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Projeto paisagístico
Apresentação
Paisagismo não é sinônimo de cultivar jardins. Trata-se de uma ciência multidisciplinar que atua na 
qualificação dos espaços exteriores de diferentes escalas para uso humano, seja contemplativo, 
seja utilitário, envolvendo princípios estéticos, de conforto ambiental e de recuperação ecológica, 
entre outros.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre a importância do projeto de 
paisagismo, começando por aspectos de representação gráfica, desde o desenho à mão livre, 
passando pelo uso das cores, até as perspectivas. Também vai aprender a respeito da elaboração de 
um inventário de projeto, que consiste em um minucioso levantamento de dados que subsidiarão 
sua construção. Por fim, será introduzido às etapas que compõem o desenvolvimento de um 
projeto de paisagismo: o estudo preliminar, o anteprojeto e o projeto executivo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a importância das projeções paisagísticas.•
Descrever os processos de levantamento de dados ambientais.•
Identificar as etapas de um projeto paisagístico.•
Desafio
As praças são elementos de encontro intencional das pessoas, de permanência, de acontecimentos, 
de práticas sociais e de manifestações de vida urbana e comunitária. Sua forma pode ser 
quadrangular, triangular, circular, etc. O que importa é conferir a elas qualificação e significado 
funcional.
Sendo assim, responda:
a) Em sua análise, por que a praça não atraiu o interesse da população do bairro?
b) Como poderá resolver essa situação?
Infográfico
Como um projeto de paisagismo consegue cumprir o seu papel? Várias respostas são 
possíveis: quando é funcional, belo, adaptado ao bioma local, etc. Mas para Benedito Abbud (2010), 
é quando consegue aguçar os sentidos. Desse modo, estes são responsáveis pela capacidade de 
interpretar o ambiente, ou seja, captar diferentes estímulos e percepções ao redor. Sem eles, não 
seria possível perceber as variações do meio ambiente. 
Neste Infográfico, você verá como o corpo humano se comporta em um espaço vegetado em 
relação aos cinco sentidos principais: visão, olfato, paladar, audição e tato.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c9eb54b2-9e16-4091-a0ba-bf4b8bfb4360/e88d31a4-1bad-493f-b662-81c7764af69a.jpg
Conteúdo do livro
Projeto paisagístico é um documento que contém a representação gráfica de uma idealização de 
qualificação de determinado espaço exterior. Nele constam todas as informações necessárias que 
orientarão a execução do projeto, de modo que os envolvidos no trabalho saibam interpretá-lo.
No capítulo Projeto paisagístico, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da representação gráfica para o processo 
criativo de elaboração do projeto paisagístico e sua posterior execução. Também verá as principais 
informações que devem ser colhidas para iniciar um projeto e identificará as etapas que o 
compõem: o estudo preliminar, o anteprojeto e o projeto executivo.
Boa leitura.
FLORICULTURA E 
PAISAGISMO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer a importância das projeções paisagísticas.
 > Descrever os processos de levantamento de dados ambientais.
 > Identificar as etapas de um projeto paisagístico.
Introdução
O projeto paisagístico é definido como a qualificação de determinado espaço 
exterior aos edifícios que pode ser direcionado para áreas de propriedade pri-
vada ou de propriedade pública. A complexidade de um projeto de paisagismo 
não se deve apenas a seu tamanho, mas, sobretudo, às expectativas dos clien-
tes e ao uso que se fará do espaço. No entanto, qualquer que seja o tamanho 
do empreendimento, as fases de planejamento e projeto não são diferentes: 
para desenvolvê-lo, precisamos seguir uma metodologia.
Neste capítulo, vamos explicar a importância do desenho à mão livre e do 
uso das cores ao representar as ideias, destacando como trabalhar as texturas 
com lápis de cor, combinando cores e técnicas a fim de apresentar seus estudos 
com personalidade. Nesse sentido, veremos o quão importante é a perspectiva 
humanizada para dar ênfase aos principais pontos de interesse de um projeto. 
Também apresentaremos os fundamentos do levantamento de dados, que visa 
a subsidiar o início e o desenvolvimento do projeto, etapa também chamada 
de “inventário de projeto”. Por fim, descreveremos as etapas de um projeto de 
paisagismo: o estudo preliminar, o anteprojeto e o projeto executivo.
Projeto paisagístico
Lucas Martins de Oliveira
A representação do paisagismo
Assim como ocorre em tantos outros campos do conhecimento, é fundamental, 
ao agrônomo paisagista, desenvolver a habilidade de desenhar com determi-
nação e rigor, com a mesma prática constante que um músico aprende a tocar 
um instrumento, por exemplo. De fato, a ênfase na rapidez e na eficiência 
das ferramentas computacionais não pode desconsiderar o amadurecimento 
intelectual resultante do exercício de desenho à mão livre.
Por mais que a tecnologia aplicada ao projeto paisagístico avance a pas-
sos largos, o desenho à mão livre, ou croqui, encoraja a observação cuida-
dosa e permite maior entendimento das dimensões de projeto e da área 
de intervenção: é o que chamamos de “apreensão do lugar”, ou genius loci. 
Nas palavras de Hutchison (2011, p. 11), “O croqui não é um desenho dis-
pensável, mas um material de projeto que representa a individualidade do 
ambiente na perspectiva criativa”. 
Hutchison (2011) recomenda termos um caderno de croquis (Figura 1), que 
consiste em um espaço para o exercício de desenho de valor incalculável, não 
importando se o desenho é “bom” ou “ruim”. O que importa é a dedicação ao 
registro de ideias, listas, combinações de cores, captura de visadas interes-
santes, sempre com o intuito de conduzir às soluções de projeto que serão 
determinadas em etapas posteriores. É especialmente fundamental em um 
projeto de paisagismo, em que partimos sempre da conversão de um lugar 
existente em um lugar mais bem qualificado.
Figura 1. Esboços no caderno de croquis do arquiteto inglês Edward Hutchison. 
Fonte: Adaptada de Hutchison (2011).
Projeto paisagístico2
Conforme Wilson (2016), para os paisagistas, a comunicação gráfica das 
ideias de um projeto permite que se trabalhe com mais rapidez e eficácia, 
sejam desenhos à mão livre ou desenhos técnicos. Para o cliente, desenhos 
à mão livre são compreendidos e interpretados mais rapidamente. Geral-
mente em forma de esboço, eles parecem mais realistas, transmitindo, talvez, 
o estado espírito ou a atmosfera de um jardim com mais eficiência.
Segundo Abbud (2010), devemos prestar muita atenção às intenções, 
dúvidas e expectativas do cliente, seja ele particular ou público. 
Quando apresentarmos as possibilidades de projeto, devemos passar confiança, 
demonstrando que somos os profissionais certos para o trabalho. “Geralmente, 
o cliente de residência traz mais dúvidas e ansiedades do que o empreende-
dor ou contratante público, especialmente sobre quanto custará o projeto e 
a implantação para ter certeza de que poderá pagá-los” (ABBUD, 2010, p. 164).
Fotografias do lugar também são fontes importantes de registro, que 
antecedem e auxiliam no desenvolvimento dos estudos preliminares. Porém, 
os croquis nos conectam à área de estudo de maneira incomparável. Diferen-
temente das lentes de uma câmera fotográfica, nosso cérebro faz constantes 
reavaliações enquanto desenhamos. Fotografias registram fatos; croquis 
registram ideias. Lembre-se de que os desenhos não pretendem representar 
a paisagem de forma realista, mas esquemática (HUTCHISON, 2011).
No contexto do paisagismo, os desenhos à mão livre contêm informações 
selecionadas. De outra maneira, são desenhos com foco na essência de um 
contexto ou de um problema a ser solucionado. Assim, aspossíveis dúvidas 
iniciais de projeto devem ser capturadas em croquis que serão utilizados 
na criação de alternativas projetuais, as quais, por sua vez, poderão ser 
aprofundadas pelas ferramentas computacionais de representação gráfica.
O diálogo entre as duas técnicas, os croquis e os desenhos digitais, 
permite um maior dinamismo no raciocínio de ideias, gerando uma economia 
de energia, pois nos ajuda a “desempacar” diante de travas no processo 
criativo. Após melhor solucionarmos o projeto, podemos converter os croquis 
em desenho digital, possibilitando uma maior precisão das formas e dos 
espaços, legitimando as ideias iniciais ou corrigindo-as.
