Documento de Kelly Sampaio

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FACULDADE INTEGRADA CARAJÁS
BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA – 9° PERIODO
DALBIAN OLIVEIRA 
EDUARDA MORAIS
KELLY SAMPAIO
MACLEAN DIAS
	
Dasipodideos: Uma jornada fascinante pelos tatus.
REDENÇÃO – PARÁ
2024
DALBIAN OLIVEIRA
EDUARDA MORAIS
KELLY SAMPAIO
MACLEAN DIAS
Dasipodideos: Uma jornada fascinante pelos tatus.
Trabalho acadêmico apresentado como pré-requisito avaliativo na disciplina de Animais Silvestres para obtenção parcial de nota no curso de Medicina Veterinária da Faculdade Integrada Carajás – FIC.
Prof. Daniela 
REDENÇÃO – PARÁ
2024
Introdução
Os dasipodideos, conhecidos por suas características únicas e sua presença distintiva na américa latina, representam um grupo fascinante de mamíferos placentários. A complexa dinâmica de sua vida em cativeiro e os desafios da conservação exigem cuidados especializados e estratégias inovadoras. Surgiram há cerca de 60 milhões de anos, durante o paleoceno, e diversificaram-se rapidamente em diferentes nichos ecológicos (Vizcaíno & Loughry 2018).
Desempenham papéis ecológicos importantes, como dispersão de sementes, controle de populações de insetos e polinização (Terborgh & Wright 1998). E a perda de habitat e a caça representam graves ameaças à sobrevivência dessas espécies (KATTAN et al. 2004).
Diante disso, é crucial unir a busca por abordagens sustentáveis que garantam o bem-estar dessas espécies e contribuam para a preservação de seu papel vital nos ecossistemas.
Desvendando o gênero cingulata e suas características marcantes, por possuírem a presença da carapaça rígida, que oferece proteção contra predadores e auxiliar na termorregulação (MACRINI et al. 2010). Que é uma das principais características desse grupo de mamíferos. Entre as espécies encontradas, destaca-se o tatu-bola (Tolypeutes Tricinctus), um mamífero endêmico da caatinga e do cerrado brasileiro. Com seu comprimento médio entre 30 e 50 cm e peso de 1 a 1,5 kg, possui pelos modificados em cerdas rígidas e escassas. De estrutura óssea articulada, composta por placas dérmicas cobertas por escamas queratinosas. Possuem cinco dedos em cada pata, com garras robustas adaptadas para escavação. Sua língua protrátil e preênsil é utilizada para capturar insetos (SUPERINA et al. 2018). Sendo um animal térreo, noturno e solitário ocupando tocas escavadas no solo (MACRINI et al. 2010). Além disso, o tatu-bola é um caminhador lento, capaz de se enrolar em forma de bola para se proteger de predadores. 
Sua dieta é composta principalmente por formigas e cupins, e sua gestação dura cerca de 120 dias, com o nascimento de um a três filhotes. Este mamífero prefere habitats como a caatinga e o cerrado, especialmente áreas com solo arenoso e vegetação rasteira. Sua distribuição abrange o nordeste, centro-oeste e norte de Minas Gerais. Apesar de seu tamanho pequeno e hábitos discretos, enfrenta diversas ameaças e é considerado uma espécie vulnerável à extinção. Essa vulnerabilidade está relacionada principalmente pela perda de habitat, caça e atropelamentos em rodovias (ICMBIO 2023). Programas de reprodução em cativeiro e educação ambiental estão em andamento para garantir a sobrevivência da espécie (Fundação Grupo Boticário 2023).
No entanto enfrenta desafios em cativeiro, como captura, manejo e reprodução. Redes de espera são uma técnica mais comum para capturar esses animais, mas podem causar estresse e lesões. Armadilhas de queda são menos estressantes, porém necessitam de mais tempo e habilidade. Já a tranquilização é essencial para reduzir o estresse. 
Nos cuidados pós-captura incluem exames veterinários, quarentena e monitoramento constante. Necessitam de uma dieta balanceada rica em proteínas e nutrientes específicos para a espécie.
A reprodução da espécie nesse ambiente possui desafios como identificar o período fértil da fêmea e a garantir sucesso da gestação de 120 dias, assim como a inseminação artificial e a reprodução natural fora de seu habitat natural. É necessário criar condições adequadas para o acasalamento e cuidado dos filhotes. O que requer longos anos de adaptação do animal a esse novo ambiente.
Ambiente artificial pode gerar estresse e comportamentos estereotipados. Os tornando susceptíveis a doenças transmissíveis e zoonoses. Já o processo de soltura exige avaliação da saúde e do local, além de habituação ao ambiente natural, seguido de monitoramento para garantir adaptação.
O tatu-canastra (Priodontes Maximus), o maior tatu do mundo, possui uma carapaça robusta composta por placas dérmicas cobertas por escamas queratinosas, que o protegem de predadores como jaguaretês, raposas e cobras, possuem um olfato aguçado e garras longas e afiadas, sendo um gigante fascinante da caatinga e do cerrado brasileiro. Seu tamanho varia entre 120 e 150 cm, pesando entre 20 e 30 kg (FERNANDES et al. 2017) onde as fêmeas são geralmente menores que os machos. Carapaça de estrutura óssea e pelos modificados em cerdas compridas dividida em três partes, escudo cefálico, escudo dorsal e escudo pélvico. Suas patas possuem cinco dedos com garras adaptadas para escavação. Com hábitos noturnos, o tatu-canastra é insetívoro, se alimentando principalmente de formigas e cupins (SUPERINA et al. 2018).  Olfato aguçado e visão pouco desenvolvida (FERNANDES et al. 2017). 
