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Ciências da Natureza e suas Tecnologias 23 ENEM - CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS A unidade é o radiano por segundo, ou radiano por segundo ao quadrado. A aceleração angular guarda relação somente com a aceleração tangen- cial e não com a aceleração centrípeta: , onde é a aceleração tangencial. Como fica evidente pelas conversões, esses va- lores angulares não são mais do que maneiras de se expressar as propriedades lineares de forma con- veniente ao movimento circular. Uma vez quer a direção dos vectores deslocamento, velocidade e aceleração modifica-se a cada instante, é mais fácil trabalhar com ângulos. Tal não é o caso da acele- ração centrípeta, que não encontra nenhum corres- pondente no movimento linear. Surge a necessidade de uma força que produza essa aceleração centrípeta, força que é chamada analogamente de força centrípeta, dirigida também ao centro da trajetória. A força centrípeta é aquela que mantém o objeto em movimento circular, provo- cando a constante mudança da direção do vector velocidade. A aceleração centrípeta é proporcional ao qua- drado da velocidade angular e ao raio da trajetória: A função horária de posição para movimentos circulares, e usando propriedades angulares, assu- me a forma: , onde é o deslocamento angular no início do movimento. É possível obter a velocidade angular a qualquer ins- tante , no MCUV, a partir da fórmula: Para o MCU define-se período T como o interva- lo de tempo gasto para que o móvel complete um deslocamento angular em volta de uma circunferên- cia completa ( ). Também define-se frequência (indicada por f) como o número de vezes que essa volta é completada em determinado intervalo de tempo (geralmente 1 segundo, o que leva a definir a unidade de frequência como ciclos por segundo ou hertz). Assim, o período é o inverso da frequência: Por exemplo, um objeto que tenha velocidade angular de 3,14 radianos por segundo tem período aproximadamente igual a 2 segundos, e frequência igual a 0,5 hertz. Transmissão do movimento circular Muitos mecanismos utilizam a transmissão de um cilindro ou anel em movimento circular uniforme para outro cilindro ou anel. É o caso típico de engrenagens e correias acopladas as polias. Nessa transmissão é mantida sempre a velocidade linear, mas nem sem- pre a velocidade angular. A velocidade do elemento movido em relação ao motor cresce em proporção inversa a seu tamanho. Se os dois elementos tiverem o mesmo diâmetro, a velocidade angular será igual; no entanto, se o elemento movido for menor que o motor, vai ter velocidade angular maior. Como a ve- locidade linear é mantida, e , então: O movimento circular ocorre quando em diversas situações que podem ser tomadas como exemplo: - Uma pedra fixada a um barbante e colocada a girar por uma pessoa descreverá um movimento cir- cular uniforme. - Discos de vinil rodam nas vitrolas a uma frequên- cia de 33 ou 45 rotações por minuto, em MCU. - Engrenagens de um relógio de ponteiros devem rodar em MCU com grande precisão, a fim de que não se atrase ou adiante o horário mostrado. - Uma ventoinha em movimento. - Satélites artificiais descrevem uma trajetória apro- ximadamente circular em volta do nosso planeta. - A translação aproximada, para cálculos muito pouco precisos, da Lua em torno do planeta Terra (a excentricidade orbital da Lua é de 0,0549). - O movimento de corpos quando da rotação da Terra, como por exemplo, um ponto no equador, movendo-se ao redor do eixo da Terra aproximada- mente a cada 24 horas. Lançamento Horizontal e Oblíquo Movimento Vertical no Vácuo Podemos destacar dois tipos de movimentos ver- ticais no vácuo: a queda livre e o lançamento na vertical. A queda livre é o abandono de um corpo, a partir do repouso, no vácuo desconsiderando-se a ação da resistência do ar; o lançamento na vertical diz respeito ao lançamento de um corpo para cima ou para baixo, o qual, diferente da queda livre, apre- sentará velocidade inicial. Os corpos envolvidos nos movimentos verticais estão sujeitos à aceleração da gravidade (g), suposta constante, cujo valor é: g = 9,80665 