Projeto paisagístico 3
Como afirma Hutchison (2011), no projeto da paisagem, os desenhos devem 
destacar ideias para a vegetação, é claro, materializando os conceitos iniciais. 
Características de movimento, textura e formas não são fáceis de se transmitir 
para o papel, mas são fundamentais para a representação dos estudos. Desse 
modo, o uso de cores é uma boa alternativa, pois elas evocam a variedade 
de plantas, tanto nos tons de verde quanto nas cores do tronco, das folhas 
e da floração. Veja, na Figura 2, o estudo de cores e texturas feito com lápis 
de cor a ser utilizado em um estudo de paisagismo. Observe a combinação 
de cores e as técnicas.
Figura 2. Estudo de cores e texturas em lápis de cor.
Fonte: Adaptada de Hutchison (2011).
Para Hutchison (2011, p. 90), “[...] ao criar um novo projeto paisagístico, 
os paisagistas assumem uma grande responsabilidade: encontrar uma solução 
que redefina e regenere um lugar”. Portanto, para apresentar as propostas 
preliminares, os desenhos que transmitirão o projeto precisam de uma cuida-
dosa preparação. Na continuidade de nosso aprofundamento, as perspectivas 
são um ponto importante de análise. Antes do avanço tecnológico propor-
Projeto paisagístico4
cionado pelas ferramentas computacionais, os desenhos de perspectivas 
demandavam uma habilidade considerável e desenhistas sensíveis para 
representar as soluções de projeto. Embora, nos dias atuais, o computador 
torne esse trabalho mais fácil, as vantagens de se produzir uma perspectiva 
à mão livre não deveriam ser subestimadas.
A perspectiva com pontos de fuga à mão livre tem a vantagem de se 
concentrar em uma quantidade limitada de informações, naquilo que re-
almente é necessário absorver sobre o projeto. Assim, é possível construir 
uma perspectiva com capacidade de comunicar diretamente sua mensagem, 
como, por exemplo, as características morfológicas de uma árvore ou de um 
material construtivo, ou a relação espacial com o entorno edificado, como 
ilustra a Figura 3.
Figura 3. Perspectiva em cores com ponto de fuga de um estudo preliminar para a área externa 
de uma edificação, com o acesso arborizado.
Fonte: Adaptada de Hutchison (2011).
Projeto paisagístico 5
Thorspecken (2014, p. 74) afirma que “[...] somente quando agregamos 
o elemento humano à representação da paisagem é que conseguimos nos 
relacionar com ela”. De forma complementar, afirma que o que torna a ve-
getação um espaço urbano fascinante é como os paisagistas a moldam ou a 
deixam intocada. Veja, na Figura 4, um desenho para o estudo preliminar de 
um jardim, feito em aquarela, que teve como foco a diversidade florística de 
arbustos e árvores e a relação com as pessoas.
Figura 4. Perspectiva em cores com ponto de fuga de um estudo preliminar de um jardim, 
com foco nas cores das florações.
Fonte: Adaptada de Hutchison (2011).
Segundo Hutchison (2011, p. 118): 
[...] o fotorrealismo que usualmente vemos das perspectivas apresentadas pelas 
empresas de projeto e do ramo imobiliário, que muito nos seduzem, exige um 
altíssimo grau de informação técnica, sendo que os programas computacionais 
somente podem produzir uma imagem se forem fornecidas as instruções detalhadas 
sobre as definições projetuais. 
Projeto paisagístico6
Como resultado, etapas fundamentais de maturação do projeto paisagístico 
são “atropeladas”, comprometendo sua qualidade. Há, ainda, a tendência de 
“pasteurizar” (purificar) o desenho digital, apresentando visões utópicas, 
como o céu azul excessivo, as pessoas universalmente perfeitas e todo o 
ambiente adequado de forma ideal.
Devemos entender que a atuação do agrônomo paisagista não deve ser 
restrita ao estudo das espécies vegetais e do solo, mas, também, deve se 
voltar para uma adequada representação gráfica do projeto paisagístico, 
a fim de que suas ideias sejam bem compreendidas na fase de execução.
