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AULA LESÕES CORPORAIS - 28 08 2023_2

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JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA
 AIDS – homicídio - Lesão Corporal
STJ: “1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 98.712/RJ, rel. Min. Marco Aurélio (1.ª T., DJe 17.12.2010), firmou a compreensão de que a conduta de praticar ato sexual com a finalidade de transmitir AIDS não configura crime doloso contra a vida. Assim não há constrangimento ilegal a ser reparado de ofício, em razão de não ter sido o caso julgado pelo Tribunal do Júri. 2. O ato de propagar síndrome da imunodeficiência adquirida não é tratado no Capítulo III, Título I, da Parte Especial, do Código Penal (art. 130 e seguintes), onde não há menção a enfermidades sem cura. Inclusive, nos debates havidos no julgamento do HC 98.712-RJ, o eminente Ministro Ricardo Lewandowski, ao excluir a possibilidade de a Suprema Corte, naquele caso, conferir ao delito a classificação de ‘Perigo de contágio de moléstia grave’ (art. 131, do Código Penal), esclareceu que, ‘no atual estágio da ciência, a enfermidade é incurável, quer dizer, ela não é só grave, nos termos do art. 131’. Na hipótese de transmissão dolosa de doença incurável, a conduta deverá será apenada com mais rigor do que o ato de contaminar outra pessoa com moléstia grave, conforme previsão clara do art. 129, § 2.º, inciso II, do Código Penal. 
A alegação de que a Vítima não manifestou sintomas não serve para afastar a configuração do delito previsto no art. 129, § 2.º, inciso II, do Código Penal. É de notória sabença que o contaminado pelo vírus do HIV necessita de constante acompanhamento médico e de administração de remédios específicos, o que aumenta as probabilidades de que a enfermidade permaneça assintomática. Porém, o tratamento não enseja a cura da moléstia” (HC 160.982/DF, 5.ª T., rel. Laurita Vaz, 17.05.2012, v.u.). 
AIDS / homicídio/Lesão Corporal
A síndrome da imunodeficiência adquirida já foi considerada pela medicina uma doença fatal, constatando-se, atualmente, em razão dos progressos científicos, que sua manifestação é cada vez mais controlada com coquetéis mais fortes de remédios.
Comentário de Guilherme NUCCI
o direito é dinâmico e precisa acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade, assim como em áreas especializadas, como a medicina. Nas décadas de 1980 e 1990, não foram poucas as decisões condenatórias, em face da transmissão do vírus HIV, que levaram seus autores a responder (e ser condenados) por tentativa de homicídio ou homicídio, conforme o caso. 
Portanto, caso o agente tenha relação sexual com alguém, sabendo-se contaminado e fazendo-o sem qualquer proteção, tendo a intenção de transmitir a moléstia ou assumindo o risco de assim causar, deve responder por perigo de contágio de moléstia grave (art. 131, CP). Consumando-se a transmissão do vírus, afeta a saúde da vítima, gerando uma enfermidade incurável (ao menos por ora), incidindo, então, na figura do art. 129, § 2.º, II, do CP.
Por outro lado, conforme o estado de saúde da vítima, a transmissão do vírus HIV pode representar a morte; assim sendo, tendo havido ciência do agente, deve responder por homicídio (ou tentativa, conforme o caso). Não cremos possa haver solução única; tudo depende do caso concreto e da real intenção do agente.
Contudo, a medicina evoluiu muito e, hoje, embora a AIDS ainda seja uma moléstia grave, não pode ser tipificada no art. 131, porque ela também é incurável. O art. 131 trata da moléstia grave, porém curável. Por outro lado, houve a tendência, anos atrás, de se buscar encaixar a AIDS no art. 130, porque esse dispositivo se refere a contágio por moléstia venérea (transmissível por via sexual). Essa tipificação logo foi desconsiderada, quando se descobriu que o vírus HIV se transmite por outras vias, como a transfusão de sangue, razão pela qual não é uma estrita moléstia venérea. Descobertos os remédios que prolongam a vida do portador do vírus, já não mais se podia cuidar do assunto no capítulo do homicídio (ou tentativa), porque muitos soropositivos estavam e estão vivendo há anos, sem o resultado morte. Tratou se, então, do mais adequado enquadramento à falta de um tipo específico editado pelo legislador. A transmissão dolosa (dolo direto ou eventual) do vírus HIV passou a ser subsumida ao art. 129, § 2.º, II (causar lesão à saúde gerando enfermidade incurável). 
No entanto, segundo cremos, conforme o caso concreto, a transmissão dolosa do vírus HIV, levando a vítima à morte, por já se encontrar debilitada, com conhecimento do agente, pode ser tipificada como homicídio. Afinal, não se tratou de enfermidade incurável, mas de nítido instrumento que levou à morte.

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