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Geografia_TSMG_V3_2016-193-195


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3 FRONTEIRA DA UNIÃO EUROPEIA
As migra•›es pol’ticas durante a Guerra Fria foram 
causadas pela insatisfação com os regimes políticos 
no Leste Europeu, na Espanha e em Portugal, sendo 
um fenômeno comum na Europa na segunda metade 
do século XX. 
na Espanha, após o fim da guerra civil, que ocorreu 
entre 1936 e 1939, o general Francisco Franco (1892-
-1975) governou ditatorialmente o país entre 1939 e 
1975. Em Portugal, o regime ditatorial se estendeu de 
1926 a 1974, e António Salazar (1889-1970) governou 
o país na maior parte desse período.
no fim dos anos 1980 e durante a década de 
1990, a desestruturação do sistema socialista e a 
crise econômica gerada nos países do Leste Euro-
peu e na então União Soviética impulsionaram as 
migrações econômicas, levando milhares de pessoas 
a se mudarem para os países da Europa Ocidental, 
em busca de melhores oportunidades de emprego e 
condições de vida. da mesma forma, a crise gerada 
pelo esfacelamento da Iugoslávia e as perseguições 
étnicas que dela resultaram ampliaram o fluxo de imi-
grantes para os países da União Europeia, sobretudo 
para a Alemanha.
Os países situados no norte da África, espe-
cialmente na região do Magreb (Marrocos, Argé-
lia, Tunísia), constituem outro importante foco de 
movimentos migratórios em direção aos países da 
Europa Ocidental. Marroquinos, argelinos e tunisia-
nos tradicionalmente se deslocam para o continente 
europeu, apesar das restrições feitas hoje aos imi-
grantes. Atualmente, a França abriga a maior parte 
daqueles que saíram do Magreb.
O Reino Unido, por sua vez, passou a receber, na 
segunda metade do século XX, habitantes de países que 
formavam seu antigo império colonial. Assim, indianos 
e paquistaneses são atualmente os grupos mais repre-
sentativos no conjunto de seus imigrantes.
A combinação de taxa de natalidade reduzida nos 
países da Europa e intensificação do movimento imi-
gratório desde a segunda metade do século XX levará 
a alterações no perfil demográfico do continente, sendo 
que, em alguns países, os imigrantes e seus descenden-
tes formarão um contingente expressivo da população 
e, em outros, comporão a maior parte da população. 
veja os gráficos (figura 13).
desde a segunda metade da década de 1990, a União Europeia vem tomando 
medidas drásticas para o fechamento de suas fronteiras aos imigrantes. Entre 
seus integrantes, a França e a Alemanha, que historicamente eram mais 
abertas à imigração, passaram a adotar políticas mais rígidas em relação aos 
estrangeiros.
Figura 13. estimativas da participação de imigrantes no 
total da população de países europeus – 2061*
65%
55%
40%
35%
30%
25%
20%
Luxemburgo
Chipre
Áustria e Espanha
Alemanha e Irlanda
Inglaterra, Portugal, Itália, 
Dinamarca, Bélgica, Grécia, 
Suécia e Eslovênia
Países Baixos
República Tcheca
* desde que sejam mantidas as atuais taxas de natalidade e imigração. 
Fonte: Eurostat. In: Veja. São Paulo, Abril, 22 ago. 2012, p. 121.
B
IS
192 Unidade 3 | Espaço, sociedade e economia 
TS_V3_U3_CAP08_179_199.indd 192 5/23/16 7:06 PM
A livre circulação de pessoas dentro da Europa unificada levou os países-membros 
a adotar medidas comuns de restrição à imigração oriunda de países que não perten-
cem a esse bloco. no entanto, alguns países têm leis específicas para restringir ainda 
mais o fluxo migratório. na dinamarca, por exemplo, uma lei proíbe o casamento de 
menores de 24 anos com pessoas que não tenham cidadania europeia.
tratado de scHengen 
Em 1985, foi estabelecido o Tratado de Schengen, que criou o Espaço Schengen. 
de acordo com esse tratado, que reúne todos os países da União Europeia (exceto 
Irlanda, Reino Unido, Croácia, Romênia, Bulgária e Chipre – os quatro últimos 
estão em fase de implementação do tratado) mais Islândia, noruega, Liechtenstein 
e Suíça, os países signatários permitem a livre circulação de pessoas entre eles, 
desde que os indivíduos estejam portando um documento de identificação, que 
eventualmente pode ser solicitado.