O levantamento de dados para o projeto
Antes do ato de projeto, devemos elaborar um inventário, que se trata do 
levantamento de informações preliminares. Nesse momento, fazemos uma 
ampla pesquisa de campo, analisando o máximo de informações, sejam 
cedidas pelo contratante (cliente, empresa privada ou poder público), sejam 
levantadas pelo próprio paisagista por meio de visitas técnicas, ato que cha-
mamos de “levantamento in loco”. Reunimos essas informações para melhor 
entender as características do lugar, seus aspectos morfológicos, ambientais 
e sociais. São itens que compõem o inventário de pesquisa (NIEMEYER, 2011):
 � o levantamento planialtimétrico e cadastral, junto ao Poder Público, 
da área objeto de projeto, contendo todos os elementos preexistentes 
(curvas de nível, vegetação, edificações, cursos d’água, afloramentos 
de rochas, etc.); 
 � o mapeamento das sombras, caso a área seja limitada por edifícios;
 � as restrições legais de âmbito municipal, estadual e federal;
 � a análise do solo (granulometria, fertilidade e pH), visando a possíveis 
correções e adaptações de espécies vegetais a serem inseridas;
 � as condições climáticas (temperatura média, direção dos ventos, regime 
de chuvas, etc.);
 � as condições biológicas (flora e fauna a serem preservadas ou recu-
peradas), em caso de intervenção em áreas protegidas;
 � os estudos de impactos possíveis;
 � as particularidades da paisagem, visadas interessantes, enquadra-
mentos, etc.
Projeto paisagístico 7
É importante consideramos as particularidades da paisagem do entorno 
para que possamos valorizar o lugar que estamos projetando como um ponto 
privilegiado de observação. Nesse sentido, o projeto de paisagismo deve 
contribuir com essa qualidade, e não a prejudicar. Na Figura 5, observe que 
Roberto Burle Marx valorizou o ponto de visada para a paisagem carioca 
incluindo palmeiras que não obstruem o olhar.
Figura 5. Parque do Flamengo, Rio de Janeiro. As palmeiras no terreno emolduram a contem-
plação da paisagem ao fundo.
Fonte: Upper ([20--?], document on-line).
O processo de projeto paisagístico exige que tenhamos um conhecimento 
amplo sobre a insolação, sobre as possibilidades topográficas e sobre as 
características das espécies vegetais. No que concerne à insolação, devemos 
saber as necessidades das plantas em relação ao sol: se são de sol pleno, 
meia sombra ou sombra total. Por exemplo, se especificarmos uma planta 
de meia-sombra em uma área que recebe insolação o dia todo, causaremos 
sérios prejuízos, pois essa espécie não é adaptada ao nível de exposição. 
“Procedemos à especificação vegetal em função de seu fotoperiodismo e das 
características botânicas pertinentes: se heliófitas (adaptadas ao sol pleno) ou 
umbrófitas (as que preferem níveis de sombra)”, afirma Niemeyer (2011, p. 70).
Projeto paisagístico8
 � Sol pleno: espécies que precisam de incidência mínima e direta de 3 a 
4 horas de sol diariamente.
 � Meia-sombra: espécies que tendem a não suportar a permanência ao 
sol entre 10h e 17h.
 � Sombra: espécies que não suportam o sol direto, devendo ser aloca-
das em espaços de luminosidade indireta, protegidas sob a copa de 
árvores ou estruturas artificiais. É o caso da maioria das espécies de 
orquídeas, por exemplo.
Com o inventário feito, é necessário elaborar o programa de necessidades, 
que consiste na identificação dos desejos dos habitantes a respeito da área em 
projeto. É imprescindível que oprograma seja elaborado com a participação 
das pessoas diretamente envolvidas, aquelas que habitarão o espaço ou dele 
usufruirão com frequência, como no caso de um espaço público, por exemplo. 
Dobry-Pronsato (2016) nos auxilia a entender o desenvolvimento do pro-
grama de necessidades a partir do projeto para o Parque Aldeia de Carapi-
cuíba, em São Paulo, feito por meio de um processo participativo de projeto 
de paisagismo entre técnicos, comunidade e estudantes, processo também 
chamado de “criação coletiva”. Nessa etapa, entendeu-se que o parque, para 
atender à população de modo eficiente, deveria conter um espaço para ati-
vidades de turismo gastronômico, espaços culturais, espaços poliesportivos, 
de capoeira, maracatu, pista de caminhada e estacionamentos (Figura 6).
