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INTRODUÇÃO
Existem diversas formas de se aplicar uma aula de inglês. A escolha por determinadas metodologias e abordagens deve depender, principalmente, dos objetivos a serem alcançados e da forma mais eficiente para atingi-los, levando em conta aspectos como o tipo de conteúdo a ser abordado e o perfil da turma. Com relação ao uso da gramática tradicional e da abordagem comunicativa, podemos observar diferenças significativas no que diz respeito ao input oferecido e o output esperado, ou seja, o tipo de material didático utilizado em conjunto com a forma que ocorre a interação do professor com a turma, dos alunos entre si e do aluno com o conteúdo e o tipo de produção esperada, assim como a forma que ela deve ser desenvolvida a fim de consolidar o conteúdo desenvolvido e qual é o nível de importância dado ao processo de aprendizagem e os resultados. Uma aula de inglês pode ou não envolver fatores como contextualização, autonomia, estrutura da língua, foco na língua alvo, uso de tradução, normatividade e precisão linguística, e a escolha pelo uso ou não desses fatores precisa ser cuidadosamente analisada pelo professor no momento do planejamento para que os objetivos possam ser alcançados ao final da aula, refletindo na facilidade do processo de produção e na qualidade do produto final, fatores que podem ser um marcador de que a aula foi ou não desenvolvida da melhor forma possível.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Segundo Vasconcellos (2012), métodos e abordagens são entendidos como flexíveis e passíveis do uso de uma variedade de recursos, técnicas e atividades de origens metodológicas diferentes, rumo ao objetivo comum de facilitar o ensino-aprendizagem de língua estrangeira.
Não podemos afirmar que uma certa metodologia ou abordagem é superior a outra, e o mesmo vale para a gramática e tradução e a abordagem comunicativa. Não há um vilão e um herói ao se ensinar uma língua; o que ocorre é uma questão de adequação aos fins pedagógicos, que dependem do contexto em que a aula será aplicada e da necessidade dos alunos, tendo em vista que o foco do método de gramática tradicional é a forma escrita da língua, em que os aspectos de oralidade e pronúncia recebem pouca ou nenhuma atenção e o conhecimento é transmitido apenas pelo professor com foco no resultado, sem que haja uma troca com os alunos, e que a abordagem comunicativa se interessa em expandir as oportunidades de aprendizagem e promover a autonomia dos alunos, colocando-os no centro do processo, que é valorizado, e considerando suas experiências pessoais a fim de criar situações autênticas e significativas de aprendizagem ao trabalhar as quatro habilidades (falar, ouvir, ler e escrever) de forma integrada e equilibrada.
De acordo com Polifemi (2016), uma interação eficiente demanda o desenvolvimento de uma competência que não descarta o conhecimento gramatical e lexical da língua, mas que necessita do conhecimento das regras de uso social da língua em questão.
A natureza imprevisível comum aos contextos de aprendizagem parece estar alinhada com a abertura que o conceito de abordagem propõe e pode oportunizar aos professores ganhar um pouco mais de conforto com as incertezas com as quais se deparam no seu dia-a-dia. Esse conforto, por exemplo, pode passar pelo reconhecimento de que atividades funcionam de formas diferentes com grupos diferentes, ou ainda pela percepção de que há distâncias imprevisíveis entre o que é ensinado e o que é aprendido (POLIFEMI, 2016, p. 96)
Conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a gramática deve ser ensinada de forma contextualizada e integrada com outras habilidades linguísticas, de forma a ajudar os alunos a compreenderem o uso da língua. É importante lembrar que o ensino da gramática deve ser trabalhado de forma apropriada, para que os alunos possam compreender as regras e usá-las de forma adequada. A abordagem comunicativa pode ser uma opção equilibrada e eficaz para desenvolver as ouras habilidades necessárias.
Nesse contexto, a linguagem demanda uma sensibilidade que funcionará como facilitadora do aprendizado de si mesmo e dos outros, envolvendo a troca de informações, opiniões e sentimentos e estimulando os alunos a refletirem sobre seus objetivos, necessidades, dificuldades, estratégias e progressos, permitindo que os alunos monitorem e regulem a sua aprendizagem e servindo como um ponto de partida para a construção de novos conhecimentos e habilidades.
ANÁLISE DE DADOS
Unidade escolar visitada: Centro Interescolar de Línguas 02 de Brasília, supervisão do professor Ulisses, turmas de nível 3C, pré-intermediário, alunos com idade de 15 a 18 anos, e turmas de nível básico, com idade entre 13 e 14 anos, as turmas tinham em média 12 a 15 alunos.
Nas aulas observadas o professor usa material próprio, entregue aos alunos no início da aula. Nas turmas de pré-intermediário ele explica sobre o tema da aula, faz uma explicação gramatical, primeiro em língua alvo e depois muito breve em português, e segue para os exemplos, à parte do que está no material ele dá outros exemplos e incentiva que os alunos se expressem e comunique na língua alvo perguntando opiniões com relação ao tema da aula, agindo como conselheiro ou intermediador. Em alguns momentos faz a correção imediata quando comentem algum erro, em outros corrige depois. Nas turmas de nível básico ele explica o tema da aula e qual a proposta na língua alvo e depois em português mais amplamente. 
Em certa aula ele escreveu no quadro dois parágrafos para que os alunos copiassem e preenchesse os espaços com as respostas pessoais, o restante do texto foi ditado na língua alvo para que os alunos copiassem, em vários momentos os alunos interagiam e faziam perguntas em português, ao passo que o professor dava as respostas em inglês, ora fazia a tradução direta, ora tentava explicar em outros termos para que entendessem. 
Assim, foi possível observar então que o professor usa em sala tanto o Método de Gramática Tradicional como a Abordagem Comunicativa de acordo com as turmas, seus níveis de conhecimento e conforme o contexto da aula.
Unidade escolar visitada: Centro de Ensino Fundamental 102 Norte de Brasília, supervisão da professora Rafaela e Mônica, turmas de 7º, 8º e 9º anos, com uma média de 25 a 30 alunos.
As turmas são compostas de alunos com vários níveis de proficiência, então método de gramática tradicional é utilizado de forma dominante como uma estratégia para lidar com o desnivelamento da turma, ocorrendo a tradução direta entre a língua inglesa e a língua materna dos alunos para facilitar o entendimento de aspectos gramaticais. O material didático utilizado é impresso e possui objetivos estritamente léxico gramaticais. Elementos da realidade dos estudantes e recursos tecnológicos são utilizados, mas não cumprem uma função comunicativa.
A experiência foi, primeiramente, uma quebra de expectativas. A escola era descrita como uma instituição singular, com um enfoque mais tecnológico e voltado para o protagonismo dos alunos, conforme preconizado pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular). No entanto, nos deparamos com aulas de inglês focadas em gramática e tradução. Esse uso frequente e quase constante da gramática e tradução torna as aulas monótonas e faz com que os alunos não se importem em aprender e, na verdade, não aprendam efetivamente, indo contra os objetivos de uma educação que promova a aprendizagem significativa preconizada pela BNCC. A língua é vista apenas como um conjunto de regras, distante do processo de construção do conhecimento proposto pelo próprio PPP da escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gramática tradicional oferece uma base sólida, focando no ensino de regras gramaticais e estruturas linguísticas. No entanto, muitas vezes carece de contexto real e aplicação prática. Os alunos podem se sentir sobrecarregados com regras abstratas e desconectadas da comunicação cotidiana. Por outro lado, a abordagem comunicativa prioriza a interação e a comunicação autêntica. Ela incentiva os alunos a aplicarem o conhecimentogramatical em situações reais, promovendo a autonomia. Os alunos se tornam participantes ativos, capazes de se expressar e compreender em contextos variados. Portanto, a escolha entre essas metodologias deve ser guiada pela compreensão das necessidades dos alunos e dos objetivos do ensino. Uma abordagem equilibrada, que integre elementos de ambas, pode proporcionar um ambiente de aprendizado enriquecedor e eficaz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, H. I.; VANDRESEN, P. Tópicos em lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1988. p. 211-236.
POLIFEMI, M. C. Os diálogos possíveis entre metodologias de ensino de inglês como língua estrangeira e teorias de aprendizagem. The ESPecialist, v. 37, n. 2, 2016.
VASCONCELLOS, Maria Manolisa Nogueira. A GRAMÁTICA E A ABORDAGEM COMUNICATIVA PARA O ENSINOAPRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: UMA REFLEXÃO CRÍTICA. 2012. Trabalho de conclusão de curso (Doutorado Pós-Graduação em Linguística do Departamento de Letras Vernáculas) - Universidade Federal do Ceará, [S. l.], 2012.
METODOLOGIAS E ABORDAGENS DE ENSINO: ENTRE A GRAMÁTICA TRADICIONAL E A ABORDAGEM COMUNICATIVA 
BRANDÃO, Elcio Eiko. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF
GARCIA1, Lucas Henrique. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF 
HONORATO, Michel Martins. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF
MIRANDA, Fernanda Fortes Navarro de. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF
SARAIVA, Jaqueline Vieira. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF
SOUZA, Julia Galvão Correia de. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF
VIEIRA, Brenno Arruda. Letras Português e Inglês – Centro Universitário UDF
 
1. Professor orientador de Estágio Curricular Supervisionado em Língua Inglesa II
Realização:
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