas 
e programas a serem alcançados até o ano 2000.
 O Ministério do Interior tinha, entre suas 
competências, a missão de assistir às populações 
atingidas por calamidades públicas em todo 
território nacional.
Nos 10 anos seguintes, outros estados seguiram 
com a mesma iniciativa, como:
1970
 Rio Grande do Sul.
1972
 Paraná e Minas Gerais.
1973
 Santa Catarina.
1976
 São Paulo.
Os grandes avanços desse período foram notórios 
na esfera federal, com destaque para a criação:
» da instituição do Fundo Especial para Calamida-
des Públicas (Funcap), em 1969;
» do Grupo Especial para Assuntos de Calamida-
des Públicas (Geacap), em 1970;
» da Secretaria Especial de Defesa Civil (Sedec), 
em 1979.
17CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O referido documento resultou na então Política 
Nacional de Defesa Civil (PNDC), respaldada em qua-
tro princípios básicos:
1. Prevenção;
2. Preparação;
3. Resposta;
4. Reconstrução.
A partir desse momento, ganha força uma visão das 
fases do pré e do pós-desastre. 
Diante disso, as duas primeiras décadas do século 
XXI reuniram os anos em que a discussão em torno do 
tema Redução de Riscos de Desastres (RRD) ganhou 
força em escala mundial, com reflexos diretos na gestão 
federal e nas gestões estaduais e municipais no Brasil. 
Isso se deve às iniciativas da ONU, quando organizou as:
CONFERÊNCIAS MUNDIAIS
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
 A RRD visa prevenir 
novos riscos e reduzir 
riscos existentes, 
contribuindo para o 
fortalecimento da 
resiliência e, portanto, 
para o alcance do 
desenvolvimento 
sustentável. Uma 
política global de 
RRD é definida no 
Marco de Sendai e 
endossada pelas 
Nações Unidas para 
a Redução do Risco 
de Desastres 2015-
2030, cujo resultado 
esperado é: “A redução 
substancial do risco de 
desastres e de perdas 
em vidas, meios de 
subsistência, saúde 
e ativos econômicos, 
físicos, sociais, 
culturais e ambientais 
de pessoas, empresas, 
comunidades e países.” 
(UNISDR, 2015).
3ª Conferência 
Mundial para 
Redução de 
Riscos de 
Desastres,realizada em 
Sendai, capital 
de Miyagi, no 
Japão.
2ª Conferência Mundial 
para Redução de Desastres, 
realizada em Kobe, capital 
de Hyogo, no Japão.
2015
1ª Conferência Mundial 
para Prevenção de 
Desastres, realizada em 
Yokohama, capital de 
Kanagawa, no Japão.
1994
2005
O tema foi levantado pela ONU, em 1972, 
na Conferência de Estocolmo, evento que 
tratava sobre Meio Ambiente Humano. Vinte 
anos depois, o assunto voltou à tona e foi 
amplamente debatido na Conferência de 
1992, no Rio de Janeiro, a qual abordou uma 
série de aspectos que envolvem a relação 
entre Desenvolvimento e Meio Ambiente, e na 
Cúpula de Joanesburgo, em 2002, responsável 
por discutir sobre o Desenvolvimento 
Sustentável (LAGO, 2006).
18CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A 1ª Conferência Mundial (1994) apresentou a Es-
tratégia e Plano de Ação de Yokohama, primeiro plano 
voltado à instituição de uma política de redução de de-
sastres com orientações sociais comunitárias. Além de 
ser precursora da Estratégia Internacional de Redução 
de Desastres (EIRD/UNISDR) reiterando a importância 
da gestão do risco integrada em todos os âmbitos da 
defesa civil.
Como resultado da 2ª Conferência Mundial (2005), 
168 países membros da ONU, entre os quais o Brasil, 
foram signatários de um acordo denominado de Marco 
de Ação de Hyogo, no qual se instituiu aos países par-
ticipantes a adoção de um Quadro de Ações a serem 
desenvolvidas durante os 10 anos seguintes (2005 a 
2015), com o objetivo de construir a resiliência das na-
ções e das comunidades diante o risco de ocorrência 
de desastres.
Já a 3ª Conferência (2015) demonstrou claramente 
que há um amadurecimento e um avanço no debate 
acerca da RRD quando, nos mesmos moldes da confe-
rência anterior, o encontro teve como objetivos:
» Avaliar o avanço, alcance e lacunas na execução 
do Marco de Ações de Hyogo;
» Propor uma nova agenda com ações e metas a 
serem trabalhadas pelos países nos 15 anos se-
guintes (2015 – 2030).
Para essa nova fase, as ações desejadas tiveram 
Tanto o Marco de Hyogo como o Marco de 
Sendai são documentos que trazem em 
sua essência intenções de caráter político, 
e, em momentos diferentes, estabelecem 
responsabilidades aos governos em atendimento 
perante às necessidades de proteção da 
população e, consequentemente, estimulam 
os planejamentos estratégicos necessários à 
execução das ações programadas e promoção 
de uma cultura de prevenção a desastres. 
um caráter de continuidade e/ou complementarie-
dade às ações iniciadas entre 2005 e 2015. Da mesma 
forma, como foi estabelecido na conferência anterior, 
o evento realizado em 2015 instituiu um novo marco, 
denominado de Marco de Sendai. É o compromisso 
vigente que se estende até 2030.
Dessa vez, o objetivo abordou a prevenção e a RRD 
a partir da implementação de medidas que permeiam 
todas as áreas de gestão (economia, meio ambiente, 
desenvolvimento social, infraestruturas, saúde, edu-
cação, legislação e outras), integrando-as de forma 
que seja possível reduzir a exposição a perigos e tam-
bém a vulnerabilidade a desastres; assim como opor-
tunizar meios de otimização das ações de preparação 
para resposta e recuperação, tornando os organismos 
institucionais mais resilientes.
PRIORIDADES DO MARCO DE SENDAI
O Marco de Sendai propõe quatro prioridades a serem trabalhadas até 2030. São elas:
Compreensão do 
risco de desastres; 
Investimento na redução 
do risco de desastres para a resiliência;
Fortalecimento da governança 
para gerenciar o risco de desastres; 
Melhoria na preparação para desastres 
para uma resposta efetiva e “reconstruir 
melhor” (Build Back Better) na recuperação, 
reabilitação e reconstrução.
1 3
2 4
19CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Retomando o contexto nacional, observa-se que, após uma sequência de graves ocorrências de 
desastres – registradas a partir de 2008, em Santa Catarina, passando por Alagoas e Pernambuco, 
em 2010 e tendo como ápice o desastre da Região Serrana no Rio de Janeiro, em 2011 –, o país 
passou por sua última grande reformulação legal na área de P&DC.
WILSON DIAS, AGÊNCIA BRASIL
TÂNIA RÊGO, AGÊNCIA BRASIL
ANTÔNIO CRUZ, AGÊNCIA BRASIL
 Palmares (PE)
Blumenau (SC)
Petrópolis (RJ)
20CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
No Brasil, o processo teve início em 2009, com a 
1ª Conferência Nacional de Defesa Civil e Assistência 
Humanitária, cujos 1.500 delegados representantes 
dos estados, Distrito Federal e municípios brasileiros 
aprovaram 104 diretrizes, reafirmando, especialmen-
te, a importância do fortalecimento das instituições 
de Defesa Civil municipais. Esse conteúdo foi levado à 
Câmara dos Deputados e Senado Federal, com insta-
lação de comissões para discussão, e culminou com a 
aprovação da Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012.
Já em 2014, em Brasília, ocorreu a 2ª Conferência 
Nacional de Proteção e Defesa Civil com cerca de 1,5 
mil pessoas representando suas localidades no debate. E 
das mais de 900 propostas oriundas das etapas prepara-
tórias da conferência, foram priorizados 10 princípios e 30 
diretrizes, os quais orientam a continuação do processo 
[...] políticas e práticas de gestão de riscos 
de desastres baseadas numa compreensão 
do risco em todas as suas dimensões de 
vulnerabilidade, ameaça, capacidade, exposição 
de pessoas e bens, características dos perigos e 
meio ambiente.” (UNISDR, 2015, p. 10).
de aperfeiçoamento da cultura de P&DC em nosso país.
Atualmente, tanto a legislação quanto os especia-
listas da área orientam que as estruturas de P&DC de-
vem ser organizadas com a participação comunitária, 
incluindo a construção de:
Observe o exemplo das 
casas conjugadas, com baixa 
infraestrutura, em área íngreme 
e suscetível a deslizamentos. 
Aqui você pode ver um 
cenário suscetível a impactos 
de ameaças ou perigos, ou 
seja, trata-se de uma área 
vulnerável, com elementos 
(pessoas e bens) expostos. 
Esse exemplo permite compreender o risco em 
suas dimensões (assunto aprofundado na Unidade 
2 deste curso) e permite, também, enfatizar a neces-
sidade de medidas completas de atuação em P&DC. 
Diante disso, conclui-se que as ações de P&DC devem 
estar orientadas para: a gestão de riscos e de desas-
tres, o aumento da resiliência e o desenvolvimento 
sustentável. 
No contexto nacional, poderíamos dizer que o esta-
belecimento de uma agenda que priorize essas ações 
incluiria:
» A atualização do Banco de Dados de Registros 
de Desastres;
» A melhoria e ampliação do mapeamento dos 
riscos de desastres no Brasil;
» A constante atualização do Atlas Brasileiro de 
Desastres Naturais;
» A implantação efetiva do Plano Nacional de Pro-
teção e Defesa Civil;
» A continuidade e o aperfeiçoamento do Sistema 
de Informações e Monitoramento de Desastres;
» O aperfeiçoamento constante da Política Nacional 
de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), mediante a 
regulamentação da Lei nº 12.608/2012, por meio do 
Decreto nº 10.593/2020, com a finalidade de garan-
tir a efetividade dos direitos por ela assegurados;
» O aperfeiçoamento constante do Sistema Na-
cional de Proteção Civil (Sinpdec) em todos os 
níveis (federal, estadual e municipal).
MANU DIAS, GOVERNO DA BAHIA
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12608.htm
21CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Recapitulando, reveja os principais fatos que marcaram a história da P&DC, o seu conceito e o que institui a Lei nº 12.608/12:
Anos 1940
Primeiras iniciativas em 
resposta ao período de guerra. 
1970-1980
Foco ampliado para ações 
de preparação e resposta.
1990-2000
ONU estabelece a décadade 1990 como 
a Década Internacional para a Redução de 
Desastres Naturais; 1ª Conferência Mundial 
sobre Prevenção de Desastres Naturais 
em Hyokoama, em 1994; e a criação 
do Escritório das Nações Unidas para 
Redução de Riscos de Desastres em 1999.
1980-1990
Foco redefinido para ações de prevenção, 
preparação e resposta – ciclo dos desastres.
1960-1970
Primeiras estruturas com foco 
apenas nas ações de resposta.
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ARQUIVO MUNICIPAL DE CARAGUATATUBA, FUNDACC
REPRODUÇÃO
22CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
2005-2015
Criação, em 2005, do Centro Nacional de 
Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), sob a 
coordenação da Sedec, com o intuito de gerenciar as 
ações estratégicas de preparação e resposta a desastres 
em todo o território nacional; 2ª Conferência Mundial 
para Redução de Desastres, que aprova o Marco de 
Ação de Hyogo, com foco no aumento da resiliência 
das Nações e das Comunidades ante os desastres; 1ª 
Conferência Nacional de Defesa Civil e Assistência 
Humanitária em 2009, que aprova 104 diretrizes 
para o fortalecimento das instituições de defesa civil 
municipais; aprovação da Lei nº 12.608, de 10 de abril 
de 2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção 
e Defesa Civil (PNPDEC) e dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec); 2ª 
Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil, em 
2014, que aprova 10 princípios e 30 diretrizes para 
orientar a continuação do processo de aperfeiçoamento 
da cultura de P&DC.
2015-2030
3ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a 
Redução do Risco de Desastres que aprova o Marco 
de Ação de Sendai, reforçando a ideia da importância 
do aprimoramento do trabalho científico e técnico sobre 
a redução do risco de desastres, desenvolvimento 
sustentável e resiliência em todos os níveis e regiões.
No Brasil, o foco concentra-se no aperfeiçoamento 
da PNPDEC, que recentemente regulamentou a Lei 
nº 12.608/2012, por meio do Decreto nº 10.593, 
de 24/12/2020 com a finalidade de assegurar a 
efetividade dos direitos por ela previstos e a melhoria 
constante do Sinpdec.
A
R
Q
U
IV
O
, U
N
D
R
R
23CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
LEI Nº 12.608/2012
O que institui a 
Lei nº 12.608/2012?
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O que é Proteção e Defesa Civil (P&DC)?
A P&DC é um arranjo resultante de ações coordenadas pelos diferentes poderes do Estado, fortalecidas por entidades não 
governamentais e pela população; sendo somadas a meios viabilizadores, tais como legislações e planejamentos orçamentários. 
A P&DC é observada, na prática, pela atuação na Gestão de Risco e Gerenciamento de Desastres, como pode ser observado a seguir:
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
Prevenção Mitigação Preparação
Gestão de Risco
DepoisDuranteAntes
Gerenciamento de Desastres
Resposta Recuperação
DESASTRE
Política Nacional de 
Proteção e Defesa Civil
PNPDEC
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – Sinpdec
Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil – CONPDEC
24CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – PNPDEC
A PNPDEC determina os objetivos e as diretrizes a 
serem adotadas para a redução dos riscos de desas-
tres, visando garantir a segurança e o bem-estar da 
população e promover o desenvolvimento sustentá-
vel do país, em articulação com outras políticas pú-
blicas correlatas. Ela consolida as medidas definidas 
no Marco de Ação de Hyogo (2005), que compreende 
as ações de prevenção, mitigação, preparação, respos-
ta e recuperação, de forma articulada com as demais 
políticas públicas.
De acordo com o que propõe a Lei nº 12.608/2012, 
em seu parágrafo único, artigo 3º, a PNPDEC prevê 
também a integração das políticas. Ela diz que:
A PNPDEC deve integrar-se às políticas de 
ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, 
saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão 
de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, 
educação, ciência e tecnologia e às demais 
políticas setoriais, tendo em vista a promoção do 
desenvolvimento sustentável. (BRASIL, 2012).
ESTÁ NA LEI
 Entende-se como resiliência a capacidade de 
um sistema, comunidade ou sociedade exposta a 
perigos de resistir, absorver, acomodar, se adaptar, 
transformar e se recuperar dos efeitos de um evento 
adverso de maneira oportuna e eficiente, incluindo 
a preservação e a restauração de suas estruturas 
básicas essenciais e funções por meio da gestão de 
risco. (UNISDR, 2017, online).
O artigo 5º da mesma lei institui 15 objetivos com 
foco na RRD, promoção e continuidade de ações de 
P&DC, estimulação do desenvolvimento de cidades 
resilientes e processos sustentáveis de desenvolvi-
mento urbano.
Os principais avanços que se teve em relação à po-
lítica nacional nos últimos anos são:
» a integração com as diversas políticas públicas, 
tendo em vista a promoção do desenvolvimento 
sustentável;
» a instituição do plano nacional e dos planos es-
taduais de P&DC, além dos planos de contin-
gência em nível municipal;
» a criação do Sistema Integrado de Informações 
sobre Desastres;
» a profissionalização e qualificação permanente 
dos agentes de P&DC;
» o estabelecimento de Cadastro Nacional de 
municípios em áreas suscetíveis à ocorrência de 
deslizamentos de grande impacto;
» definição de atribuições e divisão de competên-
cias entre as três esferas administrativas; 
» a inclusão dos princípios da P&DC e a educação 
ambiental nos currículos do Ensino Fundamen-
tal e Médio.
25CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A PNPDEC tem como principal característica a sua 
natureza sistêmica que demanda a atuação integra-
da e articulada entre todos os atores responsáveis. Ela 
está fundamentada na Constituição Federal, que garan-
te a todos a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade. Portanto, tra-
ta-se de uma política pública com princípios, objetivos, 
diretrizes e estratégias orientadores da atuação do po-
der público e de suas relações com a sociedade.
DIRETRIZES DA PNPDEC
Estabelece no seu artigo 4º, incisos I a VI, da Lei nº 12.608/2012, as seguintes diretrizes:
I. Atuação articulada entre a União, os estados, o Distrito Federal e 
os municípios para redução de desastres e apoio às comunidades atingidas
Atuar de forma articulada significa estabelecer canais de comunicação e integração de 
ações entre os diferentes níveis de governo, visando ampliar a capacidade de gestão dos 
riscos de desastres, de forma a minimizar os impactos dos desastres, em especial nas 
áreas atingidas pelos eventos adversos. Essa articulação é importante para racionalizar 
e otimizar recursos, bem como para uma melhor avaliação dos riscos, já que muitas 
vezes o risco de um desastre pode ultrapassar as fronteiras entre municípios ou estados.
II. Abordagem sistêmica das ações
As ações que abrangem o ciclo de P&DC – prevenção, mitigação, preparação, resposta e 
recuperação – não devem ser tratadas de forma isolada, uma vez que a gestão integral 
dos riscos de desastres é complexa e abrangente. É indicado pensar em um ciclo de 
gestão com fases interligadas, complementares e continuadas.