Figura 6. Estudo para o Parque Aldeia de Carapicuíba.
Fonte: Adaptada de Dobry-Pronsato (2016).
Projeto paisagístico 9
As etapas do projeto paisagístico
Tendo como base as informações até aqui coletadas, podemos iniciar a ela-
boração do estudo preliminar. Começamos pelo estudo funcional, que traça 
as primeiras diretrizes de zoneamento para o projeto. Consiste em definir-
mos a localização adequada para cada elemento, ou grupo de elementos, 
do programa de necessidades: áreas de lazer, áreas esportivas, bosques, 
estacionamentos, área administrativa, etc. Assim, organizamos os espaços 
de acordo com a funcionalidade. As áreas administrativas e esportivas de 
parques urbanos, por exemplo, devem estar próximas aos estacionamentos, 
devido ao público frequente e maior que recebem. 
Para Wilson (2016), quando paisagistas desenvolvem seu trabalho, o de-
senho de vista superior é o foco do processo. Para entendê-lo, devemos 
imaginar que podemos planar sobre o jardim e olhar para baixo, como um 
pássaro quando voa nas alturas, o que nos possibilita enxergar o espaço 
representado como um padrão. Isso é útil porque permite que os objetos 
sejam dispostos com grande precisão nos limites do projeto, uma consideração 
importante na transposição do desenho para a realidade. Para o leigo, porém, 
entender essa imagem muitas vezes é difícil, já que esse não é o modo como 
uma pessoa normalmente percebe ou vê um jardim. Trata-se de um plano 
bidimensional, de comprimento e largura, que chamamos de planta baixa. 
Entretanto, faltam as informações sobre altura, que serão transmitidas nos 
cortes e nas elevações.
Na continuidade do estudo preliminar, no plano de massas, elaboramos a 
estrutura do espaço de acordo o estudo funcional. Nessa etapa, a liberdade 
criativa do paisagista deve florescer, pois dela decorrem os estudos de caso, 
as visitas técnicas e todo o arcabouço projetual que o profissional conhece. 
Como paisagistas em formação, devemos frequentar os jardins e os espaços 
públicos, observar limitações e potencialidades, bem como pesquisar projetos 
significativos, de qualidade reconhecida por outros profissionais.
No plano de massas, localizamos os acessos de pedestres e veículos, 
os equipamentos de lazer, os elementos e espaços simbólicos, as melhores 
visadas e a volumetria geral básica da vegetação e das possíveis arquitetu-
ras que complementarão o projeto. Devem ser elaborados quantos estudos 
preliminares forem necessários, que serão avaliados pelos contratantes e 
públicos-alvo. 
É importante que o material apresentado contenha esquematizações de 
plantas, cortes, elevações, croquis, perspectivas e até maquetes volumétricas. 
Observe, na Figura 7, um estudo preliminar para determinada área urbana. 
Projeto paisagístico10
Analise o uso de cores, a representação da vegetação, dos caminhos, da 
água e da relação com a volumetria arquitetônica. Não sabemos, ainda, quais 
materiais serão especificados e quais espécies vegetais serão implantadas, 
mas já sabemos a estruturação geral do espaço livre.
Figura 7. Representação de um estudo preliminar de projeto paisagístico.
Fonte: Habitat (c2013, documento on-line).
Quando o plano de massas é aprovado, partimos para a elaboração do 
anteprojeto, que oferece uma clara compreensão do projeto a partir das 
possíveis correções solicitadas na apresentação do estudo preliminar. Nele, 
devem constar a localização de cada item do programa, com plantas e de-
mais desenhos técnicos dotados de informações que permitam sua correta 
interpretação, sem deixar dúvidas quanto à estruturação do projeto. Wilson 
(2016) afirma que os desenhos técnicos têm enorme importância na criação 
de jardins bem-sucedidos, pois possibilita que o projeto seja mais bem lido 
e explorado.
