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Legislação urbanística básica; competências em matéria urbanística Apresentação A legislação urbanística básica, vigente no Brasil, constitui um instrumento de trabalho fundamental para os profissionais da área da Arquitetura e do Urbanismo. As normas urbanísticas locais existiram desde o Brasil Colônia para ordenamento das vilas e cidades, o que faltava na época era apenas a lei geral a partir da qual os municípios pudessem desenvolver as suas politicas. As normas estatais e municipais são as mais importantes no ponto de vista de eficácia no plano urbanístico. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a importância da legislação urbanística e os conhecimentos sobre as leis vigentes nas práticas urbanísticas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a legislação urbanística básica.• Identificar a importância da legislação aplicada.• Aplicar os conhecimentos sobre as leis vigentes nas práticas urbanísticas.• Desafio Você é o arquiteto contratado para desenvolver o projeto de um condomínio residencial aberto. Seu cliente considera muito onerosa a execução de guias rebaixadas nas esquinas e piso tátil no calçamento público do condomínio que você está desenvolvendo para ele. Você sabe que a Constituição Federal afirma que todos, com algumas ressalvas penais, têm o direito de ir e vir, e que a NBR 9050 fala sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Sabe também que municípios com mais de 20 mil habitantes são obrigados a ter um Plano Diretor e esse é o caso do seu município. Porém, o Plano Diretor da sua cidade não abordou o tema da acessibilidade em mobilidade urbana. Considerando que você é um profissional habilitado, qual legislação deverá seguir nessa situação? Justifique. Infográfico Uma das questões fundamentais que permanece pouco elaborada na historiografia da legislação urbanística no Brasil se refere ao lugar ocupado pelas normas. A partir do momento em que ideias e práticas urbanísticas são institucionalizadas na administração pública, isso leva à preferência por leis antecipatórias em lugar da experimentação e à crença de que nada pode ser assumido sem prévia legislação ou regulação. Confira a seguir um apanhado sobre as leis e diretrizes básicas utilizadas hoje no Brasil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b5d273b3-12ed-4d96-89f6-04d20e226431/f1671560-7d13-48d7-8460-86394101b921.jpg Conteúdo do livro Com o crescimento desordenado, ocorreram graves problemas nas principais cidades, tais como obras setoriais contrárias aos objetivos da política urbana e a degradação de áreas centrais dotadas de infraestrutura. A adoção de um Código de Urbanismo, nos moldes da legislação adotada na Europa, contribuiu para a solução desses problemas. A legislação urbanística e os conhecimentos sobre as leis vigentes tornaram-se muito importantes nas praticas urbanísticas. Antes de qualquer planejamento urbano, os arquitetos e urbanistas devem conhecê-las para amparar suas decisões técnicas. No capítulo Legislação urbanística básica, da obra Legislação urbanística aplicada, você vai compreender como a legislação urbanista se desenvolveu ao longo da história brasileira, bem como sua importância para o desenvolvimento das cidades. Vai conhecer, ainda, as leis vigentes nas práticas urbanísticas. Boa leitura. LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA APLICADA Carolina Corso Rodrigues Marques Legislação urbanística básica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a legislação urbanística básica. � Identificar a importância da legislação aplicada. � Aplicar os conhecimentos sobre as leis vigentes nas práticas urbanísticas. Introdução A legislação urbanística básica, vigente no Brasil, constitui um instrumento de trabalho fundamental para os profissionais da área da Arquitetura e Urbanismo. As normas urbanísticas existem desde o Brasil Colônia, quando surgiu a necessidade de ordenamento das vilas e cidades. O que faltava na época era apenas a lei geral a partir da qual os municípios pudessem desenvolver as suas politicas. As normas estatais e municipais são as mais importantes no ponto de vista de eficácia no plano urbanístico. Neste capítulo, você vai conhecer e verificar a importância da legisla- ção urbanística e sua aplicação no cotidiano dos Arquitetos e Urbanistas, que devem ter o conhecimento das leis vigentes na pratica urbana, seus limites legais e quais instrumentos urbanísticos adequados para amparar suas decisões técnicas. Histórico acerca da legislação urbanística Existem registros no Brasil de normas sobre legislação urbanística desde o período colonial. Para o estabelecimento de uma cronologia sobre a função social da propriedade, este início se dá em 1808. Nesta época, com base no princípio do “poder de polícia” e criado com a jurisprudência da legislação brasileira, nasce uma cultura fundamentada na função social da propriedade urbana. Essa cultura estabeleceu a prerrogativa ao Estado em arbitrar sobre os interesses comuns (DIAS, 2000). A temática urbana era abordada, até então, de maneira fracionada, e teve como marco regulatório urbanístico brasileiro a Constituição do Império, de 1824, século XIX, que ameniza o tratamento do direito de propriedade, antes com caráter quase que absolutista. A Carta Política de 1824 