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DIREITO CIVIL I DA PESSOAL NATURAL: Teoria das Incapacidades. Emancipação. DIREITO CIVIL I Prof. Fabiano Mariano 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 2. A emancipação 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Os incapazes sempre estiveram tratados nos arts. 3.º e 4.º do CC/2002, conforme tabela a seguir, que mostra a redação original da codificação privada, até as mudanças inseridas pela Lei 13.146/2015: 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei 13.146/2015 A lei foi publicada no dia 7 de julho, e tem vigência 180 dias após sua publicação, em janeiro de 2016. Em verdade, o Estatuto da Pessoa com Deficiência acaba por consolidar ideias constantes na Convenção de Nova York, tratado internacional de direitos humanos do qual o País é signatário e que entrou no sistema jurídico com efeitos de Emenda à Constituição por força do art. 5.º, § 3.º, da CF/1988 e do Decreto 6.949/2009. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano EPD - Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano O art. 114 do Estatuto da Pessoa com Deficiência altera substancialmente os dispositivos, revogando todos os incisos do art. 3.º e alterando os incisos II e III do art. 4.º da codificação material. Vejamos as redações atuais dos comandos: 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) I - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) III - (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) IV - os pródigos. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano O objetivo foi a plena inclusão da pessoa com algum tipo de deficiência, tutelando a sua dignidade humana. Deixa-se de lado, assim, a proteção de tais pessoas como vulneráveis, o que era retirado do sistema anterior. Em outras palavras, a dignidade- liberdade substitui a dignidade-vulnerabilidade. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Nesse contexto, todas as pessoas com deficiência que eram tratadas no art. 3.º anterior passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil. Eventualmente, podem ser tidas como relativamente incapazes, em algum enquadramento do art. 4.º do Código Civil, também ora alterado. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano EPD - Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e. VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano EPD - Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano EPD - Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Em outras palavras, podem existir limitações para os atos patrimoniais, e não para os existenciais, que visam a promoção da pessoa humana. Além disso, está previsto no mesmo comando que a curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Feitas essas considerações gerais a respeito do Estatuto emergente, a respeito dos absolutamente incapazes, devem eles ser representados sob pena de nulidade absoluta do ato praticado (art. 166, inc. I, do CC). Quanto aos relativamente incapazes, o instituto de suprimento é a assistência, sob pena de anulabilidade do negócio (art. 171, inc. I). Na verdade, o sistema de incapacidade anterior não protegia a pessoa em si, mas os negócios e atos praticados, em uma visão excessivamente patrimonialista, que sempre mereceu críticas. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Dosabsolutamente incapazes Como exposto, os únicos absolutamente incapazes previstos no Código Civil a partir da vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência são os menores de 16 anos, denominados menores impúberes. Leva-se em conta o critério etário, não havendo necessidade de qualquer processo de interdição ou de nomeação de um curador (presunção absoluta de incapacidade). 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Anote-se que, eventualmente, o ato praticado pelo menor absolutamente incapaz pode gerar efeitos. Enunciado n. 138 do CJF/STJ, aprovado na III Jornada de Direito Civil: “a vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3.o, é juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto”. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Além disso, a vontade dos menores nessas condições é relevante para os casos envolvendo a adoção e a guarda de filhos, cabendo a sua oitiva para expressarem sua opinião. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano ECA - Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder (poder familiar). (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Dos relativamente incapazes I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; A respeito do inciso I do art. 4º do Código Civil, a alteração substancial trazida pela codificação material de 2002 frente ao CC/1916 foi a de reduzir a idade para se atingir a maioridade civil, de 21 para 18 anos. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Destaque-se que tal redução não atingiu a questão dos benefícios previdenciários dos filhos dependentes até os 21 anos, conforme consta do Enunciado n. 3, da I Jornada de Direito Civil: “a redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, inc. I, da Lei 8.213/1991, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial”. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Ademais, existem atos e negócios que os menores relativamente incapazes podem praticar, mesmo sem a assistência, como se casar, necessitando apenas de autorização dos pais ou representantes; elaborar testamento; servir como testemunha de atos e negócios jurídicos; requerer registro de seu nascimento; ser empresário, com autorização; ser eleitor; ser mandatário ad negotia (mandato extrajudicial). 