Conforme Abbud (2010, p. 192), o anteprojeto “[...] é a conclusão do pro-
cesso iniciado no estudo preliminar”, e sua meta é mostrar as soluções de 
projeto já definidas, em termos de funcionalidade, de circulação, de formas 
e de estética. Representa, assim, o amadurecimento das ideias projetuais 
em uma linguagem gráfica de fácil compreensão, podendo ter desenhos em 
cores e perspectivas.
Projeto paisagístico 11
Na etapa de anteprojeto, é fundamental que sejam apresentados plantas, 
elevações e cortes, e é recomendado apresentar os materiais que serão 
utilizados, a seleção das espécies vegetais, a indicação dos elementos cons-
truídos, as movimentações topográficas e, ainda, uma estimativa de custos 
de execução da proposta. 
Na Figura 8, vemos um anteprojeto com estudo de áreas de acordo com 
o material e a vegetação, representado por cores para facilitar a leitura da 
peça gráfica. Analise os principais espaços: o eixo de pedestres, em vermelho, 
é tratado com pavimentação em tijolos; o entorno das edificações é forrado 
com britados sobre células plásticas do tipo nidoplast, que mantém a esta-
bilidade do solo, e a grande área vegetada é forrada com grama e árvores 
pontualmente distribuídas.
Figura 8. Anteprojeto de paisagismo utilizando de cores para o entorno de uma edificação 
escolar.
Fonte: Adaptada de Hutchison (2011).
Projeto paisagístico12
Sabemos que as plantas são desenhos bidimensionais de largura e compri-
mento dos espaços. Já as elevações são projeções usadas para dar suporte ou 
explicar as dimensões verticais ou alturas. Mudanças de níveis são claramente 
representadas por uma elevação, como degraus, declives, rampas, muros 
de contenção, por exemplo. No paisagismo, informamos, ainda, a altura das 
vegetações (existentes ou estimadas). Os cortes também servem para mostrar 
alturas, mas são fatias ou recortes explicativos de uma visão de geralmente 
não temos, por exemplo, fundações de estruturas arquitetônicas, ambientes 
internos ou detalhes construtivos (WILSON, 2016).
A partir do anteprojeto, serão desenvolvidos os projetos complementares, 
como a luminotécnica, a segurança e a irrigação, por exemplo. No anteprojeto, 
já devemos ter definidos os materiais que utilizaremos, especialmente para 
os pisos, os equipamentos e as primeiras especificações do projeto de vege-
tação, que serão detalhados na etapa seguinte, do projeto executivo. Nela, 
elaboramos todo o projeto técnico-jurídico, isto é, com todos os materiais 
necessários para a aprovação do projeto pelo Poder Público, seguindo todas 
as normativas pertinentes, e também necessários para a execução do projeto 
em campo. Devemos apresentar (NIEMEYER, 2011):
 � o projeto de vegetação, que consiste na composição paisagística da 
área contendo a locação exata do componente vegetal;
 � a listagem quantitativa das espécies vegetais, com indicação de as-
pectos qualitativos, como portes mínimos e espaçamentos entre os 
elementos;
 � as especificações de preparo do solo e de manutenção das áreas ve-
getadas (irrigação-drenagem);
 � os elementos construtivos relacionados ao paisagismo (modelagem 
do terreno, paginações de piso, materiais, iluminação e mobiliários);
 � os memoriais.
Os memoriais podem ser descritivos ou justificativos: os primeiros descre-
vem especificações de materiais de acabamento e formas de manejo (técnicas 
e critérios de execução, notas de jardinagem de implantação e manutenção, 
preparo do soloe quantificações); os segundos fazem referência ao estilo do 
projeto ou às características da obra, justificando o partido tomado (cores, 
texturas, massas vegetadas e mobiliário). O memorial descritivo é o mais 
utilizado na prática, sendo que o justificativo mais presente em projetos 
de grande porte, como praças ou parques, cuja complexidade referencial e 
conceitual é maior. 
Projeto paisagístico 13
Um memorial descritivo deve conter, no mínimo, cinco itens: as informações 
preliminares, as especificações de preparo do solo e das mudas, as condições 
de plantio e das regas e tutoramento, e, por fim, as garantias dos serviços. 
Veja-os em detalhes no Quadro 1.