dispõe por previsão legal do instituto da desapropriação, autêntica intervenção estatal. Esse instrumento possibilitava ao Estado lançar mão de áreas de seu interesse, com a retenção de propriedade privada, contrariando assim o dito princípio absolutista (DI SARNO, 2004). Ao final do século XIX, a legislação urbanística brasileira evoluiu com o estabelecimento de parcerias entre o poder público municipal e a iniciativa privada, que ocorreram pela necessidade de investimentos em melhorias urba- nísticas nas cidades portuárias, chamadas de cidades de fluxo, possibilitando a realização de obras públicas pelas empresas privadas que recebiam, em contrapartida, concessões para a exploração de serviços públicos (DIAS, 2000). Até a Constituição Federal de 1988, a política urbana foi assunto exclusi- vamente municipal. No entanto, embora os municípios possam legislar sobre o direito urbanístico, sua competência se aplica à execução da política urbana, por meio do planejamento e do controle do uso do solo urbano. O Estatuto da Cidade foi um marco para o direito urbanístico brasileiro, uma vez que se trata da primeira legislação de política urbana. Apesar disso, se comprado com outros países, a legislação brasileira ainda se apresenta incompleta, o que tem impedido a institucionalização do planejamento urbano. O direito urbanístico tem por objeto o ordenamento territorial das cidades, está distri- buído, na esfera federal, em três leis ordinárias e uma medida provisória: � Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. � Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Consti- tuição Federal e estabelece diretrizes gerais de política urbana (Estatuto da Cidade). � Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida — PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. Legislação urbanística básica2 O Estatuto das Cidades introduziu instrumentos de política urbana euro- peu, mas foi superficial no que diz respeito a planejamento urbano. Não há uma descrição clara e abrangente do conteúdo do plano diretor e dos demais planos urbanísticos, nem da maneira como os instrumentos se articulam. Os Códigos de Urbanismo existentes nos países europeus são tipificados e detalhados quanto à forma de apresentação, o conteúdo e os procedimentos de elaboração.O caso mais grave de deficiências na legislação federal é o plano diretor municipal, apesar de a Constituição Federal exigir das cidades com mais de 20 mil habitantes, na maioria dos casos os planos diretores elaborados após o Estatuto da Cidade não contêm mapeamento de áreas de risco, pois sua ocupação é vedada pela Lei nº 6.766/79. De um modo geral, tende-se a tratar os planos diretores, como peça política e não como documento técnico de urbanismo, capaz de orientar o crescimento das cidades (PINTO, Victor Carvalho 2015) A adoção do Código de Urbanismo fortaleceria o planejamento urbano, condição que hoje é indispensável para a melhoria da qualidade de vida das cidades. A importância da legislação urbanística Uma questão fundamental que permanece pouco elaborada na legislação urbanística no Brasil se refere ao lugar ocupado pelas normas, a partir do momento em que ideias e práticas urbanísticas são institucionalizadas na administração pública. Hipoteticamente a partir dos anos 1940 se consolida uma visão legalista do urbanismo brasileiro. O declínio da importância do plano como instrumento de intervenção no espaço urbano está relacionado a ascensão da legislação como instrumento do planejamento. Tal processo não é fortuito, e dão-se como parte da introdução de novos princípios de administração pública, desde os anos 1930, numa perspectiva da administração desvinculada da política e do planejamento como técnicas � Medida Provisória nº 2.220, de 4 de setembro de 2001, que dispõe sobre a concessão de uso especial de que trata o § 1º do art. 183 da Constituição e cria o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU). Além dessas leis federais, inúmeras normas estaduais e municipais dispõem sobre desenvolvimento urbano. 3Legislação urbanística básica de administração, baseados na teoria administrativa americana da Scientific Management School. Num estudo sobre a reforma do serviço civil no Brasil, no período de 1945 a 1964, Graham (1968) mostra que a introdução dessa abordagem na administração pública no período anterior a 1930 articula-se a uma tradição legalista brasileira, originária dos vínculos com os princípios administrativos da França e Portugal, herdados, por sua vez, da tradição romana. A visão legalista consiste no enfoque da lei como uma meta em si, e não como um instrumento, entre outros, para se atingir metas, o que leva à preferência por leis antecipatórias em lugar da experimentação, e à crença de que nada pode ser assumido sem prévia legislação ou regulação. A ênfase na lei é, segundo Graham, vista como um ideal, ao invés de algo a ser aplicado a circunstâncias presentes com o máximo de precisão. Para o autor, uma expressão da experiência legal no Brasil é a ênfase e valorização da codificação das leis. Os trabalhos de Reis Filho (1968) e Delson (1979) apontam para o rigor no estabelecimento de padrões para a construção de cidades brasileiras pelos portugueses, desde o século XVIII. O simples arrolamento das leis promul- gadas não revela o processo, uma vez variável de