III. Priorização das ações preventivas à minimização de desastres
As atividades de prevenção devem ser priorizadas, o que significa que se deixa de 
focar apenas na ocorrência do desastre. Assim, a ênfase deve ser em reduzir o risco e 
promover ações que tornem a população mais participativa na construção da resiliência 
e cada vez menos vulnerável em relação aos eventos adversos.
TÂNIA RÊGO, AGÊNCIA BRASIL
26CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃOEM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
IV. Adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das 
ações de prevenção de desastres relacionados aos corpos d’água
Boa parte dos desastres está relacionada aos cursos de água que se estendem para além 
das divisas municipais. Assim, a gestão do risco do desastre não deve ficar limitada ao 
munícipio. É de fundamental importância considerar a bacia ou as microbacias hidrográficas 
na análise dos riscos de desastres para poder compreender os problemas a serem tratados.
V. Planejamento com base em pesquisas e estudos 
sobre áreas de risco e incidência de desastres no território nacional
O conhecimento e a avaliação dos riscos de desastres devem ser a premissa para o 
planejamento das ações de P&DC, e, para isso, é importante o desenvolvimento de 
estudos e pesquisas que o fundamentem. Informações sobre o regime pluviométrico, 
características geomorfológicas do solo, secas, incêndios, entre outros, além de dados 
sobre as intervenções antrópicas, usos inadequados do solo, ocupações irregulares do 
território, infraestrutura e obras inapropriadas podem levar ao melhor conhecimento 
e avaliação dos riscos de desastres. Além disso, vale lembrar que a valorização do 
conhecimento empírico também faz parte dos estudos das áreas de risco.
VI. Participação da sociedade civil
A prevenção aos desastres é responsabilidade compartilhada do poder público, do 
setor privado e da sociedade. A participação da sociedade será mais efetiva se houver 
conscientização acerca dos riscos, ameaças e vulnerabilidades, bem como o comprometimento 
de todos. Nesse sentido, a educação é essencial como forma de conscientizar e capacitar a 
população para contribuir com a execução das atividades de P&DC. Trata-se de abrir-se para 
ouvir as demandas e o conhecimento popular, construindo, com a participação da população, 
o processo de mudança de cultura, por meio da adoção de práticas seguras para autoproteção 
e promoção da resiliência no território.
ARI SCHRAMM E HELENA MARQUARDT, ADR IBIRAMA
27CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – Sinpdec
A Defesa Civil no Brasil está organizada sob a forma de um sistema denominado 
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), coordenado pela Secretaria 
Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), pertencente ao Ministério do Desen-
volvimento Regional (MDR). Cabe ao Sinpdec a implementação da doutrina estabe-
lecida na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.
 O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) 
tem sua estrutura regimental e quadro de cargos/
funções organizados pelo Decreto nº 10.290, de 
24 de março de 2020, que revogou o Decreto 
nº 9.666, de 2 de janeiro de 2019. Algumas alterações 
na estrutura, remanejo e transformação de cargos 
foram necessários em face da fusão dos extintos 
Ministério das Cidades e Ministério da Integração 
Nacional (ato realizado por meio da Medida Provisória 
nº 870, de 1º de janeiro de 2019, convertida para Lei 
nº 13.844, de 18 de junho de 2019).
ORGANIZAÇÃO DA PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
coordena
O Sinpdec é constituído por órgãos e entidades da 
administração pública federal, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios e por entidades públicas e 
privadas de atuação significativa na área de P&DC, sob 
a centralização da Sedec. A lei prevê, ainda, a possibili-
dade de mobilização da sociedade civil para atuar em 
Situação de Emergência (SE) ou Estado de Calamida-
de Pública (ECP), no apoio logístico para o desenvolvi-
mento das ações de P&DC (BRASIL, 2020b).
Secretaria Nacional de 
Proteção e Defesa Civil 
Sedec
Ministério do Desenvolvimento Regional 
MDR
Doutrina estabelecida na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil 
PNPDEC
Sistema Nacional de 
Proteção e Defesa Civil 
Sinpdec
implementa
28CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
COMPOSIÇÃO DO SINPDEC
Representado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
Responsável por coordenar as ações de P&DC em todo o território nacional
Representado pelos órgãos de P&DC e órgãos setoriais 
em âmbito estadual, com coordenação de cada 
Coordenadoria e/ou Secretaria Estadual 
de Proteção e Defesa Civil
Representado pelos órgãos de P&DC 
e órgãos setoriais em âmbito municipal, 
com coordenação de cada órgão municipal
Representado pelos órgãos de P&DC e 
órgãos setoriais em âmbito federal, 
com coordenação da Sedec
Responsável pela articulação, coordenação
e execução do Sinpdec em nível estadual
Responsável pela articulação, coordenação
e execução do Sinpdec em nível federal
Responsável pela articulação, coordenação
e execução do Sinpdec em nível municipal 
Fonte: adaptado de Brasil (2012).
ESTRUTURA ESTADUALESTRUTURA FEDERAL ESTRUTURA MUNICIPAL
Entenda a composição do Sinpdec:
ÓRGÃO CENTRAL
29CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O bom trabalho e a integração dos órgãos que com-
põem um sistema produzem sinergia. Essa sinergia 
se traduz no esforço para alcançar objetivos e metas 
realizadas pelas várias partes envolvidas, trabalhando 
conjuntamente em prol de um bem comum. Assim: 
A ação organizada de forma integrada e global do 
Sinpdec proporciona um resultado multiplicador 
e potencializador, muito mais eficiente e eficaz do 
que a simples soma das ações dos órgãos que o 
compõem. (BRASIL, 2007, p. 10).
Semelhante à PNPDEC, o Sinpdec também foi es-
tabelecido pela Lei nº 12.608/2012. Vale destacar que 
todos os órgãos do Sinpdec têm atribuições relevan-
tes, incluindo a atuação de extrema importância dos 
órgãos municipais de P&DC, pois é no município que 
os desastres ocorrem e iniciam as primeiras ações de 
atendimento à população.
Significa que a população dos municípios irão sempre conviver com eventos naturais 
adversos, os quais tem se mostrado mais presentes nas últimas décadas. Esse aumento 
se dá tanto na frequência quanto na intensidade e, somados a um padrão histórico de 
urbanização inadequada e vulnerabilidade social, resultam em impactos humanos e 
econômicos crescentes. Além das ameaças naturais, os municípios estão expostos aos 
riscos que determinadas tecnologias – na forma de produtos ou processos industriais 
típicos das áreas urbanas – podem causar, como danos à saúde e ao meio ambiente.
FERNANDO FRAZÃO, AGÊNCIA BRASIL
30CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Em vista disso, no contexto do Sinpdec, são os 
municípios que devem identificar e conhecer sobre 
os riscos dos desastres locais e devem estar prepa-
rados para atender imediatamente as populações 
atingidas, reduzindo perdas, danos humanos, mate-
riais e ambientais.
Por isso a importância de investir esforços em P&DC, 
com o objetivo de realizar a gestão do risco de desas-
tres, construindo cidades mais seguras e resilientes e 
garantindo uma resposta pronta e eficiente para aten-
der aos desastres e situações de crise em geral. Essa 
deve ser a principal premissa do órgão de P&DC em 
âmbito municipal. 
Ainda de acordo com a Lei nº 12.608/2012, regula-
mentada pelo Decreto nº 10.593/2020, o sistema atua 
no planejamento, na articulação e na coordenação das 
ações de gerenciamento de riscos e de desastres no 
território nacional e é integrado pelo:
» Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil 
(Conpdec);
» Órgão e entidades do Sistema Federal de Prote-
ção e Defesa Civil;
» Órgão e entidades dos sistemas estaduais e Dis-
trital de P&DC;
» Órgão e entidades dos sistemas municipais de 
P&DC;
» Entidades privadas com atuação relevante na 
área de P&DC;
» Organizações da sociedade civil.
COMPOSIÇÃO DO CONPDEC
Atualmente o Conpdec é composto por representantes dos seguintes órgãos e entidades:
Conpdec
PRESIDENTE
Ministério do 
DesenvolvimentoRegional
Ministério 
do Meio Ambiente
Ministério da Justiça 
e Segurança Pública
Ministério 
da Cidadania
Órgãos estaduais 
ou distrital de P&DC
Ministério 
da Defesa
Órgãos municipais 
de P&DC
Ministério do 
Desenvolvimento Regional 
(Sedec)
Instituição de ensino 
e pesquisa com notório 
saber na área de GRD
Ministério 
da Saúde
Secretaria de Governo da 
Presidência da República
Organização da 
sociedade civil com 
atuação reconhecida 
na área de P&DC
31CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Antes de ver sobre a Sedec, veja a compilação das 
informações mais importantes relacionadas à legisla-
ção aplicada ao Sinpdec. Acompanhe o resumo:
De acordo com o artigo 14, do Decreto nº 10.593/2020, 
ao Conpdec, como órgão colegiado de natureza consul-
tiva, integrante da estrutura do MDR, compete propor:
I. os critérios para a elaboração do Plano 
 Nacional de Proteção e Defesa Civil e as medidas 
 necessárias ao cumprimento de suas metas; 
 
II. o monitoramento da implementação do 
 Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil; 
 
III. a criação de programas relacionados à 
 matéria de proteção e defesa civil; 
 
IV. a elaboração e a alteração de atos normativos 
 relacionados à matéria de proteção e defesa civil; 
 
V. os procedimentos destinados ao atendimento de 
 crianças, adolescentes, gestantes, pessoas idosas 
 e pessoas com deficiência em situação de 
 desastre, observada a legislação aplicável; e 
 
VI. as diretrizes complementares à implementação 
 da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. 
 
ESTÁ NA LEI
(BRASIL, 2020b).
RESUMO DAS LEGISLAÇÕES DO SINPDEC
ATO LEGAL TEMÁTICA
Lei nº 12.608/2012
(Conversão da Medida 
Provisória nº 547, de 2011)
Institui a PNPDEC, dispõe sobre o Sinpdec e sobre o Conpdec; autoriza a criação do 
Sistema de Informações e Monitoramento de Desastres, altera a Lei nº 12.340/2010, 
a Lei nº 10.257/2001, a Lei nº 6.766/1979, a Lei nº 8.239/1991 e a 
Lei nº 9.394/1996; e dá outras providências.
Lei nº 12.340/2010
(Conversão da Medida 
Provisória n° 494, de 2010)
Dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e às entidades 
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios para a execução de ações de 
prevenção em áreas de risco de desastres e de resposta e de recuperação em áreas 
atingidas por desastres e sobre o Funcap e dá outras providências.
Lei nº 12.983/2014
Altera a Lei nº 12.340/2010, para dispor sobre as transferências de recursos da União 
aos órgãos e às entidades dos estados, do Distrito Federal e dos municípios para a 
execução de ações de prevenção em áreas de risco e de resposta e recuperação em 
áreas atingidas por desastres e sobre o Funcap e demais providências.
CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA »
32CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
ATO LEGAL TEMÁTICA
Decreto nº 10.593/2020
Regulamenta a Lei nº 12.608/2012, dispondo sobre a organização e o funcionamento 
do Sinpdec e do Conpdec e abordando ainda questões relacionadas ao Plano Nacional 
de Proteção e Defesa Civil e o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres.
Decreto nº 7.257/2010
Regulamenta a Medida Provisória nº 494, de 2 de julho de 2010, para dispor sobre 
o Sinpdec, sobre o reconhecimento de SE e ECP, sobre as transferências de recursos 
para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais 
e reconstrução nas áreas atingidas por desastres e dá outras providências.
Instrução Normativa 
MDR nº 36/2020
Estabelece procedimentos e critérios para o reconhecimento federal e para 
declaração de SE ou ECP pelos municípios, estados e pelo Distrito Federal 
e dá outras providências.
Decreto nº 1.080/1994
Regulamenta o Funcap com o objetivo de financiar as ações de socorro, de 
assistência à população e de reabilitação de áreas atingidas e dá outras providências.
Portaria MI nº 413/2018
Define procedimentos sobre o envio de informações e alertas à população pelos 
órgãos e entidades municipais e estaduais de P&DC.
FER
N
A
N
D
O
 FR
A
ZÃ
O
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G
ÊN
C
IA
 B
R
A
SIL Fonte: adaptado Brasil (2021).
33CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – Sedec
A Sedec integra a estrutura organizacional do MDR, 
atuando como órgão específico singular, sendo res-
ponsável por uma das áreas finalísticas de competên-
cia do Ministério.
Conforme o Decreto nº 10.593/2020 estabelece 
em seu artigo 5º, a Sedec exerce o papel de órgão 
central do Sinpdec e de coordenação do PNPDEC. 
Dentre suas competências principais estão a coorde-
nação e o suporte técnico ao Sinpdec, além da articu-
lação com as entidades do âmbito federal.
Cabe também à Sedec:
» Implementar normas, instrumentos, programas 
e ações relacionadas à proteção, à defesa civil e 
à gestão de riscos e de desastres;
» Promover o treinamento de recursos humanos 
para ações de P&DC, gestão de riscos e de de-
sastres;
» Coordenar e promover ações conjuntas dos ór-
gãos integrantes do Sinpdec, em articulação com 
os estados, o Distrito Federal e os municípios.
COMPETÊNCIAS DA SEDEC
São exercidas, de forma integrada, pelos seguintes órgãos:
DAG
Departamento de 
Articulação e Gestão;
DOP
Departamento de Obras 
de Proteção e Defesa Civil;
Cenad
Centro Nacional de Gerenciamento 
de Riscos e Desastres.
ARQUIVO SEDEC
34CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Já ao DOP compete desenvolver e implementar 
programas, apoiar projetos e obras de prevenção em 
áreas de risco de desastres, de restabelecimento de 
serviços essenciais e de reconstrução. 
O DOP, por meio de suas três Coordenações-Gerais 
(Coordenação Geral de Restabelecimento e Recons-
trução, Coordenação Geral de Prevenção e Programas 
Estratégicos e Coordenação Geral de Estudos e Avalia-
ção), atua ainda na:
» Coordenação, em âmbito nacional, das ações 
de prevenção, restabelecimento e recuperação 
em apoio aos órgãos estaduais, distritais e mu-
nicipais de P&DC;
» Articulação, em âmbito nacional, das intervenções 
estruturantes de prevenção em áreas de risco de 
desastres, restabelecimento e reconstrução;
» Análise e acompanhamento da execução de 
convênios, termos de compromissos, contratos 
e outros instrumentos relacionados com às suas 
competências.
Como esses departamentos estão decompostos 
em coordenações, você os vê detalhadamente no or-
ganograma que demonstra a composição da Sedec ao 
final deste tópico.
De forma resumida, pode-se dizer que ao DAG 
compete a gestão das transferências de recursos da 
Sedec e a articulação com o Sinpdec. Por meio de suas 
duas Coordenações-Gerais (Coordenação Geral de 
Gestão e Coordenação Geral de Articulação do Sinp-
dec), o DAG atua:
» Na supervisão da elaboração do plano plurianu-
al, do plano estratégico e dos orçamentos anu-
ais da Sedec, incluindo o acompanhamento da 
execução orçamentária e financeira;
» Na proposta e aperfeiçoamento dos normativos 
relacionados às ações de P&DC e gestão de ris-
cos e de desastres;
» No fortalecimento e capacitação do Sinpdec.
Finalmente, ao Cenad compete promover o de-
senvolvimento de estudos relacionados à avaliação e 
mapeamento de riscos, realizar as ações de monitora-
mento e preparação para desastres, além de articular 
o apoio federal para o desenvolvimento de ações de 
resposta em âmbito nacional.
Por meio de suas duas Coordenações-Gerais (Coor-
denação Geral de Gerenciamento de Riscos e Coorde-
nação Geral de Gerenciamento de Desastres), o Cenad 
atua ainda na:
» Difusão de alertas de desastres e orientação so-
bre ações de preparação para estados, Distrito 
Federal e municípios;
» Análise das solicitações de reconhecimento fe-
deral de SE ou de ECP;
» Analise das solicitações de apoio complementar 
para assistênciaàs vítimas de desastres em su-
porte aos estados, municípios e Distrito Federal;
» Mobilização e coordenação de equipes ope-
racionais integrantes do Sinpdec nas ações de 
resposta em apoio a Entes Federativos afetados 
por desastres.
Conheça todas as competências da Sedec no site do MDR.
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/protecao-e-defesa-civil/competencias
35CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
ESTRUTURA DA SEDEC
Compreenda melhor a estrutura da 
Sedec pelo organograma a seguir:
Fonte: adaptado do MDR (2021).