Mamífero de habitat como caatinga, cerrado e chaco, preferindo áreas com solo arenoso e vegetação aberta. Com maior distribuição no nordeste, centro-oeste, norte e partes do Paraguai, Bolívia E Argentina.
Uma característica peculiar dessa espécie é resistência de sua carapaça podendo até mesmo resistir a disparos de armas de fogo. Apesar de ser um animal solitário, os machos e fêmeas se comunicam através de vocalizações e marcação de território com urina.
Como a espécie de tatus-bola gestação dura cerca de 120 dias, particularmente o tatu canastra dá à luz a um único filhote. A espécie está ameaçada de extinção devido à perda de habitat, caça e outros fatores. As ações de conservação incluem programas de reprodução em cativeiro e educação ambiental. O tatu-canastra é conhecido como o "jardineiro da floresta" devido à sua contribuição para a aeração do solo e dispersão de sementes. O plano de ação nacional para a conservação do tatu-canastra foi criado em 2010 para proteger a espécie e seu habitat (MMA 2023).
O gigante da caatinga e do cerrado, enfrenta desafios na vida em cativeiro. A captura requer técnicas como redes de espera e armadilhas de queda, com tranquilização essencial para reduzir o estresse. Após a captura, é necessário um exame veterinário completo e quarentena. No cativeiro, a alimentação deve ser equilibrada e o ambiente enriquecido para estimular o tatu. Cuidados veterinários especializados e reprodução em cativeiro apresentam desafios como identificação do período fértil e longa gestação. O estresse, doenças e perda de instintos naturais são desafios da vida em cativeiro, tornando a reintegração à natureza um processo complexo que inclui habituação e monitoramento pós-soltura. A avaliação constante do bem-estar do animal é essencial em todas as etapas.
As espécies de tatu-bola (Tolypeutes Tricinctus) e tatu-canastra (Priodontes Maximus) são verdadeiramente fascinantes. Nesta jornada pelo mundo desses animais notáveis e suas dificuldades em viver em cativeiro, pudemos compreender a importância de preservar seus habitats naturais. Esses tatus enfrentam inúmeros desafios, mas através de programas de conservação e conscientização, podemos contribuir para sua sobrevivência. Seja apoiando organizações de preservação, divulgando informações sobre essas espécies ou participando de projetos de reintrodução, todos podemos fazer a diferença. Juntos, podemos garantir que esses maravilhosos animais continuem a encantar as futuras gerações. 
Conclusão
Em conclusão, o gênero cingulata revela-se como um grupo fascinante de animais, com destaque para as espécies da família dasypodidae, como o tatu-bola (Tolypeutes Tricinctus) e o tatu-canastra (Priodontes Maximus). Estes animais enfrentam desafiossignificativos ao viverem em cativeiro, principalmente na reprodução e manutenção da sua saúde física e mental. Comparados com seu comportamento e características na natureza, a vida em cativeiro pode impactar negativamente suas habilidades adaptativas e sociais. Além disso, sua importância social para o meio ambiente é inegável, uma vez que desempenham papéis cruciais na cadeia alimentar, na dispersão de sementes e na manutenção do equilíbrio ecológico. Portanto, é fundamental que esforços sejam feitos para melhorar e promover o bem-estar dessas espécies, tanto em ambientes naturais quanto em cativeiro. Só assim poderemos garantir a sobrevivência e preservação dessas incríveis criaturas por muitas gerações futuras.
Referências
FERNANDES, G. W. Morphological and morphometric variation of the three-banded armadillo (Tolypeutes tricinctus) in the Caatinga biome. Brazil. Journal of Mammalogy, v. 98, n. 6, p. 1617–1627, 2017a.
FERNANDES, G. W. Morphological and morphometric variation of the giant armadillo (Priodontes maximus) in the Caatinga biome. Brazil. Journal of Mammalogy, v. 98, n. 6, p. 1617–1627, 2017b.
FUNDAÇÃO GRUPO, B. Programas de reprodução em cativeiro e educação ambiental estão em andamento para garantir a sobrevivência do tatu-bola. 
MIRANDA, J. P. Estimating the abundance of giant armadillos (Priodontes maximus) using camera traps in a Caatinga dry forest in Brazil. Tropical Conservation Science, v. 15, p. 1–10, 2022.
O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tatu-bola foi criado em 2014 para proteger a espécie e seu habitat. MMA, 2023.
OLIVEIRA, T. G. Climate change and the future of the giant armadillo (Priodontes maximus). 
Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus). Ministério do Meio Ambiente. Brasília, DF.
Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tatu-canastra (Priodontes maximus). Ministério do Meio Ambiente. Brasília, DF.
Resultados de la búsqueda. Disponível em: <https://es.wiktionary.org/wiki/Especial:Buscar?go=Procurar&search=tatu+bola&ns0=1>. Acesso em: 10 mar. 2024.
SUPERINA, M. Diet and trophic niche of the three-banded armadillo (Tolypeutes tricinctus) in a seasonally dry forest in Brazil. Mammalian Biology, v. 91, p. 12–18, 2018.
TERBORGH, J.; WRIGHT, S. J. Ecology and conservation of Neotropical forests. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1998.
VIZCAÍNO, S. F.; LOUGHRY, C. The evolution of xenarthrans and the role of the Great American Biotic Interchange. Baltimore, MD: Johns Hopkins University Press, 2018.
WIKIPEDIA CONTRIBUTORS. Cingulata. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Cingulata&oldid=1212544830>.
WIKIPEDIA CONTRIBUTORS. Tatu-canastra. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tatu-canastra&oldid=67557652>.