país a país, e que repercute nas abordagens de urbanismo e planejamento urbano. O sistema legal não é apenas um conjunto de normas, mas parte constituinte do Estado. Portanto o “Estado legal” é a parte do Estado personificada num sistema legal, que penetra e estrutura a sociedade, fornecendo um elemento básico de previsibilidade e estabilidade às relações sociais, e pressupõe não apenas a promulgação de leis, mas formas de aplicação, caráter público, independência do judiciário, entre outros. A legislação urbanística é, portanto, parte de um sistema legal e de um modelo de gestão que se apoiam em determinada teoria administrativa. Para se entender o papel que a legislação urbanística assume em cada momento do processo de desenvolvimento urbano no Brasil, é necessário desvendar a lógica do sistema legal vigente, assim como as teorias administrativas que informam as estratégias de gestão. É necessário resgatar as instituições que participaram da formulação e/ou assumiram as funções de aplicação e fiscalização das nor- mas urbanísticas. Por fim, é necessário desvendar os procedimentos adotados, considerando que teorias administrativas engendram modelos institucionais que originam práticas que, por sua vez, se articulam a práticas herdadas de outros momentos. Do ponto de vista das instituições, alguns trabalhos oferecem uma contribuição relevante, uma vez que utilizam como fontes de pesquisa processos de aprovação das próprias leis, de loteamentos e de edificações (GROSTEIN, 1987; FELDMAN, 1989, 1996; SIMÕES, 1990; LIRA, 1991). Legislação urbanística básica4 Tais fontes de pesquisa permitem, por meio de uma leitura menos genérica, entender a legislação como um processo não linear, mas como o resultado de embates técnicos e políticos e, ao mesmo tempo, desvendar que relação se estabelece entre cidadão e Estado. O estudo sistemático das instituições que compõem o sistema legal e os respectivos procedimentos é um caminho para se desvendar a não efetivi- dade das leis em cada momento. Se admitirmos que a lei, “em seu conteúdo e em sua aplicação, é basicamente (como é o Estado do qual ela faz parte) uma condensação dinâmica de relações de poder, não apenas uma técnica racionalizada para ordenar as relações sociais”, instituições e procedimentos engendram, em cada momento, diferentes conceitos de controle. Assim, a legislação urbanística, como parte do sistema legal de uma sociedade capitalista enquanto tal, estrutura e garante relações espaciais que são intrinsicamente desiguais, pois os limites entre o legal e o ilegal variam no tempo. Afinal, são socialmente construídos (FELDMAN, 2001) Os instrumentos urbanísticos As buscas pela igualdade social através da política urbana têm produzido instrumentos de regulação urbanística. Estes instrumentos vem surgindo e são aplicados de acordo com a situação local, das dinâmicas econômicas e imobi- liárias. A diversidade destes instrumentos aplicados em cada município nos revela as problemáticas locais, os objetivos específicos, o estágio e a qualidade da organização, mas apesar dessa diversidade, existe uma lógica comum: o objetivo de intervenção nos modos de produção da cidade, ao invés da adoção de modelos ideais. A inserção destes instrumentos de política urbana na gestão do urbanismo é recente, e sua aplicação pode ser considerada uma história em construção, despertando o interesse na compreensão da multiplicidade de abordagens dos novos paradigmas. Através deles, estamos adotando um modelo de regulação do uso dos espaços urbanos específicos, abandonando os modelos globais, que eram reproduzidos de maneira inconsequente, visto que não consideram a realidade de cada município (ROLNICK, 2000). Segundo Rolnick (2000, p. 9): Abrir mão de modelos onipresentes e mecanicamente reprodutíveis pressupõe uma atenção e um acompanhamento permanente em relação à implementação dos novos instrumentos de regulação urbanística. Reconhecendo a cidade como um território de tensões e conflitos significa reconhecer limites da regula- 5Legislação urbanística básica ção urbanística no que diz respeito à produção da justiça social e equilíbrio ambiental. A instauração de novas práticas leva a novos desafios, evidencia inadequações e contradições, com as quais se deve lidar para o desejo da justiça social e equilíbrio ambiental. Os processos de zoneamento do território e as novas experiências en- volvendo os territórios rurais nos demonstram que não há um modelo ideal de urbanismo. Afinal, cada cidade tem uma história e está inserida em um contexto diferente das outras, seja este social, econômico, cultural ou espacial. A junção destes fatores é geradora da diversidade encontrada nos diferentes tecidos urbanos, o que nos faz pensar com exclusividade o planejamento urbano de cada município. Leis vigentes nas práticas urbanísticas A partir da promulgação da lei federal n.º 10.257/2001,o Estatuto da Cidade, novas leis e instrumentos foram inseridos na legislação brasileira. Estas se uniram as leis já existentes, tornando a Constituição de 1988 um marco no direito urbanístico nacional. Possíveis medidas em prol da mobilidade urbana já encontram respaldo na legislação municipal, pois, para fazer uso, elas devem estar previstas no Plano Diretor. Os principais termos que envolvem a legislação urbanística são: � Lei de Perímetro Urbano: consiste na delimitação da zona urbana do município. Deve ser considerada a capacidade do município em cumprir o pleno ordenamento desse território, provendo-se de infraestrutura, equipamentos e obedecendo aos requisitos mínimos estabelecidos no § 1º do artigo 32 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66) para fins de imposição tributária (IPTU). O que está fora desta demarcação territorial do município é considerado zona rural, cuja tributação é efetuada através do Imposto Territorial Rural (ITR), de competência do Governo Federal. � Plano Diretor Municipal (PDM): é o instrumento básico da política urbana dos municípios, pois estabelece diretrizes para sua ocupação e expansão, abrangendo a totalidade do território. Os princípios de sua elaboração e implementação são: a função social da cidade; da propriedade; a gestão democrática da cidade, a equidade e a sustentabi- lidade. Além destes princípios, uma série de diretrizes devem orientar o crescimento e a organização do município de modo a compatibilizar os Legislação urbanística básica6 serviços públicos, a infraestrutura e o meio ambiente. O Plano Diretor define as normas de uso e ocupação do solo por meio do zoneamento, com o objetivo de que as atividades urbanas sejam compatíveis com a infraestrutura e a características do ambiente urbano. Define áreas para a implantação dos equipamentos públicos (saúde, parques urbanos, educação, cultura, lazer), para moradias de interesse social, de proteção ambiental, de valor histórico cultural, além de definir a organização da estrutura do espaço urbano a curto, médio e longo prazo. Apresenta um conjunto de parâmetros urbanísticos que consiste em grandezas e índices que definem aspectos relativos à densidade e à paisagem urbana, tais como: gabaritos, afastamentos, coeficientes de aproveitamento, taxa de permeabilidade, dentre outros. O processo de elaboração do Plano Diretor deve ocorrer de modo participativo, envolvendo representantes de todos os segmentos sociais e dos diversos territórios da cidade. Ele deve ser discutido e aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito. O resultado, formalizado como lei municipal, é a expressão do pacto firmado entre a sociedade e os poderes Executivo e Legislativo. A Constituição Federal estabeleceu a obrigatoriedade do Plano Diretor para municípios com mais de 20 mil habitantes. O Estatuto da Cidade estendeu esta obrigatoriedade para mais cinco situações, conforme incisos II a VI do seu artigo 41, a saber: municípios integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; onde o poder pú- blico pretenda utilizar os instrumentos do § 4º do artigo 182 da Constituição Federal; integrantes de áreas de especial interesse turístico; inseridos em área de influência de empreendimentos ou atividades com impacto ambiental de âmbito regional ou nacional e para aqueles incluídos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis a ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. � Parcelamento do Solo Urbano: é o instrumento que rege a implan- tação de um loteamento ou desmembramento para fins urbanos e está subordinado à Lei Federal nº 6.766/79, observadas as disposições das legislações estaduais e municipais. Objetiva garantir à população a disponibilização de terrenos com requisitos indispensáveis a função social da cidade, como dimensões mínimas de área e testadas de lotes e 7Legislação urbanística básica acesso por vias públicas, além das características técnicas compatíveis com suas funções, infraestrutura básica, reserva de áreas para praças e para implantação dos equipamentos urbanos necessários. Deve, ainda, garantir a preservação ambiental e de locais adequados e sem risco para a construção. Estabelece também procedimentos administrativos, direitos e garantias atribuídos aos adquirentes dos lotes e sanções penais em consonância com as leis estaduais e federais. � Código de Obras ou Código de Edificações: é o instrumento que permite à administração municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço edificado e seu entorno, considerando aspectos de localização no terreno e observância dos padrões de segurança, higiene, salubridade e conforto das edificações. Dispõem sobre as regras a serem respeita- das em projeto, licenciamento, execução, manutenção e utilização de obras e edificações. Estabelece os critérios para a construção, reforma e ampliação das edificações, conforme o uso a que se destina. Define, também, as regras para disciplinar o escoamento das águas pluviais das edificações nos terrenos e a utilização das redes de água e esgotos, podendo regulamentar sobre as calçadas e rebaixamento de meio-fio. As diretrizes do Código de Obras devem estar integradas com outros instrumentos urbanísticos que devem ser elaborados ou revisados para o efetivo controle da construção civil no município. � Código de Posturas: é o conjunto das normas municipais disciplinado- ras da ordem, higiene e funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviços, bem como das correspondentes relações jurídicas entre o poder público municipal e a população. Envolve também matérias atuais, como estética urbanística, saúde coletiva, comunicação e normatização para os pequenos negócios. � Código ou Política de Meio Ambiente: regula as ações públicas mu- nicipais, estabelecendo os direitos e obrigações referentes à gestão ambiental em prol da preservação, conservação, controle, defesa, me- lhoria, recuperação e proteção dos recursos ambientais, controle das fontes poluidoras e preservação de um meio ambiente equilibrado, buscando garantir o desenvolvimento sustentável. Envolve critérios para a utilização ordenada e racional dos recursos naturais, proteção dos ecossistemas e recuperação de áreas degradadas devido a ações danosas ao meio ambiente. � Plano Local de Habitação de Interesse Social: estabelece diretrizes, procedimentos e critérios de atuação de curto, médio e longo prazo para orientar as ações do poder público municipal e da iniciativa privada Legislação urbanística básica8 no provimento de moradia para as famílias de baixa renda. Objetiva ampliar o acesso ao saneamento básico, à infraestrutura, ao transporte e serviços, avaliando e formulando novos programas em um processo integrado às políticas de desenvolvimento urbano e regional. Os Planos Locais de Habitação de Interesse Social — PLHIS devem ser vistos como instrumentos estratégicos para execução mais eficaz do “Programa Minha Casa, Minha Vida” do Governo Federal, por exemplo. Problemas como o custo e a disponibilidade da terra urbanizada e legalizada, assim como a localização dos conjuntos habitacionais, devem ser analisados e equacionados pelo Plano Local para garantir a aplicação mais adequada e planejada dos recursos disponibilizados pelo programa federal. O planejamento urbano começam a ser discutidos com maior veemência no cenário nacional a partir da emergência de movimentos sociais urbanos a partir do final dos anos 1970. Estes movimentos impulsionaram o tema da Reforma Urbana, politizando a legalidade urbanística e influenciando o dis- curso e as propostas com a formulação de instrumentos urbanísticos. Um dos temas marcantes nas discussões é a relação da legislação e a responsabilidade com a cidade irregular, informal e clandestina. A necessidade de reconhecer e legalizar a cidade alcança diversos setores da sociedadee resulta em uma proposta de reformulação da Emenda Popular da Reforma Urbana, encami- nhada ao Congresso Constituinte em 1988. Nela continham propostas para viabilizar novos instrumentos urbanísticos de controle do uso do solo, entre outros objetivos, possibilitar o acesso à terra, democratizando o solo urbano (LAGO, 2010). No Artigo de Maria Clariça Ribeiro Guimarães, Os movimentos sociais e a luta pelo direito à cidade no Brasil contemporâneo (2015), você verá uma discussão mais aprofundada acerca do Direito à Cidade, seus entraves e confrontos. Segundo o resumo do próprio artigo, ele visa analisar a organização política dos movimentos sociais urbanos na contemporaneidade, nos seus processos de luta por direitos sociais, com ênfase no direito à cidade. https://goo.gl/Vm3NHK 9Legislação urbanística básica O novo paradigma, conforme é chamado por Rolnick (2000), parte do pressuposto de que a cidade é produzida por uma multiplicidade de agentes que devem ter sua ação coordenada não em função de um modelo produzido em escritórios, mas a partir de um pacto que corresponda ao interesse público da cidade. Pressupõe uma revisão permanente para ajustes ou adequações, que acompanhe a dinâmica de produção e reprodução da cidade. Dentro desse contexto, começam a serem exploradas as possibilidades de utilização de instrumentos de manejo do solo urbano. A partir da década de 1980, as concepções defendidas por lideranças populares e setores técnicos envolvidos na revisão do paradigma tradicional do planeja- mento urbano penetram nas administrações em vários municípios do país, o que sinaliza que o novo trato da questão urbana conquista espaços de condução da política. Dessas experiências surge um conjunto de novos instrumentos urbanísticos, que consideram a cidade um palco de conflitos, pressupondo a construção permanente de um espaço público de mediação e negociação. Estas novas práticas substituem o plano generalista pela ideia do plano como um pro- cesso político, onde o poder público canaliza seus esforços, capacidade técnica e potencialidades locais em torno de alguns objetivos prioritários. A regulação urbanística passa a ser tratada como um processo, com etapas sucessivas: a formulação de instrumentos urbanísticos, sua aprovação na Câmara Municipal, sua aplicação conforme os objetivos originais, sua fis- calização e revisão periódica. Em todas as etapas está presente a política, na forma da explicitação de posições e da negociação entre as diferentes partes interessadas (ROLNIK, 2010). Confrontos na Agenda Urbana A aprovação da Constituição Federal de 1988 protelou a aplicabilidade de inúmeras políticas, sendo algumas destas referentes ao urbanismo e a forma de gestão do espaço. O fato de ter incorporado em seu texto parcelas de um grande número de emendas populares, introduziu alguns aspectos inovadores para a Política Urbana e Ambiental no Brasil, sendo que cada um desses as- pectos ganhou um capítulo próprio em virtude das suas particularidades. Para isto, foi elaborado um capítulo para políticas urbanas, chamado de Estatuto da Cidade, em 2001, treze anos após a Constituição de 1988, e um para as questões ambientais, denominado Meio Ambiente. O Estatuto da Cidade, atendendo ao que a Constituição determinava, manteve o condicionamento da aplicação à existência de um Plano Diretor Legislação urbanística básica10 e a procedimentos ou sanções aplicáveis de modo sucessivo no tempo. Isso significou um retardo de pelo menos vinte anos para que essa determinação constitucional fosse passível de efetivar-se. Além disto, a Lei 10.257/2001 abre espaço para diferentes demandas: operação urbana e possibilidade de ampliação de potencial de construção para uns, ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), Usucapião e Concessão de Uso para outros. Os impactos desse quadro ficam evidentes nos Planos Diretores que começaram a ser aprovados desde então (MARTINS, 2006). O caso de São Paulo é emblemático: na formulação de seu Plano Diretor, setores populares — especialmente movimentos organizados de luta por moradia, partici- param do debate, e suas propostas incorporaram-se no produto final: a delimitação de ZEIS consta no texto da Lei, além da Usucapião Especial Urbana, da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia e de incentivos para a produção de HIS (Habitação de Interesse Social). Com esses precedentes, é compreensível que o Plano Diretor Estratégico, não expresse exatamente um projeto em comum, mas uma somatória onde três principais blocos defenderam suas prioridades: o setor imobiliário, contra a Outorga Onerosa e pela ampliação de coeficientes de aproveitamento em determi- nadas regiões; o setor popular pelas ZEIS e condições de incentivo à construção de Habitação de Interesse Social; os setores de classe média, pela manutenção das zonas exclusivamente residenciais (MARTINS, 2006). A síntese final definiu que cada um dos blocos garantiu seus objetivos e propostas principais e acatou aquelas que lhes são aparentemente indiferentes, com uma ressalva: se as delimitações de ZEIS, nos locais em que foram aplicadas, podem significar pouco ao setor imobiliário — por se tratarem de áreas fora de seu espectro de atuação, a Outorga Onerosa, como possibilidade de socialização da valorização imobiliária, não. No cômputo final, sua efetividade acabou reduzida pela concorrência com as Operações Urbanas, em que os recursos provenientes da outorga onerosa de coeficientes ou de mudança de uso são aplicados no próprio local. Os instrumentos que visam promover a função social da propriedade, seja pela disponibilização de uma maior quantidade de imóveis em localizações qualificadas, ou pela redução de preços de mercado, é justamente a parte do Estatuto da Cidade que contém maior conflito e disputa. Para os proprietários se apresentam um Direito de Propriedade centrado no indivíduo; para o setor popular um processo lento e desanimador frente às necessidades mais urgentes. 11Legislação urbanística básica O que tem se presenciado é um período tenso de especulação, de iniciativas reais de implementação de novas práticas, e de cooptação dos novos instru- mentos por setores conservadores. Algumas das formulações são realmente implementadas, e no processo de aplicação são efetivamente testadas, surgindo então às contradições, às oportunidades de abuso, a necessidade de aperfei- çoamento ou abandono dos dispositivos. Práticas que refletem pactos reais tendem a se espalhar e o orçamento participativo, vem de fora da regulação urbanística, mas em ritmo lento (MARTINS, 2006). Eleger corretamente os instrumentos que irão pautar o Plano Diretor muni- cipal é uma árdua tarefa que os gestores públicos devem assumir em parceria com a comunidade, através do mapeamento da cidade que possuem, a cidade que querem, para então chegarem a cidade que poderão construir através da aplicação destas políticas urbanas. 1. “Complexo de normas legais e diretrizes técnicas desejado pela comunidade local para o desenvolvimento global e constante do Município, servindo de referência para todos os agentes públicos e privados que atuam na municipalidade.” Essa é uma definição jurídica a respeito de: a) Lei Orçamentária. b) Lei Orgânica Municipal. c) Estatuto da Cidade. d) Código de Obras e Edificações. e) Plano Diretor. 2. O Estatuto da Cidade, Lei n° 10.257/2001, prevê, em seu art. 4º, § 3º, que, para o planejamento municipal, serão utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos: a) gestão democrática participativa. b) desapropriações. c) direito de superfície. d) servidão administrativa e) concessão de direito real de uso. 3. O Código de Obras integra os cuidados que devemos ter tanto com a legislação urbana municipal quanto com as normas já estabelecidas por outros órgãos públicos ou reguladores em relação à construção civil e deve ser estudado juntamente com as leis do Plano Diretor do município. Quais dos objetivos citadosa seguir fazem parte do Código de Obras? a) Regular o uso do solo, proteger o meio ambiente e garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e a iluminação naturais adequadas a todos os edifícios. b) Garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e a iluminação naturais adequadas a todos os Legislação urbanística básica12 edifícios, garantir uma melhor qualidade de vida na cidade e garantir o atendimento das necessidades da cidade. c) Eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam a possibilidade de deslocamento de pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção, preservar e restaurar os sistemas ambientais e regular o uso do solo. d) Regular o uso do solo, preservar e restaurar os sistemas ambientais e consolidar os princípios da reforma urbana. e) Proteger o meio ambiente, garantir o atendimento das necessidades da cidade e promover a regularização fundiária. 4. O Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) constitui-se em um instrumento de planejamento habitacional. Uma de suas características é que ele: a) tem abrangência municipal, sendo as suas diretrizes derivadas da Política Nacional de Habitação. b) define, em termos regionais, as diretrizes para a formalização de consórcios públicos intermunicipais, a fim de resolver demandas dos municípios envolvidos. c) remete para a Legislação Orçamentária do Município a tarefa de planejar as alternativas financeiras para a implantação de seus resultados. d) prescinde da participação da sociedade civil nos processos de decisão. e) faz parte do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano, sendo, portanto, responsável por garantir a redução do déficit habitacional no município. 5. Na medida em que a existência da Lei Orgânica Municipal está prevista na Constituição da República, sujeitando-se aos balizamentos ali estabelecidos, é correto afirmar que: a) as matérias passíveis de serem regulamentadas pela Lei Orgânica municipal podem ser restringidas pela Constituição Estadual, que pode uniformizar, livremente, a legislação dos Municípios situados em seu território. b) a Lei Orgânica municipal, como projeção da autonomia municipal, deve disciplinar a organização municipal consoante os balizamentos estabelecidos pela Constituição da República, não sendo possível que a Constituição Estadual o faça. c) as matérias passíveis de serem regulamentadas pela Lei Orgânica municipal podem ser livremente ampliadas pela Constituição Estadual, com o uso do instituto da delegação de competências legislativas. d) a relação de sujeição normativa decrescente identificada entre a Constituição da República, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica municipal faz com que a última possa ser livremente comprimida pela expansão das duas primeiras. e) a Lei Orgânica municipal pode estabelecer a disciplina normativa de toda e qualquer temática afeta à competência legislativa municipal. 13Legislação urbanística básica CORRÊA, R. L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989. DI SARNO, D. C. L. Elementos do direito urbanístico. Barueri: Manole, 2004. DIAS, Maurício Leal. Notas sobre o direito urbanístico: a “cidade sustentável”. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 5, n. 47, 1 nov. 2000. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/1692>. Acesso em: 7 jun. 2018.. FELDMAN, Sarah. Avanços e limites na historiografia da legislação urbanística no Bra- sil. 2001 Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/temasadm/article/down- load/6113/4589. Acesso em 07 de junho de 2018. FERNANDES Edésio; Alfonsín Betânia. Coletânea de legislação urbanística: normas inter- nacionais; constitucionais e legislação ordinária. Fórum Editora, Belo Horizonte 2010 LAGO, P. Participação Popular e reforma urbana: da Constituinte ao Estatuto da Cidade. Dissertação de Mestrado em Direito Político e Econômico da Universidade Presbite- riana Mackenzie, São Paulo, 2010. Disponível em: http://up.mackenzie.br/fileadmin/ user_upload/_imported/fileadmin/PUBLIC/UP_MACKENZIE/servicos_educacionais/ stricto_sensu/Direito_Politico_Economico/Teses_e_Dissertacoes/Paulo_Cesar_do_ Lago.pdf. Acesso em: 07 de junho de 2018. MARTINS, Maria Lucia. Política urbana, meio ambiente e a construção do direito à cidade. Revista Temas de Administração Pública. V.1, n.º1. FCLAr-Unesp, 2006. Dispo- nível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/temasadm/article/view/6113. Acesso em 07 de junho de 2018. ROLNICK, R. Regulação urbanística no Brasil: conquistas e desafios de um modelo em construção. Anais do Seminário Internacional: Gestão da Terra Urbana e Habitação de Interesse Social, PUCCAMP, 2000. Disponível em: https://raquelrolnik.files.wordpress. com/2009/10/regulacao-urbanistica-no-brasil.pdf. Acesso em 07 de junho de 2018. SAULE Júnior, Nelson — Novas perspectivas do Direito Urbanístico brasileiro. Ordena- mento constitucional da Política Urbana. Aplicação e eficácia do Plano Diretor, Sergio Antônio Fabris Editor, Porto Alegre, 1997. SILVA, J.A. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2000. Legislação urbanística básica14 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor O direito urbanístico tem por objeto o ordenamento territorial das cidades e está distribuído na esfera federal. A legislação urbana regula apenas uma pequena parte do espaço construído, uma vez que a cidade é consequência da relação que a legalidade urbana estabelece com o funcionamento dos mercados imobiliários que atuam na cidade. Entretanto, a legislação define territórios dentro e fora da lei, de modo que essa delimitação tem consequências políticas importantes. Veja na Dica do Professor a seguir uma breve explicação do que é a Lei do Zoneamento. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5d134b0c4dc5502fa7d9dcd7abed03c5 Exercícios 1) “Complexo de normas legais e diretrizes técnicas desejado pela comunidade local para o desenvolvimento global e constante do Município, servindo de referência para todos os agentes públicos e privados que atuam na municipalidade." Essa é uma definição jurídica a respeito de: A) Lei Orçamentária. B) Lei Orgânica Municipal. C) Estatuto da Cidade. D) Código de Obras e Edificações. E) Plano Diretor. 2) O Estatuto da Cidade, Lei n° 10.257/2001, prevê, em seu art. 4o, § 3o, que, para o planejamento municipal, serão utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos: A) gestão democrática participativa. B) desapropriações. C) direito de superfície. D) servidão administrativa E) concessão de direito real de uso. 3) O Código de Obras integra os cuidados que devemos ter tanto com a legislação urbana municipal quanto com as normas já estabelecidas por outros órgãos públicos ou reguladores em relação à construção civil e deve ser estudado juntamente com as leis do Plano Diretor do município. Quais dos objetivos citados a seguir fazem parte do Código de Obras? A) Regular o uso do solo, proteger o meio ambiente e garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e a iluminação naturais adequadas a todos os edifícios. B) Garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e a iluminação naturais adequadas a todos os edifícios, garantir uma melhor qualidade de vida na cidade e garantir o atendimento das necessidades da cidade. C) Eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam a possibilidade de deslocamento de pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção, preservar e restaurar os sistemas ambientais e regular o uso do solo. D) Regular o uso do solo, preservar e restaurar os sistemas ambientais e consolidar os princípios da reforma urbana. E) Proteger o meio ambiente,garantir o atendimento das necessidades da cidade e promover a regularização fundiária. 4) O Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) constitui-se em um instrumento de planejamento habitacional. Uma de suas características é que ele: A) tem abrangência municipal, sendo as suas diretrizes derivadas da Política Nacional de Habitação. B) define, em termos regionais, as diretrizes para a formalização de consórcios públicos intermunicipais, a fim de resolver demandas dos municípios envolvidos. C) remete para a Legislação Orçamentária do Município a tarefa de planejar as alternativas financeiras para a implantação de seus resultados. D) prescinde da participação da sociedade civil nos processos de decisão. E) faz parte do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano, sendo, portanto, responsável por garantir a redução do déficit habitacional no município. 5) Na medida em que a existência da Lei Orgânica Municipal está prevista na Constituição da República, sujeitando-se aos balizamentos ali estabelecidos, é correto afirmar que: A) as matérias passíveis de serem regulamentadas pela Lei Orgânica municipal podem ser restringidas pela Constituição Estadual, que pode uniformizar, livremente, a legislação dos Municípios situados em seu território. a Lei Orgânica municipal, como projeção da autonomia municipal, deve disciplinar a organização municipal consoante os balizamentos estabelecidos pela Constituição da B) República, não sendo possível que a Constituição Estadual o faça. C) as matérias passíveis de serem regulamentadas pela Lei Orgânica municipal podem ser livremente ampliadas pela Constituição Estadual, com o uso do instituto da delegação de competências legislativas. D) a relação de sujeição normativa decrescente identificada entre a Constituição da República, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica municipal faz com que a última possa ser livremente comprimida pela expansão das duas primeiras. E) a Lei Orgânica municipal pode estabelecer a disciplina normativa de toda e qualquer temática afeta à competência legislativa municipal. Na prática Claudio é arquiteto e recebeu a solicitação de um cliente para elaborar o projeto de uma residência em outra cidade. Será preciso realizar uma entrevista com o cliente para estabelecer o programa de necessidades. Após isso, todos os procedimentos e critérios devem ser obedecidos conforme as leis vigentes no município para que o projeto seja aprovado. Acompanhe a seguir as etapas antes da elaboração do projeto. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/d90784ee-2219-442e-ad5b-a1290c4fe8b4/586728e8-54ff-4ea0-88e4-df97a86232c9.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Como planejar o crescimento das cidades O documentário mostra como, dependendo do modelo de planejamento, as cidades acabam se tornando cidades divididas e segregadas. Alguns especialistas trazem para o debate que a principal questão não é a falta de planejamento, mas sim o planejamento feito para servir grupos específicos, e não a totalidade da população. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Direito municipal e urbanístico A expressão direito à cidade foi inserida no direito positivo pela Lei Federal nº 10.257/2001. O texto do artigo a seguir vai auxiliar você a examinar a conexão entre tal noção e a disciplina constitucional do direito urbanístico, assim como se propõe a analisar o seu conteúdo, a sua natureza jurídica e a sua concepção no âmbito municipal. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/8gFDDUkxzGA http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDAdmCont_n.19.08.PDF
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