COORDENAÇÕES-GERAIS COORDENAÇÕES ESPECÍFICAS
CGG Coordenação-Geral de Gestão
CGA Coordenação-Geral de Articulação do Sinpdec
CGGR Coordenação-Geral de Gerenciamento de Riscos
CGGD Coordenação-Geral de Gerenciamento de Desastres
CGRR CG. de Restabelecimento e Reconstrução
CGPP CG. de Prevenção e Projetos Estratégicos
CGEA Coordenação-Geral de Estudos e Avaliação
CSP Coordenação de Sistematização de Processos
CPP Coordenação de Planejamento e Projetos
COIR Coord. de Orçamento e Instrumentos de Repasse
CN Coordenação de Normatização
CFA Coordenação de Fortalecimento e Capacitação
CPRE Coordenação de Preparação
COARI Coordenação de Análise de Riscos
CMA Coordenação de Monitoramento e Alerta
CRSA Coord. de Reconhecimento, Socorro e Assistência
COD Coordenação de Operações em Desastres
Core Coordenação de Reconstrução
Corse Coord. de Restabelecimento de Serviços Essenciais
Cope Coordenação de Prevenção
CPE Coordenação de Programas Estratégicos
CEI Coordenação de Estudos Integrados
COA Coordenação de Avaliação
Secretaria Nacional de 
Proteção e Defesa Civil – Sedec
Departamento de 
Articulação e Gestão – DAG
Centro Nacional de Gerenciamento 
de Riscos e Desastres – Cenad
Departamento de Obras de 
Proteção e Defesa Civil – DOP
Gabinete – GAB-Sedec
COORDENAÇÕES-GERAIS
COORDENAÇÕES
CGG CGGD CGRR CGPP CGEACGGRCGA
CSP
CPP
COIR
CN
CFA
CPRE
COARI CRSA
CMA
COD
Core
Corse
Cope
CPE
CEI
COA
36CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
ATRIBUIÇÕES DA 
UNIÃO, ESTADOS 
E MUNICÍPIOS
Mais uma vez é necessário se fundamentar na Lei 
nº 12.608/2012 para tratar das atribuições dos Entes 
Federados em relação à P&DC no Brasil. Assim, em 
seu artigo 9º, a lei estabelece que compete a todos 
os Entes Federados o desenvolvimento de uma cul-
tura nacional de prevenção de desastres destinada 
ao desenvolvimento da consciência nacional acerca 
dos riscos de desastre em todo o país.
União
Especificamente em âmbito federal, como já dito, 
a Sedec representa a União como órgão central do 
Sinpdec. É ela a responsável por coordenar as ações 
de P&DC em todo o território nacional, com o objetivo 
de reduzir os riscos de desastres, compreendido pelas 
ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta 
e recuperação, de forma multissetorial e nos três níveis 
de governo (federal, estadual e municipal), buscando 
integração e ampla participação comunitária.
O artigo 6º da Lei 
nº 12.608/2012 
estabelece como 
competência 
da União, 
entre outras 
atribuições, 
a expedição 
de normas 
e diretrizes 
gerais para a 
implementação 
e execução da 
Política Nacional 
de Proteção 
e Defesa Civil 
(PNPDEC), 
bem como a 
coordenação 
do Sinpdec, em 
articulação com 
os estados, o 
Distrito Federal e 
os municípios. 
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37CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Estado
Por sua vez, em âmbito estadual, todas as Unida-
des Federativas no Brasil possuem um órgão respon-
sável por desenvolver as atividades de P&DC em seus 
respectivos territórios. Esses órgãos são responsáveis 
pela articulação, coordenação e execução do Sinpdec 
em nível estadual.
Para que isso ocorra, é importante que haja a ins-
titucionalização da política, aprovada em lei estadual, 
que indique com clareza:
» As competências e as formas de articulação do 
estado e dos municípios relativas às atividades 
de P&DC;
» Os órgãos e instituições que devem atuar, isto 
é, os membros do sistema de P&DC no âmbito 
estadual;
» A forma de atuação desses órgãos;
» Os mecanismos de articulação com os órgãos 
setoriais;
» As formas de participação da população.
A institucionalização estadual da PNPDEC estabele-
cerá o marco referencial para a atuação administrativa 
dos órgãos estaduais de P&DC, assim como dos inte-
grantes do Sinpdec no estado (órgãos setoriais, de apoio, 
setor privado, entidades comunitárias, entre outros). 
É no artigo 7º da 
mesma lei que 
está estabelecida 
a competência 
das Unidades 
Federativas que, 
entre outras 
atribuições, 
devem executar a 
PNPDEC em seu 
âmbito territorial, 
coordenar as 
ações do Sinpdec 
em articulação 
com a União e 
os municípios 
e instituir o 
Plano Estadual 
de Proteção 
e Defesa Civil 
correspondente.
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38CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
Município
 
Em relação aos órgãos municipais de P&DC, de 
acordo com o artigo 8º da Lei nº 12.608/2012, entre 
outras atribuições, estão a execução da PNPDEC e a 
coordenação das ações do Sinpdec em âmbito local, 
ambos em articulação com a União e os estados, assim 
como a incorporação das ações de P&DC no planeja-
mento municipal.
No entanto, 
apenas planos 
bem elaborados 
pelos órgãos 
de governo não 
são suficientes. 
É preciso que 
a comunidade 
seja envolvida 
para participar 
das atividades de 
P&DC no espaço 
municipal, 
atuando em 
parceria com a 
administração 
pública desde o 
planejamento até 
a execução das 
ações de P&DC.
A partir desse conhecimento, é possível prepa-
rar-se para enfrentá-los, utilizando-se de planos 
para prevenir e mitigar os riscos de desastres, bem 
como para responder e recuperar-se de seus efei-
tos, construindo cidades com capacidade de resis-
tir, absorver ou se recuperar de forma eficiente dos 
efeitos de um desastre. 
Dentre as funções primordiais do órgão municipal de P&DC 
está conhecer e identificar os riscos de desastres no município. 
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39CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
COMPETÊNCIAS EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL PARA CADA ESFERA
Confira no quadro a seguir as atribuições que competem à esfera municipal, estadual e federal:
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
Sistema Nacional de 
Proteção e Defesa Civil (Sinpdec)
Coordenar as ações do Sinpdec 
em articulação com os estados, o 
Distrito Federal e os municípios.
Coordenar as ações do Sinpdec em 
âmbito estadual em articulação com a 
União e os municípios.
Coordenar as ações do Sinpdec em âmbito 
local em articulação com a União e os estados.
Política Nacional de Proteção 
e Defesa Civil (PNPDEC)
Expedir normas para a implementação 
e execução da PNPDEC.
Executar em âmbito estadual a PNPDEC. Executar localmente a PNPDEC.
Plano de Proteção e Defesa civil
Instituir em seu âmbito. Instituir em seu âmbito. Incorporar as ações de P&DC no 
planejamento municipal.
Sistema de Informações 
de desastres – S2ID
Instituir e manter sistema de informações de 
monitoramento de desastres, em ambiente 
informatizado, visando o oferecimento de 
informações atualizadas para prevenção, 
mitigação, alerta, resposta e recuperação em 
situações de desastre em todo o território nacional.
Fornecer dados e informações sobre 
desastres e processos de reconhecimento 
e transferência de recursos.
Registrar desastres ocorridos no estado.
Consultar e acompanhar processos de 
reconhecimento federal de SE ou ECP e 
processos de transferência de recursos 
para ações de resposta e recuperação.
Registrar desastres ocorridos no município.
Consultar e acompanharprocessos de 
reconhecimento federal de SE ou ECP e 
processos de transferência de recursos 
para ações de resposta e recuperação.
Conheça mais sobre o S2ID.
CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA »
https://s2id.mi.gov.br/paginas/sobre.xhtml
40CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
Áreas de risco
Apoiar os estados, o Distrito Federal e os 
municípios no mapeamento das áreas de risco, 
nos estudos de identificação de ameaças, 
suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de 
desastre e nas demais ações de prevenção, 
mitigação, preparação, resposta e recuperação.
Identificar e mapear as principais áreas de risco, 
em articulação com a União e os municípios.
Apoiar os municípios no levantamento 
das áreas de risco.
Estabelecer medidas de segurança contra
desastres nas proximidades de escolas e
hospitais situados em áreas de risco.
Identificar e mapear as principais 
áreas de risco no território municipal.
Promover a fiscalização das áreas de risco de 
desastre e vedar novas ocupações nessas áreas.
Vistoriar edificações e áreas de risco e promover, 
quando for o caso, a intervenção preventiva e a 
evacuação da população das áreas de alto risco 
ou das edificações vulneráveis.
Manter a população informada sobre as áreas de 
risco e sobre como agir diante de emergências.
Elaborar planos de contingência 
e realizar simulados.
Estabelecer medidas de segurança 
contra desastres em escolas e hospitais 
em áreas de risco.
CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA »
Conheça mais exemplos de planos de contingência no Banco de Boas Práticas do MDR.
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/protecao-e-defesa-civil/capacitacoes-e-boas-praticas
41CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
Decretação de SE ou ECP
Instituir e manter sistema próprio para 
o reconhecimento em nível federal.
Estabelecer critérios e condições para a 
declaração e o reconhecimento de SE e ECP.
Apoiar a União, quando solicitado, na 
homologação do decreto municipal de SE e ECP.
Declarar SE ou ECP, quando for 
o caso, em nível estadual.
Declarar SE ou ECP.
Avaliar danos e prejuízos.
Promover a coleta, a distribuição e o controle 
de itens de assistência e suprimentos em 
situações de desastre.
Organizar e administrar abrigos provisórios 
ou prover solução de moradia temporária 
às famílias atingidas por desastres.
Monitoramento de 
riscos meteorológicos, 
hidrológicos e geológicos
Realizar ações de monitoramento e alerta 
em articulação com os estados, o Distrito 
Federal e os municípios.
Emitir avisos e alertas em articulação
com Centros de Monitoramento oficiais. 
Instituir e manter cadastro nacional de 
municípios com áreas suscetíveis à 
ocorrência de desastres.
Realizar ações de monitoramento e alerta 
em articulação com a União e os municípios.
Emitir avisos e alertas em articulação 
com Centros de Monitoramento oficiais.
Realizar ações de monitoramento e alerta 
em articulação com a União e os estados.
Criar centros de monitoramento locais 
para emitir avisos e alertas em articulação 
com a União e os estados.
Manter a população informada sobre riscos 
e a ocorrência de eventos extremos.
Organizar e administrar a emissão 
de alerta e alarme.
CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA »
42CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
Promoção de 
estudos e capacitação
Promover estudos e fomentar a pesquisa 
sobre riscos e desastres no âmbito nacional.
Oferecer capacitação de recursos humanos 
para as ações de P&DC. 
Oferecer capacitação de recursos 
humanos para as ações de P&DC. 
 
Oferecer capacitação de recursos humanos 
para as ações de P&DC.
Mobilizar e capacitar os radioamadores 
para atuação na ocorrência de desastres.
Cultura de prevenção 
de riscos e desastres
Desenvolver uma cultura nacional 
de prevenção de riscos e desastres.
Apoiar a comunidade docente no 
desenvolvimento de materiais didáticos 
relacionados ao desenvolvimento da 
cultura de prevenção de desastres.
Estimular comportamentos preventivos 
capazes de evitar ou minimizar a ocorrência 
de desastres em âmbito nacional.
Desenvolver a cultura de prevenção 
de riscos e desastres em âmbito estadual.
Estimular comportamentos preventivos 
capazes de evitar ou minimizar a ocorrência 
de desastres em âmbito estadual.
Desenvolver a cultura de prevenção de 
riscos e desastres em âmbito municipal.
Estimular comportamentos preventivos 
capazes de evitar ou minimizar a ocorrência 
de desastres em âmbito municipal.
Fonte: adaptado de Brasil (2017c, 2020c).
Mais detalhes sobre as funções e estrutura dos órgãos 
municipais estão na próxima unidade. Siga conosco!
UNIDADE 2
CONCEITOS 
PRELIMINARES 
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44CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
CONCEITOS PRELIMINARES
ARQUIVO SEDEC
Nesta unidade você deve refletir 
sobre as principais discussões que 
se articulam às ações de um gestor 
de proteção e defesa civil, reunindo 
alguns pressupostos do contexto 
internacional com definições que 
permitem compreender o processo 
do desastre, por meio da gestão 
integrada de risco em P&DC.
45CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A o final dos seus estudos, você deve conseguir recordar detalhes do contexto internacional e 
reconhecer algumas definições fundamentais para o 
entendimento do processo de desastre, desde a sua 
ocorrência até a sua gestão adequada.
Para começar a compreender esse tema, você deve 
saber que os estudos sobre riscos e desastres ocorrem 
em todo o mundo e têm na Organização das Nações 
Unidas (ONU) uma das referências mais importan-
tes e difundidas. Ao longo de décadas, profissionais e 
pesquisadores trabalham atualizando conceitos e dire-
trizes de gestão para, cada vez mais, adequarem-se à 
realidade de nossa sociedade. 
Conforme estudado na Unidade 1, é nesse contexto 
que a ONU estabeleceu a década de 1990 como a Dé-
cada Internacional para a Redução de Desastres Na-
turais. A partir desse período, alguns acontecimentos 
foram fundamentais para a evolução dessa temática. 
Acompanhe na linha do tempo.
Yokohama
LINHA DO TEMPO
1994
Ocorre a 1ª Conferência 
Mundial sobre Prevenção de 
Desastres Naturais na cidade 
de Yokohama, no Japão.
1999
Lançamento da Década Internacional para 
Redução de Desastres Naturais (IDNDR, na 
sigla em inglês), quando a ONU passou a fazer 
recomendações sobre a importância da criação 
de redes associativas interdisciplinares para a 
investigação integrada e aplicada em todos os 
campos relacionados com a gestão do risco.
2000
As Nações Unidas estabelecem a Estratégia 
Internacional para Redução de Desastres 
(UNISDR, na sigla em inglês) como uma força-
tarefa e uma secretaria sob a autoridade direta do 
Subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários, 
definindo o Dia Internacional para Redução de 
Desastres para segunda quarta-feira de outubro.
2015
A 3ª Conferência Mundial para Redução 
de Riscos de Desastres validou o Marco de 
Sendai. Ambos os acordos, tanto o Marco de 
Ação de Hyogo quanto o Marco de Sendai, 
reforçam a importância do aprimoramento do 
trabalho técnico e científico sobre a RRD e sua 
mobilização por meio da coordenação de redes 
existentes e de institutos de pesquisa científica 
em todos os níveis e regiões. O Marco de Sendai 
está vigente até o ano de 2030. 
2005
As recomendações apontadas após a criação 
da UNSDR foram reiteradas na 2ª Conferência 
Mundial para Redução de Desastres, que 
aprovou o Marco de Ação de Hyogo, como 
compromisso das nações para execução de 
políticas públicas relacionadas ao tema. Esse 
compromisso teve sua vigência iniciadaa partir 
da data de realização da conferência e vigorou 
até o ano de 2015.
As informações completas sobre 
os acontecimentos citados acima 
você encontrará, em inglês, no 
site da UNDRR. Fonte: Ceped/UFSC (2021).
https://www.undrr.org/about-undrr/history
46CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O United Nations Office for Disaster Risk 
Reduction (UNDRR) surgiu como estratégia 
internacional das Nações Unidas para 
redução de desastres, correspondendo 
pela sigla ISDR em inglês ou EIRD 
(Estratégia Internacional das Nações 
Unidas para Redução de Desastres) em 
português. 
Com o avanço da importância do tema, 
passou para o status de escritório, 
assumindo a denominação United Nations 
Office for Disaster Risk Reduction, ou 
seja, Escritório das Nações Unidas para 
Redução de Desastres. Hoje, como retrato 
da evolução conceitual, o escritório tem 
a missão de servir como ponto focal da 
ONU para a coordenação da Redução de 
Risco de Desastres (RRD em português 
ou DRR em inglês) em todo o mundo, 
respondendo pela sigla UNDRR. 
Esses conceitos são desenvolvidos mais 
detalhadamente ao longo desta unidade, tenha atenção!
Como visto, o Marco de Sendai, validado na 3ª Con-
ferência Mundial das Nações Unidas sobre a Redução 
de Riscos de Desastres, teve papel fundamental para 
reforçar a importância do aprimoramento do trabalho 
técnico e científico sobre a RRD e sua mobilização. 
Esse importante acordo também dispõe em sua prio-
ridade 1 sobre a compreensão clara do risco e suas 
dimensões. Veja:
As políticas e práticas para a gestão do 
risco de desastres devem ser baseadas em 
uma compreensão clara do risco em todas 
as suas dimensões de vulnerabilidade, 
capacidade, exposição de pessoas e bens, 
características dos perigos e meio ambiente. 
Tal conhecimento pode ser aproveitado 
para realizar uma avaliação de riscos pré-
desastre, para prevenção e mitigação e para 
o desenvolvimento e a implementação de 
preparação adequada e resposta eficaz a 
desastres. (UNISDR, 2015, p. 10).
Marco de Sendai
PRIORIDADE 1. COMPREENSÃO DO RISCO DE DESASTRES. 
ARQUIVO, UNDRR
47CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O tempo vem demonstrando que os compromis-
sos estabelecidos nas Conferências Mundiais têm sido 
importantes instrumentos para aumentar a percepção 
pública e corporativa sobre a RRD, gerando compro-
misso político, concentrando e catalisando as ações de 
uma série de partes interessadas em todos os níveis.
Como resultado, observa-se uma diminuição da 
mortalidade em alguns casos de desastres, eviden-
ciando que a “[...] redução do risco de desastres é um 
investimento custo-eficiente na prevenção de perdas 
futuras.” (UNISDR, 2015, p. 3).