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) Agora, após a Lei 13.146/2015, serão sempre relativamente incapazes se houver alguma restrição, pois não existem mais no sistema pessoas maiores que sejam absolutamente incapazes, reafirme-se. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) Quanto à pessoa surda que não puder se expressar, ao idoso com mal de Alzheimer e à pessoa com coma, que agora passam a ser relativamente incapazes dentro do sistema. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano IV - os pródigos. Os pródigos são aqueles que dissipam de forma desordenada e desregrada os seus bens ou seu patrimônio, realizando gastos desnecessários e excessivos, sendo exemplo típico a pessoa viciada em jogatinas. Os pródigos devem ter a nomeação de um curador, ficando privados dos atos que possam comprometer o seu patrimônio, tais como emprestar dinheiro, transigir, dar quitação, alienar bens, hipotecar ou agir em juízo (art. 1.782 do CC). 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano CC - Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Todavia, poderá o pródigo exercer atos que não envolvam a administração direta de seus bens, como se casar ou manter união estável (nesse sentido, ver: TJMS, Acórdão 2007.007113- 4/0000-00, Campo Grande, 4.a Turma Cível, Rel. Des. Atapoã da Costa Feliz, DJEMS 16.05.2008, p. 33). 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo, prolatado pela sua 2.a Câmara de Direito Privado em 11 de dezembro de 2018, tendo sido relatora a Desembargadora Rosangela Telles. (...) Comprovação de que a interditanda é incapaz de administrar suas finanças, sendo caso de interdição parcial, segundo a Lei 13.146/15 (Estatuto do Deficiente). Tratamento compulsório. Incapacidade estritamente administrativa. Trata-se de pessoa pródiga e a limitação das suas finanças é suficiente à proteção da interditanda. Submetê-la a tratamento compulsório seria medida desarrazoada, neste momento, elevando sobremaneira as consequências psicológicas com o resultado desta demanda”. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) Estatuto do Índio - LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973 - Dispõe sobre o Estatuto do Índio. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Lei 6.001/73 - Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeito ao regime tutelar estabelecido nesta Lei. (...) § 2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente órgão federal de assistência aos silvícolas. Órgão Federal competente = FUNAI – Fundação Nacional do índio >>> https://www.gov.br/funai/pt-br 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Lei 6.001/73 - Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente. Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Lei 6.001/73 - Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes: I - idade mínima de 21 anos; II - conhecimento da língua portuguesa; III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Lei 6.001/73 - Art. 10. Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido escrito do interessado, o órgão de assistência poderá reconhecer ao índio, mediante declaração formal, a condição de integrado, cessando toda restrição à capacidade, desde que, homologado judicialmente o ato, seja inscrito no registrocivil. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano Lei 6.001/73 - Art. 11. Mediante decreto do Presidente da República, poderá ser declarada a emancipação da comunidade indígena e de seus membros, quanto ao regime tutelar estabelecido em lei, desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal competente, a sua plena integração na comunhão nacional. Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o preenchimento, pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º. 1. Os incapazes no Código Civil de 2002 Prof. Fabiano Mariano 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano A emancipação pode ser conceituada como o “ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade e da consequente capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o menor atinge a idade de 18 anos, para fins civis”. Com a emancipação, o menor deixa de ser incapaz e passa a ser capaz. Todavia, ele não deixa de ser menor. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano Enunciado n. 530, aprovado na VI Jornada de Direito Civil, evento realizado em 2013, “a emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do Adolescente”. Sendo assim, a título de exemplo, um menor emancipado não pode tirar carteira de motorista, entrar em locais proibidos para crianças e adolescentes ou ingerir bebidas alcoólicas. Tais restrições existem diante de consequências que surgem no campo penal, e a emancipação somente envolve fins civis ou privados. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano De acordo com o Código Civil, a emancipação poderá ocorrer nas seguintes situações (art. 5.o, parágrafo único) – rol esse que é taxativo (numerus clausus): a) Emancipação voluntária parental – por concessão de ambos os pais ou de um deles na falta do outro. Em casos tais, não é necessária a homologação perante o juiz, eis que é concedida por instrumento público e registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. Para que ocorra a emancipação parental, o menor deve ter, no mínimo, 16 anos completos 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano b) Emancipação judicial – por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. Exemplo: em que um dos pais não concorda com a emancipação, contrariando um a vontade do outro. A decisão judicial, por razões óbvias, afasta a necessidade de escritura pública. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano Tanto a emancipação voluntária quanto a judicial devem ser registradas no Registro Civil das pessoas naturais, sob pena de não produzirem efeitos (art. 107, § 1.o, da Lei 6.015/1973 – LRP). A emancipação legal, por outro lado, produz efeitos independentemente desse registro. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano c) Emancipação legal matrimonial – pelo casamento do menor. Consigne-se que a idade núbil tanto do homem quanto da mulher é de 16 anos (art. 1.517 do CC), sendo possível o casamento do menor se houver autorização dos pais ou dos seus representantes. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano O divórcio, a viuvez e a anulação do casamento não implicam no retorno à incapacidade. No entanto, entende parte da doutrina que o casamento nulo faz com que se retorne à situação de incapaz, sendo revogável em casos tais a emancipação, o mesmo sendo dito quanto à inexistência do casamento. Em situação contrária, retorna-se à situação de incapacidade. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano d) Emancipação legal, por exercício de emprego público efetivo – segundo a doutrina, a regra deve ser interpretada a incluir todos os casos envolvendo cargos ou empregos públicos, desde que haja nomeação de forma definitiva. Estão afastadas, assim, as hipóteses de serviços temporários ou de cargos comissionados. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano e) Emancipação legal, por colação de grau em curso de ensino superior reconhecido – para tanto, deve ser o curso superior reconhecido, não sendo aplicável à regra para o curso de magistério antigo curso normal. A presente situação torna-se cada vez mais difícil de ocorrer na prática. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano f) Emancipação legal, por estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, obtendo o menor as suas economias próprias, visando a sua subsistência – necessário que o menor tenha ao menos 16 anos, revelando amadurecimento e experiência desenvolvida. Ter economia própria significa receber um salário mínimo. 2. A Emancipação Prof. Fabiano Mariano Além das previsões constantes do Código Civil, consigne-se que continua sendo possível a emancipação legal do menor militar, que possui 17 anos e que esteja prestando tal serviço, nos termos do art. 73 da Lei 4.375/1964, reproduzido pelo art. 239 do Decreto nº. 57.654/1966. Fabiano Mariano Registrador Civil das Pessoas Naturais e Tabelião de Notas; Professor Direito Civil e Direito Empresarial; Bel. em Música, com habilitação em Regência – USC 2004; Bel. em Direito – Eduvale 2011; Especialista em Gestão Pública Municipal; em Direito Civil; e em Direito Notarial e Registral. Pós-graduando em Direito Privado; e Mestrando em Ciência Jurídicas e Políticas Universidade Portucalense - Portugal. @prof.fabianomariano /direitocivilcomfabianomariano /fabianomariano https://www.instagram.com/prof.fabianomariano/ https://t.me/direitocivilcomfabianomariano https://www.instagram.com/prof.fabianomariano/ https://t.me/direitocivilcomfabianomariano https://www.youtube.com/channel/UCjJ_K4thO5J6Spstxos9IJg https://www.youtube.com/channel/UCjJ_K4thO5J6Spstxos9IJg Slide 1: DIREITO CIVIL I Slide 2: DIREITO CIVIL I Slide 3: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 4: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 5: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 6: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 7: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 8: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 9: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 10: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 11: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 12: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 13: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 14: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 15: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 16: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 17: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 18: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 19: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 20: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 21: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 22: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 23: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 24: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 25: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 26: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 27: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 28: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 29: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 30: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 31: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 32: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 33: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 34: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 35: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 36: Os incapazes no Código Civil de 2002 Slide 37: A Emancipação Slide 38: A Emancipação Slide 39: A Emancipação Slide 40: A Emancipação Slide 41: A Emancipação Slide 42: A Emancipação Slide 43: A Emancipação Slide 44: A Emancipação Slide 45: A Emancipação Slide 46: A Emancipação Slide 47: A Emancipação Slide 48: A Emancipação Slide 49: Fabiano Mariano