Quadro 1. Conteúdo básico de um memorial descritivo de projeto paisagístico
Item Caracterização
Informações 
preliminares
Apresenta o documento, colocando as informações básicas 
do contratado e do contratante. Descreve a função do 
memorial, informando que ele pretende subsidiar a leitura 
do projeto paisagístico, com o objetivo de permitir a plena 
execução da obra. 
Preparo do solo A área a ser ajardinada deverá ser limpa de entulhos de 
obra. Em seguida, deve-se trocar a camada superficial do 
solo por um substrato devidamente adubado, composto 
conforme a necessidade das espécies implantadas.
Mudas e 
condições de 
plantio
As mudas precisam ter boa formação e o porte indicado no 
projeto, bem como ser isentas de pragas. Deve-se apontar 
as necessidades específicas para as forrações, arbustos, 
árvores e palmeiras.
Regas e 
tutoramento
As regas iniciais devem ser intensas no primeiro mês, duas 
vezes ao dia, no início da manhã e ao final da tarde nos 
dias quentes. O tutoramento se faz necessário para mudas 
arbóreas sujeitas à ação dos ventos, fixando-se hastes de 
madeira.
Garantias dos 
serviços
Será de responsabilidade da equipe de execução do jardim 
a substituição das mudas que pereçam por deficiência 
técnica de plantio até trinta dias após a entrega do serviço 
(desde que os procedimentos de manutenção tenham sido 
executados corretamente).
Fonte: Adaptado de Niemeyer (2011).
Neste capítulo, especificamos a complexidade que envolve o desenvolvi-
mento de um projeto de paisagismo, as formas de representação e a impor-
tância das informações que devemos colher antes de desenvolver o projeto; 
afinal, precisaremos delas para iniciá-lo. Agora você é capaz de compreender 
as etapas obrigatórias de desenvolvimento de um projeto, desde a criação 
até a execução.
Projeto paisagístico14
Observe, no anteprojeto paisagístico da Figura 9, o diálogo entre a 
planta baixa da construção e os ambientes exteriores criados pelo 
projeto de paisagismo: os acessos, os caminhos e as aberturas. Veja que a 
definição geométrica e morfológica do paisagismo já está solucionada, tanto em 
relação às vegetações quanto em relação aos pisos, indo além das informações 
básicas do estudo preliminar. No entanto, falta, agora, a evolução do desenho 
técnico ao nível executivo.
Figura 9. Anteprojeto paisagístico.
Fonte: Abbud (2010, p. 194).
Referências
ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. São Paulo: 
Senac, 2010.
DOBRY-PRONSATO, S. A. et al. Parque ecológico Aldeia de Carapicuíba: projeto de 
paisagismo participativo valorizando um patrimônio histórico. Paisagem e Ambiente: 
Ensaios, nº 37, p. 101-117, 2016. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/paam/article/
view/102043. Acesso em: 20 abr. 2021.
Projeto paisagístico 15
HABITAT. Planta do estudo preliminar: paisagismo. c2013. Disponível em: https://www.
habitat-acp.arq.br/casa-mirante-rsm-pa?lightbox=i11wxf. Acesso em: 20 abr. 2021.
HUTCHISON, E. O desenho no projeto da paisagem. Barcelona: Gustavo Gili, 2011.
NIEMEYER, C. A. C. Paisagismo no planejamento arquitetônico. Uberlândia: Edufu, 2011.
THORSPECKEN, T. Guia completo de técnicas de desenho urbano. São Paulo: Gustavo 
Gili, 2014.
UPPER. Circuito outdoor. [20--?]. Disponível em: http://academiaupper.com.br/dt_
workouts/circuito-outdoor/. Acesso em: 20 abr. 2021.
WILSON, A. O livro das áreas verdes. São Paulo: Senac, 2016.
Leituras recomendadas
MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil. São Paulo: Edusp, 2010.
MAGALHÃES, M. R. A arquitectura paisagista. Lisboa: Estampa, 2001.
ROBBA, F.; MACEDO, S. S. Praças brasileiras. São Paulo: Edusp, 2010.
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Projeto paisagístico16
Dica do professor
Um projeto de paisagismo para a apropriação humana não é somente composto por vegetação. A 
escolha de elementos de composição é fundamental e é basicamente pessoal em função das 
características de projeto, o que exige sensibilidade, critério e adequação deles. 