No entanto, os desastres continuam a gerar diversos 
impactos, e estudos indicam que a exposição de pes-
soas e bens crescem em escala maior e mais veloz do 
que a redução da vulnerabilidade. Tendo como conse-
quência “[...] novos riscos e um aumento constante em 
perdas por desastres, com significativo impacto sobre a 
Evidências e relatórios em diversos âmbitos demonstram que, desde a 
aprovação do Marco de Ação de Hyogo (2005-2015) e do Marco de Sendai 
(2015-2030), houve um significativo avanço na RRD em âmbito local e global. 
economia, a sociedade, a saúde, a cultura e o meio am-
biente, a curto, médio e longo prazo [...]. É urgente e fun-
damental prever, planejar e reduzir o risco de desastres, 
a fim de proteger de forma mais eficaz pessoas, comu-
nidades e países, seus meios de vida, saúde, patrimônio 
cultural, patrimônio socioeconômico e ecossistemas, 
fortalecendo, assim, sua resiliência.” (UNISDR, 2015, p. 4).
Para tanto, o primeiro passo é compreender os 
conceitos associados à RRD, expressão tão utilizada 
pelas Nações Unidas e órgãos de P&DC em todo o 
mundo. Para começar, você deve compreender a ideia 
de construção social do risco e sua implicação para o 
entendimento de gestão de riscos de desastres (GRD), 
passando tanto pelos aspectos normativos e legais 
como pelos teóricos, técnicos e práticos.
No próximo tópico, o risco e seus elementos são os 
temas focais de estudo. Siga alerta!
Perceba que, apesar do conteúdo que 
se segue apresentar-se de forma densa, 
a proposta é concentrar toda a parte 
conceitual neste início de curso para facilitar 
sua retomada sempre que necessário. Ou 
seja, no decorrer das outras unidades de 
estudos dessa capacitação, alguns conceitos 
serão abordados de forma mais aplicada, 
e, se houver necessidade de reforçar suas 
definições, você sabe que pode retornar a este 
ponto do conteúdo.
48CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A construção social do risco, ou produção social 
do risco, remete à ideia de que entre os fatores gerado-
res das circunstâncias de risco sempre haverá um pro-
cesso social (interação do ser humano com o ambiente) 
que os desencadeiam. São problemas de desenvolvi-
mento, na maior parte das vezes relacionados ao plane-
jamento inadequado do uso e ocupação do solo.
Portanto, é fundamental aos gestores públicos, em 
especial, e a toda a sociedade, de forma geral, com-
preender que riscos, e consequentemente desastres, 
são resultado da intervenção humana no ambiente. 
Isso explica por que a expressão “desastres naturais” 
está cada vez mais em desuso, dando-se preferência 
ao emprego da expressão “desastres” apenas.
Essa mudança é sutil e ainda está em processo de 
consolidação. Veja, por exemplo, que a própria Lei nº 
12.608/2012 ainda utiliza a expressão “desastres natu-
rais”, assim como a Classificação e Codificação Brasi-
leira de Desastres (Cobrade), ao dividir os desastres em 
naturais ou tecnológicos. 
A Cobrade é a referência legal quanto aos tipos de 
desastres e foi construída com base na origem dos 
eventos causadores, sendo instituída pela Instrução 
Normativa nº 1, de 24 de agosto de 2012, em substi-
tuição à antiga Codificação de Desastres, Ameaças e 
Riscos (Codar).
RISCO DE DESASTRE
Logo, quando se admite que riscos e desastres são 
resultado da intervenção humana no ambiente, admi-
te-se também a responsabilidade pelas ocorrências e 
a possibilidade de atuar para reduzi-los. Dessa forma, 
é importante que se tenha uma atuação voltada para a 
redução de riscos por parte do gestor público à frente 
de um órgão de P&DC. Essa atuação deve refletir nos 
fatores de ameaça, exposição e vulnerabilidade; po-
dendo ser contraposta pelo desenvolvimento de ca-
pacidades e resiliência. Entenda melhor observando 
a ilustração a seguir.
 A Instrução 
Normativa nº 01, de 
24 de agosto de 2012, 
foi substituída pela 
Instrução Normativa 
nº 02, de 20 de 
dezembro de 2016, 
que, atualmente, 
foi substituída pela 
Instrução Normativa 
nº 36, de 4 de 
dezembro de 2020 
(IN MDR nº 36/2020). 
Todas adotam a 
Cobrade como a 
classificação padrão 
para desastres.
RISCOS DE DESASTRES
Fonte: adaptado 
de UNDRR (2019).
49CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Os conceitos sobre risco de desastres podem so-
frer variações conforme a maneira como as instituições 
abordam o tema. O fundamental é que seja compreen-
dido que o risco é composto por: ameaça, exposição 
e vulnerabilidade. E, para sua minimização, é neces-
sário atuar em um ou em todos esses componentes.
Com o objetivo de promover um entendimento 
comum dos conceitos sobre risco de desastres, o Es-
critório das Nações Unidas para Redução de Risco de 
Desastres (UNDRR) apresentou, em 2017, uma revisão 
da terminologia, disponível em um glossário on-line. 
Essa atualização foi desenvolvida por um grupo in-
tergovernamental de especialistas, estabelecido pela 
Assembleia Geral da ONU. Não há tradução oficial doglossário para o português. Dessa forma, ao longo da 
capacitação, são apresentados os conceitos principais.
Para compreender cada um dos 
elementos que compõe o risco de desastre, 
acompanhe as definições a seguir:
O risco é circunstância potencial ou, segundo cons-
ta na IN MDR nº 36/2020, “[...] potencial de ocorrência 
de um evento adverso sob um cenário vulnerável [...]” 
(BRASIL, 2020c). São três os fatores que, combinados, 
influenciam na concretização dessa possibilidade: a 
ameaça, a exposição e a vulnerabilidade, cada um de-
les descritos na sequência. 
A ameaça é definida como “[...] um processo, fenô-
meno ou atividade humana que possa causar perdas 
de vidas, lesões ou outros impactos à saúde, danos 
materiais, perturbação social e econômica ou degra-
dação ambiental” (UNISDR, 2017, tradução nossa). 
Por sua vez, a exposição refere-se às pessoas, pro-
priedades, infraestruturas e outros elementos ou sis-
temas localizados em áreas sujeitas a ocorrências de 
ameaças. Essas situações podem referir-se ao número 
de pessoas ou variar em função do tipo de infraestru-
tura e edificações expostas. Pode ser combinada com 
a vulnerabilidade e a capacidade dos elementos frente 
a uma ameaça para avaliar o seu impacto nas pessoas 
ou na economia, por exemplo, e suas consequências 
futuras (UNISDR, 2017).
A vulnerabilidade é determinada por fatores ou 
processos físicos, sociais, econômicos e ambientais 
Observe na sequência 
(nas próximas páginas) 
dois exemplos fictícios de 
uma cidade que tem uma 
praça com uma enorme 
árvore, que é considerada 
um símbolo, e uma área de 
morros com construções 
precárias.
que aumentam a predisposição aos impactos de um 
evento natural, tecnológico ou de origem antrópica em 
um indivíduo, uma comunidade, infraestruturas, pro-
priedades ou sistemas (UNISDR, 2017).
Por padrão, está sendo utilizanda as referências con-
ceituais das Nações Unidas (conforme o Glossário Onli-
ne do UNISDR, de 2017). O importante é compreender 
os conceitos e aplicá-los à sua realidade local. Uma vez 
que há diversas definições possíveis, o objetivo não é 
promover discussão entre conceitos certos ou errados, 
nem em referências melhores ou piores. Cada profissio-
nal tem total liberdade de adotar para si outras defini-
ções se perceber que atende melhor sua realidade.
Para facilitar o entendimento, é hora de ver, na prá-
tica, como esses conceitos funcionam.
undrr.org/terminology
50CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A PRAÇA
Por ser uma árvore muito antiga, alguns galhos estão apodrecidos e têm grande possibilidade de 
cair. Portanto, o órgão local de P&DC foi acionado para avaliar a situação e tomar as providências. 
AMEAÇA
A possibilidade 
de queda de um 
ou mais galhos 
da árvore.
EXPOSIÇÃO
As pessoas que 
utilizam e passeiam 
pela praça ou os carros 
que estão estacionados 
próximos à árvore e 
podem, eventualmente, 
ser atingidos.
VULNERABILIDADE 
As características 
dessas pessoas ou 
carros (se estão 
protegidos de alguma 
forma, em segurança) 
e como poderiam 
reagir ao perigo.
51CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
PREVENÇÃO
Como prevenção, a 
árvore poderia ser 
completamente cortada ou 
os galhos maiores ou mais 
prejudicados poderiam 
ser podados. Qualquer 
uma dessas opções seria 
adequada para prevenir o 
risco, mas um dos grandes 
símbolos da cidade deixaria 
de existir.
MITIGAÇÃO
Uma outra opção 
a ser considerada 
para manter a árvore 
seria mitigar o risco 
apoiando os galhos 
maiores, reduzindo o 
perigo, ou cercando a 
área, reduzindo 
a exposição.
Entendido este cenário, o órgão 
municipal de P&DC poderia 
coordenar algumas ações 
para agir na PREVENÇÃO ou 
MITIGAÇÃO dos riscos.
52CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Também nesta cidade, existiu uma área de morro com 
construções muito precárias. Foram muitos anos de 
ocupação desordenada, obras irregulares e falta de 
fiscalização. A vegetação foi retirada em quase sua 
totalidade e, com o tempo, a área tornou-se muito 
insegura. Durante alguns dias ocorreu uma chuva fraca 
que foi se intensificando cada vez mais, até que em um 
determinado dia choveu em algumas horas o que estava 
previsto para uma semana inteira. A chuva continuou 
durante o resto da semana e, por fim, aconteceu um 
grande deslizamento de terra. Veja que a área 
exposta engloba a parte do morro com as 
construções irregulares e a via. Já as 
partes com construções planejadas 
estão fora da área de exposição.
2. EXPOSIÇÃO
As pessoas, 
as casas e as estruturas 
que poderiam ser atingidas.
3. VULNERABILIDADE
As características dessas 
pessoas, construções e 
estruturas, e como elas 
poderiam reagir ao perigo.
1. AMEAÇA
Possibilidade de 
deslizamento de todo 
aquele terreno em função 
das características do 
morro, como inclinação, 
falta de vegetação e 
saturação do solo.
DESLIZAMENTO 
Observe mais um exemplo 
sobre os elementos do risco.
53CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Vistos os conceitos de risco, ameaça, exposição e 
vulnerabilidade, vamos agora analisar os conceitos de 
capacidade e resiliência. Acompanhe!
No que diz respeito à capacidade, podemos dizer 
que ela exerce uma força contrária aos efeitos de um 
desastre, ou seja, é um dos principais focos da redu-
ção do risco de desastres e pode ser trabalhada sob o 
ponto de vista financeiro, socioeconômico e de gestão. 
Para as Nações Unidas (UNISDR, 2017), capacidade se 
define pela combinação de todas as forças, atributos 
e recursos existentes em uma comunidade, socieda-
de ou organização para gerir e reduzir os riscos e au-
mentar a resiliência.
Por fim, a resiliência é definida como a habilidade 
de um sistema, comunidade ou sociedade exposta a 
ameaças em resistir, absorver, acomodar, adaptar-se, 
transformar e recuperar-se de maneira eficaz dos efei-
tos de um evento adverso, inclusive por meio da pre-
servação e restauração de suas estruturas e funções 
básicas essenciais de gestão de riscos. (UNISDR, 2017).
Você chegou ao final da conceituação sobre o tema 
Risco de Desastre. A seguir, você deve compreender 
como ocorre a classificação dos Desastres. Siga com 
seus estudos!
O investimento público e privado na prevenção 
e na RRD por meio de medidas estruturais 
e não estruturais é essencial para melhorar 
a resiliência econômica, social, cultural e de 
saúde de pessoas, comunidades, países e 
ativos, bem como do meio ambiente. Esses 
podem ser fatores de estímulo para inovação, 
crescimento e criação de empregos. Tais 
medidas são custo-eficientes e fundamentais 
para salvar vidas, prevenir e reduzir perdas e 
garantir a recuperação e reabilitação eficaz. 
(UNISDR, 2015, p. 14).
Marco de Sendai
PRIORIDADE 3. INVESTIR NA REDUÇÃO DO 
RISCO DE DESASTRES PARA A RESILIÊNCIA.
O entendimento desses conceitos favorece a aplica-
ção da prioridade 3 do Marco de Sendai, que diz que: 
QUATRO ELEMENTOS
o que reduz as vulnerabilidades 
de infraestruturas; 
o que institucionaliza os 
processos de resposta; 
o que garante a capacidade financeira e 
de funcionamento de uma comunidade; 
o que garante o bem-estar 
social dos cidadãos. 
1
2
3
4
Do ponto de vista operacional, a resiliência está re-
lacionada à forma como o governo e a sociedade civil 
compreendem os riscos que enfrentam e são capazes 
de se auto-organizarem. São quatro componentes que 
se articulam nesse processo:
R
O
V
EN
A
 R
O
SA
, A
G
ÊN
C
IA
 B
R
A
SI
L
54CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
DESASTRE
Apresentados os componentes do risco, pode-se 
entender que um desastre ocorre quando uma amea-
ça potencial se concretiza e causa algumimpacto no-
civo. Dessa forma, desastres são definidos como uma 
grave perturbação do funcionamento de uma comu-
nidade ou sociedade, em qualquer escala, devido a 
eventos adversos que interagem com as condições 
de exposição, vulnerabilidade e capacidade, levan-
do a perdas e impactos humanos, materiais, econô-
micos e ambientais. (UNISDR, 2017, online).
A Cobrade, como visto anteriormente, resume 
os desastres em dois grandes grupos: naturais e 
tecnológicos. Como é possível deduzir, os desastres 
classificados como naturais estão associados a 
eventos da própria natureza, como as inundações e 
deslizamentos ocasionados pelo excesso de chuva. 
Por sua vez, os do grupo tecnológico envolvem 
apenas a ação humana direta, como colapso de 
edificações e incêndios urbanos.
Lembre-se de que, no início desta unidade, quan-
do falamos em construção social do risco, citamos a 
expressão “redução de riscos de desastres” adotada 
pelo escritório UNDRR, e mostramos porque a expres-
são “desastre natural” está cada vez mais em desuso, 
principalmente porque os fatores geradores das cir-
cunstâncias de risco sempre resultam de um processo 
social, ou seja, de uma intervenção humana no am-
biente. No entanto, a legislação e o Sinpdec reconhe-
cem a divisão entre naturais e tecnológicos.
Isso ocorre porque a evolução das discussões téc-
nicas e teóricas não se dão no mesmo ritmo da refor-
mulação de atos legais, estes normalmente bem mais 
morosos. Portanto, não se preocupe, não há contradi-
ções. São apenas tempos e ritmos diferentes.
Sabendo disso, sempre que tiver oportunidade, faça 
de sua gestão uma atuação atualizada e alinhada às re-
centes discussões em RRD.
TÂNIA RÊGO, AGÊNCIA BRASIL
ARQUIVO SEDEC
55CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O risco compreende três fatores: ameaça, exposição e vulnerabilidade. A concretização do risco em conjunto com um evento adverso (concretização 
da ameaça) resulta no desastre. Logo, o desastre pode ser compreendido como o resultado do evento adverso decorrente de ação natural ou 
antrópica sobre cenário vulnerável causando impactos – danos humanos, materiais ou ambientais e prejuízos econômicos e sociais (BRASIL, 2020c).
DESASTRE e RISCO
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
IMPACTOS: 
consequências dos desastres
RISCO EVENTO ADVERSO (CONCRETIZAÇÃO DA AMEAÇA) DESASTRE+
RISCO
AMEAÇA EXPOSIÇÃO e VULNERABILIDADEx
=
56CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Além da sua origem, outra característica relevante 
do desastre refere-se à sua velocidade de evolução. 
Este é um importante conceito para compreender, 
mais à frente, como registrar um desastre e decretar a 
SE, caso necessário.
Quanto a essa característica, velocidade de evolu-
ção, os desastres são classificados de duas maneiras, 
de acordo com os conceitos apresentados no Anexo VI 
da IN MDR nº 36, de 4 dezembro de 2020:
Súbitos
São eventos adversos que ocorrem de forma ines-
perada e surpreendente, caracterizados pela velo-
cidade da evolução e pela violência dos eventos 
causadores, como enxurradas e deslizamentos.
Graduais
São eventos adversos que ocorrem de forma len-
ta e se caracterizam por evoluírem em etapas de 
agravamento progressivo, por exemplo, a estiagem.
Os registros de desastres são realizados, na grande 
maioria, pelos órgãos municipais de P&DC. Suas ocor-
rências e seus relativos danos e prejuízos são informa-
dos ao criar um protocolo por meio do Formulário de 
Informações do Desastres (FIDE), o qual é encaminha-
do ao Governo Federal via S2ID.
VOCÊ SABIA?
 IN MDR 
nº 36/2020 – Anexo I.
O S2ID integra diversos 
produtos da Sedec, 
com o objetivo 
de qualificar e dar 
transparência à gestão 
de riscos e desastres 
no Brasil, por meio 
da informatização 
de processos e 
disponibilização 
de informações 
sistematizadas dessa 
gestão. Saiba mais 
acessando o 
site do S2ID.
Local 
(município)
Data do 
evento
Identificação do 
desastre (Cobrade)
FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES DO DESASTRES
O FIDE é o documento utilizado para registro oficial dos desastres no Brasil e é o principal 
documento a ser preenchido no processo de solicitação de reconhecimento federal. Quando 
um protocolo é criado apenas para fins de registro de uma ocorrência, sem intenção de 
reconhecimento, três elementos básicos precisam, necessariamente, ser informados no FIDE: 
Fonte: S2ID (2021).
1
1
2
2
3
3
https://s2id.mi.gov.br/
57CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Quanto à identificação, como já abordado, a Cobra-
de adota dois conjuntos principais de classificação, na-
turais e tecnológicos, que são subdivididos em:
» Grupos;
» Subgrupos;
» Tipos; 
» Subtipos.
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO DE UM DESASTRE DE ACORDO COM A COBRADE
O código que representa um desastre é composto por cinco algarismos numéricos, conforme exemplo 
ilustrado a seguir. Na IN MDR nº 36/2020, cada código é acompanhado por uma definição e por um símbolo:
43
desastres de 
origem natural; 
22
desastres de 
origem tecnológica.
Todas as tipologias e suas respectivas definições 
são apresentadas no Anexo V da IN MDR nº 36/2020.
CATEGORIA: Natural
GRUPO: Meteorológico
SUBGRUPO: Tempestades
TIPO: Tempestade local/Convectiva
SUBTIPO: Tempestade de Raios
1 . 3 . 2 . 1 . 2 Código COBRADETempestade de Raios
No total, existem 65 códigos
na Cobrade, que identificam:
58CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A divisão por grupos representa uma importante 
identificação, principalmente dentro da categoria na-
tural, e corresponde à reunião de eventos com carac-
terísticas similares, cujo entendimento é fundamental 
para a avaliação da ameaça que, como você já viu, é 
um dos componentes do risco.
A escolha da classificação correta para o registro do desastre no FIDE é importante para que 
se tenha a melhor interpretação possível das causas dos eventos e dos seus respectivos 
danos. Muitas vezes, os desastres são resultado de eventos simultâneos e podem causar, 
ao mesmo tempo, vários danos ao município. Por exemplo: alagamentos combinados com 
deslizamentos de terra decorrentes de chuvas intensas. Nesses casos, deve ser registrado 
o código de acordo com o evento prevalente, ou seja, aquele que teve maior relevância, 
abrangência e foi responsável pelos maiores danos.
ARQUIVO SEDEC
59CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
DANOS HUMANOS
De acordo com o formulário, os danos humanos são definidos pela quantidade de mortos, feridos, enfermos, 
desabrigados, desalojados, desaparecidos e outras pessoas que foram diretamente afetadas pelo desastre, desde que 
necessitem de auxílio do poder público ou cujos bens materiais tenham sido danificados/destruídos. Observe os exemplos:
DANOS
Os danos estão relacionados com as perdas quanti-
ficáveis e podem ser divididos em três tipos:
» Humanos;
» Materiais;
» Ambientais.
Veja os detalhes.
A
R
Q
U
IV
O
 SED
EC
Essa disposição é feita de acordo com a seguinte 
estrutura:
» Mortos: pessoas que perderam suas vidas em 
decorrência direta dos efeitos do desastre.
» Feridos: pessoas que sofreram lesões em decor-
rência direta dos efeitos do desastre e necessitam 
de intervenção médico-hospitalar, materiais e in-
sumos de saúde (medicamentos, médicos etc.).
» Enfermos: pessoas que desenvolveram proces-
sos patológicos em decorrência direta dos efei-
tos do desastre.
» Desabrigados: pessoas que necessitam de 
abrigo público, como habitação temporária, em 
função de danos ou ameaça de danos causados 
em decorrência direta dos efeitos do desastre.
» Desalojados: pessoas que, em decorrência dos 
efeitos diretos do desastre, desocuparam seusdomicílios, mas não necessitam de abrigo público.
» Desaparecidos: pessoas que necessitam ser en-
contradas, pois em decorrência direta dos efeitos 
do desastre, estão em situação de risco de morte 
iminente e em locais inseguros/perigosos.
» Outros afetados: pessoas afetadas diretamente 
pelo desastre (excetuando as já definidas ante-
riormente).
No FIDE os danos e os 
prejuízos são organizados e 
caracterizados separadamente. 
Como já definido anteriormente, os impactos resul-
tantes da ocorrência de um desastre podem ocasionar 
danos humanos, materiais ou ambientais e prejuízos 
econômicos e sociais (BRASIL, 2020b). Tanto os danos 
quanto os prejuízos consequentes também devem ser 
registrados no FIDE.
NETO
Realce
60CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
DANOS MATERIAIS
Os danos materiais são representados pela quantidade 
e valor de elementos danificados ou destruídos total 
ou parcialmente pelo desastre. Seu custo é estimado 
na substituição ou na reparação física, considerando os 
valores de mercado anteriores ao desastre. São avaliados 
primeiramente em termos quantitativos (número de 
casas de uma tipologia específica, quilometragem de 
estradas ou oleodutos etc.) e, em seguida, em termos 
de seu valor monetário, utilizando os preços de mercado 
atuais da unidade. Para isso, os elementos danificados ou 
destruídos são discriminados da seguinte forma: 
» Unidades habitacionais;
» Instalações públicas de saúde;
» Instalações públicas de ensino;
» Instalações públicas prestadoras 
de outros serviços;
» Instalações públicas de uso comunitário;
» Obras de infraestrutura pública.
DANOS AMBIENTAIS
M
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EU
S 
PE
R
EI
R
A
, G
O
V
ER
N
O
 D
A
 B
A
H
IA
Os danos ambientais são caracterizados por alterações 
ocorridas no meio ambiente em decorrência direta dos 
efeitos do desastre. Segundo o FIDE, elas podem ser:
» Poluição ou contaminação da água;
» Poluição ou contaminação do ar;
» Poluição ou contaminação do solo;
» Diminuição ou exaurimento hídrico;
» Incêndios em parques, APA’s (áreas de proteção 
ambiental) ou APP’s (áreas de preservação 
permanente).
Esses danos são mensurados de acordo com a 
porcentagem da área ou da população atingida.
61CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
PREJUÍZOS
Os prejuízos, por sua vez, referem-se às mudanças 
nos fluxos econômicos decorrentes do desastre, que 
usualmente continuam até a recuperação econômi-
ca total e a reconstrução, podendo perdurar vários 
anos. Podem ser classificados em dois tipos:
» Públicos;
» Privados.
Veja os detalhes.
PREJUÍZOS PÚBLICOS PREJUÍZOS PRIVADOS
Os prejuízos públicos são os valores econômicos reduzidos ou cessados pela interrupção de serviços públicos 
essenciais e, obrigatoriamente, são estimados em valores monetários. São considerados serviços essenciais: 
Os prejuízos privados, por sua vez, são os valores das 
perdas que impactam os setores da economia: 
» Agricultura;
» Pecuária;
» Indústria;
» Comércio;
» Serviços.
» Assistência médica, saúde pública e 
atendimento de emergências médicas;
» Abastecimento de água potável;
» Esgoto de águas pluviais e 
sistema de esgotos sanitários;
» Sistema de limpeza urbana e 
de recolhimento e destinação do lixo;
» Sistema de desinfestação/desinfecção 
do habitat/controle de pragas e vetores;
» Geração e distribuição de energia elétrica;
» Telecomunicações;
» Transportes locais, regionais e de longo curso;
» Distribuição de combustíveis, 
especialmente os de uso doméstico;
» Segurança pública;
» Ensino.
D
IO
G
O
 M
O
R
EI
R
A
, G
O
V
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N
O
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SÃ
O
 P
A
U
LO
62CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Vamos ver alguns exemplos de danos e prejuízos para entender melhor suas distinções.
DANOS versus PREJUÍZOS
DANO PREJUÍZO
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
Públicos
Privados
Humanos
Materiais
Ambientais
DANO: resultado das perdas humanas, materiais 
ou ambientais infligidas às pessoas, comunidades, 
instituições, instalações e aos ecossistemas, como 
consequência de um desastre (BRASIL, 2020c).
PREJUÍZO: medida de perda relacionada com o valor 
econômico, social e patrimonial de um determinado 
bem, em circunstâncias de desastre (BRASIL, 2020c). 
63CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Para compreender melhor esses conceitos, é hora 
de observar um exemplo prático e verificar as diferen-
ças entre danos e prejuízos.
No setor público, veja o caso de uma escola municipal que foi destruída por uma 
inundação. Enquanto, por exemplo, os danos são mensurados pela área física afetada 
(número de paredes que caíram, telhado, janelas etc.), os prejuízos são quantificados 
pelos gastos que o município terá para providenciar um local para a continuidade das 
aulas, seja o aluguel de um espaço ou a reforma de uma área da própria prefeitura. 
No setor privado, observe uma relação similar. No caso hipotético de um porto ter 
sido danificado por uma forte ressaca, enquanto o pátio, atracadouros e até mesmo 
os navios danificados representam os danos, os prejuízos podem ser estimados pela 
redução da movimentação e consequente perda de faturamento que permanece até 
a reparação dos estragos.
TRAZENDO PARA 
A REALIDADE
64CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A partir das definições apresentadas até aqui, pode-
-se constatar que um desastre deve ser caracterizado 
por um ou mais tipos de danos e/ou prejuízos, sendo que 
para a Sedec deve ocorrer, no mínimo, o dano humano.
SE e ECP
Fonte: adaptado do Decreto nº 7.257 (2010).
SITUAÇÃO DE 
ANORMALIDADE
TIPO DE DANO INTENSIDADE DO DANO
SITUAÇÃO DE 
EMERGÊNCIA
Danos Suportáveis 
e Superáveis
Situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos 
que impliquem o comprometimento parcial da capacidade de resposta 
do poder público do Ente atingido ou que demande a adoção de 
medidas administrativas excepcionais para resposta e recuperação.
ESTADO DE 
CALAMIDADE 
PÚBLICA
Danos Severos Situação anormal, provocada por desastres, causando danos 
e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da 
capacidade de resposta do poder público do Ente atingido e adoção de 
medidas administrativas excepcionais para resposta e recuperação.
Nesses casos, o poder executivo dos estados, mu-
nicípios e Distrito Federal podem decretar SE ou ECP. 
Além disso, conforme define a IN MDR nº 36/2020, 
quando os danos e prejuízos ocorrem em mais de um 
município, concomitantemente, o estado pode decretar 
a SE ou o ECP para um grupo de municípios.
Assim, para restaurar a 
situação de normalidade 
interrompida pelo desastre 
e seus impactos, podem 
ser necessárias ações 
administrativas excepcionais 
que demandem uma situação 
jurídica especial.
MARCELO CAMARGO, AGÊNCIA BRASIL
NETO
Realce
65CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A IN MDR nº 36/2020 também classifica o desastre, 
quanto a sua intensidade, em três níveis: I, II e III. Enten-
da no que consiste cada um desses níveis:
São aqueles em que somente danos humanos são 
considerados e que a situação de normalidade pode 
ser restabelecida com os recursos mobilizados em nível 
local ou complementados com o aporte de recursos 
estaduais e federais.
São aqueles em que os danos e prejuízos são 
suportáveis e superáveis pelos governos locais, e a 
situação de normalidade pode ser restabelecida com os 
recursos mobilizados em nível local ou complementados 
com o aporte de recursos estaduais e federais. Além 
disso, são caracterizados pela ocorrência de ao menos 
dois danos, sendo um deles obrigatoriamente danos 
humanos que importem no prejuízo econômico público 
ou privado e que afetem a capacidadedo poder público 
local em responder e gerenciar a crise instalada.
Ensejam a decretação de Situação de Emergência Ensejam a decretação de Situação de Emergência Enseja a decretação de Estado de Calamidade Pública
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
GRAU DE INTENSIDADE DO DESASTRE
INTENSIDADE INTENSIDADE INTENSIDADENÍVEL NÍVEL NÍVEL
PEQUENA MÉDIA GRANDE
São aqueles em que os danos e prejuízos não são 
superáveis e suportáveis pelos governos locais e o 
restabelecimento da situação de normalidade depende 
da mobilização e da ação coordenada das três esferas 
de atuação do Sinpdec e, em alguns casos, de ajuda 
internacional. Além disso, são caracterizados pela 
concomitância na existência de óbitos, isolamento de 
população, interrupção de serviços essenciais, interdição 
ou destruição de unidades habitacionais, danificação 
ou destruição de instalações públicas prestadoras de 
serviços essenciais e obras de infraestrutura pública.
66CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Os decretos de SE ou de ECP realizados pelos go-
vernos municipais, estaduais e distrital, podem ser re-
conhecidos pelo governo federal quando houver ne-
cessidade de apoio federal para ações de resposta e 
recuperação do desastre. 
O reconhecimento federal é um ato realizado 
por meio de portaria assinada pelo Secretário 
Nacional de Proteção e Defesa Civil, mediante 
requerimento, conforme texto definido no 
Decreto nº 10.593, de 24 de dezembro de 2020.
Os critérios e procedimentos para o 
reconhecimento federal são detalhados na IN 
MDR nº 36/2020 e esse tema será abordado 
mais a frente em outro curso desta capacitação.
Quando a intensidade do desastre e seus impactos 
sociais, econômicos e ambientais forem de notorieda-
de pública, a Sedec reconhece sumariamente a SE ou 
o ECP (art. 33, do Decreto nº 10.593/2020).
Vimos até aqui as principais definições que auxiliam 
a compreender como se formam os processos de ris-
cos e desastres, bem como a forma administrativa e 
legal que o Brasil adota para os registros dos desastres. 
No próximo tópico, você vai verificar como se dá o 
ciclo de atuação da P&DC no Brasil.
Todos esses documentos 
devem ser encaminhados à 
Sedec, via S2ID, em até 10 dias 
contados da data do desastre, 
nos casos súbitos; e em até 
10 dias contados da data do 
decreto do Ente para os casos 
de desastres graduais.
Além dos critérios para o reconhecimento federal, 
a IN MDR nº 36/2020 lista os documentos necessários 
para realizar a análise do requerimento.
ARQUIVO IBAMA
67CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
FASES DE ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL
As ações e atribuições dos órgãos de P&DC são es-
tabelecidas pela Lei nº 12.608/2012 que, como já visto, 
define as ações de: prevenção, mitigação, preparação, 
resposta e recuperação.
Essas ações devem ter uma abordagem sistêmica, 
integrando um ciclo de atuação, com vistas à cons-
trução de cidades e comunidades mais resilientes por 
meio do desenvolvimento sustentável.
Esse ciclo divide-se em duas partes: 
» A primeira refere-se à gestão de risco, no qual se 
observam as ações de prevenção, mitigação e 
preparação durante o período de normalidade.
» A segunda, denominada gestão de desastres, 
refere-se às ações de resposta e recuperação, 
ligadas aos períodos de anormalidade ou crise.
Entenda melhor esse ciclo de atuação analisando a 
imagem a seguir.
CICLO DE ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
68CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Por isso, é necessário que os setores públicos e pri-
vados, bem como a academia e instituições científicas e 
de pesquisa, trabalhem igualmente em conjunto e criem 
oportunidades de colaboração, organizando uma atua-
ção integrada para a RRD em suas práticas de gestão.
AÇÕES DE PREVENÇÃO
As ações de prevenção podem ser conceituadas 
como as medidas e atividades prioritárias destinadas 
a evitar riscos de desastres existentes e instalação de 
novos (UNISDR, 2017). Elas devem evitar os possíveis 
impactos adversos (negativos) de um desastre, me-
diante a execução de ações planejadas e realizadas de 
forma antecipada, como a construção de uma represa 
ou muro de contenção para eliminar o risco de inunda-
ções e/ou deslizamentos, ou a criação de leis que pro-
íbam a construção de moradias em áreas de risco por 
meio da aplicação de políticas públicas e fiscalização.
AÇÕES DE MITIGAÇÃO
Já as ações de mitigação são as medidas e atividades 
adotadas para reduzir o impacto de um desastre (UNIS-
DR, 2017). Logo, tais atividades consistem em intervenções, 
com o intuito de limitar os impactos adversos das ame-
aças, por exemplo: melhoria nos sistemas de drenagem, 
adaptações das coberturas de edificações para resistir 
melhor a vendavais, desenvolvimento de políticas e pro-
gramas voltados ao aumento da resiliência, dentre outros.
Lembre-se sempre de que as práticas de redução 
do risco de desastres precisam ser multissetoriais e 
orientadas para uma variedade de perigos, devendo 
ser inclusivas e acessíveis.
O Sinpdec engloba os Sistemas Federal, 
Estadual e Municipal. Eles atuam em conjunto, 
alinhados em uma Política Pública integrada 
de P&DC, que faça prevenção, mitigação, 
preparação, resposta e recuperação dos 
desastres.
Logo – por seu papel de liderança, 
regulamentação e coordenação de esforços – 
os governos devem, por meio de organizações 
da sociedade civil e entidades privadas com 
atuação relevante na área de P&DC, envolver 
todas as partes interessadas na concepção e 
implementação de políticas, planos e normas. 
AÇÕES DE PREPARAÇÃO
As ações de preparação referem-se ao conheci-
mento e às capacidades desenvolvidas por gover-
nos, organizações de resposta e recuperação, comu-
nidades e indivíduos para efetivamente antecipar, 
responder e se recuperar dos impactos de desastres 
prováveis, iminentes ou atuais (UNISDR, 2017). Exem-
plos de ações de preparação são: a elaboração de 
planos de contingência, a implementação de monito-
ramento, sistemas de alerta e sirenes antecipados e os 
treinamentos e simulados.
AÇÕES DE RESPOSTA
Por sua vez, as atividades de resposta são aquelas re-
alizadas durante e imediatamente após um desastre, a 
fim de salvar vidas, reduzir os impactos na saúde, ga-
rantir a segurança pública e atender às necessidades 
básicas de subsistência das pessoas afetadas (UNIS-
DR, 2017). Portanto, atividades de resposta são aquelas 
que ocorrem em atendimento a um desastre, desde o 
seu impacto até o momento em que a emergência ter-
mina, para então dar início ao processo de recuperação. 
69CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A resposta está organizada em: AÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Finalmente, as ações de recuperação referem-se 
à restauração ou melhoria dos meios de subsis-
tência e saúde, bem como propriedades, sistemas 
e atividades econômicas, sociais, culturais e am-
bientais de uma comunidade ou sociedade afe-
tada por desastres, alinhando-se aos princípios de 
desenvolvimento sustentável e “reconstruir melhor”, 
a fim de evitar ou reduzir o risco de desastres futuros 
(UNISDR, 2017). 
Logo, pode-se afirmar que tais atividades englo-
bam a restauração e melhoramento, se necessário, 
das plantas, instalações, meios de sustento e condi-
ções de vida das comunidades afetadas por desastres, 
incluindo esforços para reduzir os fatores residuais de 
risco de desastres. Exemplos de ações de recupera-
ção: obras de reconstrução de infraestrutura danificada 
ou destruída, saque do FGTS e programas de crédito, 
dentre outros, além da melhoria na preparação para 
desastres, conforme proposto pelo Marco de Sendai.
O crescimento constante do risco, combinado 
com as lições aprendidas com os desastres 
do passado,indica a necessidade de reforçar 
ainda mais a preparação para responder 
aos desastres, tomar medidas com base 
na previsão de eventos adversos, integrar a 
redução do risco de desastres na preparação 
e assegurar que exista capacidade para 
resposta e recuperação eficazes em todos os 
níveis. Os desastres demonstram que a fase 
de recuperação, reabilitação e reconstrução 
é uma oportunidade fundamental para o 
princípio de reconstruir melhor, inclusive pela 
integração da redução do risco de desastres 
(UNISDR, 2015, p. 17).
Marco de Sendai
PRIORIDADE 4. AUMENTAR A PREPARAÇÃO PARA 
DESASTRES PARA UMA RESPOSTA EFICAZ E PARA 
“RECONSTRUIR MELHOR” EM RECUPERAÇÃO, 
REABILITAÇÃO E RECONSTRUÇÃO
» ações de socorro (exemplos: 
primeiros-socorros, resgate de 
pessoas, o atendimento pré-
-hospitalar e o atendimento mé-
dico e cirúrgico de urgência);
» assistência às vítimas (exem-
plos: alimentação, água potável, 
suprimento de material de abri-
gamento, de vestuário, de limpe-
za e de higiene pessoal);
» restabelecimento (exemplos: su-
primento e distribuição de energia 
elétrica, limpeza urbana, drena-
gem das águas pluviais e desobs-
trução e remoção de escombros).
70CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
As novas definições do Decreto nº 10.593/2020, que regulamenta a Lei nº 12.608/2012, 
estabelecem que a P&DC, em todo o território nacional, abrangem: 
AÇÕES DE PREVENÇÃO
Medidas prioritárias destinadas a evitar a con-
versão de risco em desastre ou a instalação de 
vulnerabilidades.
AÇÕES DE MITIGAÇÃO
Medidas destinadas a reduzir, limitar ou evitar o 
risco de desastre.
AÇÕES DE PREPARAÇÃO
Medidas destinadas a otimizar as ações de res-
posta e minimizar os danos e as perdas decor-
rentes do desastre.
Vale destacar ainda que todas as ações podem ser 
realizadas sob dois aspectos denominados estruturais 
e não estruturais.
» As ações estruturais são aquelas que envolvem 
medidas de controle essencialmente construti-
vas, tais como barragens, diques, represas, re-
servatórios, canais de desvio, alargamento de 
rios, reflorestamento etc. 
» As não estruturais são as medidas que buscam 
reduzir os danos ou consequências dos desas-
tres pela introdução de planejamentos, mapea-
mentos, capacitações, normas, regulamentos e 
programas, como a regularização do uso e ocu-
pação do solo, implantação de sistemas de aler-
ta e processos de participação da sociedade.
AÇÕES DE RESPOSTA
Medidas de caráter emergencial, executadas 
durante ou após a ocorrência do desastre, des-
tinadas a socorrer, assistir a população atingida 
e restabelecer os serviços essenciais.
AÇÕES DE RESTABELECIMENTO
Medidas de caráter emergencial destinadas a 
restabelecer as condições de segurança, habi-
tabilidade e os serviços essenciais à população 
na área atingida pelo desastre.
AÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Medidas desenvolvidas após a ocorrência do 
desastre destinadas a restabelecer a normali-
dade social, que abrangem a reconstrução de 
infraestrutura danificada ou destruída e a recu-
peração do meio ambiente e da economia.
71CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
GESTÃO DE RISCO 
DE DESASTRES – GRD
A Gestão de Riscos de Desastres (GRD) é um con-
ceito que surgiu essencialmente após 1998, inspira-
do na realidade posta em evidência pelo desastre 
associado ao furacão Mitch e seus desdobramentos. 
A nova concepção evoluiu da simples gestão de de-
sastres para a gestão de riscos de desastres, com o 
objetivo de ampliar o conceito e reduzir as perdas e 
danos, fortalecer a resiliência e promover o desenvol-
vimento sustentável. 
VOCÊ SABIA?
O furacão Mitch afetou grandes áreas em Guatemala, 
Nicarágua, El Salvador, Honduras e Sul da Flórida, EUA, 
em outubro e novembro de 1998, causando cerca 
de 7 bilhões de dólares em perdas econômicas e 
aproximadamente 20.000 mortes (LAVELL, 2000, p. 18).
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72CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Assim, pode-se dizer que a GRD faz parte do plane-
jamento de um órgão de P&DC, voltado para as ações 
de prevenção, mitigação e preparação, com destaque 
inicial para a análise de variáveis, em que se permite 
estabelecer as relações de causa e efeito do elemento 
risco. Nesse sentido, a análise de riscos abrange três 
dimensões:
1. Levantamento das características da ameaça, 
tais como a sua localização, intensidade, fre-
quência e probabilidade;
2. Análise da exposição da população e outros 
elementos à determinada ameaça;
3. Análise da vulnerabilidade, incluindo saúde, 
dimensões físicas, sociais, econômicas e am-
bientais. 
Por isso, quando se analisa a relação entre ameaça, 
vulnerabilidade e exposição, fica evidente que a cor-
reta consideração desses fatores é fundamental para a 
construção de estratégias para a redução de riscos. É 
essencial entender quais serão os impactos na popula-
ção, na infraestrutura, nos serviços básicos e nos meios 
de produção para a construção dessas estratégias, além 
de compreender a importância do planejamento para a 
recuperação na ocorrência de um desastre. Observe os 
exemplos, na imagem a seguir, para entender melhor a 
relação que propicia o risco de desastre. Fonte: Ceped/UFSC (2021).
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utura em condições precárias
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udança Climática
RISCO DE
DESASTRE
Ameaça Exposição
Vulnerabilidade
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
73CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
Visto a abrangência da análise do risco, pode-se 
concluir que a concretização da ameaça sobre uma 
área exposta e vulnerável resulta em um desastre. 
Como exemplo, acompanhe a seguinte situação:
Vulnerabilidade
Infraestruturas em condições precárias construídas 
irregularmente em áreas de risco.
Exposição
Como acarretamento da urbanização desordenada, 
a construção irregular de habitações em encostas 
acentuadas apresenta maior risco de deslizamento 
em situações de chuva intensa.
Ameaça ou perigo
O alto volume de água das chuvas, causadas pe-
las alterações climáticas urbanas, provoca desli-
zamento de terra e soterra as construções irregu-
lares do local, gerando danos humanos, materiais, 
ambientais e prejuízos.
Além disso, para que ocorra de forma efetiva, a GRD 
deve: implementar políticas e estratégias para reduzir 
os riscos de desastres já existentes (gestão corretiva); 
prevenir novos riscos (prospectiva); e ainda gerenciar 
TRAZENDO PARA 
A REALIDADE
TÂNIA RÊGO, AGÊNCIA BRASIL
riscos residuais (gestão compensatória), contribuindo 
para a redução de perdas e danos, fortalecimento da 
resiliência e desenvolvimento sustentável.
74CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
» Gestão corretiva: é representada pelas ativi-
dades que abordam e buscam remover ou re-
duzir os riscos de desastres já existentes. São 
exemplos: a modernização de infraestruturas 
críticas, mediante o reforço da estrutura cons-
trutiva de um hospital que se encontra em uma 
área de risco de terremoto; a redução das vul-
nerabilidades sociais e de saúde por meio de 
melhores moradias; o acesso a terras seguras e 
tratamento de déficits em infraestrutura e ser-
viços básicos (água, luz, esgoto); a introdução 
de barragens, diques e medidas de estabiliza-
ção de taludes.
» Gestão prospectiva: é representada pelas ati-
vidades que abordam e buscam evitar o de-
senvolvimento de novos (ou maiores) riscos de 
desastre se as políticas de redução de riscos 
não forem implementadas. Por exemplo: locali-
zação de uma área segura para construir uma 
nova escola ou hospital evitando riscos futuros; 
construção de sistemas de drenagem que inte-
grem o uso de sistemas de retenção deágua e 
infraestrutura verde, combinados com melhores 
sistemas de drenagem pluvial e esgoto, com o 
objetivo de reduzir os riscos relacionados ao cli-
ma e à saúde (UNISDR, 2009).
» Gestão compensatória: é representada pelas 
atividades que são desenvolvidas para fortale-
cer a resiliência social e econômica de indivíduos 
e sociedades diante de riscos residuais que não 
podem ser efetivamente reduzidos. Envolve, por 
exemplo, atividades de preparação, resposta e 
recuperação, mas também uma combinação de 
diferentes instrumentos de financiamento, como 
fundos de contingência nacionais, crédito con-
tingente, seguros e resseguros, além de redes 
de segurança social.
Fonte: adaptado de UNISDR (2017).
Veja mais detalhadamente essa 
distinção dos componentes da GRD.
75CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A Gestão Prospectiva, como visto, atua na prevenção 
de novos riscos e a Gestão Compensatória tem foco na 
gestão dos riscos residuais, com o objetivo maior de 
reforçar a resiliência, seja ela financeira ou social.
Pode-se pensar em exemplos de Gestão Compen-
satória ao se explorar oportunidades benéficas para 
aumentar a resiliência (capacidade de enfrentamento 
de uma comunidade aos desastres), harmonizando 
ações com foco no desenvolvimento econômico e na 
conservação ambiental.
Um bom exemplo é o uso do lixo para geração de 
energia. A cidade de São Paulo chegou a um acordo 
com a empresa Biogás para utilização do gás 
metano (decorrente da decomposição dos resíduos 
orgânicos) em combustíveis para geração de 
energia elétrica. O risco residual está representado 
pelos resíduos orgânicos depositados nos aterros, 
que podem ser espalhados em uma enxurrada, 
por exemplo, e causar problemas de saúde ou 
mesmo poluição. Por isso a importância da atuação 
da P&DC em conjunto com a iniciativa privada 
fortalecendo a Gestão Compensatória.
LUIZ GUADAGNOLI, PREFEITURA DE SÃO PAULO/SECOM
76CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Portanto, a GRD, além de reduzir os riscos, previne os 
riscos futuros relacionados às emergências e desastres. 
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
Por fim, considera-se fundamental compreender que 
a GRD não pode ser caracterizada à margem do de-
senvolvimento, uma vez que o risco é uma construção 
social, ou seja, algo resultante de processos de desen-
volvimento inadequados que geram problemas e inse-
gurança para pessoas e podem comprometer a vida, a 
saúde, bem como infraestruturas e serviços essenciais.
Veja que, se no passado a noção de desastre era 
centrada unicamente na perda de benefícios acumula-
dos pelo processo de desenvolvimento (quantidade de 
moradias, comércios, pontes, escolas e hospitais danifi-
cados), hoje ela incorpora o próprio desenvolvimento (e 
a expansão urbana desordenada, o crescimento popu-
GESTÃO DE RISCOS DE DESASTRE
lacional e econômico, a gestão ineficiente de recursos 
naturais etc.) como um fator causal de risco.
Logo, os desastres estão intimamente relaciona-
dos com os processos de desenvolvimento da socie-
dade, de forma que decisões relacionadas ao planeja-
mento urbano podem agravar os riscos já existentes e 
gerar novos riscos de desastres. De outro lado, quando 
observados os aspectos de construção social do risco, 
pode-se atuar para conciliar interesses de desenvolvi-
mento com a RRD de forma eficiente e eficaz. Para isso, 
é preciso evoluir por um caminho que incorpore a GRD 
e a Adaptação às Mudanças Climáticas (AMC) ao de-
senvolvimento sustentável. 
VOCÊ SABIA?
As mudanças climáticas podem ser 
causadas por processos internos naturais 
ou forças externas, ou ainda mudanças 
antropogênicas persistentes na composição 
da atmosfera ou no uso da terra. O processo 
de AMC se refere aos ajustes nos sistemas 
humanos e naturais como resposta aos 
estímulos climáticos, projetados ou reais, 
e seus efeitos, a fim de moderar o dano ou 
explorar oportunidades benéficas. 
O desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento capaz de suprir as 
necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade de atender as 
necessidades das futuras gerações. Essa 
definição surgiu na Comissão Mundial 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(Comissão Brundtland, de 1988), criada 
pela Organização das Nações Unidas para 
discutir e propor meios de harmonizar dois 
objetivos: o desenvolvimento econômico e a 
conservação ambiental.
Gestão corretiva 
dos riscos
redução dos riscos existentes
Gestão compensatória 
dos riscos
gerenciar riscos residuais
Gestão prospectiva 
dos riscos
redução dos riscos futuros
77CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
GESTÃO CORRETIVA GESTÃO PROSPECTIVA GESTÃO COMPENSATÓRIA
Gestão de 
riscos de desastre
Com foco na redução/mitigação 
dos riscos existentes
Com foco na prevenção para 
evitar novos riscos
Com foco no gerenciamento de riscos residuais 
para reforçar a resiliência (econômica e social)
Mudança 
climática
Adaptando-se às mudanças climáticas reais 
(existentes) e seus efeitos, mitigando danos e 
prejuízos
Adaptando-se às mudanças climáticas projetadas 
(futuras) e seus efeitos, prevenindo danos e 
prejuízos
Explorando oportunidades benéficas para 
aumentar a resiliência a eventos extremos 
associados às mudanças climáticas 
(harmonizando desenvolvimento econômico e 
conservação ambiental)
Desenvolvimento 
sustentável
Ampliando as condições de desenvolvimento 
existentes com foco em ações sustentáveis
Contribuindo para o desenvolvimento 
sustentável futuro
Reforçando a resiliência aos riscos 
e desastres cotidianos
Antes de ler sobre governança, recapitule os com-
ponentes que fazem parte da GRD.
COMPONENTES DE GESTÃO DE RISCOS E DESASTRES
Ligações entre áreas de prática de GRD, mudança climática e desenvolvimento sustentável
Fonte: Adaptada de UNDRR (2019).
78CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
GOVERNANÇA
Agora que você já passou pelos principais concei-
tos sobre P&DC, vale conhecer o conceito de gover-
nança, que está destacado na prioridade 2 do Marco 
de Sendai.
A governança do risco de desastres nos níveis nacional, regional e global tem 
grande importância para uma gestão eficaz e eficiente dos riscos de desastres. 
É necessário ter visão clara, planos, competências, orientação e coordenação 
intra e interssetorial, bem como a participação das partes interessadas. 
O fortalecimento da governança do risco de desastres para prevenção, 
mitigação, preparação, resposta, recuperação e reabilitação é, portanto, 
necessário e promove colaboração e parceria entre mecanismos e instituições 
para a implementação de instrumentos relevantes para a redução do risco de 
desastres e para o desenvolvimento sustentável. (UNISDR, 2015, p. 12).
Marco de Sendai
PRIORIDADE 2. FORTALECIMENTO DA GOVERNANÇA DO 
RISCO DE DESASTRES PARA GERENCIAR O RISCO DE DESASTRES.
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EC
79CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Então, sob a ótica da P&DC, pode-se 
dizer que a boa governança inclui:
» Coordenação e cooperação entre os diferentes 
níveis de governo e os setores envolvidos nas 
diferentes ações do ciclo de atuação em P&DC 
(prevenção, mitigação, preparação, resposta e 
recuperação).
No Brasil, governança pública é definida pelo Decre-
to nº 9.203, de 22 de novembro de 2017, como sendo: 
“o conjunto de mecanismos de liderança, estratégia 
e controle postos em prática para avaliar, direcionar e 
monitorar a gestão, com vistas à condução das políti-
cas públicas e à prestação de serviços de interesse da 
sociedade” (BRASIL, 2007a), o que vai ao encontro do 
conceito de Sinpdec, que trata do:
Conjunto de órgãos e entidades da 
administraçãopública federal, organizados 
a partir da articulação horizontal, visando 
o exercício das competências da União 
Federal na execução das ações de 
prevenção, mitigação, preparação, resposta 
e recuperação, e no planejamento e 
coordenação das ações de gerenciamento de 
riscos e de desastres. (BRASIL, 2017b).
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil
» Ampla participação da sociedade civil nos pro-
cessos de GRD.
» Transparência e definição clara do papel e res-
ponsabilidades das entidades envolvidas na GRD.
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UNIDADE 3
CONTEXTO 
DOS DESASTRES 
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81CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
CONTEXTO DOS DESASTRES
ARQUIVO SEDEC
O objetivo desta unidade 
é apresentar o contexto 
internacional e nacional 
de desastres, bem como 
contribuir para a construção 
do conhecimento voltado 
para promoção de medidas de 
redução de desastres, além dos 
investimentos dos governos para 
enfrentamento das situações de 
anormalidade.
82CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O estudo dos desastres, incluindo seus fatores de-flagradores e as ações voltadas à minimização 
deles, é um tema multidisciplinar, que envolve uso e 
ocupação do solo, planejamento urbano, mudanças cli-
máticas, valorização do conhecimento empírico e local, 
bem como das ciências como psicologia, comunicação, 
engenharia, meteorologia, economia, entre outros.
Na busca por representar os desastres em núme-
ros, algumas instituições se utilizam de base de dados 
mantidas por iniciativas internacionais e, apesar de ha-
ver diferenças entre elas nos critérios adotados para 
qualificação e quantificação, as mais amplamente ci-
tadas são:
DESASTRES NO MUNDO
» International Disaster Database (EM-DAT) que 
coleta dados por países desde 1988, resgatando 
dados datados desde 1900.
» Desinventar, iniciativa coordenada pela UNDRR, 
que iniciou na década de 90, com foco nos paí-
ses latino-americanos e se expandiu para deze-
nas de outros nas últimas décadas.
» NatCat, mantido pela Munich Reinsurance Com-
pany, que contabiliza os danos com base nos 
eventos, não nos países.
» Sigma, mantido pela Swiss Reinsurance Com-
pany, que também contabiliza os danos com 
base nos eventos.
ARQUIVO UNDRR
83CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
O relatório aponta que, somente na década de 
2008 a 2017, foram registrados em todo o mundo 3.480 
desastres, que afetaram diretamente 1,98 bilhão de 
pessoas, com destaque para as secas e inundações. 
No mesmo período, foram verificados 67.572 óbitos e 
perdas econômicas da ordem de US$ 167 bilhões, cau-
sados principalmente por terremotos, furacões/ciclo-
nes e seus eventos correlatos. Observe esses dados na 
tabela a seguir:
MÉDIA ANUAL DOS DADOS
(2008 – 2017)
AFETADOS
(pessoas)
ÓBITOS
(pessoas)
PERDAS ECONÔMICAS
(em US$)
SECA 73.900.000 2.004 8.300.000.000,00
TERREMOTOS 8.300.000 35.197 45.300.000.000,00
TEMPERATURAS EXTREMAS 9.000.000 7.388 3.000.000.000,00
INUNDAÇÕES 73.100.000 5.039 36.300.000.000,00
DESLIZAMENTOS 300.000 1.034 300.000.000,00
MOVIMENTO DE MASSA < 100.000 24 < 100.000,00
TEMPESTADE 33.900.000 16.762 69.600.000.000,00
ATIVIDADE VULCÂNICA 200.000 44 < 100.000,00
INCÊNDIOS 100.000 80 3.800.000.000,00
TOTAL 198.900.000 67.572 166.600.200.000,00
Assim, os dados apresentados 
a seguir têm como base o 
relatório anual do EM-DAT 
publicado em 2019, sendo 
considerados somente aqueles 
relacionados a eventos 
de origem natural.
Apesar da difícil comparação de dados de diferentes 
bases – principalmente por diferenças metodológicas 
e porque as companhias de seguro comumente igno-
ram dados de países com pouca prospecção comercial 
– considera-se o EM-DAT como o mais abrangente por 
buscar ampliar a coleta dos dados para mais fontes. 
Média anual dos dados mais relevantes sobre desastres ocorridos no mundo entre 2008 e 2017
Fonte: adaptado de CRED (2019).
MÉDIA ANUAL DOS DADOS
84CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Os números expostos na tabela demonstram a rele-
vância que os impactos dos desastres têm sobre a so-
ciedade e a economia mundial, seja em países ricos ou 
subdesenvolvidos. Os registros do CRED (2019) identifi-
cam que ocorreram 11.804 mortes decorrentes de de-
sastres em 2018 e mostram que os 5 (cinco) desastres 
de maior impacto aconteceram em países onde a po-
pulação é mais vulnerável. Observe na tabela a seguir 
quais são esses desastres mais fatais.
LOCAL DESASTRE
TOTAL DE PERDAS 
ECONÔMICAS (em US$)
ESTADOS UNIDOS Incêndios 16,5 bilhões
ESTADOS UNIDOS Furacão Michael 16 bilhões
ESTADOS UNIDOS Furacão Florence 14 bilhões
JAPÃO Tufão Jebi 12,5 bilhões
JAPÃO Inundações 9,5 bilhões
LOCAL DESASTRE TOTAL DE ÓBITOS
INDONÉSIA Terremoto/Tsunami 4.340
INDONÉSIA Terremoto 564
ÍNDIA Inundação 504
INDONÉSIA
Atividade Vulcânica/
Tsunami
453
GUATEMALA
Atividade Vulcânica/
Tsunami
425
Por outro lado, ao verificar a composição dos de-
sastres, que somados acarretaram perdas de US$ 132 
bilhões em 2018, observe que os 5 (cinco) maiores pre-
juízos ocorreram nos Estados Unidos e Japão. Além do 
perfil elevado de risco desses países, a quantidade de 
bens expostos potencializa as perdas no setor privado 
e, também, no público, conforme dados demonstrados 
na tabela a seguir.
OS CINCO DESASTRES MAIS DANOSOS EM 2018OS CINCO DESASTRES MAIS FATAIS EM 2018
Fonte: adaptado de CRED (2019).Fonte: adaptado de CRED (2019).
85CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
É preciso considerar a possibilidade de que esses 
números sejam ainda maiores, ponderando que essa 
base de dados, bem como as demais, registra os de-
sastres de maior impacto, subnotificando os de peque-
no a médio porte, que acontecem, usualmente, de for-
ma mais frequente.
Assim, ao comparar os desastres 
mais letais com os desastres 
mais danosos economicamente, 
pode-se reafirmar a ideia de 
que é preciso investir na redução 
da pobreza para prevenir 
danos humanos causados 
por desastres.
Outro fator a se observar é que os impactos dos 
desastres sobre as populações expostas e vulnerá-
veis não ocorrem exclusivamente em países despre-
parados ou relacionados a desastres de mais difícil 
previsão, como terremotos e tsunamis. Exemplo disso 
foram as inundações e fluxos de lama ocorridas no 
Japão em junho de 2018, devido às chuvas torren-
ciais. O desastre culminou, segundo o EM-DAT, em 
220 óbitos, figurando como o sexto desastre com 
mais fatalidades naquele ano em todo o mundo, atrás 
apenas dos cinco eventos listados na tabela que cita 
os cinco desastres mais fatais em 2018.
Os dados apresentados no relatório anual do EM-
-DAT, publicado em 2019 (três tabelas apresentadas 
anteriormente), demonstram a importância da con-
tínua necessidade de investimentos na redução de 
riscos, priorizando o aumento da resiliência. São es-
forços que, considerando a realidade brasileira, devem 
ser investidos desde municípios até o Governo Federal, 
de forma que a população, setor privado e a adminis-
tração pública estejam tão capacitados quanto possí-
vel para enfrentar a frequência e a magnitude de cená-
rios de desastres, que parecem crescentes, seja pelas 
mudanças no clima ou por processos de urbanização 
inadequados. 
Ora, os países com mais óbitos são os que possuem 
a população mais vulnerável e são os mais drastica-
mente afetados, ainda que os desastres que os impac-
tam sejam de magnitude inferior.
KYODO NEWS
86CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
BASE DE DADOS NACIONAIS
A primeira iniciativa de se obter um banco de da-
dosestruturado em nível nacional foi a construção do 
S2ID, que resultou da elaboração do Atlas Brasileiro 
de Desastres Naturais, publicado em 2011, que trazia 
as informações dos desastres ocorridos no Brasil nas 
últimas duas décadas, de 1991 até 2010. Em 2013, o 
Atlas foi atualizado, contemplando os dados até 2012.
A partir da implantação do S2ID, cuja utilização 
passou a ser obrigatória para solicitação de reconhe-
cimento e recursos federais desde 2013 – por meio da 
Portaria MI nº 526, de 6 de setembro de 2012 – os da-
dos passaram a ser registrados diretamente pelos mu-
nicípios de forma sistematizada e padronizada. Assim, 
a atualização das informações sobre as ocorrências, os 
danos e o prejuízos relacionados a desastres, tornou-
-se mais ágil e com boa granularidade. 
Em 2019, por exemplo, foram realizados 4.193 regis-
tros no sistema. Esses registros informam, no mínimo, a 
identificação do local de ocorrência (município), data e 
tipo do desastre. Desses 4.193 registros, 1.813 não pros-
peram para qualquer tipo de solicitação de apoio pos-
terior à União, ou seja, foram apenas apontados pelos 
Entes para a composição do banco de dados do S2ID. 
Esses dados, fornecidos pela Sedec e analisados 
pelo Ceped UFSC, serviram de base para a criação 
do Atlas Digital de Desastres no Brasil, desenvolvido 
com o apoio do Banco Mundial e lançado em 2020. No 
atlas, é possível pesquisar os dados de ocorrências 
conforme a tipologia do desastre, data e localização, 
detalhando os dados até o nível municipal. 
Atlas Digital de Desastres no Brasil
https://atlas.ceped.ufsc.br/
87CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Dentre as referências com dados disponíveis so-
bre os impactos dos desastres no país, além do Atlas 
Digital, encontra-se o Relatório de Danos Materiais 
e Prejuízos Decorrentes de Desastres Naturais no 
Brasil, 1995 a 2019. O estudo também foi realizado em 
cooperação entre o Banco Mundial e o Ceped/UFSC, 
com foco nos prejuízos e danos materiais informados 
pelos municípios no decorrer dos 25 anos da pesqui-
sa. O levantamento soma-se à base de dados manti-
da pelo próprio Ceped, que é atualizada anualmente 
por meio do tratamento e consolidação dos dados das 
informações registradas no S2ID e informados por ór-
gãos estaduais de P&DC.
 Elaborado pelo Banco Mundial em parceria 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 
com base nos dados da Sedec e dos órgãos 
estaduais de P&DC, 1995 – 2019, com valores 
corrigidos para 2019.
Mais sobre o Relatório no 
site relatório de Desastres do 
Ceped/UFSC.
O Sistema Integrado de 
Informações sobre Desastres
O Decreto nº 10.593/2020 coloca a Sedec como 
responsável pela instituição e coordenação do Sistema 
Integrado de Informações sobre Desastres, cujo 
desenvolvimento foi autorizado pela Lei nº 12.608 em 
2012. Ele deve integrar as informações relevantes de 
sistemas existentes e que venham a ser instituídos 
pelos órgãos e entidades do Sinpdec.
Além da própria Sedec, que coordena o S2ID, outros 
órgãos do Sinpdec destacam-se como geradores de 
informações relevantes sobre riscos de desastres no 
país, tais como: a Agência Nacional de Águas (ANA), o 
Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o Centro Nacional 
de Monitoramento e Alerta de Desastres Nacionais 
(Cemaden), o Centro de Previsão de Tempo e Estudos 
Climáticos (CPTEC/INPE), dentre outros.
ARQUIVO CEMADEN
https://relatoriodedesastres.ceped.ufsc.br/
88CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Com os dados fornecidos pelo Atlas Digital e o relatório de danos e prejuízos, foi possível analisar um perfil de risco do país que será estudado no próximo tópico, concentrando-se 
nos desastres com origem em eventos naturais, divididos em cinco grandes grupos, que reúnem os eventos mais representativos, como pode ser observado a seguir:
CINCO GRANDES GRUPOS DE DESASTRES
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
1 2 3 4 5
Cabe ressaltar, porém, que os registros são feitos 
diretamente pelos municípios e estados, sem uma 
análise qualitativa posterior, como é realizada nas 
outras bases de dados aqui mencionadas, sendo 
suscetível a interpretações distintas, conforme o 
entendimento do responsável pelo registro. O que, 
somado à dificuldade inerente de, em muitos casos, 
identificar uma causa prevalente para um desastre 
com diversos elementos presentes (alagamentos, 
inundações, vendavais, deslizamentos etc.), pode 
acarretar variações na classificação da tipologia do 
desastre. Então, agrupar alguns tipos de eventos 
parece ser adequado para entender a causa/
origem do desastre.
89CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
PERFIL DE RISCO NACIONAL
Para avaliar adequadamente o risco, é necessário 
determinar as ameaças mais relevantes, entendendo 
suas características, frequência e prováveis impactos. 
É necessário definir a sua abrangência avaliando as 
pessoas, edifícios, bens e serviços que podem ser afe-
tados. Por fim, é preciso entender as características dos 
elementos expostos para determinar suas vulnerabili-
dades sociais, físicas e ambientais. 
Em um país como o Brasil, com extensão 
continental e notáveis diferenças regionais 
e sociais, a avaliação de todos esses fatores 
é o desafio a ser superado. Modelos que 
dimensionem os perigos e seus impactos de 
forma abrangente e homogênea, ao longo 
do território, não se encontram disponíveis, 
o que dificulta tanto a avaliação quanto a 
comparação dos níveis de risco, mesmo que 
de forma regional.
Nesse contexto, as informações para construção de um 
perfil de risco para todo o país devem se apoiar em dados 
de danos e prejuízos pretéritos, sendo as cartas de setori-
zação de risco elaboradas pelo CPRM uma exceção a essa 
condição. Mesmo que não alcancem todos os municípios, 
abrangem a maioria daqueles com riscos mais relevantes 
relacionados a inundações, enxurradas e movimentos de 
massa, sendo atualmente a melhor referência nacional.
Além disso, os dados de 
reconhecimento federal (RF) das 
ocorrências de desastres geram 
informações que auxiliam na 
determinação das características 
do perfil de risco brasileiro. 
Uma vez que os registros que originam os RFs estão 
vinculados à classificação da Cobrade, também estão re-
lacionados diretamente ao evento adverso que resultou 
nos danos e prejuízos. Sendo assim, os dados sobre os 
reconhecimentos realizados se tornam uma fonte oficial 
relevante para se analisar a origem dos desastres e sua 
distribuição geográfica. 
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90CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A partir desse contexto, a seguir são apresentados os gráficos com a distribuição 
dos RFs entre os anos de 2003 e 2019, disponíveis no S2ID. Primeiramente, reuniu-
-se as tipologias mais próximas, de forma a identificar os desastres mais recorrentes, 
como pode ser observado no gráfico a seguir. 
Em seguida, os desastres naturais classificados 
como mais recorrentes foram divididos em cinco gran-
des grupos assim distribuídos:
RECONHECIMENTOS FEDERAIS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES
DESASTRES POR GRUPOS
Fonte: Ceped/UFSC (2021). Fonte: Ceped/UFSC (2021).
Biológico
83 (0,2%)
Climatológico
25700 (72,5%)
Hidrológico
7933 (22,4%)
Meteorológico
1390 (3,9%)
Geológico
334 (0,9%)
91CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
» As ocorrências relacionadas a secas e estia-
gens (e, em mínima proporção, a incêndios 
florestais) representam 72% do total de re-
conhecimentos realizados. Dentre os fatores 
que justificam esse número, ressalta-se que os 
desastres relacionados a eventos de estiagem 
e seca são usualmente mais abrangentes,fa-
zendo com que a contagem de municípios vin-
culados a um único evento seja maior. As secas 
são fenômenos que duram por mais tempo, 
resultando na necessidade de novas decreta-
ções de situação de emergência pelos Entes 
e, consequentemente, mais solicitações de RF 
são requeridas, enquanto perdurarem os im-
pactos do desastre. 
» As inundações e enxurradas representam a 
maior parte dos desastres com origem em fe-
nômenos hidrológicos. Ao avaliar os eventos 
deflagrados por alto volume de chuva, é neces-
sário considerar ainda que os registros de chu-
vas intensas representam mais da metade (55%) 
dos desastres classificados como meteorológi-
cos. Tendo em vista a já mencionada dificuldade 
técnica em se classificar adequadamente o de-
sastre no nível municipal – além do fato de que 
a própria definição de Chuva Intensa induz 
a que essa seja empregada em eventos com 
características mais generalizadas – é razoável 
concluir que esses eventos também têm origem 
em fenômenos hidrológicos.
» Embora sejam notoriamente relevantes e recor-
rentes em vários estados brasileiros, o número 
de deslizamentos registrados é baixo. Apesar 
de representar quase a totalidade dos desas-
tres classificados como movimento de massa, 
os deslizamentos e corridas de lama/solo foram 
utilizados em apenas 172 registros que originaram 
RF entre 2003 e 2019. Esse fato se justifica na me-
dida em que esses são, normalmente, eventos 
mais pontuais que acabam sendo inseridos no 
contexto de enxurradas e chuvas intensas. Outra 
questão importante é que esse tipo de desastre 
não está entre os elegíveis para o saque do Fundo 
de Garantia (FGTS), conforme determina artigo 
2º do Decreto nº 5.113, de 22 de junho de 2004. 
Ao observar os registros dos desastres, é possí-
vel concluir que as codificações escolhidas foram, 
em muitos casos, as associadas a inundações e 
enxurradas, ao invés de deslizamentos, por exem-
plo, para se enquadrar a essa legislação.
 A Instrução Normativa Nº 36 Sedec/MDR, 
de dezembro de 2020, determina que o 
decreto de SE/ECP terá validade máxima de 
180 dias a contar da data de sua publicação.
 São chuvas que ocorrem com acumulados 
significativos, causando múltiplos desastres 
(ex.: inundações, movimentos de massa, 
enxurradas etc.).
 O inciso XVI do art. 20 da Lei nº 8.036, de 
11 de maio de 1990, é regulamentado pelo 
Decreto nº 5.113, de 22 de junho de 2004.
Ao analisar a distribuição dos Reconhecimentos Federais de SE/ECP apresentadas nos dois gráficos, pode-se concluir que:
92CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Ao analisar os dados de SE/ECP, a conclusão é que 
os desastres no Brasil têm origem, fundamentalmente, 
em duas situações: 
» No elevado volume pluviométrico (concentrado 
ou persistente).
» Na ausência de chuva por períodos consideráveis.
Os deslizamentos podem ser de grande impacto, 
causados por eventos extremos e raros, como os de-
sastres do Vale do Itajaí (2008) e Região Serrana do RJ 
(2011), como também terem sua principal característica 
relacionada à repetição de eventos de pequena e mé-
dia intensidade, somados à exposição e à vulnerabili-
dade da população e ativos. 
Outra maneira de analisar o perfil de desastres, 
além dos registros e reconhecimento federal de SE/
ECP, é a análise do histórico dos danos e prejuízos, 
que permite avaliar a magnitude do impacto do de-
sastre. O já mencionado Relatório de Danos e Prejuízos 
apresenta uma análise regional desses impactos, que 
pode ser útil para uma visão ampla do problema, para 
que se possam direcionar esforços para avaliação e 
entendimento em nível local (município).
MARCELLO CASAL JR, AGÊNCIA BRASIL
93CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
Fonte: Elaborado pelo Banco Mundial em parceria 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com base 
nos dados da Sedec e dos órgãos estaduais de Defesa Civil, 
1995 – 2019, com valores corrigidos para 2019.
Privados
226,28 bi
Públicos
40,53 bi
0,66 bi
Saúde
0,03 bi
Comercial
1,43 bi
Ensino
0,86 bi
Comunitário
39,13 bi
Infraestrutura
24,43 bi
Habitação
333,36 bi (totais, em R$)
32.832 (registros)
2,10 bi
Comércio
7,44 bi
Indústria
11,20 bi
Serviços
55,72 bi
Pecuária
149,82 bi
Agricultura
0,11 bi
Praga
0,13 bi
Combustível
0,15 bi
Telecomunicação
0,16 bi
Segurança
0,91 bi
Energia
0,93 bi
Limpeza
1,59 bi
Ensino
1,66 bi
Saúde
2,93 bi
Esgoto
8,83 bi
Transporte
23,13 bi
Água
199,83 bi
Estiagem 
e seca
32,18 bi
Inundações
54,97 bi
Enxurradas
16,29 bi
Chuvas 
intensas
7,00 bi
Vendavais 
e ciclones
DESASTRES QUE 
IMPLICAM MAIORES 
DANOS MATERIAIS
E PREJUIZOS
Grupo de desastres, em %
19,96% 80,04%
89,21%
7,47%
2,69% 0,63%
20,81%
3,33% 0,64%
75,22%
DANOS (R$)
66,54 bi
Dados de 1995 a 2019
 CLIMATOLÓGICO
 HIDROLÓGICO
 METEOROLÓGICO
 OUTROS
PREJUÍZOS (R$)
266,81 bi
94CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
Observando o infográfico anterior, é possível con-
cluir que os danos materiais estão fundamentalmente 
relacionados aos desastres hidrológicos, principal-
mente enxurradas e inundações, impactando em 
infraestruturas públicas e habitações. Por sua vez, os 
prejuízos estão majoritariamente relacionados aos de-
sastres climatológicos (secas e estiagens), afetando a 
agricultura e a pecuária.
Você pode consultar informações 
e dados sobre os danos e prejuízos 
materiais do seu município nos 
relatórios de desastres do Ceped.
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https://relatoriodedesastres.ceped.ufsc.br/
95CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
As imagens a seguir ilustram a distribuição dos danos materiais e prejuízos ao longo do território e as perdas econômicas por região. 
DISTRIBUIÇÃO DOS DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS NO BRASIL
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
CLIMATOLÓGICOS POR MESORREGIÃO HIDROLÓGICOS POR MESORREGIÃO
CLIMATOLÓGICOS POR REGIÃO HIDROLÓGICOS POR REGIÃO
Legenda (R$ Milhões)
 0 a 800
 800,001 a 2.500
 2.500,001 a 5.300
 5.300,001 a 9.000
 9.000,001 a 18.550
Legenda (R$ Milhões)
 0 a 430
 430,001 a 1.050
 1.050,001 a 2.300
 2.300,001 a 4.300
 4.300,001 a 7.700
Norte
0,6 bi 
0,3%
Norte
11,7 bi
10,2%
Nordeste
116,9 bi 
58,1%
Nordeste
22,5 bi
19,6%
Centro-Oeste
10,9 bi
5,4%
Centro-Oeste
8,6 bi
7,5%
Sudeste
32,6 bi 
16,2%
Sudeste
37,3 bi
32,5%
Sul
40 bi 
19,9%
Sul
34,8 bi
30,3%
96CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Ao analisar as figuras, conclui-se que os desastres 
climatológicos impactam, principalmente, a Região 
Nordeste, Centro-Oeste e parte oeste da Região Sul. 
Por sua vez, os hidrológicos são mais abrangentes e 
ocasionam mais perdas no Sudeste, Norte e Sul do 
país, mas também afetam significativamente a Região 
Centro-Oeste e faixa litorânea dos estados nordes-
tinos. Por fim, os desastres climatológicos têm maior 
impacto nos três estados do Sul, com baixa incidências 
nas demais Regiões.
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ED
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DISTRIBUIÇÃO DOS DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS NO BRASIL
METEOROLÓGICOS POR MESORREGIÃO
Legenda (R$ Milhões)
 0 a 58
 58,001 a 230
 230,001 a 620
 620,001 a 1.000
 1.000,001 a 1.900
METEOROLÓGICOS POR REGIÃO
Sudeste
1,3 bi
9,5%
Centro-Oeste
91,1 mi
0,7%
Sul
12,3 bi
88,5%
Norte
52,4 mi
0,4%
Nordeste
130,5 mi
0,9%
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parabéns! Você concluiu os estudos do curso 1 PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: Intro-
dução à Política Nacional! 
Você pôde conhecer aqui um pouco mais sobre os aspectos conceituais, legais e 
práticos de P&DC, incluindo o histórico de surgimento no Brasil e no mundo. Conhe-
ceu o contexto dos principais temas relacionados à Política e ao Sinpdec; a Sedec; 
bemcomo as atribuições da União, estados e municípios. 
Na sequência, foram abordados os principais conceitos, buscando estabelecer 
uma relação prática com a RRD aplicada na atuação municipal, o que lhe permitiu re-
fletir sobre as principais discussões que se articulam às ações de um gestor de P&DC, 
bem como compreender os processos de riscos e desastres, por meio da gestão in-
tegrada de risco em P&DC. 
Por último, foi visto o contexto internacional e nacional de desastres e pode com-
preender como o conhecimento e as análises de dados e ocorrências contribuem 
para a compreensão das causas e impactos dos desastres. Consequentemente, per-
mitem uma atuação focada na realidade e voltada para promoção de medidas de 
redução de desastres. 
Portanto, você pode perceber que a gestão de risco e o papel de um gestor de 
P&DC envolvem uma atuação articulada que considere questões como uso e ocupa-
ção do solo, planejamento urbano, mudanças climáticas, valorização do conhecimen-
to empírico e local, bem como da psicologia, comunicação, engenharia, meteorologia, 
economia, entre outros. 
Espera-se que este curso tenha contribuído para os seus estudos e auxiliado no 
conhecimento de algumas definições fundamentais para o entendimento dos pro-
cessos de riscos e desastres, desde os fatores que permitem sua ocorrência até sua 
gestão adequada.
ROVENA ROSA, AGÊNCIA BRASIL R
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98CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)].  Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 7 abr. 
2021.
BRASIL. Decreto nº 1.080, de 08 de março de 1994. Regulamenta o Fundo Especial 
para Calamidades Públicas (Funcap) e dá outras providências. Brasília, DF: Pre-
sidência da República, 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/decreto/1990-1994/D1080.htm#:~:text=DECRETA%3A&text=36%20
do%20Ato%20das%20Disposições,de%20reabilitação%20de%20áreas%20
atingidas. Acesso em: 7 abr. 2021.
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da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço - FGTS, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2004/decreto/d5113.htm. Acesso em: 31 ago. 2020.
BRASIL. Decreto nº 7.257, de 04 de agosto de 2010. Regulamenta a Medida Pro-
visória no 494 de 2 de julho de 2010, para dispor sobre o Sistema Nacional de 
Defesa Civil  - Sindec, sobre o reconhecimento de Situação de Emergência e 
Estado de Calamidade Pública, sobre as transferências de recursos para ações 
de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e 
reconstrução nas áreas atingidas por desastre, e dá outras providências. Brasí-
lia, DF: Presidência da República, 2010a. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7257.htm. Acesso em: 7 
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BRASIL. Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017. Dispõe sobre a política de 
governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2017a. Disponível em: http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9203.htm. Acesso 
em: 7 abr. 2021.
BRASIL. Decreto nº 9.666, de 02 de janeiro de 2019. Aprova a Estrutura Regimental 
e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Con-
fiança do Ministério do Desenvolvimento Regional, remaneja cargos em comis-
são e funções de confiança e substitui cargos em comissão do Grupo Direção 
e Assessoramento Superiores - DAS por Funções Comissionadas do Poder 
Executivo - FCPE. Brasília, DF: Presidência da República, 2019a. Disponível em: 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identifica-
cao/DEC%209.666-2019?OpenDocument. Acesso em: 7 abr. 2021.
BRASIL. Decreto nº 9.775, de 6 de setembro de 1946. Dispõe sôbre as atribuições 
do Conselho de Segurança Nacional e de seus órgãos complementares e dá 
outras providências. Brasil, DF: Presidência da República, 1946. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del9775impressao.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1080.htm#:~:text=DECRETA%3A&text=36%20do%20Ato%20das%20Disposições,de%20reabilitação%20de%20áreas%20atingidas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1080.htm#:~:text=DECRETA%3A&text=36%20do%20Ato%20das%20Disposições,de%20reabilitação%20de%20áreas%20atingidas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1080.htm#:~:text=DECRETA%3A&text=36%20do%20Ato%20das%20Disposições,de%20reabilitação%20de%20áreas%20atingidas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1080.htm#:~:text=DECRETA%3A&text=36%20do%20Ato%20das%20Disposições,de%20reabilitação%20de%20áreas%20atingidas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5113.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5113.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7257.htm
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http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%209.666-2019?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%209.666-2019?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del9775impressao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del9775impressao.htm
99CURSO I. PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: INTRODUÇÃO À POLÍTICA NACIONAL
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
BRASIL. Decreto nº 10.290, de 24 de março de 2020. Aprova a Estrutura Regi-
mental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de 
Confiança do Ministério do Desenvolvimento Regional e remaneja e transfor-
ma cargos em comissão e funções de confiança. Brasília, DF: Presidência da 
República, 2020a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
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BRASIL. Decreto nº 10.593, de 24 de dezembro de 2020. Dispõe sobre a orga-
nização e o funcionamento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e 
do Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil e sobre o Plano Nacional de 
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BRASIL. Lei nº 12.340,1 de dezembro de 2010. Dispõe sobre o Sistema Nacio-
nal de Defesa Civil - Sindec, sobre as transferências de recursos para ações 
de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e 
reconstrução nas áreas atingidas por desastre, e sobre o Fundo Especial para 
Calamidades Públicas, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da 
República, 2010b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2007-2010/2010/Lei/L12340.htm#:~:text=Dispõe%20sobre%20o%20
Sistema%20Nacional,Públicas%2C%20e%20dá%20outras%20providências. 
Acesso em: 7 abr. 2021. 
BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de Pro-
teção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção 
e Defesa Civil – Sinpdec e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - 
Conpdec; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de 
desastres; altera as Leis nºs 12.340, de 1º de dezembro de 2010, 10.257, de 10 
de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 
1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências. Brasília, 
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zembro de 2010, para dispor sobre as transferências de recursos da União aos 
órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução 
de ações de prevenção em áreas de risco e de resposta e recuperação em 
áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo Nacional para Calamidades Pú-
blicas, Proteção e Defesa Civil, e as Leis nºs 10.257, de 10 de julho de 2001, e 
12.409, de 25 de maio de 2011, e revoga dispositivos da Lei nº 12.340, de 1º de 
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Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e alterações posteriores, e da Lei nº 
12.608, de 10 de abril de 2012, e utilização do sistema Interface de Divulgação 
de Alertas Públicos - IDAP para envio via SMS, televisão por assinatura ou Plata-
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https://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2017/01/111703-WP-CEPEDRelatoriosdeDanoslayout-PUBLIC-PORTUGUESE-ABSTRACT-SENT.pdf
https://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2017/01/111703-WP-CEPEDRelatoriosdeDanoslayout-PUBLIC-PORTUGUESE-ABSTRACT-SENT.pdf
https://s2id.mi.gov.br/paginas/atlas/
https://dicionario.priberam.org/zepelim
https://dicionario.priberam.org/zepelim
FICHA TÉCNICA
EQUIPE TÉCNICA
Adriana Landim Quinaud, Ma.
Alexandre Ladvig 
Amanda Neto Domingos 
Ana Leticia Oliveira do Amaral, Ma.
Arnoldo Bublitz 
Arthur Vinícius Anorozo Nunes, Me.
Ayla de Brito Péres
Bárbara D’oro 
Débora Machado Gonçalves 
Delma Cristiane Morari, Ma.
Diego Borges da Silva, Me.
Fábio Hermógenes 
Fernanda Luisa da Costa França, Esp.
Gabriela Camargo Roumeliotis 
George Rodrigues, Esp.
Giselle Regina Furtado 
Guilherme Evangelista da Silva 
Guilherme Inã Ferreira 
Jéssica Rodrigues Esteves, Ma.
João Pedro Palhares Torres Filippe 
Júlia dos Santos Amaro 
Júlia Jacintho
Karina Martins da Cruz 
Lara Calvette Daunis
Luana Martins Sanches
Lucas Denir Espíndola 
Manoela de Souza 
Marcos de Oliveira 
Maria Eduarda Hanoff Amaral de Oliveira
Natália Kilpp da Silva
Rafael Schadeck, Me.
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena, Ma.
Sofia Moreira Pachedo de Souza
Thais Guimarães 
Thiago Souza 
Valdir Aparecido da Silva Junior 
Victória Junkes Natividade 
Vinícius Borges de Souza
REVISÃO TÉCNICA
George Luiz P. Santos
(Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Rio Branco/AC)
José Luiz de Abreu
(Colegiado de Coordenadores de Proteção e Defesa Civil 
dos municípios da Região da Foz do Rio Itajaí/SC)
Keila Ferreira
(Secretaria-Executiva de Defesa Civil do Recife/PE)
Lidiane Natalie de Souza
(Sedec/MDR) 
Liliane Campos Alves
(Subsecretaria de Proteção Defesa Civil de Belo Horizonte/MG)
Loiane Ferreira de Souza
(Sedec/MDR)
Luiz Carlos da Costa Junior
(Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa Civil do Mato Grosso)
Paulo Sérgio Menezes Luz
(Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia)
Reinaldo Soares Estelles, Me.
(Sedec/MDR)
Ricardo Jerônimo de Oliveira
(Subsecretaria de Proteção Defesa Civil de Belo Horizonte/MG)
Wellington Silva de Oliveira
(Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Maricá/RJ)
FOTOS DE CAPA
Antônio Cruz, Agência Brasil (Brumadinho, 2019)
Washington Alves, Reuters (Brumadinho, 2019)
Durval Jr., Arquivo Nacional (FEB, 1944)
Realização:
CEPED / UFSC (2021)

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