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OAB 1 Fase -Aula 06

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ESTRATÉGIA OAB 
Direito Penal - Prof. Cristiano Rodrigues 
 
 
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Direito Penal - Prof. Cristiano Rodrigues 
 
 
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Sumário 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................................................... 9 
2 - Crimes Contra Vida ....................................................................................................................................... 9 
2.1 - Homicídio ............................................................................................................................................... 9 
2.1.1 - Homicídio simples (Art. 121 do CP) ................................................................................................. 9 
2.1.1.1 - Tipo objetivo ................................................................................................................................. 9 
2.1.1.2 - Sujeito ativo ................................................................................................................................ 10 
2.1.1.3 - Sujeito passivo ............................................................................................................................ 10 
2.1.1.4 - Tipo subjetivo ............................................................................................................................. 10 
2.1.1.5 - Consumação ............................................................................................................................... 10 
2.1.2 - Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP – redução da pena de 1/6 a 1/3) ........................... 10 
2.1.3 - Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP – pena: 12 a 30 anos de reclusão) .......................... 11 
2.1.4 - Causas de aumento de pena (art. 121, § 4º – aumento de 1/3) .................................................. 16 
2.1.5 - Perdão judicial (art. 121, § 5º, do CP) ........................................................................................... 16 
2.1.6 - Causa especial de aumento de pena (art. 121, § 6º, do CP): ........................................................ 16 
2.2 - Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio (art. 122 do CP) ........................................................... 17 
2.2.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 17 
2.3 - Infanticídio (art. 123 DO CP) ................................................................................................................ 19 
2.3.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 19 
2.3.2 - Sujeito ativo ................................................................................................................................... 19 
2.3.3 - Sujeito passivo ............................................................................................................................... 19 
2.3.4 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 19 
2.3.5 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 19 
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Direito Penal - Prof. Cristiano Rodrigues 
 
 
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2.3.6 - Concurso de pessoas ..................................................................................................................... 20 
2.3.7 - Modalidade culposa ...................................................................................................................... 20 
2.4 - Aborto (arts. 124, 125 E 126 do CP) ..................................................................................................... 20 
2.4.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 20 
2.4.2 - Sujeitos ativos................................................................................................................................ 21 
2.4.3 - Sujeito passivo ............................................................................................................................... 21 
2.4.4 - Consumação .................................................................................................................................. 21 
2.4.5 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 21 
2.4.6 - Causas de aumento (art. 127 do CP) ............................................................................................. 21 
2.5 - Aborto Autorizado ou Legal (art. 128 Do CP) ....................................................................................... 22 
3 - Lesão Corporal ............................................................................................................................................ 25 
3.1 - Lesão Corporal (art. 129 do CP) ........................................................................................................... 26 
3.1.1 - Lesão corporal leve (art. 129, caput, do CP – pena: 3 meses a 1 ano). ........................................ 26 
3.1.1.1 - Tipo objetivo ............................................................................................................................... 26 
3.1.2 - Lesão corporal grave (art. 129, § 1º, do CP – pena: 1 a 5 anos de reclusão) ................................ 26 
3.1.3 - Lesão corporal gravíssima (art. 129 § 2º do CP – pena: 2 a 8 anos de reclusão) .......................... 26 
3.1.4 - Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP – pena: 4 a 12 anos de reclusão) .......... 27 
3.1.5 - Lesão corporal privilegiada (art. 129, § 4º, do CP – redução de 1/6 a 1/3) .................................. 28 
3.1.6 - Substituição da pena (multa) na lesão corporal leve (art. 129, § 5º, do CP). ............................... 28 
3.1.7 - Lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, do CP – pena: 2 meses a 1 ano de detenção) ................. 28 
3.1.8 - Causa de aumento de pena (art. 129, § 7º, do CP) ....................................................................... 28 
3.1.9 - Perdão judicial (art. 129, § 8º, do CP): .......................................................................................... 28 
3.1.10 - Lesão corporal leve qualificada pela violência doméstica e familiar (art. 129, § 9º, do CP – pena 
3 meses a 3 anos de detenção) ................................................................................................................ 29 
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3.1.11 - Lesão corporal grave ou seguida de morte majorada pela violência doméstica e familiar (art. 
129, § 10, do CP – aumento em 1/3)........................................................................................................ 29 
3.1.12. Ação penal .................................................................................................................................... 29 
3.1.13 - Causas de aumento de pena específicas (art. 129, §§ 11, 12 e 13 do CP) .................................. 30 
4 - Periclitação da vida e da Saúde ................................................................................................................... 33 
4.1 - Perigo de Contágio Venéreo (art. 130 do CP) ...................................................................................... 334.1.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 33 
4.1.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 33 
4.1.3 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 33 
4.1.4 - Ação penal ..................................................................................................................................... 33 
4.2 - Perigo de Contágio de Moléstia Grave (art. 131 do CP) ...................................................................... 34 
4.2.1 - Tipo objetivo e subjetivo ............................................................................................................... 34 
4.2.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 34 
4.3 - Perigo para a Vida ou Saúde de Outrem (art. 132 do CP) ................................................................... 34 
4.3.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 34 
4.3.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 34 
4.4 - Abandono de Incapaz (art. 133 do CP)................................................................................................. 35 
4.4.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 35 
4.4.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 35 
4.4.3 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 35 
4.5 - Exposição ou Abandono de Recém-Nascido (art. 134 do CP) .............................................................. 35 
4.5.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 35 
4.5.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 36 
4.5.3 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 36 
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4.6 - Omissão de Socorro (art. 135 do CP) ................................................................................................... 37 
4.6.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 37 
4.6.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 37 
4.6.3 - Aumento de pena (art. 135, parágrafo único, do CP) ................................................................... 38 
4.7 - Condicionamento de Atendimento Médico-Hospitalar Emergencial (art. 135-A do CP) .................... 38 
4.7.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 38 
4.7.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 39 
4.8 - Maus-Tratos (art. 136 do CP) ............................................................................................................... 39 
4.8.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 39 
4.8.2 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 39 
4.9 - Rixa (art. 137 do CP) ............................................................................................................................. 40 
4.9.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 40 
4.9.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 40 
5 - Crimes Contra a Honra ................................................................................................................................ 42 
5.1 - Calúnia (art. 138 do CP) ........................................................................................................................ 42 
5.1.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 42 
5.1.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 42 
5.1.3 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 43 
5.2 - Difamação (art. 139 do CP) .................................................................................................................. 44 
5.2.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 44 
5.2.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 44 
5.3 - Injúria (art. 140 do CP) ......................................................................................................................... 44 
5.3.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 44 
5.3.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 45 
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5.3.3 - Injúria real (art. 140, § 2º, do CP – pena: 3 meses a 1 ano de detenção e multa, além da pena 
correspondente à violência) ..................................................................................................................... 45 
5.3.4 - Injúria preconceituosa (art. 140, § 3º, do CP – pena: 1 a 3 anos de reclusão e multa): ............... 46 
5.4 - Disposições Gerais................................................................................................................................ 46 
6 - Crimes Contra a Liberdade Pessoal ............................................................................................................. 51 
6.1 - Constrangimento Ilegal (art. 146 do CP) .............................................................................................. 51 
6.1.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 51 
6.1.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 51 
6.2 - Ameaça (art. 147 do CP)....................................................................................................................... 51 
6.2.1 - Tipo objetivo ..................................................................................................................................51 
6.2.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 52 
6.3 – Novo Crime de Stalking (Art. 147-A do CP) ........................................................................................ 52 
6.3.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 53 
6.3.2 – Consumação e Tentativa .............................................................................................................. 54 
6.3.3 - Pena e formas majoradas .............................................................................................................. 54 
6.3.4 – Ação Penal .................................................................................................................................... 54 
6.4 - Novo crime de Violência psicológica contra a mulher (Art. 147 B – CP) ........................................... 55 
6.4.1 - Tipo Objetivo ................................................................................................................................. 55 
6.4.2 – Consumação e tentativa ............................................................................................................... 55 
6.5 - Sequestro e Cárcere Privado (art. 148 do CP) ...................................................................................... 56 
6.5.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 56 
6.5.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 56 
6.5.3 - Forma qualificada (art. 148, § 1º, do CP – pena: reclusão de 2 a 5 anos) .................................... 56 
6.5.4 - Forma qualificada (art. 148, § 2º, do CP – pena: reclusão de 2 a 8 anos) .................................... 56 
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6.6 - Redução à Condição Análoga à de Escravo (art. 149 do CP) ............................................................... 57 
6.6.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 57 
6.6.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 57 
6.7 - Tráfico de pessoas (art. 149-A do CP) .................................................................................................. 58 
6.7.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 58 
6.7.2 - Tipo subjetivo ................................................................................................................................ 58 
6.8 - Violação de Domicílio (art. 150 do CP) ................................................................................................. 59 
6.8.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 59 
6.8.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 59 
6.9 - Violação, Sonegação ou Destruição de Correspondência (art. 151, caput e § 1º, do CP) ............ 60 
6.7.1 - Tipo objetivo .................................................................................................................................. 60 
6.9.2 - Consumação e tentativa ................................................................................................................ 60 
6.10 - Violação de Comunicação Telegráfica, Radioelétrica ou Telefônica (art. 151, § 1º, II, III E IV, do CP)
 ...................................................................................................................................................................... 61 
6.10.1 - Tipo objetivo ................................................................................................................................ 61 
6.11 - Violação, Sonegação ou Destruição de Correspondência Comercial (art. 152 do CP) ...................... 61 
6.11.1 - Tipo objetivo ................................................................................................................................ 61 
6.11.2 - Consumação e tentativa .............................................................................................................. 62 
6.12 - Divulgação de Segredo (art. 153) ....................................................................................................... 62 
6.12.1 - Tipo objetivo ................................................................................................................................ 62 
6.12.2 - Consumação e tentativa .............................................................................................................. 62 
6.13 - Violação do Segredo Profissional (art. 154) ....................................................................................... 63 
6.13.1 - Tipo objetivo ................................................................................................................................ 63 
6.13.2 - Consumação e tentativa .............................................................................................................. 63 
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6.14 - Invasão de Dispositivo Informático (art. 154-A do CP) ...................................................................... 63 
6.14.1 - Tipo objetivo ................................................................................................................................ 63 
6.14.2 - Tipo subjetivo .............................................................................................................................. 64 
6.14.3 - Consumação e tentativa .............................................................................................................. 64 
6.12.4 - Ação penal ................................................................................................................................... 65 
 
 
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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Amigos, vamos dar início ao nosso estudo da parte especial do Código Penal, ou seja, vamos estudar agora 
os crimes em espécie, com suas principais características e nuances que podem aparecer na nossa prova, 
iniciando com os crimes contra pessoa, que englobam os famosos crimes contra vida, a lesão corporal, os 
crimes contra honra, dentre outros. 
Porém, precisamos ter cuidado, pois, a parte especial do Código Penal tem uma forma diferenciada de ser 
cobrada nas nossas provas, já que, em face de não podermos utilizar a Lei na prova de 1ª fase da OAB, os 
crimes em espécie, via de regra, são cobrados apenas para ilustrar exemplos concretos em que, na verdade, 
a questão se refere a institutos da parte geral. 
Às vezes, um crime em espécie aparece em nossa prova efetivamente como centro da questão e, nestes 
casos, a pergunta sempre é muito simples e objetiva, não se cobrando detalhes ou divergências, já que sem 
acesso a Lei, fica muito difícil se trabalhar com aprofundamento uma questão de prova relacionada a certo 
crime especificamente. 
Por isso, vamos estudar os pontos mais importantes de cada crime, de acordo com a forma objetiva de 
cobrança do exame de ordem, sabendo que o mais importante ao se trabalhar crimes em espécie para a 
provada OAB será sempre saber relacionar os crimes com os institutos da nossa parte geral, que já 
estudamos juntos. 
Mãos à obra, que temos muito para ver... 
2 - CRIMES CONTRA VIDA 
Olá Amigos! 
Dos crimes contra a vida, o homicídio é o mais importante deles e o preferido pelo examinador. Então, 
prontos para aprender as peculiaridades deste delito? Vamos lá! 
2.1 - Homicídio 
Dos crimes contra a vida, o homicídio é o mais importante deles e o preferido pelo examinador. Então, 
prontos para aprender as peculiaridades deste delito? Vamos lá! 
2.1.1 - Homicídio simples (Art. 121 do CP) 
2.1.1.1 - Tipo objetivo 
Matar alguém. 
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Pena: reclusão de 6 a 20 anos. 
O bem jurídico tutelado é a vida, bem indisponível (não admite consentimento do ofendido). 
2.1.1.2 - Sujeito ativo 
Qualquer pessoa (crime comum). 
2.1.1.3 - Sujeito passivo 
Qualquer pessoa (ser humano vivo). Somente a partir do início dos procedimentos de parto. Antes disso, 
será considerado crime de aborto. 
2.1.1.4 - Tipo subjetivo 
Dolo de matar (animus necandi ou occidendi), independentemente de qualquer fim específico (não há 
especial fim de agir). 
2.1.1.5 - Consumação 
Com a efetiva morte de alguém (morte encefálica) e, portanto, trata-se de crime material em que a tentativa 
é plenamente cabível. 
2.1.2 - Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP – redução da pena de 1/6 a 
1/3) 
Trata-se de causa de diminuição de pena, aplicável na terceira fase da dosimetria, sendo que, em certos 
casos a pena poderá ficar abaixo do mínimo abstratamente previsto no tipo, de acordo com as seguintes 
hipóteses: 
a) Relevante valor social: Interesse da coletividade (ex.: matar um conhecido bandido de uma comunidade). 
b) Relevante valor moral: que atenda aos princípios morais e éticos da sociedade (Ex.: eutanásia). 
c) Homicídio emocional (crime de ímpeto), de acordo com os seguintes requisitos: 
1) logo após injusta provocação da vítima, imediatidade entre a injusta provocação e a reação. 
2) sob o domínio de violenta emoção: não basta influência da emoção, o agente deve estar dominado 
por ela. 
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É diferente da atenuante genérica “sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima”, em que a reação não precisa ser imediata e o agente não precisa estar 
dominado pela emoção, o que apenas atenua a pena (CP, art. 65, III, c). 
Para a prova... 
 
2.1.3 - Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP – pena: 12 a 30 anos de 
reclusão) 
Ocorre nas seguintes hipóteses expressamente previstas em lei, estabelecendo novos parâmetros abstratos 
de pena, e tornando o homicídio crime hediondo, quando: 
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - Por motivo fútil; 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Relevante valor social
Interesse da 
coletividade
Relevante valor moral
atenda os princípios 
morais e éticos da 
sociedade
Homicídio emocional
logo após injusta provocação 
da vítima, imediatidade 
entre a injusta porovocação 
e a reação
Sob o domínio de violenta 
emoção
hióteses para diminuição de 
pena
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III - Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido; 
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Feminicídio 
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolver: 
I - Violência doméstica e familiar; 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
I) Mediante paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe 
A doutrina costuma chamar essa hipótese de “homicídio mercenário”, os famosos casos de “matador de 
aluguel”, sendo que, a forma paga acontece através do recebimento anterior ao cometimento do crime, 
enquanto a qualificadora pela promessa de recompensa ocorre com a expectativa por parte do autor do 
recebimento da recompensa após praticar o delito. 
A qualificadora da “paga” se refere apenas a quem recebe o pagamento ou a promessa, já que aquele que 
faz o pagamento pode não o ter feito com torpeza, afastando-se neste caso a qualificadora (ex.: alguém 
paga para outrem acabar com o sofrimento de seu parente enfermo realizando uma eutanásia). 
Logo, o mandante poderá ou não incidir na qualificadora, porém, isto ocorrerá através da caraterização da 
torpeza. 
II) Motivo fútil 
Trata-se de um motivo irrelevante, insignificante, desproporcional em face de um ato de homicídio, no 
motivo fútil há uma evidente desproporção entre o crime e os motivos que levaram o agente a cometê-lo, 
logo, a causa que ensejou a conduta do homicida não é considerada motivo razoável e suficiente para que 
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uma pessoa qualquer agisse assim (ex.: matar por conta de uma discussão no trânsito ou por causa de uma 
partida de futebol). 
Não se confunde com ausência de motivo, que para a maioria da doutrina caracteriza hipótese de homicídio 
simples. 
III) Meio insidioso ou cruel 
Insidioso é o meio falso, desleal e oculto, que somente irá qualificar o crime se a vítima o desconhecer, como 
ocorre com o uso do veneno, que é equiparado ao meio insidioso, e que só qualifica o crime quando a vítima 
desconhece que está ingerindo o referido veneno, ou qualquer substância capaz de produzir a morte do 
agente. 
Meio cruel é aquele que causa intenso e desnecessário sofrimento à vítima, seja de natureza física ou 
psíquica, é aquele desumano, doloroso, e por isso equiparado ao emprego de fogo, de explosivo, de asfixia 
(Ex.: estrangulamento, afogamento, gases etc.), de tortura (Ex.: formas que impõe intenso sofrimento físico 
ou mental), e até privação de alimentos e água, o impedimento ao sono. 
IV) Traição, emboscada e dissimulação 
A traição acontece quando o agente se aproveita da confiança nele depositada pela vítima para cometer o 
crime, pratica uma agressão súbita e inesperada atingindo a vítima que está desprevenida (Ex.: um amigo 
de infância). 
Já na emboscada o agente espera a vítima às escondidas para atacar, ocorre através da espreita, de uma 
tocaia, é a ocultação do próprio desígnio, o esconderijo para atacar sem ser percebido. 
A dissimulação ocorre com a ocultação da intenção hostil do autor para que a vítima seja atingida quando 
estiver desprevenida, é o disfarce por parte do autor do homicídio que esconde seu propósito criminoso. 
V) Para assegurar a execução ou a impunidade de outro crime 
Trata-se de circunstância qualificadora em razão de conexão, ou seja, pela relação do homicídio com outro 
crime (ex.: mata o pai para poder estuprar a filha), sendo que a qualificadora será aplicada mesmo que o 
crime visado posteriormente acabe sendo apenas tentado, ou mesmo que o agente desista de prosseguir 
na execução do crime pretendido. 
Também se qualifica o homicídio quando o agente atua para assegurar a ocultação ou impunidade de 
outro crime,ou seja, o agente mata a vítima para que um outro crime já praticado por ele fique impune ou 
desconhecido (ex.: matar a testemunha do crime praticado), e por fim quando o homicídio ocorre para 
assegurar a vantagem de outro crime, quando o agente mata alguém (coautor ou partícipe) para ficar com 
todo o produto de um outro crime (ex.: dinheiro de um roubo). 
VI) Contra mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio) 
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A Lei 13.104/2015 incluiu mais uma modalidade de homicídio qualificado no § 2º do art. 121 do CP, o 
chamado feminicídio, ou seja, quando o crime de homicídio doloso for praticado contra a mulher por razões 
da condição de sexo feminino, fazendo assim com que nestes casos a pena do homicídio seja também de 
12 (doze) a 30 (trinta) anos de reclusão. 
Para delimitar o significado do conceito adotado foi inserido o § 2º-A ao art. 121 do CP, uma verdadeira 
norma explicativa do termo “razões da condição de sexo feminino”, esclarecendo assim que isto ocorrerá 
em duas hipóteses: 
 
Por fim, a nova lei acrescentou ainda o § 7º ao art. 121 do CP estabelecendo causas de aumento de pena 
para o crime de feminicídio em que a pena será aumentada de 1/3 até a metade se for praticado: 
 
E ainda alterou o art. 1º da Lei 8.072/1990 (Lei de crimes hediondos) para incluir o feminicídio, como nova 
modalidade de homicídio qualificado, no rol dos crimes hediondos. 
VII) Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal 
A Lei 13.104/2015 também incluiu mais uma modalidade de homicídio qualificado no § 2º do art. 121 do CP, 
qual seja, aquele praticado por agentes integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
Esta previsão visa dar maior proteção a estes agentes que se relacionam diretamente com criminosos e que 
constantemente são alvo de ataques e ameaças, inclusive no que tange às suas famílias, fazendo assim com 
que, nestes casos, a pena do homicídio seja também de 12 (doze) a 30 (trinta) anos de reclusão, e este 
possua natureza hedionda (Lei 8.072/1990 – art. 1º, inc. I). 
a) violência doméstica e familiar;
b) menosprezo ou discriminação à condição de mulher
a) durante a gravidez ou nos 3 meses posteriores ao parto;
b) contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência;
c) na presença de ascendente ou descendente da vítima.
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É possível o homicídio privilegiado-qualificado, desde que as qualificadoras sejam de 
natureza objetiva, sendo que, este não é crime hediondo. 
 
Homicídio culposo (art. 121, § 3º, do CP – Pena detenção de 1 a 3 anos) 
É o homicídio praticado em face de uma falta de cuidado do agente, produto de um acidente, em que o 
resultado era previsível ao autor que acaba atuando por: 
a) Imprudência: uma ação precipitada, descuidada. 
b) Negligência: inatividade por ausência de precaução desleixo, descuido. 
c) Imperícia: falta de capacidade técnica para o exercício de arte ou profissão (ex.: erro médico). 
Esquematizando: 
 
HOMICÍDIO 
CULPOSO
Imprudência ação precipitada, descuidada
Negligência
ausência de precaução, desleixo, 
descuido
Imperícia falta de capacidade técnica
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O homicídio culposo na direção de veículo automotor será tratado pelo Código de Trânsito 
Brasileiro (art. 302 da Lei 9.503/1997). 
2.1.4 - Causas de aumento de pena (art. 121, § 4º – aumento de 1/3) 
No homicídio culposo (§ 4º, 1ª parte): 
a) Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício (para imprudência ou 
negligência do profissional, não se aplicando a imperícia, que é a FALTA de capacidade técnica). 
b) Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. 
c) Não procura diminuir as consequências do seu ato. 
d) Foge para evitar prisão em flagrante. 
No homicídio doloso (§ 4º, 2ª parte): 
a) menor de 14 (quatorze). 
b) maior de 60 (sessenta) anos. 
2.1.5 - Perdão judicial (art. 121, § 5º, do CP) 
✓ Somente é aplicável para o homicídio culposo. 
✓ Trata-se de causa de extinção da punibilidade em que o juiz poderá deixar de aplicar a pena se as 
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
✓ Natureza jurídica: a sentença no perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não 
subsistindo qualquer efeito condenatório (Súmula 18 do STJ). 
2.1.6 - Causa especial de aumento de pena (art. 121, § 6º, do CP): 
§ 6º: a pena é aumentada de um terço até a metade se o crime for praticado por milícia 
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
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Homicídio será considerado crime hediondo (art. 1º, I, da Lei 8.072/1990) nas seguintes 
hipóteses: 
O homicídio simples (art. 121, caput), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio. 
O homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP) será sempre crime hediondo 
Homicídio e crime continuado: é possível a continuidade delitiva em crimes de homicídio 
(Súmula 605 do STF não é mais aplicada). 
Homicídio e latrocínio (art. 157, § 3º, do CP): 
No crime de latrocínio, a finalidade (dolo) do agente é a subtração da coisa, mas para isso 
acaba matando. 
A morte no latrocínio pode ser por dolo (direto ou eventual) ou por culpa (crime 
preterdoloso). 
Transmissão da Aids: para o STF não configura tentativa de homicídio prática de relação 
sexual, sem preservativo, por pessoa portadora do vírus HIV (há divergência no STJ), 
podendo ser aplicado o art. 131 do CP. 
Galera, agora vamos estudar os demais crimes contra a vida, depois de estudarmos o homicídio que é o mais 
importante deles. 
2.2 - Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio (art. 122 do CP) 
2.2.1 - Tipo objetivo 
O crime do Art. 122 do CP, em sua redação original, exigia no seu preceito secundário (junto às penas) que 
houvesse um dos resultados expressamente previstos, quais sejam, a morte ou lesão corporal de natureza 
grave, decorrentes do induzimento, instigação ou auxílio à conduta de suicídio realizada pela vítima, para 
que fosse possível se punir o fato (condição objetiva de punibilidade) 
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Logo, o tipo estabelecia uma pena de reclusão de 2 a 6 anos para a hipótese de morte da vítima suicida, e 
de reclusão de 1 a 3 anos para hipótese da vítima sofrer lesão corporal grave decorrente da tentativa de 
suicídio. 
Portanto, de acordo com a maioria da doutrina este crime não era compatível com a tentativa, pois, mesmo 
a conduta de induzimento, instigação ou auxílio estando consumada com a realização do suicídio, só seria 
possível punir o fato quando ocorresse um dos resultados lesivos previstos no preceito secundário, portanto, 
mais ainda o mero ato de tentar levar alguém a suicidar-se seria absolutamente impunível. 
 
 
Entretanto, agora, com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19 (PACOTE ANTICRIME) no tipo penal do 
Art. 122 do CP, não há mais exigência dos resultados materiais (lesões graves ou morte), oriundos da 
conduta suicida, para que haja crime e se aplique a pena prevista, configurando-se o crime, com ou sem a 
produção dos referidos resultados lesivos. 
A partir de agora, os eventuais resultados lesivos produzidospela conduta suicida, inclusive pela conduta 
de automutilação, como lesões graves, gravíssimas, ou ainda a morte, decorrentes do suicídio, estão 
previstos como formas qualificadas nos §§ 1º., 2º., 6º., e 7º., do referido artigo 122 do CP, havendo ainda 
novas causas de aumento de pena para essas hipóteses, de acordo com características pessoais da vítima, e 
até mesmo com base no meio utilizado pelo autor para realizar as condutas previstas no tipo. 
Em suma, a partir da nova Lei, aquele que induz, instiga ou auxilia outrem a se suicidar ou se automutilar, 
mesmo que não ocorra nenhum resultado lesivo oriundo dessa tentativa de suicídio, ou de automutilação, 
ou ainda se ocorrerem apenas lesões corporais leves, responderá pelo caput do Art. 122 do CP. 
De acordo com a nova previsão legal nos §§ 6º. e 7º., do artigo 122 do CP, no caso da vítima ser vulnerável 
(menor de 14 anos ou quem não tem discernimento), quando ocorrer lesão corporal gravíssima afasta-se a 
tipificação do Art. 122 do CP e o agente responderá diretamente pelo crime de lesão corporal gravíssima 
(Art. 129 par. 2º CP) e, se nestas hipóteses de vítima vulnerável, ocorrer a morte, o autor deverá responder 
diretamente pelo crime de homicídio, nas formas tentadas ou consumadas. 
Com a nova redação, o crime do Art. 122 do CP passa a ser inegavelmente considerado como crime formal, 
já que independe da produção de qualquer resultado, e sua consumação se dá com o mero induzimento, 
instigação, ou auxílio, por parte do autor, ainda que a vítima não chegue a realizar a conduta suicida, sendo 
possível assim, via de regra, a tentativa, desde essas condutas sejam praticadas de forma plurissubsistente 
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(fracionáveis), por exemplo, quando os verbos induzir ou instigar, forem realizados por escrito, ou o auxílio 
material interrompido por motivos alheios a vontade do agente. 
2.3 - Infanticídio (art. 123 DO CP) 
Fiquem atentos, pois esse crime, embora não seja muito comum de ser ver na prática, tem sido muito 
cobrado na nossa prova, sempre em questões envolvendo institutos da parte geral. 
2.3.1 - Tipo objetivo 
Matar o próprio filho durante ou logo após o parto sob influência do estado puerperal. 
 
Estado puerperal é o conjunto de sintomas fisiológicos, alterações hormonais, que se 
iniciam com o parto e permanecem por algum tempo, gerando perturbações psíquicas e 
emocionais na mulher, que podem até mesmo fazer com que esta atente contra a vida do 
próprio filho. 
2.3.2 - Sujeito ativo 
É a mãe (crime próprio) sob influência do puerpério, mas é importante lembrar que pode haver concurso de 
pessoas (coautoria ou participação), onde mesmo quem não possua a característica (ser mãe) exigida pelo 
tipo responderá pelo infanticídio, de acordo com as regras do art. 30 do CP (ex.: amigo que fornece objeto 
usado para matar a criança responde também pelo infanticídio). 
2.3.3 - Sujeito passivo 
O filho nascente (durante o parto) ou neonato (logo após o parto). 
2.3.4 - Tipo subjetivo 
Dolo direto ou eventual de matar o próprio filho. 
2.3.5 - Consumação e tentativa 
Consuma-se com a morte do filho nascente. A tentativa é plenamente admissível. 
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2.3.6 - Concurso de pessoas 
É possível, pois a qualidade de mãe e o estado puerperal, embora sejam condições pessoais, são elementares 
do crime e, de acordo com o art. 30 do CP, comunicam-se a todos os participantes do fato, o que permite 
que terceiros responda por esse crime mesmo sem ser mãe, como partícipe ou coautor. 
2.3.7 - Modalidade culposa 
Não há forma culposa, mas a mãe poderá, em certos casos, responder por homicídio culposo comum caso a 
morte ocorra por imprudência ou negligência produto do puerpério. 
Pena: detenção de 2 a 6 anos de detenção. 
Merece destaque o fato de que a pena máxima do crime de infanticídio é equivalente a 
pena mínima do homicídio, em face da menor capacidade de discernimento da mãe ao 
atuar. 
 
Amigos, muita atenção nos crimes de aborto que vamos estudar agora, pois temos muitas questões de 
prova envolvendo suas 3 formas de ocorrência!!! 
2.4 - Aborto (arts. 124, 125 E 126 do CP) 
2.4.1 - Tipo objetivo 
a) Art. 124 do CP: é a conduta da gestante que provoca a morte do próprio feto ou autoriza que outrem a 
provoque, punida com pena de 1 a 3 anos de detenção. 
Porém, excepcionando a teoria monista, aquele (coautor) que praticar o aborto junto com a mãe, e 
autorizado por ela (consentir que outrem lhe provoque), responderá pelo crime do art. 126 do CP (aborto 
com consentimento), e a mãe pelo auto aborto (art. 124 do CP). 
b) Art. 125 do CP: É o aborto provocado por um terceiro mediante violência, grave ameaça ou fraude, sem 
a autorização da gestante que nesse caso também é vítima, punido com pena de 3 a 10 anos de reclusão. 
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Aplica-se também a pena do art. 125 do CP mesmo havendo o consentimento da gestante se esta não é 
maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante 
fraude, grave ameaça ou violência. 
c) Art. 126 do CP: É o aborto com o consentimento da gestante realizado por terceiro que pratica o aborto 
autorizado pela mãe (neste caso a gestante responde pelo art. 124 do CP), punido com pena de 1 a 4 anos 
de reclusão. 
2.4.2 - Sujeitos ativos 
No art. 124 é somente a própria gestante; 
Nos arts. 125 e 126 será qualquer pessoa que realizar o aborto. 
2.4.3 - Sujeito passivo 
O produto da concepção (ovo, embrião ou feto) após a nidação (14 dias depois da fecundação) e antes dos 
procedimentos de parto e no aborto sem o consentimento da gestante (art. 125), além do feto, também a 
mãe. 
2.4.4 - Consumação 
Todos os crimes de aborto se consumam com a interrupção prematura da gravidez e a destruição do 
produto da concepção (morte do feto), logo a tentativa é plenamente admissível. 
2.4.5 - Tipo subjetivo 
Dolo, vontade, intenção de interromper a gravidez e matar o feto. Sendo que, admite-se o dolo eventual, 
mas não há previsão de modalidade culposa. 
2.4.6 - Causas de aumento (art. 127 do CP) 
Nos crimes previstos nos arts. 125 e 126 do CP as penas são aumentadas de 1/3 se, do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, resultar lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas se sobrevier a 
morte da gestante. 
 
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Não se aplica a causa de aumento ao crime do art. 124 (auto aborto), já que a autolesão 
não é punível 
2.5 - Aborto Autorizado ou Legal (art. 128 Do CP) 
Há duas hipóteses de aborto autorizado previstas no Código Penal: 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
De acordo com a maioria da doutrina a natureza jurídica das hipóteses de aborto autorizado são: 
a) Inc. I: causa de exclusão da ilicitude (estado de necessidade). 
b) Inc. II: causa de exclusão da culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa). 
O aborto eugênico ou eugenésico ocorre quando há deformidades ou anomalias no feto que possam gerar 
inviabilidade para vida extrauterina e não há previsão ou autorização no Código Penal, porém o STF admite 
e autoriza o aborto em casos de anencefalia. 
 
ARTIGO CRIME TIPO 
SUJEITO 
ATIVO 
SUJEITO PASSIVO PENA 
121 Homicídio Matar alguém 
Qualquer 
pessoa 
Ser humano vivo 
Reclusão: 6 a 20 
anos 
122 
Induzimento, 
instigação ou 
auxílio a suicídio 
Induzir, instigar, 
prestar auxílio 
ao suicídio 
Qualquerpessoa 
Ser humano vivo 
capaz de 
resistência e 
discernimento 
Reclusão: 2 a 6 
anos se o 
suicídio se 
consuma; e 1 a 3 
anos se resultar 
lesão corporal 
grave 
123 Infanticídio 
Matar o próprio 
A mãe 
O filho nascente 
ou neonato 
Detenção: 2 a 6 
anos 
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filho 
124 
Aborto 
Provocar ou 
autorizar que 
provoque a 
morte do feto 
A gestante O feto 
Detenção: 1 a 3 
anos 
125 
Provocar a 
morte do feto 
com violência, 
grave ameaça ou 
fraude, sem 
autorização 
válida da 
gestante 
Qualquer 
pessoa 
O feto e a 
gestante 
Reclusão: 3 a 10 
anos 
126 
Provocar a 
morte do feto 
com autorização 
válida da 
gestante 
Qualquer 
pessoa 
O feto 
Reclusão: 1 a 4 
anos 
 
(FGV/X Exame da OAB) José e Maria estavam enamorados, mas posteriormente vieram a descobrir que 
eram irmãos consanguíneos, separados na maternidade. Extremamente infelizes com a notícia recebida, que 
impedia por completo qualquer possibilidade de relacionamento, resolveram dar cabo à própria vida. Para 
tanto, combinaram e executaram o seguinte: no apartamento de Maria, com todas as portas e janelas 
trancadas, José abriu o registro do gás de cozinha. Ambos inspiraram o ar envenenado e desmaiaram, sendo 
certo que somente não vieram a falecer porque os vizinhos, assustados com o cheiro forte que vinha do 
apartamento de Maria, decidiram arrombar a porta e resgatá-los. Ocorre que, não obstante o socorro ter 
chegado a tempo, José e Maria sofreram lesões corporais de natureza grave. Com base na situação descrita, 
assinale a afirmativa correta. 
A) José responde por tentativa de homicídio e Maria por instigação ou auxílio ao suicídio. 
B) José responde por lesão corporal grave e Maria não responde por nada, pois sua conduta é atípica. 
C) José e Maria respondem por instigação ou auxílio ao suicídio, em concurso de agentes. 
D) José e Maria respondem por tentativa de homicídio. 
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Resposta: A 
Trata-se de questão que aborda situação ligada aos crimes de homicídio (art. 121 do CP) e induzimento ao 
suicídio (art. 122 do CP), e também a delimitação de autoria desses dois crimes. No caso, após o chamado 
“pacto de morte”, José realiza a conduta de abrir a torneira de gás, o que caracteriza ato executório de 
“matar” em relação a Maria, sendo que, por motivos alheios à sua vontade (chegada dos vizinhos), esta não 
vem a morrer. Logo, José terá que responder por tentativa de homicídio em relação a Maria. Já Maria, ao 
combinar com José que eles morreriam juntos, realizou o ato de induzir e instigar José a se matar junto com 
ela, praticando, assim, o ato executório do crime do art. 122 do CP, qual seja, induzimento ao suicídio, já que 
José, embora não tenha morrido, sofreu lesão corporal grave. Maria não realizou qualquer ato capaz de 
matar José, razão pela qual não se pode atribuir a ela o crime de homicídio tentado, diferentemente de José, 
que praticou o ato de abrir a torneira de gás. 
 
(FGV/XIII Exame da OAB) Maria, jovem de 22 anos, após sucessivas desilusões, deseja dar cabo à própria 
vida. Com o fim de desabafar, Maria resolve compartilhar sua situação com um amigo, Manoel, sem saber 
que o desejo dele, há muito, é vê-la morta. Manoel, então, ao perceber que poderia influenciar Maria, 
resolve instigá-la a matar-se. Tão logo se despede do amigo, a moça, influenciada pelas palavras deste, pula 
a janela de seu apartamento, mas sua queda é amortecida por uma lona que abrigava uma barraca de feira. 
Em consequência, Maria sofre apenas escoriações pelo corpo e não chega a sofrer nenhuma fratura. 
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta. 
A) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio em sua forma 
consumada. 
B) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio em sua forma 
tentada. 
C) Manoel não possui responsabilidade jurídico-penal, pois Maria não morreu e nem sofreu lesão corporal 
de natureza grave. 
D) Manoel, caso tivesse se arrependido daquilo que falou para Maria e esta, em virtude da queda, viesse a 
óbito, seria responsabilizado pelo delito de homicídio. 
Comentários 
Resposta: C 
Esta questão visa abordar uma caraterística bastante específica do crime de Induzimento ao suicídio (art. 
122 do CP), qual seja, a presença da chamada “condição objetiva de punibilidade”. De acordo com o preceito 
secundário (pena) deste crime, só será possível se punir o fato caso a vítima do induzimento, instigação ou 
auxílio ao suicídio efetivamente sofra lesões corporais graves ou morra, em decorrência da conduta suicida 
perpetrada. Para a maioria da doutrina trata-se de um crime formal, que se consuma quando o agente 
completa a conduta de induzimento, independente da vítima efetivamente se suicidar, porém, para que seja 
possível se punir o fato, exige-se o preenchimento da condição objetiva prevista no preceito secundário da 
norma, qual seja, a lesão corporal grave ou a morte. Sendo assim, como no caso narrado a vítima (suicida) 
não sofreu qualquer lesão ao tentar se matar, Manoel não pode ser punido pelo fato e não será 
responsabilizado criminalmente. 
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(FGV/XXVII Exame da OAB) Pretendendo causar unicamente um crime de dano em determinado 
estabelecimento comercial, após discussão com o gerente do local, Bruno, influenciado pela ingestão de 
bebida alcoólica, arremessa uma grande pedra em direção às janelas do estabelecimento. Todavia, sua 
conduta imprudente fez com que a pedra acertasse a cabeça de Vitor, que estava jantando no local com sua 
esposa, causando sua morte. Por outro lado, a janela do estabelecimento não foi atingida, permanecendo 
intacta. Preocupado com as consequências de seus atos, após indiciamento realizado pela autoridade 
policial, Bruno procura seu advogado para esclarecimentos. Considerando a ocorrência do resultado diverso 
do pretendido pelo agente, o advogado deve esclarecer que Bruno tecnicamente será responsabilizado 
pela(s) seguinte(s) prática(s) criminosa(s): 
A) homicídio culposo e tentativa de dano, em concurso material. 
B) homicídio culposo, apenas. 
C) homicídio culposo e tentativa de dano, em concurso formal. 
D) homicídio doloso, apenas. 
Comentários 
Resposta: B 
O caso apresentado traz a hipótese de resultado diverso do pretendido, nos termos do artigo 74 do CP: "(...) 
quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente 
responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, 
aplica-se a regra do art. 70 deste Código (concurso formal de crimes)". Observa-se que houve erro na 
execução da conduta de Bruno, o qual queria provocar o crime de dano, mas, ao atingir a cabeça de Vitor, 
acabou matando-o. Por esta razão, o homicídio prever modalidade culposa, Bruno responderá pelo que 
efetivamente praticou. 
 
3 - LESÃO CORPORAL 
Galera, agora vamos estudar a famosa lesão corporal, crime bastante amplo e que tem grande incidência 
prática, bem como cobrança na nossa prova!! 
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3.1 - Lesão Corporal (art. 129 do CP) 
3.1.1 - Lesão corporal leve (art. 129, caput, do CP – pena: 3 meses a 1 ano). 
3.1.1.1 - Tipo objetivo 
Ofender a integridade física ou a saúde de outrem. 
3.1.2 - Lesão corporal grave (art. 129, § 1º, do CP – pena: 1 a 5 anos de reclusão) 
A lesão corporal será qualificada por ser considerada grave quando resulta em: 
I - incapacidade para as ocupaçõeshabituais, por mais de 30 dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto (o agente deve conhecer a gravidez). 
Esquematizando: 
 
3.1.3 - Lesão corporal gravíssima (art. 129 § 2º do CP – pena: 2 a 8 anos de 
reclusão) 
A lesão corporal será qualificada por ser considerada gravíssima quando resulta em: 
• incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias
• perigo de vida
• debilidade permanente de membro, sentido ou função
• aceleração de parto (o agente deve conhecer a gravidez).
LESÃO CORPORAL GRAVE quando resulta em:
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As formas qualificadas previstas nos §§ 1º e 2º, referentes às consequências das lesões, só 
se aplicam às lesões corporais dolosas, e não a lesão corporal culposa. 
3.1.4 - Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP – pena: 4 a 12 
anos de reclusão) 
 
Trata-se de crime preterintencional ou preterdoloso em que há dolo em relação ao crime de lesão corporal 
e culpa no que se refere à morte. Se o resultado for decorrente de caso fortuito, força maior ou era 
imprevisível para o autor, não haverá culpa e não se pode responsabilizar o agente pela morte, e este 
responderá apenas pelas lesões causadas dolosamente. 
Porém, se no caso concreto ficar demonstrado que ao agir o autor quis a morte ou se assumiu o risco de 
produzi-la (dolo eventual) haverá homicídio doloso. 
incapacidade 
permanente para o 
trabalho;
enfermidade incurável 
perda ou inutilização 
de membro, sentido 
ou função
deformidade 
permanente 
aborto (a título de 
culpa)
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A tentativa é inadmissível por se tratar de um crime preterdoloso em que há culpa quanto ao resultado 
produzido. 
3.1.5 - Lesão corporal privilegiada (art. 129, § 4º, do CP – redução de 1/6 a 1/3) 
Trata-se de causa de diminuição de pena aplicável quando a lesão corporal for praticada por motivo de 
relevante valor social ou moral (ex.: agredir conhecido ladrão que vem assaltando uma comunidade), ou 
ainda sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (ex.: marido 
traído que flagra amante com a esposa). 
Se o agente estiver apenas sob influência da violenta emoção, ou sua conduta não for logo em seguida à 
injusta provocação da vítima, não se aplica a forma privilegiada do crime, podendo-se apenas aplicar uma 
atenuante da pena (art. 65 III, “c”, CP). 
3.1.6 - Substituição da pena (multa) na lesão corporal leve (art. 129, § 5º, do 
CP). 
É possível substituir a pena privativa de liberdade pela multa quando na lesão corporal: 
I – ocorrer qualquer das hipóteses de lesão corporal privilegiada; 
II – se as lesões corporais são recíprocas. 
3.1.7 - Lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, do CP – pena: 2 meses a 1 ano 
de detenção) 
Não há qualificação da lesão culposa como leve, grave ou gravíssima, já que esta decorre de falta de cuidado, 
porém se a lesão corporal ocorrer no trânsito, na condução de veículo automotor, aplica-se o art. 303 da Lei 
9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). 
A Ação penal na lesão corporal culposa será pública condicionada à representação (Lei 9.099/1995, art. 88). 
3.1.8 - Causa de aumento de pena (art. 129, § 7º, do CP) 
Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º, do CP, ou seja, no crime 
doloso se vítima menor de 14 anos ou maior de 60 anos, e no crime culposo quando a lesão resulta de 
inobservância de regra técnica, se deixa de prestar socorro à vítima, ou não procura diminuir as 
consequências do crime ou foge para evitar a prisão. E também na hipótese do art. 121, § 6º, do CP (milícia 
privada). 
3.1.9 - Perdão judicial (art. 129, § 8º, do CP): 
Aplica-se o perdão judicial, conforme disposto no art. 121 § 5º do CP, como causa de extinção da punibilidade 
também à lesão corporal culposa. 
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3.1.10 - Lesão corporal leve qualificada pela violência doméstica e familiar 
(art. 129, § 9º, do CP – pena 3 meses a 3 anos de detenção) 
Considera-se como qualificada a lesão corporal leve nos casos de violência doméstica, o que não diz respeito 
somente à mulher, mas a qualquer pessoa da relação doméstica. 
Importante lembrar que essa hipótese, de violência doméstica, a pena será aumentada de um terço se o 
crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência (art. 129, § 11º, do CP). 
3.1.11 - Lesão corporal grave ou seguida de morte majorada pela violência 
doméstica e familiar (art. 129, § 10, do CP – aumento em 1/3) 
Nos casos de lesão corporal grave, gravíssima e seguida de morte, previstos nos §§ 1º a 3º do art. 129, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9º desse artigo (violência doméstica), aumenta-se ainda a pena em 1/3 
(um terço). 
 
3.1.12. Ação penal 
A lesão corporal terá diferentes espécies de ação penal de acordo com suas características: 
- Pública condicionada à representação: para a lesão leve e lesão culposa – Lei 9.099/1995. 
- Pública incondicionada: Nos §§ 1º a 3º do art. 129 do CP (lesão grave, gravíssima e seguida de morte). 
- Ação penal pública incondicionada nas hipóteses do art. 129, § 9º, no caso de incidir a Lei Maria da Penha 
(STJ /STF). 
 
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3.1.13 - Causas de aumento de pena específicas (art. 129, §§ 11, 12 e 13 do CP) 
Há certas hipóteses previstas em lei em que a pena da lesão corporal será aumentada, são elas: 
Nos casos previstos no § 9º do art. 129 aumenta-se a pena de 1/3 se o crime for cometido por pessoa 
portadora de deficiência (física ou mental) 
Nos casos de lesão corporal praticada por agentes integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena será aumentada de 1/3 a 2/3. 
A Lei nº 14.188/21 acrescentou o § 13 ao Art. 129 do Código Penal, criando uma nova forma qualificada 
para o crime de lesão corporal (leve), punida com pena de 01 a 04 anos de reclusão quando a lesão corporal 
leve for cometida contra mulher por razões da condição de ser do sexo feminino. 
A nova tipificação acabou sendo mais ampla na defesa da mulher do que a prevista no Art. 129 par. 9º CP, 
pois considera-se preenchido o requisito “razões de condição de sexo feminino” quando a conduta ocorrer 
no âmbito violência doméstica e familiar, mas também para hipóteses em que há simples discriminação ou 
menosprezo à condição de mulher, independentemente da lesão ser praticada contra mulher fora do 
ambiente da violência doméstica e familiar. Além disso, importante lembrar que esta nova modalidade de 
lesão corporal é lei penal incriminadora, mais severa, e por isso, irretroativa. 
Conforme dissemos, o novo parágrafo 13 do Art. 129 do CP somente pode ser aplicado em leões corporais 
de natureza leve, e hipóteses de lesões corporais graves devem permanecer sendo enquadradas no Art. 
129 par. 1º 2º 3º do Código Penal (lesão grave, gravíssima e seguida de morte), cujas penas são maiores. 
 
 
Nas modalidades gravíssima (art. 129, § 2º, do CP) e seguida de morte (art. 129, § 3º, do 
CP) a lesão corporal passou a ser considerada como crime hediondo (Lei 8.072/90 – art. 1º, 
inc. I-A) quando praticada contra autoridades ou agentes previstos nos arts. 142 e 144 da 
CF, no exercício da função ou em decorrência dela, ou ainda contra seu cônjuge e 
familiares. 
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Quanto às lesões corporais: 
LESÃO CORPORAL 
Artigo Espécie Pena 
Art. 129, caput Lesão corporal leve Detenção: 3 meses a 1 ano 
Art. 129, § 1º Lesão corporal grave Reclusão: 1 a 5 anos 
Art. 129, § 2º Lesão corporal gravíssima Reclusão: 2 a 8 anos 
Art. 129, § 3º Lesão corporal seguida de morte Reclusão: 4 a 12 anos 
Art. 129, § 6º Lesão corporal culposa Detenção: 2 meses a 1 ano 
 
 
(FGV/XIV Exame da OAB) Wallace, hemofílico, foi atingido por um golpe de faca em uma região não letal do 
corpo. Júlio, autor da facada, que não tinha dolo de matar, mas sabia da condição de saúde específica de 
Wallace, sai da cena do crime sem desferir outros golpes, estando Wallace ainda vivo. No entanto, algumas 
horas depois, Wallace morre, pois, apesar de a lesão ser em local não letal, sua condição fisiológica agravou 
o seu estado de saúde. Acerca do estudo da relação de causalidade, assinale a opção correta. 
A) O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa relativamente independente preexistente, e Júlio não deve 
responder por homicídio culposo, mas, sim, por lesão corporal seguida de morte. 
B) O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa absolutamente independente preexistente, e Júlio não deve 
responder por homicídio culposo, mas, sim, por lesão corporal seguida de morte. 
C) O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa absolutamente independente concomitante, e Júlio deve 
responder por homicídio culposo. 
D) O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa relativamente independente concomitante, e Júlio não deve 
responder pela lesão corporal seguida de morte, mas, sim, por homicídio culposo. 
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Resposta: A 
A questão se refere à relação de causalidade (art. 13 do CP) e a possibilidade de se imputar um resultado, 
produto de certos fatores concorrentes (concausas), ao agente que atuou com determinado dolo. Nosso 
ordenamento adotou a teoria da conditio sine qua non para determinar a relação de causalidade entre uma 
conduta e um resultado, sendo que, de acordo com o CP só se pode atribuir um resultado a quem lhe der 
causa. Com base na referida teoria, causa é toda condição essencial, sem a qual certo resultado não teria se 
produzido, da forma que se produziu na situação concreta. Seguindo esta teoria, no exemplo narrado pode-
se considerar que a conduta de desferir facadas foi também causa do resultado morte, pois sem essas 
facadas a morte por hemorragia não teria se produzido, embora a hemofilia também tenha sido responsável 
pela referida morte (concausa). A hemofilia é uma causa que é relativamente independente à facada, pois 
em conjunto com ela resultou na morte, e é também preexistente a conduta da facada, já que o agente 
possuía a doença antes de ser atingido. Portanto, como tanto a facada quanto a hemofilia foram causas da 
morte, e o dolo do agente era de gerar lesão corporal na vítima, o autor deve responder pelo crime de lesão 
corporal dolosa seguida de morte (culposa) (art. 129, § 3º, CP). 
 
(FGV/XXII Exame da OAB) Inconformado com o fato de Mauro ter votado em um candidato que defendia 
ideologia diferente da sua, João desferiu golpes de faca contra seu colega, assim agindo com a intenção de 
matá-lo. Acreditando ter obtido o resultado desejado, João levou o corpo da vítima até uma praia deserta e 
o jogou no mar. Dias depois, o corpo foi encontrado, e a perícia constatou que a vítima morreu afogada, e 
não em razão das facadas desferidas por João. Descobertos os fatos, João foi preso, denunciado e 
pronunciado pela prática de dois crimes de homicídio dolosos, na forma qualificada, em concurso material. 
Ao apresentar recurso contra a decisão de pronúncia, você, advogado (a) de João, sob o ponto de vista 
técnico, deverá alegar que ele somente poderia ser responsabilizado 
A) pelo crime de lesão corporal, considerando a existência de causa superveniente, relativamente 
independente, que, por si só, causou o resultado. 
B) por um crime de homicídio culposo, na forma consumada. 
C) por um crime de homicídio doloso qualificado, na forma tentada, e por um crime de homicídio culposo, 
na forma consumada, em concurso material. 
D) por um crime de homicídio doloso qualificado, na forma consumada. 
Comentários 
Resposta: D 
No caso apresentado traz uma hipótese de erro de tipo acidental, na modalidade erro sobre o nexo causal. 
Isto porque João agiu com animus necandi, ou seja, tinha a intenção de matar Mauro, desfere-lhe golpes de 
faca. E assim, por acreditar no êxito da empreitada criminosa e tentar ocultar a prática do crime, como forma 
de garantir a impunidade do homicídio, jogou a vítima no mar, que veio a óbito em razão do afogamento. 
Assim, responderá por homicídio doloso qualificado na forma consumada, eis que tentou assegurar a 
ocultação de outro crime. 
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Amigos, agora vamos trabalhar com os crimes de perigo e em seguida com a famosa e importante omissão 
de socorro, crime omissivo próprio clássico que já apareceu algumas vezes em nossas provas!!! 
4 - PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
4.1 - Perigo de Contágio Venéreo (art. 130 do CP) 
4.1.1 - Tipo objetivo 
A conduta típica prevista pune aquele que expõe alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato 
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. 
4.1.2 - Consumação e tentativa 
Trata-se de crime de perigo concreto que, portanto, se consuma com a efetiva exposição da vítima ao perigo 
de contágio, independentemente de se produzir qualquer dano à saúde de outrem, logo para a maioria da 
doutrina não se admite a tentativa. 
4.1.3 - Tipo subjetivo 
Para que haja crime basta a vontade de praticar a conduta típica de expor alguém a perigo, 
independentemente de haver vontade específica (especial fim de agir) de causar o resultado concreto 
(contágio), desde que saiba ou pelo menos deva saber (dolo eventual) estar contaminado. 
Porém, caso fique demonstrado que a intenção do agente era de transmitir a moléstia venérea, o crime será 
qualificado e a pena será de 1 a 4 anos de reclusão e multa. 
4.1.4 - Ação penal 
A ação penal neste crime será pública condicionada a representação (art. 131, § 2º, do CP). 
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4.2 - Perigo de Contágio de Moléstia Grave (art. 131 do CP) 
4.2.1 - Tipo objetivo e subjetivo 
Configura crime a conduta daquele que, com o fim de transmitir a outrem (Dolo direto), praticar ato capaz 
de produzir o contágio de moléstia grave de que sabe estar contaminado. 
4.2.2 - Consumação e tentativa 
Trata-se de crime de perigo concreto que por isso se consuma com a simples prática da conduta de expor a 
perigo (ato capaz de transmitir a moléstia independentemente da produção do resultado danoso 
(transmissão da moléstia grave), logo para a maioria da doutrina não se admite a tentativa. 
Na hipótese de um agente que não esteja contaminado utilizar algum objeto contaminado para transmitir a 
moléstia, responderá por lesão corporal, consumada ou tentada. 
 
4.3 - Perigo para a Vida ou Saúde de Outrem (art. 132 do CP) 
4.3.1 - Tipo objetivo 
Trata-se de crime subsidiário (“soldado de reserva” – Nelson Hungria), que só incide se não houver crime 
mais grave, em que se pune a conduta de expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente 
através de uma ação ou omissão perigosa que recaia sobre uma pessoa ou algumas pessoas determinadas 
(ex.: não adotar medidas de segurança do trabalho, expondo os empregados da empresa a perigo a saúde 
e a vida). 
4.3.2 - Consumação e tentativa 
A consumação decorre da simples prática da conduta perigosa(perigo concreto), independentemente de 
haver qualquer tipo de dano ao sujeito passivo, logo para a maioria da doutrina não se admite a tentativa. 
Caso a conduta do agente crie um perigo indeterminado e indireto poderá ocorrer um dos crimes de perigo 
contra a incolumidade pública (ex.: art. 250 e 251 do CP). 
NO CASO DE EFETIVAMENTE SE TRANSMITIR DOLOSAMENTE O VÍRUS HIV HÁ TRÊS 
ENTENDIMENTOS: 
Homicídio tentado ou 
consumado (minoritário);
Contágio de moléstia grave (art. 
131); 
Lesão corporal gravíssima (art. 
129, §2º, II, CP).
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A pena será aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo 
decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, 
em desacordo com as normas legais. 
4.4 - Abandono de Incapaz (art. 133 do CP) 
4.4.1 - Tipo objetivo 
Caracteriza-se este crime através da conduta daquele que abandona pessoa que está sob seu cuidado, 
guarda, vigilância ou autoridade, e que, por qualquer motivo seja incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono. 
Trata-se de crime próprio, pois o sujeito ativo será somente aquele que possui o dever de proteção, cuidado 
ou possui autoridade em relação ao incapaz abandonado. 
4.4.2 - Consumação e tentativa 
A consumação exige que se demonstre que em face do abandono a vítima ficou exposta a um perigo 
concreto de dano e, embora haja divergência, caso contrário será possível se falar em tentativa. 
Há ainda causas de aumento de pena (+1/3) previstas no art. 133, § 3º, do CP quando o abandono ocorrer 
em local ermo, se o agente é ascendente, descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima, ou ainda 
se a vítima for maior de 60 anos. 
4.4.3 - Tipo subjetivo 
Trata-se de crime doloso (vontade de abandonar) de perigo concreto e, por ausência de expressa previsão 
legal, não se pune a modalidade culposa. 
Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave a pena será de 1 a 5 anos de reclusão e se resulta 
morte será de quatro a doze anos de reclusão (art. 133, §§ 1º e 2º, do CP – modalidades preterdolosas). 
4.5 - Exposição ou Abandono de Recém-Nascido (art. 134 do CP) 
4.5.1 - Tipo objetivo 
Neste crime pune-se a conduta de expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria. 
Trata-se de crime bastante ultrapassado, ligado a uma realidade social defasada para certas situações em 
que a mãe esconde a gravidez, por ser fruto de relações extramatrimoniais e para ocultar a situação 
desonrosa abandona seu filho recém-nascido. 
Porém, se o abandono do recém-nascido não for com a finalidade específica de ocultar desonra própria, 
trata-se do crime de abandono de incapaz, previsto no art. 133 do CP. 
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4.5.2 - Consumação e tentativa 
A consumação exige que se demonstre que em face do abandono a vítima ficou exposta a um perigo 
concreto de dano e, embora haja divergência, caso contrário será possível se falar em tentativa. 
4.5.3 - Tipo subjetivo 
Caracteriza-se pelo dolo de abandonar recém-nascido com a finalidade específica, o especial fim de agir, de 
ocultar a desonra própria. 
Se da conduta de abandono resultar lesão corporal grave ou morte (modalidades preterdolosas) as penas 
serão respectivamente de 1 a 3 anos e de 2 a 6 anos de detenção (art. 134, §§ 1º e 2º, do CP). 
 
 
ARTIGO CRIME TIPO PENA 
130 Perigo de contágio venéreo 
Expor alguém a contágio de 
doença venérea 
Detenção: 3 meses a 1 ano ou 
multa 
Com dolo – reclusão: de 1 a 4 
anos e multa 
131 
Perigo de contágio de 
moléstia grave 
Expor alguém a contágio de 
doença grave 
Reclusão: de 1 a 4 anos e 
multa 
132 
Perigo para a vida ou saúde 
de outrem 
Expor a vida ou a saúde de 
outrem a perigo 
Detenção: 3 meses a 1 ano 
se o fato não constitui crime 
mais grave 
133 Abandono de incapaz 
Abandonar pessoa que está 
sob seu cuidado, guarda, 
vigilância ou autoridade, e, 
por qualquer motivo, 
incapaz de defender-se 
Detenção: 6 meses a 3 anos 
Com lesão grave – reclusão: 1 
a 5 anos 
Com morte – reclusão: 4 a 12 
anos 
134 
Expor ou abandonar 
recém-nascido, para 
ocultar desonra 
Expor ou abandonar 
recém-nascido, para 
ocultar desonra 
Detenção: 6 meses a 2 anos 
Com lesão grave – detenção: 
1 a 3 anos 
Com morte – reclusão: 2 a 6 
anos 
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Finalmente chegamos à famigerada omissão de socorro! Leitura atenta e obrigatória, pois o examinador 
frequentemente nos brinda com uma pergunta sobre ela! 
4.6 - Omissão de Socorro (art. 135 do CP) 
4.6.1 - Tipo objetivo 
Este tipo penal prevê como crime, punido com pena de 1 a 6 meses de detenção, ou multa, a conduta de 
deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, 
nesses casos, o socorro da autoridade pública. 
Trata-se de crime omissivo próprio e de mera conduta, em que o tipo penal prevê apenas a conduta 
omissiva, não havendo qualquer resultado concreto sequer previsto, mesmo porque condutas omissivas 
previstas em lei (omissão própria) não causam resultados fáticos. 
 
4.6.2 - Consumação e tentativa 
A consumação ocorre com a simples prática da conduta omissiva e, portanto, não há tentativa, já que a 
conduta omissiva é unissubsistente, ou seja, não pode ser fracionada. 
A OMISSÃO DE SOCORRO 
OCORRE NAS SEGUINTES 
HIPÓTESES:
à criança abandonada ou 
extraviada
à pessoa inválida ou ferida
pessoa ao desamparo ou em 
grave e iminente perigo
ESTRATÉGIA OAB 
Direito Penal - Prof. Cristiano Rodrigues 
 
 
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A omissão de socorro, como crime omissivo puro fundamenta-se no dever geral de 
assistência e solidariedade, com atuação sem risco pessoal, ou, subsidiariamente, no dever 
de chamar a autoridade competente para prestar o socorro. 
4.6.3 - Aumento de pena (art. 135, parágrafo único, do CP) 
- Se a omissão de socorro resulta em lesões corporais graves aumenta-se a pena de metade (1/2); 
- Se a omissão de socorro resulta em morte aumenta-se a pena do triplo (3x). 
O Código de Trânsito Brasileiro prevê como crime de omissão de socorro específico “deixar 
o condutor do veículo, na ocasião do acidente (que não o causou por culpa), de prestar 
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de 
solicitar auxílio da autoridade pública” (art. 304 do CTB). 
4.7 - Condicionamento de Atendimento Médico-Hospitalar 
Emergencial (art. 135-A do CP) 
4.7.1 - Tipo objetivo 
Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de 
formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial. 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Trata-se de crime formal em que o resultado material previsto (não atendimento, agravando as condições 
da vítima) não precisa ocorrer para o crime se consumar, sendo ainda crime próprio já que o tipo penal exige 
ESTRATÉGIA OAB 
Direito Penal - Prof. Cristiano Rodrigues 
 
 
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características concretas específicas dos agentes que poderão realizá-lo (as pessoas responsáveis por 
determinar ou não o atendimento médico de emergência no hospital). 
4.7.2 - Consumação e tentativa 
A consumação ocorre com a simples exigência (mera conduta), e não há que se falar em tentativa, pois a 
conduta de exigir não pode ser fracionada (crime unissubsistente). 
Causas de aumento de pena (art. 135-A,

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