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Dever de registrar o filho e o direito ao estado de filiação

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Dever de registrar o filho e o direito ao estado de filiação 
 
O direito ao nome, apesar de ser um direito da personalidade, fundamental para a 
identificação e individualização de toda pessoa, não figura expressamente no rol 
relativo aos deveres inerentes ao poder familiar da lei civil ou do ECA, mas é 
evidente a preocupação do legislador constituinte de facilitar e incentivar o registro 
civil de nascimento do filho pelos pais ou o reconhecimento posterior deste vínculo, 
de maneira a garantir a igualdade de direitos entre todos os filhos e o direito 
fundamental à identidade de cada qual. 257 Destarte, faz-se necessária uma breve 
retrospectiva deste direito. A Declaração dos Direitos da Criança de 1959 258 foi o 
primeiro documento internacional que atribuiu ao nome a qualidade de direito 
humano. Reza o seu princípio III que: “A criança tem direito, desde o seu 
nascimento, a um nome e a uma nacionalidade”. Caminhando nesta senda e 
enfatizando a urgência no exercício do direito ao nome, o Pacto Internacional sobre 
Direitos Civis e Políticos de 1966 259 das Nações Unidas, proclamou a obrigação 
de a criança ser registrada imediatamente após o nascimento. Diz o texto que: “Art. 
24. [...]. 2. Toda criança deverá ser registrada imediatamente após seu nascimento 
e deverá receber um nome”. Em 20 de novembro de 1989, a Organização das 
Nações Unidas publicou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança 
260 . Com a ratificação desta importante convenção dos direitos infantis, o Brasil 
incorporou, definitivamente, como direito fundamental o direito ao nome e à 
manutenção da identidade da criança, estabelecido em seus arts. 7º e 8º, ora 
transcritos: 
 
Art. 7.1. A criança será registrada imediatamente após seu nascimento e terá 
direito, desde o momento em que nasce, a um nome, a uma nacionalidade e, na 
medida do possível, a conhecer seus pais e a ser cuidada por eles. Art. 8.1. Os 
Estados Partes comprometem-se a respeitar o direito a criança de preservar sua 
identidade, inclusive a nacionalidade, o nome e as relações familiares, de acordo 
com a lei, sem interferência ilícitas. 
2. Quando uma criança se vir privada ilegalmente de algum ou de todos os 
elementos que configuram sua identidade, os Estados Partes deverão prestar 
assistência e proteção adequadas, com vistas a restabelecer rapidamente sua 
identidade.

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