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NOVE NOITES Bernardo Carvalho 02 01 Contextualização sobre a obra 04 05 Nove Noites no vestibular da FUVEST Sobre o Movimento Literário Contemporâneo Roteiro da Aula 02 Enredo 03 Foco Narrativo Escrito em 2001 e Publicado em 2002 por Bernardo Carvalho Romance jornalístico baseado em fatos reais Tempo histórico (1939-2002): Estado Novo e as vésperas da Segunda Guerra Mundial/ Atentado do 11 de Setembro nos EUA. Sobre a obra: suicídio de Buell Quain, trazendo elementos factuais e ficcionais Composto por 19 capítulos, alternando entre dois narradores. Manoel Perna (amigo de Quain) : narrador em itálico e em primeira pessoa Narrador não identificado: jornalista que busca investigar e entender as circunstâncias da morte de Buell Quain, também em primeira pessoa. Título do romance. CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRACONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA Personagens fictícios e baseados na vida real principais: Buell Quain (protagonista), antropólogo suicida Manoel Perna, engenheiro local. Jornalista cuja identidade não é revelada. Personagens: Alfred Métraux: antropólogo, Andrew Parsons: fotógrafo, Eric P. Quain: pai de Buell Quain, Fannie Dunn Quain: mãe de Buell Quain, Heloísa Alberto Torres: diretora do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Ismael: indígena, Ruth Benedict: orientadora de Buell Quain, Schlomo Parsons: filho do fotógrafo. ENREDO Narra a investigação do suicídio de Quain, antropólogo americano, durante uma estadia entre os ínidios Krahô, em Tocantins. Morte repleta de ambivalências e sem motivações explícitas. Transita entre o romance- reportagem e romance policial. Construção de um painel a partir de várias visões sobre o ocorrido, incluindo acontecimentos da vida do autor. Fusão entre realidade e ficcção Aquilo que seria reportagem passa a criar tramas em que já não é mais possível distinguir o fato e a imaginação, com a supremacia da ideia de que tudo seja mesmo literatura. A verdade da produção histórica é relativizada, borrando-se os limites entre história e ficção. O fechamento da narrativa cria uma espécie de desistência do jornalista em conseguir encaixar todos os fatos, ensejando a percepção da superioridade do mistério e do desconhecido em relação à verdade histórica. ENREDO Suicídio Sete cartas com instruções para após sua morte, endereçadas a Manoel Perna Correspondências endereçadas à sua orientadora, diretora do museu, pai etc. Conhecimento da vida profissional e pessoal do antropólogo Busca por informações, dificuldade: lapso temporal Atormentado e agia de forma ambígua antes de sua ida ao Brasil Conhecimento de seu tempo com os índios Krahô Processo de escrita do livro: desde o artigo de jornal até sua viagem aos EUA em busca do filho do fotógrafo que tirou as fotos de perfil de Quain. NOVE NOITES: LITERATURA CONTEMPORÂNEA Obra é publicada em 2002 por Bernardo Carvalho; Metaficção Historiográfica; no caso, é um romance que instala e depois indefine a linha divisória entre a História e a ficção. Metaficção é, no seu significado original, um tipo de texto que revela propositadamente os mecanismos da produção de uma obra literária; um dado da história (historiográfico), é tomado de empréstimo para se tornar ficcional; A obra estabelece um diálogo interdisciplinar entre antropologia, história e jornalismo; Questiona os processos de fundamentação historiográficos; PO R QU E E ST UD AR H IS TÓ RI A? Mescla de gêneros: romance-reportagem e o romance policial. “Este é um livro de ficção, embora esteja baseado em fatos, experiências e pessoas reais. É uma combinação de memória e imaginação – como todo romance, em maior ou menor grau, de forma mais ou menos direta”. (Bernardo Carvalho) Dois narradores: Manoel Perna, narra a história em itálico, com uma perspectiva da realidade do passado e o autor-narrador (escritor, jornalista e pesquisador), que narra sob uma perspectiva presente, em cursiva romana; Ambas são narradas na primeira pessoa, o que é indício de memória e de intenção de reconstituir a verdade - “O que agora lhe conto é a combinação do que ele me contou e da minha imaginação ao longo de nove noites” (CARVALHO, 2006, p. 41) GÊNERO TEXTUAL E FOCO NARRATIVO PO R QU E E ST UD AR H IS TÓ RI A? Gênero híbrido que aponta para a autoficção e a metaficção, criando-se dados inverídicos a partir de pistas verdadeiras da vida do antropólogo; - o autor-narrador acaba por contar a sua própria; Embate entre realidade e ficção: não há esclarecimento pelas fontes coletadas na narrativa - a memória em alguns níveis é sempre uma invenção; Reflexão sobre o ato de escrever, de interpretar um acontecimento com vários relatos e especulações, de maneira fragmentada. Presença de polifonia: montagem do real a partir de várias vozes narrativas com discursos divergentes GÊNERO TEXTUAL E FOCO NARRATIVO Final dos anos 30 - Vida e suicídio de Buell Quain, ocorrido em 2 de Agosto de 1939, e relatos de Manoel Perna. Anos 2000 - em 12 de maio de 2001, quando o narrador principal lê, e decide investigar e escrever sobre as circunstâncias que levaram o etnólogo ao suicídio. Espaço: Carolina, Tocantins, entre os índios Krahô; e São Paulo A pesquisa é feita no início dos anos 2000, por meio de fontes que constituem a narrativa: entrevistas, relatos, fotos, cartas, documentos. TEMPO E ESPAÇO HISTÓRIA O PASSADO Fotos presentes no livro Nove Noites de Bernardo Carvalho NOVE NOITES NO VESTIBULAR DA FUVEST a NOVE NOITES NO VESTIBULAR DA FUVEST As respostas do narrador às perguntas de Leusipo são uma tentativa de disfarçar o caráter: a) fabular do romance, inspirado nas lendas e tradições dos Krahô. b) investigativo do romance, embasado em testemunhos dos Krahô c) político do romance, a respeito das condições de vida dos Krahô. d)etnográfico do romance, através do registro da cultura dos Krahô. e) biográfico do romance, relatando sua vivência junto aos Krahô. NOVE NOITES NO VESTIBULAR DA FUVEST Considere o texto para responder à questão. A ficção começou no dia em que botei os pés nos Estados Unidos. A edição do The New York Times, de 19 de fevereiro de 2002, que distribuíram a bordo, anunciava as novas estratégias do Pentágono: disseminar notícias — até mesmo falsas, se preciso — pela mídia internacional; usar todos os meios para ‘influenciar as audiências estrangeiras’. Bernardo Carvalho, Nove Noites. NOVE NOITES NO VESTIBULAR DA FUVEST a) Identifique o narrador do excerto e o contexto histórico a que ele faz alusão. b) A frase “A ficção começou no dia em que botei os pés nos Estados Unidos” diz respeito ao encontro com uma nova personagem na intriga do romance. Que personagem é essa e a qual revelação ela está diretamente relacionada? CARVALHO, Bernardo. Nove noites: romance. Companhia das Letras, 2019. CARLOS MICALI, D. L. A VIAGEM DE NOVE NOITES RUMO AO “OUTRO”. Travessias, Cascavel, v. 2, n. 2, 2000. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3005. Acesso em: 13 dez. 2021. COSTA, Claudia. Nove Noites desconstrói as estratégias da Narrativa Realista. Jornal da USP, São Paulo, 05 jun. 2020. Disponível em: <https://jornal.usp.br/cultura/nove-noites-desconstroi-as- estrategias-da-narrativa-realista/>. Acesso em: 13, dez. 2021. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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