Nesta Dica do Professor, você vai aprender mais sobre os elementos utilitários e decorativos que 
enriquecem e dão sentido de apropriação ao projeto de paisagismo.
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Exercícios
1) Para a elaboração de projetos de paisagismo, é fundamental entender as normas que balizam 
os critérios técnicos.
Assim, é correto afirmar que as restrições legais no âmbito municipal, estadual e federal são 
coletadas e analisadas na fase de projeto chamada de:
A) levantamentos preliminares ou inventário.
B) estudo funcional.
C) plano de massas.
D) anteprojeto.
E) projeto executivo.
2) A elaboração de um projeto é dividida em etapas (ou fases). Não se trata de um processo 
totalmente linear, já que tais etapas se retroalimentam; entretanto, seu entendimento é 
importante para organizar o trabalho.
É correto afirmar que corresponde(m) à fase de projeto executivo:
A) levantamento topográfico e cadastral da área de projeto. 
B) elenco de espécies de acordo com a sua quantidade.
C) granulometria e estudo de fertilidade do solo.
D) estudo de fluxo ou fluxograma.
E) programa de necessidades básicas.
3) Na cultura ocidental, os projetistas se tornaram cada vez menos inclinados a perder tempo 
no lugar, seja refletindo sobre o poder inerente ao ambiente, seja entendendo o passado sob 
uma perspectiva criativa.
O conceito que se refere à descoberta sensível dos lugares que as pessoas 
habitam, tornando-os reconhecíveis, é chamado de:
A) drawing.
B) criação coletiva.
C) observação participativa.
D) in situ.
E) genius loci.
4) No processo de absorção da paisagem, o projetista pode passar horas desenhando-a, em 
intensa concentração e liberdade criativa. 
Na etapa de estudo preliminar, os croquis auxiliam a:
A) calcular áreas.
B) elaborar desenhos técnicos.
C) registrar as ideias.
D) especificar materiais.
E) determinar soluções.
5) Criar traços com diferentes lápis de cor gera efeitos complexos, formando um sistema de 
referência que auxiliará na representação de projetos futuros.
O uso de cores no estudo preliminar de paisagismo é importante porque:
A) remete à diversidade da vegetação.
B) representa a natureza de forma abstrata.
C) transmite a tridimensionalidade no desenho.
D) ajuda a retratar os fatos realisticamente.
E) enfatiza a rapidez e eficiência das soluções de projeto. 
Na prática
O projeto paisagístico de equipamento de macroescala, como são os parques urbanos, exige um 
duplo desafio: a revitalização ambiental da área para cumprir todos os seus serviços ambientais; e a 
sua qualificação para uso público, capaz de promover lazer e educação ambiental a toda a 
sociedade.
Neste Na Prática, confira como a equipe de paisagistas vencedora do concurso público de projetos 
para o Parque do Cocó,em Fortaleza (CE), soube trabalhar aspectos de conservação ambiental em 
meio ao contexto urbano.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
Um projeto de infraestrutura verde para o Mercadão
Neste artigo, você vai conhecer uma proposta de revitalização para o entorno urbano do Mercado 
Municipal de São Paulo (SP) em um projeto baseado na metodologia chamada infraestrutura verde. 
Esta se fundamenta em soluções ecológicas de drenagem urbana e arborização urbana, entre 
outros aspectos.
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Paisagismo é mais uma das atribuições do engenheiro 
agrônomo
Esta matéria, publicada no site do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-
PR), aborda a atuação do engenheiro agrônomo exemplificada em um projeto de paisagismo 
executado.
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Paisagismo naturalista: como plantar para o futuro
Este artigo explica que os paisagistas têm a responsabilidade de colocar em prática maneiras mais 
sustentáveis de transformar a paisagem. Assim, o paisagismo naturalista nada mais é do que 
implantar conceitos ecológicos para projetos adaptados ao seu lugar.
https://www.revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/113668
https://www.crea-pr.org.br/ws/arquivos/29911
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https://www.archdaily.com.br/br/931906/paisagismo-naturalista-como-plantar-para-o-futuro

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