Em função dessa maior facilidade na circulação interna de pessoas entre a 
maior parte dos países da União Europeia (UE) e alguns da Europa que não fazem 
parte da UE, os dirigentes do bloco entenderam ser necessária a criação de um 
mecanismo para conferir maior rigor no controle das fronteiras externas. Para tanto, 
desde 2005, está em funcionamento a Frontex (Agência Europeia de Gestão da 
Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União 
Europeia). Leia o Entre aspas na página 195.
Língua Portuguesa
Europa
1. Descreva o cartum, comentando o que ele retrata.
2. Reflita sobre a afirmação a seguir, considerando a dinâmica demográfica europeia estudada no Capítulo 6:
“Talvez, no futuro, a Europa seja obrigada a mudar a posição que mantém atualmente em relação aos 
imigrantes”.
L
A
T
U
F
F
193capítulo 8 – Povos em movimento 
TS_V3_U3_CAP08_179_199.indd 193 5/23/16 7:07 PM
reação aos estrangeIros 
nas últimas décadas, a União Europeia tem convivido com uma quantidade cres-
cente de desempregados, que chegou a atingir mais de 10% da sua PEA (População 
Economicamente Ativa). Em alguns países, como a Espanha e a Grécia, esse número 
alcançou os 20%. 
no início do século XXI, o índice de desemprego havia caído, mas, com os des-
dobramentos da crise financeira, a partir de 2010, as taxas de desocupação subiram 
em vários países, assim como o número de pessoas vivendo em situação de pobreza 
dentro das fronteiras da União Europeia.
Essa conjuntura de desemprego elevado favoreceu o ressurgimento do naciona-
lismo radical de alguns grupos políticos, que lançaram a seguinte questão: se não 
há empregos para os europeus, por que não repatriar os numerosos estrangeiros que 
vivem na União Europeia? Tal situação aguçou o sentimento nacionalista e contribuiu 
para o crescimento de grupos de extrema direita, de caráter xenófobo. 
Fluxos do leste euroPeu
A transição do socialismo para a economia de mercado enfrentou problemas 
maiores do que os imaginados pelos analistas mais pessimistas. A abertura econômica 
ocorrida durante esse processo provocou a quebra de diversas empresas do Leste 
Europeu por não suportarem a concorrência com as empresas da Europa Ocidental. 
Além do fechamento de empresas, houve queda na produção agrícola. 
Toda essa situação marginalizou boa parte dos seus habitantes, deserdados pelo 
Estado capitalista, que não deu continuidade à política do pleno emprego do Estado 
socialista. Rumar para o Ocidente, tendo a fronteira alemã como o horizonte mais 
próximo, foi a opção de muitos imigrantes.
Em tal conjuntura, países do Leste Europeu passaram a constituir uma zona 
de repulsão populacional para a Europa Ocidental. Albaneses, romenos, búlgaros, 
tchecos, eslovacos e poloneses, além dos russos, dos ucranianos e dos bielorrus-
sos, tentaram recomeçar a vida no capitalismo já consolidado do Ocidente. Croatas, 
bósnios e sérvios seguiram a mesma rota na fuga da guerra civil instaurada com o 
desmembramento da antiga Iugoslávia12.
Atualmente, porém, com a maioria dos países do Leste Europeu na União Euro-
peia e a atração de investimentos produtivos nesses países, onde os custos são mais 
baixos, os fluxos migratórios têm sido contidos.
4 cRISE DOS REFUgIADOS NA EUROPA
Como você viu anteriormente, neste capítulo, a intensificação de diversos con-
flitos e o surgimento de novos contribuíram para o expressivo aumento no fluxo de 
refugiados no mundo em meados da década de 2010. Em função da proximidade 
com algumas áreas de conflitos e de apresentar elevado nível de desenvolvimento 
econômico e social, diversos países da União Europeia e da Europa passaram a ser 
intensamente procurados por refugiados.
A principal porta de entrada de refugiados na Europa, oriundos da Síria, do Afe-
ganistão e de outros países do Oriente Médio e da Ásia, era a Grécia, seguida da 
Itália, até o início de 2016. Partindo desses locais, os refugiados buscavam os países 
mais desenvolvidosdo continente europeu, como Alemanha, França e Reino Unido, 
muitas vezes, passando por países dos Bálcãs, como Macedônia e Sérvia. veja a 
figura 14, na página seguinte.
12 Sobre esse tema, veja a Unidade 1 deste volume.
194 Unidade 3 | Espaço, sociedade e economia 
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