m/s2. Costuma-se adotar, para a realização de cálculos matemáticos, g = 10 m/s2. Como o valor da aceleração é considerado constante, a queda livre e o lançamento vertical são considerados mo- vimentos retilíneos uniformemente variados (MRUV). Ciências da Natureza e suas Tecnologias ENEM - CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 24 Análise Matemática do Movimento Vertical Estudando as características do movimento ver- tical, podemos dizer que na queda livre o módulo da velocidade escalar aumenta no decorrer do mo- vimento. Concluímos assim que o movimento, nesse caso, é acelerado. Entretanto, no lançamento para cima, o módulo da velocidade escalar diminui, de modo que o classificamos como retardado. Uma importante propriedade do lançamento vertical para cima é o fato de a velocidade do móvel ir decrescendo com o passar do tempo, tornando-se nula quando ele chega ao ponto mais alto da tra- jetória (altura máxima). Nesse instante, a velocidade do móvel muda de sentido, e o mesmo passa a cair em movimento acelerado. Outras considerações que merecem atenção são os sinais da velocidade escalar e da aceleração escalar. Se a orientação da trajetória é para cima, a aceleração escalar é ne- gativa durante todo o movimento (g < 0). Portanto, o que determina se o corpo sobe ou desce é o sinal da velocidade escalar, que na subida é positivo (v > 0) e na descida negativo (v < 0). Por outro lado, se a orientação da trajetória é para baixo, a aceleração é positiva, e o valor da velocidade é negativo na su- bida (v < 0) e positivo na descida (v > 0). Observação: As definições sobre o movimento vertical são feitas desconsiderando a resistência do ar. Funções Horárias do Movimento Vertical Como os movimentos verticais são uniformemen- te variados, as funções horárias que os descrevem são iguais às do MUV. Vejamos no esquema abaixo: Observação I: Nas fórmulas acima, v representa a velocidade final, vo, a velocidade inicial. O mesmo se aplica a S (espaço final) e So (espaço inicial). Observação II: Vale ressaltar que “a” = “g”, uma vez que se trata da aceleração da gravidade. O si- nal de g, como foi dito acima, independe de o corpo subir ou descer, estabelecendo relação com a orien- tação da trajetória. Orientação para cima: g é nega- tivo; orientação para baixo: g é positivo. Lançamento Oblíquo O lançamento oblíquo é um exemplo típico de composição de dois movimentos. Galileu notou esta particularidade do movimento balístico. Esta verifica- ção se traduz no princípio da simultaneidade: “Se um corpo apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo”. Composição de Movimentos. O lançamento oblíquo estuda o movimento de corpos, lançados com velocidade inicial V0 da su- perfície da Terra. Na figura a seguir vemos um exem- plo típico de lançamento obliquo realizado por um jogador de golfe. A trajetória é parabólica, como você pode notar na figura acima. Como a análise deste movimento não é fácil, é conveniente aplicarmos o princípio da simultaneidade de Galileu. Veremos que ao projeta- mos o corpo simultaneamente no eixo x e y teremos dois movimentos: Ciências da Natureza e suas Tecnologias 25 ENEM - CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Em relação a vertical, a projeção da bola executa um movimento de aceleração constante e de mó- dulo igual a g. Trata-se de um M.U.V. (lançamento vertical). - Em relação a horizontal, a projeção da bola executa um M. U. Lançamento Horizontal O lançamento balístico é um exemplo típico de composição de dois movimentos. Galileu notou esta par- ticularidade do movimento balístico. Esta verificação se traduz no princípio da simultaneidade: “Se um corpo apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se os demais nãoexistissem e no mesmo intervalo de tempo”. Composição de Movimentos O princípio da simultaneidade poderá ser verificado no Lançamento Horizontal. Um observador no solo, (o que corresponde a nossa posição diante da tela) ao notar a queda do corpo do helicóptero, verá a trajetória indicada na figura. A trajetória traçada pelo corpo, corresponde a um arco de parábola, que poderá ser decomposta em dois movimentos: