Buscar

3 Da pessoal natural - Teoria das Incapacidades Emancipacao (2)

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL I
DA PESSOAL NATURAL: Teoria das Incapacidades. 
Emancipação.
DIREITO CIVIL I
Prof. Fabiano Mariano
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
2. A emancipação
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
 Os incapazes sempre estiveram tratados nos arts. 3.º e 
4.º do CC/2002, conforme tabela a seguir, que mostra a redação 
original da codificação privada, até as mudanças inseridas pela 
Lei 13.146/2015:
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Art. 3º. São absolutamente incapazes 
de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a 
prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa 
transitória, não puderem exprimir sua 
vontade.
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos 
atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento 
mental completo;
IV - os pródigos.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei 13.146/2015
 A lei foi publicada no dia 7 de julho, e tem vigência 180 dias após sua 
publicação, em janeiro de 2016. Em verdade, o Estatuto da Pessoa com 
Deficiência acaba por consolidar ideias constantes na Convenção de Nova 
York, tratado internacional de direitos humanos do qual o País é signatário 
e que entrou no sistema jurídico com efeitos de Emenda à Constituição 
por força do art. 5.º, § 3.º, da CF/1988 e do Decreto 6.949/2009.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
EPD - Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada 
a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o 
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa 
com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. 
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
O art. 114 do Estatuto da Pessoa com Deficiência altera 
substancialmente os dispositivos, revogando todos os incisos do 
art. 3.º e alterando os incisos II e III do art. 4.º da codificação 
material. Vejamos as redações atuais dos comandos:
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Art. 3º. São absolutamente incapazes 
de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a 
prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa 
transitória, não puderem exprimir sua 
vontade.
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 
16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) 
I - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, 
de 2015) 
II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, 
de 2015) 
III - (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.146, 
de 2015) 
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Art. 4º. São incapazes, relativamente a 
certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento 
mental completo;
IV - os pródigos.
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos 
ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei 
nº 13.146, de 2015)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
IV - os pródigos.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
O objetivo foi a plena inclusão da pessoa com algum tipo de 
deficiência, tutelando a sua dignidade humana. Deixa-se de lado, 
assim, a proteção de tais pessoas como vulneráveis, o que era 
retirado do sistema anterior. Em outras palavras, a dignidade-
liberdade substitui a dignidade-vulnerabilidade.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Nesse contexto, todas as pessoas com deficiência que eram 
tratadas no art. 3.º anterior passam a ser, em regra, plenamente 
capazes para o Direito Civil. Eventualmente, podem ser tidas 
como relativamente incapazes, em algum enquadramento do 
art. 4.º do Código Civil, também ora alterado.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
EPD - Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações 
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e. VI - exercer o direito 
à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
EPD - Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua 
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão 
apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva 
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o 
menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, 
apresentando o balanço do respectivo ano.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
EPD - Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza 
patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao 
matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e 
motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve 
dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com 
o curatelado.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Em outras palavras, podem existir limitações para os atos 
patrimoniais, e não para os existenciais, que visam a promoção da pessoa 
humana. Além disso, está previsto no mesmo comando que a curatela 
constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e 
motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Feitas essas considerações gerais a respeito do Estatuto emergente, a 
respeito dos absolutamente incapazes, devem eles ser representados sob 
pena de nulidade absoluta do ato praticado (art. 166, inc. I, do CC). 
Quanto aos relativamente incapazes, o instituto de suprimento é a 
assistência, sob pena de anulabilidade do negócio (art. 171, inc. I). Na 
verdade, o sistema de incapacidade anterior não protegia a pessoa em si, 
mas os negócios e atos praticados, em uma visão excessivamente 
patrimonialista, que sempre mereceu críticas.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Dosabsolutamente incapazes
 Como exposto, os únicos absolutamente incapazes previstos no Código 
Civil a partir da vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência são os 
menores de 16 anos, denominados menores impúberes. Leva-se em conta 
o critério etário, não havendo necessidade de qualquer processo de 
interdição ou de nomeação de um curador (presunção absoluta de 
incapacidade).
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Anote-se que, eventualmente, o ato praticado pelo menor 
absolutamente incapaz pode gerar efeitos.
Enunciado n. 138 do CJF/STJ, aprovado na III Jornada de Direito 
Civil: “a vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I 
do art. 3.o, é juridicamente relevante na concretização de situações 
existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem 
discernimento bastante para tanto”.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Além disso, a vontade dos menores nessas condições é relevante para 
os casos envolvendo a adoção e a guarda de filhos, cabendo a sua oitiva 
para expressarem sua opinião.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
ECA - Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do 
representante legal do adotando. 
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou 
adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos 
do pátrio poder (poder familiar). (Expressão substituída pela Lei nº 
12.010, de 2009) 
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será 
também necessário o seu consentimento.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Dos relativamente incapazes
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
 A respeito do inciso I do art. 4º do Código Civil, a alteração substancial 
trazida pela codificação material de 2002 frente ao CC/1916 foi a de 
reduzir a idade para se atingir a maioridade civil, de 21 para 18 anos.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Destaque-se que tal redução não atingiu a questão dos benefícios 
previdenciários dos filhos dependentes até os 21 anos, conforme consta 
do Enunciado n. 3, da I Jornada de Direito Civil: “a redução do limite 
etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o 
disposto no art. 16, inc. I, da Lei 8.213/1991, que regula específica 
situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras 
situações similares de proteção, previstas em legislação especial”.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Ademais, existem atos e negócios que os menores relativamente 
incapazes podem praticar, mesmo sem a assistência, como se casar, 
necessitando apenas de autorização dos pais ou representantes; elaborar 
testamento; servir como testemunha de atos e negócios jurídicos; 
requerer registro de seu nascimento; ser empresário, com autorização; ser 
eleitor; ser mandatário ad negotia (mandato extrajudicial).
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015)
 Agora, após a Lei 13.146/2015, serão sempre relativamente incapazes 
se houver alguma restrição, pois não existem mais no sistema pessoas 
maiores que sejam absolutamente incapazes, reafirme-se.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
Quanto à pessoa surda que não puder se expressar, ao idoso com mal 
de Alzheimer e à pessoa com coma, que agora passam a ser relativamente 
incapazes dentro do sistema.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
IV - os pródigos.
 Os pródigos são aqueles que dissipam de forma desordenada e desregrada 
os seus bens ou seu patrimônio, realizando gastos desnecessários e excessivos, 
sendo exemplo típico a pessoa viciada em jogatinas.
 Os pródigos devem ter a nomeação de um curador, ficando privados dos 
atos que possam comprometer o seu patrimônio, tais como emprestar dinheiro, 
transigir, dar quitação, alienar bens, hipotecar ou agir em juízo (art. 1.782 do 
CC).
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
CC - Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, 
emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser 
demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera 
administração.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Todavia, poderá o pródigo exercer atos que não envolvam a 
administração direta de seus bens, como se casar ou manter união estável 
(nesse sentido, ver: TJMS, Acórdão 2007.007113- 4/0000-00, Campo 
Grande, 4.a Turma Cível, Rel. Des. Atapoã da Costa Feliz, DJEMS 
16.05.2008, p. 33).
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo, prolatado pela sua 2.a Câmara de Direito 
Privado em 11 de dezembro de 2018, tendo sido relatora a Desembargadora Rosangela 
Telles. (...) Comprovação de que a interditanda é incapaz de administrar suas 
finanças, sendo caso de interdição parcial, segundo a Lei 13.146/15 (Estatuto do 
Deficiente). Tratamento compulsório. Incapacidade estritamente administrativa. 
Trata-se de pessoa pródiga e a limitação das suas finanças é suficiente à proteção da 
interditanda. Submetê-la a tratamento compulsório seria medida desarrazoada, neste 
momento, elevando sobremaneira as consequências psicológicas com o resultado 
desta demanda”.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por 
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
Estatuto do Índio - LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973 - 
Dispõe sobre o Estatuto do Índio.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Lei 6.001/73 - Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não 
integrados à comunhão nacional ficam sujeito ao regime tutelar estabelecido nesta 
Lei. 
 (...)
 § 2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente órgão 
federal de assistência aos silvícolas. 
Órgão Federal competente = FUNAI – Fundação Nacional do índio
>>> https://www.gov.br/funai/pt-br
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Lei 6.001/73 - Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e 
qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido 
assistência do órgão tutelar competente. 
 Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele 
consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da 
extensão dos seus efeitos. 
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Lei 6.001/73 - Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua 
liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da 
capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes: 
I - idade mínima de 21 anos; 
II - conhecimento da língua portuguesa; 
III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; 
IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. 
Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de 
assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no 
registro civil. 
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Lei 6.001/73 - Art. 10. Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido 
escrito do interessado, o órgão de assistência poderá reconhecer ao índio, mediante 
declaração formal, a condição de integrado, cessando toda restrição à capacidade, 
desde que, homologado judicialmente o ato, seja inscrito no registrocivil. 
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
Lei 6.001/73 - Art. 11. Mediante decreto do Presidente da República, poderá 
ser declarada a emancipação da comunidade indígena e de seus membros, quanto ao 
regime tutelar estabelecido em lei, desde que requerida pela maioria dos membros 
do grupo e comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal competente, a 
sua plena integração na comunhão nacional. 
 Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o 
preenchimento, pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º.
1. Os incapazes no Código Civil de 2002
Prof. Fabiano Mariano
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
A emancipação pode ser conceituada como o “ato jurídico que 
antecipa os efeitos da aquisição da maioridade e da consequente 
capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o menor atinge 
a idade de 18 anos, para fins civis”.
 Com a emancipação, o menor deixa de ser incapaz e passa a ser capaz. 
Todavia, ele não deixa de ser menor.
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
Enunciado n. 530, aprovado na VI Jornada de Direito Civil, evento 
realizado em 2013, “a emancipação, por si só, não elide a incidência do 
Estatuto da Criança e do Adolescente”.
 Sendo assim, a título de exemplo, um menor emancipado não pode 
tirar carteira de motorista, entrar em locais proibidos para crianças e 
adolescentes ou ingerir bebidas alcoólicas. Tais restrições existem diante 
de consequências que surgem no campo penal, e a emancipação somente 
envolve fins civis ou privados.
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
De acordo com o Código Civil, a emancipação poderá ocorrer nas 
seguintes situações (art. 5.o, parágrafo único) – rol esse que é taxativo 
(numerus clausus):
 a) Emancipação voluntária parental – por concessão de ambos os pais 
ou de um deles na falta do outro. Em casos tais, não é necessária a 
homologação perante o juiz, eis que é concedida por instrumento 
público e registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. 
Para que ocorra a emancipação parental, o menor deve ter, no mínimo, 16 
anos completos
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
b) Emancipação judicial – por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos. 
 Exemplo: em que um dos pais não concorda com a emancipação, 
contrariando um a vontade do outro. A decisão judicial, por razões 
óbvias, afasta a necessidade de escritura pública. 
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
Tanto a emancipação voluntária quanto a judicial devem ser 
registradas no Registro Civil das pessoas naturais, sob pena de não 
produzirem efeitos (art. 107, § 1.o, da Lei 6.015/1973 – LRP). 
 A emancipação legal, por outro lado, produz efeitos 
independentemente desse registro.
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
c) Emancipação legal matrimonial – pelo casamento do menor. 
Consigne-se que a idade núbil tanto do homem quanto da mulher é de 16 
anos (art. 1.517 do CC), sendo possível o casamento do menor se houver 
autorização dos pais ou dos seus representantes. 
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
O divórcio, a viuvez e a anulação do casamento não implicam no 
retorno à incapacidade. No entanto, entende parte da doutrina que o 
casamento nulo faz com que se retorne à situação de incapaz, sendo 
revogável em casos tais a emancipação, o mesmo sendo dito quanto à 
inexistência do casamento. Em situação contrária, retorna-se à situação de 
incapacidade. 
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
d) Emancipação legal, por exercício de emprego público efetivo – 
segundo a doutrina, a regra deve ser interpretada a incluir todos os casos 
envolvendo cargos ou empregos públicos, desde que haja nomeação de 
forma definitiva. Estão afastadas, assim, as hipóteses de serviços 
temporários ou de cargos comissionados.
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
e) Emancipação legal, por colação de grau em curso de ensino 
superior reconhecido – para tanto, deve ser o curso superior reconhecido, 
não sendo aplicável à regra para o curso de magistério antigo curso 
normal. A presente situação torna-se cada vez mais difícil de ocorrer na 
prática.
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
f) Emancipação legal, por estabelecimento civil ou comercial ou 
pela existência de relação de emprego, obtendo o menor as suas 
economias próprias, visando a sua subsistência – necessário que o menor 
tenha ao menos 16 anos, revelando amadurecimento e experiência 
desenvolvida. Ter economia própria significa receber um salário mínimo. 
2. A Emancipação
Prof. Fabiano Mariano
Além das previsões constantes do Código Civil, consigne-se que 
continua sendo possível a emancipação legal do menor militar, que possui 
17 anos e que esteja prestando tal serviço, nos termos do art. 73 da Lei 
4.375/1964, reproduzido pelo art. 239 do Decreto nº. 57.654/1966.
Fabiano 
Mariano
Registrador Civil das Pessoas Naturais e 
Tabelião de Notas; 
Professor Direito Civil e Direito Empresarial;
Bel. em Música, com habilitação em 
Regência – USC 2004;
Bel. em Direito – Eduvale 2011;
Especialista em Gestão Pública Municipal; 
em Direito Civil; 
e em Direito Notarial e Registral.
Pós-graduando em Direito Privado; 
e
Mestrando em Ciência Jurídicas e Políticas 
Universidade Portucalense - Portugal. 
@prof.fabianomariano
/direitocivilcomfabianomariano
/fabianomariano
https://www.instagram.com/prof.fabianomariano/
https://t.me/direitocivilcomfabianomariano
https://www.instagram.com/prof.fabianomariano/
https://t.me/direitocivilcomfabianomariano
https://www.youtube.com/channel/UCjJ_K4thO5J6Spstxos9IJg
https://www.youtube.com/channel/UCjJ_K4thO5J6Spstxos9IJg
	Slide 1: DIREITO CIVIL I
	Slide 2: DIREITO CIVIL I
	Slide 3: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 4: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 5: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 6: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 7: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 8: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 9: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 10: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 11: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 12: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 13: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 14: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 15: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 16: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 17: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 18: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 19: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 20: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 21: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 22: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 23: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 24: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 25: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 26: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 27: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 28: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 29: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 30: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 31: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 32: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 33: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 34: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 35: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 36: Os incapazes no Código Civil de 2002
	Slide 37: A Emancipação
	Slide 38: A Emancipação
	Slide 39: A Emancipação
	Slide 40: A Emancipação
	Slide 41: A Emancipação
	Slide 42: A Emancipação
	Slide 43: A Emancipação
	Slide 44: A Emancipação
	Slide 45: A Emancipação
	Slide 46: A Emancipação
	Slide 47: A Emancipação
	Slide 48: A Emancipação
	Slide 49: Fabiano Mariano

Mais conteúdos dessa disciplina