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A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito Apresentação O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 prevê, em seu texto, a educação como direito de todos e dever do Estado e da família. Ainda, salienta que a educação deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nessa perspectiva, a educação torna-se uma prerrogativa em que todo cidadão brasileiro possui o direito de exigir do Estado o acesso e a prática educativa. Como direito de todos, a educação, portanto, traduz muito da exigência que o sujeito pode fazer em seu favor. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender os direitos educacionais garantidos pela Constituição Federal, além de analisar os reflexos da educação na sociedade. Por fim, você vai identificar os desafios para a garantia da educação, como o direito à igualdade de oportunidades e à diferença. Portanto, navegue nestes conhecimentos! Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Enumerar os direitos educacionais garantidos pela Constituição Federal de 1988.• Examinar os efeitos de significar a educação como direito.• Identificar os desafios para a garantia da educação como direito à igualdade e à diferença.• Desafio No Brasil, o fenômeno da exclusão escolar é um problema complexo, e sua superação exige muito mais do que a simples boa vontade de algumas pessoas. Veja, a seguir, a história do João Pedro, de apenas 10 anos. Para este Desafio, analise o fato relatado e construa um texto apresentando argumentos embasados na legislação vigente que evidenciem o direito de João Pedro à educação. Infográfico No Infográfico a seguir, você vai conhecer os direitos educacionais garantidos pela Constituição Federal. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ca1fb6e7-8084-410d-91d7-8e5381003bed/dd82bee4-aecf-4cf4-a8f3-7cbb819a319d.png Conteúdo do livro Hoje, o avanço da educação é um direito fundamental ao cidadão, por isso, existe a legislação educacional contemporânea. Aqui, você verá que é necessário perceber a educação como um direito fundamental ao ser humano, à transformação social e à vida No capítulo A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito, da obra Política Educacional, você vai conhecer os direitos educacionais garantidos pela Constituição Federal e examinar os efeitos de compreender a educação como direito. Por fim, você vai identificar os desafios para a garantia da educação como direito à igualdade e à diferença. Boa leitura. POLÍTICA EDUCACIONAL Alex Ribeiro Nunes A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Enumerar os direitos educacionais garantidos pela Constituição. � Examinar os efeitos de significar a educação como direito. � Identificar os desafios para a garantia da educação como direito à igualdade e à diferença. Introdução O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 busca garantir a educação como um direito de todos e um dever do Estado e da família (BRASIL, 1988). A educação torna-se uma prerrogativa em que todo cidadão brasileiro possui o direito de exigir do Estado o acesso e a prática educativa. Como direito de todos, a educação, portanto, traduz muito da exigência que o sujeito pode fazer em seu favor. Neste capítulo, você aprofundará seus estudos para localizar e com- preender os direitos educacionais garantidos pela Constituição Federal, analisará os reflexos da educação para a sociedade e, também, identificará os desafios para a garantia da educação como direito à igualdade de oportunidades e à diferença. Os direitos educacionais garantidos pela Constituição A Constituição Federal Brasileira de 1988 reconheceu a educação como di- reito social e atribuiu ao Estado a responsabilidade de promover a educação fundamental a todos os cidadãos (DORIGON; SIMÃO, 2017). Nesse docu- mento, o direito à educação está inserido no contexto dos chamados direitos de 2ª dimensão, no âmbito dos direitos fundamentais. A grande inovação do modelo constitucional de 1988 em relação ao direito à educação decorre de seu caráter democrático, especialmente pela preocupação em prever instrumentos voltados para sua efetividade. Nessa perspectiva, o direito à educação vai se constituindo como uma política pública que é dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, conforme institui o Artigo 205 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). O texto constitucional estabelece, inclusive, os princípios que baseiam o ensino. É o que prevê o artigo 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 1988, documento on-line). Os direitos sociais são aqueles que têm por objetivo garantir aos indivíduos condições materiais tidas como imprescindíveis para o pleno gozo dos seus direitos, por isso tendem a exigir do Estado uma intervenção na ordem social que assegure os critérios de justiça distributiva, assim, diferentemente dos direitos à liberdade, se realizam por A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito2 meio de atuação estatal com a finalidade de diminuir as desigualdades sociais. Por isso, tendem a possuir um custo excessivamente alto e a se realizar em longo prazo (PESSOA, 2018). Os direitos fundamentais não surgiram simultaneamente, mas em períodos distintos conforme a demanda de cada época, tendo essa consagração progressiva e sequencial nos textos constitucionais, e dando origem à classificação em gerações. O surgimento de novas gerações não ocasionou a extinção das anteriores. Há quem prefira o termo dimensão por não ter ocorrido uma sucessão desses direitos: atualmente todos eles coexistem (NOVELINO, 2009). Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda dimensão são os direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado (NOVELINO, 2009). O artigo que detalha o direito à educação é o 208: I — educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; II — progressiva universalização do ensino médio gratuito; III — atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV — educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; V — acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,segundo a capacidade de cada um; VI — oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII — atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1988, documento on-line). Quanto à Declaração do Direito à Educação como o primeiro dos Direitos Sociais, Cretella Junior (1991, p. 881-882) pontua que: [...] todo cidadão brasileiro tem o subjetivo público de exigir do Estado o cumprimento da prestação educacional, independentemente de vaga, sem seleção, porque a regra jurídica constitucional o investiu nesse status, colo- cando o Estado, ao lado da família, no poder-dever de abrir a todos as portas das escolas públicas e, se não houver vagas, nestas, das escolas privadas, pagando as bolsas aos estudantes. 3A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito Considerando os artigos e os aspectos apontados, torna-se impossível pensar no direito à educação sem compreender todo o processo de construção desse direito e, portanto, a Constituição Federal emerge, de fato, como um marco para tal criação. Nesse aspecto, Dorigon e Simão (2017) reforçam, ainda, que é importante mencionar a existência de outros dois instrumentos normati- vos que regulamentam e complementam o direito à educação: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) preconiza, no artigo 4º, que “[...] é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação do direito […] à educação” (BRASIL, 1990, documento on-line). E, no artigo 53, o Estatuto dispõe que a educação é direito de toda criança e adolescente: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como, participar da definição das propostas educacionais (BRASIL, 1990, documento on-line). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) estabelece as diretrizes da educação nacional e, no artigo 1º, trata sobre o desenvolvimento da educação: Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. (BRASIL, 1996) A LDB reconhece o direito à educação básica como direito público subjetivo, o que facilita a busca por sua exigência e concre- tização, vejamos o que dispõe o seu artigo 5ª, in verbis: Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Públi- co, acionar o poder público para exigi-lo (BRASIL, 1996, documento on-line). A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito4 De acordo com essa legislação, o direito fundamental à educação é efetivado a todas as crianças e adolescentes de forma que sejam respeitadas as caracte- rísticas e as diferenças de cada um deles. É preciso que haja o atendimento às necessidades de cada sujeito, inclusive das pessoas com necessidades especiais. O planejamento, a criação e a execução das políticas de educação são realizados em um trabalho conjunto dos três Poderes que formam o Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Poder Legislativo ou o Executivo, assim como a sociedade civil organizada, podem propor políticas públicas para a educação. O Legislativo cria as leis referentes a uma determinada política pública e o Executivo é o responsável pelo planejamento de ação e pela apli- cação da medida. Já o Judiciário faz o controle da lei criada e confirma se ela é adequada para cumprir o objetivo a que se propõe. Conceber um direito educacional tipificado como política pública é assumir a urgência em pensar uma educação de qualidade que, para Dorigon e Simão (2017), deve ser entendida como direito humano essencial, o qual o governo brasileiro tem o compromisso maior de promover a todos e todas. Assim, “[...] a universalização do ensino fundamental, a ampliação da educação infantil, do ensino médio, da educação superior e a melhoria da qualidade em todos os níveis e nas diversas modalidades de ensino são tarefas prioritárias” (BRASIL, 2007, p. 11). A política educacional estabelecida como política pública não apenas possi- bilita que a educação se fortaleça como um caminho para que todos conheçam seus direitos e deveres, mas também contribui para o desenvolvimento de valores, conforme aponta o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos: […] a educação é compreendida como um direito em si mesmo e um meio indispensável para o acesso a outros direitos. A educação ganha, portanto, mais importância quando direcionada ao pleno desenvolvimento humano e às suas potencialidades, valorizando o respeito aos grupos socialmente excluídos. Essa concepção de educação busca efetivar a cidadania plena para a construção de conhecimentos, o desenvolvimento de valores, atitudes e comportamentos, além da defesa socioambiental e da justiça social (BRASIL, 2007, p. 25). O direito à educação garantido pela Constituição Federal propõe, portanto, que cada sujeito tenha assegurado o direito de aprender e, para tanto, é urgente que voltemos nossas atenções às crianças, aos jovens e aos adolescentes que estão fora da escola. Outro aspecto importante a considerar refere-se àqueles que estão dentro da escola, porém correm os riscos de abandono e evasão, aumentados em razão de fatores e vulnerabilidades diversas, como a discri- 5A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito minação, o trabalho infantil e, ainda, a falta de condições de se deslocar até a escola. Enfim, a educação como dever do Estado está prevista no artigo 208 da Constituição Federal de 1988 e, inclusive, no item III é garantido o direito ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, reforçando que todos devem ter acesso à educação e, ainda, no item VII é assegurado o atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas su- plementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1988). Assim, torna-se necessário conhecer esses direitos para reivindicá-los, conforme será mais bem detalhado no subcapítulo a seguir. A apropriação, pela sociedade civil, da percepção e das lutas sociais pelo direito à educação de qualidade permitirá que haja uma desmistificação de que a nossa Constituição só funciona no papel. É preciso, também, vislumbrar os efeitos de significar a educação como direito, conforme veremos a seguir. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), a Educação Básica compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. As suas modalidades são: educação especial, educação de jovens e adultos, educação profissional,educação indígena, educação do campo. O ensino médio é a última etapa da educação básica. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) (BRASIL, 1996), os Estados são responsáveis por, progressivamente, tornar o ensino médio obrigatório, sendo que para isso devem aumentar o número de vagas disponíveis, de forma a atender a todos os concluintes do ensino fundamental, conforme estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE). A reformulação do ensino médio, aprovada pelo Senado Federal, pretende tornar mais flexível e atual o currículo dos jovens nos três últimos anos da escola. O próximo passo é a publicação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio. Ela definirá as competências e os objetivos de aprendizagem nas quatro áreas do conhecimento: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas. Um dos principais objetivos da nova proposta para o ensino médio é atrair os jovens para a escola e mantê-los nela. Atualmente, mais de 1 milhão de jovens de 17 anos que deveriam estar no terceiro ano do ensino médio estão fora da escola. Outro 1,7 milhão de jovens não estuda nem trabalha. O resultado mais recente do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) também mostra a defasagem do formato atual do ensino médio brasileiro. O último levantamento realizado mostrou que o país está estagnado. Fonte: Brasil (2017a, documento on-line). A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito6 A Base Nacional Comum Curricular do ensino fundamental está em vigor desde o final de 2017. Procure pelo documento na página web do Ministério da Educação. Os efeitos de significar a educação como direito Pessoa (2018) aponta que o direito à educação é um direito fundamental a todos os cidadãos brasileiros amparados pela nossa Carta Maior, no seu artigo 6º. É um direito humano que ocupa um lugar de destaque no rol dos direitos humanos, portanto, é um direito essencial para o exercício da cidadania de todos os brasileiros. Dessa forma, vale reafirmar que, entre todos os direitos humanos, o direito à educação é indispensável ao cidadão. O autor afirma ainda que nenhum dos outros direitos, ou seja, civil, polí- tico, econômico e social, podem ser praticados pelos sujeitos sem que tenham recebido o mínimo de educação. Daí a fundamental importância da educação como direito. Nesse cenário, vale lembrar que, infelizmente, milhões de crianças ainda permanecem privadas de oportunidades educacionais, muitas delas em razão da pobreza, da falta de acesso ou da desinformação. Assim, atingir esse direito à educação básica e de qualidade para todos e fazer valer essa educação como direito é um dos maiores desafios a serem superados nos dias atuais. Pensar na educação como direito é pensar que a educação faz parte das condições para a existência da dignidade do ser humano. Ao falar em digni- dade humana, pode parecer difícil compreender o conteúdo que tal expressão transmite, todavia, para que se possa verificar com maior coerência o sentido da palavra dignidade, é viável pensar em respeito, igualdade, acessibilidade, participação e vários outros aspectos possíveis de serem atingidos por meio da educação. Dessa maneira, esta necessita ser considerada como um direito do ser humano. A educação, como um dos direitos fundamentais do homem, originado do direito natural, deve ser assegurada de maneira primordial. Muniz (2002) reforça que a educação é considerada apenas como um direito social, porém, deve ser mais que isso: nasce no direito à vida, é instrumento fundamental para que a pessoa se realize como pessoa. De acordo com a autora, o ser humano tem sede de saber, mas seu potencial para aprender só se transformará em ato 7A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito no momento em que lhe forem propiciadas todas as condições necessárias para tal. E isso só é possível por meio da educação, da consagração desse direito. O Direito Natural é entendido como o conjunto de princípios e valores morais e éticos que cada ser humano carrega consigo, naturalmente agregados por meio do convívio com a sociedade em que está inserido. Fonte: Tenorio (2018, documento on-line). Quanto aos efeitos de significar a educação como direito, é preciso pensar que a educação básica é um momento privilegiado em que a igualdade cruza com a equidade e se reafirma, inclusive, como possibilidade de desconstrução de estereótipos, preconceitos e discriminações, tanto pelo papel socializador da escola quanto pelo seu papel de multiplicadora de conhecimentos diversos e significativos. Nessa perspectiva de ser fundamental à vida, a educação, dada sua inerência à cidadania e aos direitos humanos, foi, então, declarada e positivada como direito do cidadão e dever do Estado. Chauí (1989, p. 20) pontua que: A prática de declarar direitos significa, em primeiro lugar, que não é um fato óbvio para todos os homens que eles são portadores de direitos e, por outro lado, significa que não é um fato óbvio que tais direitos devam ser reconhe- cidos por todos. A declaração de direitos inscreve os direitos no social e no político, afirma sua origem social e política e se apresenta como objeto que pede o reconhecimento de todos, exigindo o consentimento social e político. Vale ressaltar que declarar e assegurar direitos vai além de uma proclamação solene. Declarar significa retirar do esquecimento, enquanto proclamar significa que as pessoas continuam a ser portadoras de um direito importante. Desse modo, quando esse direito não é respeitado, faz-se necessária a cobrança dele. Declarar um direito é muito significativo. Equivale a colocá-lo dentro de uma hierarquia que o reconhece solenemente como um ponto prioritário das políticas sociais. Mais significativo ainda se torna esse direito quando ele é declarado e garantido como tal pelo poder interventor do Estado, no sentido de assegurá-lo e implementá-lo (CURY, 2002). Para o autor: A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito8 O direito à educação parte do reconhecimento de que o saber sistemático é mais do que uma importante herança cultural. Como parte da herança cultural, o cidadão torna-se capaz de se apossar de padrões cognitivos e formativos pelos quais tem maiores possibilidades de participar dos destinos de sua so- ciedade e colaborar na sua transformação. Ter o domínio de conhecimentos sistemáticos é também um patamar sine qua non a fim de poder alargar o campo e o horizonte desses e de novos conhecimentos (CURY, 2002, p. 1). Significar a educação como direito é consolidar o acesso a ela e a perma- nência nela e, também, pensar que esta se configura como um meio de abertura que proporciona ao sujeito uma chave de autoconstrução e de se reconhecer como capaz de ser ativo, refletir, ser participativo, se tornar crítico para, possivelmente, transformar sua realidade. Portanto, os reflexos da educação como direito tornam-se uma oportunidade de crescimento e cidadania, uma possibilidade de mudança de percurso, uma alternativa para apropriações e para sentir-se pertencente. A efetiva inclusão da educação como direito resulta na possibilidade de formação de um sujeito com pleno desenvolvimento de suas potencialidades, não apenas intelectuais, mas principalmente morais, sociais e éticas. Assim, entende-se que os efeitos da educação são benéficos ao ser humano e à socie- dade. Educar a pessoa, portanto, a torna consciente de sua responsabilidade social, e é preciso oferecer ao ser humano conhecimentos diferentes e diversos para fomentar esse processo de construção de novos saberes. Nessa perspectiva, vale apresentar o que diz Cury (2002, p. 1): O direito à educação decorre de dimensões estruturais coexistentes na própria consistência do ser humano. Racionalidade, expressão da ação consciente do homem sobre as coisas, implicatambém o desenvolvimento da capacidade cognoscitiva do ser humano como meio de penetração no mundo objetivo das coisas. A racionalidade é também condição do reconhecimento de si, que só se completa pelo concomitante reconhecimento igualitário da alteridade. Só com o desenvolvimento destas capacidades é que a ação do homem com o outro e sobre as coisas torna-se humana e criativa. O pleno desenvolvimento da pessoa não poderia se realizar sem o desenvolvimento efetivo da capaci- dade cognitiva, uma marca registrada do homem. Assim sendo, essa marca se torna universal. Ela é a condensação de uma qualidade humana que não se cristaliza, já que implica a produção de novos espaços de conhecimento, de acordo com momentos históricos específicos. Os efeitos gerados pela educação perpassam por sua efetivação em práticas sociais que, certamente, se convertem em instrumento de redução das desigual- dades e das discriminações e possibilitam uma aproximação pacífica entre os 9A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito sujeitos e até mesmo entre os diferentes povos. Dessa forma, a disseminação e a universalização da educação escolar de qualidade como um direito da cidadania são o pressuposto civil de uma cidadania universal. Enfim, após as reflexões tecidas neste subcapítulo, observa-se que a edu- cação contribui para a redefinição dos caminhos de uma sociedade, de seus valores, de sua moral, de suas regras e de suas relações. Quanto mais se rea- firma e assegura o direito à educação, mais é possível que haja transformações favoráveis e que estas se multipliquem por toda a sociedade. A educação como direito, portanto, possibilita esse processo dinâmico de mudança humana e social. Certamente, nesse processo de reconhecimentos, construções e transfor- mações, muitas são as lacunas e os desafios a serem superados para a garantia de uma educação básica, inclusive para a garantia da educação como direito à igualdade e à diferença. Sabe-se que perceber e considerar a educação como direito, com vista na busca pela equidade e pela qualidade da educação em um país tão desigual como o Brasil é uma tarefa que implica políticas públicas de Estado que incluam uma ampla articulação entre os entes federativos. Vivemos atualmente um momento fecundo de possibilidades, com bases legais mais avançadas e com a mobilização estratégica dos setores públicos e de atores sociais importantes nesse cenário. É possível realizar um bom trabalho de alinhamento dos planos de educação para fazermos dos tempos atuais um virtuoso marco no destino do País. Nessa perspectiva, vale lembrar que o regime de colaboração entre estados, mu- nicípios e União, no que diz respeito às políticas educacionais no Brasil, está previsto na Constituição de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de Educação (PNE). Embora a legislação defina de forma clara as responsabili- dades de cada um — cabe aos municípios atuar nos anos iniciais do ensino fundamental e na educação infantil; aos estados, nos anos finais dos ensinos fundamental e médio; e à União exercer uma função redistributiva e supletiva, prestando assistência técnica e financeira —, na prática, há dificuldade em definir como essas diferentes instâncias devem cooperar entre si para garantir o acesso de todas as crianças e adolescentes a uma educação de qualidade. A articulação dessas três esferas de governo torna o sistema de gestão da educação brasileira muito complexo, o que se acentua em A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito10 razão das dimensões continentais do País. O Brasil apresenta desigualdades regionais bem marcantes, em termos geográficos, sociais e econômicos, que influem de forma significativa em suas redes de ensino e nos desafios que precisam ser vencidos. Fonte: Fundo das Nações Unidas para a Infância (2012). Os desafios para a garantia da educação como direito à igualdade e à diferença Na atualidade, um dos desafios colocados à educação é instituir uma nova ordem de compreensão sobre os processos educativos e sobre o currículo, de modo que os conteúdos não se esgotem e não se desdobrem de maneira linear e inflexível, mas que sejam colocados frente a um processo dialógico e estejam sendo instigados por novas temáticas em proposição. Os objetos do conhecimento das diversas disciplinas devem apontar, a partir de suas especificidades, rumo a uma ação crítica e reflexiva a respeito das realidades colocadas em questão. É preciso propor um processo que garanta a educação como direito à igualdade e à diferença. O conceito de diferença passou a ganhar importância na teorização edu- cacional crítica a partir da emergência da chamada “política de identidade” e dos movimentos multiculturalistas. Nesse contexto, refere-se às diferenças culturais entre os diversos grupos sociais, definidos em termos de divisões sociais tais como classe, raça, etnia, gênero, sexualidade e nacionalidade. Num contexto filosófico, fala-se de filosofias da diferença para se referir a certas tendências filosóficas contemporâneas centradas no conceito de diferença, opondo-se, nesse sentido, às filosofias que se fundamentam na dialética, as quais são criticadas, sobretudo, porque, ao resolverem a contradição por meio de uma negação da negação, acabam por reafirmar a identidade e a mesmidade. Embora baseados em noções de diferença que não são coincidentes, pode-se nomear Gilles Deleuze e Jacques Derrida como os principais representantes de uma filosofia da diferença. Ao se caracterizar o chamado pós-estruturalismo, esquece-se, em geral, que esse movimento teórico contemporâneo define-se também por sua rejeição da dialética e por sua consequente afirmação do princípio da diferença, e não apenas por sua reação ao estruturalismo e seus pressupostos sobre o discurso e a linguagem. 11A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito O pós-estruturalismo é frequentemente confundido com o pós-modernismo. Há aná- lises que simplesmente não fazem qualquer distinção entre os dois. Embora partilhem certos elementos, como a crítica do sujeito centrado e autônomo do modernismo e do humanismo, o pós-estruturalismo e o pós-modernismo pertencem a campos epistemológicos diferentes. Diferentemente do pós-estruturalismo, o pós-modernismo define-se relativamente a uma mudança de época. Além disso, enquanto o pós- -estruturalismo limita-se a teorizar sobre a linguagem e o processo de significação, o pós-modernismo abrange um campo bem mais extenso de objetos e preocupações (SILVA, 2000). Para Santos (1999), a fim de caracterizar a igualdade e a diferença, é necessário perceber, primeiro, que a desigualdade e a exclusão têm na mo- dernidade um significado totalmente distinto do que tiveram nas sociedades do antigo regime. Pela primeira vez na história, a igualdade, a liberdade e a cidadania são reconhecidas como princípios emancipatórios da vida social. A desigualdade e a exclusão têm, pois, de ser justificadas como excepções ou incidentes de um processo societal que não lhes reconhece legitimidade, em princípio. E, perante elas, a única política social legítima é a que define os meios para minimizar uma e outra. Bobbio (1992) diz que vivemos momentos que marcam a cidadania a partir dos enfrentamentos em busca de melhor qualidade de vida, incluindo, nessa busca, a educação. Frente às grandes transformações ocorridas na sociedade contemporânea, é importante perceber que a educação escolar é uma dimensão fundamental para o exercício da cidadania, e tal princípio é indispensável para políticas que visam à participação de todos nos espaços sociais e políticos. Nessa vertente, é necessário ressaltar que são muitos os desafios quando o assunto é pensar a igualdade e a diferença como direito, inclusive para a forma- ção docente. Portanto, é preciso lembrar, também, que existem pesquisadores que têm se debruçadonessa temática. Diversas pesquisas apresentam possibi- lidades de reflexão sobre práticas que envolvem sexualidades, diversidades e formação docente. O texto de Xavier Filha (2012), cujo título é Educação para as sexualidades, para a equidade de gênero e para as diversidades: desafios na e para a formação docente apresenta o trabalho realizado a partir do curso de formação continuada no projeto de extensão, com o apoio da SECADI/ MEC, em cinco cidades brasileiras. O projeto intitulado Tecendo gênero e diversidade sexual nos currículos da Educação Infantil foi aprovado pela A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito12 Universidade Federal de Lavras e desenvolvido por diferentes instituições de ensino superior: Campo Grande/MS (UFMS); São Paulo/SP (USP); Lavras/ MG (UFLA); Campinas/SP (Unicamp) e Juiz de Fora/MG (UFJF). A profes- sora, em seu texto, enfatiza as novas possibilidades de diálogos e proposições críticas surgidas ao longo da execução do projeto na cidade de Campo Grande (MS). Todo o conteúdo do livro (RIBEIRO, 2012) apresenta as experiências das cinco universidades integrantes do projeto. Outro estudo a ser considerado é de Paula Ribeiro e Diogo Souza (2003) intitulado Falando com professoras das séries iniciais do Ensino Funda- mental sobre sexualidade na sala de aula: a presença do discurso biológico. No texto, os autores relatam a organização de um curso com o propósito de discutir com professoras das séries iniciais sobre os discursos que constituem as sexualidades nas abordagens pedagógicas presentes na educação escolar. O livro intitulado Educação inclusiva: tecendo gênero e diversidade sexual nas redes de proteção, organizado por Cláudia Ribeiro e Ila Maria Silva de Souza (2008), é uma obra que começou a ser produzida no âmbito do projeto Construindo práticas a partir de compromissos com a defesa dos direitos sexuais na infância e adolescência no combate ao abuso e exploração sexual. Foi uma ação de formação de professores que envolveu diretamente quinhentos profissionais de vinte e duas cidades do sul de Minas Gerais em cursos e projetos de intervenção nas áreas de educação, gênero e sexualidades. Esses projetos, certamente, surgem como construção de caminhos coletivos que possibilitam o novo e contribuem para o reconhecimento da necessidade de problematizar e discutir os diversos aspectos que envolvem as diferenças e a igualdade em diversas direções: sexualidades, gênero, etnias, etc. entendendo a construção do conhecimento como algo processual, com vistas a ir além para analisar, ressignificar, desconstruir e articular saberes. De acordo com Leão (2005), a educação direciona à melhoria da vida humana, considerando que essa é uma conquista gradual da cultura, do de- senvolvimento crítico e do aproveitamento das potencialidades do ser humano e, portanto, requer o redimensionamento político dos processos educativos. Nestes, residem as possibilidades de reconstrução da sociedade humana, senão igualitária, menos desigual, em que o nível de inter-relações transcorra num sentido de horizontalidade, na qual grupos ou classes sociais não se sobreponham uns acima dos outros. Considerando os princípios de uma educação instituída como direito de todos e para todos, vale lembrar que os ideais e as políticas que caminham no sentido de uma sociedade mais acessível e mais justa não podem abrir mão do princípio da igualdade de oportunidades, vislumbrando as diferenças com 13A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito real significância e cuja visibilidade só é possível por meio de uma reflexão crítica. Vale ressaltar que tem sido no confronto cotidiano de pensar as novas possibilidades da educação como direito em detrimento às velhas práticas arraigadas, que têm emergido as possibilidades concretas de transformação. Pensar na educação a ser concebida como direito à igualdade, de modo a evidenciar as diferenças, é pensar em alguns desafios a serem superados, tais como: diminuir as injustiças sociais; assegurar o direito às diferenças; perceber e valorizar a diversidade cultural; propor ações que minimizem as violências e os distanciamentos, etc. O direito à educação deve resultar em política educacional abrangente e minuciosa, que não somente garanta o acesso no sentido de ter escolas, salas de aula e carteiras suficientes e adequadas à quantidade de alunos em cada região, como também garanta a educação aos jovens que não podem se loco- mover até a escola, estejam eles em casa, hospitais, clínicas de recuperação de uso de drogas e centros de detenção, bem como forneça uma educação e um ambiente escolar inclusivo para os jovens com necessidades especiais. Esses aspectos se configuram, também, como desafiadores à educação como direito à igualdade e à diferença. Nunes (2014) reforça que, uma vez garantido o acesso de todas as crianças e jovens a uma escola, é esperado que essa escola promova um ensino de qualidade, considerando a diversidade existente em seu meio e as diferenças apresentadas por cada sujeito. Para tanto, é preciso uma boa estrutura, é preciso incentivar a formação continuada de professores e, ainda, pensar em um currículo abrangente e diversificado. Não adianta nada ter escolas sem livros que trabalhem a democracia e o direito, carteiras, lousa, giz, acesso à internet e outros equipamentos de que o professor e o aluno precisam para as atividades. Também não adianta ter o espaço, mas não ter professores que discutam e reflitam sobre as temáticas que envolvem esses temas. É preciso propor um currículo integrador e diverso, partindo de uma política de promo- ção do engajamento escolar, de modo que esta construa ações voltadas para a melhoria contínua e significativa da efetividade dos serviços oferecidos nas escolas, desde professores capacitados a metodologias de ensino mais eficazes. Nessa perspectiva, mesmo com as transformações que têm ocorrido na educação, é necessária uma contínua reflexão sobre os propósitos dessa edu- cação, ou seja, sua relação com a diversidade, o olhar para as diferenças, as propostas inclusivas, os processos transformadores, etc. É preciso, fundamen- talmente, repensar como a diversidade e a diferença aparecem nos currículos e nos projetos escolares. A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito14 Nesse aspecto, Cury (2002, documento on-line) nos ajuda a pensar que: A dialética entre o direito à igualdade e o direito à diferença na educação escolar como dever do Estado e direito do cidadão não é uma relação simples. De um lado, é preciso fazer a defesa da igualdade como princípio de cidadania, da modernidade e do republicanismo. A igualdade é o princípio tanto da não discriminação quanto ela é o foco pelo qual homens lutaram para eliminar os privilégios de sangue, de etnia, de religião ou de crença. Ela ainda é o norte pelo qual as pessoas lutam para ir reduzindo as desigualdades e eliminando as diferenças discriminatórias. Mas isto não é fácil, já que a heterogeneida- de é visível, é sensível e imediatamente perceptível, o que não ocorre com a igualdade. Logo, a relação entre a diferença e a heterogeneidade é mais direta e imediata do que a que se estabelece entre a igualdade e a diferença. Enfim, não há dúvidas quanto aos avanços alcançados pela educação e o quanto é necessário percebê-la como um direito fundamental ao ser hu- mano, à transformação social e à vida. Ainda, é urgente compreender que a educação como direito necessita ser pensada e propagada para que haja, de fato, transformações significativas. A educação brasileira na atualidade, todavia, apresenta muitos desafios que seguem em aberto junto às políticas educacionais, inclusive para a concretização de uma educação com qualidade e equidade, que considere as diversidades e respeite as diferenças de todos. BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. BRASIL.Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Hu- manos, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=2191%20-plano-nacional-pdf&category_ slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192>. 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Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: 08 out. 2018. 17A legislação educacional contemporânea: a Constituição e a educação como direito Dica do professor Há alguns desafios para a garantia da educação como direito à igualdade e à diferença. Vale lembrar que o direito à educação é uma oportunidade de crescimento, um caminho de opções diferenciadas e crescentes possibilidades de transformação. Nesta Dica do Professor, você verá quais são esses desafios. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b2e611c5e9d99feb7f58b47344c1a2a8 Exercícios 1) No artigo 4.o, consta que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à educação. Já o artigo 53 dispõe que a educação é direito de toda criança e adolescente. O dever e o direito citados no texto referem-se a que documento? A) Estatuto da Criança e do Adolescente. B) Constituição Federal de 1988. C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.o 9.394/96) D) Base Nacional Comum Curricular. E) Plano Nacional de Educação. 2) Declarar um direito é muito significativo; equivale a colocá-lo dentro de uma hierarquia que o reconhece solenemente como um ponto prioritário das políticas sociais. Nesse sentido, como se configura o direito à educação para Cury (2002)? A) Como uma troca de favores entre Estado e sociedade civil, visando às transformações sociais. B) Como conhecimento sólido construído no centro das questões sociais. C) Desvinculado da educação formalizada proposta pelo Estado. D) Parte do reconhecimento de que o saber sistemáticoequipara-se ao saber popular. E) Parte do reconhecimento de que o saber sistemático é mais do que uma importante herança cultural. 3) O direito à educação é efetivado a todas as crianças e adolescentes, de forma que sejam respeitadas suas características e diferenças. É preciso que haja o atendimento às necessidades de cada sujeito, inclusive das pessoas com deficiências. O planejamento, a criação e a execução das políticas de educação são realizadas em um trabalho conjunto entre quais órgãos? A) Estado, escola e família. B) Ministério da Educação, Secretaria Estadual da Educação e Secretaria Municipal da Educação. C) Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. D) Direção escolar, supervisão escolar e professores. E) Secretaria da Educação; prefeituras e escolas. 4) A educação tornou-se uma prerrogativa em que todo cidadão brasileiro possui o direito de exigir do Estado o acesso e a prática educativa. Como direito de todos, a educação, portanto, traduz muito da exigência que o sujeito pode fazer em seu favor. Que outro aspecto está previsto no artigo 205 da Constituição Federal de 1988? A) A segurança social como direito de todos e dever do Estado e da família. B) A educação promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. C) A saúde como direito de todos e dever excluviso do Estado. D) A educação como direito de todos e dever exclusivo do Estado. E) O transporte escolar como direito de todos e dever do Estado e da família. 5) A educação como direito vem consolidar o acesso e a permanência da criança e do jovem na escola. Configura-se, também, como um meio de abertura que dá, ao sujeito, uma chave de autoconstrução. Portanto, os efeitos da educação como direito tornam-se uma oportunidade. Qual seria essa oportunidade? A) Oportunidade de discussão e submissão. B) Oportunidade de crescimento e predestinação. C) Oportunidade de precaução e concorrência. D) Oportunidade de crescimento e cidadania. E) Oportunidade de cidadania e rejuvenescimento. Na prática A Constituição Federal de 1988 constituiu um marco para a educação nacional, ao assegurar a todos os brasileiros o direito a uma educação gratuita e de qualidade. Muitas políticas públicas foram criadas e implementadas desde a publicação do texto constitucional. Todavia, ainda há muitos desafios a serem enfrentados para que o cenário educacional em nosso país seja aprimorado. No vídeo a seguir, você verá mais sobre a importância da Constituição Federal para a educação brasileira. Em seguida, faça o Quiz interativo! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Este é um jogo de perguntas e respostas em que serão abordados vários temas e situações relacionados à legislação educacional brasileira contemporânea. Analise os enunciados, escolha a alternativa adequada e depois verifique seus acertos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/798f5d5c93dd6106df148821aa162ace https://grupoa-edtech.grupoa.education/object/fKgbxEMiQJCsbRY41M__Bg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O direito à educação nas Constituições brasileiras Este texto pretende fornecer uma explanação sobre o direito à educação nas Constituições brasileiras, contribuindo com o trabalho daqueles que atuam nesse campo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Desafios do ensino básico - Instituto Paulo Freire Este documento traz importantes aspectos da educação brasileira contemporânea. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Debate e reflexões sobre o direito à educação Para cumprir com o direito constitucional à educação, é necessário planejar políticas e aprimorar a gestão, garantindo universalização de acesso, permanência, aprendizagem em tempo adequado e formação dos profissionais de educação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Lei de diretrizes e bases da educação nacional - LDB 9394/1996 https://daniellixavierfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/144779190/o-direito-a-educacao-nas-constituicoes-brasileiras http://acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/3393/1/FPF_PTPF_01_0416.pdf https://www.youtube.com/embed/-ad8t5aSKWw Vídeo 2/12 Este vídeo apresenta aspectos importantes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. LDB - Lei 9.394/96 Lei que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/dyG4Xv2Wdv0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
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